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Orientador
/ 7--
Reynaldo Amorim Marinho, M. Sc.
Membro
VISTO:
CDD 639.2
AGRADECIMENTOS
Especialmente a minha mãe, a minha tia Cleide, tia Zildete, minha irmã Marilia
e ao meu pai.
A toda minha família, pelo lado materno e paterno
Aos meus amigos de infância, Giuliano, Edinho, Junior "Durval", Junior "
Gordão" e todos aos quais ainda tenho o prazer de conviver até hoje, indo para as
festas e jogos do Fortaleza F.C.
A minha eterna companheira Fátima que conseguiu dar-me forças nos últimos
3 anos para concluir o curso, principalmente neste último semestre.
Aos meus amigos do Departamento de Engenharia de Pesca.
Ao Prof. Moisés, que entendeu toda minha situação no final do curso.
Ao Prof. Marcelo Tubarão por ter aceitado e dado uma grande força à
monografia nos acréscimos do 2° tempo.
Aos meus novos amigos de Artes Plásticas do CEFET-CE, Glau, Cris,
Mônica, Sandra, Lucinha, Andréia, Lara, Linconn e aos outros que não lembro dos
nomes.
A todos os carpinteiros e pescadores do estado do Ceará que me ajudaram
com muita satisfação na coleta de dados para este trabalho, especialmente, o
pescador Bolinha, da Prainha; Seu Batista, do Paracuru e Seu Aluízio do Mucuripe.
A todos que não lembro e os que não conheci até o presente momento.
A Deus, em especialmente à minha mãe,tia Cleide e tia
Zildete, ao meu pai e a todas as pessoas que me ajudaram a
realizar este curso.
Dedico
"Jamais aceitaria a posição que muitos têm assumido: considerar a metodologia
como conjunto de princípios e normas epistemológicas, lógicas e até tecnicista
firmadas aprioristicamente, distantes do laboratório e do campo, e pré-colocadas
como condição necessária e suficiente para todo cientista"
RESUMO iii
LISTA DE FIGURAS iv
LISTA DE TABELAS vi
LISTA DE QUADROS vii
LISTA DE APÊNCIDE viii
LISTA DE ANEXO ix
1.Introdução 01
2. Material e Métodos 05
3. Resultados e Discussões 07
3.1. A Jangada 07
3.1.2. Origem 07
3.2. A importância da embarcação no Brasil 07
3.3. Características dos tipos de jangada, segundo o material utilizado 08
3.3.1. Tradicionais de piúba ou "pau" 08
3.3.2. Jangadas de Tábuas 09
3.4. Elementos e equipamentos para navegabilidade 12
3.4.1. Vela 12
3.4.1.1 Dinâmica da vela 14
3.4.2. Banco de vela 14
3.4.3. Tranca 15
3.4.4. Bolina 16
3.4.5. Espeq ue 17
3.4.6. Banco do mestre ou de governo 18
3.4.7. Leme 19
3.4.7. Calçadores 19
3.5. Implementos 20
3.6. Processo construtivo de uma jangada de tábua 22
3.6.1 Local da Construção 22
3.6.2 Utensílios 22
3.6.3 Diferenciação das embarcações, segundo as dimensões 23
3.6.4 Construção 25
3.6.5 Custos de Construção 27
11
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
Figura 33 — Samburá 21
Figura 34 — Toaçu 21
Figura 35 — Vista geral de um bote a vela, característico do litoral leste do
Ceará 24
Figura 36 — Vista lateral de um bastado, característico do litoral leste do
Ceará 24
Figura 37 — Jangada com cerca de 7 metros de comprimento 25
Figura 38 — Paquete com menos de 3 metros de comprimento, sem o espeque
25
Figura 39 — Desenho demonstrando as partes do casco 25
Figura 40 — Casco em construção 25
Figura 41 — Colocação do banco de vela 26
Figura 42 — Carpinteiro fazendo abertura no convés 26
Figura 43 — Cavilhas, usadas para encaixar as peças 26
Figura 44 — Furando a madeira para colocar a cavilha 26
Figura 45 — Encaixando a cavilha 26
Figura 46 — Distribuição da frota cadastrada de jangada no Estado do Ceará
por município, nos anos de 1999 e 2005 34
Figura 47 - Distribuição da frota cadastra de paquete no Estado do Ceará por
município, nos anos de 1999 e 2005 36
Figura 48 - Gráfico demonstrando frota de paquete e jangada no Estado do
Ceará, entre período de 1999 e 2005 36
vi
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE APÊNDICE
APÊNDICE — I
Formulário para coleta de dados sobre a construção de jangadas e
construtores 41
ix
LISTA DE ANEXOS
ANEXO — I
Glossário dos tipos de embarcação-projeto estatpesca/ibama 42
CARACTERIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO E DOS CONSTRUTORES DE
JANGADA E A EVOLUÇÃO DA FROTA NO ESTADO DO CEARÁ.
1 - INTRODUÇÃO
colocar no mar até quatro homens em cima de alguns paus ou tábuas, sem
naufragá-los.
O objetivo principal deste trabalho é caracterizar a jangada no Estado do
Ceará, fazer um levantamento dos construtores no litoral cearense e
demonstrar os custos e materiais, tais com o tipo de madeira e ferramentas
utilizadas pelos próprios construtores para construir uma jangada e um
paquete. A evolução da frota de jangada e paquete no período de 1999 a 2005,
foi possível a partir dos dados e tabelas do projeto ESTATPESCA - Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.
Para efeito de caracterização da jangada e levantamento dos
construtores foi realizada uma pesquisa de campo diretamente com os próprios
construtores na suas colônias e praias no período de outubro de 2006 a maio
de 2007 com auxilio do formulário que consta no apêndice I.
5
2 - MATERIAIS E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1. A jangada
3.1.2. Origem
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Figura 3 — Jangada com toros de piúba, Figura 4 — Jangada de piúba, vista da proa
Fonte: site jan . adanantes.free.fr. Fonte: site jangadanantes.free.fr
1 - Peça de madeira ou de ferro semelhante a um prego sem cabeça com várias espessuras,
servido para encaixar de toros ou tábuas de madeira.
9
Figura 8 — Entrada do porão com escotilha Figura 9 — Vista do porão pelo lado de dentro,
aberta. Fonte: Marildo Maciel altura entre 60 a 80 cm. Fonte: Marcelo Bezerra
3.4.1. Vela
3.4.3. Tranca
A vela é estendida na sua parte inferior pela tranca, vara grossa que se
apóia, encaixando-se, no mastro, pela extremidade em forma de forquilha,
denominada de mão de tranca, com detalhe para as figuras 15 e 16.
Da ponta da tranca parte a escota, corda que, passada pelos calçadores
com amarração simples; é presa ao remo de governo na antiga piúba e na
cana do leme na atual de tábua. A escota regula a maior ou menor exposição
da vela ao vento, conforme seja puxada ou não pelo mestre jangadeiro, que
fica no governo da embarcação.
- 16 -
Figura 15 — A tranca sem a vela apoiada nos Figura 16 — Mão-de-tranca, detalhe para a forquilha.
espeques. Fonte: Marildo Maciel Fonte: Marildo Maciel
3.4.4. Bolina
1106.1111P BOLINA
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3.4.5. Espeque
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Figura 23 - Desenho do banco de governo Figura 24 - Vista da popa, com detalhe para o
Fonte: Nearco Barroso banco de governo. Fonte: Marildo Maciel
-19-
3.4.7. Leme
Mi , ttt Jia.
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3.4.8. Calçadores
Figura 27 — Vista lateral dos calçadores Figura 28 — Vista frontal dos calçadores
Fonte: Marildo Maciel Fonte: Marildo Maciel
3.5. Implementos
3.6.2. Utensílios
Hoje o construtor utiliza furadeira elétrica no local da antiga pua, a enxó,
a plaina, a serra, o serrote, o esquadro, a régua, o compasso, lápis para
marcações nas tábuas e etc.
3.6.3 Material
Figura 37 — Jangada com cerca de 7 metros Figura 38 — Paquete com menos de 3 metros
de comprimento. Fonte: Marildo Maciel de comprimento, sem o espeque.
Fonte: Marildo Maciel
3.6.5 Construção
1 - ESCOTILHA
2 - CALÇO DA BOLINA
3 - RODA DE PROA
4 - PATIM') (QUILHA)
encaixe das peças e tábuas no convés em vez de pregos. Segundo ele há uma
melhor resistência e durabilidade com as cavilhas de madeira no encaixe.
Na fase seguinte com a jangada virada de convés para cima, é colocado
o banco de vela logo a frente da proa, com uma inclinação de 60 a 70 graus,
para apoiar o mastro nesta mesma inclinação (figuras 41 e 42).
e-obra e eles também não sabem como mensurar tais custos para um valor
real da construção.
Vale ressaltar que nos custos apresentados nas tabelas I e II os
carpinteiros não relacionaram algumas despesas como energia elétrica,
impostos, tinta, tranca, mastro, costura da vela, calafate, custo das
ferramentas, licenciamento, deslocamento da embarcação até a água etc.
etc. portanto, o custo final da construção de uma jangada é maior do que o
constatado diretamente na pesquisa junto aos carpinteiros.
Verificou-se, que existe a prática de troca (escambo) ou simples oferta
de alguns materiais ou ferramentas entre os carpinteiros do litoral cearense.
Isso é bem evidente nas colônias do interior. No qual implica possivelmente na
redução dos custos da construção, porém os próprios carpinteiros não
evidenciam e nem relatam este fato.
Segundo o carpinteiro José Martins Soares (Zé do Doca) da praia do
Morro Branco, Beberibe, conseguiu exprimir com facilidade os itens
necessários para construção de uma jangada com comprimento entre 6 e 7
metros e os mesmos são apresentados na tabela III.
o Icapui
o Aracati
❑ Fortim
o Beberibe
quantidade de embarcações
120 Cascas.el
110 o Aquiraz
100 o Fortaleza
90 o Caucaia
80 e S.G. do Amarante
70 ❑Paracuru
60 o Paraípaba
50 o Trairi
40 - Itapipoca
o Amontada
30 -
ttarema
20
Acaraú
10 -
❑Cnrz
o Jijoca
1999 2005 ❑Camocim
o Barroquinha
anos
Figura 46 — Distribuição da frota cadastrada de jangada no Estado do Ceará por município, nos
anos de 1999 e 2005 _ Fonte: Projeto ESTATPESCA 1BAMA
-35-
o lcapui
1 o Aracati
420 o Fortim
u) 390
s
❑Beberibe
360 O Casca'el
,5
4•5' 330 o Aquiraz
12 300 o Fortaleza
o Caucaia
270 e S.G. do Amarante
§ 240 o Paracuru
o 210 o Paraipaba
4) 180 o Trairi
,0 150
13 ❑Itapipoca
P 120 ❑Amontada
9
cz 90 O Itarerna
=
o. 60 o Acarai
30 o Cruz
❑Jijoca
o
o Camocim
1999 2005 o Barquinha
anos
Figura 47 — Distribuição da frota cadastra de paquete no Estado do Ceará por município, nos
anos de 1999 e 2005. Fonte: Projeto ESTATPESCA / IBAMA
5. CONCLUSÃO
As jangadas ovadas exigem maior cuidado por parte do dono, pois
devido a esse fato, o seu casco racha com facilidade se exposto ao sol
prolongado. Quanto está na areia da praia durante a espera da pescaria ou em
manutenção, é preciso colocar palha de coqueiro com areia sobre o convés e o
casco e se possível debaixo de uma sombra para evitar rachaduras. Este
mesmo tipo de jangada tem facilidade de naufrágio. Pois quando virada o seu
porão enche de água e vai a pique. Entretanto, elas são apropriadas à pesca
em alto mar, podendo utilizar aparelhos de pesca de variados tipos desde
linha-de-mão até rede-de-arrasto para camarão. A pescaria com jangada ocada
pode durar até sete dias devido a possibilidade do descanso dos pescadores
no porão.
Os paquetes não praticam a pesca em alto-mar, quando são utilizados
praticam a pescaria costeira, na qual pode se avistar serras ou até prédios no
auxílio à orientação da navegação, a pescaria dura apenas um dia, chamada
de ir-e-vir pelos pescadores.
Segundo o carpinteiro José Paulino da praia do Pacheco, que falou
sobre a exposição do paquete ao sol ele relatou que os problemas com
rachaduras no casco quando o mesmo é exposto ao sol prolongado são
menores que a jangada ocada. Possibilitando a embarcação ficar sem proteção
alguma contra o sol, devido ao fato de ser preenchida internamente de isopor,
faz com que o casco fique reforçado contra as rachaduras provocadas pelo sol.
No glossário do Projeto ESTATPESCA encontrado no anexo I, afirma
que a jangada é possuidora de quilha, mas na verdade o glossário se refere ao
patião, peça na qual é localizada atrás da popa servindo de suportar ao
conjunto do leme e não tem função alguma de quilha para a navegação.
Quanto ao paquete o glossário afirma a ausência correta de quilha. Nos
veleiros tradicionais, a quilha é fixa, porém nas jangadas e paquetes, a bolina é
retirável e exerce sua função.
As jangadas e os paquetes de um modo geral exercem um papel social
importante nas colônias do litoral cearense, pois são através delas que muitas
famílias tiram seu sustento diário e se mantêm unidas.
- 38 -
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESTATPESCA, Relatório Técnico dos anos de 1999, 2000, 2001, 2002, 2003,
2004 e 2005. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/cepene>. Acesso em
18/03/2007.
APÊNDICE — I
Nome:
Tamanho: até 3,5m 4-5 m acima de 6 m
Madeiras
Casco: c/ isopor s/ isopor
Bolina:
Banco de Vela:
Banco de Governo:
Espeque:
Mastro:
Leme:
Tranca:
Tempo de construção:
Custos
Madeiras:
Isopor:
Vela:
Colônia: Z- Praia:
Cordas:
Mão-de-obra:
- 42 -
ANEXO — I