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Ficha de avaliação de Português – 6.

º ano
Nome: ___________________________________________N.º ____Ano/Turma______

Data: ____________________ Classificação: __________________________________

O professor: Enc. de Educação:____________________________

Lê atentamente o texto.

GRUPO I

Crime no expresso do tempo

Havia dois anos que o Marco, maquinista, conduzia o expresso do tempo.


Todas as manhãs, às oito em ponto, todas as tardes, às duas horas, recebia uma centena de
passageiros na estação, trancava cuidadosamente portas e janelas, ligava a aparelhagem sonora (que
substituía a hospedeira em férias).
«Minhas senhoras e meus senhores, vamos iniciar a mais fantástica de todas as viagens, a
viagem através do tempo.
Haverá diversas paragens no passado, cuidadosamente escolhidas para interessarem adultos e
crianças, sem chocarem ninguém.
No século dezanove vamos assistir à inauguração do caminho de ferro em Portugal, com a
presença do rei D. Pedro V.
No século quinze veremos Vasco da Gama partir na sua famosa viagem para a Índia. Na época
medieval assistiremos a um torneio a cavalo e a uma sessão musical de trovadores.
Conheceremos o Portugal romano, vendo o teatro de Lisboa a funcionar. Só é pena os atores
falarem latim, língua que já ninguém fala.
Finalmente, vamos parar no tempo em que os dinossauros viviam onde hoje estamos.
Coloquem por favor os cintos de segurança e mantenham-nos apertados durante todo o
percurso.
Será servido um lanche em 1143, comemorando a fundação de Portugal. As bandejas descerão
automaticamente diante de vós.
A Companhia de Viagens Intertemporais a todos deseja uma excursão agradável, instrutiva, que
ninguém poderá esquecer.»
Mas a verdade é que para Marco, maquinista, estas viagens eram mais monótonas que a ida para
o emprego de metropolitano. No dia a dia as coisas vão mudando. O passado é irremediavelmente
igual.
Naquela tarde de 1 de maio de 2019, entrou na cabina, sentou-se mais uma vez diante do painel
luminoso carregou, bocejando, no primeiro botão da esquerda, o terceiro da direita, no quarto a
contar de cima, no décimo a contar de baixo, para pôr a máquina em movimento. Mas de repente –
zás! – sentiu uma coisa a empurrar-lhe a cabeça.
– Isto é um assalto! – gritou um matulão mascarado, mostrando-lhe uma pistola.
– Mas eu não trago dinheiro. Pode revistar-me os bolsos. Os bilhetes são pagos na bilheteira.
Além disso, são proibidos os assaltos.
– Isto não é um assalto – emendou o mascarado. – É um desvio. Vais parar no tempo em que nós
mandarmos.
– Mas eu só posso parar nas estações previstas, senão despedem-me.
– Juizinho, juizinho, senão despedimos-te para o cemitério.
Marco estremeceu. Carregou a fundo no travão. Em 1908, os passageiros deram dois tremendos
solavancos e só não foram pelo ar graças aos cintos de segurança.
Uma jovem grávida soluçava, agarrada à barriga:
– Ai que me está a dar uma dor. Ai que o meu menino nasce no meio desta barafunda.
Mas ninguém ligava.
– O que é que se passa?
– Em que estação estamos? – perguntavam aflitos, ao ouvirem lá fora o som de tiros e gritos de
multidão.
– Esta é uma paragem de emergência – explica o condutor do interior da cabina, tremendo
diante das armas. – Não posso adiantar mais nada.

Luísa Ducla Soares, Crime no expresso do tempo, Civilização Editora

1. Completa as frases de acordo com o texto.

a. Marco era _____________________________________________________________


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b. Por dia fazia duas viagens ao passado, levando _______________________________
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c. Como a hospedeira estava de férias, era _____________________________________
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d. A viagem ao passado tem cinco paragens ____________________________________
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e. A companhia que promove as viagens ao passado chama-se_____________________
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