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Ensino de Evolução

Quando o professor professa alguma fé, ele talvez não explore o conteúdo de uma forma tao
satisfatória

Mais fundamentalista a fé, mais o professor abandona o conteúdo

Se ele fica em cima do muro ele ensina os dois e isso não é científico – o criacionismo é dogma,
mas nessa visão ele é visto no mesmo nível de da ciência, com a mesma veracidade que um
fato cientifico

Melhor nem passar evolução se for pra cristalizar um conteúdo que não for de ciências, se for
pra passar uma ideia muito fundamentalista aos alunos

A evolução biológica é um dos pilares fundamentais da biologia e possui um papel central na


compreensão do mundo natural. No entanto, o ensino desse tema nas escolas de educação
básica enfrenta diversos obstáculos que dificultam o seu entendimento e a sua assimilação
pelos alunos

Deficiências formativas de docentes

Um dos principais obstáculos para o ensino da evolução biológica nas escolas é a falta de
formação adequada dos professores. Muitos docentes possuem conhecimento limitada sobre
o tema e não se sentem preparados para abordá-lo em sala de aula. Essa lacuna na formação
docente impacta diretamente na qualidade do ensino e compreensão dos estudantes

Ex: professores com lic a distancia – dificulta a interação entre as diferentes áreas do saber,
fazer as conexões com evolução

Resistência religiosa e cultural

Outro desafio enfrentado no ensino da evolução biológica é a resistência religiosa e cultural.

Julgamento de J. Scopes -> julgado por ensinar evolução nas escolas publicas de Tennessee na
década de 1920 -> julgamento do Macaco

Juntou-se professores que ensinavam professores na época que foram representados por ele –
pagou multa

O Estado ainda hoje impede o ensino de evolução – em 2014 – lei que dizia que além da
evolução o professor deveria ensinar o criacionismo na escola e muitos municípios copiaram

Hoje essas leis estão esquecidas, mas se os políticos apoiarem essa lei novamente, isso pode
acontecer

Hoje tem o design inteligente também

Complexidade conceitual
A evolução envolve conceitos complexos, o que pode tornar a compreensão difícil para os
alunos. Conceitos como seleção natural, adaptação e especiação podem ser desafiadores para
faixa etária da educação básica. É necessário buscar estratégias didáticas que facilitem a
assimilação desses conceitos, utilizando exemplos do cotidiano e recursos visuais por ex

Ou seja, ir para o concreto

Abordagem interdisciplinar

Uma possibilidade metodológica promissora para o ensino da evolução biológica é a


abordagem interdisciplinar. Ao relacionar a evolução com outras disciplinas, como historia,
geografia e matemática, é possível ampliar a compreensão dos alunos e tornar o tema mais
relevante

Por ex: explorar as migrações humanas ao longo da historia como exemplo de seleção e
adaptação – relação com história

Em geografia: abordagem do estreito de Bering para as migrações humanas, como a Terra


estava organizada nos períodos evolutivos

Em matemática: pensar em frequência genica da população mudando ao longo do tempo;


entendimento do tempo evolutivo

Arte: registros fotográficos e artes de diferentes raças, povos ao contar sua historia – registro
histórico

Atividades praticas e experimentais

A realização delas é outra estratégia metodológica importante para o ensino da evolução


biológica

Os alunos podem realizar observações de sp diferentes, investigar características adaptativas e


simular processos evolutivos

Essas experiências concretas contribuem para a compreensão dos conceitos e despertam o


interesse dos estudantes

E a experimentação?

Documentário jardim de Darwin -> tenta reproduzir os testes de Darwin -> no jardim fazer o
metro quadrado e deixar sem nenhuma planta e deixar um tempo até as plantas crescerem
novamente -> através da sucessão ecológica, verificamos a seleção natural acontecendo que
precisa ser observado diariamente, contanto quantas plantas surgiram, quais sumiram e
depois de um tempo verificar plantas predominantes, quais morreram e tentar entender quais
plantas foram favorecidas ou não e porque

Construir solução salinas com sementes dentro, plantar depois e ver quais germinam e quais
não – verificar a resistência ou sensibilidade ao ambiente salino -> paralelo com o ambiente
marinho visualizado por Darwin, por ex -> abordar como algumas sementes podem ter sido
levadas do continente até galápagos e ter sido dispersadas -> possível trabalhar os acasos na
dispersão de animais, sementes, entre outros, como os morcegos do havai arrastados por
tempestades

Uso de recursos audiovisuais e tecnologia

É uma possibilidade metodológica que tem se mostrado eficaz no ensino de evolução. Vídeos,
animações, aplicativos e jogos educativo podem auxiliar na visualização e compreensão dos
processos evolutivos, tornando o aprendizado mais atrativo e dinâmico

Ex: Pokémon (mas fazendo troca polissêmica de “evolução” por “desenvolvimento” para não
trazer uma visão errônea de mudança de sp ou de rumo a maior complexidade),
documentários, etc, Spore, Plagie (questão evolutiva, evolução de vírus e bactérias e mutação
acelerada, vacinação e imunologia)

A tecnologia não precisa so auxiliar o entendimento do conceito pelos alunos, ele pode ser
uma forma avaliativa

Ex: vídeo de evolução dos simpsons -> consertar o que estava errado, que no caso era uma
evolução linear e transformista

Estimulo ao pensamento critico e a investigação

O ensino da evolução biológica deve ir além da simples transmissão de informações

É fundamental estimular o pensamento critico e a investigação por parte dos alunos -> a
abordagem da automedicação ajuda bastante; ex: uso de antibiótico desenfreado, sem
prescrição médica (seleção de bactérias e vírus mais resistentes); trazendo contrapontos a
essas práticas

Ao propor questionamentos e desafios, é possível desenvolver habilidades de analise,


argumentação e pesquisa, fortalecendo o aprendizado e a compreensão do tema

Abordagem contextualizada e problematizadora

Ao relacionar o tema com questões atuais e relevantes, como a resistência aos antibióticos ou
as mudanças climáticas, é possível despertar o interesse dos alunos e mostrar a importância da
evolução para o contexto real

Ex: dengue -> aumento da população de mosquito; eliminá-los causaria desequilíbrio? O que
poderia ser feito?

Ex: pombas -> pressão seletiva diminuiu, aumentou a população; poderia causar uma
especiação ao longo do tempo?

Ex: padrão comportamental de animais como gatos -> seleção artificial e domesticação

Dialogo entre ciência e sociedade

Essencial para superar os obstáculos no ensino da evolução biológica


É importante que os alunos compreendam a natureza do conhecimento cientifico, sua base em
evidencias e sua importância para a sociedade

Isso pode ser alcançado por meio de discussões, debates e reflexões sobre as aplicações da
evolução no campo da saúde, agricultura e conservação ambiental

Ex: abordar como a manutenção de sp estão sendo mantidas por híbridos, seleção artificial –
interferimos na evolução de outras sp

BLIOGRAFIA - O processo de Alfabetização Científica no ensino de evolução biológica

INTRODUÇÃO

O texto destaca a importância da Alfabetização Científica como um dos


principais objetivos da educação científica no século XXI. Essa abordagem
engloba habilidades e competências necessárias para compreender os
princípios científicos e resolver problemas práticos e sociais. A Alfabetização
Científica é considerada um letramento vinculado às práticas sociais envolvendo
Ciência e Tecnologia.

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, o letramento científico


implica a capacidade de compreender e interpretar o mundo natural, social e
tecnológico, transformando-o com base nos conhecimentos das ciências. Esse
letramento é apontado como um compromisso prioritário em todas as etapas
da educação básica.

O estudo propõe articular os princípios e ações da Alfabetização Científica com


o ensino de evolução biológica, visando potencializar as estratégias de ensino
nessa temática. Destaca-se que as investigações sobre a evolução biológica
revelam diversos obstáculos didáticos, conceituais e epistemológicos, desde a
educação básica até o ensino superior. Esses obstáculos incluem dificuldades na
compreensão de conceitos complexos da Teoria Sintética da Evolução, bem
como concepções prévias dos alunos e professores relacionadas a dogmas de fé
pessoal, que dificultam a compreensão de elementos científicos essenciais nesse
tema.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A alfabetização científica é um conceito que surgiu no final da década de 1950


nos Estados Unidos, a partir da concorrência espacial com os soviéticos na
Guerra Fria. Desde então, tem sido entendida de diferentes formas, mas seus
objetivos principais são:

 Apropriação de termos e conceitos científicos;


 Entendimento da natureza da ciência e do processo de pesquisa;
 Compreensão do impacto da ciência e da tecnologia sobre os indivíduos e a
sociedade.
O ensino de evolução biológica é fundamental para a compreensão da
natureza da ciência, pois o processo de evolução é o eixo que integra as
ciências biológicas e as demais ciências naturais correlatas. Além disso, a
compreensão da evolução biológica é imprescindível para o tratamento de
diferentes tópicos da sociedade que afetam grande parte dos indivíduos no
quesito biológico, como os assuntos socioambientais, ecológicos,
farmacológicos e médicos.

Portanto, a alfabetização científica é um conceito importante para a formação


de cidadãos críticos e capazes de compreender o mundo ao seu redor. O
ensino de evolução biológica é uma ferramenta essencial para o
desenvolvimento da alfabetização científica, pois contribui para a compreensão
da natureza da ciência e do impacto da ciência e da tecnologia sobre a
sociedade.

Os obstáculos didáticos, conceituais e epistemológicos no ensino de evolução biológica

O ensino da evolução biológica no Brasil enfrenta diversos obstáculos, tanto


objetivos quanto subjetivos. Entre os objetivos, destacam-se as condições de
trabalho do professor, a falta de recursos e materiais didáticos, e a insegurança
e despreparo dos professores. Entre os subjetivos, destacam-se as
concepções prévias dos alunos, que muitas vezes são baseadas em crenças
religiosas ou no senso comum.

As concepções prévias baseadas em crenças religiosas, como o criacionismo,


são um dos principais obstáculos ao ensino da evolução biológica. Isso porque
essas concepções são frequentemente incompatíveis com os conceitos da
teoria evolutiva.

Para superar esses obstáculos, é importante que o ensino da evolução


biológica seja abordado de forma crítica e reflexiva, de modo a promover a
compreensão da natureza da ciência e a distinção entre ciência e religião.

A Alfabetização Científica como estratégia teórico-metodológica no ensino de evolução


biológica

A alfabetização científica é importante para que as pessoas compreendam a


natureza da ciência e possam tomar decisões informadas sobre questões
científicas. No contexto do ensino de evolução biológica, é importante que os
alunos entendam que a evolução é um processo natural e não uma criação
divina.

Para superar os obstáculos ao ensino de evolução biológica, é preciso:

 Ensinar a natureza da ciência: explicar que a ciência é um processo de


construção de conhecimento que é baseado em evidências e que está sujeito a
mudanças.
 Desenvolver o pensamento crítico: ensinar os alunos a questionar as
informações e a avaliar evidências.
 Trabalhar com concepções prévias: identificar e abordar as concepções prévias
dos alunos, que muitas vezes são baseadas em crenças religiosas ou no senso
comum.

Além do ensino formal, o ensino não-formal também pode ser uma ferramenta
importante para a alfabetização científica. Instituições como museus, centros
científicos e bibliotecas podem oferecer oportunidades para os alunos
aprenderem sobre a ciência de forma divertida e envolvente.

Considerações Finais

Pesquisas brasileiras têm mostrado que alunos e professores têm dificuldades


em compreender a evolução biológica. Essas dificuldades são causadas por
fatores como a incompreensão dos mecanismos evolutivos, as pré-concepções
dos alunos e professores, e a falta de compreensão da natureza da ciência.

Para superar essas dificuldades, é preciso promover a alfabetização científica,


que é um processo de ensino e aprendizagem que visa a desenvolver
habilidades e competências necessárias para compreender a ciência. A
alfabetização científica pode ajudar alunos e professores a compreenderem os
mecanismos evolutivos, a identificar e abordar suas pré-concepções, e a
desenvolver um pensamento crítico sobre a ciência.

BIBLIOGRAFIA: ANÁLISE DOCUMENTAL DA PRODUÇÃO ACADÊMICA BRASILEIRA SOBRE O


ENSINO DE EVOLUÇÃO (1990-2010): CARACTERIZAÇÃO E PROPOSIÇÕES

INTRODUÇÃO

O estudo mapeou a produção acadêmica brasileira, representada por


dissertações e teses, referente ao Ensino de Evolução durante o período de
1990-2010. Foram analisadas 127 produções, provenientes de 19 instituições
de ensino superior localizadas em 13 estados brasileiros.

Os principais resultados do estudo apontam que:

 O ensino de evolução é um tema de pesquisa emergente na área de Ensino de


Ciências, com um aumento significativo na produção de dissertações e teses
nas últimas décadas.
 As pesquisas sobre ensino de evolução concentram-se nas regiões Sudeste e
Sul do país, em instituições de ensino superior públicas.
 As principais linhas de pesquisa abordam as concepções prévias de alunos e
professores sobre evolução, as metodologias de ensino de evolução e os
materiais didáticos utilizados no ensino de evolução.
Os estudos sobre ensino de evolução ainda são incipientes, destacando-se a
necessidade de pesquisas sobre:

 A formação de professores para o ensino de evolução;


 A avaliação da aprendizagem de evolução;
 As relações entre ensino de evolução e outras áreas do conhecimento.
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 As discussões levantadas neste estudo evidenciam que o Ensino de Evolução,
enquanto campo de pesquisa, encontra-se em crescimento no Brasil, fato
revelado pelo expressivo aumento no número de dissertações e teses produzidas
nesta área no final da década de 2000. Ao compararmos as investigações do
campo específico Ensino de Evolução às de sua grande área, Ensino de
Biologia, constatamos que as produções científicas acerca da temática evolutiva
seguem o mesmo padrão de crescimento e as mesmas tendências de pesquisas
que as desenvolvidas em Ensino de Biologia.
 Em termos acadêmicos, verificamos o predomínio do número de dissertações em
relação ao de teses em Ensino de Evolução ao longo do período considerado por
este estudo. É importante salientar que o tempo necessário para a obtenção do
título de mestre é inferior ao de doutoramento, fato que nos apontava para um
número desigual entre os documentos analisados. Entretanto, a preponderância
de dissertações sobre teses evidenciou “descontinuidades” nas pesquisas em
Ensino de Evolução, corroborando com estudos desenvolvidos por Slongo
(2004) e Teixeira (2008), que apontaram para as dificuldades de mobilidade
acadêmica e/ou para migrações de pesquisadores para outros campos de
investigação. Deste modo, tal fato abre possibilidades de investigações futuras
com vistas a caracterizar tais “descontinuidades” nas pesquisas em Ensino de
Evolução e demarcar possíveis superações destas.
 Verificamos também que a produção acadêmica, representada por dissertações e
teses, sobre Ensino de Evolução concentra-se na região Sudeste do Brasil, mais
especificamente no Estado de São Paulo que responde por 50% dos documentos
analisados por esta investigação. Tal concentração fora observada também nas
pesquisas desenvolvidas por Slongo (2004) e Teixeira (2008) na área de Ensino
de Biologia. Tal fato é explicado pela distribuição desigual de programas de
pós-graduação em educação e/ou ensino de ciências no Brasil, cenário que
poderá ser alterado com a abertura e investimento destes nas demais regiões
brasileiras. Nestes termos, faz-se necessário o contínuo desenvolvimento de
pesquisas do tipo “estado da arte” ao longo do tempo com vistas a verificar a
manutenção ou modificação do cenário acadêmico-institucional revelado por
esta investigação no que se refere ao Ensino de Evolução.
Quanto às tendências de pesquisas, verificamos a prevalência de investigações que
abordam as temáticas referentes às concepções prévias de alunos e docentes (nos
diversos níveis de ensino) e à formação de professores. Esta constatação vai ao
encontro do exposto por Slongo (2004) e Teixeira (2008), evidenciando que as
pesquisas em Ensino de Evolução seguem as mesmas tendências temáticas de sua
grande área Ensino de Biologia. Tais temas de pesquisa são de suma importância, pois
possibilitam a compreensão de diversos fatores que influenciam os processos de
ensino-aprendizagem de conteúdos referentes à evolução biológica, além de
contribuírem para a ampliação e a fundamentação desta área de pesquisa.

Todavia, são necessários investimentos em outras temáticas de pesquisa como,


por exemplo, aquelas que apareceram em menor proporção neste estudo: “Analogias e
Metáforas”, “Ciência e Religião”, “Divulgação Científica”, “Educação Não-Formal”,
“Ensino-Aprendizagem”, “História e Natureza das Ciências”, “Interações Discursivas”
e “Livro Didático”. Esta diversificação sugerida, além de contribuir com a ampliação e
fundamentação das pesquisas em Ensino de Evolução, poderá constituir-se em
subsídios aos docentes, apontando para estratégias de ensino e conteúdos estimados
como mais adequados para os processos de ensino-aprendizagem da evolução
biológica. É importante destacar que esta pesquisa também sinaliza para a necessidade
do desenvolvimento de investigações que abarquem outras temáticas referentes ao
Ensino de Evolução como, por exemplo, “Ciência, Tecnologia e Sociedade”,
“Currículo”, “História e Filosofia da Ciência”, “Sistemas de Avaliação em Larga
Escala”, dentre outros.

Contudo, este trabalho evidencia que a área de Ensino de Evolução apresenta-


se em crescimento, tanto quantitativo como qualitativo, e que esta segue as mesmas
tendências de sua grande área, Ensino de Biologia. Este estudo também sinaliza para
temas de pesquisa ainda pouco explorados e que podem contribuir com a ampliação e a
consolidação da área de Ensino de Evolução. Nestes termos, a agenda de pesquisas em
Ensino de Evolução ainda apresenta uma grande amplitude de temáticas de interesses
aos pesquisadores, sobretudo aquelas que incidem diretamente nos processos de
ensino-aprendizagem e na prática docente.

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