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Geól. Guilherme C.

Troian
SGB/CPRM
guilherme.troian@cprm.gov.br
(48) 988254093
EVOLUÇÃO HIDROGEOQUÍMICA DA ÁGUA SUBTERRANEA APÓS RECUPERAÇÃO AMBIENTAL EM AREA IMPACTADA PELA MINERAÇÃO DE CARVÃO

Guilherme Casarotto Troian, Melissa Franzen , Marlon Hoelzel, Albert Teixeira Cardoso, Patrícia Wagner Sotério, Geovani
de Costa
Serviço Geológico do Brasil-SGB/CPRM

INTRODUÇÃO MÉTODOS
Em Santa Catarina a extração de carvão mineral foi intensificada a partir Foram avaliados os resultados de 06 campanhas de amostragens em 05
da segunda metade do século XX, sendo sua extração realizada poços de monitoramento, onde foram analisados 20 parâmetros físico-
principalmente a céu aberto e com poucos cuidados ambientais. Em químicos. As coletas e as análises são de responsabilidade do Serviço
consequência houve a contaminação por drenagem ácida de mina (DAM) Geológico do Brasil, realizadas no período de 2018 a 2020 pelo método
de grande parte dos recursos hídricos da região. O presente estudo foi de baixa vazão, onde os parâmetros pH, Oxigênio Dissolvido, Potencial
realizado na área denominada Beluno (42,24ha), localizada no município REDOX, Condutividade Elétrica e Temperatura são medidos em campo
de Siderópolis/SC, com obras de recuperação ambiental concluídas em e sem o contado da amostra com o ambiente externo. Do ponto de vista
2015. O objetivo deste trabalho foi analisar a evolução hidrogeoquímica da ambiental os resultados foram avaliados de acordo com a Resolução
água subterrânea após as obras de recuperação ambiental realizadas na CONAMA N. 396 de 2008.
área.

7 3000
6 PM_1 CE (uS/cm) PM_1
5
pH Campo

2000
4 PM_2 PM_2
3
2 PM_3 1000 PM_3
1
0 PM_4 0 PM_4
9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª
1500 1500
PM_1 PM_1
Sulfatos (mg/l)

1000 1000
Acidez (mg/l)

PM_2 PM_2
500 PM_3 500 PM_3

0 PM_4 0 PM_4
9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª
400 20,0
PM_1 PM_1
15,0
Manganes
Ferro (mg/l)

(mg/l)

200 PM_2 PM_2


10,0
PM_3 5,0 PM_3

0 PM_4 0,0 PM_4


9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª

RESULTADOS CONCLUSÃO
O modelo hidrogeológico conceitual da área consiste em um aquífero freático do O monitoramento qualitativo, através dos resultados hidroquímicos, demostra
tipo livre com aproximadamente 20 metros de espessura, formado por blocos e uma lenta resposta das águas subterrâneas em consequência das obras de
seixos recobertos por camada argilosa, sobreposto ao aquífero confinado recuperação ambiental da área. De modo geral, a água subterrânea que ocorre
formado pelas rochas impermeáveis da Formação Rio Bonito. Os poços na área apresenta leve tendência de melhora na qualidade, apesar de ainda
instalados na área captam a água que percola na interface aquífero livre / apresentar pontos com geração de drenagem ácida. Os resultados deste
aquífero confinado. A avaliação dos dados hidrogeoquímicos mostrou variação trabalho revelam a importância do monitoramento hidrogeoquímico para avaliar
nos principais parâmetros relacionados à DAM: pH, condutividade elétrica, a evolução da qualidade do ambiente subterrâneo frente às obras de
acidez, sulfatos, manganês e ferro. Os níveis de pH se apresentam desde ácidos recuperação ambiental das áreas impactadas pela mineração de carvão na
até levemente ácidos, com valores entre 3,0 e 6,1. A condutividade elétrica Bacia Carbonífera de Santa Catarina.
variou largamente de 392 a 1749 µS.cm-1; e a acidez esteve compreendida
entre 85 e 1016,4 mg.L-1 de CaCO3. Assim como a acidez, os valores de sulfato
(115 - 1150 mg.L-1) e ferro (0,18 - 290 mg.L-1) apresentaram grande variação
temporal. Em todos os poços foram identificadas concentrações de Fe2+, que
variaram entre 0,06 e 288 mg.L-1, e que representaram de 33 a 99,7% do ferro
total. Seguindo os critérios estipulados pela legislação ambiental, verifica-se que
todos os poços avaliados teriam condição de Classe 5.

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