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Izabel Leopoldino
izabel_leopoldino@hotmail.com
Bolsista - PIBID Interdisciplinar Subprojeto Saúde e Meio Ambiente
Universidade Federal de Uberlândia
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Trabalho desenvolvimento com o apoio e financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) por meio da concessão de bolsas do Programa Instituicional de Bolsas de Iniciação da
Docência (PIBID) a todos os discentes.
importante da investigação científica. Desconsiderá-los é
subestimar seu valor informativo e, por que não,
pedagógico. Um erro tão fatal quanto confiar em uma
possível neutralidade dos mesmos e deles fazer uso sem
considerações críticas.”
Introdução
Para Rodriguez (2009, p. 139) citado por Vieira e Rosso (2011, p.552) o cinema atinge
de forma bastante plena suas possibilidades educativas:
1) [...] educa na contemporaneidade, nas questões que nos ocupam e
nos preocupam; 2) ativa o conhecimento, descobrindo de maneira
lúdica aquilo que antes não havíamos reparado; 3) estabelece
relações com a realidade que resultam mais imediatas, porém,
igualmente, com aquelas que estão distantes; 4) [... obtém-se] ao
invés de respostas um sem número de perguntas, sendo o motivo
para aprender; 5) [capacita] pensar e contribuir em um novo discurso
inspirado no diálogo e na necessidade de seguir aprendendo através
da investigação.
Deixamos os alunos livres no momento da exibição do filme, não demos roteiros e não
os orientamos a observar algo específico. Os deixamos também livres, fugindo daquela
organização espacial da escola tradicional. Os alunos podiam sentar no chão, nas cadeiras,
próximos, distantes, da forma que preferissem e se sentissem a vontade. As turmas se
mostraram receptivas à atividade, demonstrando um grande interesse ao que foi exibido
“momento de descontração que foge a tradição da cultura escrita da escola” (Almeida, 2004),
a cultura oral, a nova cultura oral, inundada por imagens e sons faz-se presente.
O filme Rango não possui teor científico explicito, trata-se de uma animação feito para
o cinema, não de um documentário criado para fins educativos. Mas assim como diversos
filmes comerciais, Rango carrega informações implícitas que podem (e devem) ser
trabalhadas em sala de aula. Exigindo apenas um olhar crítico do professor voltado a despertar
o mesmo olhar em seus alunos.
Ouvem-se relatos de professores que afirmam que não exibem filmes no espaço
escolar, pois os alunos não saberiam aproveitar o momento, ao fugir do tradicional o professor
perderia o controle da turma. Com a nossa experiência, observamos que ao dar liberdade para
os alunos em sala de aula, eles tiveram responsabilidade e respeito suficientes para lidar com
ela.
Após a exibição do filme e a confecção dos cartazes, foi entregue para os alunos uma
atividade escrita com algumas perguntas que abordagem, de maneira interdisciplinar, questões
tratadas no filme, para que os alunos pudessem refletir mais a respeito do tema discutido na
escola. A atividade foi corrigida com a turma na semana seguinte o que possibilitou ampliar
as discussões a dos principais pontos observados, possibilitando perceber os diferentes pontos
de vista e as potencialidades do filme, gerou uma discussão que proporcionou a construção do
conhecimento, e atraiu a atenção dos alunos.
Imagem 2 - Alguns cartazes prontos a serem discutidos
Assim que os alunos concluíram a atividade, a mesma foi corrigida em sala de aula
juntamente com alunos do PIBID e a professora supervisora, gerando uma discussão sobre os
pontos analisados a respeito do problema de abastecimento hídrico e com relação à fauna e
flora observada no filme, que também foi debatida juntamente com os membros do PIBID do
curso de biologia, gerando uma discussão ainda mais ampla e positiva com os alunos em sala
de aula. Percebemos que o conhecimento transpôs as barreiras dos componentes curriculares,
houve uma mistura de geografia e ciências (biologia), ouvimos de uma aluna a seguinte frase
“isso é geografia ou ciências (biologia)? então, é biografia?”. O que nos deixou bastante
motivados, a interdisciplinaridade fez-se presente na atividade, pois tudo estava entrelaçado e,
o mais importante, os alunos perceberam que a fragmentação pode e deve ser esquecida,
conseguiram estabelecer relações entre os diferentes conhecimentos.
A atividade foi finalizada com a exposição dos cartazes com o intuito de mostrar aos
demais estudantes e funcionários da escola o trabalho realizado pelos alunos, assim como
provocar em quem para, em quem olha e em quem vê a reflexão da importância das questões
relacionadas á água. Além de evidenciar a presença do cinema na educação e como o cinema
pode ser abordado nas atividades escolares.
Considerações Finais
O filme é uma linguagem que pode e deve fazer-se presente no espaço escolar que
motiva e possibilita a análise, o debate e a reflexão de diversos temas presentes no dia a dia,
além de mobilizar outras sensações e sentimentos que contribuem tanto quanto a escrita para a
construção do conhecimento.
A utilização do cinema durante a atividade do não foi de forma ilustrativa para ilustrar
o conteúdo em sala de aula, mais sim como recurso para gerar problematizações e discussões
que produziram o conhecimento.
Referências
ALMEIDA, M. J. de. Imagens e sons: a nova cultura oral. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2004.
110p
BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema. São Paulo: Brasiliense, 2006. 117 p. (Coleção
primeiros passos; 9).
DUARTE, Rosália. Cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. 128 p.
FREIRE, L. M.; CARIBÉ, A. L., O filme em sala de aula: como usar. Revista Eletrônica O
Olho da História - www.oolhodahistoria.ufba.br, 2004.
PIOVESAN, Angélica.; BARBOSA, Lívia.; COSTA, Sara B. Cinema e Educação. In: I
SIMPÓSIO REGIONAL CINEMA/ COMUNICAÇÃO, 1.,2010, Aracaju. Anais Eletrônicos I
Simpósio Regional Cinema/Comunicação.Aracaju,SE:2010, p.1-10. Disponível em:
<http://geces.com.br/simposio/anais/wp-
content/uploads/2014/04/CINEMA_E_EDUCACAO.pdf >. Acesso em: 06 ago.2015.
RANGO. Direção: Gore Verbinski. Estados Unidos: Paramount Pictures, 2011. 1 Filme
Animação (107 min), son.,color.
VIEIRA, F.Z.; ROSSO, A.J. O cinema como componente didático da educação ambiental.
Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v.11, n.33, p.547-572, maio/ ago.2011. Disponível
em: < http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=5067&dd99=view&dd98=pb >.
Acesso em: 06 ago. 2015.