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Qual o papel da ideia de África para as culturas negras originadas a partir da diáspora

africana nas Américas?

No trabalho desenvolvido por Patricia Pinho (2004), é possivel identificar que sua pesquisa
parte do lugar "Bahia" para elucidar a centralidade da Africa para as culturas negras diasporicas
nas Américas, onde ela cita um relação de ideais no Brasil, especificamente da Bahia - Salvador
enquanto centro efervecente da cultura negra a partir dos movimentos negros engajados por
intelectuias ou de atuantes frente aos movimentos culturais, sociais e politicos. A titulo de
exemplo ela traz do campo da musica, a reflexão sobra " Mama Africa" e a presença dos blocos
afro na Bahia, no Brasil. A Patricia amplia o debate exemplificando movimentos dos EUA, da
Jamaica etc.

O trabalho da Patricia traz questções bem importantes para entender o papel da Africa para
as diasporas, levando em consideração que o próprio conceito de Àfrica, deriva de uma criação
não africana ainda no século XIX. Achando pouco essa relevante exposição, ela ainda pontua em
seu texto que, sua analise não tem ligação com a ideia de um "imenso continente africano", mas
em uma ideia de uma Africa: una, tribal, idealizada, emocionada, modista, fantasiosa herdeira do
banzo.

Logo o papel da ideia de Àfrica nas Americas, tem impulsionado a procura por uma
ancestralidade unica, unificada, a procura por uma Àfrica mitica, essencialista, imaginária e
imutavel que passa e passou por criação e recriação a partir de movimentos como:
Panafricanissmo, pelo movimento de negritude, incluindo as contribuiçoes intelectuais que
tambem apresentam ideais fantasiosos de uma Africa una e ainda procuram por vestigios da
mesma.

A escrita da Patricia traz duras verdades, ora parece que ela está em um movimento que nega a
existência negra e sua ligação com Africa, mas ela dá conta de apontar que não passa de uma
analise em torno da ideia de Mama Àfrica.

Em seu trabalho ela cita o exemplo do movimento de Mãe Stella e movimento contra o
sincretismo com uma estrategia de reafricanização e purificação do candomblé. De todos os
exemplo, esse que me deslocou para o lugar do meu cerebro que entende uma nuance da ideia de
Africa, quanto ao seu papel de influenciar rumo a uma resistencia negra, a um movimento
antiracista, sem intolerância religiosa, de não demonização da cultura negra etc.

Me parece que ao mesmo tempo que Àfrica parece inexistente, essa mesma ideia nos
aproxima de uma realidade totalitária. Dá para chegar a conclusão que : Desconhecemos Africa,
desconhecemos este imenso continente africano. A produção intelectual negra deveria partir
dessa analise inicial, o que os difere? Assim como a produção intelectual baiana deveria se
perguntar : O que é Salvador se não um grande ponto turistico, o que é a Bahia, incluindo seu
interior, região metropolitana e o Reconcavo.

Esses ideias misturados com emoções e fome de poder, pode nos levar a criar, recriar,
inventar e reinventar mitos. Existe uma palavra que está no alge da moda, que exprime o papel
de Àfrica nas Americas: INFLUENCIAR. Mas tambem nos possibilita a pensar em colonização
e descolonização a partir das experincias e trajetotrias humanas ao redor do mundo.

Essa ideia está presente no discurso do Presidente do Brasil, ás grandes festas que marcam o
calendário de Salvador. Me parece tambem que um dos papeis é gerar politicas e mobilizações
diversas, inclusive a circulação de poderes para os que lideram, independente de estarmos
falando de Àfrica ou de um grande continente, multiplo, diverso, em desenvolvimento e em
constante movimento.

As vezes as culturas negras se inventam, outras elas tem se evidenciado, a essa ultima
costumamos chamar de resistência negra.
REFERÊNCIA:

PINHO, Patrícia. Reinvenções da África na Bahia. São Paulo: Annablume. Cap. 1, 2004

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