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Outubro 2023

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS


PUCMINAS.BR/VIRTUAL

VANESSA HELENA ROCHA RODRIGUES

Resenha Crítica: Israel e Palestina: entenda o conflito do


início!

ARAXÁ - MG
2023
VANESSA HELENA ROCHA RODRIGUES

Resenha Crítica: Israel e Palestina: entenda o conflito do


início! De: Paulo Gorniak

Resenha crítica constituída por


comentários críticos a artigo de terceiro
sobre tema pertinente à disciplina e
encaminhado à PONTIFÍCIA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS
GERAIS/ PUCMINAS.BR/Virtual via
Sistema próprio (CANVAS) como trabalho
de finalização de módulo de Fundamentos
do Direito Administrativo do Curso de Pós
Graduação em Direito Administrativo
IEC_DA_03_T1_Online.

Professora: Rafaela Alvarenga Figueiredo.

ARAXÁ-MG
2023

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Rodrigues, Vanessa H. R
Resenha crítica ao texto de Paulo Gorniak
“Israel e Palestina – entenda o conflito do início!”
/Vanessa Helena Rocha Rodrigues. -- Araxá,
2023.

Resenha Crítica -- Fundamentos do Direito


Administrativo

Professora: Rafaela Alvarenga Figueiredo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 4
Nossa visão crítica sobre o artigo .......................................................................... 5
Conclusão ................................................................................................................ 5
Texto Original .......................................................................................................... 6

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INTRODUÇÃO

No texto escolhido, o autor Paulo Gorniak discorre acerca da origem dos conflitos
entre o povo judeu e os palestino desde aquilo que considera o início de tudo com a
perseguição e expulsão dos judeus do até então denominado “Reino de Israel” pelo
império romano e, a posterior tentativa fracassada de retomada do território pelos
judeus que, ante a derrota, receberam do então imperador romano, Adriano uma
punição rebatizando o território de Palestina em referência aos filisteus, até então,
conhecidos como os principais inimigos do povo judeu. Assim, todos os povos que ao
longo dos anos, residiram no referido território, passaram a ser conhecidos como
palestinos.
Com o decorrer dos anos, a queda do império romano e o advento da 1ª Guerra
Mundial, havendo, espalhados, o povo judeu passado por muitas perseguições
durante a Idade Média, em 1917 os britânicos criam a Declaração de Balfour. Nela,
manifestam a possibilidade de apoio à causa sionista (retorno do povo judeu à terra
divinamente a eles prometida – cunho religioso) e à criação de uma pátria para os
judeus na Palestina.
Todavia, ao mesmo tempo, os britânicos apresentaram apoio ao povo árabe palestino
na luta contra o império Turco-Otomano e criaram, assim neste local uma parte do
Império Britânico, sem maiores problemas, até então, de convivência na região até
que os judeus passaram a retornar o que deu vazão ao posicionamento oficial dos
Palestinos contra a imigração dos judeus e a formação de um Estado.
Por fim, acerca destes povos, o autor passa a explicar, em sua concepção, a
“confusão” entre o islamismo e o terrorismo.
Aqui, o autor passa a demonstrar que o cerne da resistência entre os palestinos e os
judeus em conviverem pacificamente tem cunho essencialmente religioso onde, um
ano após o Congresso Palestino, líderes religiosos muçulmanos declaram seu repúdio
à migração dos judeus originando reações extremas contendo, inclusive,
linchamentos e, sob o argumento de que os britânicos não conseguiam protege-los,
os judeus formaram a Haganá, sua própria força de defesa.
Assim, o autor demonstra que as coisas foram ficando insustentáveis neste conflito
até que Hitler ascendesse ao poder na Alemanha e intensifica a perseguição, também

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por parte de outros povos aos judeus resultando na massificação da migração do povo
judeu para a Palestina, até que conforme o fluxo migratório judaico aumentava, havia
a necessidade de auto proteção dos judeus e a interferência da ONU, com a proposta
da divisão da Palestina em dois estados: um árabe e um judeu, a qual rejeitada pelos
palestinos, aceita por Israel tiveram como resultados os conflitos que até hoje
acontecem e nos últimos dias foram intensificados, conforme acompanhamos nos
noticiários.

Nossa Visão Crítica sobre o artigo

Ao ponderar acerca da relação do texto de Paulo Gorniak e nossos estudos na


disciplina de Fundamentos do Direito Administrativo onde, dentre os assuntos
trabalhados vimos o papel e as principais teorias acerca da Justificação do Estado,
entendemos que a matéria em epígrafe é pertinente de nosso estudo uma vez que
trata de dois povos distintos que no decorrer dos anos veem suas histórias sempre
voltando a se cruzar, negativamente – e em grande parte por fundamentos de cunho
religioso -, e isso, desde os tempos em que ambos faziam parte de governos
patrimonialistas (monarquias) porque não dizer, desde a era em que viviam em tribos!
É possível fazer a leitura de que a burocracia e até mesmo o modelo democrático não
é culturalmente aceito por ambos os povos que são, por natureza, extremistas.
Ocorre ainda que, parte destes povos - nas duas extremidades - tentam se amoldar à
vida moderna, minimizando as diferenças e até mesmo possibilitando o convívio e
emprego entre si, em uma mesma sociedade mas, sempre volta à tona, se
sobressaindo, as diferenças religiosas que, dentre os grupos radicais, justificariam e
legitimariam a sua luta pelo território “sagrado” a ambos.

Conclusão

Verificamos que, em que pese a data da matéria ser de dois anos atrás, pouca
evolução ocorreu nessa disputa um tanto quanto antiga e, apesar das intervenções
externas de diversos órgãos e países, nos atualizando através dos noticiários,
percebemos que dificilmente cessará enquanto ambos os povos coexistirem haja vista
sua origem estar intrinsecamente relacionada à crença religiosa, inegociável a ambos!

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Sendo assim, as perspectivas futuras nos apontam para conflitos e disputas que
dificilmente poderão ser contidos no todo, seja qual for a intervenção externa que haja,
infelizmente, não veremos tão cedo a tão falada PAZ EM ISRAEL.

TEXTO ORIGINAL

Israel e Palestina: entenda o conflito do início!


Por Paulo Gorniak

Palestina: como esse nome surgiu?

Para facilitar, vamos começar nossa história no ano zero da era comum, ou o ano em
que Jesus nasceu. Nessa época, a região onde viviam os judeus – o Reino de Israel
– era dominada pelo Império Romano. No ano 70 d.C., os judeus se rebelaram e
entraram em guerra contra Roma, mas foram derrotados e expulsos do território.

Cerca de 60 anos depois, por volta do ano 130 d.C, os judeus tentaram retomar o
lugar e mais uma vez foram derrotados. O imperador romano Adriano, além de
expulsá-los novamente, aplicou uma punição: rebatizou o lugar de Palestina, em
homenagem aos filisteus, um dos principais inimigos dos judeus.

Ao longo dos próximos séculos, ainda sob domínio romano, todos os povos que
moravam na região, independente da religião que seguiam, ficaram conhecidos como
palestinos: havia os muçulmanos palestinos, os cristãos palestinos e até os poucos
judeus que ficaram por ali eram conhecidos como judeus palestinos.

Saiba mais sobre o Islamismo, a religião muçulmana!

Depois da queda do Império Romano em 1453, a região foi passando por diversos
domínios diferentes, e em 1516 foi conquistada pelo Império Turco-otomano, que ficou
com seu controle até o final da Primeira Guerra Mundial.

Quer entender melhor as consequências da Primeira Guerra Mundial? Vem com


a gente!

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Sionismo e o retorno dos judeus
Os judeus se espalharam pelo mundo, mas não deixaram de ser perseguidos e
hostilizados. Durante a Idade Média, por exemplo, viviam marginalizados e eram
culpados por qualquer revés, como uma colheita perdida ou a chegada da peste. Na
Europa oriental, os pogroms – linchamentos coletivos de judeus – eram frequentes.

Como resposta a essas perseguições, no fim do séc XIX surge o movimento


sionista. Dentro dele, os judeus defendiam que a melhor forma de garantir sua
própria segurança era criar um Estado judeu, um lar onde todos os judeus
pudessem ser protegidos. Como para a religião judaica Israel havia sido prometida
por direito divino, esse foi o lugar escolhido para a formação do Estado.

Declaração de Balfour (1917)


Até perto do final da Primeira Guerra, a região estava sob o domínio do Império Turco-
Otomano. É só em 1917 que os britânicos fazem a Declaração de Balfour. Nela,
manifestam a possibilidade de apoio à causa sionista e à criação de uma pátria para
os judeus na Palestina. Para que isso acontecesse, no entanto, a Inglaterra deveria
derrotar o Império Turco-otomano e assumir o controle do território. Na interpretação
dos judeus, isso significava que haveria apoio, o que os colocava do lado britânico do
conflito.

Domínio Britânico da Palestina e o retorno dos judeus (1918)


Ao mesmo tempo, os britânicos ajudaram os árabes da Palestina a lutar contra o
Império Turco-Otomano (os otomanos eram, no momento, um inimigo comum) e, ao
fim da guerra, o local passou a ser parte do Império Britânico. Até esse momento,
todos os povos que ali viviam dividiam a região sem maiores conflitos.

Contudo, a partir do domínio britânico e da Declaração de Balfour, os judeus


passam a retornar para a região.

Como reação, em 1919 foi realizado o 1º Congresso Palestino, que se posicionou


contra a imigração de judeus para a criação de um Estado. É importante ressaltar que
a decisão era a de se opor à imigração de novos judeus. Os judeus que viviam ali,
conhecidos como judeus palestinos, deveriam ter o direito de permanecer.

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Entenda a confusão entre islamismo e terrorismo!

Haganá: a força de defesa dos judeus (1920)


Com o passar do tempo, as tensões entre judeus e palestinos continuaram a crescer.
Em 1920, um ano após o Congresso Palestino, vários líderes religiosos muçulmanos
deram declarações reforçando o repúdio à migração de judeus. Brigas, tumultos e
linchamentos eclodiram e várias pessoas morreram em conflitos.

A partir desses episódios e alegando que os britânicos não conseguiam proteger nem
um lado, nem outro, os judeus formam a sua própria força de defesa: a Haganá.

No decorrer da década de 1920, o Império Britânico reconheceu entidades


judaicas, mas não reconheceu nenhuma entidade dos árabes palestinos. Isso
acentuou as tensões entre os dois grupos.

1929: Ponto sem volta ao conflito entre Israel e Palestina


Para alguns estudiosos, o ano de 1929 é o “point of no return”: o ano em que as coisas
pioraram de vez e qualquer esperança de uma divisão pacífica do território foi perdida.
Neste ano aconteceu um conflito entre judeus e muçulmanos sobre o acesso ao Muro
das Lamentações. Isso gerou uma escalada de violência, que deixou centenas de
mortos dos dois lados.

Muro das Lamentações.


A ascensão de Hitler (1930)
Durante a década de 1930, em várias partes da Europa, mas principalmente na
Alemanha, com a ascensão de Hitler, a perseguição aos judeus se intensificou. Como
resultado disso, a migração de judeus para a Palestina aumentou consideravelmente.

Para tentar frear a imigração, os britânicos estipularam quotas anuais e estabeleceram


limites para aquisição de terras palestinas por judeus, mas essas iniciativas não deram
resultado. Os muçulmanos viram a imigração como uma ameaça e as tensões
continuaram aumentando.

Saiba mais sobre migrações no Brasil e no mundo!

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Em 1936 a situação se intensificou ainda mais. Um sheik (líder) árabe foi morto pela
polícia britânica e isso fez explodir uma revolta nacionalista árabe, contra a imigração
judaica em massa e o domínio colonial britânico.

Com argumentos de que os britânicos favoreciam os judeus e eram contra os árabes,


foram organizados diversos protestos e uma greve geral. Esse levante foi
duramente reprimido pelos britânicos, que receberam auxílio dos judeus e da
sua Haganá. Nesse período, cerca de 10% da população adulta masculina palestina
foi morta ou exilada.

A Segunda Guerra Mundial e o Holocausto (1939-1945)


Em 1939 começa a Segunda Guerra Mundial e, com ela, o Holocausto.
O Holocausto foi a perseguição e eliminação em grande escala – materializada em
campos de concentração e de extermínio – dos judeus e outras etnias pelos alemães
seguidores do Nazismo.

No fim da guerra, com a derrota da Alemanha e devido ao Holocausto, a ideia da


criação do Estado de Israel ganhou muita força dentro da comunidade
internacional. Auxiliados principalmente pelos judeus dos Estados Unidos, os judeus
europeus sobreviventes passaram a imigrar em massa para a região.

O lugar ainda estava sob domínio britânico e os ingleses adotaram outras medidas
para tentar barrar a imigração dos judeus. Os judeus, por sua vez, criaram mais
organizações paramilitares e começaram a fazer ações para ocupar o território
e tornar Israel independente da Grã-Bretanha.

Organizações Paramilitares Judias e a Questão Palestina


Ao longo do período do Mandato Britânico na Palestina, as tensões entre judeus e
árabes aumentaram, levando à formação de diversas organizações
paramilitares. Fundada em 1920, a Haganá (a principal dessas organizações)
nasceu como resposta às crescentes preocupações de segurança das
comunidades judias. No início, seu propósito defensivo: garantir a segurança dos
assentamentos judaicos contra ataques árabes.

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Entretanto, à medida que as relações entre os árabes e judeus pioraram durante os
anos 1930, especialmente após a revolta árabe de 1936-1939, a Haganá começou a
expandir sua atuação. Durante esse período, a organização passou por uma fase de
modernização e ampliação, desenvolvendo táticas e estratégias mais ofensivas.

Com a Segunda Guerra Mundial e o aumento do fluxo migratório judaico para a


Palestina, a Haganá desempenhou um papel crucial na facilitação da imigração
judaica, muitas vezes contornando as restrições impostas pelos britânicos. Além
disso, enquanto a Haganá adotava uma postura mais colaborativa em relação à
administração britânica, outras organizações paramilitares judias, como o Irgun e
o Lehi, eram abertamente hostis, levando a ações violentas contra os britânicos e os
árabes.

Após a resolução da ONU em 1947, que propôs a divisão da Palestina em um estado


judeu e um estado árabe, a Haganá começou a preparar-se para o inevitável conflito
armado. Durante a Guerra de 1948, a Haganá participou ativamente de operações
ofensivas e teve um papel central na conquista e ocupação de territórios palestinos
para o recém fundado Estado de Israel. Após a guerra, a Haganá foi integrada ao
recém-formado Exército de Defesa de Israel (IDF).

Referências

• BBC – 10 perguntas para entender o conflito entre israelenses e palestinos


• Youtube: Jerusalém
• Youtube: A guerra dos seis dias
• O’Malley, Padraig – The Two-State Delusion: Israel and Palestine-A Tale of
Two Narratives. Viking, 2016
• ADWAN, Sami & Peace Research Institute in the Middle East – Side by Side:
Parallel Histories of Israel-Palestine, The New Press, 2012
• Histórico do conflito e análise atual das ações do governo Trump – site da CNN
• BBC – Israel profile timeline
• TAL, D. War in Palestine, 1948: strategy and diplomacy. London: Routledge,
Taylor & Francis Group, 2014.
• Wikipedia – Haganah

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Disponível em:https://www.politize.com.br/israel-palestina/

Acessado em 22 de outubro de 2023.

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