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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE
MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

RECPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA COPELMI

Discentes: Bruna Jasmim Soares Melo Docente: Ana Luiza Coelho Braga
Carlos Alexandre Carvalho Freire
Hosana Santos Oliveira
Maria Camilla Arruda Holanda
Paulino Figura Neto
Marabá – PA
2018
INTRODUÇÃO
• A mineração de carvão é uma atividade econômica causadora de
significativa degradação do meio ambiente no que se refere à extração
mineral, e que a forma de se tratar essa questão altera-se ao longo da história
(CGEE, 2012).

• No Brasil, os requisitos ambientais passaram a integrar os processos


decisórios dos empreendimentos a partir da década de 80 do século passado
quando da promulgação da Lei nº 6938/81, onde surge a Política Nacional
do Meio Ambiente (PNMA).
INTRODUÇÃO

• A evolução da preocupação com o meio ambiente e de sua inclusão como


valor fundamental às tomadas de decisão, com novos princípios surgindo
como norteadores do direito ambiental. Algumas empresas tiveram
mudanças significativas e buscaram se adequar a legislação ambiental, como
é o caso da COPELMI.
2. COMPELMI

A Companhia de Pesquisas e Lavras Minerais – COPELMI, atua no Rio


Grande do Sul explorando, principalmente, carvão em lavra a céu aberto. Em 1981,
a empresa implantou o “Programa de Controle Ambiental e Política de Educação
Ambiente” permitindo alguns resultados, que se tornaram referências de ações
ambientais, inclusive para fechamentos de mina.

(BUGIN, 2014)
2. COMPELMI
– A legislação provocou a empresa a
buscar know-how tecnológico que lhe
permitisse continuar operando dentro
dos preceitos legais.

– Com a entrada em vigor da Resolução


CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de
1986, a empresa tornou-se a primeira
mineradora do Rio Grande do Sul a
Figura 01 - Mapa de situação de minas da COPELMI
concluir, e aprovar um EIA e um Fonte: COPELMI, RS

RIMA.
2. COMPELMI

– Ao longo dos anos os requisitos legais


foram se intensificando e os processos
de licenciamento ambiental tornando-
se cada vez mais exigentes e
complexos, o que fez com que a
COPELMI fortalecesse o seu sistema
de gestão ambiental (SGA),
culminando com a certificação através
da norma ABNT NBR 14.001 em Figura 01 - Mapa de situação de minas da COPELMI
Fonte: COPELMI, RS
2008.
2. COMPELMI

A seguir são apresentados três estudos de caso de recuperação ambiental,


implementados pela COPELMI com previsões de usos diversificados (Grigorieff,
2014):

 Estudo de caso 01: Mina do Recreio;

 Estudo de caso 02: Mina de Butiá – Leste;

 Estudo de caso 03: Capão da Roça (Charqueadas).


3. ESTUDO DE CASO I - MINA DO BUTIÁ-LESTE

Com a entrada em vigor em 1986 da


Resolução CONAMA nº 001, a
COPELMI tornou-se a primeira
mineradora do Rio Grande do Sul a
concluir, e aprovar um relatório EIA/
RIMA.

Figura 02:Lavra e Recuperação ocorrendo concomitantemente.


FONTE: Camelo, 2006.
O solo natural da região apresenta
fertilidade natural moderada.

Entretanto, as áreas monitoradas


apresentam melhores condições de
fertilidade que a Unidade de
Mapeamento em vários aspectos.

Os solos recuperados nas áreas


mineradas tem fertilidade igual ou
superior aos solos característicos da
região (COPELMI, 2014).
3. ESTUDO DE CASO I - MINA DO BUTIÁ-LESTE
No caso dos recursos hídricos
superficiais próximos à Mina
Butiá-Leste, o monitoramento (ii) O alumínio
ocorre trimestralmente à montante dissolvido teve sua
e à jusante da mina e, assim, pode- concentração de
se identificar qual é a contribuição montante em 0,53
da área quanto à concentração de mg/L e de jusante em
poluentes. 0,55 mg/L.

(i) O pH do passou de 6,5 para


7,64, ou seja, está completamente
enquadrado na classificação dos
recursos hídricos superficiais
definida pela Resolução CONAMA
357/05 que preconiza a faixa de 6 a
9 para o pH.
3. ESTUDO DE CASO I - MINA DO BUTIÁ-LESTE
(i) o pH do passou de 7,06 para
No caso dos recursos hídricos
6,57. Apesar de o pH ter um (ii) o alumínio dissolvido
subterrâneos próximos à Mina Butiá-
decréscimo de montante para variou de 0,33 mg/L para
Leste, o monitoramento ocorre
jusante, está completamente 0,52 mg/L,
semestralmente à montante e à jusante
enquadrado na classificação dos permanecendo abaixo do
da mina e, assim, de modo análogo às
recursos hídricos subterrâneos 5 mg/L previsto na
águas superficiais, pode-se identificar
conforme definido pela Resolução Resolução CONAMA
qual é a contribuição da área quanto à
CONAMA 396/08 que não limita o 396/08;
concentração de poluentes.
pH.

(iv) o manganês que teve sua


(iii) o ferro passou de 2,46
concentração reduzida de
mg/L para 2,23 mg/L, ou
montante para jusante, passando
seja, decresceu à jusante; e
de 0,36 mg/L para 0,2 mg/L.
3. ESTUDO DE CASO I - MINA DO BUTIÁ-LESTE
Figura 03: Cava de mineração com o relevo recuperado,
parcialmente recoberta por solo orgânico no ano de 2005.

Os processos erosivos da
Mina do Butiá-Leste estão
plenamente controlados,
visto que a vegetação
estabeleceu-se com
sucesso atingindo
cobertura de 100% do solo
e que as declividades
máximas das áreas
recuperadas respeitam a
geomorfologia da região.

FONTE: COPELMI Mineração Ltda, 2005.


3. ESTUDO DE CASO I - MINA DO BUTIÁ-LESTE

A área passou por correção da Figura 04: Vista parcial de área reabilitada e de área em
fertilidade do solo e semeadura recuperação ao fundo. Detalhe da pecuária com cabeças de gado ao
de espécies herbáceas, visando fundo no ano de 2007.
a reabilitação da área para uso
na agropecuária. uma área
recuperada topograficamente e,
à frente, a área reabilitada com
cobertura por pastagem e com
o gado já introduzido

FONTE: COPELMI Mineração Ltda, 2007.


3. ESTUDO DE CASO I - MINA DO BUTIÁ-LESTE
Figura 05: Área recuperada em 2014. Figura 06: Recuperação da Mina de Butiá com pastagem.

FONTE: COPELMI Mineração Ltda, 2007. FONTE: COPELMI Mineração Ltda, 2014.
4. ESTUDO DE CASO II – MINA DO RECREIO
Localização: Mina Do Recreio

Figura 07 e 08 : Localização da Mina do Recreio

Estado do Rio Grande do Sul, na cidade de Butiá.


4. ESTUDO DE CASO II-MINA DO RECREIO
Recuperação por Sivicultura
• Segundo Weber (2014) na década de 80, começou
a desenvolver pesquisas visando a utilização de
especies graminias e arbóreas.
• Tentou-se indentificar espécies de rapido
crescimento que fixassem melhor no solo para
evitar erosão.
• Acácia-Negra
-Tanino
-Celulose
-Produção do carvão
FiguraFigura
04: Mina do recreio
05: Mina Recuperada.
do Recreio.
Fonte: Camelo
Fonte: Camelo (2006)
(2006)
4. ESTUDO DE CASO II - MINA DO RECREIO
Recuperação por Sivicultura
• Caldeira (1999) realiza um estudo
detalhado da riqueza de nutrientes
presentes no folhedo, são
destacados os N, Ca, Mg e P.
Fonte de nutrientes para as
plantas.

• Considerada uma espécie Figura 06: Cultura de Acácia-Negra


Fonte: Pena (2017)
leguminosa e de raies fixadoras.
4. ESTUDO DE CASO II - MINA DO RECREIO
Recuperação por Sivicultura
• Spathelf (2001) em seu artigo
avalia quantativamente os
povoados amostrados e avalia os
rendimentos a longo prazo.
• obtidos, no total foram
plantatados 3.333 acácias.
Figura 08: Custo da avaliação econômica com Pinus
Fonte: Spathelf (2001)

Figura 09: Custo da avaliação econômica com grama


Fonte: Spathelf (2001)
Figura 07: Custo da avaliação econômica com Acácia -Negra
Fonte: Spathelf (2001)
4. ESTUDO DE CASO II - MINA DO RECREIO
Recuperação por Piscicultura
• Formação de lago na Mina no bloco Charrua.
• Tratamento
• Em 1997, ocorre uma seca na região.
• Criação de uma adutora para abastecera cidade.

• Werber (2014) diz que em 1999 foi implantado


um sistema experimental de piscicultura.
• Foram produzidos 20 T de Tilápia.

Figura 10 e 11: Lago formado na cava da Mina do Recreio (Bloco do


Churrua)
Fonte: Camelo (2006)
4. ESTUDO DE CASO II - MINA DO RECREIO
Construção de Aterro Sanitário

• Na Mina do Recreio foi construído um aterro sanitário a partir da cava final,


seguindo critérios técnicos de modo a receber resíduos domésticos sem contaminar o
solo do seu entorno.
• O aterro sanitário é uma obra de engenharia cuja finalidade é garantir a disposição
dos resíduos sólidos urbanos sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente
(Van Elk, 2007).
4. ESTUDO DE CASO II - MINA DO RECREIO
Construção de Aterro Sanitário
A defesa do projeto baseou-se no efeito duplamente benéfico:
• Possibilitar um uso futuro para a área de grande extensão que era a Cava da Mina;
• Evitar a utilização de outras áreas sem contaminação (Camelo, 2006).

Figura 12: Corte da Cava da Mina. FONTE: Camelo, 2006.


4. ESTUDO DE CASO II - MINA DO RECREIO
Construção de Aterro Sanitário
A sequência de obras para a implantação do aterro sanitário:

Figura 13 - Impermeabilidade do fundo da cava com camada de argila. Figura 14: Instalação de Geomembrana. FONTE: Camelo,
FONTE: Camelo, 2006. 2006.
.

4. ESTUDO DE CASO II - MINA DE RECREIO


Construção de Aterro Sanitário

Figura 16: Vista da Estação de Tratamento de Efluente


Figura 15: Drenagem de gás. FONTE: Camelo, 2006.
(ETE). FONTE: Camelo, 2006.
4. ESTUDO DE CASO II – MINA DO RECREIO
Construção de Aterro Sanitário

• O aterro ocupa uma área de 73 hectares e


tem capacidade de receber cerca de 23
milhões de toneladas de resíduos sólidos
urbanos.
• Capacidade esta que corresponde a
5.500.000 m3, atendendo 25 municípios.

Figura 17 - Aterro em operação em 2004. FONTE:


Camelo, 2006.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOARES, PAULO S. M; SANTOS, MARIA D. C; POSSA, MÁRIO V. Carvão Brasileiro:


Tecnologia e Meio Ambiente. Centro de Tecnologia Mineral- CETEM, Rio de Janeiro, 2008.
COPELMI. IT-GE-060. Monitoramento de Área Recuperada. Documento do Sistema de Gestão
Ambiental. Butiá, RS, 2014.
COPELMI. Laudos de monitoramento de qualidade da água enviados a FEPAM: 2010. Butiá,
RS.
WEBER, CRISTIANO CORRÊA. A Mineração de Carvão Mineral no Rio Grande do Sul e a
Recuperação Ambiental das Áreas Degradadas. Monografia, UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO GRANDE DO SUL- Porto Alegre, 2014.
Lamprecht, H. (1990). Silvicultura nos Trópicos. Cooperação Técnica-RFA. Eschborn.343 p.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Spathelf , P., Seling, I. , Borges R., Avaliação Econômica da Recuperação de Áreas Mineradas na
Empresa Copelmi Mineração s.a., butiá, rs, brasil. Ciên. Rural, Oct 2001, vol. 31, no 5, p. 881-882.
ISSN 1678-4596.
Caldeira M., Shumacher M., Pereira J., Della-Flora J., Santos E., Concentração e Destribuição de
Nutrientes nas Folhas e no Folhedo em um Povoamento de Acácia Mearnsii de Will. No Rio Grande
do Sul. Ciên. Rural, vol 1. No 1, p 19-24. ISSN 0103-9954.
CAMELO, M. S. M., Fechamento De Mina: Análise de casos selecionados sob os focos ambiental,
econômico e social – UFOP. Ouro Preto – MG. Dezembro de 2006.
VAN ELK, P. H. G. A., Reduções de emissões na disposição final. Ministério de Meio Ambiente, 2007.

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