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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

E N S I N A M Ã E

Espero que este livro


te ajude muito e te faça
mais conhecedora,
autoconfiante e corajosa
a se tornar a mãe que
tanto deseja.

e ns i nama e.co m. br
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Introdução
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Diante de tudo o que pesquisei e li quando me vi grávida, constatei que faltava


uma abordagem realista, que explicasse de verdade quais seriam as mudanças na
vida da mãe. Senti falta de um livro que ao invés de me passar informação técnica
também me passasse instruções do dia-a-dia e ferramentas que me deixasse mais
apta à receber o mais novo integrante da família.

E olha que lia tudo o que fosse sobre gestação e educação infantil, e com relação
a educação infantil encontrei vários livros bem interessantes, cada um com uma
técnica diferente e cada um sobre um período específico do filho, mas com
relação ao período mãe gestante e filhos até os primeiros meses, não teve um livro
em que pude dizer que achei excelente ou esclarecedor.

Meu filho foi crescendo e eu fui lendo e lendo e lendo. E quanto mais me informa-
va, mas queria mais, a ponto de comprar livros e não dar conta de ler eles. Então
pensei, vou ao Dr. Google e vou achar um site que faça resumos de livros de edu-
cação infantil. Porém, qual não foi minha surpresa quando nada encontrei, e o que
encontrei sobre auto ajuda os resumos não atendiam a minha necessidade.

Assim, diante da minha necessidade (pois sentia muito mais segura com relação a
mim mesma, como pessoa e como mãe, quando me via munida de informações),
decidi fazer um site com resumos de qualidades sobre alguns dos livros que vinha
lendo, o que já encontra-se em andamento. Porém, ao perceber que não havia um
livro que eu gostasse de resumir sobre esse período de gestação e o nascimento
do bebê, resolvi criar esse e-book para esclarecer melhor toda futura mãe de ma-
neira bem prática e realista, onde quis tratar todos os assuntos de forma muito
verdadeira e elucidativa.
Acho que a leitura desse livro pode trazer muito esclarecimento para quem quer
estar mais preparada e segura para sua nova vida.

Então, bom divertimento e uma excelente nova fase na sua vida, com muito carin-
ho e amor.

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Minha história

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Acho necessário, antes de adentramos ao real conteúdo deste curso, que eu


esclareça que quando tive certeza que seria mãe quis estudar tudo que existia a
respeito, tanto para saber a forma de agir, quanto para me tornar mais capaz, com
conhecimentos que antes não tinha.

Curioso é que não encontrei nada (livro, curso) que fosse esclarecedor sobre o
período de gestação e logo após o nascimento do bebê. Esclarecedor no sentido
da mudança na vida e do dia-a-dia daquela mulher que virou mãe. Relato prático
e autêntico dessa nova realidade, através de olhos de outra mãe, que passou por
isso e que se sentiria mais segura se tivesse um prévio conhecimento dessa
viagem deliciosa da mãe de primeira viagem. Assim fui desenvolvendo o meu
caminho, devorando livros sobre todos os temas infantis e vivenciando experiên-
cias únicas com meu filho.

Aprendi muito e, quanto mais aprendia sobre criança, mais sabia que eu mesma
tinha que mudar em vários sentidos para ser uma mãe melhor. Meu filho evoluía
rapidamente e eu queria saber como era a educação de hoje, como deveríamos
agir e ensinar, não somente na forma que aprendemos com nossos pais, mas nos
métodos recentes e mais evoluídos (não estou aqui criticando os métodos de
nossos pais, tem até alguns que copio até hoje, mas sabemos que existem outros
mais evoluídos hoje). Porém, vi que antes de ser tudo aquilo, deveria me conhecer,
me transformar em uma pessoa melhor, uma pessoa que domina suas emoções,
uma pessoa que controla seus medos, raivas e rancores e até os elimina. Uma
pessoa que evolui. Felizmente já fazia isso com simples leituras, mas nunca de
forma radical a ponto de ver mudanças em mim. E foi o Alvaro (meu filho) que fez
isso tudo acontecer. Hoje vejo claramente, que além de aprender sobre educação
infantil tenho que aprender todos os dias sobre ser uma pessoa melhor, uma mãe
melhor e uma esposa melhor, enfim, um ser humano em constante evolução.

Assim, o meu aprendizado foi além e eu comecei a estudar e fazer cursos sobre

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autoconhecimento, para me conhecer, me entender, me modificar no sentido de


evolução como pessoa. Isso foi tão importante para mim que vou dar dicas aqui
de livros de autoconhecimento que li, caso sejam interessantes as abordagens.

Vi a necessidade de conhecimento brotando de mim, para que pudesse tomar a


melhor decisão com o meu filho. Vi que, a depender do meu conhecimento e
atitudes, meu filho poderia ter um futuro diferente, poderia ser um ser humano
diferente.

Fiquei ávida pela boa leitura a ponto de comprar pilhas de livros recomendados e
não conseguir lê-los. Mas o mais interessante é que, antes, a leitura era para o meu
conhecimento individual, depois pensei em fazer um bom resumo para quem
tivesse vontade desse conhecimento e não tivesse tempo para uma leitura boa,
mostrando o tanto que fiquei fascinada com os atuais métodos de educação
infantil e descobertas.

Não foram somente livros de desenvolvimento de bebês e crianças e educação


infantil que li. Li também muito livro de autoconhecimento, autoajuda, desen-
volvimento pessoal e coach, pois estava ávida por mudança pessoal também, já
que, para poder dar o exemplo que precisava para o meu filho eu mesma tinha que
mudar.

Porém não encontrei um livro que me satisfizesse, do período gestacional e


primeiros meses do bebê, então decidi criar esse e-book realista e prático para
passar adiante o que achava essencial.

Obrigada e tomara que este e-book te ajude muito e te faça mais conhecedora,
autoconfiante e corajosa para se tornar a mãe que tanto deseja.
Agora vamos ao que realmente importa:
Estou grávida!

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Sinais de gravidez

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Vamos começar do começo: quando descobrimos que estamos grávidas.

Os sinais nunca serão iguais para todas as grávidas. Seguem alguns como

exemplo:

Sangramento vaginal.

Atraso menstrual.

Cólicas ou dor abdominal.

Dor mamária.

Aumento das mamas.

Alterações na aparência dos seios.

Náuseas e vômitos.

Constipação intestinal.

Inchaço abdominal.

Cansaço e sono excessivo.

Vontade frequente de urinar.

Desejos alimentares.

Alteração do paladar.

Aversão a odores fortes.

Aumento dos gases.

Tonturas.

Variações do humor.

Dor de cabeça.

Corrimento vaginal.

Acne.

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A mãe e seu
autoconhecimento

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SIM, ESTOU GRÁVIDA! Que maravilha! Sim, temos que sempre pensar assim, seja
em uma gravidez desejada ou não. Lembre-se: o que você sentir agora, tudo será
passado para seu bebê. Sim, isso já é comprovado. Assim, o melhor a fazer é
mandar tudo de bom para o seu bebê, seja em pensamentos, seja em falas ou em
sentidos. Não estou pedindo para inibir seus sentimentos ou até poupar o seu
bebê de passar por todos os sentimentos, mas estou garantindo que quanto
melhor passar por tudo na vida, melhor será para você e para o bebê.

Hoje tenho algumas verdades absolutas que melhoraram em muito a minha vida,
entre elas:
- Não me fazer de vítima, mas sim de vencedora.
- Não me criticar, me amar e aprender comigo mesma a cada dia.
- Buscar a solução quando existir um problema.
- Dar foco somente no que quero, somente no positivo, na solução e não no prob-
lema. Tudo que você dá foco expande.
- Não reclamar, não criticar os outros ou você mesma.
- Não conversar sobre a vida do outro a não ser que seja com ele mesmo.
- Saber ouvir sem interromper e me colocando no lugar de quem relata.
- Não julgar ninguém.
- Saber dizer não.
- Dar prioridade ao que importa.
- Organizar meus afazeres e meu tempo resolvendo sempre o que é mais impor-
tante, sem perder o foco, mesmo que seja a coisa mais chata a se fazer.
- Dar atenção ao meu marido, mesmo que ele esteja faltoso em me ajudar com as
tarefas de casa ou do filho.
- Não tentar mudar o outro só a mim mesma. É mudando a nós mesmos, que o
mundo ao nosso redor se modifica.
- Hábito é um músculo, que também tem que ser exercitado como qualquer outro.
- A disciplina e dedicação têm que ser diária.
- A vida só tem o significado que eu dou para ela.

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O Paulo Vieira (coach – Febracis) tem uns cinco fundamentos que ele usa em seus
cursos-palestras e que a leitura diária me fez incorporar:
- Se é para criticar você ou os outros, cale-se.
- Se é para reclamar, dê sugestão.
- Se é para buscar culpados, busque solução.
- Se é para se fazer de vítima, faça-se de vencedor.
- Se é para justificar seus erros, aprenda com eles.
- Se é para julgar as pessoas, julguem as suas atitudes.

Além disso após fazer o método CIS, aprendi a ser auto responsável, dar foco ao
que quero e agir, já que o feito é melhor do que o bem feito.

Tony Robbins tem outros tantos conselhos e fundamentos que estou sempre lem-
brando para me melhorar como pessoa, pois, somente uma pessoa mais evoluída
pode ser capaz de primeiro entender tudo o que prega o novo ensino infantil e
depois aplicá-lo a outros.

Estou colocando esses comentários aí por experiência própria, pois depois que
comecei a aplicá-los em minha vida, tanto eu mudei como a minha própria vida.

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A influência da
mãe na vida do
seu filho:

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Não estou saindo do assunto maternidade. Mas quero lembrar que a maternidade
significa uma enxurrada de sentimentos, modificações e melhorias. Vamos
aproveitar esse momento para ser uma pessoa melhor! Tanto para você quanto
para seu filho e sua família. Afinal, agora, você não cuida só da sua vida, mas de um
outro ser também, que dependerá de você de todas as formas, que se espelhará
em você e em seus exemplos, então, porque não melhorar em todos os sentidos?
Qualquer mãe cuidará muito melhor de qualquer pessoa (filho ou não) caso seja
uma pessoa feliz consigo mesma, resolvida, com autoconhecimento, tanto para si
mesma como sobre a melhor forma de educar um filho. E se a melhor educação
vem do exemplo, precisamos agir como queremos que nossos filhos ajam!

Não quero me aprofundar em testes científicos, pois estaria mudando o rumo


deste trabalho, mas, para termos uma ideia simples, existem hoje estudos compro-
vando que o simples fato de você sorrir altera seu humor e os hormônios que seu
corpo produz, isso sem contar na sua postura, sua intensidade e entonação de voz
e o que você fala. Nossos sentimentos, pensamentos, como olhamos as coisas e
aquilo em que damos foco, também altera nosso presente e futuro.

Hoje, na literatura do auto conhecimento, não se concebe mais que seus pensam-
entos fiquem soltos em sua cabeça, não se concebe mais que você não deva con-
trolar o que pensa, como sente, no que dá foco e, por consequência, o que fala e
como age. Existem provas científicas que tudo isso muda seu jeito de ser e o que
acontece em sua vida. Todos esses estudos estão bem disponíveis, sejam em
livros, vídeos no youtube, cursos e até coach.

Voltando à criança: quando você está triste ou nervosa, são liberados hormônios
que aumentam seu ritmo cardíaco. Isso é transmitido para o bebê e pode também
alterar a pressão arterial do seu filho. Então, ele sente os efeitos físicos do seu
choro ou da sua felicidade.

Mas não acho que deva suprimir seus sentimentos, ou que a criança não deva

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passar por situações de tristeza, desapontamento, decepção ou qualquer outra


situação negativa, mas sim, que podemos diminuí-las ou conduzi-las ao
aprendizado e à evolução.

Também não estou dizendo que o desenvolvimento saudável e a felicidade do


bebê na vida intrauterina dependem só de emoções maternas positivas, até
porque ela não será uma otimista feliz o tempo todo, em todos os dias da
gestação, afinal, todos passamos por problemas e dificuldades, todos nós. O que
deixo aqui para reflexão é que já existem hoje estudos que mostram que o sistema
neural, nervoso e sentimental da sua criança já começa a ser formado dentro da
sua barriga, e, que, o tipo de sentimento que você terá têm influência direta no
filho.

O que estou sugerindo é uma evolução para melhor dessa mulher que hoje se
torna uma mãe, não só para controlar o que manda ao filho dentro da barriga, mas
também para sua educação quando este estiver fora dela.

Afinal, o que você mais vai perceber nesse período, tanto da gestação quanto da
criação, é que uma mãe de bem consigo mesma, com conhecimento e realizada,
será uma mãe muito melhor na educação de seu filho.

Então, com sorriso no rosto de verdade, seja e sinta-se feliz desde já, e você verá
que vai evoluir e aprender muito mais rápido de forma correta e sábia. Afinal não
é lógico esperarmos alcançar o que almejamos para só depois sejamos felizes.

Assim, é importante que tenha ótimos pensamentos para com o seu filho e que
fale com ele, sim, tanto mental quanto verbalmente, isto, com ele dentro da sua
barriga. E não se preocupe em parecer esquisita, realmente é comprovado que seu
filho sente toda a tua energia e toda energia emanada das palavras.

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Mas que tipo de coisa devo falar ao meu filho? Coisas positivas, adjetivos positivos,
palavras carinhosas e de muito amor. Na verdade, é comprovado que a criança já
na barriga é influenciada pela energia de suas palavras, pela entonação e pela
intensidade da voz da mãe.Na verdade, é comprovado que a criança já na barriga
é influenciada pela energia de suas palavras, pela entonação e pela intensidade da
voz da mãe.

Comece conversando com seu filho, contando histórias, contando o seu dia, com
muita alegria. Aos poucos você verá que isso será natural e gostoso depois. Cada
palavra dita é envolvida de um tipo de energia (isso pode ser comprovado por
vídeos gravados de cristais de água modificando-se a partir das palavras ditas),
assim, crie uma lista de adjetivos que você queira em seu filho e fale para ele
sempre (o chamando pelo nome). Seu foco deve ser sempre no positivo:

(nome do seu filho) você é inteligente.


Você é sábio.
Você é educado.
Você é feliz.
Você é perseverante.
Você é determinado.
Você é amoroso.
Você é família.

Mas que tipo de brincadeira, posso fazer com meu filho na barriga? Tudo vale a
pena, tudo que pode te fazer interagir com seu filho.

Mas não se preocupe, vou passar aqui uma lista de exercícios que você poderá
fazer com seu filho, mas não se prenda só a eles, sua imaginação é ilimitada.
Alguns exemplos:

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- Acender e apagar a lanterna encostada na barriga (quando ele estiver desperto);


- Contar histórias e ouvir músicas;
- Massagem de leve;
- Cantar com microfone (quando ele estiver desperto);
- Colocar aqueles fones de ouvidos grandes encostados na barriga, com lindas
músicas para seu bebê ouvir (quando ele estiver desperto);
- Deixar cair sobre a barriga água morna e depois água gelada;

Enfim, esses são só alguns exemplos, mas aqui o céu é o limite.

Só lembre de ir sempre explicando tudo o que você está fazendo com seu bebê.
Todas essas atividades são recomendadas somente após as 28 semanas da
gestação.

Com o passar do tempo, você vai ver que o seu bebê vai mexer muito na sua barri-
ga, pegue essas horas em que ele estiver acordado e brinque muito com ele. Cante
para ele, recite poemas, conte seu dia e chame-o sempre pelo nome.

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O que a mãe deve fazer
durante a gravidez:

Tomar sol:
Uma pesquisa do Reino Unido publicada no jornal científico Heliyon descobriu
que bebês nascidos no verão tem um leve aumento do peso, altura e, no caso de
meninas, a puberdade ocorre mais tarde.

Os especialistas acreditam que estes benefícios ocorrem especialmente nos bebês


nascidos no verão devido à maior exposição ao sol. Esta maior exposição levaria a
maior concentração de vitamina D no organismo da gestante, já que esta substân-
cia é obtida principalmente por meio da exposição solar.

Pesquisas anteriores já apontaram que boas quantidades de vitamina D ajudam a


prevenir a hipertensão e pré-eclâmpsia no final da gestação. Já no início da gravi-
dez ela previne abortos, especialmente os casos em que eles ocorrem mais de
uma vez.

Boas quantidades de vitamina D podem até mesmo prevenir o autismo em


crianças. Por tudo isso, é interessante conversar com o seu obstetra e realizar um
exame de sangue a fim de saber se há necessidade da suplementação com a vita-
mina D ou se bastam os 20 minutos de sol ao dia. Não ingira vitaminas sem a ori-
entação médica, pois o excesso dela pode levar a problemas nos rins.

Podem surgir manchas gravídicas, então aconselha-se a tomar muito cuidado com
o sol no rosto, o estrógeno estimula a produção de melanina que, em excesso,
causará os cloasmas. Então, faça sol ou esteja nublado, use o protetor solar.

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O que usar e o que não usar:


Alguns produtos que a mãe usa podem chegar ao filho. Não estamos falando aqui
de alimentos, mas de cremes, produtos químicos para o rosto e o cabelo, esmaltes,
enfim. Assim, consulte o seu médico sobre o que usar ou não. Existem médicos
mais radicais e médicos mais liberais. E existem produtos que serão cortados por
todos, tais como: alguns tipos de tintura, alisamentos, ácidos etc. Aqui vale a pena
levar tudo que está usando para seu médico verificar e ainda consultá-lo quando
lhe surgir alguma dúvida.

Sono:
É importante ter horas de sono adequadas, pois o descanso da mãe é essencial
para ela e para o filho também.

Afinal, o quanto preciso dormir? Cada um de nós tem uma necessidade única de
horas de sono. Mas você verá que no começo da gravidez e no final seu corpo
estará pedindo muito mais descanso, assim, obedeça e tente descansar. Se não
tiver como dormir mais do que já dorme naturalmente, não se estresse.

O sono restaura o corpo da mãe e do filho também, durante ele que seu bebê gan-
hará peso e saúde!

Necessário esclarecer que a postura mais recomendável para a gestante é dormir


do lado esquerdo, isto, porque ao apoiarmos desse lado o sangue flui de maneira
muito mais natural.

É por isso que os ginecologistas recomendam dormir dessa maneira e não do lado
direito, tudo por conta da circulação do sangue. Além disso, outro claro benefício
é que essa posição ajudará a prevenir varizes.
Dormir sobre o lado esquerdo facilita o fluxo sanguíneo, a capacidade de oxigênio
do futuro bebê e também a comodidade da mãe.

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Para que a hora de dormir seja muito mais agradável é necessário, além de deitar
do lado esquerdo, dormir com um travesseiro entre as pernas, que ajude a repartir
o peso da barriga e faça com que a bexiga esteja mais segura para não ter vontade
de ir ao banheiro muitas vezes.

Exercício físico:
Acabaram as desculpas, pesquisas recentes constataram que a prática de
exercício físicos deve ser feita por todas as mulheres, mesmo aquelas acostuma-
das a levar uma vida sedentária. As atividades físicas podem ser realizadas por
grávidas saudáveis desde o início até as últimas semanas de gestação, a defender
a orientação do seu médico.

De acordo com os especialistas, as grávidas devem manter níveis moderados de


atividade física, isto é, sustentar um ritmo vigoroso, mas sem cansar demais. E o
ganho não é só para a mãe, mas para o filho também.

A circulação sanguínea e a frequência cardíaca do bebê aumentam e isso prepara


melhor seu sistema cardiovascular. Por melhorar o aporte de oxigênio por todo o
corpo, incluindo o cérebro, haverá uma maior desenvolvimento neurológico
também.

Cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, realizaram um estudo com 60


gestantes que não tinham o hábito de se exercitar e eram pacientes do Hospital
Pediátrico Sainte-Justine, na cidade canadense. Dados socioeconômicos e nutri-
cionais das mulheres foram comparados para que entrassem nos testes apenas
aquelas com perfis semelhantes. Dos quatro aos nove meses de gravidez, metade
das participantes entrou para um programa supervisionado de atividades físicas
aeróbicas, 20 minutos por dia, três vezes por semana.

E entre oito a 12 dias após o nascimento, os 60 bebês passaram por um eletro-

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encefalograma, método não invasivo que mede, por meio de eletrodos posiciona-
dos na cabeça, a intensidade da atividade cerebral.

Conclusão: os pesquisadores descobriram que os bebês das mulheres fisicamente


ativas tinham uma ativação cerebral mais madura, sugerindo que seus cérebros se
desenvolveram mais rapidamente. O objetivo da pesquisa foi contribuir para a
compreensão dos efeitos da atividade física durante a gravidez no cérebro do
recém-nascido e fornecer algumas ideias sobre neuroplasticidade fetal, ou seja,
como o cérebro do feto é influenciado pelo ambiente.

Alimentação:
Não se esqueça de se alimentar de modo adequado e constantemente. Você
poderá sentir desejos, cada gravidez é diferente da outra, até para a mesma mãe,
então curta o que estiver sentindo. Mas é importante que coma, de hora em hora,
alimentos saudáveis e beba muito líquido.

Fruta, legumes e verduras, são importantes, porém, a lavagem deles é mais impor-
tante ainda, a ponto de obstetras requererem a ingestão desse tipo de alimento
somente em casa, onde a lavagem será adequadamente realizada, isto porque é
na ingestão de alimentos crus durante a gestação que se tem a chance de contrair
toxoplasmose, que é causada por um parasita que se encontra, normalmente, nas
fezes dos gatos, também em alguns pássaros e outros animais. Legumes crus con-
taminados, bem como carne crua ou mal cozida, podem ser portadores do parasi-
ta causador desta doença. Ela não apresenta riscos para a grávida, mas pode apre-
sentá-los para o feto, especialmente se a doença for contraída no primeiro trimes-
tre de gestação. O bebê pode nascer com problemas de visão, com atraso mental,
com peso abaixo do normal e icterícia, entre outras complicações.

Essa alimentação deve ser pensada tanto para o filho quanto para a mãe, assim
cuidado com pré-diabetes, colesterol ou pressão alta durante a gravidez e alimen-

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tos que não auxiliam nessas questões. Seu médico irá lhe indicar o que comer e o
período em que você deve se alimentar; caso queira algo mais preciso, procure um
nutricionista.

Lembre-se que existem pesquisas que comprovam que o paladar do seu filho será
moldado de acordo com o que foi ingerido por você tanto na gestação quanto o
que foi ingerido durante o período de amamentação.

E por último, não se esqueça de beber muito líquido. Água de coco é excelente, ter
uma sempre em mãos seria bem legal.

Tem algumas grávidas que começam a sentir muita vontade de comer doce, isso
porque o corpo estará pedindo mais energia. Assim, tente substituir o açúcar por
fruta, um chá de canela ou suco verde. Você verá que logo seu desejo de doce se
saciou e você estará criando um gatilho mental e um hábito saudável.

Sobre a alimentação do filho, ela só começa aos 6 meses de idade.

Vamos somente fazer um comentário que é muito importante: não dê doces ao


seu bebê até que ele complete no mínimo 2 anos ou mais. O açúcar ingerido não
lhe trará benefícios e está provado que criança que tem contato com doce na
idade precoce terá uma predisposição muito maior para gostar de comer doces do
que criança que não foi apresentada e esse tipo de alimento.

Lavagem de legumes, frutas e folhas:


Para lavar frutas e verduras corretamente deve-se fazer os seguintes passos:
- Lavar os alimentos em água corrente, utilizando uma bucha ou escovinha para
retirar a sujeira visível a olho nú;
- Deixar as frutas e as verduras com casca de molho em uma bacia com 1 litro de
água e 1 colher de sopa de água sanitária ou de hipoclorito de sódio durante 15

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minutos;
- Lavar as frutas e as verduras em água potável para retirar o excesso de hipoclori-
to.

A quantidade de produto químico deve ser respeitada porque o consumo regular


deste tipo de substância pode prejudicar o aparelho digestório. O uso de produtos
como alvejantes, cloro e tira-manchas é totalmente desaconselhado, e o uso de
vinagre também, pois ele não consegue eliminar algumas bactérias nocivas à
saúde.

A água sanitária e o hipoclorito de sódio não devem ser usados por pessoas com
problemas de tireóide, pois esses produtos contêm cloro, um mineral que reduz a
absorção de iodo no intestino, nutriente fundamental para o bom funcionamento
da tireoide.

Uma solução alternativa e mais saudável para a lavagem de frutas e legumes é o


uso de Peróxido de Hidrogênio a 3%, que pode ser feito em farmácias de manipu-
lação e utilizado por todas as pessoas, incluindo casos de problemas na tireoide e
gravidez.

Para usá-lo, deve-se diluir 1 colher de sopa do produto para cada 1 litro de água,
deixando os vegetais de molho por 15 minutos. Após esse tempo, deve-se lavar os
vegetais em água corrente para retirar o excesso do produto e armazenar os
alimentos na geladeira.

O vinagre não é uma boa opção para higienizar os alimentos porque ele não mata
os micro-organismos, ele apenas ajuda a soltar a terra, as larvas e os insetos que
ficam presos aos legumes.

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Carne crua e Ovos:


Carnes (bovinas ou suínas) e aves cruas, mal passadas ou defumadas devem ser
evitadas durante a gravidez, devido ao risco de conterem a bactéria da salmonela
e o parasita da toxoplasmose, entre outros problemas.

Felizmente, as chances de se pegar toxoplasmose na gestação são baixas. Se você


já teve uma vez, não vai pegar de novo. Caso tenha gatos em casa, as chances de
que até tenha tido a doença e já tenham desenvolvido imunidade a ela são
maiores.

Não se preocupe, porque o teste para a doença faz parte da bateria de exames
que seu médico pedirá para realizar antes ou assim que você descobrir que está
grávida.

Reduza os riscos de contrair salmonela ou toxoplasmose tomando as seguintes


precauções de higiene com os alimentos (as observações abaixo se aplicam a
todos os tipos de carne ou aves):
- Guarde a carne na geladeira de forma que seus líquidos não escorram em cima
de outros alimentos;
- Não use a mesma tábua para cortar ou bater carne e picar verduras ou fatiar
alimentos cozidos sem limpá-la muito bem antes;
- Lave bem as mãos e os utensílios depois de mexer com carne crua
- Cozinhe a carne até que não esteja mais rosada por dentro e o suco que sai dela
esteja transparente (faça um teste com um garfo na parte mais grossa);
- Tenha cuidado especial com churrascos, já que a carne pode até parecer mais
tostada por fora, mas ainda pode estar mal passada por dentro.

Da mesma forma, para evitar bactérias que sejam prejudiciais à gravidez, você só
deve comer ovos se estiverem bem cozidos, com a clara e a gema firmes.

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Também é recomendável evitar pratos que são feitos com ovos crus ou apenas
parcialmente cozidos, como gemada, maionese e alguns molhos de salada.

Queijos a serem evitados:


Leite e derivados são fontes de cálcio da alimentação do ser humano. O cálcio é
fundamental para diversas funções do organismo, principalmente para a for-
mação e manutenção de ossos e dentes. Na gravidez, a necessidade do consumo
aumenta, já que o bebê precisa do mineral para seu desenvolvimento.

Entretanto, alguns laticínios podem representar um perigo para a gestante e para


o bebê e devem ser evitados. São os queijos mais moles, mofados como o brie,
camembert, bem como, queijos mais pastosos ou macios, como: feta, gorgonzola,
blue cheese, roquefort, minas artesanal ou outros queijos caseiros. Esse tipo de
queijo não é seguros para ser consumido na gravidez, pois pode carregar microor-
ganismos prejudiciais a saúde do feto.

Embora a falta de pasteurização seja a principal razão pela qual não se deve con-
sumi-los, a umidade e menor acidez de alguns queijos também os tornam um
meio ideal para a proliferação dos micro-organismos.

O melhor, portanto, é evitar os queijos citados. Mas, se a vontade de comer foi


muito grande, certifique-se da procedência do queijo, se há registro e aprovação
pelos órgãos de fiscalização sanitária e de agricultura. Provavelmente esses pro-
dutos passaram por todas as etapas de produção sob controle higiênico-sanitário
adequados que reduzem o risco de contaminação.

Alguns tratamentos térmicos, como gratinar, reduzem o risco de contaminação


embora não o elimine;

Obs: Apenas derreter o queijo não é sinônimo de segurança. Os queijos mais

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seguros para serem consumidos são aqueles mais duros, processados e logica-
mente os que são feitos com leite pasteurizado. Nessa lista podemos incluir o em-
mental, queijo cheddar, cottage, parmesão, alguns feito com leite de cabra pas-
teurizado, requeijão, mascarpone ou qualquer outro que passou por pasteur-
ização e tenha aprovação pelos órgãos de fiscalização competentes.

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Vitaminas

Neste período, e até mesmo antes da sua gravidez, os médicos já recomendam

que a mulher tome algumas vitaminas. Assim, seria bem interessante se você

procurasse o seu médico antes mesmo de engravidar para que ele lhe passasse as

vitaminas adequadas a serem tomadas.

Uma delas é o ácido fólico, que ajuda a prevenir doenças do tubo neural no bebê,

como a espinha bífida (quando a medula espinhal não se fecha por completo), e

do cérebro, como a anencefalia. Os defeitos do tubo neural acontecem durante o

estágio inicial de desenvolvimento, muitas vezes antes até que as mães saibam

que estão grávidas. Além do ácido fólico outras vitaminas serão passadas.

Hoje tanto o ácido fólico quanto uma suplementação vitamínica são obrigatoria-

mente repassados. Não vou aqui me estender nesse ponto sobre qual tipo de vita-

mina deve ser tomada, pois varia tanto de médico para médico quanto de tempos

em tempos, mas não se preocupe, pois se você for analisar os suplementos vita-

mínicos para grávidas, quase todos têm os mesmo componentes, somente mu-

dando, às vezes, a concentração deles.

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Os hormônios que são liberados em seu corpo:


Mesmo com a ingestão de vitaminas, o seu corpo, como grávida, irá liberar muito
hormônio, isso é natural.

Isso explica sua mudança de temperamento ou de humor. Isso explica talvez se


você ficar mais sensível e se os fatos te afetarem mais profundamente do que
antes. Relaxe; tudo é temporário e volta ao normal, até a memória (o que vamos
explicar em um tópico adiante).

Para mães que ficam mais irritadas, impacientes ou até as que sentem ansiedade,
uma técnica maravilhosa é a meditação. Tem muitas mães que adotaram a med-
itação desde a gestação e nunca mais pararam tamanhos os benefícios que esta
técnica traz.

Existem muitas meditações teleguiadas pelo youtube, se você preferir, mas basta
que dedique um tempo para se desligar, não pensar em NADA, absolutamente
nada.

Aumento de peso:
Já a partir do 4º mês de gravidez, a mulher deve engordar, em média, 0,5 Kg por
semana, para uma gravidez saudável. Por isso, se o índice de massa corporal - IMC
- da mulher ao engravidar é normal, é aceitável que engorde entre 11 e 15 Kg na
gestação.

Mas isso também vai de cada uma para cada uma, varia de pessoa para pessoa. O
adequado é não fazer regime nesse período e comer o mais saudável e adequado
possível.

Cálculo da gestação:
Para calcular a data prevista para o parto basta saber a data do 1º dia do último
ciclo menstrual e acrescentar 7 dias e nove meses.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Porém, com oito semanas o exame de sangue sexagem fetal lhe dará a data.

O dia do parto:
Quando calculado pelo dia da última menstruação, uma gestação normal (ou de
termo) dura entre 37 a 42 semanas. Se o bebê nascer antes das 37 semanas, é con-
siderado um bebé prematuro. Se nascer depois das 42 semanas, é um bebé
pós-termo.

Na maioria dos casos, os bebês nascem por volta das 40 semanas de gestação.
Como a datação da sua gravidez considera o primeiro dia do seu último período
menstrual, a data do parto é calculada acrescentando 40 semanas.

Exames que devem ser realizados:


Endovaginal do 1º trimestre – via transvaginal – entre 4 e 14 semanas:
Visualiza o local de implantação da gestação, a quantidade de embriões, o bati-
mento cardíaco, tempo de gravidez.

Translucência Nucal – via abdominal e/ou transvaginal – entre 11 semanas e 13


semanas e 6 dias:
Avaliação bidimensional quanto ao risco de síndromes gênicas.

Morfológico do 1º trimestre – via abdominal e/ou transvaginal – entre 11 sema-


nas e 13 semanas e 6 dias:
Avaliação bidimensional quanto a malformações e avaliação quanto ao risco de
síndrome genética.

Gestacional ou obstétrico simples – via abdominal – de 14 semanas até o térmi-


no da gestação:
Avaliação bidimensional do crescimento fetal, morfologia básica, sexo, líquido am-
niótico, placenta e cordão umbilical.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Morfológico do 2º trimestre – via abdominal – entre 20 e 24 semanas:


Avaliação bidimensional detalhada da morfologia (detecta má formação) e aval-
iação do crescimento e anexos fetais.

Doppler Gestacional – Via abdominal – entre 24 e 28 semanas:


Avaliação do fluxo sanguíneos que chega até a placenta pelas artérias uterinas
(predição de restrição de crescimento fetal e hipertensão gestacional) e avaliação
da vitalidade fetal por meio do fluxo sanguíneo no cordão umbilical, artéria cere-
bral média do feto, ducto venoso.

Obstétrico com Doppler – via abdominal – após 24 semanas:


Avaliação em conjunto do exame obstétrico simples (gestacional) e do Doppler
Gestacional. Exame para avaliação de patologias que causam restrição do fluxo
sanguíneo.

Perfil Biofísico fetal – Via abdominal – após 28 semanas até o término da


gestação:
Avaliação de vitalidade fetal por meio de pontuação atribuída aos movimentos
corporais fetais, movimentos respiratórios fetais, tônus fetal, variabilidade da fre-
quência cardíaca fetal e quantidade de líquido amniótico.

Cardiotocografia – via abdominal – após 28 semanas até o término da gestação:


Avaliação de vitalidade fetal por meio da variabilidade da frequência cardíaca
fetal, de acelerações transitórias, desacelerações, entre outros.

3D, 4D – Via abdominal – qualquer idade gestacional, porém mais interessante


entre 28 e 32 semanas:
3D: imagem tridimensional com avaliação estática da superfície fetal (foto);
4D: imagem tridimensional com avaliação dinâmica da superfície fetal (vídeo).

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O que comprar

Roupas
Bodies de mangas curtas e longas: 5 peças de cada tipo.
Culotes: 5 peças.
Meias: 4 pares.
Macacões: 5 peças (essa peça era a que eu mais gostava, pois cobria os braços,
pernas e barriga). Na hora de dormir só usava essa peça para nunca ficar de barri-
ga para fora e passar frio. E como não usava cobertor, era uma peça curinga.
Lembre-se de qual em qual estação do ano o bebê vai nascer e pense nos tecidos.
Casacos de lã: a depender do clima da sua cidade.
Fraldas de tecido da grande e da pequena: 10 peças.
As pequenas são para limpar boca, nariz, limpam o rosto e não ocupam muito
espaço. As grandes são fraldas de ombro, usadas para colocar no ombro antes de
pegar o bebê, proteger a roupa da mãe se o bebê regurgitar, cobrir o bebê etc.
Roupa de cama: 3 jogos de lençol para berço. Mas preste atenção, pois eu mesma
nunca usei os dois jogos de lençol, somente o lençol do colchão e não a coberta,
pois o bebê não tem força no começo para retirar o lenço do nariz. E o frio? Eu
colocava o Álvaro bem agasalhado e dispensava a coberta.
Toalhas: 3 peças.
Protetor de berço: 1 kit.

Higiene
O que é preciso na hora de trocar as fraldas do bebê: pote para guardar algodão,
cotonetes, tigelinha e garrafa térmica.

Algodão: 1 pacote do grande – você vai usar toda hora que seu bebê fizer cocô.
Lenços umedecidos: 1 pacote – Eu não usei no começo isso, só depois de meses e
quando não estava em casa (muitos bebês têm alergia).

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Sabonete neutro: 2 unidades.


Aspirador nasal: 1 unidade.
Conjunto para manicure: 1 conjunto com tesoura, cortador e lixa.
Creme para assaduras: 1 bisnaga.
Escova e pente para cabelo: 1 conjunto.
Fraldas descartáveis: 3 pacotes (essas, você vai comprar toda semana)
Cuidado, compre a fralda mais cara no começo, por conta de alergia e depois você
vai testando as mais baratas.

Acessórios
Babá eletrônica: 1 unidade.
Banheira: 1 unidade
Não se esqueça de medir o boxe do banheiro antes de comprar a banheira e saber
qual o tamanho que ele pode ocupar. Lembre-se de que deve haver um espaço de
manobra para fazer a banheira entrar e conseguir dar o banho na criança. Depois
disso, vá às compras com a fita métrica na mão.
Cadeirinha de carro: 1 unidade.
Prefira os modelos que comportam mais quilos e com certeza o selo do Inmetro.
Carrinho de passeio: 1 unidade.
Berço: 1 unidade.

Opcional:
Saída de maternidade
Luvas: se morar em um local frio e também tem mãe que usa para que o bebê não
se arranhe.
Termômetro para banho: só se você não confiar nas próprias mãos ou cotovelo.
Espuma para banheira: ela serve para evitar que o bebê escorregue. Se você
segurá-lo bem, não precisa.
Almofada para amamentar: eu mesma não me adaptei, e qualquer travesseiro
serve.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Vaporizador e termômetro: espere para que o pediatra te indique um.


Babadores: tem gente que ama, eu nunca usei, pois para mim sujava o babador e
roupa (dois itens).
Bolsas para carregar os itens do bebê: item bem pessoal. Se for comprar, tente
tirar as coisas dela com uma mão só, pois o outro braço estará ocupado com o
bebê.
Esterilizador.
Chupetas: algumas crianças pegam, outras não.
Óleo para massagem.
Canguru: colete ou sling para carregar a criança.

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O que vou precisar para o
quarto e banheiro do bebê:

- Moisés: a primeira cama do seu bebê.

- Berço.

- Trocador.

- Armário para roupas.

- Abajur.

- Cadeira de amamentação.

- Banheira.

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Enfim chegou:
vou dar à luz

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

O que levar para o hospital?

Para você:
1 pacote de absorvente próprio para o pós-parto.
1 chinelo de quarto.
3 jogos de camisolas que sejam de fácil manejo para a amamentação e hobby.
6 calcinhas de tamanho maior do que usava antes de engravidar.
1 cinta pós-parto.
1 roupa para o dia da alta.
2 sutiãs de amamentação.
1 pomada para rachadura de seio.
- protetores de seios.
- absorventes para seios.
- produtos de higiene íntima: escova de dente, escova de cabelo, shampoo, sabo-
nete, creme dental, desodorante, toalhas e demais itens de banho.
- maquiagem.

Utensílios e documentos:
Documento de identidade.
Plano de saúde ou da segurança social.
Exames médicos efetuados.

Conforto para carregar o bebê, seja no braço ou no carro.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Para o bebê:
1 creme para prevenção de assaduras.
1 creme para tratamento de assaduras.
1 pacote de fralda descartável (tamanho recém-nascido).
3 bodys de manga curta e comprida.
3 calças/mijão/culote.
2 casaquinhos.
3 macacão de recém-nascido.
2 lençois de bercinho.
1 manta (de acordo com a estação).
6 fraldas de pano (brancas, sem pintura).
1 toalhas com capuz.
1 escova para cabelos.
2 sapatinhos, gorro e luvas de lã (no frio).
3 cueiros.
1 roupa para sair do hospital.
1 sabonete.
- lembrancinhas.
- enfeite de porta.

O bebê e a mamada imediata:


Colocar o bebê no colo da mãe após o parto é essencial.

Ao ter contato com a mãe após o parto, o bebê será colonizado pelas bactérias da
mãe. Neste primeiro contato, é essencial que a mãe amamente, pois o colostro,
primeiro leite da mulher, possui bactérias que irão contribuir para a formação da
flora intestinal do bebê e também irá estimular a descida do leite materno.

No primeiro dia de vida, o volume de leite que cabe no organismo do bebê é de 5

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

ml (uma colher de chá). O bebê, inclusive, nasce com uma reserva de energia que
pode fazer com que ele não mame nas primeiras horas, mas isso deve ser observa-
do pelo pediatra, pois aí temos uma linha tênue e é importante que o bebê seja
bem alimentado em seus primeiros dias de vida, e por mais que seja raro, existe
mãe que produz pouco leite ou colostro, aí é importante ver com o pediatra sobre
a possibilidade de suplementação. Isso tudo deve ser observado pela mãe e pelo
pediatra que checará o peso de seu bebê nos primeiros dias, mas tenha em mente
que o esperado é que o bebê perca no máximo 10% de seu peso ao nascer nos
primeiros dias de vida e depois isso deve ser recuperado. Então fique atenta não
só à quantidade de xixi e cocô, mas ao choro inconsolável mesmo após a mamada,
à falta de dormida. Não espere e consulte o seu pediatra.

O teste de Apgar
No primeiro e no quinto minuto após o nascimento é feito o teste de Apgar. Nele
é avaliada a condição do bebê. Os pontos levados em consideração são: res-
piração, frequência cardíaca, tônus muscular, cor e irritabilidade reflexiva.

A nota do teste de Apgar varia de 0 a 10, sendo que de 8 a 10 (que ocorre com
cerca de 90% dos recém-nascidos) significa que o pequeno nasceu em ótimas
condições. Nota 7 representa que houve uma leve dificuldade. Já notas de 6 a 4,
traduzem dificuldade de grau moderado e de 0 a 3, dificuldade grave.

O corte do cordão umbilical


Atualmente, a orientação é que o cordão umbilical do seu bebê só seja cortado
quando não estiver mais pulsando porque é quando a mãe para de enviar sangue
a ele. O clampeamento tardio e a amamentação após o parto garantem a necessi-
dade de ferro do bebê até os 6 meses de vida. Caso o clampeamento ocorra antes
da hora, o risco de o bebê desenvolver anemia na infância é muito maior.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

A importância do vernix
Seu bebê irá nascer com uma camada esbranquiçada ao seu redor. Isto não é
sujeira, mas sim o vernix! Quando o bebê está dentro do útero ao seu redor existe
esse verniz, camada que o protege e ainda evita que ele perca calor, trata-se da
sua primeira proteção, que lhe fornece calor.

Testes e vacinas no bebê


Durante sua estadia na maternidade será realizada uma série de testes no bebê, a
fim de certificar que não há problemas de saúde. São: teste do pezinho, teste da
linguinha, teste do coraçãozinho, teste do olhinho e teste da orelhinha. Também
são aplicadas as vacinas BCG e contra a hepatite B.

A saída da maternidade
A orientação geral é que os pais e o bebê deixem o hospital após 48 horas em
casos de parto normal e após 72 horas em casos de cesárea. Esse tempo é impor-
tante para que os profissionais observem se o pequeno ganhou peso, se teve
icterícia ou não e outros problemas.

39
O leite materno

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

O leite materno é absolutamente o alimento mais importante para o bebê.


Ele contém tudo que é necessário para sua alimentação. Não vou tecer muitos
comentários aqui sobre esse assunto que já está imensamente divulgado, mas
quero somente esclarecer uma coisa: não existe leite materno fraco que precise
de qualquer tipo de suplementação.

O que pode existir é o fato de que a mãe talvez não produza a quantidade sufi-
ciente de leite, aí sim será necessária a complementação com fórmula. Mas lem-
bre-se: não é você que irá dizer se seu leite não está em alta produção, mas o seu
pediatra. Não se preocupe com isso, não dê foco nisso, pensamento tem poder e
onde você foca, expande. O pediatra estará te acompanhando a todo momento e
medindo sempre a curvatura tanto da altura quanto do peso do seu filho, assim,
caso verifique algo, ele irá te avisar.

O leite materno é tão poderoso que existe comercialização ilegal do mesmo no


mercado negro.

Sabe-se que grande parte do leite materno é água, especialmente no início da


mamada. À medida que o bebê mama, o leite vai se tornando cada vez mais gor-
duroso. Mas, além de água e gordura, o leite materno contém vitaminas, açúcares,
substâncias anti-inflamatórias, sais minerais, células-tronco, microRNA e muitos
outros componentes sequer ainda identificados. O mais impressionante é que a
lista de ingredientes do leite pode mudar conforme o crescimento e a saúde da
criança: se, por exemplo, ela tiver uma infecção, ele trará anticorpos e substâncias
estimulantes do sistema imunológico.

O aleitamento reduz o risco de mortalidade infantil. A amamentação exclusiva


(sem chazinho, sem água) até os 6 meses de idade reduz o risco de morte por diar-
reia e por infecções respiratórias.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Se o bebê ficar grudado no seu peito o dia todo, você discutirá isso com seu pedi-
atra. Mas lembre-se: ele pode estar apenas suprindo sua necessidade de sucção,
de afeto, mesmo assim, então, deixe-o com seu objeto preferido e não fique pre-
ocupada, isso vai passando aos poucos.

Mamar de meia em meia hora é normal para os bebês nos primeiros


dias, já que seu estômago é muito pequeno, então eles mamam e logo querem
mamar novamente!

Não há tempo exato para cada mamada. Existem bebês que mamam 1 hora, outros
o dia todo, outros 10 minutos. Não há regra. Cada bebê é de um jeito! Veja em que
perfil seu filhote se encaixa e entre no ritmo dele. Somos mães, logo isso vai passar
e sentiremos saudades!

Quando os bebês nascem, normalmente dormem bastante, principalmente no


peito, então, para que a mamada seja eficaz, às vezes é necessário fazer cócegas
nos pezinhos dessa forma ele irá despertar e mamar melhor.

Você tem dúvida se o bebê está mamando realmente? É simples, preste atenção
na fraldinha, se tiver ao menos 4 fraldas com xixi por dia (pesada), está tudo certo,
seu bebê está mamando!

O cocô não é parâmetro para medir a quantidade de leite que o bebê mama.
Bebês que mamam exclusivamente no peito podem ficar dias sem fazer cocô, é
normal, eles estão absorvendo todos os nutrientes. Da mesma forma, caso o bebê
faça cocô a cada mamada, também é normal.

Bebês devem abocanhar a aréola do peito e não somente o bico, isso significa que
se você não tiver bico, ou seu bico for invertido, o bebê vai mamar da mesma
forma. Bico de silicone NÃO É RECOMENDADO, aliás, nenhum bico artificial é

42
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

recomendado, nem chupeta, nem mamadeira, nem chuquinha, nem nadinha.

A pega incorreta faz com que o bebê não mame direito, sinta fome, o leite vai
diminuindo até secar e consequentemente chegar ao desmame.

Quanto mais peito você der, mais leite você vai ter! O seu leite é o alimento perfei-
to para o seu filho. Até os 6 meses deve ser o alimento exclusivo.

Até 1º ano o leite materno deve ser o principal alimento para o bebê. Com 6 meses
você começa a inserir alguns alimentos, devagar, com calma, um alimento de cada
vez para ver a aceitação e possíveis reações alérgicas.

Lá pelo 3º ou 4º mês o peito costuma ficar mais murcho, é a nossa produção se


adequando às necessidades do bebê.

Estou tendo leite suficiente?


Necessário ainda esclarecer que às vezes a mãe, muito preocupada, acha que tem
pouco leite, que o bebê mamou pouco. Mas não se preocupe, o corpo humano é
tão inteligente que a produção de leite vai aumentando de acordo com a necessi-
dade do bebê, lembre-se que o tamanho do estômago do bebê é muito pequeno,
assim, pouca sugada no começo de sua vida já o sustentará. Você verá o quanto
depois seu leite aumentará e que algumas circunstâncias o fazem aumentar
também, o que será esclarecido mais adiante. Até por esse fator orienta-se a não
dar qualquer outro líquido ao bebê, com amamentação exclusiva pelo leite mater-
no, pois, se entram outros líquidos, perde-se espaço para o leite. E quem é maluco
de dar outra coisa que não seja essa composição mágica do leite da mãe, que não
só fornece os nutrientes necessários ao crescimento da cria como tem substân-
cias capazes de protegê-la contra infecções?

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Até quando devo amamentar?


A OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgou, em 1990, a Declaração de Inno-
centi, orientando acerca do aleitamento exclusivo até os 6 meses de idade. E ori-
enta-se que a amamentação (não exclusiva) pode ir até os 2 anos de idade.
Pesquisadores esclarecem que a amamentação até a idade sugerida não causa
dependência emocional da criança para com a mãe.

Os benefícios de amamentar:
Mas os benefícios do leite materno não se restringem à infância. Novos trabalhos
mostram que o impacto da amamentação continua a ecoar ao longo da vida
adulta, influenciando fatores como a tendência à obesidade, o QI, a escolaridade
e até a renda. Pesquisas que compararam bebês que mamaram por menos de um
mês com os que mamaram durante um ano apontam que os que mais mamaram
tiveram, aos 30 anos, quatro pontos a mais no score de QI, quase um ano a mais
de escolaridade e uma diferença de renda. O estudo isolou dez variáveis sociais e
biológicas (como escolaridade e renda dos pais, tipo de parto, tabagismo materno,
entre outras) para garantir o rigor da análise e definir exatamente o papel do leite
materno nesse contexto.

A ciência vem mostrando que a amamentação é benéfica também para as mães,


que ficam mais protegidas contra o câncer de ovário e de mama.

Além disso, amamentar ajuda a recuperar o peso pré-gestação e também facilita a


superação da depressão pós-parto.

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A amamentação

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Décadas atrás, a profissão da mulher era ser mãe e ela estava em contato com

diversas outras mães, cercadas de crianças, cuidando até de crianças que não

eram suas, pois a média era de 6 crianças por casal. Hoje a mulher tem outra

profissão que não seja exclusivamente ser mãe e esposa, a taxa de fecundidade

passou a ser de apenas um a dois filhos por casal, tendo casais ainda que decidem

não ter filhos. Ou seja, é bem provável que a mulher que se torna mãe hoje não

tenha convivido com outras lactantes, não conte com o suporte direto de outras

mulheres da família e viva a experiência da amamentação apenas uma vez em

toda a vida e sem orientação adequada. Isso sem falar que muitas delas precisam

voltar ao mercado de trabalho quatro meses após o parto.

E o sucesso da amamentação depende MUITO dessas trocas de informações e

experiências e orientações que a mulher não deveria ignorar.

Mas do que estamos falando? Estamos falando de qualquer dúvida com relação à

amamentação, mas principalmente do início da amamentação, da pega do bebê.

Várias mães acham que é normal sentir dor e demoram muito a buscar apoio. Não

é normal a dor. E se a pega não estiver correta, você poderá sofrer muito mais a

ponto de não dar conta mais de amamentar.

Mas afinal o que é pega?

É o jeito que o bebê coloca a boca no bico do seu seio. É como ele irá mamar.

E o que é uma boa pega?

A boa pega é aquela em que o bebê abre bem a boca e coloca a língua para fora,

de modo a abocanhar grande parte da auréola ou até toda ela.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Quando o recém-nascido persiste em uma pega errada, acaba machucando a mãe

e ainda não consegue retirar o leite que precisa. Irritado e faminto, não desgruda

do peito, ferindo ainda mais os mamilos. E assim se inicia um círculo torturante

para o bebê e, especialmente, para a mãe.

O bico machucado é a pior coisa que a mãe poderá ter. Então, quando começar a

machucar, você já saberá que a pega não está correta. E se não for imediatamente

corrigido o ferimento, chegará a um ponto em que poderá te impedir de amamen-

tar.

Com relação à postura do seu filho, seu pediatra irá orientá-la, isto para que não

haja refluxo, para que ele mame mais fácil. Além disso, você deve observar a pega,

como ele está abocanhando o bico do seu peito, ensine a ele até que ele possa

fazer de forma automática e sozinho. Quando estiver praticando diariamente, ele

fará isso automaticamente, e, parabéns, você o ensinou do modo correto. Com o

tempo você se sentirá confortável para colocar o bebê na posição que você quiser,

e que delícia será!

Mas se você é do tipo que irá olhar tudo na internet, inclusive as posições, segue

a mais indicada posição de segurar a mama:

Coloque a mão em formato da letra “C” (polegar acima da auréola e todos os

outros dedos, inclusive a palma abaixo sob a mama).

Posição do bebê:

O queixo do bebê encosta na mama, na hora da pega os lábios ficam virados para

fora e o nariz livre. E lembre-se: a boca dele deve abocanhar a aréola e não só o

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

bico do seio. Quando se diz auréola, é óbvio que cada mulher tem um tamanho,

umas pequenas, outras grandes e outras enormes e poucas vezes o bebê irá abo-

canhar a aréola toda. E mais: a boca do seu bebê será pequenininha, então é

necessário ter o bom senso e verificar se a boca dele está no caminho certo, assim,

mais uma dica é que a auréola ideal fica aparente acima da boca do bebê.

Mas veja a figura, que será mais bem entendido.

Como ter mais leite:

Esse é um ponto muito interessante e de muito debate. Se for ouvir o que os mais

velhos lhe dirão, coma bastante coisa com milho, muita canjica, tome bastante

líquido...

Embora em alguns casos a baixa produção esteja mesmo relacionada a algum

48
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

aspecto da saúde da mãe, na maioria das vezes o real problema é a falta de

estímulo, a falta de sucção adequada e regular do bebê, por isso a pega correta é

muito importante. Quanto mais mamar o bebê, mais leite será produzido.

Existem várias opiniões com relação ao que pode ser feito ou ingerido para o

aumento da produção de leite, isso você irá ouvir do seu médico e do pediatra

também.

Porém, como dito anteriormente, você não tem que se preocupar com o que

comer ou fazer para produzir mais leite. Você literalmente tem que confiar e relax-

ar, pois é a falta de estresse que vai te fazer produzir mais leite e é a calma tua que

irá fazer você relaxar e relaxar o bebê para que ele possa mamar bem.

Junto disso, só se requer que se alimente muito bem e durma bem, faça livre

demanda com seu filho e tome muita água, muita água mesmo. Recomenda-se,

inclusive, que após cada mamada você já beba água a fim de restituir a que saiu

com a amamentação. A conjunção desses três fatos irá lhe dar a produção de leite

que seu filho necessita.

Boa alimentação:

A boa alimentação é uma ingestão de alimentos saudável e equilibrada. Não

vamos entrar em detalhes aqui, o mais adequado é a procura de um nutricionista

de sua confiança que irá te passar um cardápio equilibrado e adequado. Nesse

período você terá que se alimentar por você e para seu filho. E não se preocupe

com seu peso, não é hora de regime agora, você terá tempo para isso depois e a

amamentação irá ajudá-la a emagrecer, então não é hora de se preocupar com

isso. Não estamos falando para comer em excesso ou comer porcarias. O mais

recomendado é comer adequadamente sem preocupação com a exigência que

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

todos ficam na cabeça de voltar ao corpo normal imediatamente.

Descanso:

Descansar não só o corpo quanto a mente. Você precisa sim de horas de sono,

talvez até mais do que tinha antes. Mas a verdade é que será agora que você

começará a dormir bem menos do que você sempre dormiu. Agora que você terá

muito mais coisas para fazer, e ainda, o cuidado com o seu filho. Assim, vai uma

dica: dê prioridade ao seu filho, mas depois a você mesma. A organização e

limpeza da casa são importantes sim, mas não podem suplantar o cuidado consi-

go mesma, até porque uma mãe extremamente cansada torna-se irritada, mal-hu-

morada e às vezes até desequilibrada (esses sintomas são sintomas comuns da

falta de sono), assim, tudo desandará, você não estará feliz com você, será uma

mãe e esposa estressada e impaciente.

Com o tempo você conseguirá se organizar, confie, tudo se encaixa depois. Na ver-

dade, a mulher realmente veio com um aplicativo para dar conta de tudo que vai

entrando em sua vida, e que maravilha isso!!! Aqui a melhor dica que eu posso dar

é você relaxar, confiar em você e se cuidar juntamente com seu filho. Otimize as

tarefas de casa, para que sobre tempo para você descansar enquanto seu filho

descansa.

Quando me diziam isso, eu ria, pois optei por não ter uma babá e também não

parei de trabalhar, montei um escritório em casa e no tempo livre acabava tra-

balhando ou fazendo algumas tarefas de casa. Se você tem uma vida corrida e só

terá tempo para descansar mesmo de noite, vá pelo menos dormir cedo.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Líquido:

Fora isso, eu diria que a segunda maior dica é a quantidade de líquido ingerido.

Especialistas e médicos indicam que seja bebida uma média de 3 a 4 litros de líqui-

dos por dia, pois a água é o principal componente do leite.

Estimular a mama, a ação de sugar:

Colocar o bebê no peito para mamar mesmo que não saia leite nenhum, pois esse

contato aumenta a produção dos hormônios prolactina e oxitocina, que estimu-

lam a produção do leite. Quanto mais se estimula a mama, mais leite ela produzirá.

Colocar uma gota do leite no mamilo irá fazer com que o seu bebê pegue o peito.

Lembre-se que o estímulo pode vir também de aparelhos de sucção, existem

vários no mercado. O que eu usei foi um elétrico que imitava o ritmo da sugada de

um bebê. Me ajudou muitoooo, e meu leite mais que duplicou, a ponto de eu doar.

Oferecer ambos os seios dentro da mesma mamada para conseguir um aumento

na produção é uma recomendação do próprio Ministério da Saúde. Porém, esse é

um tópico delicado que sugiro que converse bem com o seu pediatra, pois vários

afirmam a necessidade de acabar com o leite de um peito para passar para o

outro, devido ao fato de o “leite grosso” estar mais no final da mamada. Ou seja,

troca de peito só deve ocorrer quando o peito atual estiver totalmente vazio.

Algumas vão querer saber sobre algum remédio natural. Sim, existe, é a Silimarina,

que é uma substância extraída da planta medicinal Cardo Mariano, e pode ser

encontrada nas farmácias convencionais, de manipulação ou especializadas em

produtos naturais. Mas mesmo sendo um produto natural, deve ser indicada pelo

seu médico.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

À noite é o período em que acontece a maior liberação de prolactina, o principa-

hormônio necessário para produção de leite materno. Assim, não deixe de dar o

peito à noite.

Sono e descanso:

A importância do sono na amamentação, como já dito, é essencial.

Aqui vai um depoimento pessoal: se eu fazia um descanso a mais do que somente

ir dormir a noite, eu já via a diferença no meu peito. Às vezes eu nem mesmo con-

seguia dormir, mas somente de ficar quieta na cama ou tentar meditar eu já via os

resultados.

Você verá que seu sono ficará bem leve, mas mesmo assim, se não conseguir

dormir em outro horário que seja de noite, pelo menos deite um pouco, relaxe e

fique quieta, isso por si só acalma e descansa também.

Você verá várias mudanças em você e eu seu corpo, e uma dessas é o sono leve.

Você acorda por nada, sonhar com choro de bebê sem nem mesmo ele estar

chorando, enfim… Isso acontece com a maioria das mães, mas pode não ser o seu

caso. No meu caso, o sono não só ficou leve como era impossível qualquer dormi-

da fora do horário normal (de noite), mas quando eu me sentia muito cansada e

deitava para descansar ou tentava praticar a meditação, logo via a grande difer-

ença no estímulo ao leite.

Muitas mães descobriram a meditação como uma boa aliada para essa hora, vale

a pena tentar. Afinal, mudanças vão acontecer na sua vida e porque não mudar

você também para melhor?

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Alimentos que aumentam o leite:

Os alimentos para aumentar o leite materno devem ser ricos em água. Muitos

indicam canjica e gelatina. Com relação à canjica, devido ao incidente comum de

alergia ao leite ou a sua proteína, você pode fazer ela com água.

Sucos de todos os tipos feitos na centrífuga são uma ótima alternativa porque,

além da água e energia, têm muitas vitaminas e minerais.

O salmão é um peixe muito nutritivo e devido à alta concentração de proteínas,

de ômega-3 e vitaminas B3, B6 e B12, deve ser incluído na alimentação da mãe. E

o ômega-3 no organismo feminino ajuda na produção do leite materno.

O leite também é dado como uma opção para a maior produção de leite, devido

ao cálcio, vitaminas B e D e proteínas em sua composição. Mas alguns médicos são

contra a ingestão de leite de vaca e ainda existe o risco da alergia do bebê ao leite

de vaca ou a sua proteína.

Legumes, arroz integral, ovos, folhas verdes, carne magra, cereais integrais, melão,

melancia, chá de hortelã. A mulher não precisa de um alimento específico, mas sim

de uma maior ingestão de calorias e com mais frequência, optando por comidas

saudáveis, para repor o que perdeu durante a mamada.

O que não deve ser consumido:


- Café

- Álcool

- Chá mate

- Chocolate

- Alimentos ácidos

- Sucos cítricos

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Ou seja, alimentos que podem causar cólica ou aceleração.

Mas seu pediatra irá te auxiliar nisso também.

IMPORTANTE: se você deseja produzir mais leite, amamente mais!

Massagens e compressas mornas ajudam:

Massagens que estimulam a região e compressas de água morna favorecem a

vasodilatação e a atividade das glândulas mamárias.

O assunto alimentação é tão polêmico e divergente que a melhor coisa que pode

ser feita é uma boa conversa com seu obstetra e o pediatra do seu bebê, pois

vários dos alimentos mencionados são bem criticados por vários médicos. Isso,

inclusive, no nível de conhecimento de hoje, em que se descobriram intolerâncias

e alergias de vários alimentos. Para você ter noção, vou exemplificar: a dica de

tomar chá de hortelã é muito questionada, no sentido de se questionar se é a erva

ou a água contida no chá que por si só ajudaria.

Esvazie uma mama antes de ir para a outra:

Os dois seios devem ser oferecidos à criança, mas desde que esvaziado um para

depois ir para o outro, pois, como já dito, o leite do final da mamada é mais rico em

gordura e nutrientes importantes para o bebê. O outro motivo é que interromper

a alimentação antes da hora pode fazer com que o organismo entenda que fabri-

cou mais do que o necessário.

Quando falta leite:

Observe sempre o seu filho, inclusive nesse caso. Se ele mama bem, dorme bem,

faz xixi e cocô várias vezes ao dia, a urina está clarinha e o peso está dentro dos

parâmetros, então ele está recebendo a quantidade correta. Mesmo que o leite

pareça diminuir, não deixe de dar de mamar, pois isso só significa que o corpo está

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

produzindo apenas o que o bebê realmente necessita e não que o leite diminuiu

por si só.

Ofereça ambos os lados em cada mamada:

Ofereça sempre os dois lados mesmo que o bebê pareça satisfeito após mamar

um lado, e ficar sonolento. O fluxo de leite aumentado do outro lado pode

acordá-lo e ele poderá mamar mais. E assim você estará estimulando os dois seios.

Lembre-se os seios por mais que estejam um do lado do outro, são independentes

e devem ser ambos estimulados. Você verá que com o passar do tempo o seu filho

terá preferência a um peito em detrimento do outro, mas mesmo assim não deixe

de oferecer o outro e estimular ele. Essa preferência do bebê as vezes é pelo sim-

ples fato de que aquele peito está produzindo mais leite que o outro, assim basta

estimular (mesmo que artificialmente) o outro.

Cirurgia mamária:

Em casos excepcionais o aleitamento pode ser prejudicado por motivos fisiológi-

cos. É o caso de mulheres com hipogalactia (dificuldade para produzir leite) ou

que passaram por cirurgias para a redução das mamas.

Mamadeira, chupeta e o desmame:

Aqui nós temos diversas opiniões, mas a maioria é unânime em dizer que o des-

mame é muito maior no caso de uso de chupeta e mamadeira. Isso porque, para

mamar, ele precisa jogar a língua para fora, abrir a boca e usar todos os músculos

da face para ordenhar a mama.

Para sugar a mamadeira, o movimento é oposto: ele coloca a língua para trás e

fecha um pouco a boca, usando apenas os músculos ao redor da boca. Alguns

ainda esclarecem que o choro que se acalma com a chupeta pode ser um sinal de

fome que vai passar despercebido. Isso às vezes pode comprometer o ganho de

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

peso nas primeiras semanas de vida, aumentando o risco de prescrição médica de

fórmula.

Com relação a problemas orto dentários, hoje existem vários tipos de chupeta que

eliminam esse antigo problema, mas mesmo com toda discussão sobre o assunto

e análise dos prós e contras, ainda recomendo a não utilização da chupeta.

56
Dicas

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Aqui vão algumas dicas para otimizar o dia a dia da sua casa:

- Encontre uma marmitaria gostosa que possa te entregar para ter isso em mãos
quando precisar (quando sua funcionária faltar ou se for você que cozinha mesmo,
para quando não tiver muito tempo para isso). Existem marmitas hoje muito boas
de todo valor, inclusive marmitas que, se você for calcular o valor, sairão mais bara-
tas do que fazer a comida em casa.

- Tenha a postos um motoboy de sua confiança para fazer qualquer atividade na


rua para a qual você não tenha tempo.

- Se você tem uma funcionária ou não, mesmo assim tenha o fone de uma diarista
de confiança, para quando sua funcionária não for ou para quando você não con-
seguir fazer a limpeza de casa.

- Compre sacos que vão dentro da máquina de lavar, caso você tenha roupas deli-
cadas do seu bebê e queira colocar tudo dentro da máquina.

- Deixe o seu marido te ajudar. Nesse assunto, eu vou entrar em um tópico à


parte, mas é importante que ele seja incluído nas atividades do bebê, mesmo
fazendo tudo errado, mesmo fazendo tudo de forma que você não ensinou, isto
irá lhe dar tempo extra e irá desenvolver um laço profundo entre os dois, e com
certeza irá desenvolver outras áreas no seu marido que serão importantes para ele
entender tanto as necessidades de uma criança quanto as ocupações de uma
mãe. Enfim, ele se tornará um marido melhor e é somente a prática que leva a per-
feição. Ou seja, se você quer que ele te ajude mais o lógico é deixar ele fazer
mesmo que mal feito no começo.

- Deixe seu cardápio organizado semanalmente para só ter que ir ao mercado


uma vez por semana. Pesquise se na sua cidade existem mercados que entregam

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

as mercadorias. Deixe alguns pratos prontos no congelador. Organize almoço de


no máximo dois pratos. Pesquise novas receitas mais fáceis e saudáveis.

- Organize a limpeza da casa. Ela não precisa ser limpa todos os dias (se você é
perfeccionista nessa área, eu te conto que também era e hoje eu tenho um cal-
endário de limpeza bem diferente do que era no começo), afinal suas prioridades
mudaram.

- Veja utensílios que ajudam e otimizam no seu dia-a-dia em casa. Eu adquiri um


robô que passa pela casa como aspirador de pó, eu particularmente adorei. Tudo
com uma finalidade: otimizar o seu tempo. Existe uma máquina (vendida nos Esta-
dos Unidos) que é usada para fazer papinha de todas as texturas. Existem panelas
que são agrupadas uma na outra e cozinham em vapor tudo junto, isso facilita
muito quando você resolve cozinhar legumes e peixe de uma vez só.

- A Airfryer também auxilia muito na preparação de um único prato.

Essas são apenas sugestões que eu utilizei, somente para servir de exemplo.

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A Mãe:

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

A mudança na mãe:
Aqui temos de tudo. Há mães que ficam iguais, outras mais tranquilas do que
antes e outras bem mais preocupadas, ansiosas e pilhadas do que antes. Isto é
explicado pelos hormônios, mas também por crenças internas da própria pessoa.

Falta de memória e falta de atenção:


Primeiro precisamos esclarecer que não é que sua memória ficou deficiente, é que
agora você passou a se preocupar com muito mais coisas do que se preocupava
antes. Agora o seu cérebro está preparado para dar atenção a todas as necessi-
dades do seu filho, então ele simplesmente filtra e descarta várias coisas que antes
eram aceitas. Com mais ocupação do que antes com seu filho, o cérebro não
deixou de trabalhar como antes, na verdade está até mais atento e trabalhando
muito mais.

Falta de atenção como esquecer o que estava procurando, perder as chaves do


carro ou o celular pode se tornar coisa corriqueira, mas lembre-se sempre, tudo
volta ao normal. O aumento da taxa de progesterona pela gravidez pode levar a
algumas alterações cerebrais, principalmente com a área responsável pela
atenção.

A dificuldade para dormir e o sono leve são fatos incontestáveis e junto com
isso ainda temos o cansaço, então pegue leve com você e não se critique ou julgue
por isso (na verdade não se critique ou julgue por nada, se conheça e busque se
superar).

Mas não deixe de se observar, pois problemas de atenção podem ser também um
sintoma de depressão. Converse com o médico se estiver se sentindo desmotivada
e triste com frequência.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Mas para tudo na vida temos que achar uma solução ao invés de lamentações,
então vamos lá:
Não desanime,
pois tudo volta ao normal e você pode aproveitar esse período para se organizar
ainda mais. Assim, seguem algumas dicas que podem organizar muito sua vida
e otimizar seu tempo:
• Crie o hábito de anotar lembretes.
• Organize-se, organize sua agenda e faça um calendário bem detalhado de
atividades e datas, e deixe sempre à vista.
• Reúna itens que usa com frequência, como chaves e óculos, no mesmo lugar.
• Fale em voz alta para memorizar melhor o que não quer esquecer.

Temos que chamar a atenção também que alguns especialistas dizem que a
perda de memória da gestação é quase um mito. As mudanças hormonais
podem até contribuir para isso, mas, segundo eles, não há nada que comprove
tal fenômeno.

Porém, do que ninguém discorda é que a gravidez é um período de muita ansie-


dade e, também, de certo estresse, fatores desencadeadores dos lapsos de
memória. Além disso, o foco da mulher muda, e seu cérebro é o primeiro a fazer
isso de forma natural.

Muitos médicos orientam algumas atividades para ajudar a superar esse perío-
do:
• Ler e estudar.
• Fazer exercícios físicos (sempre com acompanhamento e orientação médica).
• Adotar uma dieta saudável e equilibrada, evitando alimentos gordurosos.
• Comer mais vezes ao dia.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Confie no seu instinto:


Em 2009, a Universidade de Oxford publicou uma pesquisa com a descoberta
de uma região no cérebro que é responsável pelo instinto maternal.

Muitos casos têm sido narrados em que mães estão distantes de seus filhos
quando de repente sentem "algo diferente". Seria uma espécie de pressenti-
mento, uma corrente elétrica por suas células. Mas seria algo muito maior do
que uma simples conexão telepática ou algo sobrenatural. Este sentimento teria
origem numa sintonia fina entre mãe e filho. Assim, quando o pequeno indefeso
entra em perigo e “busca” a ajuda da mãe, e esta, por sua vez, também está sin-
tonizada com ele, mesmo que seja em pensamento, algo muito forte, como um
chamado urgente a faria sair correndo.

Algo curioso a respeito deste controverso sentimento é que não depende da


existência de laços sanguíneos. É algo que pode acontecer tanto com filhos
legítimos quanto com adotivos, comprovando assim que a ligação não está
condicionada ao processo da gestação, mas, sim, nasce de uma interpretação de
dependência e de sustentação entre dois indivíduos.

O instinto maternal revela um pacto de compromisso em que um ser mais


capacitado ou evoluído presta auxílio a outro em estágio de aprendizagem. Algo
que a ciência começa a comprovar, mas que só a natureza pode explicar.

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A depressão:

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

A depressão pós-parto ocorre logo após o parto. Os sintomas incluem tristeza e


desesperança. Muitas novas mães experimentam alterações de humor e crises de
choro após o parto. Elas acontecem principalmente devido às alterações hormo-
nais decorrentes do término da gravidez. No entanto, algumas mães experimen-
tam esses sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto.

Acreditava-se que somente as mães sofriam desse mal, no entanto, novos estudos
mostram que ele também pode afetar os pais.

Pode acontecer de o sentimento de melancolia se manifestar de forma intensa e


desmedida, fazendo com que a mãe sinta-se desmotivada diante da vida e não
tenha forças para lidar com a nova rotina. Nesse caso, pode ser que ela esteja com
um quadro de depressão pós-parto.

A principal causa da depressão pós-parto é também o enorme desequilíbrio de


hormônios reprodutivos nesse período. Além disso, a privação de sono, isolamen-
to, alimentação inadequada e falta de apoio do parceiro também podem poten-
cializar esses fatores.

Não há uma única causa para depressão pós-parto. Fatores físicos, emocionais e
de estilo de vida podem influenciar de alguma forma no surgimento da doença.

Após o parto, ocorre uma queda dramática nos hormônios estrogênio e proges-
terona, e essas mudanças por si só podem contribuir para um quadro de
depressão pós-parto.

A produção de outros hormônios produzidos pela glândula tireoide também pode


cair bruscamente – o que pode aumentar o cansaço e a sensação de tristeza.

Mudanças no seu volume de sangue, pressão arterial, sistema imunológico e me-

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

tabolismo podem contribuir para a fadiga e alterações de humor.

Quando você está privado de sono e sofrendo algum tipo de estresse ou pressão
psicológica, você pode ter problemas para lidar com situações do dia a dia.

A mãe também pode se sentir menos atraente ou sentir que perdeu o controle
sobre sua vida. Qualquer um desses fatores pode contribuir para a depressão
pós-parto.

Para distinguir entre um caso de curto prazo e uma forma mais grave de
depressão, o médico pode pedir para você preencher um questionário de triagem
de depressão. Além disso, ele provavelmente irá realizar exames de sangue para
determinar se uma disfunção da tireoide está contribuindo no quadro.

Se há histórico pessoal de depressão, depressão pós-parto, psicose pós-parto ou


transtorno bipolar, é importante acompanhar com o médico de perto antes
mesmo de os sintomas começarem. Alguns especialistas sugerem que as mulheres
de alto risco tenham seu primeiro check-up pós-natal três ou quatro semanas
após o parto, em vez das habituais seis semanas.

Os sintomas de depressão pós-parto da mulher podem surgir logo após o parto,


ou até um ano após o nascimento do bebê, e geralmente incluem:

- Tristeza constante.
- Sentimento de culpa.
- Baixa autoestima.
- Desânimo e cansaço extremo.
- Pouco interesse pelo bebê.
- Incapacidade para cuidar de si e do bebê.
- Medo de ficar sozinha.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

- Falta de apetite.
- Falta de prazer nas atividades diárias.
- Dificuldade para pegar no sono.

Nos primeiros dias e até ao primeiro mês de vida do bebê, é normal que a mulher
apresente alguns desses sintomas, pois a mãe necessita de tempo para se
adaptar às necessidades do filho e às mudanças na sua vida.

Porém, quando os sintomas de depressão pós-parto se mantêm por mais de três


semanas, é aconselhável consultar um psiquiatra para avaliar a situação e iniciar o
tratamento adequado.

Sintomas de depressão pós-parto no homem (sim existe também).


Os sintomas de depressão pós-parto masculina normalmente surgem desde o
final da gestação até ao primeiro ano de vida do bebê e podem se caracterizar por:
• Irritabilidade e impaciência.
• Tristeza e pensamentos negativos.
• Falta de vontade para conviver com outros.
• Choro fácil e constante.
• Falta de apetite.
• Dificuldade para se relacionar com os filhos.
• Ansiedade e falta de atenção.

Geralmente, os sintomas de depressão pós-parto nos homens estão relacionados


com o aumento de responsabilidade, com oferecer uma boa vida ao bebê e dar
suporte emocional à esposa. Assim, o homem com sintomas de depressão
pós-parto também deve consultar um psicólogo ou psiquiatra para iniciar o trata-
mento adequado.

Psicose pós-parto:
Esta condição grave é mais suscetível de afetar as mulheres que têm distúrbio

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

bipolar ou histórico de psicose pós-parto. Os sintomas, que começam geralmente


durante as primeiras três semanas após o parto, incluem:

- Sentir-se desconectada com seu bebê e com as pessoas em seu entorno.


- Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo.
- Pensamento extremamente confuso e desorganizado, aumentando o risco de
prejudicar o bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa.
- Mudanças drásticas de humor e comportamento bizarro.
- Extrema agitação ou inquietação.
- Alucinações, que podem ser visuais, auditivas, olfativas ou de contato.
- Pensamento delirante que não se baseia na realidade.
- Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias.
- Redução de interesse e prazer nas atividades.
- Mudança significativa no apetite ou mudança inesperada no peso.
- Incapacidade de dormir (insônia) ou sonolência excessiva (hipersonia).
- Agitação ou movimentos mais lentos.
- Fadiga ou falta de energia.
- Sentimento de inutilidade.
- Capacidade reduzida de pensar, concentrar-se ou tomar decisões.
- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.

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Puerpério

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Afinal o que é puerpério?


Afinal o que é puerpério? Puerpério é o período pós-parto que abrange desde o
dia do nascimento do bebê até a volta da menstruação da mulher, depois da
gravidez. É também conhecido como período de resguardo ou quarentena. Esse
período se inicia logo após o parto e dura até por volta da 8ª semana após dar à
luz. Durante o puerpério ocorrem uma série de mudanças no corpo da mulher.

O puerpério se divide em três etapas:


Puerpério imediato: Do 1º ao 10º dia do pós-parto
Puerpério tardio: Do 11º ao 42º dia do pós-parto
Puerpério remoto: A partir do 43º dia do pós-parto

Durante o puerpério a mulher passa por muitas alterações hormonais, físicas e


emocionais. Neste período ela terá uma espécie de 'menstruação', que é na ver-
dade, um sangramento abundante que inicia após o parto e dura em média 15 dias
e que vai diminuindo pouco a pouco. Inicialmente o sangue é um vermelho vivo
em quantidade razoável e com o passar dos dias, a quantidade vai diminuindo e a
sua cor vai escurecendo, chegando a um tom marrom ou amareladas até desapa-
recer completamente.

Puerpério imediato
Ele irá ocorrer a partir do momento da saída da placenta e dura até o 10º dia após
o parto. Esta é a fase em que a mulher está aprendendo a amamentar. Além disso,
trata-se do período em que o lóquio, o sangramento no pós-parto, está mais
intenso. É um período em que a mãe pode se sentir cansada.
No puerpério imediato é importante levantar e andar logo nas primeiras horas
depois do parto para:
• Diminuir o risco de trombose;
• Melhorar o trânsito intestinal;
• Contribuir para o bem-estar da mulher.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Puerpério tardio
O puerpério tardio é a segunda fase do puerpério e ocorre entre o 11º dia até por
volta do 25º dia. Nesta fase o lóquio tende a ficar menos intenso. Além disso, o
útero começa a regredir ao seu tamanho de antes da gestação. Porém, saiba que
o útero só irá regredir totalmente entre quatro e seis semanas após o parto. Além
disso, a recuperação dos órgãos genitais também passa a acontecer.

Puerpério remoto
Já o puerpério remoto se inicia a partir do 25º dia no pós-parto. Nesta fase o
lóquio está na fase final e pode até já ter acabado, isto porque ele costuma durar
no máximo até a 8ª semana de gestação.

Nesta fase também pode acontecer da mulher voltar para seu período fértil e
voltar a menstruar.

A mulher deve marcar uma consulta com o obstetra ou ginecologista às 6 ou 8


semanas após o parto, para verificar se o útero está cicatrizando corretamente e
não há nenhuma infecção.

O que acontece durante o puerpério


Barriga:
O abdômen ainda permanece inchado devido ao útero ainda não estar no seu
tamanho normal, o que diminui a cada dia, e fica bastante flácido. Algumas mul-
heres ficam com um afastamento dos músculos da parede abdominal, uma situ-
ação chamada diástase abdominal.

Sangramento vaginal:
O lóquio é um sangramento que ocorre com todas as mulheres nos dias após o
parto. Ele acontece por causa da cicatrização do útero, no local onde estava a pla-
centa. Não se trata de uma hemorragia ou menstruação mas secreções do útero

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

que vão saindo pouco a pouco e são mais intensas nos primeiros dias e diminuem
a cada dia, até desaparecer completamente.

Observe o odor e a cor do sangue, para identificar rapidamente os sinais de


infecção como: mau cheiro e cor vermelho vivo por mais de 4 dias. Se estes sinto-
mas estiverem presentes deve-se ir ao médico o quanto antes.

Cólicas:
Ao amamentar o bebê é normal que a mulher sinta cólicas ou algum desconforto
abdominal devido as contrações que fazem o útero voltar ao seu tamanho normal.
O útero diminui cerca de 1 cm por dia, por isso esse desconforto não deve durar
mais de 20 dias.

Desconforto na região íntima:


Surge nas mulheres que tiveram parto normal com episiotomia. Mas toda mulher
que passou pelo parto tem modificações em sua vagina, que também fica mais
dilatada e inchada nos primeiros dias depois do parto.

Incontinência urinária:
É normal no pós-parto, a mulher sentirá vontade repentina de urinar, principal-
mente se a mulher teve parto normal, mas também pode acontecer nas que fazem
cesárea.

Cicatriz da cesariana:
A cicatriz da cesariana deve ser verificada diariamente a fim de constatar a nor-
malidade do corte, além disso seria interessante usar uma pomada cicatrizante
que deve ser usada de 2 a 3 vezes ao dia, para ajudar a deixar a cicatriz o mais dis-
creta possível. Em certos casos pode surgir um acúmulo de líquido logo abaixo da
cicatriz que é o seroma, que é preciso ser retirado com seringa ou dreno.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Menstruação:
O retorno da menstruação depende se a mulher amamenta ou não. Quando ama-
menta exclusivamente a menstruação volta em aproximadamente 6 meses, mas é
preciso usar métodos contraceptivos para não engravidar nesse período. Caso a
mulher não amamente a menstruação volta em aproximadamente 1 ou 2 meses.

Relação sexual:
Só é recomendado voltar a ter relações sexuais, 40 dias depois do nascimento do
bebê, quando o útero já estiver cicatrizado.

Seios:
Os seios passam por uma série de transformações ao longo do puerpério. Sendo
que a primeira delas é a descida do leite, que costuma ocorrer entre 24 e 72 horas
após o parto, porém o colostro virá antes e é muito importante para os primeiros
dias de vida do bebê. As mamas costumam ficar cheias, quentes e doloridas e a
mãe pode ter uma leve febre.

Mudanças nos cabelos:


Os cabelos mudam no período do puerpério. Se na gravidez, os cabelos ficam
volumosos, brilhantes e sedosos, no período do pós-parto eles podem cair. Contu-
do, isto ocorre um pouco depois do puerpério, geralmente dois a três meses após
o parto. Mas fique calma, pois seis meses após o parto é esperado que essa queda
pare e que o cabelo volte a crescer.

As emoções da mulher durante o puerpério:


Durante o puerpério é muito comum a mulher ficar com dúvidas se vai ser uma
boa mãe ou sentir uma certa tristeza, que chamam de baby blues (a diferença
entre a depressão é que no baby blues o sofrimento não é tão grande, não há pen-
samentos suicidas ou homicidas e o quadro começa a regride sozinho ao longo do
primeiro mês de vida do bebê)

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Diferenças entre o puerpério do parto normal e da cesárea


Existem algumas diferenças entre o puerpério no pós-parto cesárea e no pós-par-
to normal. No pós-parto cesárea é comum que a mulher sinta maior desconforto
quando comparado ao parto normal. Então, ela pode ter maior desconforto para
sentar e fazer outros movimentos do dia-a-dia. Isto porque a mulher que passou
por uma cesárea foi submetida a uma grande cirurgia abdominal, e como toda a
cirurgia, ela tem maiores incômodos e requer um tempo maior para recuperação.

A mulher que passou por uma cesárea também pode sofrer mais com os gases e
precisará ter um cuidado muito especial com os pontos da cirurgia para que eles
cicatrizem bem.

Mulheres que tiveram um parto normal, mas que também precisaram de pontos
na região íntima também precisam ficar bem atentas a estes pontos e cuidar deles
para garantir a boa cicatrização e prevenir a infecção.

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Seu filho:
desenvolvimento
neuropsicomotor
em todas as fases
do bebê

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Consideram-se três grandes áreas de desenvolvimento infantil: motor, cognitivo e
emocional. Estas três grandes áreas de desenvolvimento interligam-se, influenci-
am-se e acontecem simultaneamente.

O desenvolvimento motor decorre, maioritariamente, no primeiro ano de vida e


acontece de forma sequencial. Cada competência ou capacidade adquirida
precede e é fundamental para a aquisição da próxima, ou exploração de uma nova
área do desenvolvimento. Ser capaz de ver, antecede o desenvolvimento do senti-
do de perspectiva ou profundidade.

À medida que o bebé cresce e desenvolve a sua musculatura, vai ganhando con-
trole sobre o próprio corpo, passando de gestos bruscos a movimentos refinados,
controlados e com uma determinada intenção.

O desenvolvimento físico dos aparelhos sensorial e motor são importantes para


que comece a explorar o mundo e as suas gradações, guiado pelo seu instinto nat-
ural de curiosidade e interesse em explorar tudo o que o rodeia.

AO NASCER
Quando o bebê nasce, os membros estão flexionados e o bebê não é capaz de
segurar a cabeça durante mais do que alguns segundos, por isso não se esqueça
de colocar uma mão atrás da cabeça quando o levantar.

Ele terá movimentos involuntários e reflexos muito primários que desaparecem


ao longo dos seguintes meses, como por exemplo:
• Ao acariciar o queixo, ele virará a cabeça na direção do dedo e abrirá a boca.
• Se o bebê sentir um desconforto físico, ele abre as pernas e os braços para a
frente e para fora, e em seguida volta ao normal: é o reflexo de Moro.
• Quando em posição vertical e apoiado numa superfície, o bebê esboça auto-
maticamente uns passos: mas vai esquecer para mais tarde voltar a aprender.
• Se tocar na palma da mão do bebê com um dos seus dedos, ele vai apertá-lo

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

com força e manter a mão fechada.

RECÉM-NASCIDO
• Vê bem mas só tem um alcance de 15 a 20 cm. Esta é a distância entre o peito e
a cara da mãe.
• Não consegue focar. Olhe diretamente para ele e entre no seu campo de visão.
• Tem o sentido do olfato completamente desenvolvido.
• Tem paladar.
• Ouve desde os 5 meses de gestação. É possível avaliar a sua reação aos sons com
testes simples e estimulação adequados. A avaliação da sua capacidade auditiva é
mais correta se for feita quando a criança já fala.
• Já é capaz de mexer os braços, gesticulando-os e esticando-os.

1 MÊS
• Pode captar a atenção do bebê colocando-se bem perto do rosto dele e moven-
do-se suavemente.
• Ele irá sorrir quando se sente bem.
• É capaz de focar objetos a 25 cm de distância.
• Distingue entre o claro e o escuro, mas não as cores.

2 MESES
• O bebê já segura a cabeça direito durante alguns instantes.
• Se o sentar, as costas estão moles e ele fica curvado.
• Já chupam os dedos.
• Entre um e dois meses, o bebê dará os primeiros sorrisos verdadeiros,
como resposta
• Já segura objetos.

3 MESES
• O bebê já consegue ficar com a cabeça ereta.
• As costas ficam cada vez mais eretas quando senta.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

• Consegue levantar a cabeça e apoiar-se nos antebraços durante alguns


instantes.
• Deitado de costas, ele estica e dobra as pernas.
• O bebê está fascinado pelas mãos e passa muito tempo a observá-las.
• Se colocar algo na mão dele, automaticamente vai agarrá-lo e em seguida
largá-lo.

4 MESES
• Consegue sentar-se se devidamente apoiado.
• Tem controle completo sobre a cabeça e usa-o para explorar o mundo à sua
volta, olhando para ambos os lados.
• Deitado de costas, levanta a cabeça durante vários segundos; deitado de barriga
para baixo começa a elevar-se com apoio das mãos e dos braços e vira a cabeça.
• O controle das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar num brinquedo.
• Explora o corpo, acariciando a barriga e os joelhos.
• Junta as mãos e as mantém unidas.
• Vira a cabeça quando ouve um barulho.
• Começa a rir à gargalhada.

5 MESES
• Deitado de costas, o bebê "pedala" e brinca com os pés.
• Consegue ficar sentado durante um curto espaço de tempo se estiver entre
almofadas.
• Agarra um objeto que esteja na mão e leva-o à boca.
• Sorri quando se vê no espelho.

6 MESES
• Utiliza os membros para se movimentar, rolando para trás e para frente.
• Senta-se direito, sem apoio.
• Transfere objetos de uma mão para a outra.
• De barriga para baixo, consegue rolar sobre si próprio e ficar deitado de costas.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

• Deitado de costas, brinca com os pés e coloca-os na boca. Levanta a cabeça e o


tronco, mas ainda não consegue se sentar.
• Estica os braços para que lhe pegue ao colo.
• Segura bem os brinquedos.
• Quando o coloca de pé, as pernas exercem movimentos de flexão – extensão.

7 MESES
• O bebê é capaz de se sentar tendo a cabeça e as costas eretas.
• Deitado de barriga para baixo, é capaz de se apoiar numa só mão e agarrar um
brinquedo com a outra.
• Passa os brinquedos de uma mão para outra sem os deixar cair e já bate na
mesa.

8 MESES
• Sentado, o bebê inclina-se para a frente para pegar um brinquedo e volta à
posição inicial sem cair. Se movimenta sendo para testar o equilíbrio
• Deitado de costas, consegue sentar-se sozinho apoiando-se num dos braços.
• Consegue tomar a mamadeira sozinho.
• É capaz de se sentar sem apoio e de se movimentar para testar o equilíbrio.

9 MESES
• Sentado, o bebê balança para mudar de direção.
• De barriga para baixo, consegue ficar de bruços, mas ainda não consegue engat-
inhar. No entanto, consegue avançar arrastando-se apoiado nos antebraços. Mas
quase sempre em marcha ré.
• Consegue ficar de pé alguns instantes agarrado às barras da cama, a um móvel
ou à sua mão, mas em seguida cai.
• Pega pequenos objetos com o indicador e o polegar.
• Pega os brinquedos e entrega.

79
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

10 MESES
• O bebê consegue engatinhar e até mesmo muito rápido. Se endireita, colocan
do-se de joelhos e em seguida mantém um joelho no chão e dobra a outra perna
se apoiando no pé. A partir desta posição, ele faz força com os pés e agarra com
a mão em um suporte, e pronto, fica de pé!
• Senta-se sem ajuda e por iniciativa própria.
• Domina alguns movimentos finos, como a pinça com os dedos e o polegar.
• Consegue engatinhar e andar agarrado às coisas.

11 MESES
• O bebê consegue ficar de pé sem apoio durante alguns instantes.
• De pé, com uma mão firme em algum lugar, ele consegue pegar algo no chão
com a outra mão.
• Consegue andar desde que lhe dê as duas mãos ou se estiver encostado aos
móveis. Vai ficar encantada quando começar a andar, de braços e pernas abertas:
perfeitamente normal, esta divertida postura permite um maior equilíbrio. Pouco
a pouco, o bebê vai começar a fechar mais as pernas e a ganhar confiança.
• Aponta com o dedo os objetos que lhe interessam.
• Dá tchau e bate palminhas com as mãos.

ENTRE OS 12 E OS 15 MESES
• Em média, por volta dos 14 meses, o bebê consegue andar sozinho
• Põe-se de pé sem qualquer apoio.
• Sobe uma escada engatinhando.
• Caminha, agarrado, de mão dada ou independentemente.
• Consegue escolher, segurar, pôr ou tirar brinquedos de uma caixa.
• Rabisca.
• Pode começar a dar os primeiros passos e andar por curtas distâncias.
• Ainda precisa de apoio para se levantar.
• Dependendo do seu contacto com livros, já consegue virar as páginas.

80
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

16 MESES
• É um caminhante! Já se senta e levanta, quando quer! A exploração do mundo
ganha uma nova perspetiva.
• Já sobe escadas com o mesmo pé.

18 MESES
• À medida que o equilíbrio se estabelece, começa a correr, a andar para traz e a
saltar, mas ainda o faz com os dois pés.

24 MESES
• Sobe escadas sem ajuda.
• Consegue interagir com uma bola usando os pés e as mãos.
• Anda como um adulto, mudando de direção, correndo. Já consegue parar de
repente.

Você pode ter como base essas etapas e processos que serão conseguidos no
tempo do seu bebê, lembre-se sempre que cada um tem seu ritmo, cada criança é
única, assim evite comparações. Prematuros podem demorar muito mais para
atingir esses marcos.

MANTER A CABEÇA E VIRAR


Uma das primeiras conquistas do bebê é conseguir segurar a cabeça firmemente.
Depois que consegue fazer isso, ele passa a fortalecer os músculos para se prepa-
rar para as próximas etapas.

Se aos 3 meses você notar o pequeno fazendo uma espécie de flexão, levantando
a cabeça e os ombros, e usando os braços como apoio, não se assuste, isso é ele
treinando para mais tarde conseguir se virar.

81
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Conseguir virar é uma etapa importante da locomoção, mas nem todo bebê passa
por ela. Alguns vão pular essa fase, e ir direto para o engatinhar ou andar. O marco
de conseguir se virar sozinho acontece, geralmente, entre o 5° e 6° mês.

AUDIÇÃO
A audição do bebê se desenvolve muito rápido e está completamente formada ao
final do primeiro mês. Aos 3 meses, o lobo temporal – responsável pelo gerencia-
mento da memória - do pequeno fica mais receptivo e ativo, e com isso a audição,
a linguagem e o olfato passam a se aprimorar ainda mais.

Nessa fase, o bebê já segue os sons que ouve. Vale lembrar que a audição é uma
importante etapa para o desenvolvimento da fala, por isso é essencial ficar de
olho ao que é esperado e quando você deve se preocupar.

VISÃO
A visão do bebê, ao nascer, é um pouco embaçada. Não à toa, os recém-nascidos
apresentam um leve estrabismo, o que é normal. Embora enxergue desde o nasci-
mento, conseguindo distinguir formas, luzes e movimentos, a visão do pequeno
estará bem aperfeiçoada, parecendo com a de um adulto, entre 6 e 8 meses de
vida.

O fato do bebê ser um pouco estrábico quando nasce acontece por que ele não
consegue focalizar os dois olhos ao mesmo tempo, o que só vai acontecer aos 2
meses. A visão é essencial também para o desenvolvimento da coordenação
motora.

INTERAÇÃO/COMPREENSÃO
Recém-nascidos tendem a passar a maior parte do tempo dormindo, e isso é
normal e essencial para eles, nesse início. No entanto, quando estão acordados

82
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

eles estão sempre observando tudo o que acontece à sua volta. Conforme o siste-
ma neurológico fica mais aperfeiçoado, os bebês vão captando ainda mais coisas.

Nesse começo, eles entendem as coisas muito mais pelos sentidos, também por
isso é importante receberem afeto, atenção e cuidado.

FALA
A fala, evidentemente, demora um pouco para se desenvolver, pois é extrema-
mente complexa, e envolve, como mencionado, uma audição saudável, interação,
entre outras coisas.

No entanto, bebês se comunicam o tempo todo pelo choro. Essa é a forma de


linguagem deles, e deve ser entendida como tal. Um bebê que chora está solic-
itando algo, e deve sempre ser ouvido.

Para o desenvolvimento da linguagem, a criança primeiro aprende as regras da


linguagem e como funciona a comunicação, para depois começar a falar.

- Ela deve ser capaz de fazer sons como “água” e “arru” aos 6 meses;
- Imitar sons da fala aos 7 meses;
- Falar “papa” e “mama”, mas sem especificar aos 8 meses;
- Fazer combinação de sílabas para produzir sons aos 9 meses;
- Entender o significado de “não” aos 10 meses;
- Aos 11 meses é capaz de dizer “papa” e “mama” para a pessoa certa;
- Com 12 meses diz mais palavras e faz sons parecidos com palavras.

SENTAR
Antes de conseguir sentar como “gente grande”, o bebê vai precisar de muito
apoio, literalmente. Do contrário, vai tombar para o lado sempre.

83
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Sentar não é tão fácil quanto parece, e envolve o bebê descobrir que para manter
o equilíbrio, quando sentado, deve conseguir fazer algumas coisas, como incli-
nar-se um pouco para frente e apoiar os braços.
Esse importante marco vem depois, evidentemente, que ele consegue segurar
bem a cabeça e ocorre quase ao mesmo tempo que o marco de se virar sozinho, e
isso acontece por volta dos 8 meses. Até 1 ano de idade, o bebê já domina comple-
tamente essa forma de locomoção.

ENGATINHAR
Nem todo bebê engatinha, alguns preferem pular de fase e andar direto, e outras
engatinham de um modo todo peculiar.

Quando os músculos ficam mais fortes, e o bebê já consegue sentar sem apoio,
ficando de quatro, sem cair no chão, tudo está preparado para que ele consiga
engatinhar, o que ocorre, entre 6 e 10 meses.

Até 1 ano de idade, o bebê já domina completamente essa forma de locomoção.

INTERAÇÃO/COMPREENSÃO
- Por volta dos 7 meses pode começar a sentir medo de estranhos;
- Consegue reconhecer a própria imagem aos 9 meses;
- Dá tchau aos 10 meses;
- Aos 11 meses participa de brincadeiras e imita os outros;
- Entende as instruções simples aos 11 meses;
- Entende e cumpre instruções simples aos 12 meses;

84
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

ENTRE 1 E 2 ANOS :

- ANDAR
Quando nasce, o bebê tem um reflexo primitivo. Se colocado em pé, segurando-o
pelos braços, ele vai fazer um movimento, como se fosse querer andar. Isso é
normal e esperado, chama-se “Reflexo da Marcha”.

A partir do momento que o bebê consegue sentar sem apoio, engatinhar com
bastante destreza, ele passa a perceber que pode segurar nos móveis,
por exemplo, para ficar de pé. Isso ocorre, normalmente, por volta dos 10 meses.

Daí em diante é só questão de confiança e equilíbrio para ele começar a dar os


primeiros passos, o que acontece, geralmente, entre os 9 e os 12 meses.

A maior parte deles vai andar bem com 1 ano e 3 meses, mas outros podem
demorar um pouco mais. Os primeiros passos costumam ser na ponta dos pés e
com os pés voltados para fora, o que costuma resultar em um andar bastante
peculiar, por sinal.

Quando se preocupar
Caso o bebê não ande com 1 ano e 3 meses, avalie se ele está avançando e tentan-
do se locomover. Algumas crianças demoram mais a andar, e podem só fazer isso
depois de 1 ano e 5 meses. O importante é que tenha interesse em se locomover e
evolua, ainda que lentamente.

- FALAR
Como visto anteriormente, o processo da fala começa com o bebê descobrindo
que consegue fazer sons com a boca, com a língua, com os dentes. Essa descober-
ta leva então a uma série de vocalizações, que depois vão parecer palavras, e pos-
teriormente vão tornar-se palavras reais.

85
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Entre 1 ano e meio e 2, a maioria das crianças já consegue falar cerca de 200 pala-
vras.
O mais importante, desde que o bebê nasce, é conversar muito com ele, justa-
mente para ele ter bastante contato com a linguagem e assimilar como funciona.
Entre 1 e 2 anos, a criança já consegue formar frases curtas, com duas ou três pala-
vras.

Quando se preocupar:
Bebês que param de balbuciar com 6 meses podem ter problemas de audição. Se
nessa fase, o pequeno não fizer nenhum som ou reagir a eles, é importante con-
sultar um especialista. Mais para frente, por volta de 1 ano e 3 meses, crianças que
não falam nenhuma palavra compreensível também devem ser avaliadas.

- COMPREENSÃO/INTERAÇÃO
Nessa fase, o pequeno vai deixando de ser bebê para se tornar uma criança. Por
isso muita coisa muda, entre o 1° e o 2° ano de vida.

Ele já reage bastante, por exemplo, se brigarem com ele, ou o elogiarem.

Por meio da construção de frases curtas, a criança vai se comunicando com mais
eficiência e descobrindo conceitos, que antes não fariam o menor sentido, como
ação e reação, o que são formas geométricas, como montar um quebra cabeças.

Nessa fase a criança também reconhece o próprio nome e partes do corpo, presta
atenção em histórias pequenas e já tem senso de humor.

ENTRE 2 E 3 ANOS

- COORDENAÇÃO MOTORA
Nessa etapa, a criança já tem bastante domínio da coordenação motora, embora

86
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

episódios de quedas e tropeços ainda sejam frequentes. Entre 2 e 3 anos, ela já


consegue fazer coisas, como:
- Tirar os sapatos;
- Chutar a bola sem perder o equilíbrio;
- Dançar;
- Mexer em tudo que encontra pela frente.

- COMPREENSÃO/INTERAÇÃO
Nessa fase a criança que testa a autoridade e os limites o tempo todo, entra em
cena também um certo comportamento autoritário, uma necessidade muito
grande de impor as próprias vontades. Isso acontece porque a criança está se
descobrindo como indivíduo, amadurecendo, percebendo que é uma pessoa dif-
erente e separada dos pais.

- FALA
Já com uma linguagem mais “refinada”, a criança nessa fase, já faz as seguintes
coisas:
- Cumpri ordens, quando solicitada;
- Chama os mais próximos, como os familiares, pelo nome;
- Fala de si mesma na terceira pessoa;
- Aumenta a quantidade de frases faladas e aprende a usar o plural;
- Começa a perguntar coisas, como “cadê?”, “o quê?” e “onde?”.

ENTRE 3 A 4 ANOS

- DESENVOLVIMENTO MOTOR
- Sabe tirar as próprias roupas;
- Já consegue pedalar;
- Segura o lápis na posição correta.

- FALA

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Nessa etapa, a criança já tem um vocabulário mais extenso, conseguindo construir


frases com até 6 palavras, além de começar a assimilar as regras gramaticais mais
simples. Entre 3 e 4 anos, ela já lembra e conta historinhas.

Quando se preocupar
Se nessa fase, a criança continuar comendo consoantes, substituindo sílabas ou
gaguejando, de modo persistente, converse com um especialista para uma aval-
iação mais detalhada. Vale lembrar também que não devemos dizer para a criança
que é “errado” o jeito que ela está falando, mas sim falar da forma certa, para que
ela assimile naturalmente.

- COMPREENSÃO/INTERAÇÃO
Entre 3 e 4 anos, a criança já entende coisas mais complexas, como, por exemplo,
a rotina. Além disso, já está bem mais sociável e gosta

ENTRE 4 E 5 ANOS

- DESENVOLVIMENTO MOTOR
Nessa etapa, a criança já consegue:
- Usar tesoura;
- Pegar talheres com mais destreza;

-FALA
Entre 4 e 5 anos, a criança já fala bem muitas palavras, gosta de contar e inventar
histórias. Já consegue também identificar algumas letras e números.

- COMPREENSÃO/INTERAÇÃO
A criança nessa idade já é mais independente, e gosta de tomar as próprias
decisões. Sempre que possível, dê autonomia para ela, respeitando o que ela con-
segue fazer. Além disso, por ela estar mais sociável, é importante ter contato com
outras crianças, o que costuma ser fácil, tendo em vista que, nessa fase, a criança,
geralmente, já está na escola.
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Rotina do bebês

89
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Rotina do bebês:
Por que tenho que ter rotina com meu filho?
Curioso isso, mas se as mães soubessem o quanto uma rotina acalma a criança, dá
segurança e confiança!

A rotina deverá existir sempre e com qualquer idade. A rotina tão cobrada pelos
pediatras quando o neném nasce deve perdurar até sua idade mais avançada.

As opiniões dos especialistas sobre quando, como e até sobre a necessidade ou


não de se estabelecer uma rotina para o bebê variam. Muitos pediatras, porém,
pensam que os bebês estão prontos para começar a entrar em uma rotina mais
geral entre os 2 e os 4 meses de idade.

Os padrões de sono da maioria dos bebês começam a se firmar a partir dos 3 ou 4


meses, e é então que você pode aproveitar a oportunidade e ajudar o seu bebê a
ter um horário mais definido.

Há crianças que, por natureza, mostram padrões previsíveis muito antes disso, às
vezes já no primeiro mês de vida. Nesse caso, você já pode começar delicada-
mente a incentivar seu bebê a ir entrando em uma rotina.

Comece a prestar atenção aos horários em que seu bebê come, dorme e fica mais
acordado. Assim você irá entendendo melhor seus ritmos naturais e terá uma ideia
dos padrões que começam a se desenvolver. Logo nos primeiros dias após o parto,
muitos pais já começam a perceber que o bebê tem horários para comer, fazer
cocô e xixi, dormir, e assim por diante.

Você pode guardar os horários na cabeça ou, se achar mais fácil, anotá-los em um
caderno, no computador ou em aplicativos especiais para isso.

É essencial, por exemplo, que o recém-nascido receba leite materno (ou fórmula

90
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

láctea, se é o que ele toma) em quantidade suficiente, para evitar que ele deixe de
ganhar peso ou tenha uma desidratação. Quando você achar que seu bebê está
precisando mamar ou dormir, nunca adie só com base na explicação de que "ainda
não está na hora" por conta da rotina.

Os pais precisam seguir seus instintos com relação ao que a criança está tentando
comunicar, dizem os especialistas. Por exemplo, se o bebê mamou há uma ou duas
horas e já está fazendo aquele choro característico de quando tem fome, fazendo
biquinho e procurando com a boca, você deve alimentá-lo.

E se está na hora de dormir, mas seu bebê está mais choroso do que o normal e
precisa de um colinho prolongado antes de deitar, você deve acalmá-lo, ou seja,
nenhum horário ou rotina deve desbancar as necessidades do bebê.

Você criará uma rotina para ele com até suas poucas obrigações. Ele terá, assim,
sua hora para o banho, sua hora para brincar, sua hora para mamar e sua hora para
dormir.

Não é prudente passar um exemplo a ser seguido, pois cada um tem seu jeitinho
e você conseguirá criar exatamente a rotina específica para seu filho.

O que vamos orientar aqui é uma rotina desde quando o bebê demonstre uma
estabilidade de hora de mamada e dormida, chamamos isso de “rotina dirigida
pelo bebê”, ou seja, é ele que irá criar a rotina com suas necessidades e não os pais
com as necessidades deles.

Rotinas dirigidas pelo bebê:


Você segue, literalmente, os sinais do bebê. Ou seja, procura nele indicações do
que precisa em vez de impor horários para comer, dormir ou brincar. Isso não sig-
nifica que seus dias vão se tornar completamente imprevisíveis, já que depois da
primeira semana de vida a maioria dos recém-nascidos começa a entrar natural-

91
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

mente em um ritmo regular de sono, brincadeira e alimentação. Mas os horários


podem variar de um dia para o outro, porque com esse método você vai responder
aos sinais que observa no bebê.

Então vamos lá: quais são as necessidades essenciais do seu filho assim que
nasce?

Mamar é a primeira e mais essencial necessidade dele. Aqui defendemos a livre


demanda (isso mudará, mas somente com ele maiorzinho). Lembre-se que o seu
peito será o maior prazer e o maior conforto para o seu filho.

Assim, tente fazer a rotina dele de acordo com as mamadas dele. Não há tempo
exato para cada mamada ou intervalo de cada mamada. Existem bebês que
mamam 1 hora, outros o dia todo, outros, 10 minutos! Não há regra. Cada bebê é
de um jeito.

Daqui a pouco seu filho terá o ritmo dele e aí você vai fazendo sua rotina mais reg-
ular.

Então adeque sua rotina ao item mais essencial dele, a mamada. Depois da
mamada, o que é mais necessário é a dormida. Sim, a dormida é tão importante
que deve ser respeitada. O sono para o bebê não é somente o descanso. É o regu-
lador de hormônios, é o regulador de humor. O sono vai contribuir para o desen-
volvimento físico e cognitivo dos pequenos. Enfim, não vamos nos alongar aqui
sobre a importância do sono para a criança, mas ele é tão essencial quanto a
comida! Por isso, respeite os horários de sono do seu filho, mais adiante terá uma
tabela da quantidade adequada de sono durante a noite e durante o dia (no item
Sono).

92
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Assim, você começa a criar sua rotina, com as mamadas em primeiro lugar e as
dormidas em segunda lugar. Diferente das mamadas (que serão de livre demanda),
o sono você deverá ensinar ao seu filho, orientar e adequar. Como assim, ensinar
meu bebê a dormir? Sim, isso mesmo! Você verá que existem bebês que dormem
mais que o normal, outros já são um reloginho e, outros, você deverá estimular a
ensinar a dormir. Mas não se preocupe se o seu é a terceira opção, a boa notícia é
que eles aprendem tudo, basta ter paciência.

Assim, de acordo com as mamadas e depois do sono dele, você vai criando a
rotina do seu bebê. Como dito anteriormente, no sono você deve influenciar. Mas
como? Literalmente colocando para dormir. Você verá uma tabela mais adiante
das horas de sono a depender a idade do seu filho. Assim, você começa a criar a
rotina dele com as mamadas, com o sono e depois com os banhos e as brincadei-
ras. Mas não esqueça que seu pediatra irá te orientar em tudo isso.

Quanto você tiver criado a sua rotina, verá como seu filho irá cumpri-la direitinho
e que ele ficará mais calmo sabendo sempre o que irá acontecer com ele.

A rotina do sono às vezes não é tão simples de ser criada e varia de bebê para
bebê. Não esqueça que você deve criar todo um ambiente para isso, como
quando cria um ambiente para o banho.

Assim, escureça o quarto, coloque uma música calma se preferir. Não vejo proble-
ma nenhum em, inclusive, ninar no colo.

Aqui vai uma dica muito importante: você com certeza vai escutar e ler de tudo
nessa fase. Vai escutar, inclusive, que não pode ninar seu filho, o que é totalmente
inaceitável para mim. Você depois irá perceber que tudo será questão de fases na
vida do seu filho. Não se preocupe: você não só pode ninar despreocupadamente
como deve. Isso tudo passará e inclusive com o tempo você poderá ir adequando
a sua necessidade e rotina com a do bebê.

93
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Sono:
Um estudo realizado pela Universidade de Queensland, na Austrália, acompanhou
os hábitos de sono de cerca de 2.900 crianças de, 0 a 5 anos, e depois voltaram a
analisar o comportamento delas dois anos depois. A conclusão foi a de que a
maior parte das crianças que tinha uma rotina de descanso desajustada apre-
sentava riscos mais significativos de desenvolver problemas relacionados a déficit
de atenção e a dificuldades de aprendizado na escola.

Dormir cedo é importante porque, quando escurece, o organismo libera a mela-


tonina, o hormônio do crescimento. A recomendação dos especialistas é de que as
crianças devem ir para a cama por volta das 20h, todos os dias.

Estabelecer uma rotina antes da hora de dormir ajuda a criança entender qual é o
momento de desacelerar. Vale o que funcionar melhor para a família, mas é funda-
mental seguir os horários e a sequência das atividades, como tomar banho, esco-
var os dentes, colocar o pijama, cantar ou ler uma história...

Quando estiver próximo da hora de dormir, diminua as luzes e os ruídos da casa.


Quanto mais calmo o ambiente estiver, melhor para a criança, que entenderá que
aquele é o momento de descansar.

Exceto nos casos em que haja recomendação médica ou quando o bebê for muito
pequeno, não precisa acordá-lo para mamar durante a noite. Espere até que ele
desperte para solicitar o leite.

Para as crianças maiores, evite oferecer líquidos em horários próximos ao momen-


to de dormir, para que a vontade de ir ao banheiro não ajude a despertá-las. O
último copo de água deve ser ingerido preferencialmente pelo menos uma hora
antes do seu filho ir para a cama.

Deixar a luz acesa não é necessário e pode interferir na produção de melatonina.


O melhor é deixar o ambiente totalmente escuro e, se a criança sentir medo ou

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

desconforto, opte por uma luz mais fraca, em tom de azul, bem discreta.

Nada de televisão, celular ou tablet antes de dormir. Os aparelhos podem deixar


as crianças agitadas e atrapalhar a chegada do sono.

No horário habitual do despertar da criança, abra as janelas. Faça isso todos os


dias, no mesmo horário. Isso vale para todos, dos bebês aos mais velhos.

Os cochilos também devem seguir uma rotina, sempre no mesmo horário. Geral-
mente, as crianças preferem fazer isso depois do almoço. Evite os horários das 9h
ao meio-dia, o que pode postergar a soneca da tarde, e o das 17h às 20h, que pode
atrapalhar a rotina noturna.

Nas primeiras seis a oito semanas, o bebê não consegue ficar acordado por mais
de duas horas seguidas, portanto, não se deve esperar muito mais que isso para
colocá-lo para dormir, pois, se ele estiver cansado demais, pode ficar irritado e
sentir dificuldade para adormecer.

Pode ser complicado, mas, mesmo aos finais de semana ou quando os pais esti-
verem fora de casa, a rotina deve ser seguida, conforme for possível. Procure fazer
poucas exceções para a criança ter o mesmo horário de dormir e acordar. Isso
transmite segurança.

Idade Durante a noite Durante o dia


3 meses 10h 6h (3 sonecas)
6 meses 10h 5h (2 ou 3 sonecas)
9 meses 10h 3h30 (2 sonecas)
1 ano 10h 3h (2 sonecas)

95
Dicas para fazer o bebê
dormir a noite toda

Para fazer o bebê dormir a noite toda é preciso ter alguns cuidados, como:

1. Colocar o bebê para dormir assim que bocejar.

2. Ninar o bebê, com a luz fraca ou apagada, e cantar suavemente para ele.

3. Tentar acalmar o bebê com um banho morno algumas horas antes de


ele ir dormir e evitar luzes muito fortes ou a televisão.

4. Evitar colocar o bebê para dormir logo após alimentá-lo, pois de es-
tômago vazio ou muito cheio a tarefa fica mais difícil.

5. Criar uma rotina de sono seguindo os mesmos horários todos os dias,


inclusive nos fins de semana.

6. Usar o berço somente para ele dormir, assim ele irá associar que lá não
é lugar de brincadeira.

7. Garantir o conforto do bebê verificando se a roupinha não machuca, se


as cobertas não são exageradas ou se não está muito frio ou muito calor
no quarto dele.

8. Evitar fazer barulho quando o bebê estiver dormindo, para não


acordá-lo.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Apesar de essas dicas serem muito úteis e poderem ajudar muitos pais, alguns
bebês não conseguem dormir a noite toda, sem uma causa aparente, mas, geral-
mente, até os 3 anos de idade, esta situação é resolvida.

Pode ser que o seu filho nunca tenha demonstrado nenhum tipo de dificuldade
na hora de ir para a cama, mas esse comportamento é exceção, a regra é que os
bebês têm de ser ensinados.

A criança precisa, de fato, de uma rotina estabelecida para conseguir ter boas
noites de sono. Uma pesquisa recente da Universidade de Saint Joseph (EUA)
confirma essa necessidade. Foram estudadas 405 famílias com filhos de 7 meses a
3 anos. Os resultados mostraram que o simples fato de a criança ir para a cama no
mesmo horário todas as noites melhora a continuidade do sono noturno. Mas
essa regularidade só é possível a partir do quinto mês, quando o bebê já produz
melatonina – hormônio que induz à sonolência, assinalando ao organismo o mo-
mento de dormir. É aí que se deve estabelecer um ritual de sono, repetindo-o
todas as noites antes de colocar a criança na cama.

Choro do Bebê:
No início da vida, crianças se comunicam chorando. Pelo choro do bebê, ele
mostra se está com fome, frio, cansado, inseguro, sentindo dor ou desconforto. É
importante que os pais tentem identificar o que está acontecendo para resolver
cada situação.

O bebê chora de forma diferente de acordo com o que está sentindo. No início,
pode ser difícil identificar. Mas conforme convivem com o bebê, os pais começam
a interpretar as necessidades do filho.

Sim, tem como identificar o pedido do seu bebê pelo tipo de choro.

A australiana Priscilla Dunstan descodificou o choro dos bebés, através d

97
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

sua memória fotográfica para os sons.

Através da audição do seu próprio bebé começou a perceber que existiam


padrões no choro, essencialmente 5, e que mais tarde perceberia que todos
os restantes bebés expressam as suas necessidades essencialmente à bas
destes 5 sons.

Posteriormente ela analisou mais de 1.000 bebés e de fato chegou à


conclusão de que os 5 sons, independentemente da raça e da cultura, são
semelhantes em todos.

Ela utilizou esta sua extraordinária capacidade para identificar os principais


sons que os bebés fazem quando choram e traduziu-os para as restantes
mães.

Concluindo, então, que apesar da raça, nacionalidade ou cultura existiam 5


padrões de choro, respectivamente, para cada necessidade.

Esses sons são baseados em reflexos, e é importante observar o som e a


expressão corporal do bebê para podermos diferenciá-los.

Estes 5 choros seguintes são apenas válidos para recém-nascidos dos 0 aos 3
meses de idade:

VAMOS AOS SONS DELES:

FOME/SEDE:
É um choro prolongado que vem do movimento de sugar e as vezes é acompanha-
do de mão na boca. O reflexo da sucção combinado com o choro cria-se um som
específico.
O som emitido pelo bebe: “NÉH”

98
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Reflexo físico do bebe: a língua aponta para o céu da boca, como na hora do
mamá. Aqui, antes de chorar, o bebê manda sinais, chupando o dedo e abrindo e
fechando as mãos.

DESCONFORTO:
O som emitido pelo bebe: “HEH”
Reflexo físico do bebe: movimentação é mais branda como apenas uma
reclamação.
Aqui lembre-se de verificar a fralda, mudar a posição do bebe, verificar se ele
está com calor ou frio.
Este som é diferente do “Neh” do sono, pois neste caso o “h” é mais acentuado.

SONO:
É um choro que vem do bocejar
O som emitido pelo bebe: “OWN
Reflexo físico do bebe: a boca fica ovalada no bocejo.

ARROTO:
O som emitido pelo bebe: “ÉH”
Reflexo físico: incômodo na barriga, ele mexe com as mãos e os pés como
se estivesse empurrando algo.
O choro é usualmente curto e repetitivo: “eh”,”eh”,”eh”.

CÓLICA:
O som emitido pelo bebe: “EAIRH
Reflexo físico do bebe: aqui a movimentação é intensa com choro agudo e
sofrido, de irritação e sofrimento. O bebe enrruga a testa e usualmente
puxam as pernas para o peito.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

LEMBRETE:
Os bebes choram por vários outros motivos do que os acima citados, ex:
saudade, medo, por querer um carinho, um colo, ou um carinho.
Esse conhecimento acima auxilia mas não é exclusive.

NECESSIDADE DE CONTATO OU TÉDIO:


O choro é mais manhoso e acaba assim que o bebe vai para o colo ou você o
conforta, da colo ou atenção.

DOR:
Causada por Lesão, doença ou infecção. Normalmente, o bebê aponta o
local que está dolorido. Por exemplo, se for uma dor de ouvido ele vai tentar
tocar nas orelhas.

SUSTO E MEDO:
O choro pode ser acompanhado por um pequeno salto e berros.

EXCESSO DE ESTÍMULO:
O bebê fica rabugento, o choro é quase uma reclamação leve a criança para
um ambiente tranquilo.

DENTES:
Aqui a criança baba mais, quer colocar tudo na boca e perde o apetite. As
gengivas ficam vermelhas e inchadas e o bebê choraminga. Ofereça um
mordedor para ajudar a rasgar a gengiva ou use pomadas específicas.

Mais dicas:
- Durante a fase pré-choro é mais fácil de identificar o choro, ou seja,
antes do choro ficar intenso.
- Caso ouça mais do que um tipo de choro, acuda o que está mais
predominante, e as vezes pode ser mais de um fato incomodando.

100
Alergia ao Leite

O bebê pode apresentar sintomas de alergia ao leite materno, e isso acontece


quando a proteína do leite de vaca que a mãe consome na alimentação é passada
para a criança. Entretanto, o leite materno em si é produzido de forma ideal para
o bebê, com os nutrientes e anticorpos necessários para melhorar a imunidade e
não costuma causar alergia quando a mãe não consome leite de vaca ou seus
derivados.

Assim, quando o bebê apresenta sintomas que indicam essa alergia, como diarreia,
prisão de ventre, vômitos, vermelhidão ou coceira na pele, é necessário informar
ao pediatra para que que sejam feitas avaliações e, se confirmada a alergia, a mãe
terá que seguir uma dieta sem alimentos que contenham leite.

A criança pode não ter alergia ao leite, mas sim intolerância à lactose. Ambos os
casos você terá que procurar um pediatra ou um gastro infantil. Mas tudo isso se
resolve com algumas alterações na dieta da mãe e do filho.

Como identificar
Quando o bebê tem alergia à proteína do leite, ele pode apresentar os seguintes
sintomas:

1 - Alteração do ritmo intestinal, com diarreia ou prisão de ventre.


2 - Vômitos ou regurgitações.
3 - Cólicas frequentes.
4 - Fezes com presença de sangue.
5 - Vermelhidão e coceira na pele.
6 - Inchaço dos olhos e lábios.
7 - Tosse, chiado ou falta de ar.
8 - Dificuldade para o ganho de peso.

101
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Os sintomas podem ser leves ou intensos, a depender da gravidade da alergia de


cada criança.

Como confirmar
O diagnóstico de alergia ao leite materno é feito pelo pediatra, que irá avaliar os
sintomas do bebê, fazer a avaliação clínica e, se necessário, solicitar alguns exames
que podem confirmar, como amostras de sangue ou testes na pele que avaliam a
presença de anticorpos.

Como é feito o tratamento


Para tratar a alergia ao leite materno, inicialmente, o pediatra irá orientar mu-
danças na dieta que a mãe deve fazer. Como a retirada do leite e seus derivados
durante o período de amamentação, inclusive bolos, sobremesas e pães que
levam este ingrediente na sua composição.

Apesar de também poder surgir em adultos, a alergia ao leite normalmente se


inicia durante a infância, mas tende a desaparecer após os 2 a 4 anos de idade. Ao
surgirem os sintomas, deve-se procurar o pediatra para ter o diagnóstico da
doença e iniciar o tratamento para não prejudicar o crescimento da criança.

Sintomas da alergia ao leite


Dependendo da gravidade da alergia, os sintomas podem surgir em minutos,
horas ou dias após a ingestão de leite. Nos casos mais graves, até o contato com o
cheiro do leite ou com produtos de cosméticos que têm leite na composição
podem fazer surgir os sintomas, que são:
- Vermelhidão e coceira na pele.
- Vômito em forma de jato.
- Diarreia.
- Fezes com presença de sangue.
- Prisão de ventre.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

- Coceira ao redor da boca.


- Inchaço dos olhos e lábios.
- Tosse, chiado ou falta de ar.

Diagnóstico
O diagnóstico da alergia ao leite de vaca é feito a partir do histórico dos sintomas,
do exame de sangue e do teste de provocação oral, em que é dado leite para
criança tomar a fim de avaliar o aparecimento da alergia. Além disso, o médico
também pode pedir para retirar o leite da dieta da criança de modo a avaliar a
melhora dos sintomas.

Tratamento
O tratamento da alergia ao leite de vaca é feito com a retirada do leite e de seus
derivados da dieta, estando proibido também o consumo de alimentos que levam
leite na receita, como biscoitos, bolos, pizzas, molhos e sobremesas.
O leite adequado para a criança tomar deve ser indicado pelo pediatra, pois deve
ser um leite completo, mas sem apresentar a proteína do leite de vaca que causa
alergia.

Caso a fórmula que o bebê esteja tomando não seja completa, o pediatra deve
indicar alguns suplementos que devem ser utilizados para evitar a deficiência de
vitaminas ou minerais que podem causar doenças como escorbuto, que é a falta
de vitamina C, ou beribéri, por falta de vitamina B, por exemplo.

O bebê pode ter alergia ao leite da mãe?


Bebês que são alimentados apenas com leite materno também podem apresentar
sintomas de alergia ao leite, pois parte da proteína do leite de vaca consumido
pela mãe passa para o leite materno, causando alergia no bebê.

Nesses casos, a mãe deve evitar consumir produtos com leite de vaca, preferindo
bebidas e alimentos à base de leite de soja, de preferência enriquecidos com
cálcio.
103
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Também é importante lembrar que as chances de o bebê ter alergia ou intolerân-


cia ao leite de vaca são maiores quando parentes próximos, como os pais ou avós,
também apresentam o problema.

Cólica

Cólica

Cólica é um termo geralmente usado para descrever o choro incontrolável em


bebês saudáveis.

Embora não se trate de uma doença nem represente algum dano de longo prazo
para o bebê, a cólica pode incomodar bastante a criança e ser estressante para a
família.

Meu bebê chora demais. Como vou saber se é cólica?


Se o seu filho tem menos de 5 meses, chora mais que três horas seguidas mais que
três vezes por semana, e isso já dura ao menos três semanas, há boas chances de
ser cólica.

A cólica costuma aparecer por volta de duas a três semanas após o nascimento. É
um choro mais alto que o normal e incessante e pode começar e parar repentina-
mente.

Num bebê com cólica, você pode notar o seguinte:


• Ele tem crises de choro intenso e é difícil acalmá-lo.
• Ele encolhe as perninhas e arqueia as costas para trás, estica-se e se espreme
enquanto chora.

104
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

• Ele solta puns quando chora.

A cólica normalmente ataca no fim da tarde e à noite. Em casos mais difíceis, o


bebê chora a qualquer hora do dia. Pode ficar difícil dar de mamar para o bebê
quando ele está tão desconfortável.

O alento é que a cólica não é uma doença e costuma melhorar bastante entre os
3 ou 4 meses. O pico geralmente ocorre por volta de 6 semanas.

Ainda não se sabe exatamente o que provoca a cólica e porque algumas crianças
são mais suscetíveis às cólicas que outras.

Uma das hipóteses mais fortes é a de que o sistema digestivo do bebê ainda é
imaturo, o que faz a barriga doer em reação a algumas substâncias do leite mater-
no ou do leite artificial. As contrações intestinais do bebê estariam "desorganiza-
das".

Outras possíveis explicações para a cólica são:


• O sistema nervoso do bebê ainda não amadureceu e fica sensível demais.
• O bebê sente dor porque tem dificuldade de expelir gases.
• Pode acontecer de o bebê ser sensível a algum outro alimento consumido pela
mãe. Há certa controvérsia entre os especialistas, mas os principais suspeitos de
alergia são trigo, ovos, nozes e castanhas, cafeína e chocolate.

Para verificar se algum desses alimentos está causando desconforto no bebê, o


ideal é evitá-los por alguns dias (até que efetivamente seja eliminado do organis-
mo da mãe – do seu leite no caso) e reintroduzir um de cada vez.

Mas nessa hora a mãe tem que se acalmar para raciocinar melhor e verificar se
realmente é cólica e até para que o bebê possa se acalmar, pois uma coisa é fato:
mãe estressada deixa seu filho estressado também.

105
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Para acalmá-lo coloque ele no seu colo bem apertadinho, use um sling se vc tiver.
Tem mãe que fica sem blusa e coloca seu filho grudadinho em seu corpo, sempre
se mantendo calma. Vá para um ambiente sem muitos estímulos, com pouca luz e
pouco barulho. Ou então faça um barulho similar ao barulho de quando ele estava
em sua barriga (e um som de chiado, existem aplicativos para isso, e, têm mães que
relatam que o chiado do secador de cabelo e de ventilador são uma maravilha).
Caso nada disse solucione, carregue-o e deite em uma rede com ele, ou balance
ele em seu colo ou no carrinho.

Um banho morno também tende a relaxar o bebê ou até distraí-lo.

Para solucionar dor de gases ponha o bebê para arrotar depois de cada mamada
e procure manter o bebê com a cabeça levantada na hora de dar de mamar. Se
você dá mamadeira para o bebê, tenha certeza de que ele não está engolindo ar.
Veja se o furo do bico não está muito grande e mantenha a mamadeira sempre
bem levantada, com o bico totalmente preenchido de leite. Procure os bicos
anatômicos e elaborados exatamente para diminuir a entrada de ar enquanto a
criança mama.

O pediatra pode receitar uma medicação (gotas de dimeticona ou simeticona)


para ajudar o bebê a aliviar o acúmulo de gás na barriguinha, porém, é importante
que você fale sempre com o médico antes de usar qualquer truque que envolva
dar alguma substância para a criança, mesmo que seja só molhar a chupeta (e
mesmo que seja um fitoterápico).

Bolsa de água quente na barriga do bebê alivia (sempre envolta numa toalha e
com muito cuidado para não o queimar, já que ele tem a pele muito sensível).
Movimentos de bicicleta com as pernas dele ou massagear a barriga com movi-
mentos circulares no sentido horário com delicadeza para estimular a evacuação.

106
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

As cólicas e seu choro podem demorar e as mãe muitas vezes ficam tensa e nem
se dão conta disso. Começa, então, um círculo vicioso: o bebê, supersensível,
percebe a impaciência da mãe, fica inseguro e reage sentindo mais dor. Ela segue
com os cuidados e, sem sucesso, vai entrando em pânico. Antes de perder o con-
trole da situação, é melhor pedir ajuda e sair de cena. Nesse momento o pai pode
ser um santo remédio, assumindo o posto até que você se recupere e acalme.

Refluxo:

Refluxo

O refluxo em bebês pode acontecer devido à imaturidade do trato gastrointestinal


superior ou quando o bebê tem alguma dificuldade de digestão, intolerância ou
alergia ao leite ou algum outro alimento.

O refluxo em bebê recém-nascido não deve ser considerado uma situação pre-
ocupante quando a quantidade é pequena e acontece apenas após a mamada.
Porém, quando o refluxo acontece várias vezes, em grande quantidade e muito
tempo depois da mamada, pode comprometer o desenvolvimento do bebê e por
isso deve ser avaliado pelo pediatra.

Os sintomas de refluxo em bebê manifestam-se geralmente por golfadas em


pequenas quantidades após as mamadas e algum desconforto, o que pode acon-
tecer em todos os bebês.

No entanto, esse refluxo pode ser exagerado, podendo fazer-se acompanhar por
sintomas como:
• Sono agitado.
• Vômitos constantes.
• ificuldade para mamar.

107
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

• Irritação e choro excessivo.


• Rouquidão, pois a laringe inflama devido à acidez do estômago.
• Dificuldade para ganhar peso.
• Inflamações frequentes nos ouvidos.

Na presença desses sintomas, é importante levar o bebê ao pediatra ou gastroen-


terologista pediátrico para fazer o diagnóstico e orientar o tratamento.

O ideal é prevenir o refluxo com a adoção de alguns cuidados, como evitar bal-
ançar o bebê, evitar vestir roupas que apertem a sua barriga ou escolher uma boa
posição durante as mamadas para evitar a entrada de ar pela boca.

Além disso, depois das mamadas seu bebê deve ficar na posição vertical no colo
do adulto por cerca de 30 minutos, e só depois deitá-lo de lado e com a cabeceira
do berço elevada cerca de 30 graus, colocando um calço de 10 cm ou um traves-
seiro antirrefluxo.

Normalmente, o refluxo em bebê desaparece a partir dos 6 meses de idade,


quando ele começa a sentar e a comer alimentos sólidos, no entanto, caso isso
não aconteça, após todos os cuidados, pode ser orientada a ingestão de remédios,
de acordo com a orientação do pediatra ou gastroenterologista ou cirurgia para
corrigir a válvula que impede que o alimento volte do estômago para o esôfago.

Existem pessoas que engrossam o leite de modo artificial, com farinha de arroz ou
milho, o que ajuda o alimento a permanecer mais tempo no estômago, evitando o
refluxo e, além disso, adiciona mais calorias ao leite, fazendo com que o bebê
ganhe peso rapidamente, porém existem pediatras que não aconselham a fazer
isso. Além disso, também existem leites adaptados para bebês com refluxo que já
têm espessantes na composição.

A alimentação do bebê deve ser dada em pequenas quantidades e o máximo de

108
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

vezes ao longo do dia para que o estômago não distenda tanto.


Em relação à alimentação da mãe que amamenta, devem ser evitados alimentos
como gorduras, frituras, chocolate, sucos ácidos, café, refrigerante e iogurte, pois
esses alimentos podem se transferir para o leite, dificultando a digestão do bebê.

Uma das complicações mais comuns relacionadas ao refluxo nos bebês é a dor e
desconforto do ácido gástrico em contato com a mucosa, que pode originar uma
esofagite. Outra das complicações mais graves do refluxo pode ser a pneumonia
por aspiração, que acontece quando o bebê “devolve” o leite que entra pela
traqueia para o pulmão.

Quando o refluxo não é diagnosticado e tratado, a dor e o desconforto gerado


podem fazer com que o bebê recuse a alimentação, o que pode comprometer seu
desenvolvimento.

Existem algumas formas de evitar o refluxo em bebês, como por exemplo:


• Ao amamentar, apoiar o bebê nos braços, de forma que a barriga da mãe toque
na barriga dele.
• Nas mamadas, deixar as narinas do bebê livres para respirar.
• Evitar que o bebê fique só sugando o mamilo.
• Dar leite materno o máximo de meses possível.
• Evitar dar grandes quantidade de leite de uma só vez.
• Aumentar a frequência das mamadas.
• Evitar balançar o bebê.
• A mamadeira deve ser dada sempre elevada, com o bico preenchido pelo leite.

Se mesmo com essas medidas preventivas continuar a ocorrer refluxo com fre
quência, deve-se levar o bebê ao pediatra ou gastroenterologista pediátrico para
fazer o diagnóstico e orientar o tratamento.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Morte do Bebê

Você sabe o que é a Síndrome da Morte Súbita Infantil? É quando a criança


morre durante o sono, sem nenhuma razão aparente.

A síndrome da morte súbita do lactente (SMSL) é a principal causa de morte em


bebês com menos de 1 ano de vida. Ela é caracterizada por um quadro de morte
súbita, inesperada e sem causa aparente, que ocorre, em geral, durante o sono
noturno de um bebê aparentemente saudável.

Apesar de os reais motivos ainda serem uma incógnita para a medicina seguem
algumas dicas de pediatras:

1. Escolha um colchão firme, nem mole nem duro demais.


2. Evite colocar bichos de pelúcia, travesseiros, cobertores e protetores no
berço.
3. Faça o pré-natal correto, já que o acompanhamento ainda na gravidez está
relacionado a um menor risco de morte súbita.
4. Diga não ao tabagismo e evite contato com cigarro durante a gravidez e após
o nascimento do bebê. Ainda que a gestante não fume, quanto mais longe da
fumaça ou de pessoas que tenham esse hábito, melhor.
5. Não beba nem use medicação por conta própria durante a gravidez.
6. Amamente. Ao sugar, a criança desenvolve melhor o sistema respiratório, já
que é obrigada a respirar pelo nariz.
7. Não exagere no cobertor. Uma camada de roupa a mais do que a sua é sufi-
ciente. Evite cobrir a cabeça e as mãos do bebê, pois as extremidades são o
canal utilizado pelo corpo para regular a temperatura.
8. Espalhe as informações e faça com que todos as pessoas que participam dos

110
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

cuidados com o bebê saibam das recomendações. Babás, avós, tias, cuidadoras
do berçário...
9. Evitar colchão muito mole, cobertas e travesseiros.
10. Não deixar o quarto do bebê muito quente.

Dormir no mesmo quarto dos pais diminui o risco de morte súbita, mas dormir na
mesma cama deles pode aumentá-lo, pois torna a superfície do colchão mais
irregular, entre outros fatos. Alguns pediatras também não recomendam que
bebês gêmeos durmam no mesmo berço.

Outro fator que costuma estar ligado à morte súbita do bebê é o calor. Quartos
com temperatura muito elevada ou bebês que dormem com excesso de roupa e
com muitas cobertas estão sob maior risco.

Como os bebês perdem muito calor pela face, dormir de barriga para baixo em
quartos quentes torna-se perigoso, pois além de não conseguir respirar bem, a
face encostada à cama tem menor capacidade de dissipar calor.

O que pode ajudar:


• Dormir no mesmo quarto dos pais.
• Chupetas exclusivamente à noite para dormir a partir do primeiro mês de vida.
Cuidado: chupetas antes do primeiro mês podem atrapalhar o aleitamento mater-
no e após os 2 anos podem atrapalhar a dentição (isto está sendo discutido com
os novos formatos de chupetas).
• Aleitamento materno.
• Mantenha a temperatura do quarto ao redor dos 23ºC.
• Estar com o seu bebê.

Por mais que hoje existam no mercado alguns monitores de respiração e batimen-
tos cardíacos para bebês, pesquisadores mostram que esses aparelhos não dimin-
uem o risco de síndrome da morte súbita do lactente.

111
Primeiros
Socorros

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Saiba o que fazer quando o bebê engasga, se afoga, cai, sofre cortes,
quedas, queimaduras e muito mais

O primeiro ato a se fazer diante de acidentes é ligar para os números de emergên-


cia que são: Samu – 192 e Corpo de Bombeiros – 193 e fazer os procedimentos que
vamos ensinar:

Engasgo/sufocamento
Quando o bebê estiver engasgado, a primeira coisa a se fazer é verificar se ele está
respirando. Se ele estiver tossindo ou chorando, significa que o ar está entrando
nos pulmões, deixe o bebê tossir, pois com a tosse ele irá eliminar o que está ob-
struindo as vias aéreas.

Nesses casos, é possível que você note:


- Pele azulada ou arroxeada.
- Esforço respiratório exagerado.
- Movimento de entrada de ar indetectável ou ausente.
- Eventual perda de consciência.

A criança também pode fazer ruídos estranhos ou abrir a boca sem emitir nenhum
som.

Se a criança estiver tossindo ou com ânsia de vômito, é boa notícia: as vias aéreas
não estão totalmente bloqueadas. Deixe seu filho tossir. Tossir é o método mais
eficaz de desimpedir as vias aéreas.

A situação é mais grave quando a criança não consegue chorar, tossir ou falar. Isso
indica que as vias aéreas estão totalmente fechadas e você vai precisar ajudá-la a
voltar a respirar.

Não tente retirar o eventual objeto, que provocou o engasgo, com suas mãos, a

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

menos que você consiga vê-lo ao abrir a boca da criança. O risco é acabar empur-
rando ainda mais o objeto e piorar a situação. O ideal é que, antes que esse tipo
de acidente aconteça, você tenha certo “treino” do que fazer, para agir com mais
segurança e confiança. Peça ao pediatra, durante uma consulta de rotina, para
demonstrar no consultório as manobras necessárias.

Bebê engasgado e consciente: Posicioná-lo de bruços em cima do braço do


socorrista. Então, realizar cinco compressões entre as escápulas, no meio das
costas do pequeno.

Depois, vire o bebê de barriga para cima e com ele ainda apoiado em seu braço
realize cinco compressões sobre o esterno, osso que divide o peito ao meio, na
altura dos mamilos.

Procure visualizar o corpo estranho e tente retirá-lo com cuidado. Caso não consi-
ga, repita os movimentos acima até a chegada da emergência.

Bebê engasgado e inconsciente: Coloque o bebê deitado de costas e libere as


vias aéreas. Verifique se ele respira. Se não respirar, faça duas respirações boca a
boca, lembrando que nos casos dos bebês a boca do adulto deve abranger a boca
e o nariz do pequeno.

Enquanto realiza as respirações, note se há expansão torácica. Caso não veja mov-
imentos respiratórios, repita as respirações boca a boca.

Quedas
Tenha calma e verifique se o bebê está respirando e procure o serviço de
emergência pediátrica. Sobre deixar ou não o bebê dormir, isso vai depender da
recomendação médica.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Afogamentos
O rápido socorro é fundamental para o salvamento da criança que se afoga, pois
a morte por asfixia pode ocorrer em apenas cinco minutos.

Assim, depois de resgatar o bebê afogado, é importante observar se ele está res-
pirando ou não. Caso não haja respiração, chame imediatamente a emergência e
inicie as manobras de respiração boca a boca e massagem torácica. Se puder pedir
para outra pessoa chamar a emergência enquanto você inicia as manobras,
melhor. Se você estiver sozinha com o bebê, primeiro faça a ressuscitação nele por
dois minutos e depois telefone pedindo ajuda.

Manobras de ressuscitação
Deite o bebê, guarde o ar e coloque sua boca sobre sua boca e nariz. Sopre deva-
gar o ar até perceber que o peito da criança sobe. Faça duas respirações com
pausas entre elas para deixar o ar sair.

Depois disso, trace uma linha entre os mamilos do bebê e no centro do peito, dois
dedos abaixo dessa linha imaginária posicione dois de seus dedos. Com a outra
mão segure a cabeça do bebê. Realize 30 compressões rápidas, cada uma durando
menos de um segundo, mas não de forma brusca. Afunde no peito do bebê cerca
de 2 centímetros.

Em seguida, volte a fazer as duas respirações e as compressões, siga este ciclo até
o socorro chegar. Se o bebê acordar e estiver bem, mesmo assim é importante
levá-lo ao hospital.

Queimaduras
Caso o bebê sofra uma queimadura, deve-se retirar o agente que a causou, lavan-
do o local com água corrente, somente água, mais nada! Se o bebê estiver con-
sciente, ofereça água para ele beber, a hidratação é fundamental no tratamento
de queimaduras.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Se existir roupas grudadas na pele por conta das queimaduras, não tente retirá-las,
lave o local sobre a roupa mesmo. Também não passe nenhum tipo de produto,
pomada, pasta de dente, mesmo sabonete, lave somente com água corrente e
procure o serviço de emergência pediátrica.

Intoxicação
Se a criança sofrer uma intoxicação e estiver consciente e bem, ligue para o Ceatox
da sua região (eles lhe falarão o que fazer) e a leve para o hospital. Não tente fazer
a criança ingerir qualquer coisa, líquidos ou sólidos. Não tente provocar vômitos.

Cortes
Caso o bebê sofra cortes, lave o local com água limpa e corrente. Se houver san-
gramento, comprima o local com pano limpo e procure o serviço de emergência
pediátrica. Não amarre o membro que sofreu o corte na tentativa de parar o san-
gramento, somente comprima, só pressione um pano limpo e dê alguma coisa
gelada para o bebê chupar, o sangramento deve parar.

Mordidas de animais
Quando o bebê sofrer mordidas de animais, lave o local com água limpa e cor-
rente. Se houver sangramento, comprima o local com pano limpo e procure o
serviço de emergência pediátrica.

Quedas

É verdade que não devo deixar o bebê dormir depois da queda?


A vantagem de manter a criança acordada depois da queda é que fica mais fácil
observar seu comportamento. Não é o fato de o bebê dormir que vai agravar a
lesão, se houver uma. A questão é que um dos sintomas de que há problemas mais

116
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

sérios em consequência de uma queda é justamente não conseguir acordar a


criança. Daí a impressão de que o sono é o culpado.

O que os médicos recomendam é procurar observar bem a criança. Caso o aciden-


te tenha acontecido perto da hora de dormir, procure manter seu filho acordado
por cerca de uma hora após a queda.

Depois disso, pode deixá-lo dormir, mas o acorde em cerca de duas horas, só para
ver se ele responde (ele obviamente vai estar sonolento, se for no meio da noite,
desde que reaja, não há problema), e mais uma vez até o amanhecer. Se você for
ficar mais tranquila, durma com ele.

Depois do estresse da queda e de toda a choradeira, é normal que as crianças


fiquem exauridas e precisem de uma soneca. Por isso, caso o acidente tenha acon-
tecido durante o dia, deixe seu filho descansar mais ou menos depois de uma hora
da queda, e procure acordá-lo depois da duração costumeira da soneca diurna.

Se em qualquer momento você não conseguir acordar o bebê, leve-o ao pron-


to-socorro imediatamente.

Como cuidar do “galo”?


É normal surgir um galo bem grande em batidas na cabeça. Tente não se assustar,
pois o galo é mais feio do que grave. A compressa com gelo envolto em um pano
ajuda o inchaço a diminuir, mas não é imprescindível – às vezes o bebê pode se
assustar e gritar mais ainda, o que só vai piorar a situação de vocês dois.

117
Como estimular
seu filho:

118
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Estímulos são músicas, jogos, brincadeiras, conversas. E, mais importante do que


o tipo de estímulo, é a maneira que o estímulo é oferecido, ou seja, com carinho e
paciência.

Os primeiros anos da vida de uma criança são fundamentais para seu desenvolvi-
mento. Diversos estudos demonstram que a evolução do cérebro acontece a uma
velocidade incrível nesse período, sobretudo com estímulos e interações com os
pais, cuidadores, demais membros da família e outras crianças.

Este é o período em que o cérebro mais precisa de estímulos, uma vez que 90%
das conexões cerebrais (ligações de neurônios) são estabelecidas até os 6 anos.
Sabe-se hoje que o circuito cerebral (as ligações de neurônios no cérebro) é feito
quase totalmente até os 6 anos de vida, depois teremos somente sinapses…

Isto é importante de ser esclarecido porque só assim você entenderá que é nessa
idade que quanto mais estímulos você der ao seu filho maiores ligações neurais
ele terá, o que significa maior facilidade no aprendizado, mais inteligência.

Estudos do cérebro estão cada vez mais em desenvolvimento e hoje é unânime a


importância do desenvolvimento neural na primeira infância, tanto que os Esta-
dos Unidos estão optando por gastar mais em suas escolas infantis e creches
exatamente para aproveitar esse período do bebê/criança.

Estudos mais antigos mostraram que ratos de laboratório criados em “ambientes


enriquecidos” (roda gigante, escadas, túneis de plástico, outros ratos para brincar)
desenvolviam até 25% mais sinapses nas áreas do cérebro relacionadas à per-
cepção sensorial, especialmente na área visual. Em contrapartida, os ratos criados
em gaiolas solitárias, “empobrecidas” sem outros ratos e brinquedos, além do défi-
cit no número de sinapses, mostravam baixo desempenho em tarefas de
aprendizagem no labirinto.

119
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

A aprendizagem humana depende, portanto, da maturação genética e da estimu-


lação social e pessoal que a criança recebe das pessoas que dela cuidam. Os
aspectos psicológicos de desenvolvimento não estão predeterminados, mas são
adquiridos mediante a interação com o meio físico e social que envolve as
crianças desde o seu nascimento.

Aqui estamos falando de um estímulo saudável, equilibrado e adequado. É o


seguinte: assim como tudo na vida precisa ter um equilíbrio e ser adequado, os
estímulos também precisam.

O que precisamos explicar é que estímulo demais não só não ajudam como preju-
dicam, a criança fica irritada, não aprende e não tem prazer naquilo, causando
assim o efeito inverso do que desejamos.

E que tipo de estímulo posso fazer?


BRINCAR!!! Um dos mais importantes jeitos de estimular sua criança é brincar
muito com ela, e de todo tipo de brincadeira saudável.

Não esqueça que você pode e deve explicar as coisas ao seu filho, mas é impor-
tante que o deixe encontrar os caminhos, as soluções, as saídas e até mesmo o
insucesso.

Não o prive dessa descoberta sozinho, dos caminhos que ele vai percorrer, das
soluções que ele vai dar, das cabeçadas (não no sentido literal), dos fracassos, pois
é isso mesmo que irá criar o desenvolvimento dele em sua resiliência, em seu
aprendizado, em sua autoconfiança e em seu despertar.

Hoje é provado cientificamente que o aprendizado é maior quando guiado (quan-


do ensinamos a uma criança), mas isso deve ser feito somente até um limite, deix-
ando a criança por si só descobrir e desvendar posteriormente.

120
Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

De fato, o que poderá ser crucial ao desenvolvimento intelectual do seu filho


serão os estímulos que você lhe dará até a fase de maior crescimento das sinapses
neurais (alguns apontam até 3 anos, outros até 5 anos).

Existem outras maneiras de estimular também:

Explicar:
Explique ao seu filho as coisas que vai fazer nele desde recém-nascido, com o
tempo ele entenderá o que você está dizendo e se sentirá sempre seguro.
Quando seu filho estiver maior, você pode passar a explicar o que vocês vão fazer,
as coisas que estão vendo, como funcionam as coisas, enfim, aqui você achará seu
caminho, não se preocupe.

Contar histórias:
Sim, contar muitas histórias.
A história estimula a imaginação. A história faz pensar, faz ter sentimentos e
emoção.

Você verá que consegue muita coisa da educação infantil com histórias.
E quando a história é de familiares ou dos próprios pais, ishhh…., aí você perceberá
o quanto seu filho vai ficar interessado, o quanto isso traz proximidade com a
família e o quanto isso servirá para ensinar o que você pretende.

Ouvir músicas:
Pesquisa sobre o impacto da música no desenvolvimento do cérebro da criança
não é coisa nova. O efeito da música sobre o tamanho do cérebro tem sido estu-
dado desde o século 19 e tem levado algumas pessoas como o senador da Geórgia
Zell Miller a dar, para cada recém-nascido na Georgia, um CD de música clássica
“Beethoven para bebês”.

A recente tecnologia, de imagens tais como técnicas de MRI (ressonância mag-

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nética), também permitiu aos pesquisadores visualizar o impacto da música no


tamanho do cérebro e atividade cerebral. Embora os investigadores ainda não
tenham como certo se ouvir música clássica no desenvolvimento do cérebro pode
ter efeito positivo em idade precoce, estudos sugerem que o treinamento musical
pode ter um efeito. Por outro lado, alguns especialistas também acham que a
capacidade da criança de aprender a tocar um instrumento pode ocorrer somente
naqueles cujos cérebros foram já altamente desenvolvidos em determinadas
áreas.

Vantagens da formação musical:


Estudos anteriores mostraram que o treinamento musical está associado a uma
melhoria da inteligência em crianças em idade escolar. Especialistas acreditam
que a música promove o desenvolvimento cognitivo (mental) em crianças. Cri-
anças que têm aulas de música mostram melhoria nas habilidades de memória
que estão correlacionadas com habilidades musicais, como a matemática, a
alfabetização, o processamento visual e espacial e a memória verbal, em com-
paração com crianças que não estão tomando lições.

Estudos mostram que existem muitas formas de treinamento de música que


podem melhorar a conectividade em regiões diferentes da função cerebral.

Conversar:
Quando conversa com seu bebê, a mãe está estimulando-o a falar e transmitindo
gesticulação e emoção ao filho. Existem inúmeras pesquisas demonstrando que
se a mãe fala mais com o filho, este tem um vocabulário muito superior aos
demais, compreende melhor pessoas, se expressa melhor e é mais autoconfiante.

O olhar nos olhos, na altura do seu filho:


Existe uma grande discussão entre alguns grandes doutores da psicanálise e
geneticistas, em que os primeiros apontam a falta de contato visual como um dos
possíveis fatores de risco para autismo.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

O não olhar da mãe para o filho é tido para eles como um fator desencadeante
para o autismo além de poder causar insegurança, pois é no olhar da mãe que ele
encontra seu porto seguro. É claro que a genética é fator fundamental de predis-
posição de inúmeras doenças mas já é sabido que não é fator determinante. Já o
meio em que o indivíduo está inserido e as experiências que o mesmo vivencia
influenciam diretamente em seu desenvolvimento psíquico e físico. Isto,

Por isso, muitos especialistas indicam contato visual da mãe quando o filho for
alimentado.

O desenvolvimento do olhar tem importância tanto emocional quanto intelectual.


Possui significado especial na formação dos laços afetivos e iniciais e desempenha
papel essencial no processo de obtenção de informações sobre o mundo e as
emoções. Quando o bebê vê os olhos e o rosto de seus pais, ele começa a fazer
associações: entre as vozes e as pessoas, entre um sorriso e o que significa ser feliz
ou ser amado etc. Esse marco de desenvolvimento é importante para ajudar as
crianças a desenvolver as capacidades, a serem calmas e bem ajustadas, envolv-
er-se e relacionar-se com os outros, e iniciar e responder a diferentes tipos de
comunicação.

Mais tarde, quando os bebês são capazes de seguir o olhar de quem está com eles,
podem compartilhar informações importantes com os pais ou cuidadores. Essa é
uma habilidade essencial necessária para desfrutar da interação com o cuidador e
os objetos, sendo também uma habilidade fundamental para o desenvolvimento
da linguagem e do vocabulário. Em termos mais simples, quando ambos – cui-
dador e bebê – estão olhando para o mesmo objeto e o cuidador nomeia ou
descreve o objeto, a conexão entre a visão e a palavra é estabelecida. Olhar no
olho também facilita a percepção espacial e coordenação olho-mão, o que per-
mite que os bebês alcancem objetos em seu entorno.

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Se você sentir que seu bebê está tendo dificuldade em fazer contato visual após 3
meses de idade, consulte um profissional.

Contato físico, massagem:


Na massagem corporal a criança poderá ser estimulada de forma gostosa a apren-
der as partes do seu corpo e a sentir dor, prazer, relaxar, tendo percepção do
próprio corpo.

Abraçar:
Se as pessoas soubesse o bem que um abraço faz, fariam muito mais. Pesquisas já
comprovaram que até os hormônios do corpo mudam com um simples abraço.

É impossível listar todos os benefícios de um abraço, vamos então citar alguns


benefícios gerais que os abraços positivos nos trazem.
- Diminui o estresse.
- Transmite sentimento de segurança e proteção.
- Melhora a autoestima.
- Transmite energia e coragem.
- Melhora os relacionamentos interpessoais.
- Proporciona um sentimento de tranquilidade.
- Ajuda na recuperação de doenças.

A massagem é uma forma ampliada de tocar com qualidade, proporcionando des-


canso em partes ou no corpo todo. A massagem é bastante adequada aos bebês,
uma vez que saíram de sua posição fetal e precisam alongar os seus músculos,
abrir as juntas e coordenar seus movimentos, habilitando-os melhor para as habil-
idades físicas. Ela ainda beneficia a frequência cardíaca, a respiração e a digestão.

As mães encontram ganhos nesses contatos, a exemplo da ajuda que ocorre na


secreção de “hormônio da maternidade”, a prolactina, que auxilia na produção de
leite e na capacidade de relaxar. As mães acabam se sentindo mais seguras pela

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percepção de sua capacidade em proporcionar benefícios para o bebê.

Shantala é o nome da técnica de massagem para bebês usada há milhares de anos


na Índia. Foi o Dr. Frederick Leboyer, obstetra francês, que observou, em Calcutá,
uma mãe massageando seu bebê e trouxe ao mundo ocidental tais informações.
Encantado com a força do momento, batizou a sequência de movimentos com o
nome daquela mulher: Shantala.

A importância do toque:
Emresultados de pesquisas, percebeu-se que para as crianças se desenvolverem
bem elas precisam ser tocadas, acariciadas, levadas no colo, de se conversar carin-
hosamente com elas. A criança resiste à ausência de muitas outras coisas desde
que exista o toque amoroso.

Tocar e sentir:
Observar, ver é uma forma de tocar à distância, mas é por meio do tocar que verifi-
camos e confirmamos a realidade. O tato atesta a existência de uma realidade ob-
jetiva, no sentido de que é alguma coisa fora que não eu mesma. As pontas dos
dedos do bebê lhe fornecem a existência de um universo, levando-o ao desen-
volvimento da consciência de seu próprio corpo e o da mãe, constituindo o seu
meio primário e fundamental de comunicação, a sua forma de entrar em contato
com outro ser humano.

Os bebês sempre emitem comportamentos com a finalidade de manter o seu con-


tato com a mãe. Quando o bebê é frustrado nesta busca de contato, acaba por
valer-se de outros recursos, tais como chupar seus dedos, agarrar parte de si
mesmo, balançar-se. Esses comportamentos são uma regressão à estimulação.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Os benefícios do contato afetivo:


• O contato afetivo estimula os hormônios de crescimento, melhora o desenvolvi-
mento intelectual e motor, e ajuda a regular a temperatura do corpo, batimentos
cardíacos e padrões de sono.

• Os bebês que recebem contato afetivo ganham peso mais rápido, mamam
melhor, choram menos, são mais calmos e têm melhor desenvolvimento intelectu-
al e motor.

• As culturas onde o uso é abundante de afeto físico, toque e colo, têm baixas
taxas de violência física entre adultos.

Como prover o contato afetivo


• O contato pele a pele é especialmente eficaz.
• A amamentação e banhos compartilhados oferecem oportunidades de confortar
com o contato pele a pele.
• Massagens podem acalmar bebês com cólica, ajudar uma criança a relaxar antes
da hora de dormir e dá oportunidade para interações divertidas.
• Carregar um bebê ou usar babywearing com carregadores macios atende às
necessidades do bebê de contato físico, conforto, segurança, estímulo e movi
mento, todos estes encorajando o desenvolvimento neurológico. Babywearing é
oato de usar materiais de tecido para manter seu bebê bem perto do seu corpo,
mas dando liberdade de movimentos para você.

Jogo:
O jogo é sem dúvida uma atividade muito importante para a aprendizagem, como
facilitador e mediador na relação indivíduo-mundo. Ele é a base do desenvolvi-
mento cognitivo e afetivo do ser humano.

A característica mais marcante do jogo é que se trata de um atividade em grupo e


por isso só já desenvolve diversas atividades.

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Por meio de jogos a criança é estimulada a respeitar limites, respeitar o outro, mel-
horar o comportamento social, aprender a conviver em sociedade, a buscar alter-
nativas, respostas, pesquisar, tomar decisões, criar e explorar a criatividade, desen-
volver o pensamento, interagir com outras pessoas e objetos de forma alegre e
lúdica.

Jogos com bola, por exemplo, despertam a atenção, a mobilidade, o ritmo, favore-
cem o controle do espaço por onde a criança se desloca, desenvolvem estratégias,
a afetividade, a cooperação, o trabalho em equipe, podendo mobilizar todos os
membros do corpo.

Sabe-se que qualquer jogo, mesmo os que envolvem regras ou uma atividade cor-
poral, dá espaço para a imaginação, a fantasia e a projeção de conteúdos afetivos,
além de toda a organização lógica.

O QUE SEU FILHO PODE FAZER SOZINHO DEIXE-O FAZER SOZINHO E TER O
GOSTINHO, DESAFIO E VITÓRIA DISSO

A Lição da Borboleta
Um dia uma pequena abertura apareceu em um casulo. Um homem sentou-se e
observou a borboleta por várias horas e pensou: “como ela se esforça para fazer
com que seu corpo minúsculo passe através daquele pequeno buraco!”. De
repente, o homem percebeu que a borboleta parou de fazer qualquer movimento.
Não havia progresso na sua luta. Parecia que já tinha lutado demais e não con-
seguia vencer o obstáculo. Então, o homem resolveu ajudá-la. Pegou uma tesoura
e cortou o restante do casulo. A borboleta saiu facilmente. Mas ele percebeu que
seu corpo estava murcho e suas asas amassadas. O homem continuou a observar
a borboleta porque esperava que a qualquer momento as asas se abrissem e,
firmando-se, pudessem suportar o peso do corpo. Mas nada aconteceu!

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Ao contrário, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com o corpo


murcho e as asas encolhidas. Nunca foi capaz de voar porque o homem, na sua
gentileza e vontade de ajudá-la, não compreendeu que era o aperto do casulo que
fazia com que a borboleta se esforçasse e assim se fortalecesse para passar por
meio da pequenina abertura [...]”.

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O que muda
na sua vida

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Por mais que você se prepare, não tem jeito: a vida como pai e mãe é sempre sur-
preendente.

Seu filho vai te desafiar, vai te fazer chorar – de tristeza e de tanto rir –, e vai fazer
você esquecer de tudo aquilo que precisava tanto fazer. A vida que você tinha
antes vai simplesmente desaparecer. E aí ele vai fazer surgir uma vida nova, muito
mais complicada, mas muito mais bonita e deliciosa.

O relacionamento do casal muda


Vocês eram inseparáveis, faziam tudo juntos, estavam sempre namorando? Pois
agora mal se falam se não for sobre o filho, vivem discutindo e a preocupação
tomou conta da vida de vocês.

A boa notícia é que aquele amor tão legal entre vocês pode sim voltar. Um dos
principais pontos é se comunicar, dizer o que está sentindo em vez de engolir a
tristeza.

O trabalho braçal com a criança também vai diminuindo com o tempo, e vocês
terão um pouco mais de espaço para planejar programas ou simplesmente ficar
juntos, mesmo que seja em casa mesmo.

VOCÊ E SEU MARIDO DEPOIS DO FILHO:


A verdade é que depois que o bebê nasce o casal deve estar ciente que várias
adaptações vão ter que acontecer, não só na rotina da casa e sim também na
rotina do casal e de cada um individualmente. Mudanças vão surgir na própria
mulher e às vezes no homem também e, além dessas mudanças, ainda teremos a
falta do tempo que antes cada um tinha tanto para si, de forma individual quanto
para o casal.

Se você tiver a ajuda do seu esposo e da sua família, que maravilha! Se não tiver,
tenha paciência que tudo se encaixa novamente, só lembre que seu marido

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

também precisa de atenção e que você não precisa dar conta de tudo sozinha,
inclua-o no máximo de atividades que você conseguir, isso irá ajudar muito. Mas
não o critique se ele fizer tudo diferente de você ou até se fizer errado.

A mulher ainda estará com alteração de hormônios, emoções, tarefas, cansaço,


estresse, então, se seu marido não estiver entendendo o que está acontecendo,
converse com ele, sempre com muita paciência. Do outro lado, o homem se sente
deslocado – seja porque não lhe é dado espaço ou simplesmente porque ele não
faz questão de se envolver – e começa a se afastar ainda mais, se sentindo rejeita-
do e excluído.

Uma mulher cansada e sobrecarregada não consegue se aproximar do marido e


nem deseja isso, já que não se sente compreendida nem ajudada nesse momento.
O marido não ajuda nem se aproxima da mulher porque não se sente bem-quisto
e está completamente deslocado no mundo mãe-bebê. Assim, se sente rejeitado,
se afasta ainda mais e não faz esforço para estar presente e se envolver.

Mas, queridas mães, sejam pacientes e entendam que os homens ainda não têm
essa proatividade que nós esperamos. Eles pensam diferente da gente e, por mais
que encha o saco, a gente precisa pedir, falar, lembrar o que precisa ser feito.
Então, peça. Sem brigar e sem estresse.

E, ao delegar uma função, confie que ele fará. Não centralize tudo em você, peça
as coisas e deixe que ele faça da maneira dele – mesmo que seja diferente da sua.
Se você quiser fazer tudo sozinha ou controlar cada detalhe do que é feito, você
ficará maluca – e as pessoas ao seu redor também.

Este fenômeno de mudança é tão comum que existe até mesmo um termo em
inglês para o impacto e conflito que um bebê pode causar em um casal: o baby
clash, em tradução livre, choque do bebê. E uma das principais reclamações de
ambos é a falta de sono. E você já observou o que a falta de sono faz nas pessoas?

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Guia prático e real para a mãe de primeira viagem

Então tente lembrar disso quando estiver estressada e alterada. Outro fator é a
falta de tempo.

Diminuição da frequência sexual


Outro problema conhecido é a diminuição da frequência sexual – que geralmente
é consequência dos outros problemas citados, como a falta de tempo e sono.

Interferência da família
Os pitacos tão comuns que a família dá na criação do bebê podem ser prejudiciais
para o dia a dia do casal. Seja para o homem ou para a mulher, sofrer interferência
muito grande de sogras ou cunhado, principalmente se esses ficam presentes por
muito tempo na casa do casal, pode ser irritante e desgastante para a relação.

Mergulho no universo infantil


Se a mulher passa o dia inteiro em casa cuidando da criança sozinha, seja por
licença-maternidade ou porque parou de trabalhar fora para se dedicar integral-
mente, a mãe fica mergulhada no universo infantil, assim, o assunto vai ser filho,
então marido, tenha paciência, e mulher, seu mundo ainda existe.

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Enfim, Terminamos por aqui. Espero que esse e-book, que fiz com muito carinho,
possa te ajudar e te trazer bem a realidade do período de gestação ao primeiros
meses do seu bebe.

Tentei abordar os assuntos mais importantes de forma bem prática e realista,


mas caso tenha surgido alguma dúvida ou assunto que não tenha sido tratado,
me envie no nosso site, instagram ou qualquer outra mídia digital nossa, que
terei o maior prazer em poder ajudar.

Um abençoado caminho nessa nova jornada maravilhosa que te espera.

Com amor,
Fernanda Nunes
Obrigada
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