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No final do XIX o projeto abolicionista era uma realidade, e a necessidade de

substituir a mão-de-obra escrava era uma preocupação não apenas dos


produtores mais também de toda a sociedade, principalmente a elite intelectual
luso-brasileira que defendia o trabalho livre, conforme os princípios iluministas
em que se embasavam. O Brasil vivia o período de crescimento e expansão da
produção cafeeira, por isso, havia urgência, pois a produção não podia parar.
Havia na época dois projetos de imigração subvencionada, isto é, financiada
pelos barões do café, governo e elite. Um defendia a iniciativa de trazer
africanos livres com o intuito também de colonizar o território (o real motivo, no
entanto, era outro, os africanos eram fortes, adaptavam-se em qualquer lugar e
estavam acostumados ao trabalho pesado).
Contudo, a iniciativa vitoriosa, defendida por políticos e intelectuais foi a
imigração de Europeus. Pois, acreditava-se que seriam os únicos capazes de
construir uma nação civilizada e moderna. A nação europeia escolhida foi a
Itália. Os motivos da emigração italiana era os mesmos do resto da Europa,
econômicos e socioculturais. Além de que em meados de 1880 após 20 anos
de luta pela unificação do país, a população italiana, principalmente a rural e
mais pobre, tinha serias dificuldades para sobreviver.
Desse modo, ao menos 3 milhões de italianos com seus poucos pertences e a
cabeça cheia de sonhos de “fazer a América” foram captados por agentes dos
Senhores do Café do Brasil, através da imigração subvencionada e
incentivada, por outro lado, pelo próprio governo italiano. Um grande numero
desses, rumou para as grandes cidades, e tiveram participação decisiva no
processo de industrialização brasileira, apartir de 1900.
O incentivo para a imigração subvencionada era o sonho de construir uma vida
melhor na jovem nação brasileira. Impulsionados por esse sonho, primava-se
por trazer famílias inteiras, ao invés de indivíduos sozinhos. Dessa forma
estava garantida a mão-de-obra e o sonho de modernização da sociedade por
várias gerações.
A Europa a época do processo imigrantista brasileiro, passava por uma
transição demográfica com grande excedente populacional, uma consequência
direta da melhoria na agricultura, uma baixa considerável dos índices de
mortalidade bem como ao aumento da mobilidade das pessoas dentro dos
países e do próprio continente facilitados pela instalação de ferrovias e
embarcações a vapor.

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