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Belo Horizonte
2009
Ana Paula Ferreira Rocha
Belo Horizonte
2009
Rocha, Ana Paula Ferreira
Análise das respostas eletrofisiológicas de longa latência – P300
em escolares com e sem sintomas de Transtorno de Processamento Auditivo/
Ana Paula Ferreira Rocha - Belo Horizonte, 2009.
xii, 60f.
iii
Ana Paula Ferreira Rocha
PARECERISTA
Aprovada em __/__/__
iv
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre me apoiaram e me incentivaram.
Aos meus irmãos pelo carinho e confiança. Ao Fábio, por estar ao meu lado em cada
conquista.
v
Agradecimentos
A Deus, por ter me dado forças para conseguir concretizar meus sonhos.
Aos meus pais pelo incentivo, por acreditarem em mim e pela presença
fundamental em todos os momentos de minha vida.
Aos meus irmãos, pelo carinho e confiança.
Ao Fábio, pelo amor, compreensão e companheirismo.
À tia Silvia Mara e a minha prima Naiane Alves, pelo apoio e por tornarem a
conclusão deste trabalho em realidade.
A todas as minhas amigas, em especial, a Rafaella Cristina Oliveira pelo apoio e
amizade.
À minha orientadora Luciana Macedo por dividir sua experiência e conhecimento,
contribuindo desde o delineamento da pesquisa até a finalização deste trabalho.
À Denise Utsch Gonçalves e Andrêza Batista Cheloni Vieira pela coorientação
deste trabalho.
À Fga Andrêza Batista Cheloni idealizadora deste estudo, orientada pela Dra.
Denise Utsch Gonçalves e co-orientada pela Fga Sirley Alves Silva Carvalho.
À Fga Vanessa Ferreira Muriz e Graduanda Simone Lourenço do Vale pela ajuda
na coleta dos dados.
A todas as crianças que participaram deste trabalho e aos seus pais por terem
autorizado a participação dos seus filhos nesta pesquisa.
Aos professores e funcionários do Instituto de Educação pela receptividade e
disponibilidade, indispensáveis a realização desta pesquisa.
Á todos que contribuíram, de alguma forma, para realização deste trabalho.
vi
Sumário
Dedicatória ......................................................................................................................v
Agradecimentos.............................................................................................................. vi
Lista de Figuras .............................................................................................................. ix
Lista de Tabelas e Quadros.............................................................................................x
Lista de abreviaturas ..................................................................................................... xii
Resumo ........................................................................................................................ xiii
1.INTRODUÇÃO .............................................................................................................1
1.1 OBJETIVOS ..............................................................................................................3
1.2 Objetivo Geral............................................................................................................3
1.3 Objetivos específicos:................................................................................................3
2.0 REVISÃO DE LITERATURA .....................................................................................4
2.1 Potenciais Evocados de Longa Latência – P300.......................................................4
2.2 Sítios de localização do P300....................................................................................5
2.3 Formação do Potencial Cognitivo P300.....................................................................5
1.4 Aplicação e análise do exame ...................................................................................6
1.5 P300 em crianças......................................................................................................7
3.MÉTODOS .................................................................................................................10
3.1 Casuística................................................................................................................10
3.2 Seleção e contato com os responsáveis .................................................................10
3.3 Consentimento e critérios de inclusão e exclusão...................................................10
3.4 Procedimentos, local da pesquisa e equipamentos.................................................11
3.5 Parâmetros a serem avaliados ................................................................................13
3.6 Análise estatística dos dados ..................................................................................13
4.0 RESULTADOS ........................................................................................................15
4.1 Parte I Caracterização da Amostra..........................................................................15
4.2 Parte II Análise do P300 ..........................................................................................17
4.3 Parte III Associações entre o resultado do P300 e os sintomas de Transtorno do
Processamento Auditivo. ...............................................................................................21
5.0 DISCUSSÃO ...........................................................................................................24
5.1 Parte I Caracterização da Amostra..........................................................................24
5.2 Parte II Análise do P300 ..........................................................................................25
vii
5.3 Parte IIII Associações entre o resultado do P300 e os sintomas de Transtorno do
Processamento Auditivo ................................................................................................28
6.CONCLUSÕES ..........................................................................................................31
7.0 ANEXOS..................................................................................................................32
Anexo 01 .......................................................................................................................33
Anexo 02 .......................................................................................................................34
Anexo 03 .......................................................................................................................36
Anexo 04 .......................................................................................................................38
8.0 REFERÊNCIAS .......................................................................................................41
Abstract
Bibliografia consultada
viii
Lista de Figuras
Figura 3 Distribuição dos grupos de estudantes com (GE) e sem (GC) sintomas de
transtorno do processamento auditivo quanto à
idade...............................................................................................................................28
Figura 6 Média aritmética e desvio padrão das latências de P300 nas orelhas direita e
esquerda em ambos os grupos..................................................................................... 30
Figura 7 Média aritmética e desvio padrão da latência do P300 no sexo masculino dos
grupos com e sem sintomas de TPA..............................................................................32
Figura 8 Média aritmética e desvio padrão da latência do P300 no sexo feminino dos
grupos com e sem sintomas de TPA..............................................................................32
ix
Lista de Tabelas e Quadros
x
Tabela11 Correlação entre dificuldade de compreender o que lê e resultado da
avaliação auditiva eletrofisiológica de longa latência (P300).........................................35
xi
Lista de abreviaturas
DP Desvio Padrão
GC Grupo Controle
GE Grupo de Estudo
IC Intervalo de confiança
OR Odds ratio (razão de chances)
P Probabilidade de significância
P300 Potencial auditivo de longa latência
TPA Transtorno do Processamento Auditivo
xii
Resumo
xiii
1.INTRODUÇÃO
1
Diante das evidências fornecidas pela literatura, pesquisas com o P300 na
população em idade escolar a partir dos 8 anos, podem auxiliar no monitoramento
da evolução funcional auditiva em crianças com transtornos de processamento
auditivo.
Na literatura atual, há vários estudos de padronização de respostas do P300
com sujeitos adultos (César CPAHR, 1997; Colafêmina JF et. al, 2000;Franco
GM,2001) entretanto, há escassez de dados publicados sobre a padronização das
respostas obtidas em crianças em idade escolar .
2
1.1 OBJETIVOS
3
2.0 REVISÃO DE LITERATURA
Este capítulo consta de uma revisão bibliográfica acerca do tema abordado nesse
trabalho. As informações foram dividas em sub-capítulos para obedecer a coerência e
ordem cronológica.
4
2.2 Sítios de localização do P300
córtex auditivo primário e no córtex auditivo de associação. (Vaughn et al., 1970; Knight
temporal e sistema límbico, porém alguns autores acreditam que ocorra no córtex
O potencial cognitivo P300 é gerado por uma rede neural complexa, que
córtex pré-frontal, e do tálamo para o hipocampo e região límbica. Além das áreas
5
predeterminados, sendo esses estímulos apresentados de forma aleatória. O estimulo
raro ocorre entre 15 e 20% das vezes. Este potencial pode ser eliciado de duas formas:
ativa ou passiva. A primeira maneira ocorre por indução automática, ou seja, não é
exigida do sujeito nenhuma tarefa. Desta forma, o P300 apresenta rápida habituação,
pois a amplitude do potencial decresce rapidamente com o número de estímulos
apresentados. A segunda maneira ocorre quando é exigida do sujeito uma tarefa
motora ou mental para sinalizar os estímulos raros. Sendo assim o potencial P300
apresenta uma habituação menor, o que pode empregar um grande número de
estímulos raros para sua obtenção. (Polich, 1991; César et al., 1999; Ravden et al.,
1999; Colafêmina et al., 2000; Hirayasu et al., 2000).
Quanto mais freqüente é o estimulo, menos neurônios respondem a ele, pois
ocorre habituação do sistema auditivo. Quanto mais raro é o estímulo, o sistema
responde com mais neurônios, o que gera uma curva de neurônios maior (em
amplitude). Sendo assim, a subtração do estímulo raro do estímulo freqüente, gera o
P300. (Polich, 1991; César et al., 1999; Ravden et al., 1999; Colafêmina et al., 2000;
Hirayasu et al., 2000).
6
O atraso da latência de P300 e/ou aumento da amplitude estão correlacionados
com declínio cognitivo, evidenciado em estudos neuropsicológicos com idosos,
pacientes com esclerose múltipla, paralisia supra-nuclear progressiva, em lesões
cerebrais focais e em crianças com dificuldades de aprendizagem (Ebner et al, 1986).
Além disso, o P300 não fornece informação de lateralidade de alterações. Contudo,
seus valores de especificidade (70%) e sensibilidade (80%) são os maiores dentre os
potenciais auditivos tardios (Musiek et al. 1990).
Para nomear os potenciais auditivos evocados utilizam-se convenções para
numerar os picos de acordo com a ordem de ocorrência, (1,2,3...) e sua polaridade ( P
para positivo, e N para negativo). Além disso, pode-se nomeá-lo de acordo com sua
polaridade e com sua latência em milissegundos. Dessa forma, o P300 é um potencial
positivo que ocorre aproximadamente a 300 ms (Picton et al., 1974; McPherson, 1996).
A tarefa exigida ao sujeito é de ter atenção aos estímulos raros, desta forma a
idade mínima para obtenção do P300 é de aproximadamente sete anos de
idade(Polich, 1991; César et al., 1999; Ravden et al., 1999; Colafêmina et al., 2000;
Hirayasu et al., 2000).
Dos parâmetros avaliados, a amplitude do P300 é relacionada ao aparecimento
do estimulo raro, ou seja, quanto maior o número do estímulo raro, menor é o P300. A
latência é a medida mais confiável e constante e sofre variação dependendo da faixa
etária do individuo. Isto sugere uma forte influência do desenvolvimento, maturação e
envelhecimento das funções subcorticais e corticais auditivas. Os movimentos oculares
devem ser monitorados para evitar artefatos durante a gravação. (Polich, 1991; César
et al., 1999; Ravden et al., 1999; Colafêmina et al., 2000; Hirayasu et al., 2000).
Algumas variáveis devem ser consideradas para avaliação e interpretação do
P300: sexo, hora do dia, habilidade cognitiva, tipo de tarefa, estação do ano,
temperatura do corpo, ingestão de alimentos pouco tempo antes do exame e
personalidade podem variar a latência e amplitude do P300(Polich, 1991; César et al.,
1999; Ravden et al., 1999; Colafêmina et al., 2000; Hirayasu et al., 2000).
7
auditivo central. Os resultados sugeriram uma diminuição da latência e um aumento da
amplitude significativo nesse grupo estudado (Jirsa, 1992).
Estudo demonstrou que a latência e amplitude do P300 em crianças, entre oito a
14 anos, com queixa escolar associada a alterações no processamento auditivo
central, apresentam resultados estatisticamente significantes com latências mais
longas em crianças com queixas escolares do que naquelas que não apresentam
queixas. Não foram encontradas diferenças significativas para a amplitude desse
potencial (Diniz, 1996).
Em geral, crianças a partir dos sete anos apresentam medidas do P300 com
latências aumentadas e amplitudes diminuídas em relação ao adulto. As características
morfológicas da onda, bem como valores de latência e amplitude atingem a maturidade
até a adolescência (Polich et al. 1990; Mc Pherson, 1996).
Foram investigadas as medidas do P300 associadas à avaliação comportamental
do processamento auditivo central em três crianças com dificuldade escolar (duas com
transtorno do déficit de atenção e hiperatividade /TDAH e uma com diagnóstico de
lesão parenquimatosa cerebral). Os resultados mostraram latências alongadas do P300
para as três crianças estudadas (Aquino et al. 1999).
Em um estudo desenvolvido com 99 crianças portadoras de epilepsia ou não com
idade variando de 10 anos a 11 anos. O grupo de controle era composto por 64
crianças sem epilepsia, das quais 32 apresentaram bom rendimento escolar. O grupo
de estudo (crianças com epilepsia) foi composto por 35 crianças, sendo 21 com bom
rendimento escolar. Não foi encontrada diferença significativa na latência do P300
entre os dois grupos. Ao analisar as crianças com relação ao desempenho escolar, as
crianças do grupo controle com bom desempenho escolar apresentaram latência de
336 ms e as crianças com mau desempenho escolar, latência de 382 ms; as crianças
do grupo de estudo com bom rendimento escolar apresentaram latência do P300 de
363 ms e com mau rendimento, latência de 400 ms, com diferença significativa (Visioli–
Melo et al. 2000).
Foram analisados os valores de latência do P300 de uma amostra de 75 crianças
com idades de oito a 11 anos. Como resultados, foram obtidos latência média de
311.11 ms (DP 17) nas 50 crianças do sexo feminino e 314,0 ms (DP 18,2) nas 25
crianças do sexo masculino. (Costa et. al 2002)
Em um estudo compararam-se os valores de latência do potencial cognitivo P300
em 103 crianças na faixa etária de oito a 13 anos, divididas em dois grupos. O grupo
8
controle foi composto por 60 crianças com bom rendimento escolar e o grupo de
estudo foi composto por43 crianças com mau rendimento escolar. Os resultados
demonstraram valores significamente menores de latência na latência do P300 no
grupo de estudo quando comparados ao grupo controle (Farias 2004).
9
3.MÉTODOS
Foi realizado um estudo transversal descritivo, desenvolvido na Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FM-UFMG). Este estudo faz parte
de um projeto de doutorado e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
UFMG sob o parecer de número ETIC 556/07 (anexo 01).
3.1 Casuística
10
• Grupo controle: sem sintomas do processamento auditivo
• Grupo de estudo: com sintomas do processamento auditivo
• Audição dentro do padrão da normalidade
Geraldo - HC-UFMG.
11
A avaliação eletrofisiológica (exame P300) foi realizada com a criança deitada em
quadro abaixo:
contado para avaliar sua efetiva participação. A condição obrigatória para aceitar o
materiais:
• Audiômetro de dois canais modelo MA 52, marca Maico, com fone TDH39
acoplado a um cd player.
12
3.5 Parâmetros a serem avaliados
Para avaliação eletrofisiológica de processamento auditivo foram analisadas as
latências das ondas P300 geradas pela atenção e memória de trabalho à estimulação
auditiva e contagem dos eventos raros.
Segundo Mcpherson (1996), os valores de normalidade de latência para esta
faixa etária são entre os valores 296,19 e 315,23 ms. Porém, considerando o número
de promediações foi considerado valores de latência dentre o padrão da normalidade
de até 350 ms (Miyazaki et. al, 1994).
13
através das tabelas de contingência e as variáveis contínuas (idade e latências do
P300) pelo teste T de Student. O nível de significância estatística considerado foi de
5%. O poder do estudo foi estimado em 80% e o intervalo de confiança considerado foi
95%.
14
4.0 RESULTADOS
14
12
12 11 11
10
8
8 Feminino
6 Masculino
0
GE GC
15
Tabela 1 – Comparação entre o sexo nos Grupos GE e GC
GE GC P-valor OR IC
N % N %
Feminino 8 19,04 11 26,19 0,95 0,79 0,19 - 3,21
Masculino 11 26,19 12 28,57
12
10
8 Sem
sintomas
6
Com
4 sintomas
0
8 9 10 12 13
Figura 3 – Distribuição dos grupos de estudantes com (GE) e sem (GC) sintomas de
transtorno do processamento auditivo quanto à idade
16
4.2 Parte II Análise do P300
12 11
10
10 9
8
6 Feminino
6
Masculino
4
0
GE GC
N % P OR IC
Sexo
Feminino 17 47,22
Masculino 19 52,77 0,69 0,61 0,13 – 2,82
Total 36 100,00
Legenda: GC= Grupo Controle GE= Grupo de Estudo Teste t de Student
OD= Orelha direita OE= Orelha Esquerda
17
19
20
15 10
10
5
5
2 P300 Normal
0
P300 Alterado
GE
GC
350
300
250
200
Desvio padrão
150 Média (ms)
100
50
43,6 42,4 31,1 28,5
0
OD OE OD OE
GE GC
Figura 6 – Média aritmética e desvio padrão das latências de P300 nas orelhas direita e
esquerda em ambos os grupos
18
Tabela 4 – Comparação entre as médias de latências de P300 da orelha esquerda e
direita entre o grupo de estudo e grupo controle.
Sexo
P300 - orelha direita Masculino P
Feminino (n=17)
(n=19)
Latência mínima 245,14 270,46 0,90
Latência máxima 387,84 364,37
Teste t de Student
Sexo
P300 - orelha esquerda Masculino P-valor
Feminino (n=17)
(n=19)
Latência mínima 257,75 267,10 0,74
Latência máxima 387,84 364,60
Teste t de Student
19
350 321,42 325,9
310,23 312,12
300
250
200 DP(ms)
150 Média (ms)
100
40,39 39,23
50 19,51 20,84
0,44 0,34
0
OD OE OD OE OD OE
GE GC P- valor
Figura 7 – Média aritmética e desvio padrão da latência do P300 no sexo masculino dos
grupos com e sem sintomas de TPA.
400
336,35 340,34
350 307,17 313,89
300
250
DP(ms)
200
Média (ms)
150
100
42,12 44,58 38,59
50 34,04
0,19 0,8
0
OD OE OD OE OD OE
GE GC P- valor
Figura 8 - Média aritmética e desvio padrão da latência do P300 no sexo feminino dos
grupos com e sem sintomas de TPA.
20
4.3 Parte III Associações entre o resultado do P300 e os sintomas de Transtorno
do Processamento Auditivo.
Sintoma de P300
transtorno de P-
TOTAL OR
processamento Alterado Normal valor IC
auditivo
Presente 5 10 15 4,75
0,10 0,62-44,02
Ausente 2 19 21
Total 7 29 36 .. ..
Legenda: GC= Grupo Controle GE= Grupo de Estudo Teste Qui-quadrado
OR= razão de chances IC= Intervalo de confiança
Atenção ao som
11 prejudicada
12 10
Dificuldade de
10 comprender fala em
ambiente ruidoso
8 Desempenho escolar
6
inferior
6 4 4 Dificuldade de
compreender o que lê
4
1 Dificuldade de
2 compreender metáforas
0 Problemas de escrita
21
Tabela 8 – Correlação entre dificuldade de ter atenção ao som e resultado da avaliação
auditiva eletrofisiológica de longa latência (P300)
Dificuldade de P300
compreender a fala em TOTAL P
ambiente ruidoso Alterado Normal
Presente 0 2 2
0,42
Ausente 5 8 13
Total 5 10 15 -
Legenda: GC= Grupo Controle GE= Grupo de Estudo Teste Qui-quadrado
OR= razão de chances IC= Intervalo de confiança
Desempenho P300
TOTAL P OR(IC)
escolar inferior Alterado Normal
Presente 2 4 6
0,70 1,00(0,11-8,94)
Ausente 3 6 9
Total 5 10 15 - -
22
Tabela 11 – Correlação entre dificuldade de compreender o que lê e resultado da
avaliação auditiva eletrofisiológica de longa latência (P300)
Dificuldade de P300
compreender o que TOTAL P OR(IC)
lê Alterado Normal
Presente 4 7 11
0,59 1,71(0,13-22,51)
Ausente 1 3 4
Total 5 10 15 - -
Legenda: GC= Grupo Controle GE= Grupo de Estudo Teste Qui-quadrado
OR= razão de chances IC= Intervalo de confiança
Dificuldade de P300
compreender TOTAL P
metáforas Alterado Normal
Presente 4 0 4
0,003*
Ausente 1 10 11
Total 5 10 15 -
Legenda: GC= Grupo Controle GE= Grupo de Estudo Teste Qui-quadrado
OR= razão de chances IC= Intervalo de confiança
Problemas de P300
TOTAL P
escrita Alterado Normal
Presente 1 0 1
0,33
Ausente 4 10 14
Total 5 10 15 -
23
5.0 DISCUSSÃO
Neste capítulo serão discutidos de forma critica os resultados obtidos no presente
estudo correlacionando-os com a literatura. O capitulo foi dividido em três partes, como
na divisão dos resultados:
O grupo de crianças sem sintomas de TPA (GC) foi composto por 11 (47,8%)
crianças do sexo feminino e 12 (52,2%) do sexo masculino. Enquanto que no grupo
com sintomas de TPA (GE) oito (42,10%) eram do sexo feminino e 11 (57,9%) eram do
sexo masculino (Figura 3).
A faixa etária da amostra deste estudo variou de oito a 13 anos (Figura 4), sendo
que a média do Grupo de Estudo (GE) foi de 9,0 anos (desvio-padrão de 1,50) e do
Grupo Controle (GC) de 9,0 anos (desvio-padrão de 0,99). Para o grupo de crianças
com sintomas de TPA (GE) encontramos mediana de oito anos, idade máxima de 13
anos e mínima de oito. Já as crianças sem sintomas TPA (GC) apresentaram média de
idade de nove anos, mediana nove, idade máxima de 12 e mínima de oito anos (Tabela
2).
24
A amostra estudada pode ser caracterizada como homogênea, pois os grupos
não diferiram quanto ao sexo (p-valor=0,95) e quanto a idade (p - valor=0,93) (Tabelas
1 e 2, respectivamente),
25
Nesta pesquisa obtivemos como valores de média de latência do P300 para o
grupo sem sintomas do TPA (GC) da orelha direita de 314,06 ms (desvio-
padrão=31,11) (Figura 7), mediana de 319, 56, valores míninos de 245,14ms e
máximos de 364,37 ms (Tabela 4). A média das latências da orelha esquerda desse
mesmo grupo foi de 319,61 milissegundos (desvio-padrão=28,51) (Figura 7), mediana
324,00, latência mínima de 259,01 e máxima de 364,37 (Tabela 4).
Porém, estes resultados diferem do estudo de Farias (2004) que em sua pesquisa
encontrou médias da latência do P300 menores (332,25ms) em crianças do grupo sem
repetência escolar quando comparadas às crianças com repetência escolar (413,23
ms).
Diniz (1996), Visioli – Melo et al. (2000), Kozlowski (2004), Aquino et al (1999)
também encontraram valores de latência do P300 aumentadas em crianças com
queixas escolares, quando comparadas ao grupo controle.
Jirsa (1992) investigou se o potencial evocado de longa latência P300 poderia ser
26
usado para refletir as mudanças comportamentais decorrentes da intervenção
terapêutica em um grupo de crianças com distúrbios do processamento auditivo
central. Os resultados mostraram uma diminuição significativa na latência do P3,
juntamente com um aumento significativo na amplitude do P3, após um programa de
tratamento estruturado.
27
e esquerda, respectivamente, no GE e 307,17ms e 313,89 ms para orelha direita e
esquerda respectivamente, para o GC (Figura 11).
Martín et al 1988, Martín et. al 1993, Frizzo et al. 2001, Costa et. al 2004 e
Machado et. al 2008, em seus estudos com outro protocolo utilizado, também não
encontraram diferenças estatisticamente significantes entre os valores de latência do
P300 quando comparados com a variável sexo.
28
total apresentado, 15 escolares (GE) relataram algum dos sintomas de TPA acima
citados (Tabela 7). As sete outras crianças, apresentaram o teste P300 alterado, e
dessas, 5 relataram um dos sintomas do TPA(Tabela 7). Não foram encontrados
valores estatisticamente significativos quando comparados a presença de sintomas de
TPA e o resultado da avaliação eletrofisiológica de longa latência P300 (p-valor 0, 10)
(Tabela 7). O intervalo de confiança para esta análise foi de 0,62-44,02 e o OR de 4,75
(Tabela 7).
29
informações foram levantadas através de entrevista com os responsáveis pelas
crianças.
30
6.CONCLUSÕES
31
7.0 ANEXOS
32
Anexo 01
33
Anexo 02
Prezados pais,
Essas avaliações não oferecem nenhum risco à saúde de seu filho (a), uma vez
que são testes simples realizados comumente. Caso seja detectada alguma alteração
nessas avaliações, seu filho (a) receberá o acompanhamento adequado.
Sendo assim, sua colaboração é fundamental, e desde já, contamos com sua
participação.
Atenciosamente,
Dra. Denise Dr. Jorge A. Dra. Sirley Vanessa Mariz Andrêza Vieira
U. Gonçalves Pinto Alves
Médica e Médico e Fonoaudióloga Fonoaudióloga Fonoaudióloga
professa da Professor da e Professora e Professora e doutoranda
UFMG UFMG da UFMG da UFMG da UFMG
34
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, ________________________________________________(nome do
responsável), autorizo que meu filho(a)
______________________________________________ (nome da criança) participe
dessa pesquisa sabendo que seus dados serão guardados em total sigilo, que serão
publicados em revista científica e que poderá deixar de participar do estudo em
qualquer momento sem a perda de nenhum de seus benefícios.
_________________________________________________________
Assinatura do responsável
35
Anexo 03
Carta de Informação
36
toda a realização da pesquisa, você tem o direito de sanar suas dúvidas sobre os
procedimentos a que seu filho (a) estará sendo submetido.
Os dados dessa pesquisa serão analisados e os resultados serão divulgados
em revista cientifica da área de interesse, mas o nome de seu filho(a) sempre estará
guardado em sigilo, não aparecendo em nenhum local.
Sendo assim, sua colaboração é fundamental, e desde já, contamos com sua
participação.
Atenciosamente,
_________________________ _____________________
Andrêza Batista Cheloni Vieira Denise Utsch Gonçalves
Fonoaudióloga Médica Otorrinolaringologista
37
Anexo 04
Questionário
1 – IDENTIFICAÇÃO CODIFICAÇÃO
1.1 Nome:
1.2 Nome do responsável:
Telefone de contato: 1) 2)
Endereço:
38
3.4 Dificuldade de compreender o que lê
Sim.........1
Não.........2 |__|
IGN........9
5.1 Zumbido
Sim.........1
|__|
Não.........2
IGN........9
5.2 Perda auditiva
Sim.........1
Não.........2
IGN........9 |__|
Se sim para 5.2,
Tipo:
Grau:
5.3 Otalgia
Sim.........1
|__|
Não.........2
IGN........9
39
5.4 Plenitude auricular
Sim.........1
|__|
Não.........2
IGN........9
5.5 Otorréia
Sim.........1
|__|
Não.........2
IGN........9
5.6 Desequilíbrio
Sim.........1
|__|
Não.........2
IGN........9
5.7 Vertigem
|__|
Sim.........1
Não.........2
IGN........9
5.8 Tipo de vertigem:
objetiva 1
|__|
subjetiva 2
IGN........9
5.9 TORSH gestacional
Sim.........1 |__|
Não.........2
IGN........9
5.10 Historia pregressa de comprometimento auditivo
Sim.........1
Não.........2 |__|
IGN........9
Se sim para 5.10,
Tipo:
40
8.0 REFERÊNCIAS
César CPHAR, Munhoz MSL. O p300 auditivo em jovens e adultos saudáveis com
uma nova proposta de resposta: levantar a mão. Acta Awho 1999; 32-7.
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e rendimento escolar. Arquivo de Neuropsiquiatria 2000 jun; 58 (2B): 476-84
45
Abstract
AIM: This research was done with the objective to analysis the electrophysiological
responses of long latency - P300 in school-aged children aged 8 to 13 years with and
without Auditory Processing Disorder symptoms. METHODOLOGY: This is a cross-
sectional descriptive study in which 36 children aged eight to 13 years, 15 children with
school and 21 children without learning complaints. All children underwent clinical
history, pure tone audiometry, speech audiometry and electrophysiological assessment
of hearing long latency (P300). RESULTS: The total number of children, we found that
the mean latencies of the right ear in the group without symptoms was 314.06
milliseconds and average latencies of the left ear of the same group was 319.61
milliseconds. The group with symptoms had a mean latencies for the right of 320.67
milliseconds and the left ear, there was an average latency of 323.41 milliseconds. The
relationship between sex and outcome of P300 were found in the right ear average of
317.60 ms for females and average latency of 316.12 ms (SD 30.79) for males. For the
left ear, we find average latency of 323.22 ms for females and an average of 319.37 ms
(SD 30.84) for males. Comparing the groups regarding the presence of symptoms and
change in the presence of P300 was found the result of P = 0.10. By analyzing the
symptoms of Auditory Processing Disorder and P300 found that the most common
symptoms are impaired attention to the sound, followed by difficulty in understanding
speech in noisy environments, lower school performance, difficulty in understanding
what you read, difficult to understand metaphors and problems in writing.
CONCLUSIONS: There was no statistically significant difference in the average latency
of P300 between control and study groups, between sex and outcome between the
P300 and the symptoms of Auditory Processing Disorder and hearing evaluation
electrophysiological long latency (P300), except for symptom difficulty in understanding
metaphors.
46
Bibliografia Consultada
Rother ET, Braga MER. Como elaborar sua tese: estrutura e referências. 2a ed.
rev. e ampl. São Paulo: Edição do Autor; 2005.
47