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INTERNALIZAÇÃO PENTATÔNICA

JORNADA RUMO À BASE

 O passo a passo para sair da ESTAGNAÇÃO


No início, é muito fácil evoluir, pois qualquer novo conteúdo absorvido faz com que você saia
do ponto ZERO para: “-Aprendi alguma coisa!”

Esse nível de evolução é o que eu chamo devolução automatizada, pois você acaba entrando
no modo automático de consumir informação, já que encontrar conhecimento nos tempos
atuais não é um problema mais.

De tanto consumir informações de forma desordenada e em excesso, em pouco tempo o


modo automático já não serve mais, pois as possibilidades simplesmente se esgotam, e é aí
que vem a ESTAGNAÇÃO!

A estagnação é como um muro grosso e impenetrável que encontramos no meio da trajetória


como músicos. Como eu sei disso? Eu já dei de cara com ele e tive que arrumar uma forma de
passar por cima, e o caminho para isso eu vou te mostrar este material.

Como o modo automático nessa etapa não surte mais efeito nos estudos e os anos
aprendendo de forma bagunçada acabam gerando as temíveis lacunas no aprendizado,
muitos acabam vivendo a vida toda sem passar desse muro por se sentirem perdidos e passam
a vida toda nessa situação.

Baseado nisso que criei o Ciclo da Internalização, já que a internalização é a raiz mais profunda
do conhecimento na música. É somente internalizando um assunto que realmente
conseguimos dominar e fugir do aprendizado superficial que o barulho digital provoca, pois
aprender música dessa forma só faz com que nós “saibamos” ou “conhecemos” um assunto,
mas dominar mesmo, acaba não acontecendo!
Baseado no Ciclo da Internalização, estruturamos todo o conteúdo que consumimos, já que o
estudo agora se passa dentro de um sistema, ou seja, um método!

Agora já podemos introduzir “o que estudar” dentro da nossa rotina:



 O que estudar (6 itens principais)
1. Conhecimento do braço do instrumento
Mapeamento e visualização de escalas, arpejos e acordes em todas as qualidades, inversões,
regiões e em todos os 12 tons. Nessa parte buscamos dominar e eliminar as obscuridades no
instrumento – clareza e liberdade ao visualizar.

2. Técnica
Ferramentas de expressão; mecânica; habilidades; tirar som do instrumento.

3. Harmonia/ percepção
Intervalos, Tríades, Tétrades, inversões de acordes, campo harmônico, modos gregos, graus -
relativos, harmonia funcional, rearmonização, progressões, transposição de tons...
Percepção de intervalos melódicos, harmônicos e de acordes; Percepção de progressões
clichês, etc.

4. Repertório
O seu repertório é o seu RESULTADO! É ideal que a prática de repertório seja tirando toda a
harmonia da música; a melodia; os solos (se houver); fazendo arranjos chord melodys; ouvindo
3 ou 4 versões diferentes para “roubar” ideias e adquirir referências; Improvisando sobre as
progressões; transpondo a música para outras tonalidades... Quanto mais completo o estudo,
mais absorção e internalização.

Dica de ouro: Faça todos esses processos e grave um vídeo para a internet depois, mostre para
as pessoas o resultado do seu estudo e note as pequenas evoluções.

5. Leitura
Partituras, Cifas, Tablaturas, Notações musicais no geral.

6. Improvisação

Basicamente, a improvisação se resume nesse quadro acima.


Improvisação no Centro Tonal (Técnico)
Basicamente, é quando tocamos a progressão toda pensando apenas em 1 só escala, no caso,
a escala da tonalidade em questão.

Por exemplo, na progressão:

Dm7 Dm7/C Bb9 A7(#5)

Essa progressão é a da música Nem um Dia (Djavan). A progressão toda está no centro tonal de
Dm. Vejamos os seus respectivos graus perante o Campo Harmônico Menor:

Im Im/VII VI V7(#5)

Dessa forma, podemos aplicar a Penta menor de Dm o tempo todo que estaremos soando
dentro, sem “notas fora”.

Dica extra:

Ao pensar na penta blues de Dm durante toda a progressão, o acorde de maior tensão (de
grau V - A#5) gera uma tensão harmônica. Desse modo, na improvisação facilmente
poderíamos utilizar o arpejo do acorde, mas aí estaríamos pensando em acorde por acorde.

Desse modo, com a penta também é possível causar essa sofisticação melódica, basta guardar
o uso da BLUE NOTE apenas nesse momento especial na música, dessa forma você gera uma
novidade melódica quando surgir essa novidade harmônica, sacou? Funciona bem.

Dm7 Dm7/C Bb9 A7(#5)


Penta Dm Penta Dm + Blue note

Improvisação Acorde por Acorde (Técnico)


É quando tratamos individualmente cada acorde da progressão. Geralmente usamos as
tríades/tétrades (arpejos) de cada acorde ou até mesmo a penta blues individual de cada um,
funciona muito bem. Veja o exemplo:

Dm7 Dm7/C Bb9 A7(#5)


Penta Dm Penta Dm Penta Bb Penta Dm + Blue note

Note que o acorde A5+ não possui uma penta específica. Nesse caso, podemos causar uma
sensação outside na melodia usando o conceito de Sobreposições de Pentatônica.

Já que a tonalidade é Dm, podemos misturar as pentas existentes no campo harmônico de Dm,
são elas:

Dm Penta Blues;

Am Penta Blues;

Gm Penta Blues.

A ideia desta aplicação é SOMENTE por uma questão de dar uma intenção OUTSIDE na
melodia, visto que o adequado nessa situação para tocar dentro, seria o próprio arpejo do
acorde A7(#5) que resolveria a situação.
Misturando essas 2 formas de pensar (Técnico)
Agora que aprendemos didaticamente esses 2 conceitos na improvisação, se conseguirmos
equilibrar as duas formas na hora de tocar, conseguimos explorar diferentes sonoridades,
então experimente e comece praticando!

Desenvolvimento de Motivos (Musical)


O estudo do desenvolvimento de ideias na improvisação é chamado de motivos. Motivos são
pequenas ideias (ou fragmentos de ideias) facilmente tocáveis e memorizáveis. Basicamente
música é repetição, por esse motivo daremos total atenção para essa ferramenta neste
momento.

Os estudos de clareza do braço do instrumento são fundamentais para internalizar as


ferramentas e conseguir usá-las de forma mais fluida para direcionarmos o foco aos estudos
criativos do lirismo e criação de histórias através das melodias na improvisação - lembrando,
claro, que improvisar é compor em tempo real.

Neste primeiro momento, estudaremos os motivos da seguinte forma:

-Motivos rítmicos

 Motivos de 1 compasso;
 Motivos de 2 compassos;

-Introdução aos motivos melódicos

 Repete ideia inicial e desenvolve o final.

Exercícios:

Repita os exercícios vistos na aula (motivos rítmicos e melódicos). Siga o passo a passo a
seguir:

1. Motivos rítmicos: Toque 1 ideia rítmica de 1 compasso e repita por mais 3 compassos
em uma harmonia estática (exemplo: Am estático);
2. Motivos rítmicos: Comece a criar variações de ideias rítmicas e vá renovando as ideias
a cada 4 compassos em que for repetindo as ideias;
3. Motivos rítmicos: Crie ideias de 2 compassos e repita a mesma ideia rítmica durante
os próximos compassos;
4. Motivos rítmicos: Aplique esse raciocínio em progressões com modulações. Exemplo:

Cm % Ebm %

5. Motivos melódicos: Toque ideias espontâneas de 1 ou 2 compassos, repita sempre o


mesmo início das ideias e faça pequenas alterações no final (desenvolva as ideias).

O treino de Motivos é muito importante para desenvolver a sua musicalidade, espero que faça
bom proveito deste conhecimento!

Se esse conteúdo fez sentido para você e quiser estudar com maior
aprofundamento e acompanhamento, eu te convido para entrar na primeira
turma da Internalização Pentatônica. Tamo junto!

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