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RESENHA

CRITICA

5º PERÍODO / FUNORTE (NOTURNO)

GRACIELE ALKMIM LIMA VELOSO

2023
AS REFORMAS PREVIDENCIARIAS NO BRASIL E A EXPANSÃO DA
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.

A previdência compõe o tripé do sistema de proteção e nessa perspectiva que


tem como objetivo analisar as contribuições sobre a importância que os fundos de
pensão ganharam no cenário econômico. Na década de 80 o objetivo era apontar a
integração no processo de mundialização do capital. Nesse contexto que os fundos
de pensão adquiriram importância no cenário econômico internacional como no
nacional. Apesar das reformas, a Constituição de 1988 não foi totalmente
desmantelada. As reformas deste período mostraram é que houve um claro
interesse dos governos em utilizar o superávit da seguridade. Dessa forma a
previdência social brasileira está subjugada a interesses econômicos em detrimento
da construção de uma sociedade com maior equidade social. A expansão da
previdência complementar surge como uma alternativa para suprir as deficiências do
sistema tradicional, proporcionando maior segurança financeira aos indivíduos. É
nessa perspectiva que os fundos, por fazerem parte de uma centralização financeira,
e que, portanto, almejam uma elevada rentabilidade alinhada a um alto grau de
liquidez, buscam reproduzir o capital em escala ampliada sem necessariamente
salvaguardar as garantias primeiras dos seus consumidores.
No Brasil, esse processo foi acompanhado pelo aparato regulatório definido
pela EC 20, de 1998, e pelas Leis Complementares nº 108 e 109, de 29 de maio de
2001. O que não só visou adequar atuarialmente os planos de previdência das
entidades fechadas de previdência privada ligadas às empresas federais, estatais e
municipais, como também se concentraram na regulamentação dos planos de
beneficio cujas regras estão em vigor até hoje.
Importante destacar que na política previdenciária brasileira, os fundos de
Pensão são também conhecidos como entidades fechadas de previdência
complementar e são caracterizados pelo acesso restrito por parte de funcionários de
um grupo empresarial público privado e aos servidores da União dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municipios. Essas entidades são regulamentadas pelo
Conselho de gestão da previdência complementar e fiscalizadas pela Secretaria de
Previdência Complementar, órgãos circuscritos ao Ministério da Previdência Social.
No entanto, é importante ressaltar que a expansão da previdência complementar
não deve ser vista como uma substituição do sistema previdenciário tradicional, mas
sim como uma alternativa complementar. É fundamental que o Estado continue a
garantir a proteção social aos mais vulneráveis, por meio de políticas públicas
eficientes e inclusivas.
Diante das incursões realizadas até aqui sobre, AS REFORMAS
PREVIDENCIARIAS NO BRASIL E A EXPANSÃO DA PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR citadas por Arnaldo Provassi Lanzara e Bruno Salgado Silva, vale
classificar a reforma da Previdência Social como imprescindível para garantir a
sustentabilidade fiscal do país, a médio e longo prazo, em um contexto de acelerado
envelhecimento populacional e riscos de repasses de custos excessivos de
financiamento para as gerações futuras, dado o sistema previdenciário brasileiro ser
apoiado fundamentalmente em regimes de repartição simples, com forte componente
de solidariedade intra e intergeracional. Ademais, convém destacar novamente que a
reforma da Previdência pode ter impactos adicionais positivos sobre a poupança, a
taxa de juros, o investimento e o crescimento econômico. Há ainda a possível
interação entre a reforma previdenciária e a evolução da produtividade: por um lado,
ganhos nessa dimensão podem funcionar como mecanismo de ajuste que atenuem a
tendência de crescimento da despesa previdenciária como proporção do PIB; por
outro, a reforma pode aumentar o espaço fiscal para o investimento público e, pela
não absorção da poupança privada e redução da taxa de juros, pode estimular
inversões privadas com efeitos positivos sobre a produtividade do trabalho e,
consequentemente, sobre o crescimento econômico.
Há necessidade de uma ampla e profunda reforma da Previdência no Brasil. O
gasto previdenciário brasileiro já ocupa um patamar elevado, que reduz o espaço
fiscal de outras despesas. Além disso, a despesa com a Previdência tende a assumir
trajetória explosiva de crescimento no futuro, em função do rápido e intenso processo
de envelhecimento populacional pelo qual o país já vem passando em combinação
com regras inadequadas. Nesse contexto, a não realização ou a postergação
excessiva da reforma irá agravar os riscos para a sustentabilidade do sistema
previdenciário, cenário que tenderia a piorar os graves desequilíbrios fiscais
estruturais que o país vem enfrentando. Entre as consequências mais prováveis
estariam, possivelmente, a necessidade de expressivo aumento da carga tributária (já
elevada e regressiva) e/ou o incremento da dívida pública e dos gastos com juros.
Diante dos desafios enfrentados pelo sistema previdenciário brasileiro, as reformas
previdenciárias e a expansão da previdência complementar surgem como soluções
viáveis para garantir a sustentabilidade e a eficiência do sistema. A previdência
complementar oferece maior segurança financeira aos indivíduos, ao mesmo tempo
em que estimula o desenvolvimento do mercado financeiro e de capitais. No entanto,
é fundamental que essa expansão seja realizada de forma equilibrada, garantindo a
proteção social aos mais vulneráveis. Assim, é possível construir um sistema
previdenciário mais justo e eficiente, capaz de atender às necessidades da população
brasileira.

BIBLIOGRAFIA

Arnaldo Provassi Lanzara é Doutor em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos
- IESP/UERJ, Mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro -
IUPERJ e Graduado em Administração Pública pela Universidade Estadual Paulista -
UNESP/Araraquara. Também é pesquisador vinculado ao projeto: Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED), professor adjunto de
Ciência Política e Políticas Públicas no curso de Administração Pública do Instituto de Ciências
Humanas e Sociais-ICHS/ Universidade Federal Fluminense-UFF e coordenador do curso de
Administração Pública da mesma Instituição. O professor Arnaldo tem vasta experiência na área de
Ciência Política, com ênfase na área de Estado, Políticas Públicas e Cidadania.
Bruno Salgado Silva é Bacharel em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense
(UFF). Licenciado em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
Mestre e Doutor em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ). Pesquisador de Pós-doc no Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED).

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