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PARANAIGUARA – GO
2019
UNIUBE – UNIVERSIDADE DE UBERABA
PARANAIGUARA – GO
2019
O ENSINO DE BIOLOGIA NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA
RESUMO
Sabe-se que o ensino de Biologia nas escolas deve ser considerado
indispensável para que os cidadãos alcancem uma boa qualidade de vida, pois
a aplicação da biologia no ensino básico gera uma reflexão de forma social e
ambiental naqueles que passam a compreendê-la, ocasionando uma
conscientização significativa nos alunos, pois passam a ser sujeitos ativos-
críticos, buscando um ensino que compreenda as fundamentações científicas e
tecnológicas do mundo atual, estabelecendo uma conexão entre o aprendizado
e a prática, o que torna esses alunos seres alfabetizados, cientificamente e
biologicamente. Este aspecto permite que os alunos estejam preparados para
lidar com as informações que recebem, compreendê-las, elaborá-las, refutá-
las, quando for o caso, ou seja, estabelecendo seu pensamento de maneira
lógica, auxiliando na formação de uma consciência mais crítica e reflexiva, que
compreenda melhor os assuntos relacionados à Biologia, formando um
pensamento amplo para encarar os desafios do mundo que o cerca. O
presente artigo tem como objetivo ocasionar uma reflexão teórica sobre o
ensino da Biologia nas escolas de Educação Básica, ressaltando seu
importante papel para alcançar a bioalfabetização dos alunos. Para que fosse
possível, foi realizada uma pesquisa exploratória, a partir de pesquisas
bibliográficas e fundamentadas de acordo com estudos já existentes. Foi
possível compreender que as escolas de Educação Básica devem abrir
oportunidades aos discentes de Biologia, para que realizem implantações de
situações reais e problemáticas no dia-a-dia das instituições, baseando-se em
seus conhecimentos biológicos, tecnológicos e científicos criados no decorrer
do processo escolar, situações essas que motive a qualidade de vida e a
sustentabilidade do meio em que se vive.
INTRODUÇÃO
Nas escolas de Educação Básica, a Biologia desempenha um papel
fundamental para o desenvolvimento dos educandos no exercício de cidadania,
por ser considerada a ciência que estuda a vida e todas as suas
manifestações, auxilia os estudantes na compreensão do mundo, em seu
autoconhecimento e do reconhecimento de seu papel na sociedade.
Abordando o essencial para que sejam formados cidadãos conscientes e
comprometidos com o futuro da humanidade (GONZAGA & SILVA, 2016).
Por outro lado, a Biologia é marcada por ser uma disciplina que exige
memorizações de conceitos e denominações, o que não a faz menos
importante e interessante, pois a atenção para os diversificados assuntos
abordados devem ser constantes, sendo assuntos cada dia mais discutidos em
rodas de amigos, redes sociais, e meios de comunicação. Deste modo, o
professor deve contextualizá-los e possibilitar que os alunos associem os
temas à vida real, observando a realidade do desenvolvimento científico e
tecnológico atual com os conceitos básicos do pensamento da biologia (SILVA
JÚNIOR & BARBOSA, 2009).
As aplicações básicas da Biologia se mostra pertinente em praticamente
todas as necessidades do mundo moderno, desde novas descobertas que
ocasionam transformações à humanidade à desequilíbrios ambientais que
podem provocar catástrofes para todo o planeta (GONZAGA & SILVA, 2016).
Sendo assim, a bioalfabetização é aplicada como um processo de
construção de conhecimentos biológicos contínuos, que se faz necessário para
todos os indivíduos que convivem uns com os outros. Segundo Krasilchik
(2011), a alfabetização biológica é considerada um processo de aquisição de
saberes teóricos e práticos que, quando vinculados a vivência do mundo atual,
permite àqueles que adquirem sua alfabetização que a desenvolva no
cotidiano, dando apoio à resolução de situações e problemáticas reais,
tornando-se ferramenta indispensável nas tomadas de decisões do mundo
atual.
Justificativa
A situação-problema é ressaltar a importância de se implantar a
disciplina de Biologia nas escolas de Educação Básica, constatando qual papel
a bioalfabetização desempenha na vida dos indivíduos? Como ter uma
alfabetização biológica pode auxiliar na qualidade de vida dos indivíduos? O
que deve ser feito pelos educadores para que os alunos estejam aptos a
encarar as situações do mundo atual?
Objetivos
Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é realizar uma reflexão a
respeito da implantação da Biologia nas escolas de Educação Básica,
abordando a importância da bioalfabetização dos alunos para suas vivências
práticas no mundo atual.
Metodologia
Para a execução do respectivo projeto, foi realizada uma pesquisa
exploratória, a partir de pesquisas bibliográficas e fundamentadas de acordo
com estudos já existentes.
De acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica pode ser considerada
uma fonte de investigação, servindo de base para a elaboração de qualquer
tipo de trabalho científico. Podendo utilizar diversos instrumentos de
informações que auxiliam na busca de conhecimentos e formação de
contextos, como: livros, revistas, artigos, periódicos, imagens, etc.
Na execução de uma pesquisa bibliográfica pode-se encontrar diversos
benefícios, dentre eles, segundo Gil (2002, p. 45), pode-se citar:
Resultados e Discussão
O ensino da Biologia se baseia em proporcionar a compreensão dos
fenômenos e do funcionamento dos organismos, analisando a interação entre a
vida e o ambiente em que se vive, por isso é considerada a ciência que estuda
os seres vivos.
A palavra Biologia deriva do grego bios, que significa vida, e logos que
quer dizer estudo, deste modo a Biologia é considerada a ciência que estuda a
vida de todas as suas manifestações.
No Brasil, a história da Biologia é relacionada à chegada de Domenico
Agostino Vandelli à Portugal, em 1764, o qual foi contratado por Marquês de
Pombal para participar de uma ampla reforma da educação no país, que ficou
conhecida como reforma pombalina, que ocorreu após a expulsão dos jesuítas
(AGUAYO, 1966).
Domenico propôs que os estudos relacionados às histórias naturais
fossem integradas ao currículo educacional, através da indicação de Alexandre
Rodrigues Ferreira, que ancorou no Brasil no ano de 1793 para capturar
espécies de plantas e animais na Amazônia e transportá-los à Portugal.
Cândido Firmino de Mello Leitão, catedrático do Colégio Pedro II,
descreve em seu livro “A Biologia no Brasil”, a forma como os franceses se
apoderaram do material acumulado em Portugal, condenando a Biologia
brasileira ao atraso. Essa situação interferiu diretamente nos manuais didáticos
de Ciências que seriam incluídos no currículo educacional brasileiro, causando
confusão entre os animais da fauna brasileira e a de outros continentes
(LEITÃO, 1937).
Diante desse contexto, pode-se destacar uma passagem importante na
Educação Secundária, denominada hoje Ensino Médio, que foi a criação do
Colégio Pedro II, no cidade do Rio de Janeiro, sendo a primeira escola oficial
desse nível, instituída pelo Decreto de 02 de dezembro de 1837,
caracterizando-se como importante elemento de construção do projeto
civilizatório do Império (BRASIL, 1837).
Segundo o artigo 3º daquele decreto, foi possível destacar as disciplinas
de Zoologia e Botânica, que passaram a ser ministradas nesta instituição, as
quais desenvolvem assuntos significativos de Biologia no currículo educacional.
Foi a partir daí que iniciou-se uma valorização do campo das ciências do
mundo vivo nas escolas de educação básica no país.
Na era Vargas (1930-1945), a Biologia tornou-se referência, junto à
disciplina Biologia Educacional, do professor Almeida Júnior, catedrático da
Universidade de São Paulo. De acordo com Bizzo (2012), a aplicação desse
contexto biológico era, sem dúvida um passo para se ter acesso aos
movimentos de modernização, nos aspectos gerais e específicos da educação
brasileira, a qual até então era aplicado apenas uma pedagogia tradicional ou a
arte de ensinar. Foi a partir dessas ações que se implementou uma nova
pedagogia, mais científica e experimental, que buscava modelos ideais ou
idealizados, boas práticas, pesquisas de implementação, em vez de exercícios
de imitação e repetição.
Em 1920, deu-se início à Reforma Sampaio Dória, a qual teve como
fundamentação da pedagogia em São Paulo a Biologia e a Higiene, com base
nas experiências e conhecimentos do educador. Essa reforma foi marcada por
reformas educacionais constantes, uma após a outra que aconteceram no
Brasil, principalmente após a eclosão do Manifesto dos Pioneiros da Educação
Nova, de 1932, que defendia a implantação de uma educação laica, gratuita,
obrigatória e acessível a todos, impulsionado pela crescente institucionalização
da ciência e movidas pelo o advento da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Foi nesse momento que se fez possível a introdução de pensamentos
renovadores nas instituições escolares, reagindo contra o empirismo dominante
e participando da reconstrução educacional, colaborando para a criação da Lei
Orgânica do Ensino Secundário, nº 4.244/1942, conhecida como Reforma de
Capanema (BRASIL, 1942).
A Reforma de Capanema foi marcada pela implantação de disciplinas
pertinentes ao ensino dos cursos Clássico e Científico, podendo citar entre
elas, a Biologia. Assim, foi possível verificar que o país passou a se preocupar
com os ensinamentos dos assuntos voltados à Ciências Biológicas, e como os
ensinar desde o nível elementar ao superior (DELIZOICOV; ANGOTTI, 2000).
Desde então o país vem promovendo inúmeras tentativas para se adequar aos
ensinamentos adequados de Biologia nas escolas de todas modalidades, com
o intuito de demonstrar o quão importante são os conhecimentos dessa
disciplina para o desenvolvimento humano, passando a conhecer a vida
humana, o ambiente em que vive e respeitá-lo de maneira sustentável.
Quando deu-se início ao Século XXI, foi possível verificar um
revolucionário processo de criação científica e tecnológica, refletindo
profundamente na sociedade, destacando a associação entre ciência e a
tecnologia, que se torna dia após dia, ainda mais presente no cotidiano social,
pode-se destacar tendências que permeiam o ato de ensinar Biologia,
manifestadas nas novas formas de avaliar a aprendizagem dos discentes, entre
as quais está o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) (INEP/MEC, 2002).
Segundo Sales, Oliveira e Landim (2011), nos últimos tempos, o
desenvolvimento da disciplina de Biologia tem sido marcado por lacunas,
sendo fragilizado principalmente no tocante à pesquisa, com um número ainda
reduzido de estudos voltados para essa área científica. No Ensino Médio, em
especial, é possível identificar processos de consolidação e fortalecimento, fato
esse analisado nas salas de aula, devido a evolução educacional está
estritamente relacionada a avanços na pesquisa, situação na qual o professor
deixa de ser apenas um reprodutor de conhecimentos e passa a pesquisar o
seu próprio fazer profissional, buscando sempre estar inovando seus
conhecimentos juntamente com as evoluções que aparecem.
Pode-se notar que no Ensino Médio os alunos continuam em busca de
uma fusão entre o exercício de ser cidadão e a qualificação para o trabalho,
devido às instituições de ensino aplicarem um sistema capitalista de educação,
comprometendo em grande parte das vezes o desenvolvimento educacional
por constranger o indivíduo no alcance de uma visão plena de si e do mundo
em que vive. Nesse sentido, pode-se considerar que o ensino da Biologia ainda
não alcançou suas metas de ensino, embora muitos alunos já desenvolvam
atividades com comprometimento e respeito à aquilo que a Biologia ensina,
especialmente os professores da disciplina, para que seja possível ocorrer de
verdade uma educação autônoma, solidária, sustentável e preocupada com a
qualidade de vida mesmo que muitas pessoas da sociedade se imponha sobre
o contrário.
É de grande importância ressaltar os investimentos que vem sendo
realizados com o intuito de buscar uma educação emancipatória, em que
evidenciamos o Programa Ensino Médio Inovador (PROEMI), o qual traz como
objetivo a integração de ações do PDE, como estratégia do Governo Federal
para induzir a reestruturação dos currículos do Ensino Médio. A proposta
então, é ampliar o tempo na escola e a diversidade de práticas pedagógicas,
na tentativa de atender às necessidades e expectativas dos estudantes do
Ensino Médio, sendo disponibilizado apoio técnico e financeiro, consoante à
disseminação da cultura de um currículo dinâmico, flexível e compatível com as
exigências da sociedade contemporânea (BRASIL, 2014).
É fundamental considerar que o ensino de Biologia seja capaz de
proporcionar aos alunos uma participação ativa na sociedade, propiciando
estímulos, relacionando os conteúdos biológicos com as experiências de vida
dos discentes e também dos alunos, que eles possam ter a percepção de
comparar vivências com os assuntos abordados na escola, e possam se
posicionar na vida em suas tomadas de decisões de maneira coerente com o
que deve ser feito. Assim, é necessário então, reconhecer a Biologia como um
fazer humano e, portanto, histórico, fruto da conjunção de fatores sociais,
políticos, econômicos e culturais, visando uma aprendizagem significativa do
mundo, a fim de que contribua para a efetivação de um ensino inovador ao final
da Educação Básica.
Diante do exposto, pode-se caracterizar a Bioalfabetização, abordando-a
dentro da Educação Básica. A Bioalfabetização, é a alfabetização da Biologia,
ou seja, alfabetizar os alunos biologicamente, que significa construir
conhecimentos necessários e importantes para conviver e sobreviver na
sociedade atual, atendendo as determinações das novas tecnologias e da
globalização, que ocasionam constantemente modificações nas escolas e da
forma de se enxergar o mundo.
Com isso, é indispensável que o aluno, ao finalizar sua Educação Básica
esteja bioalfabetizado, para que esteja apto a enfrentar situações e problemas
reais no meio em que vive, podendo aplicar seus conhecimentos biológicos
adquiridos no decorrer de seu processo escolar.
A bioalfabetização tem origem de estudos a respeito da alfabetização
científica, que se apresenta como um processo contínuo de construção de
conhecimentos capazes de tornar as pessoas aptas a compreender e a
transformar, para melhor, o mundo em que vivem. Lorenzetti e Delizoicov
(2001, p. 40) definem a alfabetização científica como:
Conclusão
Com base nas teorias apresentadas sobre o ensino de Biologia nas
escolas de Educação Básica, pôde-se constatar a importância dos professores
estarem em constante processo de reciclagem de conhecimentos, para que
possam passar aos seus alunos a situação real do mundo em que vivemos,
para a preparação da resolução de problemáticas reais, preparando os alunos
através da alfabetização biológica, com a finalidade de que a Educação cumpra
o que apresenta o autor Delors et. al. (2006), onde descreve a missão de não
apenas acumular conhecimentos no decorrer da vida, mas aproveitar e
explorar todas as ferramentas que proporcionem a atualização dos mesmos,
enriquecendo, aprofundando informações, se adaptando à mudança constante
do mundo em que está inserido, considerando aspectos científicos, didáticos,
políticos, sociais, éticos e ambientais.
Analisando a vivência da sociedade e a associando no contexto escolar,
o ensino da Biologia representa um importante papel e aqueles que são
destinados à disseminar esses ensinamentos devem estar envolvidos com os
assuntos atuais da ciência, da tecnologia e da sociedade, além da melhoria da
qualidade de vida do ser humano, precisando então de uma formação biológica
advinda do seu processo formativo, a fim de proporcionarem aos seus alunos
uma bioalfabetização de qualidade, para que finalizem seu processo de
educação básica sendo capazes de decidir de forma autônoma e individual nas
diversas situações do dia a dia.
Referências Bibliográficas
AGUAYO, A. M. Didática da escola nova. São Paulo: Nacional. 13ª ed., 1966.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,
2002.