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Fotos: Diego Podadera

Biomas do Brasil

49,29%
Amazônia
9,92%
Caa)nga

23,92%
1,76%

13,04% Cerrado

Mata Atlântica

2,07%

Pantanal
Pampa
Guyane
Suriname

Climas & Biomas do Brasil


O
C
E
Colombia RR
A
N
O AP

A 0°
T 0°
L
Â

¯
-70° -60° -50° -40°

N
10°

T
10°
Trinidad

I
C
O
Agrupamento de ecossistemas que estão sob a ação das mesmas condições ambientais.
and Tobago
PA
Clima Venezuela AM
MA CE
RN
-70° -60° -50° -40° Guyana
PB
Guyane PI
Suriname PE
O AC
C
E
A -10°
Colombia RR AL
N
O -10° RO TO -1

Uma espécie não é apta para lidar com todas as condições


AP SE
0° A 0°
T BA
L
Â
0° 0°
Perú MT

N
T
I
C
O
DF
PA GO
AM
Bolivia MA CE
RN MG

PB ES
MS PI
-20°
-20° PE
O O
-2
I
C AC SP
-10°
C O
N
T -10° AL RJ
RO O CEANO Paraguay
TO
Â
L -10° -10°
A
T SE
PA C Í F I C O Chile PR
as Zonais BA

Perú MT
Equatorial A
N
O

E
C SC
Tropical Zona Equatorial
O

DF OCEANO
GO
Tropical Nordeste Oriental ATLÂNTICO
RS
Bolivia
Tropical Brasil Central MG
-30°
-30°
Temperado 125 0 250 km
MS Uruguay ES -3
-20° Projeção Policônica -20° Argentina
-70°
O C E A N O
-60° -50° -40° -30° O -20° -20°
C
I
P A C Í F I C O
N
T SP
 RJ
er, E. Um modelo metodológico de classificação de climas. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro: IBGE, v. 41, n. 4, p. 59-89, A T
L
OCEANO Paraguay
979. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1979_v41_n4.pdf>. Acesso em: . PA C Í F I C O Chile
Climas Zonais PR
Adaptado. Biomas LIMITES
Equatorial A
N
O
Amazônia
Estadual
E Fronteira Nacional
C
SC
Tropical Zona Equatorial Caatinga
O

Fronteira Internacional
OCerrado
CEANO Linha Costa
Tropical Nordeste Oriental ATLÂNTICO Mar Territorial (12 milhas)
RS Mata Atlântica
Tropical Brasil Central -40°
-30° -30° Pampa Esc. 1:12.000.000 -4
0 200 400 600 800 1.000
Temperado 125 0 250 km -30°
Uruguay
Pantanal
-30° Km
Projeção Policônica
Argentina Projeção Policônica
-70° -60° -50° -40° -30°
Sistema Datum SIRGAS 2000
Meridiano de Referência: 54°W. Gr.
Costeiro-Marinho Paralelo de Referência: 0°
Fonte: Nimer, E. Um modelo metodológico de classificação de climas. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro: IBGE, v. 41, n. 4, p. 59-89,
out./dez. 1979. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1979_v41_n4.pdf>. Acesso em: .
Formas de vida e Fitofisionomias
Formas de vida
perfis
Christen C. Raunkiær

fitofisionômicos

terófitos

Formas de crescimento

Leopoldo Coutinho.(2017).Biomas brasileiros,Oficina. IPC. Leopoldo CouDnho.(2017).Biomas brasileiros,Oficina. IPC.


Biomas no
Estado de LEGENDA

São Paulo
Biomas do Estado de São
Paulo

Botucatu abriga
um ecótono.
Onde esses dois
Botucatu biomas se
encontram

Biomas no Estado de São Paulo

ELABORADO POR: Diego Sotto DATUM HORIZONTAL: SIRGAS 2000


Podadera SISTEMA DE COOORDENADAS GEOGRÁFICAS N
ESCALA GRÁFICA
DATA :20/10/2023
Mapa elaborado a partir de informações disponíveis em
0 50 100 150km
http://datageo.ambiente.sp.gov.br
Bioma Mata Atlântica

Botucatu

Caracterís)cas
§ 1,36 milhão de km2;
§ 93% foram devastados;
§ Das 20 mil espécies de plantas (8 mil endêmicas);
§ 383 dos 633 animais ameaçados de exDnção no Brasil.
Bioma Mata Atlântica

ü 17.155 espécies de plantas terrestres § Hotspot de biodiversidade (↑ nº sp endêmicas ; ↑ risco)

ü 2.497 espécies de plantas terrestres na Floresta Estacional Semidecídua de São Paulo


ü Das quais 663 são árvores
Bioma Mata Atlântica
Bioma Mata Atlântica

Floresta estacional semidecídua


Bioma
Mata Atlântica
Bioma Mata Atlântica
Baixo-montana (de planalto) Sub-montana (de encosta)

Floresta estacional semidecídua


Bioma Mata Atlântica

Influência Humana Histórico

Caracterís)cas que favoreceram § ExtraCsvismo vegetal


§ Ciclo da cana-de-açúcar
a agricultura: § Ciclo do ouro
§ Ciclo do café
§ Precipitação (1000-1500mm)
§ Clima tropical Atuais
§ Solos férteis
§ Disponibilidade de água
§ Exploração imobiliária
§ Papel e celulose
Bioma
Cerrado
Bioma Cerrado

ü 12.835 espécies de plantas


terrestres ü 5561 espécies de plantas terrestres no Cerrado do Estado de São Paulo
ü Das quais 841 são árvores
Cerrado
§ Cobertura original de 23% do território;
§ conexão com os outros biomas brasileiros;
§ importância para conservação dos recursos hídricos
§ Hotspot de biodiversidade (↑ nº sp endêmicas ; ↑ risco)
§ Clima estacional: chuvoso (outubro a março) e seco (abril a
setembro);

§ Precipitação média anual de 1500 ± 500 mm;


§ Temperatura média anual entre 21,3 a 27,2°C
§ Solos ácidos, pobres em nutrientes e muitas vezes com
alto teor de alumínio.
Cerrado
Gradiente fisionômico do Cerrado: estrutura

Cobertura do estrato herbáceo


Cobertura do estrato arbóreo

Densidade do estrato arbóreo

Área basal (biomassa aérea)

Proporção de biomassa nas raízes

Modificado a partir de Durigan (2003)


Gradiente fisionômico do Cerrado: fatores condicionantes

capacidade de armazenamento de água do solo


duração da seca
disponibilidade de nutrientes (?)
frequência de geadas

frequência de fogo

pastoreio

extração de lenha
Modificado a partir de Durigan (2003)
Cerrado: um mosaico de tipos de vegetação

campo limpo campo sujo cerrado ralo

Cerrado rupestre cerrado típico cerradão

mata galeria inundável


vereda turfeira
A biodiversidade no gradiente

Flora e fauna de ambientes Flora e fauna de


savânicos ambientes florestais
Para cada espécie de árvore do
bioma existem pelo menos seis alta riqueza de baixa riqueza de
espécies de plantas que são espécies endêmicas espécies endêmicas do
arbustos, subarbustos, ervas e do Cerrado Cerrado
lianas uma proporção de 1:6.
(Plantas pequenas do Cerrado.
Durigan et al., 2018)
Abundância de cores, formas, perfumes e sabores
Padrões anatômicos da madeira de plantas do cerrado (fotos: Carmen Marcati)

Anadenanthera falcata
(Fabaceae-Mim.)

Tapirira guianensis Annona crassiflora Didymopanax vinosum Gochnatia barrosii Piptocarpha


(Annonaceae) (Araliaceae) (Asteraceae) Eriotheca gracilipes
(Anacardiaceae) rotundifolia
(Bombacaceae)
(Asteraceae)

Bauhinia rufa Couepia grandiflora Diospyrus hispida Erytroxylum suberosum Pera glabrata Bowdichia virgiloides
(Fabaceae-Cerc.) (Chrysobalanaceae) (Ebenaceae) (Erythroxylaceae) (Euphorbiaceae) (Fabaceae-Fab.)

Erythroxylum
Miconia ligustroides tortuosum
(Melastomataceae) (Erythroxylaceae)
Sweetia subelegans Ocotea corymbosa Byrsonima basiloba B. coccolobifolia Roupala montana Qualea grandiflora
(Fabaceae-Fab.) (Lauraceae) (Malpighiaceae) (Malpighiaceae) (Proteaceae) (Vochysiaceae)
Cerrado do Condomínio Verbena
cerrado “stricto sensu” em estágio avançado de regeneração
• Levantamento realizado em fevereiro de
2020
• 1100 m2 amostrados (20% do fragmento)
• 11 transectos de 25 m x 4 m
• Lei nº 13.550, de 02 de junho de 2009 e
Para termos uma ideia da importância desse fragmento, o nível de
na Resolução SMA 64, de 10 de setembro
de 2009 (detalhamento das fisionomias e
de seus estágios de regeneração)

ameaça do seu tipo de formação vegetal, o seu grau de conservação e


a presença de espécies sobMaisrisco de extinção o torna protegido por lei
de 100 espécies !!!

e proíbem a sua supressão!

Série histórica de imagens de satélite do fragmento do


Condomínio Verbena. Imagens obtidas no Google Earth Pro.
Além da conversão do uso do solo

Existem outras ameaças à conservação do cerrado


Invasões biológicas: Pinus elliotti var. elliottii

Vegetação nativa em área


adjacente não invadida
6 anos

22 anos
de Abreu, R.C.R., Durigan, G., 2011. Changes in the plant community of a brazilian grassland savannah after
22 years of invasion by pinus elliottii engelm. Plant Ecol. Divers. 4, 269–278.
Supressão do fogo
A supressão do fogo, ou a diminuição da sua frequência
abaixo do regime histórico de queima em ;pos de
vegetação que evoluíram com o fogo, favorece o
adensamento da vegetação lenhosa (“woody
encroachment”), levando à homogeneização de habitats,
perda de diversidade e profunda alteração nos
processos hidrológicos.
Supressão do fogo:

1962 1984

44 anos
sem
1994 2006 fogo

Pinheiro & Durigan, 2009


Durigan e Ratter 2006; Durigan, 2006
Biomassa
e
biodiversidade

Aumento de biomassa perda de biodiversidade


Fotos e gráfico: Neri, 2012
Florestamento
(“Afforesta)on”)
no Brasil

Cerrado

Plantação de eucalipto
Serviços ecossistêmicos
Classificação dos Serviços Ecossistêmicos
- Suporte: dão suporte para a produção de todos os outros serviços
(produVvidade primária, ciclagem de nutrientes, formação do solo);
- Provisão: alimentos, água, madeira, combusXvel;
- Regulação: clima, enchentes, enfermidades;
- Culturais: valores da sociedade (educacional, espiritual, estéVcos e
culturais).
Cerrado: Uma floresta invertida
• Média total de
carbono
(arvores+raízes+solo)
de 145.62 Mg.ha−1
• Cerrado tem ca. de 5
vezes mais carbono
estocado abaixo do
solo (roots+soil).

Terra, M.C.N.S., et al., 2023. The inverted forest: Aboveground and notably large belowground carbon stocks and their drivers in
Brazilian savannas. Science of The Total Environment.
DIMENSÕES ECOLÓGICAS DO DESENVOLVIMENTO DOS
ECOSSISTEMAS NATURAIS

Função
substituição Ecossistema
original
(Biomassa e conteúdo de nutrientes) Restauração

Reabilitação

Abandono
(regeneração
Ecossistema
natural)
degradado
Área abandono
degradada Estrutura (Composição de espécies e complexidade)
(modificado de Bradshaw, 1987)
Restauração
Definições correlatas à restauração ecológica
Reflorestamento (ReforestaLon): plantação de árvores, naZvas ou não, em povoamentos puros ou não, para
formação de uma estrutura florestal em área que foi desmatada há menos de 50 anos.

Recuperação ambiental (Environmental recuperation): termo genérico aplicado a todas as atividades que visam
melhorar as condições ambientais de um dado ecossistema degradado, podendo incluir ações de engenharia
ecológica, recuperação de áreas degradadas, reabilitação ecológica e restauração ecológica. De forma geral, o uso
desse termo deve ser evitado em projetos técnicos e instrumentos legais, pois gera ambiguidade com relação aos
seus objetivos e metas. Esse termo, juntamente com seu equivalente recuperação de áreas degradadas, deve ser
adotado quando houver de fato a intenção de se referir às diferentes possibilidades envolvidas na melhoria da
qualidade ambiental de ecossistemas degradados.
Restauração ecológica (Ecological restoration): processo e prática de auxiliar a recuperação de um ecossistema que
foi degradado, danificado ou destruído (SER, 2004). Não deve ser confundida com várias outras atividades que
visam à melhoria ambiental, como reabilitação ecológica, restauração florestal, restauração de habitat, recuperação
ambiental e revegetação. (Cf. ecologia da restauração, restauração do capital natural).
Florestamento (AfforestaZon): ação direta do homem visando ocupar com vegetação florestal uma área que se
encontrava há pelo menos 50 anos sem floresta, por meio de planZo de mudas, semeadura direta e/ou indução da
regeneração natural. Na terminologia atual, se feito com espécies naZvas é sinônimo de restauração ecológica
aplicada a ecossistemas florestais.
ARONSON, J., DURIGAN, G., BRANCALION, P.H.S., 2011. Conceitos e definições correlatos à ciência e à prática da restauração ecológica. IF Série Regist. 1–38.
A flora arbustivo-arbórea da Mata Atlântica e Cerrado
de Botucatu:
uma revisão sistemática. Sabrina Brasil Freitas, 2022.

699 espécies
Nível de
Espécie Família Endemismo Bioma Fitofisionomia
ameaça
Acrocomia emensis
Arecaceae Endêmica Cerrado Cerrado lato sensu VU
(Toledo) Lorenzi
Anemopaegma arvense
(Vell.) Stellfeld ex de Bignoniaceae Não endêmica Cerrado Cerrado lato sensu EN
Souza
12 espécies Araucaria angustifolia
Araucariaceae Não endêmica
Mata
Floresta Estacional Semidecidual EN
(Bertol.) Kuntze Atlântica
presentes na Lista Aspidosperma
Mata
parvifolium Apocynaceae Endêmica Floresta Estacional Semidecidual EN
Atlântica
A.DC.
na Nacional de Floresta Estacional Semidecidual,
Mata
Cedrela fissilis Vell. Meliaceae Não endêmica Mata Ripária e Transição VU
Espécies Atlântica
Floresta/Cerradão
Mata Floresta Estacional Semidecidual,
Ameaçadas de Cedrela odorata L. Meliaceae Não endêmica
Atlântica Floresta Paludosa e Mata Ripária
VU

Dicksonia sellowiana
Extinção (2022), Hook.
Dicksoniaceae Não endêmica Cerrado Cerrado lato sensu EN

Mata Floresta Estacional Semidecidual,


VU = Vulnerável e Euterpe edulis Mart. Arecaceae Não endêmica
Atlântica Floresta Paludosa e Mata Ripária
VU

Lafoensia glyptocarpa Mata


EN = Em Perigo. Koehne
Lythraceae Endêmica
Atlântica
Floresta Estacional Semidecidual EN
Ocotea odorifera (Vell.) Mata Floresta Estacional Semidecidual e
Lauraceae Endêmica EN
Rohwer Atlântica Mata Ripária
Ocotea porosa (Nees & Mata
Lauraceae Não endêmica Floresta Estacional Semidecidual EN
Mart.) Barroso Atlântica
Freitas, S.B. 2022 Xylopia brasiliensis Mata Floresta Estacional Semidecidual e
Annonaceae Endêmica VU
Spreng. Atlântica Mata Ripária
Obrigado!

diego.podadera@unesp.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• IBGE (Ins>tuto Brasileiro de Geografia e EstaAs>ca). Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de
Janeiro, IBGE, 2012.

• Ivanauskas, N. M., & Assis, M. D. (2012). Formações florestais brasileiras. Ecologia de florestas
tropicais do Brasil, 2, 107-140.

• Pinheiro, E. da S., Durigan, G., 2009. Dinâmica espaço-temporal (1962-2006) das fitofisionomias em
unidade de conservação do Cerrado no sudeste do Brasil. Rev. Bras. Botânica 32, 441–454.

• × W !"#$%&'()*+,-./0123456789:; ÿ <= > ?@ABCDEFGHIJ KLMN O Q #&): '0<68 9,24


comunidade vegetal no gradiente fisionômico do Cerrado em Assis, SP. UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SÃO CARLOS.

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