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10.

PROGRAMAS AMBIENTAIS
A partir do conjunto de impactos ambientais identificados para o
empreendimento em questão, foram elaborados os programas ambientais,
que possuem como objetivo principal mitigar, controlar, monitorar, recuperar
ou compensar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos
associados à implantação, operação e desativação do empreendimento.
Os programas ambientais serão implantados nas diferentes fases do projeto,
visando garantir a viabilidade da implantação e a qualidade ambiental das
áreas de influência do empreendimento.
Os programas propostos e detalhados neste capítulo apresentam a seguinte
estrutura:
+ Justificativa: descreve a natureza do programa e a contextualização do
mesmo em relação ao empreendimento, justificando sua pertinência;
+ Objetivos: define os objetivos gerais e específicos do programa para
se atingir os resultados esperados;
+ Abrangência e Público-Alvo: define a abrangência, em termos de área,
e as partes interessadas envolvidas no programa;
+ Metodologia e Descrição das Atividades: elenca as ações necessárias à
execução do Programa, e propõe seu acompanhamento ao longo do
projeto;
+ Indicadores Ambientais e Procedimentos para Acompanhamento e
Avaliação: define os indicadores a serem avaliados ao longo de toda a
implantação do empreendimento, bem como a forma de
acompanhamento e periodicidade dos mesmos.
+ Duração e Etapa de Implementação: indica a fase de aplicação do
Programa e ordena a sequência das ações propostas;
+ Responsabilidade: define os responsáveis pela implementação do
Programa;
+ Resultados Esperados: descreve os principais resultados a serem
atingidos com a implementação do programa.
Sendo assim, as medidas propostas estão organizadas em 25 Programas
Ambientais, cujos objetivos e conteúdos básicos foram definidos pela equipe
responsável pela elaboração do EIA e aprovados pelo empreendedor,
apresentados segundo quatro tipologias de ações:

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Quadro 10-1 - Tipologias dos programas ambientais

Programas de Controle e Programas de


Programas de Mitigação Programas de Relacionamento
Monitoramento Compensação

Programas que definem ações Programas que definem ações Programas cujas ações estão Programas que se destinam
destinadas ao controle das ações destinadas à mitigação dos centradas no estabelecimento de aos impactos ambientais
impactantes ou à mitigação dos impactos ambientais comunicação entre empreendedor e avaliados como negativos,
impactos ambientais avaliados como avaliados como negativos, os segmentos envolvidos. Visa ainda a cuja ocorrência não há
negativos, visando inibir sua visando inibir sua ocorrência sensibilização ambiental e cultural como inibir.
ocorrência ou reduzir sua intensidade. ou reduzir sua intensidade. com intuito de mudar o
Têm como objetivo verificar e comportamento e atitudes em relação
monitorar a eficácia das ações de ao meio ambiente natural e
controle, indicando a necessidade ou construído, no qual a comunidade
não de ajustes. atua.

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

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A seguir são apresentados os programas de acordo com as tipologias
mencionadas:
Quadro 10-2 – Lista de programas ambientais

Programas Ambientais

Programa de Gestão Ambiental (PGA)

Programa de Controle Ambiental das Obras (PCAO)

Programa de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS)

Programa de Gestão de Efluentes Líquidos

Programa de Controle e Monitoramento de Processos


Erosivos, Assoreamento, Estabilidade de encostas naturais e
Taludes

Programa de Monitoramento da Rede Hídrica

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)

Programa de Plano de Descomissionamento


Controle e
Monitoramento Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)/ Plano de Ação
de Emergência (PAE)

Plano de Contingência Socioambiental

Programa de Monitoramento da Dinâmica e da Qualidade das


Águas Subterrâneas

Programa de Controle e Monitoramento de Ruído

Programa de Manejo de Fauna Terrestre

Programa de Controle da Qualidade do Ar

Programa de Monitoramento da Biota Aquática

Programa de Controle da Supressão de Vegetação (PCSV)

Programa de Comunicação Social (PCS)


Programas de
Relacionamento
Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores (PEAT)

Programas de
Programa de Resgate de Germoplasma Vegetal – PRGV
Mitigação

Programa de Plantio Compensatório

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Programas Ambientais

Programas de
Programa de Compensação Ambiental (PCA)
Compensação

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

Os itens a seguir apresentam a descrição dos Programas Ambientais


propostos para viabilizar a implantação e a operação do empreendimento.
Cabe ressaltar que a supervisão ambiental será fundamental para o
acompanhamento e a verificação da aplicação das medidas propostas,
incluindo eventuais ações que se verifiquem necessárias devido a ajustes de
projeto e/ou, condicionantes requeridas pelo órgão licenciador no momento
da emissão da Licença de Instalação e, quando couber, de Operação.

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10.1. Programa de Gestão Ambiental (PGA)

10.1.1. Justificativa
O Programa de Gestão Ambiental (PGA) corresponde ao conjunto de ações
sistematizadas na forma de medidas e procedimentos de gestão de processos
técnicos, que visam a adequada condução e o monitoramento da implantação
dos demais programas ambientais voltados para o monitoramento,
mitigação, controle e potencialização de impactos ambientais decorrentes do
Projeto DM1 – Lavra e Beneficiamento de Minério de Zinco e Chumbo.
Este programa possui um caráter dinâmico por se adequar ao longo do tempo
em função das necessidades identificadas no desenvolvimento dos demais
programas ambientais durante as fases de implantação, operação e
desativação do empreendimento.
Desta forma, para gerenciar os programas ambientais propostos, torna-se
imprescindível a elaboração de uma estrutura gerencial que permita garantir
que a execução dos planos e programas ambientais ocorra de forma integrada
e satisfatória e dentro dos preceitos estabelecidos pela lei e pelos órgãos
ambientais na expedição de suas respectivas licenças.

10.1.2. Objetivos

10.1.2.1. Objetivo Geral


O Programa de Gestão Ambiental tem como objetivo dotar o empreendimento
de mecanismos eficientes de gestão que garantam a execução e controle de
todas as ações planejadas nos programas ambientais.

10.1.2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos do programa são:
+ Mitigar, controlar e monitorar de forma eficiente os potenciais impactos
gerados, assim como potencializar os efeitos benéficos dos impactos
identificados como positivos.
+ Manter um elevado padrão de qualidade ambiental na implantação,
operação futura e desativação do empreendimento.

10.1.3. Abrangência e Público-Alvo


O PGA abrange todas as instalações contempladas pelo Projeto DM1 e tem
como público-alvo os trabalhadores da obra, empreiteiros, prestadores de
serviços em geral, órgão públicos, comunidades e organizações da sociedade
civil que participarão direta e/ou indiretamente de todas as fases do
empreendimento.

10.1.4. Metodologia e Descrição das Atividades

10.1.4.1. Planejamento
A principal premissa referente ao PGA é a independência de realização do
presente programa em relação ao andamento da obra propriamente dita, o
que garante a efetividade do programa, estando o gerenciamento ambiental
subordinado a um único coordenador, para que possam ser tomadas as

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decisões referentes à execução das ações ambientais com ampla autonomia.
A garantia dessa independência se dá através da vinculação dessa
coordenação diretamente ao empreendedor, ou seja, a fiscalização ambiental
será realizada por empresa a ser contratada pelo empreendedor,
independentemente da construtora.
O planejamento das atividades ambientais a serem desenvolvidas no decorrer
da implantação do empreendimento compreende:
+ Realização de reuniões para definição das estratégias para
concretização das ações previstas nos programas ambientais,
estipulando planos de ação com responsáveis, modo de execução e
prazos.
+ Elaboração de formulários padronizados para relato das observações
de cunho ambiental decorrentes de constatações de campo e
itemização da documentação a ser utilizada como evidência de
atendimento a requisitos legais, procedimentos e instruções de
trabalho, condicionantes de licenças, e outros requisitos.
+ Definição de parâmetros para contratação de empresas executoras das
obras e dos serviços, visando à contratação de empresas capazes de
executar as ações previstas nos programas ambientais.

10.1.4.2. Desenvolvimento
Esta etapa compreende a elaboração e execução das seguintes atividades:
+ Reuniões com os profissionais envolvidos, representantes dos órgãos
ambientais, poder público, comunidade e instituições interessadas, a
respeito do desenvolvimento dos programas ambientais afetos ao
projeto.
+ Contratação de equipes especializadas no período necessário para a
implantação das ações relacionadas ao desenvolvimento dos
programas ambientais.
+ Desenvolvimento de gerenciamento financeiro integrado de todos os
programas ambientais para otimização dos recursos necessários e
disponíveis.
+ Revisão, adequação e complementação, quando necessário, das
atividades que constituem os programas ambientais propostos no
âmbito do presente Estudo de Impacto Ambiental, tendo-se em vista
eventuais modificações no projeto executivo.
+ Reuniões periódicas com os profissionais envolvidos na condução dos
programas ambientais para discussões sobre procedimentos,
propostas e resultados.
+ Monitoramento e avaliação do desenvolvimento dos programas
ambientais, através de acompanhamento de campo e relatórios.
+ Fiscalização das obras para garantir a implementação das medidas e
programas propostos e discussão com o responsável pelas obras, a
respeito das não conformidades ambientais, encaminhando propostas
de ações corretivas pertinentes a cada caso.
+ Emissão de relatórios de inspeção ambiental, avaliando as atividades
e condições da obra quanto às questões ambientais, de saúde e
segurança do trabalho.

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+ Interlocução com órgãos ambientais, respondendo a eventuais
solicitações.
+ Elaboração periódica de relatórios discriminando condições da obra e
andamento dos programas.

10.1.4.3. Desenvolvimento do Programa de Gestão Ambiental


após o término das obras
Após a conclusão das obras, deverão ser acompanhados os Programas
Ambientais ainda em andamento, que continuarão em vigência para a fase
de operação.

10.1.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
Os indicadores para avaliação e monitoramento têm a finalidade de gerar
informações para análise da eficiência do PGA, que incluem:
+ Verificação de atendimento ao cronograma pré-estabelecido para cada
programa elaborado e da adoção das medidas corretivas previstas.
+ Inconformidades (desvios) ambientais registradas.
+ Cronograma comparativo das atividades desenvolvidas com as
atividades previstas.
+ Medidas mitigadoras e preventivas de impactos ambientais
executadas.
+ Implementação de melhoria contínua.
+ Verificação quanto ao atendimento da(s) licença(s) ambiental(ais) do
empreendimento.
Na avaliação da eficácia do programa de gestão ambiental devem ser
considerados, além dos indicadores de cada programa ambiental, os
seguintes indicadores:
+ Número de programas ambientais implementados dentro das
premissas previamente definidas (prazo, emissão de relatórios,
outros).
+ Cumprimento das condicionantes legais contidas nas licenças
ambientais.
+ Atendimento aos prazos pré-estabelecidos.
+ Número de proposição de melhorias.
+ Número de registro de conflitos entre programas ambientais
propostos.
+ Número de não conformidades (desvios) e correção dentro dos prazos
previamente definidos.
Para acompanhamento dos indicadores de cada programa deverá ser
elaborada uma planilha “Programa X Indicadores para Avaliação e
Monitoramento”, em que será possível visualizar todos os indicadores e seus
respectivos desempenhos.

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10.1.6. Duração e Etapa de Implementação
O Programa de Gestão Ambiental terá início na fase de planejamento e
prosseguirá por toda a fase de implantação, operação e desativação do
empreendimento, tendo em vista a implementação dos programas de
monitoramento em todas as fases do empreendimento, conforme
cronograma a seguir.
Quadro 10.1.6-1 – Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de Gestão
Ambiental (PGA) n n n n
Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.1.7. Responsabilidades
A responsabilidade pela implantação do PGA será do empreendedor, incluindo
sua concepção, detalhamento, montagem e estruturação da equipe técnica.
Este programa deverá ser executado por uma equipe de profissionais
experientes e capacitados a coordenar e supervisionar o desenvolvimento do
presente programa, propiciando a integração dos demais programas
ambientais propostos para o empreendimento.

10.1.8. Resultados Esperados


Este programa realizará o acompanhamento das ações previstas nos demais
Programas Ambientais propostos, utilizando como instrumento os sistemas
de controle de gestão.
O emprego de sistemas de controle é importante e deve possibilitar
otimizações constantes das atividades definidas para serem realizadas no
âmbito de cada um dos programas ambientais. Para isso, a associação do uso
de ferramentas auxiliares tais como: softwares de gerenciamento (MSProject)
e de georreferenciamento (ArcGis ou CAD), trarão resultados mais úteis para
acompanhamento e produção de relatórios.
Por fim, espera-se com a implementação do presente PGA conseguir realizar
o acompanhamento, a integração e a otimização das ações previstas em cada
programa ambiental que o compõe o Projeto DM1.

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10.2. Programa de Controle Ambiental das Obras (PCAO)

10.2.1. Justificativa
Face às intervenções processadas no meio ambiente com potencial poluidor,
decorrentes das atividades da construção do empreendimento, faz-se
necessário a elaboração de um programa que evidencie as ações necessárias
ao gerenciamento ambiental do empreendimento de forma preventiva a fim
de evitar e/ou minimizar os impactos negativos intrínsecos às obras.
Para tanto, o Programa de Controle Ambiental das Obras (PCAO) do Projeto
DM1 foi elaborado compreendendo as atividades e procedimentos para
proporcionar as adequações ambientais, de acordo com a legislação vigente.
Este programa contempla a necessária estruturação e organização de
atividades e tarefas a serem desempenhadas, com a respectiva atribuição de
responsabilidades pela execução e controle destas. Para tanto, deve-se
realizar um planejamento adequado junto às empresas construtoras para se
definir os principais cuidados a serem tomados durante todo o andamento
dos trabalhos, fundamentados pelo atendimento às condicionantes
ambientais e legislação aplicável.
As exigências ambientais impostas pela legislação em vigor requerem do
empreendedor o acompanhamento intensivo das obras, visando prevenir,
controlar ou corrigir eventuais imprevistos que possam surgir durante seu
andamento. Dessa forma, justifica-se a execução do PCAO para que o
empreendimento seja implantado com base nas melhores práticas ambientais
vigentes possibilitando que medidas de recuperação e proteção ambiental
sejam aplicadas de forma eficaz.
O PCAO fornecerá às empreiteiras/contratadas responsáveis pela
implantação do projeto os critérios ambientais e os procedimentos a serem
adotados durante as obras. Caberá às empresas responsáveis pela
construção das estruturas do empreendimento conciliar as atividades
relativas à execução das obras com ações de controle e medidas de mitigação
ambiental, garantindo a minimização dos potenciais impactos previstos nesta
etapa.

10.2.2. Objetivos

10.2.2.1. Objetivo Geral


O presente programa tem como objetivo estabelecer controles ambientais ao
longo do desenvolvimento das obras, nas etapas de instalação e
desmobilização do canteiro de obras garantindo o controle, a prevenção, a
mitigação dos impactos negativos provenientes de todas as atividades
contempladas na implantação do Projeto DM1.

10.2.2.2. Objetivos Específicos


O programa tem como objetivos específicos:
+ Garantir com que o desenvolvimento das intervenções previstas ocorra
de forma a evitar ou reduzir possíveis impactos ambientais negativos,
por meio da implantação das medidas de controle previstas neste
programa, desenvolvendo as tarefas de implantação com ações de

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controle dentro dos métodos construtivos, prevenindo e controlando a
ocorrência de impactos negativos associados ao desenvolvimento das
obras.
+ Garantir que os responsáveis pela obra e os trabalhadores tomem
conhecimento de informações técnicas, diretrizes e critérios ambientais
a serem seguidos no desenvolvimento das obras, de forma a promover
conduta ambientalmente adequada.
+ Garantir que as atividades construtivas ocorram somente dentro das
áreas de trabalho, áreas constantes no processo de licenciamento
ambiental e com o acompanhamento técnico ambiental permanente
das obras para que o controle ambiental sistemático das obras seja
desenvolvido com estrita observância à legislação aplicável.
+ Instruir os trabalhadores para que observem as condições de saúde,
segurança e questões ambientais, tendo por objetivo prevenir a
ocorrência de acidentes e impactos ambientais na área de intervenção
do empreendimento e no seu entorno, bem como a disseminação de
doenças de veiculação hídrica e infectocontagiosas.
+ Maximizar o potencial local de contratação de mão de obra e de
insumos;
+ Garantir que a supressão ocorra no polígono determinado evitando a
retirada de cobertura vegetal desnecessária.
+ Prevenir, controlar e conter o desenvolvimento de processos erosivos
e o carreamento de sedimentos.
+ Prevenir, controlar e conter a dispersão de material particulado no
período de obra.

10.2.3. Abrangência e Público-Alvo


Este programa abrange todas as áreas de intervenção do empreendimento
para a execução das obras.
O público-alvo do PCAO envolve todos os profissionais que serão empregados
para atuação direta na execução da obra e os respectivos prestadores de
serviços. Além desses profissionais, também sofrem interferências pela
execução do presente PCAO aqueles em posições administrativas, que
executam atividades de fiscalização, treinamentos, auditorias etc., e aqueles
que trabalham em campo e estarão fisicamente expostos às atividades
relacionadas à obra.

10.2.4. Metodologia e Descrição das Atividades


A seguir são apresentadas as principais ações a serem desempenhadas no
âmbito da implantação do Projeto DM1. Essas ações seguirão as diretrizes e
procedimentos estabelecidos neste PCAO.

10.2.4.1. Limpeza e Supressão de Vegetação


Dentre as atividades necessárias para a adequada implementação das
atividades de limpeza e supressão de vegetação propõe-se a seguinte
sequência de atividades:

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+ Toda e qualquer operação de remoção de vegetação só poderá ser
iniciada mediante autorização expressa do Gestor Ambiental do
empreendedor;
+ As equipes responsáveis pela supressão da vegetação deverão receber
treinamento;
+ Piqueteamento e demarcação de área de supressão da vegetação local
para garantir que o desmatamento respeite os limites de intervenção
autorizados pelos órgãos ambientais licenciadores;
+ Direcionamento da queda das árvores dentro da área delimitada para
supressão e qualquer árvore ou tronco que cair além do limite pré-
estabelecido será imediatamente removido para evitar acidentes e
obstrução de passagem;
+ Armazenamento adequado da camada orgânica do solo para posterior
utilização em áreas objeto de recuperação ambiental.
O monitoramento e controle de resíduos sólidos durante as obras deverá
seguir as diretrizes para a gestão dos resíduos descritas no Programa de
Gestão dos Resíduos Sólidos, apresentado mais adiante, neste capítulo.

10.2.4.2. Monitoramento e Controle de Processos Erosivos e


Assoreamento do Sistema de Drenagem
Serão considerados os aspectos listados a seguir para os serviços de
terraplenagem, erosão e assoreamento, com o objetivo de minimizar, ou
mesmo eliminar, a possibilidade de degradação ambientar decorrente desses
serviços.
+ Deverão ser cumpridos os critérios especificados nas instruções
técnicas de projeto, em relação a cortes, aterros e drenagem;
+ Limitar o serviço de terraplenagem ao estritamente necessário, de
modo a interferir o mínimo possível no ambiente e reduzir a
necessidade e os custos de recomposição das áreas alteradas;
+ Os taludes e cortes deverão ser protegidos e deverão ser mantidos sob
condições adequadas;
+ Planejamento da execução das obras de terraplenagem
preferencialmente em períodos não chuvosos, a fim de reduzir a
ocorrência de processos erosivos do meio físico;
+ Execução cuidadosa dos serviços de terraplenagem, de acordo com as
previsões meteorológicas, para não expor zonas mais sensíveis a
processos erosivos a chuvas intensas e adotando-se práticas
construtivas para impedir carreamento de solo, incluindo medidas para
proteger temporariamente os taludes, como por exemplo, com uso de
mantas;
+ Consolidação da terraplenagem por trechos à medida que estes
atinjam sua geometria definitiva, prevista no projeto de
terraplenagem;
+ Instalação do sistema de drenagem provisório (canaletas, bacias de
contenção, saídas d’água, terraços) logo após as atividades de
terraplenagem e limpeza do terreno e manutenção até que o sistema
definitivo esteja instalado;
+ Acompanhamento dos trabalhos de movimentação de terras para
controle de eventuais carreamentos de solos, tanto pela ação de águas

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pluviais como pela ação do vento, para impedir que ocorram processos
erosivos em trechos de solo exposto e/ou assoreamentos do sistema
de drenagem;
+ Acompanhamento, durante o período das obras, das condições de
segurança das encostas. No caso de instabilidade e comprometimento
de segurança operacional, deverão ser avaliadas medidas de
contenção;
+ Plantio de vegetação herbácea nos locais passíveis de apresentar solos
expostos ao final da instalação do canteiro de obra; e
+ Os caminhões basculantes deverão ser cobertos com lonas plásticas,
evitando a queda e o espalhamento dos solos.

10.2.4.3. Controle do Canteiro de Obras


As instalações do canteiro de obra deverão atender ao disposto neste PCAO
e nas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, com destaque
para as NR-10 - Instalações e Serviços em Eletricidade; NR-11 - Transporte,
Movimentação, Conforto nos Locais de Trabalho e NR-26 - Sinalização de
Segurança.

10.2.4.4. Saúde e Segurança do Trabalhador


As ações propostas sobre saúde e segurança têm como objetivo prevenir e
minimizar a introdução e/ou proliferação de doenças (infectocontagiosas, de
veiculações hídrica, e sexualmente transmissíveis), e aumentar a qualidade
da obra, produtividade e a satisfação dos trabalhadores por meio de ações
que garantam a proteção e promoção da saúde dos trabalhadores das obras,
bem como promover o atendimento médico-sanitário a esses trabalhadores,
inclusive em caso de acidentes. Fazem parte destas ações:
+ Realização de exames admissionais e periódicos;
+ Articulação com gestores locais/regionais do SUS para estender aos
trabalhadores os programas de vacinação existentes;
+ Criação de comissão interna de prevenção de acidentes e realização de
treinamentos de primeiros socorros;
+ Instalação de infraestrutura para ambulatório que atenda o
contingente de trabalhadores e garanta o atendimento de nível
primário;
+ Definir diretrizes para atuação da empresa construtora no controle de
saúde dos seus empregados, garantindo a aplicabilidade da NR-07
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), NR-11
(Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais),
do Ministério do Trabalho, NR-24 (Condições Sanitárias e de Conforto
nos Locais de Trabalho) e NR-26 (Sinalização de Segurança);
+ Prover aos trabalhadores Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
de acordo com a NR-6; e
+ Verificação da provisão de saneamento básico e disposição adequada
dos resíduos sólidos no canteiro de obra.

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10.2.4.5. Gestão de Mão de Obra e de Fornecedores Locais
As ações propostas sobre gestão de mão de obra e de fornecedores locais
tem como objetivo maximizar o potencial local de contratação, tanto de
trabalhadores, como de fornecedores de insumos. Fazem parte destas ações:
+ Realização de convênios com entidades faculdades locais para
treinamento, capacitação e realocação da mão de obra e dos
fornecedores;
+ Priorização de contratação de trabalhadores e aquisição de insumos
(quando possível) do município de Nova Brasilândia d’Oeste;
+ Absorção, através de processos internos, de mão de obra utilizada
durante a implantação para a fase de operação;

10.2.4.6. Monitoramento e Controle das Emissões Atmosféricas


As atividades realizadas durante a fase de implantação resultarão na emissão
de poeiras/particulados e de gases. A seguir apresentam-se ações de caráter
preventivo e de controle a serem desenvolvidas durante a obra.
+ Realização de monitoramento de PTS e PI, bimestralmente, durante
todo o período da obra, seguindo as premissas estabelecidas na
Resolução CONAMA n° 03/90;
+ Umectação do material extraído durante a realização de atividades de
natureza civil das obras tais como escavações e regularização de
terreno, de forma que a emissão de partículas seja mantida em níveis
aceitáveis;
+ Umectação por meio de caminhões-pipa das áreas de estocagem de
materiais para as obras, bem como das vias de circulação internas,
especialmente durante o período seco;
+ Cobertura com lona das caçambas dos caminhões que transportarão o
material para evitar a liberação de poeira, a queda e o espalhamento
de terra e outros tipos de material ao longo do trajeto;
+ Controle e orientação da circulação dos veículos leves e pesados por
meio de sinalizações nas áreas das obras e vias internas de circulação,
para evitar a formação desnecessária de poeira, bem como placas de
sinalização para controle de velocidade dos veículos;
+ Recomposição da vegetação das superfícies expostas após a finalização
das obras; e
+ Inspeção e manutenção preventiva de veículos, máquinas e
equipamentos utilizados nas obras e serviços associados, visando
regulagem dos motores de combustão para reduzir ao mínimo a
emissão de gases e fumaça.

10.2.4.7. Monitoramento e Controle dos Resíduos Sólidos


O monitoramento e controle de resíduos sólidos durante as obras deverá
seguir as diretrizes para a gestão dos resíduos descritas no Programa de
Gestão dos Resíduos Sólidos, apresentado mais adiante, neste capítulo.

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10.2.4.8. Monitoramento e Controle de Emissão de Ruído
O monitoramento e controle de emissão de ruído durante as obras deverá
seguir as diretrizes específicas descritas no Programa de Controle e
Monitoramento de Ruído, neste capítulo.

10.2.4.9. Monitoramento e Controle dos Efluentes Líquidos


Assim como o resíduos sólidos e ruído, as diretrizes do monitoramento e
controle dos efluentes líquidos durante o período de implantação do
empreendimento estão descritas em programa específico, apresentado
adiante, denominado Programa de Gestão de Efluentes Líquidos.

10.2.4.10. Mobilização e Desmobilização do canteiro de obras


As instalações do canteiro de obras deverão atender ao disposto neste PCAO
e nas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, com destaque
para as NR-10 - Instalações e Serviços em Eletricidade; NR-11 - Transporte,
Movimentação, Conforto nos Locais de Trabalho e NR-26 - Sinalização de
Segurança.
A desmobilização do canteiro de obras deverá iniciar-se imediatamente após
a conclusão das obras. Considerando que a desmobilização dos canteiros
possui atividades como desmontagem de containers, desmobilização de
sistemas sanitários, entre outras, são apresentadas a seguir as ações e
orientações a serem efetuadas e adotadas em todos os canteiros:
+ A empreiteira deverá apresentar, com um período de dois meses de
antecedência, o plano padrão de desmobilização das instalações do
canteiro de obras;
+ Execução da completa remoção das instalações de containers incluindo
a retirada de áreas concretadas, retirada de todos os resíduos de
construção civil, sucatas metálicas e resíduos em geral, com ampla
limpeza da área. Todos os resíduos sólidos gerados nesta etapa
deverão seguir os procedimentos descritos no Programa de Gestão de
Resíduos Sólidos;
+ Remoção de todos os equipamentos e máquinas, inclusive de materiais
descartados; e
+ Descompactação do solo e implantação de cobertura vegetal de
gramíneas nos setores mais alterados.

10.2.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
As atividades de acompanhamento serão realizadas pelo coordenador que irá
acompanhar todas as atividades da etapa de implantação, evidenciando o
cumprimento das diretrizes definidas para cada atividade.
O acompanhamento das obras gerará informações que comporão uma ficha
de inspeção a ser preenchida pelo coordenador e, no caso de uma não
conformidade, o mesmo será responsável por definir os procedimentos
corretivos a serem adotados.
As metas do PCAO estão diretamente vinculadas às ações de controle
ambiental previstas ao longo da execução das obras sendo realizado o

299
acompanhamento da concretização dos aspectos ambientais e consequente
impacto associado a ele.
Este programa visa assegurar a inserção dos controles ambientais de obra
em 100% das frentes de trabalho associadas à implantação do
empreendimento, por meio e métodos comprovados e eficientes, a
implantação dos controles ambientais bem como a minimização das
alterações previstas associadas aos aspectos elencados no desenvolvimento
das obras.
A meta, sob o ponto de vista temporal, consiste no acompanhamento de
todas as frentes de obra ao longo da etapa de instalação e das atividades de
desmobilização das estruturas de apoio.

10.2.6. Duração e Etapa de Implementação


O PCAO será mantido durante todo o período de obras do empreendimento,
iniciando-se ainda na fase de planejamento das obras, intensificando-se
durante a implantação das estruturas do projeto e mantendo-se, inclusive,
até o final de desativação do canteiro de obra e da completa reabilitação de
todas as áreas degradadas. A seguir é apresentado o cronograma.
Quadro 10.2.6-1 - Etapas da Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de Controle
Ambiental das Obras n n
(PCAO)

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.2.7. Responsabilidades
A responsabilidade pela implantação deste programa ficará a cargo da
empreiteira contratada, sendo que a supervisão deverá ser realizada pela
equipe da contratante.
A equipe responsável pelo desenvolvimento do Programa de Gestão
Ambiental estará diretamente envolvida na realização do presente Programa
Ambiental de Controle de Obras. É de responsabilidade da empreiteira a
elaboração dos procedimentos construtivos das obras, que devem ter por
base o disposto neste PCAO e no projeto básico, bem como os critérios a
serem estabelecidos pela contratante no momento da contratação dos
serviços.
A equipe de gerenciamento ambiental da Mineração Santa Elina será
responsável pelo acompanhamento (direto e indireto) das atividades de
construção, além de outras atividades que o desenvolvimento dos programas
ambientais indicarem como necessárias.

300
10.2.8. Resultados Esperados
Com a execução do PCAO espera-se:
+ O cumprimento da legislação vigente em todas as atividades a serem
desenvolvidas pelas obras;
+ A manutenção da qualidade ambiental de toda a área potencialmente
afetada pelas obras;
+ A conscientização dos trabalhadores e das empresas envolvidas da
importância do controle ambiental;
+ O controle, prevenção e mitigação dos impactos ambientais negativos.

301
10.3. Programa de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS)

10.3.1. Justificativa
O Programa de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS) consiste no controle e
fiscalização das atividades de coleta, transporte, armazenamento temporário
e destinação final dos resíduos gerados durante as etapas de implantação,
operação e desativação do empreendimento.
Todas as etapas do empreendimento acarretarão na geração de resíduos
sólidos, criando assim uma potencial ocorrência de diversos impactos. Assim
sendo, a busca da prevenção e minimização dos possíveis impactos
ambientais bem como o atendimento às exigências legais, determinam a
necessidade de implementação de um Programa de Gestão de Resíduos
Sólidos.
Em atendimento à legislação ambiental, às normas coorporativas do
empreendedor e às características do empreendimento, é pertinente o
estabelecimento do Programa de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS) que
procura evitar, minimizar e/ou mitigar os impactos ambientais durante a fase
de implantação e operação do empreendimento. A definição de
procedimentos ajudará na correta gestão desses resíduos (segregação,
coleta, armazenamento, transporte e destinação final). Assim, será possível
proporcionar práticas ambientalmente adequadas e seguras, de forma a não
caracterizar danos ao meio ambiente, à comunidade, à saúde ocupacional e
à segurança dos empregados e contratados da empresa.
As classes dos resíduos utilizadas na gestão dos resíduos sólidos são
estabelecidas pela norma técnica NBR - ABNT 10.004/04, relacionando sua
origem e seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que
possam ter o gerenciamento adequado.

10.3.2. Objetivos

10.3.2.1. Objetivo Geral


O objetivo do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é
estabelecer a metodologia e os critérios de controle dos resíduos para o seu
adequado gerenciamento, de forma a preservar a qualidade ambiental.

10.3.2.2. Objetivos Específicos


O Programa de Gestão de Resíduos Sólidos visa:
+ Garantir a gestão e o controle dos resíduos sólidos gerados nas fases
de implantação, operação e desativação do empreendimento de
maneira adequada e de acordo com as legislações e normas
pertinentes
+ Garantir que a geração, a segregação, o transporte, o armazenamento
e a disposição final sejam realizados de maneira controlada e
adequada.
+ Garantir a proteção do ser humano e meio ambiente
+ Garantir a conservação das condições sanitárias em todas as áreas
vinculadas ao empreendimento, tendo em vista a proteção do
ambiente nas áreas de influência do empreendimento.

302
10.3.3. Abrangência e Público-Alvo
Este programa deverá ser adotado em todas as áreas do Projeto DM1 que
sofrerão intervenção direta da implantação, operação e desativação do
empreendimento, e ainda, todos os destinatários finais e transportadores dos
resíduos, que por sua vez devem ser licenciados para recebê-los.
O público-alvo corresponde a todos os colaboradores envolvidos direta e
indiretamente com todas as fases do empreendimento, visto que deverão
observar as ações previstas pelo presente programa, aplicadas às etapas de
geração, armazenamento, transporte e destinação final dos resíduos sólidos.

10.3.4. Metodologia e Descrição das Atividades


As ações relativas ao PGRS estão listadas a seguir e deverão ser
constantemente conduzidas e reforçadas, sempre que verificada a
necessidade, via execução de treinamentos pontuais e ser parte dos assuntos
abordados nos treinamentos previstos no Programa de Educação Ambiental
dos Trabalhadores.
+ Segregação dos resíduos conforme a classe (perigosos e não
perigosos) e identificação das possibilidades de reutilização e/ou
reciclagem. Tal atividade deverá seguir a Resolução CONAMA nº
275/01 e NBR 10.004/04;
+ Acondicionamento e armazenamento conforme as classes e normas
técnicas;
+ Realização de inventário de resíduos sólidos e planilhas para o controle
de entrada e saída dos resíduos bem como pesagem dos resíduos na
entrada e saída das áreas de armazenamento temporário, previstas no
canteiro de obras e em área específica durante a operação;
+ Transporte dos resíduos ao local de destinação final, após
preenchimento do Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR), de
acordo com a legislação vigente e normas técnicas NBR 7.503, NBR
7.500, NBR 13.221;
+ Fiscalização e controle das empresas prestadoras de serviço,
responsáveis pelo transporte dos resíduos sólidos até o destino final,
incluindo etapas de auditoria de verificação;
+ Disponibilização na frente de obra de recipientes para coleta de
resíduos compatíveis com o volume de geração. Todo resíduo deverá
ser recolhido periodicamente e acondicionado, levando-se em conta
sua classificação de acordo com a NBR 10.004/04, para posterior
destinação;
+ Coleta periódica do lodo sanitário e destinação ao tratamento externo,
devidamente licenciado e capaz de receber a quantidade gerada;
+ Coleta periódica do resíduo oleoso, armazenamento de forma segura,
em lugar acessível à coleta, em recipientes adequados, resistentes a
vazamentos e destinação para tratamento externo, de acordo com a
Resolução CONAMA nº 362/2005;
+ Os materiais excedentes, como o entulho, madeiras de formas e outros
materiais de construção civil que não possam ser utilizados deverão
ser gerenciados conforme a resolução CONAMA nº 307/2002;

303
+ Adotar, sempre que possível, a prática de reutilização/reciclagem de
materiais visando a diminuição de geração de resíduos;
+ No caso daqueles resíduos não passíveis de reutilização, os mesmos
serão armazenados temporariamente nos depósitos intermediários,
previstos para a fase de implantação e de operação, e posteriormente
destinados para tratamento em locais licenciados e que comportem o
recebimento da quantia gerada, conforme autorizações legais de
operação, perante respectivo órgão ambiental;
+ Garantia de transporte interno dos resíduos de forma segura para não
comprometer a segregação realizada;
+ Montagem de agenda com empresas
especializadas/contratadas/cadastradas para a retirada dos resíduos
dos depósitos intermediários, e prévia autorização do responsável pelo
gerenciamento dos resíduos do empreendimento;
+ Arquivamento dos registros para controle interno e apresentação ao
órgão ambiental sempre que solicitado, de forma a complementar o
inventário de resíduos, conforme CONAMA nº 313/2002;
+ Garantia de manipulação dos resíduos sólidos com a utilização de EPIs
(equipamentos de proteção individual);
+ Treinamentos e palestras periódicas aos funcionários durante a
implantação e a operação, visando à correta segregação dos resíduos.

10.3.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
Para o acompanhamento do desenvolvimento do Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos serão utilizados alguns indicadores que permitem a
identificação de eventuais falhas que possam comprometer os objetivos, e as
devidas correções e/ou complementações.
A eficiência da implementação deste programa poderá ser avaliada com
medições quantitativas e qualitativas. Os aspectos e condições a serem
observados são descritos a seguir:
+ Limpeza das áreas de armazenamento dos resíduos sólidos.
+ Conscientização dos trabalhadores: relacionar o número de
funcionários envolvidos com as tarefas do gerenciamento dos resíduos
com a frequência nas participações dos treinamentos a serem
realizados periodicamente.
+ Inventário de resíduos gerados: contabilização dos resíduos gerados,
criando assim um vínculo entre o controle operacional e possíveis
desperdícios de materiais, e consequentemente, custo envolvido com
seu tratamento/disposição final.
+ Registro das não conformidades e as ações realizadas para mitigá-las.

10.3.6. Duração e Etapa de Implementação


As ações propostas neste programa deverão ser implementadas durante as
fases de implantação, operação e desativação do empreendimento. As
atividades deverão ser iniciadas juntamente com a mobilização do canteiro
de obras, pois é a partir desse momento que os resíduos começarão a ser
gerados, e deverão ser mantidas até o final da etapa de desativação do

304
empreendimento. Os resíduos sólidos gerados na fase de implantação serão
monitorados durante a execução do Programa de Controle de Obras,
conforme cronograma a seguir.
Quadro 10.3.6-1 - Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de Gestão de
Resíduos Sólidos n n n
(PGRS)

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.3.7. Responsabilidades
A responsabilidade pela implementação do presente programa e ações acima
descritas será do empreendedor e da empreiteira. Todos os empregados da
Mineração Santa Elina e de suas contratadas receberão treinamentos
específicos e serão encarregados da implantação do mesmo nas suas áreas
de atuação.

10.3.8. Resultados Esperados


Espera-se assegurar a coleta, segregação, acondicionamento,
armazenamento temporário, transporte e disposição final adequados dos
resíduos sólidos a serem gerados durante a implantação, operação e a
desativação do Projeto DM1, minimizando/evitando impactos relacionados
com a alteração das propriedades do solo e/ou da qualidade das águas
subterrâneas/superficiais.

305
10.4. Programa de Gestão de Efluentes Líquidos

10.4.1. Justificativa
Durante a realização das atividades relacionadas às fases de implantação,
operação e desativação do empreendimento serão gerados efluentes
domésticos, oleosos e drenagem pluvial. Diante disto, o presente Programa
de Gestão de Efluentes Líquidos justifica-se pela necessidade de
monitoramento de possíveis alterações na qualidade dos efluentes gerados
pelo empreendimento.
O programa está voltado para todas as gerações de efluentes líquidos
provenientes da futura implantação, operação e desativação de acordo com
o descrito a seguir:
+ Efluente Sanitário: serão gerados efluentes sanitários/domésticos
provenientes dos sanitários, vestiários e refeitórios.
+ Drenagem pluvial: é prevista a geração de drenagem pluvial que se
caracteriza basicamente pela incidência de precipitação pluviométrica
sobre áreas que apresentam material estéril proveniente da abertura
da cava. Estas águas serão captadas por drenos e direcionadas para
tanques onde serão monitoradas
+ Efluentes oleosos: serão aqueles oriundos da oficina de manutenção
de veículos e equipamentos onde acontecerão atividades como troca
de óleo, manutenção e lavagem de veículos e equipamentos, e ainda,
efluentes oleosos gerados no refeitório e nas atividades industriais.
+ Efluente da mina: a água bombeada da cava durante a operação da
mina será encaminhada para sump (tanque) localizado a jusante da
pilha de estéril noroeste e caracteriza-se um efluente.

10.4.2. Objetivos

10.4.2.1. Objetivo Geral


O programa tem como objetivo apresentar as diretrizes para o
monitoramento dos efluentes líquidos gerados pelo empreendimento e
garantir o tratamento dos efluentes gerados durante a implantação, operação
e desativação do empreendimento.

10.4.2.2. Objetivos Específicos


São objetivos específicos deste programa:
+ Prevenção, controle e monitoramento dos possíveis efluentes líquidos
a serem gerados em todas as fases do empreendimento.
+ Avaliar a eficiência do sistema de tratamento proposto e garantir o
atendimento à legislação e à qualidade ambiental.

10.4.3. Abrangência e Público-Alvo


O programa de gestão de efluentes líquidos abrange todas as fontes
geradoras do empreendimento e respectivos sistemas de controle, seja na
fase de implantação, operação ou desativação.

306
Este programa é aplicável a todas as áreas integrantes do empreendimento
e aos colaboradores em geral. É considerado como público-alvo todo o efetivo
operacional envolvido direta ou indiretamente com as atividades relacionadas
às fases do empreendimento.

10.4.4. Metodologia e Descrição das Atividades


As ações deste programa estão listadas a seguir e deverão ser
constantemente conduzidas e reforçadas sempre que verificada a sua
necessidade.
+ Realizar monitoramentos analíticos em todas as estruturas
relacionadas à coleta, tratamento, transporte e destinação final dos
efluentes líquidos, com base nas normas e recomendações da NBR
9897/87 e Resolução CONAMA nº 430/11;
+ As amostras dos efluentes deverão ser encaminhadas para análise em
laboratórios com a respectiva cadeia de custódia, garantindo assim a
confiabilidade dos laudos entregues pelo laboratório contratado;
+ Os dados coletados bem como as análises e os resultados deverão ser
compilados em planilhas contendo a identificação dos pontos
amostrados por coordenadas geográficas;
+ Os registros dos monitoramentos realizados deverão ser mantidos para
posterior apresentação ao órgão ambiental, juntamente com os
relatórios periódicos;
+ Realizar inspeções visuais periodicamente para a identificação de
potenciais pontos que possam desenvolver entupimentos e
vazamentos, visando uma manutenção preventiva;
+ Intensificar as limpezas e vistorias da rede coletora pluvial durante
períodos de maior intensidade de chuva, devido ao favorecimento do
carreamento de sólidos e geração de potenciais pontos de acúmulos
ao longo do sistema;
+ Realizar inspeção dos sumps das pilhas de Estéril e Rejeito que serão
instalados como sistema de controle para armazenamento do efluente
percolado nas pilhas, além do efluente resultante do bombeamento da
água da cava.
+ Manter registrada a realização das devidas manutenções
preventivas/corretivas dos sistemas de tratamentos;
+ Realizar o monitoramento da coleta de efluentes dos banheiros
químicos, por empresa especializada;
+ Realizar as coletas do lodo sanitário acumulado nos sistemas de
tratamento anaeróbios, assim como o efluente proveniente da cozinha
armazenado temporariamente na sua caixa de retenção, na
periodicidade determinada pelos respectivos dimensionamentos;
+ Estabelecer rotina de inspeção no sistema de drenagem pluvial
operante durante a implantação, verificando todas os tanques de
contenção (sumps), repassando aos responsáveis mecânicos
informações quanto à necessidade de manutenção corretiva e/ou
desobstrução, se pertinente; e
+ Realizar análises laboratoriais, com base nos parâmetros estabelecidos
pela Resolução CONAMA nº 430/11.

307
10.4.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para
Acompanhamento e Avaliação
O acompanhamento deste programa, durante a etapa de implantação,
ocorrerá por meio dos relatórios internos de inspeção de coleta dos efluentes
gerados nos banheiros químicos e os efluentes oleosos, e, durante a etapa
de operação, através das análises dos relatórios de monitoramento dos
efluentes, os quais deverão indicar por meio de gráficos e tabelas os
resultados das análises laboratoriais
Também será analisada a qualidade dos efluentes dos sumps, de acordo com
a Resolução CONAMA nº 430/11, para verificar a necessidade de tratamento
para posterior descarte.
Os indicadores a serem observados são descritos a seguir:
+ Resultados analíticos dos sistemas de tratamento.
+ Quantidade de efluente tratado sobre a quantidade de efluente gerado.
+ Número de parâmetros acima do limite permitido na Resolução
CONAMA nº 430/11 por campanha.
+ Número de coletas de efluentes realizadas nos banheiros químicos.
+ Quantidade de efluente oleoso gerados.
+ Número de inspeções realizadas no sistema de drenagem pluvial.

10.4.6. Duração e Etapa de Implementação


As ações propostas neste programa deverão ser implantadas durante as fases
de implantação, operação e desativação do Projeto DM1. Os efluentes líquidos
gerados na fase de implantação serão monitorados durante a execução do
Programa de Controle de Obras, conforme cronograma a seguir.
Quadro 10.4.6-1 - Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de Gestão de
Efluentes Líquidos n n n
Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.4.7. Responsabilidades
A responsabilidade pela implementação do presente programa e ações acima
descritas será do empreendedor, com a possibilidade de estabelecimento de
convênios com entidades públicas e privadas, e contratação de especialistas.

10.4.8. Resultados Esperados


Com a execução do programa de monitoramento dos efluentes líquidos
espera-se assegurar que potenciais impactos sejam evitados a partir da
adoção de sistemas de controle/tratamento e procedimentos de manutenção
e limpeza, baseados em resultados analíticos periódicos.

308
10.5. Programa de Controle e Monitoramento de Processos
Erosivos, Assoreamento e Controle de Estabilidade das Encostas
Naturais e Taludes

10.5.1. Justificativa
Durante a fase de implantação, operação e desativação do empreendimento
estão previstas atividades que envolvem grande movimentação de terra,
exposição e compactação dos solos, podendo acarretar no desenvolvimento
e/ou intensificação de processos erosivos e consequentemente,
assoreamento dos cursos d’água e nascentes adjacentes ao
empreendimento.
Também estão previstas, principalmente durante a fase de operação,
atividades que que poderão implicar em alterações na geometria natural do
terreno, sendo potenciais agentes deflagradores de processos de
instabilização das encostas naturais e taludes.
Dentre as atividades que possuem potencial para a geração e/ou
intensificação dos processos erosivos e de instabilização de encostas e
taludes durante a fase de implantação, destacam-se a supressão vegetal, o
decapeamento e estocagem do solo, a terraplenagem, a construção de
estradas e acessos, assim como a escavação e a disposição de estéril e
rejeito.
Além disso, o redirecionamento do escoamento das águas pluviais e fluviais
e a movimentação de veículos necessários para a execução do projeto
também acarretarão em mudanças no padrão natural de carreamento de
partículas originais do meio ambiente.
Durante a operação as pilhas de estéril e rejeito bem como a área da cava,
deverão ser as áreas mais propensas aos processos de instabilização e de
carreamento de sedimentos.
Conforme apresentado no diagnóstico ambiental, tanto a AID quanto a ADA
do empreendimento, são cobertas por Argissolos Vermelho-Amarelo, os quais
caracterizam-se pela natureza pouco coesa em superfície e menor
permeabilidade nos horizontes subsuperficiais, o que resulta na elevada
susceptibilidade aos processos do meio físico, sobretudo nas áreas de solo
exposto e/ou cortes de estrada e taludes.
Dessa forma, as intervenções que serão efetuadas deverão considerar os
aspectos relativos à natureza, às dimensões e ao comportamento geotécnico
dos materiais das áreas a serem impactadas, sobretudo no que tange a
exposição dos solos, que devido à baixa resistência natural à erosão pode
contribuir para a deflagração ou aceleração das instabilizações nas encostas
naturais ou taludes artificiais, assim como para a ocorrência de processos
erosivos e de assoreamento.
Diante desse contexto faz-se necessário a implantação de um Programa de
Controle e Monitoramento de Processos Erosivos, Assoreamento e Controle
de Estabilidade das Encostas Naturais e Taludes, visando a manutenção da
qualidade ambiental da área de estudo, através de ações que previnam e
minimizem a ocorrência desses processos.

309
10.5.2. Objetivos

10.5.2.1. Objetivo Geral


O presente programa tem por objetivo prevenir, controlar e minimizar a
ocorrência de processos erosivos, assoreamento e de instabilização de
encostas e taludes na área onde será implantado o empreendimento, assim
como nas áreas adjacentes que poderão sofrer interferência do mesmo.
O programa também tem por objetivo a identificação, cadastramento e
acompanhamento de áreas potencialmente instáveis e o monitoramento dos
processos erosivos e de assoreamento identificados, promovendo as
manutenções necessárias, sejam de caráter preventivo e/ou corretivo para
minimizar a incidência destes processos, de modo a garantir a segurança e o
mínimo impacto ambiental durante toda a vida útil do empreendimento.

10.5.2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos do programa são:
+ Realizar o mapeamento geotécnico da ADA;
+ Caracterizar e hierarquizar detalhadamente as áreas críticas de
processos erosivos e de processos de instabilização de encostas e
taludes nas áreas onde as atividades de implantação e operação do
empreendimento serão executadas;
+ Definir as medidas de proteção para aplicação nos locais de alta
suscetibilidade e de criticidade relevante identificados;
+ Proteger as áreas críticas de erosão durante a construção e operação
do empreendimento;
+ Monitorar a estabilidade dos maciços rochosos ou de solos
+ Monitorar e controlar os processos erosivos e carreamento de
sedimentos, verificando-se se todos os dispositivos de contenção
foram convenientemente implementados;
+ Promover a restauração das áreas de forma contínua e sistemática, à
medida que forem desmobilizadas, evitando que o solo fique exposto;
+ Contribuir para a redução da carga sólida carregada pelas chuvas para
os cursos d’água, oriunda dos processos erosivos;
+ Evitar o assoreamento ou soterramento das drenagens e nascentes do
entorno;
+ Recuperar e/ou controlar feições erosivas já existentes na área.
+ Estabelecer ações para: (i) recuperação da cobertura vegetal em
taludes ao longo das áreas sob intervenção; (ii) recuperação dos
terrenos nas áreas alteradas pelas obras, proporcionando a
readequação ou melhoria das condições paisagísticas e de drenagem.

10.5.3. Abrangência e Público-Alvo


O programa aqui proposto está relacionado principalmente à Área
Diretamente Afetada – ADA, onde ocorrerão as principais atividades de
implantação, operação e desativação do Projeto DM1.
O público-alvo é representado pelos trabalhadores da Mineração Santa Elina,
das empresas terceirizadas que serão contratadas para a execução das

310
atividades, além da SEDAM (Secretaria de Estado e Desenvolvimento
Ambiental de Rondônia) e demais órgãos ambientais estaduais e municipais.

10.5.4. Metodologia e Descrição das Atividades


Para o controle e a manutenção dos processos erosivos e assoreamento, o
mais importante é evitar a ocorrência de fenômenos de instabilizações e de
exposição do solo. Para os processos erosivos é fundamental a instalação de
sistemas de drenagens que coletam e direcionam de maneira adequada as
águas pluviais.
Problemas envolvendo processos erosivos e instabilidades dos taludes
margeando as vias de acesso e taludes de materiais escavados durante o
processo de implantação e operação do empreendimento podem ser
atribuídos principalmente à disposição dos materiais em ângulos impróprios
(bermas e taludes), à implantação de sistemas de drenagem
subdimensionados, e a medidas mitigadoras ineficientes.
É de suma importância seguir os projetos detalhados de engenharia,
considerar as investigações realizadas, parâmetros geotécnicos definidos
para as condições locais e o diagnóstico do Meio Físico do presente estudo,
assim como realizar rotinas preventivas e de manutenção das estruturas de
contenção e sistemas de drenagem.
Considerando as diretrizes gerais expostas acima, cabe então seguir as
medidas mitigadoras abaixo relacionadas:
+ Elaboração de mapa geotécnico da ADA, incluindo a caracterização e
hierarquização das áreas críticas de processos de instabilização de
encostas e taludes. O mapeamento geotécnico deverá ser realizado
durante a etapa de planejamento do empreendimento e atualizado
periodicamente durante toda a implantação, operação e desativação.
+ Deposição dos materiais nas pilhas de estéril e de rejeito sempre de
forma ascendente e seguindo rigorosamente o projeto de disposição
de materiais;
+ Realização de cortes visando à readequação e atenuação de taludes,
buscando a harmonização da área com o relevo circundante e
inclinações das rampas;
+ Monitorar taludes e bermas em todas as áreas de lavra e pilhas de
modo a garantir que os parâmetros estabelecidos no planejamento de
lavra sejam seguidos;
+ Implantação de sistemas de drenagens (canaleta meia cana) nas áreas
das pilhas de estéril e rejeito, garantindo o direcionamento da água
pluvial para as áreas de tratamento e deságue;
+ Inspeção geotécnica periódica principalmente nas frentes de lavra,
pilha de estéril e rejeitos, e taludes de estradas.
+ Limitar a supressão de vegetação à largura necessária aos avanços das
frentes de lavra, disposição de estéril, disposição de rejeitos, e
abertura de acessos;
+ Aplicação de métodos mitigadores a fim de minimizar os processos de
erosão e escorregamento a montante e na cabeceira de cursos d’água
e linhas naturais de escoamento das águas, como promover a limpeza
das áreas de trabalho e gestão de resíduos sólidos gerados durante a

311
fase de implantação e operação, recuperação de áreas degradadas,
reafeiçoamento e recuperação vegetal da ADA;
+ Prever a aplicação de ações de caráter mitigador na recuperação de
áreas onde o solo encontra-se exposto, como taludes concluídos;
+ Limpeza e manutenção do sistema de drenagem, removendo-se os
sedimentos acumulados nas caixas de decantação, desobstruindo-se
canaletas, valetas e bueiros, porventura, assoreados;
+ Manutenção da pista de rolamento das estradas e acessos;
+ Realização das obras, preferencialmente, durante o período de
estiagem.
As medidas preventivas de controle e monitoramento propostas serão
detalhadas no Plano Básico Ambiental.

10.5.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
O acompanhamento deste programa será realizado através de vistorias em
campo, com registro fotográfico e preenchimento de fichas de inspeção,
sendo possível a comparação dos resultados obtidos entre as vistorias ao
longo do período de monitoramento do programa.
A identificação e o cadastro dos processos erosivos, de assoreamento e de
instabilização em campo se darão a partir de inspeção visual ao longo de
todas as estruturas que compõem o empreendimento.
Caso seja detectada alguma alteração significativa nos parâmetros
analisados, deverão ser indicadas medidas emergenciais preventivas e
corretivas, visando à adoção de soluções de estabilidade que atuará
diretamente nos agentes e causas da instabilização investigada.
O monitoramento é de suma importância porque configura-se em uma
ferramenta de análise da evolução da morfodinâmica durante a implantação
e operação do empreendimento, permitindo o reconhecimento de novos
processos do meio físico que poderão surgir, bem como permite verificar se
as ações implantadas para controle do processo estão sendo eficientes.
Os resultados serão, inicialmente, entregues mensalmente em forma de
relatórios internos, sendo que essa frequência poderá ser minimizada, de
acordo com a evolução e resultados das vistorias de campo.
Por meio da compilação de informações adquiridas ao longo do tempo e dos
relatórios internos, serão gerados os relatórios anuais.
Os indicadores de desempenho ambiental deste programa são:
+ Número de registros de processos erosivos e de instabilização de
encostas e taludes identificados antes do início das obras, durante as
obras de implantação e após a operação do empreendimento;
+ Número de ocorrências de aporte de sedimentos nos cursos d’água e
nascentes;
+ Número de áreas onde houve movimentação de terra;
+ Número de áreas sem cobertura vegetal e/ou com solo exposto;
+ Número de intervenções para correção de áreas de instabilização de
encostas e taludes;

312
+ Número de intervenções para manutenção e correção de estruturas de
controle da erosão e contenção de sedimentos;
+ Porcentagem de reincidência de processos em áreas manejadas; e
+ Número de monitoramentos realizados por ano e número previsto.

10.5.6. Duração e Etapa de Implementação


Este programa deverá ser executado a partir da etapa de planejamento (com
o mapeamento dos processos de meio físico pré-existentes), se estendendo
para a fase de implantação, operação, perdurando também na fase de
desativação, conforme cronograma abaixo.
Quadro 10.5.6-1 - Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Controle e
Monitoramento de
Processos Erosivos, n n n n
Assoreamento e
Estabilização de
Encostas e Taludes

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.5.7. Responsabilidades
Durante a implantação do empreendimento, a responsabilidade pela
implantação e execução do programa será da empresa contratada para a
realização das obras do empreendimento. No entanto, destaca-se que caberá
ao empreendedor a responsabilidade de gestão do programa. O
empreendedor deverá prover a empresa contratada com todas as instruções
necessárias para o cumprimento deste programa, além de exercer a
fiscalização para que a mesma execute-o da forma correta, havendo,
portanto, corresponsabilidade de ambos na execução do programa.
Já na etapa de operação e desativação, a responsabilidade de execução do
programa será do empreendedor, no caso, a Mineração Santa Elina.

10.5.8. Resultados Esperados


Com a implantação deste programa espera-se manter a integridade das áreas
que envolvam a limpeza e preparação dos terrenos para as áreas de lavra,
pilhas de estéril e rejeito, áreas de apoio, garantindo a estabilidade dos
taludes e minimizando a ocorrência de processos erosivos e, em
consequência, de assoreamentos de cursos d’água.
A implantação das metodologias indicadas deve ser suficiente no sentido de
prevenir e/ou mitigar possíveis problemas envolvendo sulcos, ravinas,
escorregamentos, deslizamentos, quedas, tombamentos e rolamentos de
blocos, rastejos de solo, fluxo de detritos e colapso de talude.

313
10.6. Programa de Monitoramento da Rede Hídrica

10.6.1. Justificativa
Durante a fase de implantação, operação e desativação do Projeto DM1 serão
realizadas atividades que poderão alterar a qualidade das águas superficiais,
além de promover variações das vazões dos cursos d’água presentes na área
do empreendimento.
As alterações da qualidade das águas superficiais estão associadas ao aporte
de cargas difusas transportadas pelos sedimentos e ao aporte de cargas de
origem pontual, representada pela geração de efluentes líquidos e resíduos
sólidos.
A vazão dos cursos d’água poderá ser afetada pela alteração da configuração
hídrica, necessária à implantação do empreendimento, assim como pela
captação de água prevista para ser realizada no Córrego DM1.
O presente programa propõe medidas preventivas e corretivas para os
impactos previstos, que deverão ser adotadas para minimizar a significância
ou mesmo evitar que esses impactos ocorram.

10.6.2. Objetivos

10.6.2.1. Objetivo Geral


O Programa de Monitoramento da Rede Hídrica tem como objetivo principal
o monitoramento da qualidade das águas superficiais e das vazões dos cursos
d’água e das nascentes durante as fases de implantação, operação e
desativação do empreendimento nos principais corpos d’água que poderão
ser impactados pelo empreendimento.

10.6.2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos do Programa de Recursos Hídricos são:
+ Estabelecer medidas preventivas e corretivas necessárias a
preservação dos recursos hídricos.

10.6.3. Abrangência e Público-Alvo


O corrente programa abrange a ADA e a AID do Projeto DM1, englobando os
principais cursos d’água e nascentes da área do empreendimento.
O público-alvo compreende além do empreendedor, principalmente os
usuários dos recursos hídricos incluindo as comunidades ou localidades do
entorno do empreendimento que utilizam direta ou indiretamente os cursos
d’água.
A seguir são apresentadas algumas ações, as quais foram agrupadas em dois
Subprogramas: Subprograma de Monitoramento da Vazão de Cursos d’Água
e Subprograma de Monitoramento da Qualidade da Água Superficial.

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10.6.4. Subprograma de Monitoramento da Qualidade da Água
Superficial
Conforme exposto anteriormente, durante as fases de implantação, operação
e desativação do empreendimento serão realizadas atividades que poderão
alterar a qualidade das águas superficiais devido à geração de cargas
pontuais e difusas.
As principais atividades que implicam na geração de cargas difusas estão
relacionadas à supressão de vegetação, ao decapeamento do solo, a
terraplenagem, a abertura de acessos, assim como a presença de estruturas
como pilhas de estéril e rejeitos, cujos sedimentos e/ou partículas sólidas
geradas, podem ser carreadas e depositadas nos cursos d’água e nascentes
adjacentes ao empreendimento.
No que se refere à geração de cargas pontuais, as principais fontes estão
relacionadas à geração de resíduos domésticos e industriais, representados
pelos rejeitos do processo de flotação do minério sulfetado de zinco e
chumbo. Assim como a geração de efluentes de origem doméstica das
instalações sanitárias que deverão ser instaladas em diversas áreas do
empreendimento (planta de beneficiamento de minério, vestiário e
escritórios) e a geração de efluentes industriais da área de oficina e lavagem
de carros e caminhões, da Unidade de Beneficiamento de Minério, além dos
efluentes acumulado nos sumps projetados. Neste caso, a alteração da
qualidade da água superficial poderá ser ocasionada pela manipulação e
armazenamento inadequados dos resíduos e efluentes, com consequente
lixiviação e percolação dos potenciais contaminantes que poderão atingir os
recursos hídricos adjacentes.
O presente subprograma propõe medidas preventivas a fim de minimizar as
alterações que poderão ocorrer nos recursos hídricos superficiais durante a
fase de instalação, operação e desativação do empreendimento.

10.6.4.1. Metodologia e Descrição das Atividades


Para a prevenção da alteração da qualidade das águas superficiais pelo aporte
de cargas difusas e pontuais deverão ser adotadas as medidas propostas nos
seguintes programas:
+ Programas de Programa de Gestão dos Resíduos Sólidos
+ Programa de Gestão de Efluentes Líquidos
+ Programa Controle Ambiental das Obras – PCAO
+ Programa de Monitoramento e Controle de Estabilidade das Encostas
Naturais e Taludes
+ Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos e
Assoreamento
Para o monitoramento da qualidade da água superficial serão realizadas
campanhas de amostragem nos principais cursos d’água da área do
empreendimento, cujos resultados deverão ser comparados com os valores
de referência para águas classe II da Resolução Conama 357/2005.

315
10.6.4.2. Indicadores Ambientais e Procedimentos para
Acompanhamento e Avaliação
Os indicadores de alteração da qualidade da água superficial na área do
empreendimento serão obtidos através dos resultados das medições dos
parâmetros físico-químico, estabelecendo um comparativo com os valores
orientadores da Resolução Conama 357/2005.
Periodicamente deverão ser entregues ao órgão ambiental relatórios e laudos
analíticos. Caso seja detectada alguma alteração significativa nos parâmetros
analisados, deverão ser indicadas medidas emergenciais preventivas e
corretivas, visando a preservação dos recursos hídricos superficiais em
estudo.
Os indicadores de desempenho ambiental deste programa são:
+ Número de registros em desconformidade com os valores orientadores
da Resolução Conama 357/2005;
+ Número de monitoramentos realizados por ano e número previsto.

10.6.5. Subprograma de Monitoramento de Vazão das Nascentes


e Cursos D’Água
Conforme detalhado na Caracterização do Empreendimento, a configuração
final da cava irá interferir no curso d’água que corta a ADA no sentido sul-
norte (Córrego DM1), bem como no córrego da porção oeste que corre para
a cava, afluente de margem esquerda do Córrego DM1, sendo necessário
implantar canais de desvio que resultarão na alteração da rede hídrica.
Também está previsto a captação de água no Córrego DM1, cuja água deverá
ser represada em reservatório com capacidade de 46.300 m³. O presente
subprograma propõe medidas preventivas a fim de minimizar as alterações
que poderão ocorrer nos recursos hídricos superficiais durante as fases de
instalação, operação e desativação do empreendimento.

10.6.5.1. Metodologia e Descrição das Atividades


O monitoramento da vazão dos cursos d’água deverá ser realizado por meio
de campanhas periódicas para medição de vazão. Tais campanhas poderão
ser realizadas em conjunto com as campanhas de qualidade da água,
considerando os principais pontos que poderão ser impactados. A definição
da malha amostral, periodicidade de amostragem, assim como da
metodologia que será utilizada para a medição das vazões será detalhada na
próxima etapa do projeto.
Conforme previsto na Caracterização do Empreendimento, a vazão sanitária
do Córrego DM1 deverá ser mantida, independentemente do nível do topo da
água no reservatório, com previsão de instalação de dreno de fundo no
reservatório.
Adicionalmente, deverão ser consideradas as atividades relacionadas à
prevenção de carreamento de sedimentos propostas no Programa Controle
Ambiental das Obras – PCAO, Programa de Monitoramento e Controle de
Estabilidade das Encostas Naturais e Taludes e no Programa de Controle e
Monitoramento de Processos Erosivos e Assoreamento.

316
10.6.5.2. Indicadores Ambientais e Procedimentos para
Acompanhamento e Avaliação
Os indicadores de alteração da vazão nos cursos d’água e nascentes da área
do empreendimento serão obtidos através dos resultados das medições do
fluxo d’água.
Periodicamente deverão ser entregues ao órgão ambiental relatórios e laudos
analíticos. Caso seja detectada alguma alteração significativa nas vazões,
deverão ser indicadas medidas emergenciais preventivas e corretivas,
visando à preservação dos recursos hídricos superficiais e a garantia dos usos
múltiplos da água.
Os indicadores de desempenho ambiental deste programa são:
+ Número de registros de vazões do Córrego DM1 abaixo da vazão
sanitária;
+ Número de monitoramentos realizados por ano e número previsto.

10.6.6. Duração e Etapa de Implementação


As ações propostas neste programa deverão ser implantadas durante as fases
de implantação, operação e desativação do Projeto DM1, conforme
cronograma a seguir.
Quadro 10.6.6-1 - Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Monitoramento da n n n
Rede Hídrica

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.6.7. Responsabilidades
A responsabilidade pela implantação do programa será do empreendedor, o
qual poderá contar com apoio de consultorias ambientais e laboratório de
análises físico-químicas e microbiológicas de água, com corresponsabilidade
dos órgãos ambientais para avaliação e fiscalização do programa.

10.6.8. Resultados Esperados


Com a adoção do presente programa espera-se identificar os atributos
associados à qualidade das águas superficiais, cujos resultados permitirão
indicar possíveis alterações dos recursos hídricos, permitindo a adoção de
medidas mitigadoras e compensatórias.
Também espera-se manter o controle continuado e a manutenção da vazão
das nascentes e cursos d’água de forma a reduzir a ocorrência de impactos
negativos. Ressalta-se que, com base nos resultados obtidos, deverá ser
feita, anualmente, uma reavaliação da periodicidade e das ações previstas
para o monitoramento.

317
10.7. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)

10.7.1. Justificativa
A elaboração de um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)
se justifica devido à necessidade de manter a integridade, estabilidade e
sustentabilidade dos ecossistemas e áreas influenciadas diretamente pelas
obras, de forma a mitigar os potenciais impactos ambientais oriundos da ação
antrópica presente na área. Impactos esses descritos como desconforto
ambiental e alteração da qualidade dos solos e recursos hídricos.
A instalação do empreendimento implica na limpeza do terreno, com
supressão de parte da vegetação existente e retirada do top soil, e de cortes
e aterros, ocasionando uma modificação do sistema de drenagem natural,
devido ao barramento, e ao desvio da drenagem principal e do afluente de
margem esquerda, e da estrutura dos solos.
Estas alterações promovem alterações significativas no uso original das terras
e gera efeitos degradadores que precisam ser contidos e/ou recuperados.

10.7.2. Objetivos

10.7.2.1. Objetivo Geral


O objetivo deste programa é estabelecer atividades cuja a finalidade seja a
recuperação das áreas degradadas pelo decorrer da implantação do
empreendimento. Para tanto, deverão ser estabelecidas propostas
necessárias à recuperação e recomposição dessas superfícies afetadas,
considerando seus diferentes graus de degradação ambiental, priorizando-se
aquelas mais críticas em termos de segurança operacional e aquelas que
visam a manutenção da qualidade ambiental da região.

10.7.2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos do programa são:
+ Estabelecer diretrizes para a recuperação das áreas alteradas pelas
obras, em especial ao que se refere às áreas de apoio e Áreas de
Preservação Permanente (APPs), visando proporcionar a readequação
ou melhoria das condições paisagísticas e das drenagens pré-
existentes, por meio de ações de reabilitação ambiental;
+ Promover o uso de práticas de conservação do solo e controlar
processos erosivos e instabilizações de encostas, por meio de ações
preventivas, de monitoramento e corretivas;
+ Estabelecer diretrizes para revegetação de áreas degradadas nas
diferentes fitofisionomias percorridas; e
+ Promover o reaproveitamento do material proveniente do resgate de
plântulas e sementes.

318
10.7.3. Abrangência e Público-Alvo
O programa aqui proposto está relacionado à Área Diretamente Afetada
(ADA) do empreendimento.
O público-alvo são os colaboradores da Mineração Santa Elina, das empresas
terceirizadas e da equipe de meio ambiente que estará frente ao programa
na sua execução e gestão.

10.7.4. Metodologia e Descrição das Atividades


Abaixo encontra-se uma síntese das atividades principais a serem
desenvolvidas no presente Programa:
+ Diretrizes de ações precedentes à recuperação das áreas degradadas,
a exemplo daquelas citadas no Programa de Controle e Monitoramento
de Processos Erosivos e Assoreamento;
+ Prever a aplicação de ações de caráter mitigador e implantação de
técnicas de engenharia para a recuperação de áreas onde o solo
encontra-se exposto, como taludes concluídos;
+ Implantação de sistemas de drenagem devidamente dimensionados;
+ Atividades de revegetação de taludes e de estruturas desativadas;
+ Indicação e seleção de espécies para o plantio e definição do tipo de
plantio;
+ aquisição de mudas;
+ Utilização de solo orgânico no intuito de impulsionar regeneração
natural através do banco de sementes existentes nesta camada de
solo;
+ Seleção final das áreas a serem recuperadas, com base em vistoria em
campo;
+ Reafeiçoamento dos terrenos das áreas desmobilizadas;
+ Recuperação da cobertura vegetal, conforme as seguintes atividades:
definição de época de plantio; preparo do terreno; alinhamento,
marcação e preparo de covas; distribuição das espécies; plantio;
coroamento; tutoramento; irrigação (se necessário); manutenção;
replantio; aplicação posterior de insumos; controle de espécies-
problema; controle de doenças e pragas; e
+ Atividades de enriquecimento e adensamento de áreas com espécies
vegetais nativas.

10.7.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
O acompanhamento deste programa será realizado através da comparação
dos resultados obtidos entre as campanhas ao longo do período de
monitoramento, seguindo sua periodicidade.
Os resultados serão, inicialmente, entregues mensalmente em forma de
relatórios internos, sendo que essa frequência poderá ser minimizada, de
acordo com a evolução da autonomia da vegetação e consequentemente com
a recuperação da área degradada.
Os relatórios anuais serão constituídos de uma compilação de informações
adquiridas ao longo do tempo e dos relatórios internos. Deverá

319
obrigatoriamente ser descrito, nestes relatórios anuais, de forma sucinta e
objetiva, o foco do programa que é a evolução da recuperação da área
degradada, lembrando-se de explicitar de forma clara o desempenho do
programa.
Os indicadores de desempenho ambiental deste programa são:
+ Mapa com área de lavra delimitada;
+ Razão entre área recuperada por área afetada;
+ Porcentagem de mudas que sobreviveram; e
+ Número de monitoramentos realizados por ano e número previsto.

10.7.6. Duração e Etapa de Implementação


Este programa deverá ser implementado na fase de implantação do
empreendimento, à medida que as áreas de apoio forem sendo desativadas
e que os taludes forem sendo concluídos, e deve se estender para a fase de
operação, perdurando também na fase de desativação, conforme cronograma
a seguir
Quadro 10.7.6-1 - Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Recuperação de Áreas n n n
Degradadas - PRAD

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.7.7. Responsabilidades
A execução deste programa será de responsabilidade do empreendedor, que
realizará a coordenação dos trabalhos de campo, a avaliação da aplicação de
medidas mitigadoras, bem como a revisão dos relatórios internos e do
relatório anual.

10.7.8. Resultados Esperados


Espera-se com este programa monitorar e garantir a recuperação de áreas
degradadas, bem como a manutenção das mesmas através de medidas de
controle, tanto dentro da área do empreendimento como em seu entorno
direto, visando à estabilidade e cobertura de terrenos.

320
10.8. Plano de Descomissionamento

10.8.1. Justificativa
O planejamento de fechamento de uma mina é primordial para o
estabelecimento de um projeto sustentável e com compromisso junto às
comunidades vizinhas e demais stakeholders para um encerramento seguro
e ambientalmente correto do projeto proposto.
Importante salientar que o planejamento de fechamento também se justifica
como início de uma base futura de gestão de garantia financeira a partir de
provisionamento de recursos para o descomissionamento. Este
provisionamento visará consolidar uma gestão financeira segura, fomentando
ações administrativas internas da empresa em busca de soluções e
otimização dos custos finais de fechamento, com consequente redução de
passivos ao longo de todo processo de produção. Isso permitirá que, ao final
da vida útil do Projeto DM1, os recursos financeiros para conclusão de todas
as atividades durante e pós-fechamento estejam assegurados.
Outro ponto a ser considerado na justificativa deste Plano de
Descomissionamento é que este é o primeiro passo no planejamento de
fechamento do Projeto DM1. Logo, este plano será objeto de atualização
periódica ao longo da vida útil do empreendimento. Isso se justifica devido
às mudanças técnicas, econômicas, ambientais e sociais que poderão ocorrer
e as quais o projeto estará submetido ao longo do período de produção
mineral. Além disso, devem-se levar em conta os anseios de todos os
stakeholders envolvidos no processo durante a elaboração de todas as
versões futuras de atualização deste plano.

10.8.2. Objetivos

10.8.2.1. Objetivo Geral


O objetivo principal do Plano de Descomissionamento é garantir, após o
encerramento das atividades do empreendimento na área, a estabilidade
física, química, social e biológica dos componentes diretamente ligados ao
projeto, de forma a eliminar ou mitigar qualquer tipo de passivo
remanescente para que a área afetada esteja disponível para o uso futuro
escolhido como mais apropriado.

10.8.2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos atrelados ao Planejamento de Fechamento da mina
são:
+ Fornecer condições e informações suficientes para que a operação do
empreendimento ao longo de sua vida útil seja realizada de forma a
atender as diretrizes adotadas pelo Plano de Descomissionamento;
+ Garantir a inclusão do conhecimento integrado sobre os ecossistemas
originais nas áreas circunvizinhas, de forma que a meta de restauração
das áreas possa ser direcionada, durante o processo de fechamento,
para próximo da situação pré-existente ao projeto;
+ Garantir o uso futuro mais adequado para a área ocupada pelo projeto;

321
+ Considerar a avaliação dos impactos, riscos e problemas de cada
alternativa de uso futuro avaliada para o projeto, de forma a se ter
subsídios suficientes para que a alternativa escolhida minimize ao
máximo os impactos socioambientais e reduza os riscos de passivo
ambiental e social;
+ Garantir a participação dos stakeholders durante todo o processo de
fechamento Projeto DM1 de tal forma que todos possam fazer parte da
solução final a ser adotada, desta forma, alcançando e uniformizando
os anseios da maioria;
+ Apresentar todos os programas necessários (físicos, bióticos,
socioeconômicos e de engenharia) para tornar a desativação do
empreendimento alinhada com as perspectivas do Plano de
Fechamento pensado;
+ Garantir o montante financeiro necessário para suprir todas as
necessidades advindas das atividades de fechamento do Projeto DM1,
de preferência, amortizando os custos de fechamento ao longo da vida
útil do empreendimento de tal forma a reduzir ao máximo o valor a ser
desembolsado na etapa de desativação;e
+ Garantir que resíduos sólidos, estéril e rejeito estejam contidos e
estabilizados física e quimicamente, de forma a evitar efeitos negativos
em longo prazo.
Vale ressaltar que os objetivos do descomissionamento do projeto necessitam
ser atualizados sempre ao longo do processo de planejamento de fechamento
do referido projeto, para que possa se adaptar a todas as mudanças que
ocorrerem ao longo da vida útil do empreendimento.

10.8.3. Abrangência e Público-Alvo


O planejamento de fechamento de uma mina exige a adoção de programas
específicos para atender às principais necessidades ambientais que surgem
principalmente no momento da desativação das estruturas componentes do
projeto e no pós-fechamento, onde deve ser garantida a estabilidade
ambiental e social da área ocupada pelo empreendimento.
Este programa tem como principais públicos-alvo:
+ As comunidades adjacentes que serão parcialmente afetadas
diretamente pelo fim das atividades do empreendimento em questão;
+ A Mineração Santa Elina, com o propósito de conceber um fechamento
equilibrado, realista e atingível, que possa ser financiado e sustentado
pela empresa, favorecendo a estabilidade ambiental da área afetada e
a imagem institucional da empresa;
+ O Poder Público sob a forma do governo municipal e estadual;
+ As entidades ambientais interessadas no cenário futuro a ser deixado
pelo empreendimento descomissionado, tais como comitês de bacia,
Ministério Público, organizações políticas, associações comunitárias,
entre outras de mesma natureza, que sempre exercem pressão sobre
o empreendedor e comumente apresentam conflitos de ideais e
pensamentos.

322
10.8.4. Metodologia e Descrição das Atividades

10.8.4.1. Princípios do Planejamento de Fechamento de Mina de


acordo com o Guia do IBRAM
Os princípios do planejamento de fechamento de mina são diretrizes focais
que têm a função primordial de garantir a estabilidade física, biológica e social
da área de inserção de um empreendimento mineral como é o caso do Projeto
DM1.
Estes princípios, de acordo com o Guia para Planejamento do Fechamento de
Mina (SÁNCHEZ et al, 2013) são os seguintes:
+ Proteção da qualidade ambiental, a segurança e a saúde públicas;
+ Garantia da recuperação das áreas degradadas, possibilitando um uso
futuro compatível com suas aptidões e restrições e com as demandas
locais e regionais; e
+ Alcance de uma situação Pós-Fechamento que constitua um legado
benéfico e duradouro para o ecossistema.

10.8.4.2. Abordagem Inicial do Planejamento de Fechamento de


Mina
De acordo com Sánches et al (2013), considera-se como desativação o
“período que tem início pouco antes do término da produção mineral
(encerramento) e se conclui com a remoção de todas as instalações
desnecessárias e a implantação de medidas que garantam a segurança e a
estabilidade das áreas, incluindo a recuperação ambiental e programas
sociais...”.
Logo, o Projeto DM1 deverá passar por uma fase de desativação assim que a
vida útil de sua mina atingir seu limite máximo. Com isso, devem ser
realizadas todas as medidas necessárias para que o fechamento do projeto
possa ser executado de forma tecnicamente segura, econômica e
principalmente ambientalmente equilibrado, para que seja promovida a
entrega da área aos cuidados do proprietário.
As alternativas de uso futuro de um empreendimento como o Projeto DM1
precisam considerar uma série de questões principalmente no que tange os
custos, benefícios, vantagens, desvantagens e riscos identificados para cada
alternativa. Somam-se a isso fatores legais e de política interna da própria
empresa.
Pela posição geográfica, em zona rural, distante de centro urbano, os espaços
lavrados não terão outra utilidade econômica e, portanto, a serventia futura
mais indicada será uma recuperação florestal do ambiente.
A proposta inicial será de deixar as áreas trabalhadas estáveis, sem perigo
de acidentes e que sirvam para atrair a fauna regional. Ou seja, propõe-se
que as áreas das Pilhas de Estéril e de Rejeito fiquem com bancos regulares,
intermediados por bermas de segurança, taludes suaves e vegetados.
Nos dois últimos anos de execução da lavra, os taludes e bermas deverão ser
revisados, para que fique o mais próximo possível da geometria projetada.

323
Ao aproximar-se do final das operações, todo o sistema de drenagem também
deverá ser revisado, acertando-lhes as geometrias projetadas, para a
máxima distribuição de fluxos e passagem de água por caminhos pouco
inclinados e com substratos mais consistentes, tudo visando à redução de
processos erosivos.
Uma inspeção geral também deverá ser feita nas águas acumuladas,
deixando apenas os sistemas considerados de água corrente e de rápida
infiltração. Isto para evitar focos de criação de mosquitos vetores de doenças
entre outros.
Promovidos todos estes trabalhos de recuperação, a área será cercada, com
proibição de entrada de gado ou equinos até sua completa recuperação
vegetal da área. Após o encerramento da atividade produtiva, o
empreendedor deverá dar manutenção aos serviços implementados, durante
ainda aproximadamente dois anos, finalizando o pós-fechamento após
verificação de que a área ocupada pelo Projeto DM1 adquiriu condições de
auto sustentabilidade.
Enfim, como antes explicado, todos os esforços deverão ser empreendidos no
sentido de deixar a área estável, com bom aspecto paisagístico e com
utilidades biológicas, resgatando, portanto, a função social da terra.
Algumas possibilidades de alternativas preliminares foram levantadas, mas
poderão sofrer alterações e deverão ser detalhadas com o andamento do
referido plano tendo em vista mudanças de engenharia, questões ambientais,
econômicas, tecnológicas ou de anseios dos envolvidos no fechamento do
projeto em questão. Da mesma maneira, também serão detalhadas e mais
bem discutidas durante o planejamento de fechamento. Estas estão descritas
a seguir:

10.8.4.2.A. Cava
Quando da abertura da cava, ela interseccionará o leito do córrego sul-norte
(Córrego DM1), sendo então executado um canal desde o pé do barramento
(dique), que contornará a cava da mina, de forma a desaguar logo a jusante
da cava, retornando as águas ao leito original do córrego, ainda dentro do
empreendimento. O córrego desviado permanecerá dessa forma após o
fechamento da mina, na bancada com El. 285,00.
Com o esgotamento da cava surge a possibilidade de preenchimento da
mesma com o estéril que foi empilhado próximo à cava, facilitando sua
reposição na cava ao fim das operações do beneficiamento.
O preenchimento de estéril na cava será parcial e as pequenas porções
expostas das frentes de lavra serão objeto de reabilitação de áreas
degradadas, não havendo previsão para outro uso futuro. Com a interrupção
das atividades e consequentemente do bombeamento da água subterrânea,
ocorrerá o preenchimento da cava com água, até a formação de um lago.
Conforme figuras abaixo, entre o lago e a bancada 285 da cava experimental
onde o córrego será desviado, haverá uma barreira física composta por solo
local proveniente da pilha de estéril, com objetivo de evitar o contato entre
essas águas. Assim, completa-se o quadro de atendimento às boas práticas
operacionais e de recuperação da área lavrada.

324
Figura 10.8.4-1 - Imagem Ilustrativa do Layout de Descomissionamento - Vista para SE

Fonte: Mineração Santa Elina, 2018.

325
Página em branco

326
Figura 10.8.4-2 - Imagem Ilustrativa do Layout de Descomissionamento - Vista da Pilha de Backfill desde o Interior da Cava

Fonte: Mineração Santa Elina, 2018.

327
Página em branco

328
Figura 10.8.4-3 - Imagem Ilustrativa do Layout de Descomissionamento - Pilha de Rejeitos da Usina Recuperada

Fonte: Mineração Santa Elina, 2018.

329
Página em branco

330
Figura 10.8.4-4 - Imagem Ilustrativa do Layout de Descomissionamento - Vista desde o Topo da Pilha de Rejeitos para NW

Fonte: Mineração Santa Elina, 2018.

331
Página em branco

332
10.8.4.2.B. Pilhas de Estéril
Os materiais estéreis da mina formarão duas pilhas que serão eternizadas
com o encerramento da lavra. Elas serão divididas em pilha norte/noroeste
composta por solo e pilha sul/sudoeste composta em sua maioria por rochas.
Ambas contarão com drenos para direcionamento das águas pluviais até
tanques de contenção.
Para estas estruturas não há previsão de uso futuro da área, para fins
econômicos. Apenas trabalhos de estabilização física serão realizados, com a
área sendo enfim revegetada, para a mais perfeita integração com o
ambiente regional.
O recobrimento vegetal das superfícies diminuirá o impacto visual e a erosão
do material pela água pluvial. O recobrimento vegetal dos taludes
compreende também a incorporação do solo orgânico ora decapeado durante
a etapa inicial das movimentações de terra e espera-se que o banco de
sementes possa corroborar para reintrodução da flora local.

10.8.4.2.C. Pilha de Rejeito


Assim como nas Pilhas de Estéril, a Pilha de Rejeito deverá passar por
trabalhos de estabilização física, com a revegetação da área, para a mais
perfeita integração com o ambiente regional.
Importante destacar que na base da pilha será implantada uma canaleta de
drenagem direcionada para um tanque (sump), em que toda a água
percolada da pilha do rejeito será analisada. Quando do encerramento do
projeto, os sumps permanecerão na área, e com isso, serão realizadas
amostragens semestrais, até que se atinja a estabilidade da área.

10.8.4.2.D. Obras Civis e Equipamentos


As construções civis executadas para atender a infraestrutura básica da mina,
os equipamentos fixos, os equipamentos móveis, etc, deverão ser
desativadas ao final das operações.
Como as estruturas do projeto estão localizadas em área rural, não há
possibilidade de uso futuro e, portanto, a melhor alternativa será a remoção
dessas estruturas e, posteriormente, o local deverá ser recuperado e
vegetado.

10.8.4.2.E. Empregados e Comunidade


A operação de um empreendimento mineiro é uma fonte de emprego direto
e um apoio para a economia local, fonte de emprego indireto.
No planejamento para fechamento da mina, com relação aos empregados
deve-se ter por objetivo a recolocação dos empregados em outro emprego
ou relocação dentro da mesma empresa. No caso específico do Projeto DM1
deve-se realizar ações de apoio à mão de obra, visando dar apoio à relocação
dos funcionários no mercado de trabalho.

10.8.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação

333
Para acompanhamento deste programa serão elaborados relatórios anuais
sintetizando a execução das atividades do Plano de Descomissionamento. A
partir da avaliação de eficácia das ações adotadas eventualmente podem ser
propostas medidas corretivas que se fizerem necessárias e manter aquelas
que comprovarem a sua eficácia. Salienta-se que as ações indicadas poderão
sofrer eventuais ajustes neste planejamento, os quais serão devidamente
informados no relatório anual.
O relatório anual a ser encaminhado ao órgão ambiental abrangerá as ações
realizadas no período do ano anterior.
Os indicadores de desempenho ambiental deste programa são:
+ Número de áreas recuperadas; e
+ Número de áreas que estão sem cobertura vegetal e/ou com solo
exposto.

10.8.6. Duração e Etapa de Implementação


O Plano de Descomissionamento em caráter preliminar e, posteriormente,
conceitual, será desenvolvido para todo o projeto e poderá sofrer alterações
ao longo da vida útil do empreendimento, consequência de ajustes de
atividades neste período ou mudanças internas e/ou externas de ordem
técnica, econômica, ambiental e social.
Apesar de ser planejado durante toda a vida útil do empreendimento, a
execução do programa ocorrerá após a conclusão das atividades
operacionais, ou seja, na fase de desativação do projeto.
Quadro 10.8.6-1 – Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Descomissionamento n

10.8.7. Responsabilidades
Durante a implantação do empreendimento, a responsabilidade pelas
atividades de fechamento da mina será do empreendedor, no caso a
Mineração Santa Elina.
O empreendedor deverá prover a empresa contratada com todas as
instruções necessárias para o cumprimento deste programa, além de exercer
a fiscalização para que a mesma execute-o da forma correta, havendo,
portanto, corresponsabilidade de ambos na execução do programa.

10.8.8. Resultados Esperados


Com a realização deste programa espera-se que o empreendimento tenha
um encerramento seguro e ambientalmente correto, garantindo o uso futuro
mais adequado para a área ocupada pelo projeto.

334
10.9. Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)

10.9.1. Justificativa
Este Programa de Gerenciamento de Riscos foi elaborado para prevenção de
acidentes ampliados nas instalações e atividades que serão realizadas nas
instalações do Projeto DM1, bem como preparo para resposta emergencial
em caso de eventos acidentais internos nas instalações.

10.9.2. Objetivos

10.9.2.1. Objetivo Geral


O objetivo geral do Programa de Gerenciamento de Riscos é prover as
diretrizes básicas e orientações gerais voltadas a prevenção e controle de
acidentes que possam ocorrer nas instalações e atividades que serão
realizadas no Projeto DM1.

10.9.2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos deste programa estão relacionados com a melhoria
da segurança operacional da instalação, a diminuição das condições propícias
a ocorrência de acidentes e a segurança dos colaboradores, da comunidade,
do meio ambiente e dos equipamentos da instalação, sendo realizado por
meio de:
+ Adoção de diretrizes para realização de atividades;
+ Estabelecimento de procedimentos e instruções de trabalho;
+ Familiarização em relação aos riscos impostos;
+ Capacitação dos colaboradores por meio de treinamentos;
+ Definição de responsabilidades aos colaboradores e/ou áreas; entre
outras atividades voltadas a prevenção da ocorrência de acidentes na
instalação.
Assim, este programa foi estruturado de forma a apresentar as ferramentas
e métodos necessários para contemplar tais ações.

10.9.3. Abrangência e Público-Alvo


Este Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) tem abrangência em todas
as instalações e equipamentos internos ao Projeto DM1 –.
O emprego deste, ou de parte, em outras unidades ou instalações não
abordadas neste documento, não garante a obtenção de condições
operacionais seguras.
O público alvo deste Programa de Gerenciamento de Riscos são os
gestores/supervisores/responsáveis pelas áreas envolvidas com as
operações, manutenções, segurança dos colaboradores, meio ambiente,
capacitação de colaboradores internos e terceirizados, entre outros, conforme
indicação nos itens deste PGR, devendo estes serem definidos quando da
implantação deste programa.

10.9.4. Metodologia e Descrição das Atividades

335
O escopo deste Programa de Gerenciamento de Riscos abrange tanto o
conteúdo apresentado pela Norma Cetesb P4.261 – Risco de Acidente de
Origem Tecnológica – Método para decisão e termos de referência, como
também a Norma API (American Petroleum Institute) RP 750 –
Recommended Practice - Management of Process Hazards, sendo este:
+ Informações de Segurança do Processo;
+ Revisão dos Riscos de Processo;
+ Gerenciamento de Modificações;
+ Manutenção e Garantia da Integridade de Sistemas Críticos;
+ Procedimentos Operacionais;
+ Revisão de Segurança;
+ Práticas de Trabalho Seguro;
+ Capacitação dos Colaboradores;
+ Investigação de Incidentes;
+ Auditoria do PGR; e
+ Plano de Ação de Emergências.
Os itens que compõem esta diretriz de Programa de Gerenciamento de Riscos
estão desenvolvidos a seguir, devendo estes serem considerados para
implantação deste PGR quando da etapa de Licença de Operação do Projeto
DM1.

10.9.4.1. Informações de Segurança do Processo


As informações de segurança do processo são constituídas de:
+ Equipamentos e Processos: contém as informações dos processos de
lavra e beneficiamento, assim como processos auxiliares, e
equipamentos presentes na instalação, bem como a referência aos
documentos e desenhos aplicáveis a mesma;
+ Informações das Substâncias Químicas Presentes na Instalação:
aborda as principais características das substâncias químicas perigosas
presentes na instalação (aplicados na usina de beneficiamento e
armazenadas no paiol de explosivos) e a interação/reatividade entre
estas;
+ Limites Operacionais: apresenta os limites para operação segura de
cada sistema/equipamento, assim como os possíveis desvios, suas
respectivas consequências e os meios de proteção presentes para
prevenção e/ou mitigação dos danos;
+ Sistemas de Controle: apresenta os sistemas voltados ao controle de
geração e disposição/destinação de resíduos e efluentes (sólidos,
líquidos e gasosos); e
+ Responsabilidades: são relacionadas as responsabilidades empregadas
a cada área, setor ou colaborador da unidade para manutenção deste
item do PGR.

336
10.9.4.2. Equipamentos e Processos
Neste item deverão ser apresentadas as principais informações acerca dos
processos que serão realizados no Projeto DM1, assim como a localização dos
fluxogramas de processo, P&IDs, projetos, memoriais descritivos, normas e
códigos, entre outros.
Deverão ser definidos os responsáveis pela manutenção e atualização das
informações de processos, incluindo a documentação aplicada/relacionada
aos mesmos, e as formas de solicitação de revisão destes documentos.
Também deverão estar relacionados os procedimentos e diretrizes que
norteiam a revisão das informações/documentos de processo (memoriais
descritivos, fluxogramas de processo, P&ID, layouts, normas e códigos
aplicáveis às unidades industriais do Projeto DM1, entre outros.

10.9.4.3. Informações das Substâncias Químicas Presentes na


Instalação
Neste item deverão ser apresentadas as informações necessárias para
compreensão dos principais riscos impostos por cada uma das substâncias
químicas armazenadas, manipuladas e/ou geradas durante a etapa de
beneficiamento do minério e armazenamento de explosivos em paiol, em
função de suas características, propriedades e reatividades e/ou interações
químicas entre estas.
Além disto deverão ser identificados os locais de armazenamento, geração e
manipulação provisórios e definitivos das substâncias químicas (incluso
explosivos), os volumes armazenados, as formas de armazenamento e as
formas de recebimento destes produtos.
Antes do início das operações do empreendimento deverão ser definidos as
áreas/setores/colaboradores responsáveis pelo armazenamento,
disponibilização e manutenção das FISPQs (Fichas de Informação de
Segurança dos Produtos Químicos) e Fichas de Emergência, devendo as
mesmas serem solicitadas aos respectivos fornecedores.
As Fichas de Emergência das substâncias químicas, contendo os principais
riscos, os meios de socorro às vítimas e os modos de atuação em caso de
emergência, deverão estar dispostas próximos aos locais de manuseio e
armazenamento destas substâncias, antes do início das atividades.
As tabelas a seguir são exemplos a serem adotados para apresentação das
informações relativas às substâncias químicas, devendo ser indicada a
relação de químicos, o inventário armazenado e o tipo de armazenamento e
o local de armazenamento e/ou movimentação.
É recomendado que sempre que introduzida uma nova substância na
instalação sejam analisadas suas características e propriedades para
avaliação quanto à reatividade química em relação às demais
substâncias/produtos já presentes na mesma, assim como a capacidade de
resposta emergencial (recursos humanos e materiais, treinamento, ações de
resposta, etc) a cenários de vazamentos, incêndios/explosão e/ou geração
de novas substâncias em função da interação química entre estas.

337
Tabela 10.9.4-1 - Relação de substâncias químicas presentes na Unidade

Local de
Quantidade /Forma de
Substância Química Armazenamento /
Armazenamento
Movimentação

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.9.4.4. Limites Operacionais


Neste item deverão ser apresentados os limites operacionais dos
equipamentos críticos presentes na operação das diversas Unidades do
Projeto DM1, bem como as consequências provenientes da ocorrência de
desvios nos mesmos e os meios de proteção presentes para prevenção e/ou
mitigação dos danos.
A indicação deverá ser realizada de forma clara e objetiva, sendo que para
isto poderá ser feito o uso de tabelas, como a apresentada a seguir, pela
indicação de documentos presentes no empreendimento que contemplem
este tipo de informação ou pela realização de estudos de desvios (HazOp)
nas áreas em que estarão presentes tais equipamentos.
Tabela 10.9.4-2 - Limites operacionais e consequências dos desvios

Limites Consequências Meios


Área /
Equipament Parâmetr de
Projet
o / TAG o Inferio Superio Diminuiçã Aument Proteçã
o
r r o o o

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

Deverão ser definidos os responsáveis pela atualização destas informações,


bem como apresentados os documentos (procedimentos, instruções e/ou
especificações técnicas) contendo as informações utilizadas para composição
deste item.

10.9.4.5. Sistemas de Controle


Neste item deverão ser apresentados os procedimentos e sistemas voltados
à redução, gerenciamento e disposição dos resíduos e efluentes (sólidos,
líquidos e gasosos) gerados durante as operações das unidades do Projeto
DM1.
A identificação dos meios de controle deverá ser realizada de forma clara e
objetiva, sendo que para isto poderá ser feito o uso de tabelas como a
apresentada a seguir.

338
Tabela 10.9.4-3 - Sistemas de controle de resíduos e efluentes

Fonte Forma Equipamento Procedimento


Tipo de Forma de Destinação
Geradora / de / Sistema de / Instrução
Emissão Monitoramento Final
Localização Controle Tratamento Aplicável

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

É importante que sejam definidos procedimentos/instruções para


monitoramento e controle das emissões, estando indicadas as formas de
controle das periodicidades para realização/acompanhamento das medições
e registros das mesmas.
Deverão ser definidos os responsáveis pela atualização destas informações,
bem como os responsáveis pelo controle e monitoramento das emissões.
O descarte dos efluentes deverão estar em concordância com a Resolução
CONAMA n°. 430/11, a qual complementa e altera a Resolução CONAMA nº.
357/05, assim como em conformidade com demais legislações aplicáveis.

10.9.4.5.A. Responsabilidades
Este item tem por objetivo definir as responsabilidades empregadas para
manutenção das Informações de Segurança do Processo deste Programa de
Gerenciamento de Riscos.
Como o empreendimento ainda não se encontra instalado não é possível
definir nesta etapa as responsabilidades que devem ser empregadas a cada
área, setor ou colaborador relativas a este item do Programa de
Gerenciamento de Riscos.
Desta forma são apresentadas a seguir apenas a relação de
responsabilidades, sendo que, quando da consolidação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos, deverão ser definidos os responsáveis pela
manutenção e controle de cada um dos itens relacionados.
+ Disponibilização, manutenção e atualização das FISPQs (Fichas de
Informação de Segurança de Produtos Químicos) das substâncias
armazenadas, manipuladas e/ou geradas, incluso explosivos, nas
operações do Projeto DM1;
+ Disponibilização, manutenção e atualização das Fichas de Emergência
em área, contendo informações sobre os principais riscos, meios de
controle e combate emergencial para as substâncias armazenadas,
manipuladas e/ou geradas, incluso explosivos, nas operações do
Projeto DM1;
+ Manutenção e atualização das informações das substâncias químicas
apresentadas neste PGR;
+ Manutenção e atualização da documentação relativa às instalações e
processos realizados (layouts, descritivos, projetos, fluxogramas,
especificações técnicas, códigos e normas, entre outros);

339
+ Manutenção dos equipamentos e sistemas operando dentro dos limites
operacionais apresentados;
+ Revisão/adequações dos parâmetros de processo, seus limites e
consequências, apresentados neste PGR;
+ Revisão/atualização dos meios de proteção voltados a prevenção e/ou
mitigação dos danos decorrentes dos desvios de processo;
+ Manutenção dos procedimentos e sistemas de controle de resíduos e
efluentes;
+ Avaliação da efetividade dos procedimentos e sistemas voltados ao
controle de resíduos e efluentes do empreendimento.

10.9.4.6. Revisão dos Riscos


O objetivo da Revisão dos Riscos é avaliar as possibilidades de materialização
dos perigos inerentes às operações desenvolvidas no durante a etapa de
operação do Projeto DM1, servindo como base para implantação e/ou
adequação de procedimentos e sistemas de segurança do mesmo, e também
para a revisão dos procedimentos e ações consideradas durante a elaboração
do Plano de Ação de Emergência – PAE, além de fundamentar os cenários de
base para o Plano de Contingência Socioambiental.

10.9.4.6.A. Periodicidades
A revisão dos riscos das atividades do empreendimento deverá ser realizada
periodicamente, sendo aplicada com o seguinte critério:
+ Sempre que houver modificações nas instalações, tais como:
+ Adição ou retirada de novos equipamentos;
+ Introdução de novas operações/atividades;
+ Adição, retirada ou paralisação de sistemas de controle emergencial;
+ Modificações nos procedimentos operacionais e instruções de trabalho;
+ Mudança de tecnologia operacional;
+ Armazenamento, transferência e/ou geração de novas substâncias
químicas;
+ Aumento ou diminuição das capacidades de armazenamento de
substâncias.
+ Em caso de retorno de paralisação das instalações, ou de parte do
processo, por período superior a seis meses;
+ Em quaisquer situações em que possa haver imposição de riscos à
instalação, colaboradores, meio ambiente e/ou comunidade, diferentes
àqueles já mapeados;
+ Ao menos a cada 5 anos, quando não houver incidência de nenhuma
das condições apresentadas anteriormente; e
+ A revisão dos riscos deverá ser realizada, preferencialmente, enquanto
a modificação encontrar-se em fase de planejamento, com o objetivo
de avaliar os riscos antes da implantação da modificação.

340
10.9.4.6.B. Procedimento para Realização de Revisões dos
Riscos
A revisão dos riscos das atividades do Projeto DM1 deverá ser realizada com
base na Análise de Riscos já elaborada para avaliação dos riscos decorrentes
de acidentes ampliados durante a etapa de operação (apresentada em
relatório a parte) ou por meio das técnicas de identificação de perigos.
Alterações que impliquem na possibilidade de aumento dos riscos de
processo, tais como introdução de novas substâncias perigosas, incluso
explosivos e acessórios, aumento de inventário, aumento de capacidade
produtiva, ampliação dos limites de processo, uso de outros equipamentos
ou sistemas de transporte não previstos para a etapa de operação, entre
outros, deverão ser precedidas da elaboração ou revisão da Análise de Riscos.
Já alterações de procedimentos, introdução de novos sistemas de segurança,
avaliação de tarefas ocupacionais, desativação de equipamentos operacionais
e unidades produtivas, entre outros, deverão ser precedidas de, pelo menos,
uma identificação dos perigos.
Na Análise de Riscos de acidentes ampliados elaborada foram identificadas
oportunidades de melhorias para os processos, instalações e capacitação, as
quais se consideradas/adotadas certamente trarão condições mais seguras.
As oportunidades de melhorias estão apontadas diretamente no relatório de
Análise de Riscos.
Toda Análise Preliminar de Riscos (APR) e/ou Análise de Riscos elaborada
deverá permanecer atualizada e disponibilizada para consultas e
conhecimento dos colaboradores. Para isto deverá ser designado uma
área/setor/colaborador responsável pela atualização e disponibilização dos
mesmos.
Processos de revisão dos riscos iniciados a partir do procedimento de gestão
de modificações da unidade deverão ser conduzidos conforme as diretrizes
estabelecidas no item Gerenciamento de Modificações, deste PGR.
Já processos de revisão dos riscos, motivados por outros meios que não o
gerenciamento de modificações, deverão ser iniciados e registrados pela
área/setor/colaborador responsável pela atualização e disponibilização
destes.
Neste caso cabe a este responsável dar início ao processo de revisão dos
riscos, reunindo as partes interessadas em um Grupo de Trabalho com
representantes operacionais e de manutenção das áreas envolvidas nos
processos analisados, o responsável/encarregado pela realização dos serviços
analisados e um colaborador da área/setor de meio ambiente e saúde e
segurança ocupacional, devendo a realização desta reunião constar em ata.
Toda situação de risco classificada como não aceita somente poderá existir
na instalação após a implantação de medidas/meios de mitigação e avaliação
e registro da efetividade das mesmas.
Caberá a equipe responsável pela revisão dos riscos o estabelecimento das
medidas e avaliação e registro em relação à efetividade destas.
Toda situação nova de risco identificada, ou implantação de medidas/ações
de redução, deverá ser divulgada a todas as áreas/setores/colaboradores

341
envolvidos com as atividades realizadas, devendo os mesmos estarem cientes
de seu potencial de danos.
A divulgação destas informações deverá ser realizada por meio de murais de
aviso, documentos para conhecimento, correios eletrônicos, avisos por meio
de sistemas de gestão de documentos, reuniões operacionais e/ou de
segurança, entre outros, ficando esta a cargo dos responsáveis pelas áreas
envolvidas/afetadas.
Toda situação de risco identificada deverá ser avaliada em relação a
necessidade de adequação do Plano de Ação de Emergências da do
empreendimento.

10.9.4.6.C. Responsabilidades
Este item tem por objetivo definir as responsabilidades empregadas para
assegurar a manutenção/atualização da identificação e avaliação dos riscos
de processos no Projeto DM1.
Como o empreendimento ainda não se encontra instalado, não é possível
definir nesta etapa as responsabilidades que devem ser empregadas a cada
área, setor ou colaborador, relativas a este item do Programa de
Gerenciamento de Riscos.
Desta forma são apresentadas a seguir apenas a relação de
responsabilidades, sendo que, quando da consolidação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos, deverão ser definidos os responsáveis pela
manutenção e controle de cada um dos itens relacionados.
+ Identificação da necessidade de elaboração, atualização e revisão de
Estudos de Análise de Riscos e Análises Preliminar dos Riscos;
+ Acompanhamento da realização de Análise de Riscos nas
áreas/instalações do empreendimento;
+ Elaboração dos Planos de Ação contendo as medidas identificadas nos
processos de revisão dos riscos;
+ Implantação e avaliação da efetividade de medidas mitigadoras
apontadas nos Planos de Ação;
+ Mapeamento dos riscos ocupacionais;
+ Gestão dos riscos ocupacionais, com acompanhamento da implantação
e efetividades das medidas mitigadoras apontadas nos levantamentos
realizados.

10.9.4.7. Gerenciamento de Modificações


O gerenciamento de modificações nas instalações tem como objetivo avaliar
a modificação proposta em relação à sua eficiência, aspectos e riscos.
Deve ser entendido por modificação toda e qualquer alteração feita nas
instalações físicas, processos ou equipamentos, as quais descaracterizem o
projeto/instalação inicial, independente da necessidade de revisão de
documentos.
Além disso, devem ser consideradas como modificações:
+ Alterações no layout das instalações;

342
+ Alterações de matérias-primas ou de fornecedores, contemplando os
inventários presentes e as formas de recebimento destas;
+ Alterações dos meios de controle dos processos (softwares e
equipamentos de controle);
+ Alterações dos processos realizados na instalação;
+ Implantação e/ou retirada de equipamentos da instalação;
+ Alterações nas ações preconizadas nas instruções de trabalho e
procedimentos de operação, manutenção e segurança da unidade;
entre outras ações que possam acarretar, diretamente ou
indiretamente, no aumento ou redução dos riscos impostos pelas
instalações e/ou atividades desenvolvidas.
O gerenciamento de modificações estabelece as ações que devem ser
desencadeadas quando da realização de alterações/modificações temporárias
ou permanentes ou no modo operacional, buscando minimizar ao máximo
eventuais situações de risco que possam ser geradas pelo desconhecimento
da situação presente.
Sendo assim, este item do PGR estabelece:
+ Solicitação e registro das alterações;
+ Divulgação das alterações;
+ Armazenamento da documentação;
+ Obtenção de licenças junto aos órgãos ambientais.

10.9.4.7.A. Solicitação e Registro das Alterações


Toda alteração/modificação realizada no empreendimento, seja por
implantação de novos equipamentos/sistemas de controle, alteração de
parâmetros operacionais ou substituição de equipamentos/sistemas de
controle, deverá ser registrada em documento específico e avaliada por um
Grupo de Trabalho composto de, pelo menos, colaboradores da área/setor
operacional responsável por esta.
Para isto deverá ser criado um procedimento específico para o gerenciamento
de modificações na instalação, contemplando meios para registro da
solicitação e da análise realizada, bem como registro da autorização, ou não,
da alteração/modificação em questão.
Neste procedimento deverá estar explicitado o fluxo das informações do
gerenciamento de modificações, de forma que este seja respeitado em todas
as etapas de avaliação.
Estes documentos deverão estar disponíveis para todos os colaboradores da
Mineração Santa Elina, de modo que o registro de solicitação de alteração
possa ser aberto a qualquer instante, evitando a ocorrência de alterações não
autorizadas.
Em se tratando de modificações temporárias, deverá ser prevista uma data
ou período para retorno da condição anterior, sendo estas identificadas no
formulário de registro aberto.
Durante a avaliação da modificação/alteração proposta deverão ser
analisadas e consideradas as alterações nos riscos impostos em função
destas. Para isto deverá se observar o procedimento para realização da
revisão de riscos do processo apresentado no item “Revisão dos Riscos” deste

343
PGR, bem como os limites de cada parâmetro operacional dos equipamentos
da instalação, as possíveis consequências de seus desvios e os meios de
controle existentes, a serem registrados e mantidos atualizados no item
“Informações de Segurança do Processo” do PGR.
Quando autorizada uma alteração/modificação, esta deverá ser programada
junto ao encarregado/responsável pela respectiva área/setor, devendo ser
providenciada a revisão ou elaboração dos procedimentos e instruções
operacionais e documentos de engenharia (layouts, fluxogramas, memoriais
descritivos, projetos de hidráulica, mecânica, civil e elétrica, entre outros) e
a capacitação/treinamento dos colaboradores envolvidos com a operação e
manutenção do novo sistema/equipamento/instalação.
Além disso, para o início/retorno das operações deverá ser observado o
atendimento do item Revisão de Segurança, deste PGR.
No caso de alterações/modificações em equipamentos, sistemas ou
instalações que tenham sido realizadas sem o devido registro de solicitação
e/ou autorização, estas devem ser avaliadas quanto a sua aplicabilidade e
riscos envolvidos, com a devida segurança operacional, retomando a
condição anterior de operação em caso de inadequação.

10.9.4.7.B. Divulgação das Alterações


Sempre que realizada uma alteração/modificação nas instalações esta deverá
ser divulgada a todos os colaboradores, independentemente ou não destes
realizarem ações/atividades relacionadas aos sistemas, equipamentos ou
instalações envolvidas com estas.
A divulgação das alterações/modificações deverá ser realizada quando
aprovada a implantação destas, por meio de murais de aviso, documentos
para conhecimento, correios eletrônicos, avisos por meio de sistemas de
gestão de documentos, reuniões operacionais e/ou de segurança, entre
outros, ficando esta a cargo dos responsáveis pelas áreas/setores envolvidos
com a alteração solicitada.
Em relação aos colaboradores com ações/atividades relacionadas aos
sistemas, equipamentos ou instalações envolvidas com as
alterações/modificações, estes deverão ser capacitados/treinados para
desempenhar suas atribuições, devendo para isto serem providenciados
treinamentos específicos que possam não estar contemplados no
Cronograma/Plano Anual de Treinamento.
No caso de alterações/modificações temporárias, no formulário de solicitação
de alteração deve ser informada a data de início e de retorno à condição
anterior, sendo realizada uma nova divulgação quando da finalização desta.

10.9.4.7.C. Armazenamento da Documentação


Toda solicitação de alteração/modificação deve ser registrada nos respectivos
documentos/formulários a serem indicados pelo procedimento de
gerenciamento de modificações a ser elaborado e implantado no
empreendimento.
Neste procedimento deverão estar descritas as responsabilidades pela
condução do fluxo do processo de gerenciamento das modificações, pela

344
autorização, ou não, da implantação da alteração/modificação solicitada, pela
avaliação da efetividade do sistema, equipamento ou instalação proposto e
pelo arquivamento e manutenção dos documentos/formulários de registro
dos processos de gerenciamento de modificações.
Estes documentos deverão ser disponibilizados, quando solicitado, para
consulta dos demais colaboradores, assim como o andamento do processo
deverá ser informado ao proponente da alteração/modificação sempre que
solicitado.
No caso de alterações temporárias, a documentação relativa à condição
passageira deverá ser mantida somente enquanto da duração desta, devendo
esta ser arquivada como encerrada após o retorno da condição original.

10.9.4.7.D. Obtenção das Licenças Junto ao Órgão Ambiental


Alterações definitivas nas instalações, e que possam ter impacto ao meio
ambiente como fontes potencialmente poluidoras, podem descaracterizar a
licença ambiental concedida à instalação.
Sendo assim, alterações na instalação que impliquem em ampliação ou
modificação dos parâmetros operacionais devem ser comunicadas, de
imediato, ao órgão ambiental competente para avaliação e direcionamento
da conduta a ser seguida.
Caso seja necessária a apresentação de informações para obtenção de novas
licenças, estas deverão ser reunidas e encaminhadas ao órgão ambiental.
Obtidas, as licenças de instalação e operação deverão permanecer
armazenadas e atualizadas na Mineração Santa Elina, juntamente com as
demais licenças, certidões e documentos necessários para operação da
instalação.
A validade das licenças, certidões e demais documentos necessários para
operação do empreendimento deverão ser controlados, sendo estes mantidos
atualizados e válidos evitando a autuação e paralisação das instalações.
Caso sejam apresentadas exigências técnicas nas licenças e certificados
concedidos à instalação, estes deverão ser atendidos observando-se os
prazos para atendimento.

10.9.4.7.E. Responsabilidades
Este item tem por objetivo definir as responsabilidades empregadas para
assegurar a adoção e manutenção dos processos de gerenciamento de
modificações na Mineração Santa Elina.
Como o empreendimento ainda não se encontra instalado não é possível
definir nesta etapa as responsabilidades que devem ser empregadas a cada
área, setor ou colaborador, relativas a este item do Programa de
Gerenciamento de Riscos.
Desta forma, são apresentadas a seguir apenas a relação de
responsabilidades, sendo que, quando da consolidação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos, deverão ser definidos os responsáveis pela
manutenção e controle de cada um dos itens relacionados:

345
+ Realização da gestão dos processos de gerenciamento de modificação
originados na instalação, incluindo a abertura, registro,
acompanhamento e finalização destes;
+ Avaliação da solicitação de alteração/modificação realizada;
+ Acompanhamento do fluxo de informações dos processos de
gerenciamento de modificação;
+ Autorização da implantação da alteração/modificação analisada;
+ Avaliação da efetividade da alteração/modificação implantada;
+ Capacitação dos colaboradores com atribuição operacional ou de
manutenção nas áreas/setores afetados pelas alterações/modificações
implantadas;
+ Revisão e/ou elaboração de procedimentos e instruções operacionais e
documentos de engenharia (layouts, fluxogramas, memoriais
descritivos, projetos de hidráulica, mecânica, civil e elétrica, entre
outros);
+ Atendimento ao item “Revisão de Segurança” do PGR;
+ Avaliação quanto a necessidade de renovações/atualizações de
licenças e certificados da Mineração Santa Elina;
+ Atendimento às exigências técnicas constantes das licenças e
certificados da Mineração Santa Elina.

10.9.4.8. Manutenção e Garantia de Integridade de Sistemas


Críticos
A adoção de mecanismos de manutenção preventiva, preditiva, corretiva,
entre outros, tem como objetivo garantir o correto funcionamento dos
equipamentos utilizados na operação do Projeto DM1, minimizando desta
maneira a ocorrência de incidentes operacionais que possam colocar em risco
a segurança de colaboradores, das instalações, do meio ambiente e da
população presente nas proximidades do empreendimento.
Este item do Programa de Gerenciamento de Riscos tem por objetivo
apresentar os mecanismos de manutenção aplicados aos equipamentos e
sistemas de segurança e controle, tanto de processo como ambiental.
Como o empreendimento não se encontra ainda em etapa de instalação, não
é possível definir os tipos de manutenção e as periodicidades de manutenção
que serão aplicadas a cada tipo de equipamento presente, bem como os
procedimentos para realização das mesmas, uma vez que estas informações
devem ser definidas com base nas especificações técnicas dos equipamentos
e sistemas de controle que serão adotados.
Desta forma, são apresentadas a seguir apenas as diretrizes das informações
que deverão compor este item do Programa de Gerenciamento de Riscos da
Mineração Santa Elina:
+ Diretrizes para definição do tipo de manutenção, e periodicidade da
mesma, que deve ser aplicada aos equipamentos e sistemas de
segurança e controle, em função da criticidade destes, devendo ser
previsto para a fase de operação:
+ Inspeção periódica de tanques e tubulações (espessura de parede,
estado de isolamento/pintura/corrosão, presença de vazamentos em
juntas/conexões/válvulas);

346
+ Inspeção e manutenção periódica de tanques e sistemas de filtração,
incluindo dispositivos de segurança;
+ Verificação periódica do sistema de detecção e equipamentos de
combate a incêndio;
+ Verificação periódica do sistema de proteção contra descarga
atmosférica com medição do aterramento, incluindo a análise de
integridade das malhas e das subestações;
+ Verificação periódica de equipamentos e sistemas eletroeletrônicos
presentes em áreas classificadas;
+ Controle de pontos de aquecimento no sistema de energia elétrica
através de análise termográfica;
+ Análise de óleo isolante de transformadores;
+ Análise de óleos lubrificantes em equipamentos;
+ Análise de vibração em equipamentos rotativos;
+ Troca de óleos lubrificantes de equipamentos, máquinas e veículos;
+ Calibração dos sistemas de monitoramento de materiais particulados e
efluentes gasosos;
+ Calibração dos instrumentos e das malhas de controle do sistema
supervisório das operações;
+ Sistema que será aplicado para gerenciamento dos serviços de
manutenção, incluindo abertura e encerramento de ordens/solicitações
de serviços de reparo/manutenção corretiva e disponibilização de
cronogramas de manutenção preventiva e preditiva com
lançamento/emissão de relatórios de manutenção;
+ Indicação clara das informações relativas aos tipos de manutenção
aplicados nos equipamentos e instalações do Projeto DM1, tal como
local/sistema para acesso dos cronogramas e procedimentos de
manutenção, responsabilidades durante a manutenção e lógica do
funcionamento do sistema de gerenciamento de manutenção aplicado
à instalação;
+ Procedimentos para realização de manutenção preventiva e preditiva,
quando aplicável;
+ Check-lists ou listas de verificação de itens críticos e sistemas de
segurança;
+ Procedimentos de segurança para realização dos serviços de
manutenção, dentre eles a análise prévia dos riscos do trabalho, a
definição de equipamentos específicos para o trabalho, a permissão de
trabalho em condições específicas (trabalhos em altura, serviços a
quente, espaços confinados, etc.), entre outros;
+ Definição de diretrizes para contratação de serviços de manutenção
especializada (empresas terceirizadas), contemplando as questões de
integração e segurança com as mesmas;
+ Indicação das necessidades de treinamento que deverão ser atendidas
pelos colaboradores que realizarão os serviços, sendo as especificações
dos treinamentos (conteúdos programáticos), forma de programação
e cronogramas de treinamentos abordados no item Capacitação dos
Colaboradores, deste PGR; entre outras ações que sejam identificadas
como necessárias para o sistema de gestão de manutenção das
instalações, sistemas e equipamentos da Mineração Santa Elina.

347
10.9.4.8.A. Responsabilidades
Este item tem por objetivo definir as responsabilidades empregadas a cada
área/setor/colaborador com atuação na Manutenção e Garantia da
Integridade de Sistemas Críticos da instalação.
Como o empreendimento ainda não se encontra instalado não é possível
definir nesta etapa as responsabilidades que devem ser empregadas a este
item do Programa de Gerenciamento de Riscos.
Desta forma, são apresentadas a seguir apenas a relação de
responsabilidades, sendo que, quando da consolidação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos, deverão ser definidos os responsáveis pela
manutenção e controle de cada um dos itens relacionados.
+ Revisão/atualização dos critérios para definição das manutenções, e
suas respectivas periodicidades, aplicadas aos equipamentos e
sistemas de segurança e controle da unidade em função da criticidade
destes;
+ Elaboração e revisão dos procedimentos, ações e instruções para
realização dos serviços de manutenção;
+ Controle do sistema de gerenciamento de serviços de manutenção
adotado;
+ Acesso ao sistema de gerenciamento de serviços de manutenção
adotado;
+ Emissão de ordens/solicitações de serviços de manutenção;
+ Baixa/fechamento das ordens/solicitações de serviços de manutenção;
+ Realização dos serviços de manutenção corretiva, preventiva e
preditiva;
+ Aplicação dos check-lists ou listas de verificação dos sistemas críticos
e/ou dos sistemas de segurança da instalação;
+ Realização dos serviços de manutenção preventiva/testes dos sistemas
de combate a incêndios;
+ Reposição/recarga dos extintores de incêndio;
+ Acompanhamento de serviços de manutenção;
+ Aprovação dos serviços de manutenção;
+ Emissão de permissões de trabalho/serviços;
+ Contratação de serviços terceirizados;
+ Acompanhamento/controle de índices de manutenção;
+ Avaliação da necessidade de treinamento/capacitação dos
colaboradores das áreas/setores de manutenção.

10.9.4.9. Procedimentos Operacionais


O objetivo deste item do Programa de Gerenciamento de Riscos é
estabelecer, de forma padronizada, a realização das operações nas
instalações e equipamentos do empreendimento, bem como assegurar a
realização de revisões periódicas nos documentos e informações aqui
apresentados.
Todas as ações operacionais realizadas pelo empreendedor deverão ser
estabelecidas em procedimentos ou instruções operacionais, e deverão ser
realizadas pelos colaboradores deste.

348
Atividades que requerem acompanhamento/monitoramento do processo,
equipamento ou sistema deverão ter os parâmetros operacionais, e ou de
controle de processos, estabelecidos com os seus respectivos limites,
devendo estes serem observados pelos colaboradores para assegurar o seu
correto funcionamento.
Tais parâmetros deverão estar indicados nos procedimentos ou instruções
operacionais aplicados ao processo, equipamento e/ou sistemas em questão.
Os procedimentos emergenciais de parada das instalações, controle de
desvios operacionais, início das instalações e de paralisação programada
deverão fazer parte dos procedimentos operacionais da Mineração Santa
Elina.
Todas as operações relacionadas a inícios de operação ou retorno operacional
após alterações/modificações de sistemas e/ou equipamentos deverão seguir
os procedimentos de revisão de segurança definidos no item Revisão de
Segurança, deste PGR.
Os procedimentos e ações de combate emergencial deverão ser
abordados/apresentados no Plano de Ação de Emergências da Mineração
Santa Elina.
Sendo assim, recomenda-se que quando estabelecidos os procedimentos
operacionais e/ou instruções de trabalho para atividades e/ou instalações da
unidade sejam observadas as seguintes necessidades:
+ Disponibilização da relação dos procedimentos e instruções
operacionais que serão adotados para realização das
operações/atividades a todos os colaboradores envolvidos com estas;
+ Estabelecimento de procedimentos e instruções operacionais voltados
a paralisações programada;
+ Estabelecimento de procedimentos e instruções operacionais para
parada emergencial e controle de desvios operacionais;
+ Os procedimentos e instruções operacionais deverão conter,
minimamente:
+ Número de identificação;
+ Nome/título do procedimento;
+ Revisão e data do documento;
+ Roteiro/ações para realização da atividade;
+ Parâmetros/limites operacionais que devem ser observados;
+ Equipamentos/ferramentas necessários para realização da atividade;
+ Equipamentos de proteção necessários para realização da tarefa;
+ Procedimentos de segurança para início e término da atividade;
+ Restrições operacionais, quando necessário;
+ Necessidades de sinalização ou isolamento de área, quando aplicável;
+ Responsáveis pela execução da tarefa (área, setor ou
função/colaborador);
+ Responsáveis pela elaboração e revisão do documento;
+ Responsáveis pela aprovação do documento.
+ Informações sobre o sistema de gerenciamento de informações (se
implementado), tais como forma de acesso, restrições de acesso,

349
modo de uso, permissões para alterações de documentos, entre
outras;
+ Informações acerca de centros de controle operacional ou salas de
operações, tais como localização, abrangência do processo, limitações,
jornada de trabalho e áreas/setores responsáveis pelos mesmos;
+ Informações relativas aos tipos e periodicidades de amostragens e
análises aplicadas às substâncias químicas (matérias-primas, insumos
e/ou substâncias geradas ao longo do processo) para assegurar a
qualidade ao longo do processo;
+ Indicação das necessidades de treinamento que deverão atendidas
pelos colaboradores que realização as atividades, sendo as
especificações dos treinamentos (conteúdos programáticos), forma de
programação e cronogramas de treinamentos abordados no item
Capacitação dos Colaboradores deste PGR; entre outras ações que
sejam identificadas como necessárias para o sistema de gestão
operacional da Mineração Santa Elina.
+ Para os casos em que seja necessária a alteração/modificação dos
documentos operacionais é importante que:
+ Toda modificação/revisão nos documentos operacionais aplicados à
instalação deverá seguir o conteúdo preconizado no item
Gerenciamento de Modificações do PGR, devendo ser acompanhada de
uma avaliação dos riscos impostos pela mesma, conforme o item
Revisão dos Riscos de Processo, buscando identificar condições
inseguras que possam ocorrer durante as etapas de implantação e
operação;
+ Tais alterações/modificações deverão levar em consideração manobras
operacionais para execução de manutenções preventivas, preditivas e
corretivas nos equipamentos e sistemas;
+ Todos os colaboradores envolvidos com a atividade em questão sejam
re-capacitados/re-treinados, quando necessário.

10.9.4.9.A. Responsabilidades
Este item tem por objetivo definir as responsabilidades empregadas a cada
área/setor/colaborador com atuação operacional da Mineração Santa Elina.
Como o empreendimento ainda não se encontra instalado não é possível
definir nesta etapa as responsabilidades que devem ser empregadas a este
item do Programa de Gerenciamento de Riscos.
Desta forma são apresentadas a seguir apenas a relação de
responsabilidades, sendo que, quando da consolidação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos, deverão ser definidos os responsáveis pela
manutenção e controle de cada um dos itens relacionados.
+ Realização das atividades segundo as ações preconizadas nos
procedimentos e instruções operacionais;
+ Elaboração e revisão dos procedimentos e instruções operacionais;
+ Controle e acesso ao sistema eletrônico de gerenciamento de
informações, se implementado;
+ Solicitação de apoio a demais áreas, setores ou colaboradores para
avaliação dos riscos impostos por alterações operacionais, quando
necessário;

350
+ Divulgação e disponibilização de revisões/atualizações nos
procedimentos e instruções operacionais, quando necessário;
+ Solicitações de revisão dos procedimentos e instruções operacionais;
+ Avaliação da necessidade de treinamento/capacitação dos
colaboradores dos setores/áreas operacionais;
+ Solicitação de re-treinamento/re-capacitação dos colaboradores
operacionais, quando da modificação/revisão nos documentos
operacionais ou por necessidades identificadas em área/atuação;
+ Emissão de permissões de trabalho/serviços;
+ Realização de amostragens e análises das substâncias químicas
utilizadas como matérias-primas e/ou geradas nas etapas dos
processos.

10.9.4.10. Revisão de Segurança


O objetivo deste item do Programa de Gerenciamento de Riscos é estabelecer
a realização de revisões de segurança antes do início da etapa de operações
de equipamentos e/ou sistemas novos, ou que tenham sido submetidos a
alterações/modificações.
Assim, a revisão de segurança para o início das operações deve considerar:
+ Avaliação de conformidade da construção/implantação em relação às
especificações e projetos;
+ Adequação de procedimentos e instruções de trabalho/operação;
+ Adequação de procedimentos de manutenção e Cronogramas/Planos
de Manutenção;
+ Implantação de medidas mitigadoras provenientes da revisão dos
riscos de processos;
+ Capacitação/treinamento dos colaboradores em relação às
atividades/ações a serem desempenhadas;
+ Adequação dos cenários acidentais e ações de combate emergencial
previstas no Plano de Ação de Emergências da Mineração Santa Elina.
+ Para isto, antes do início das operações deverão ser elaboradas listas
de verificação e/ou procedimentos/instruções para realização da
revisão de segurança, os quais deverão ser aplicados:
+ No início das operações: a todos os sistemas e equipamentos presentes
na Mineração Santa Elina;
+ Sempre que realizadas alterações/modificações e/ou introdução de
novos equipamentos ou sistemas na Mineração Santa Elina.
Estas listas/procedimentos/instruções deverão contemplar a revisão de todos
os itens listados acima, devendo sua aplicação ser registrada e arquivada na
Mineração Santa Elina.
Deverá ser estabelecido um Grupo de Trabalho responsável pela aplicação da
revisão de segurança na instalação e áreas/setores/colaboradores
responsáveis pela elaboração, arquivamento e manutenção/revisão da
documentação aplicada a este item.
Sempre que encontradas não-conformidades, estas deverão ser repassadas
ao encarregado/responsável pela área/setor em análise, devendo ser

351
registradas, discutidas e regularizadas antes do início das operações do
equipamento/sistema em análise.
Nenhum equipamento ou sistema da unidade, novo ou que tenha sido
submetido à alterações/modificações, deverá ser operado/atuado sem que
antes tenha sido realizada a revisão de segurança do mesmo, tendo o registro
sido emitido pelo Grupo de Trabalho.
Os documentos elaborados para revisão de segurança da instalação deverão
atender aos padrões estabelecidos, e apresentados, no item Procedimentos
Operacionais deste PGR.

10.9.4.10.A. Responsabilidades
Este item tem por objetivo definir as responsabilidades empregadas às
áreas/setores/colaboradores com atuação na revisão de segurança da
Mineração Santa Elina.
Como o empreendimento ainda não se encontra instalado não é possível
definir nesta etapa as responsabilidades que devem ser empregadas a este
item do Programa de Gerenciamento de Riscos.
Desta forma são apresentadas a seguir apenas a relação de
responsabilidades, sendo que, quando da consolidação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos, deverão ser definidos os responsáveis pela
manutenção e controle de cada um dos itens relacionados.
+ Elaboração e revisão das listas de verificação e/ou
procedimentos/instruções de trabalho;
+ Definição dos Grupos de Trabalho para realização da revisão de
segurança nas instalações;
+ Regularização de situações não conformes;
+ Arquivamento das listas/procedimentos/instruções aplicadas durante
os processos de revisão de segurança.

10.9.4.11. Práticas de Trabalho Seguro


As práticas de trabalho seguro envolvem a adoção de ações voltadas a prover
condições de segurança mínimas para realização de operações, manutenções
e alterações/modificações na instalação.
Como o empreendimento se encontra na fase de projeto não foram
estabelecidas ainda as condutas a serem adotadas para assegurar práticas
de trabalho seguro nas operações/atividades que serão
realizadas/desenvolvidas na Mineração Santa Elina. Os colaboradores
deverão ser submetidos a treinamentos/capacitações em relação a estas,
quando criadas e implementadas, devendo a documentação
relativa/pertinente ser disponibilizadas em meio físico, eletrônico ou através
de sistemas de gerenciamento de informações, se implementado.
A seguir estão apresentadas as diretrizes que deverão ser consideradas para
composição deste item do Programa de Gerenciamento de Riscos da
Mineração Santa Elina, e que deverão ser desenvolvidas para o início da fase
de operação desta. São estas:

352
+ Permissões de Trabalho/Serviço para realização de trabalhos a quente,
trabalhos em altura, trabalhos em espaços confinados, trabalhos de
soldagem em ambientes com atmosfera controlada;
+ Permissões de Trabalho/Serviço para realização de manutenções em
equipamentos de processo ou sistemas de controle e/ou segurança;
+ Controle de fontes de ignição em áreas contendo substâncias químicas
inflamáveis;
+ Procedimentos de segurança a serem seguidos antes do início das
operações, tal como isolamento de área, adoção de calços nas rodas
dos veículos sempre que realizadas operações de recebimento,
aterramento de veículos e equipamentos antes do início de operações,
adoção de etiquetas de segurança para isolamento de equipamentos
elétricos, colocação de raquetes/tampos em linhas para realização de
manutenções, entre outros.
+ Os documentos voltados ao estabelecimento de práticas de trabalho
seguro deverão conter, minimamente:
§ Número de identificação;
§ Nome/título;
§ Revisão e data do documento;
§ Início de permissão do trabalho e validade da permissão
emitida;
§ Checklist/lista de verificação de itens de segurança;
§ Equipamentos/ferramentas necessários para realização da
atividade;
§ Equipamentos de proteção necessários para realização da
tarefa;
§ Restrições operacionais, quando necessário;
§ Responsáveis pela execução da tarefa (área, setor ou
função/colaborador);
§ Responsáveis pela elaboração e revisão do documento;
§ Responsáveis pela aprovação do documento.
+ Entre outras ações que sejam identificadas como necessárias para o
estabelecimento de condutas voltadas a práticas seguras na Mineração
Santa Elina.
Além disso, toda modificação/revisão nos documentos voltados ao
estabelecimento de práticas de trabalho seguro deverá seguir o conteúdo
preconizado no item Gerenciamento de Modificações deste PGR, devendo ser
acompanhada de uma avaliação dos riscos conforme o item Revisão dos
Riscos de Processo, com o objetivo de identificar condições inseguras que
possam ser proporcionadas pelas mesmas.

10.9.4.11.A. Responsabilidades
Este item tem por objetivo definir as responsabilidades empregadas a cada
área/setor/colaborador que desempenhem atividades/ações para as quais
são estabelecidas condutas voltadas a práticas seguras na instalação.

353
Como o empreendimento ainda não se encontra instalado não é possível
definir, já nesta etapa, as responsabilidades que devem ser empregadas a
este item do Programa de Gerenciamento de Riscos.
Desta forma são apresentadas a seguir apenas a relação de
responsabilidades, sendo que, quando da consolidação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos, deverão ser definidos os responsáveis pela
manutenção e controle de cada um dos itens relacionados.
+ Emissão de Permissões de Trabalho/Serviço;
+ Fiscalização dos trabalhos realizados em área;
+ Arquivamento e manutenção/revisão das Permissões de
Trabalho/Serviço;
+ Definição de áreas com necessidade de controle de fontes de ignição,
e promover o controle de fontes de ignição nas mesmas;
+ Definição dos procedimentos de segurança a serem desempenhados
antes da realização de atividades na Mineração Santa Elina;
+ Avaliação periódica da efetividade dos procedimentos de segurança,
revisando e atualizando estes sempre que necessário;
+ Acompanhamento e fiscalização do desempenho dos procedimentos de
segurança em área.

10.9.4.12. Capacitação dos Colaboradores


O objetivo da capacitação dos colaboradores é garantir a manutenção das
condições operacionais seguras em todo empreendimento, seja durante a
etapa de operação como também durante a etapa de implantação, por meio
de:
+ Conhecimento dos possíveis riscos associados às operações e
substâncias envolvidas, incluso explosivos e acessórios;
+ Conhecimento dos desvios que possam ser gerados durante as
operações;
+ Correta realização das manobras operacionais;
+ Controle dos parâmetros operacionais;
+ Desenvolvimento de ações emergenciais de controle operacional e de
combate emergencial na instalação.
Assim, todos os colaboradores que realizarem operações nos processos de
lavra e beneficiamento, e áreas de apoio, e demais colaboradores que possam
vir a ter contato com as instalações que estarão presentes nestas, deverão
ser submetidos a treinamentos e avaliações periódicas, no intuito de treinar,
reciclar e garantir a capacitação.
Devido ao empreendimento se encontrar em fase de projeto não foram
estabelecidos ainda os treinamentos e o conteúdo programático aplicado, os
quais serão realizados/aplicados aos colaboradores envolvidos nas operações
da Mineração Santa Elina.
No entanto, a seguir estão definidos alguns dos treinamentos que deverão
ser previstos no Cronograma/Plano Anual de Treinamentos da Mineração
Santa Elina (etapa de operação), bem como as diretrizes para elaboração e
manutenção do programa de capacitação dos colaboradores que deverá ser
desenvolvido para o início da fase de operação.

354
Deverão ser previstos, dentre os treinamentos operacionais a serem
realizados, cursos de capacitação com abrangência nos seguintes temas:
+ Prevenção de riscos químicos, com abordagem aos tipos de riscos à
vida e a saúde associados às substâncias (incluso explosivos e
acessórios) que serão armazenadas, manipuladas e/ou geradas da
Mineração Santa Elina ou pela combinação acidental das mesmas,
formas de prevenção dos riscos, formas de manuseio e disposição das
substâncias, equipamentos de proteção e incompatibilidades,
reatividades e perigos inerentes às substâncias. Este treinamento é
recomendado aos colaboradores dos setores/áreas de manutenção,
operação (beneficiamento, estação de tratamento de efluentes e
abastecimento de máquinas e equipamentos), oficinas e
estoque/almoxarifado e paiol de explosivos;
+ Prevenção e combate a incêndios, com abordagem teórica e prática
aos tipos de fogo e respectivos meios extintores e aos equipamentos
de proteção necessários para atuação em área. Este treinamento é
recomendado aos colaboradores que farão parte da brigada de
emergências;
+ Primeiros socorros, com abordagem teórica e prática às ações de
prestação de primeiros socorros em vítimas de acidentes envolvendo
situações físicas, substâncias químicas e choques/queimaduras
elétricos. Este treinamento é recomendado aos colaboradores que
farão parte da brigada de emergências;
+ Prevenção e combate a vazamentos, com abordagem teórica e prática
aos meios de combate a vazamentos e aos equipamentos de proteção
necessários para atuação em área. Este treinamento é recomendado
aos colaboradores dos setores/áreas de manutenção, operação e aos
colaboradores que irão compor a brigada de emergências;
+ Recolhimento e disposição de químicos, com abordagem teórica dos
meios para recolhimento e disposição de substâncias químicas,
equipamentos de proteção necessários para atuação em área e
legislação aplicável e boas práticas à disposição das diferentes
substâncias químicas presentes. Este treinamento é recomendado aos
colaboradores que farão parte da brigada de emergências e aos
colaboradores dos setores/áreas de manutenção, operação e oficinas.
Treinamento específico em relação ao recolhimento e manuseio de
explosivos e acessórios deverá ser ministrado a brigada de
emergências e colaboradores que operarão o paiol de explosivos;
+ Legislação ambiental, com abordagem teórica da aplicação da
legislação ambiental estadual e federal. Este treinamento é
recomendado aos gestores dos setores/áreas de operação e meio
ambiente e saúde e segurança ocupacional;
+ Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), com abordagem
às responsabilidades e atribuições da equipe de CIPA. Este treinamento
é recomendado aos colaboradores que farão parte da CIPA.
+ Simulados emergenciais com exercícios teóricos e práticos de combate
emergencial em área, paralisação e evacuação de setores/áreas,
evacuação do empreendimento, acionamento de recursos e órgãos
externos e alerta e evacuação das comunidades. Estes treinamentos
deverão ser realizados de forma contínua, e deverão envolver os

355
colaboradores que farão parte da brigada de emergências e os gestores
dos setores/áreas de operação, manutenção e meio ambiente e saúde
e segurança ocupacional e os demais colaboradores que farão parte da
equipe de atuação emergencial do Plano de Ação de Emergências.
Quando aplicáveis, estes treinamentos deverão ser adequados/adotados para
a etapa de operação da Mineração Santa Elina.
Além dos treinamentos listados acima deverão ser previstos os devidos
treinamentos para capacitação operacional e manutenção, com conhecimento
nos desvios de processos, equipamentos de proteção, sistemas de proteção
e controle e ações emergenciais para normalização de situações de desvio.
Caberá a área/setor de recursos humanos a elaboração e aplicação das
diretrizes de treinamentos contemplando:
+ Treinamentos mínimos necessários;
+ Modo de realização dos treinamentos;
+ Modo de avaliação da eficácia do treinamento;
+ Responsáveis pela solicitação de novos treinamentos;
+ Responsáveis pela contratação de treinamentos externos;
+ Política para realização de treinamentos internos;
+ Responsáveis pela elaboração e divulgação do cronograma de
treinamentos da unidade;
+ Forma de divulgação dos treinamentos;
+ Registro dos treinamentos, com listas presenciais ou fotos;
+ Atualização do prontuário/registro do colaborador;
+ Realização de treinamentos não previstos no cronograma de
treinamentos;
+ Entre outras informações aplicáveis à política de treinamentos a ser
adotada na Mineração Santa Elina.
Deverá ser responsabilidade dos responsáveis de cada setor/área a
programação e indicação/determinação dos colaboradores que realizarão os
treinamentos necessários para as funções desempenhadas, atendendo a
periodicidade e necessidade estabelecidas.
Todo treinamento/simulado emergencial deverá ser organizado pelo
Coordenador do Plano de Ação de Emergências juntamente com o setor/área
de recursos humanos.
Nos casos em que houver necessidade de paralisações de setores/áreas,
evacuações de setores/áreas e/ou evacuações do empreendimento e área de
apoio, a programação do treinamento deverá envolver os gestores e/ou
responsáveis pelos setores/áreas envolvidos no exercido simulado.

10.9.4.12.A. Responsabilidades
Este item tem por objetivo definir as responsabilidades empregadas a cada
área/setor/colaborador em relação a política de capacitação dos
colaboradores adotada na Mineração Santa Elina.
Como o empreendimento ainda não se encontra instalado não é possível
definir, já nesta etapa, as responsabilidades que devem ser empregadas a
este item do Programa de Gerenciamento de Riscos.

356
Desta forma são apresentadas a seguir apenas a relação de
responsabilidades, sendo que, quando da consolidação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos, deverão ser definidos os responsáveis pela
manutenção e controle de cada um dos itens relacionados.
+ Elaboração e manutenção das diretrizes de capacitação/treinamentos
dos colaboradores;
+ Elaboração do programa e do cronograma de treinamentos;
+ Análise a aprovação dos programas de treinamento;
+ Divulgação do Cronograma/Plano de Treinamentos nos setores/áreas;
+ Programação e realização dos treinamentos nas periodicidades
estabelecidas;
+ Programação e indicação/determinação dos colaboradores que
realizarão os treinamentos divulgados;
+ Solicitação de novos treinamentos, não previstos no cronograma de
treinamentos;
+ Autorização de novos treinamentos não previstos em
Cronograma/Plano;
+ Gestão dos treinamentos obrigatórios;
+ O acompanhamento e avaliação do desempenho dos colaboradores
capacitados;
+ O registro do treinamento, com armazenamento/arquivo do meio
utilizado para registro (lista de presença, fotos, entre outros);
+ O registro da capacitação no prontuário do colaborador.

10.9.4.13. Investigação de Incidentes


A Investigação de Incidentes tem por objetivo estabelecer os requisitos para
a identificação de todos os elementos contribuintes para a ocorrência de
desvios que possam ter resultado no incidente, a fim de se buscar
mecanismos e ações com vistas à prevenção de ocorrências futuras.
Incidentes que resultem ou possam resultar em desvios operacionais, danos
aos colaboradores e à população presente no entorno das instalações, danos
às instalações ou impactos ao meio ambiente deverão, obrigatoriamente, ser
investigados.
Para isto deverá ser elaborado um procedimento para investigação de
incidentes ocorridos na instalação. Neste procedimento deverão constar todas
as etapas previstas para o processo de investigação do incidente, desde o
atendimento ao acidentado e a comunicação da ocorrência, até a
implementação de medidas oriundas do processo de investigação e análise
do incidente, a avaliação da efetividade das medidas adotadas e a realização
de capacitação/treinamento dos colaboradores para evitar as causas da
situação já sucedida na instalação.
Deverá constar neste procedimento a atribuição de responsabilidades nas
ações a serem desempenhadas pelas diferentes áreas, setores e
colaboradores envolvidos no processo de investigação do incidente.
O processo de investigação deve ter início com a comunicação do incidente
ao encarregado/responsável imediato do colaborador envolvido. No caso do
incidente envolver mais de uma área/setor a ocorrência deverá ser
comunicada aos encarregados/responsáveis imediatos de todos os

357
colaboradores envolvidos, sendo o processo de investigação realizado em
parceria por estes.
O encarregado/responsável imediato do colaborador deve encaminhar este
ao atendimento apropriado, quando necessário, e deverá tomar as devidas
ações imediatas para normalizar/paralisar a situação em andamento.
O procedimento de investigação de incidentes criado deverá ser
disponibilizado a todos os colaboradores, em meio físico, eletrônico ou por
meio de sistemas de gerenciamento de informações, se implementados.
A seguir estão apresentadas as diretrizes das informações que deverão
compor este item do Programa de Gerenciamento de Riscos da Mineração
Santa Elina, e que deverão ser desenvolvidas para o início da fase de
operação. São estas:
+ Definição de acidentes e incidentes;
+ Criação de Grupos de Trabalho para investigação do incidente;
+ Criação de formulário para investigação do incidente;
+ Definição de classes/graus de gravidade do evento;
+ Definição de meios para avaliação e adoção/implantação de medidas
para redução das causas dos incidentes já ocorridos na instalação;
+ Definição dos meios para divulgação dos resultados da investigação do
incidente;
+ Definição de diretrizes para realização de treinamento/capacitação dos
colaboradores com o objetivo de divulgar as causas e consequências
dos incidentes ocorridos;
+ Definição de diretrizes para tratamento de incidentes envolvendo
fatalidades, lesões permanentes ou perdas consideráveis ao
patrimônio e/ou ao meio ambiente;
+ Definição das responsabilidades envolvidas em cada etapa do processo
de investigação do incidente;
+ Emissão da CAT (Comunicado de Acidente do Trabalho) no prazo de
até 24 horas após a ocorrência do incidente.

10.9.4.13.A. Responsabilidades
Este item tem por objetivo definir as responsabilidades empregadas durante
a aplicação do processo de investigação de incidentes na Mineração Santa
Elina.
Como o empreendimento ainda não se encontra instalado não é possível
definir, já nesta etapa, as responsabilidades que devem ser empregadas a
este item do Programa de Gerenciamento de Riscos.
Desta forma são apresentadas a seguir apenas a relação de
responsabilidades, sendo que, quando da consolidação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos, deverão ser definidos os responsáveis pela
manutenção e controle de cada um dos itens relacionados.
+ Elaboração e manutenção das diretrizes/procedimento para
investigação de incidentes ocorridos na instalação (operações);
+ Encaminhamento do colaborador acidentado ao pronto atendimento;
+ Adoção de ações imediatas para normalizar/paralisar a situação
acidental em andamento;

358
+ Início do processo de investigação e análise do incidente;
+ Definição do Grupo de Trabalho para o processo de investigação do
incidente;
+ Implantação e análise da efetividade das medidas mitigadoras
propostas;
+ Divulgação dos resultados do processo de investigação;
+ Capacitação/treinamento dos colaboradores em relação às causas e
consequências dos eventos acidentais ocorridos da Mineração Santa
Elina;
+ Emissão da CAT (Comunicado de Acidente do Trabalho).

10.9.4.14. Auditorias do PGR


O objetivo das Auditorias do PGR é avaliar a efetividade da implementação
do Programa de Gerenciamento dos Riscos para a etapa de operação da
Mineração Santa Elina.
As auditorias do PGR devem ser desenvolvidas independentemente a
realização de auditorias periódicas de sistemas de gestão.
Cabe ao Coordenador do Programa de Gerenciamento de Riscos assegurar
que os itens que compõem o programa sejam desenvolvidos conforme os
padrões estabelecidos ao longo deste.
Para isto este deve verificar a conformidade das informações apresentadas,
bem como a aplicação prática destas, por meio de avaliações periódicas. Tais
avaliações devem ser realizadas de forma a causar o menor impacto possível
nas operações desenvolvidas da Mineração Santa Elina.
A periodicidade para realização das auditorias periódicas do PGR para a etapa
de operação deverá ser definida quando do início das operações da Mineração
Santa Elina, não devendo ser superior a um ano.
Em se tratando de um programa de auditorias do sistema de gestão de riscos
proposto, foram definidos, e estão apresentados, os procedimentos para
realização das auditorias periódicas do PGR da Mineração Santa Elina.
As auditorias periódicas do PGR deverão ser realizadas sob a forma de
auditorias internas. Para isto o Coordenador do PGR deverá designar um
colaborador da instalação para realizar a avaliação dos itens deste programa
juntamente às áreas/setores/colaboradores envolvidas neste.
Os resultados desta verificação deverão ser avaliados pelo Coordenador do
PGR, e, quando necessário, deverão ser estabelecidas ações, junto com os
encarregados/responsáveis das áreas/setores envolvidos, para correção das
não-conformidades apontadas.
Para realização da auditoria do PGR deverá ser aplicado um formulário ou
registro de auditoria, o qual deverá ser elaborado/desenvolvido com
abrangência sobre os itens deste programa, sendo este adequado para cada
etapa auditada.
O controle de ações corretivas deverá ser realizado por meio de um plano de
ação, ou qualquer outro meio adotado pela instalação que seja adequado para
este tipo de controle, devendo este ser descrito neste item quando definido.

359
Caberá ao Coordenador do PGR a responsabilidade pelo acompanhamento da
implantação das ações corretivas apontadas, devendo ser verificada a
efetividade desta durante a realização da auditoria seguinte.
Ações corretivas que impliquem em gerenciamento de modificações deverão
seguir o procedimento apresentado no item Gerenciamento de Modificações
deste PGR.
Os formulários ou registros de auditoria do PGR e os planos contendo as ações
corretivas deverão permanecer arquivados e disponibilizados para consultas
dos colaboradores da instalação, devendo ser indicado quando da
implementação do PGR a área/setor/colaborador responsável por esta
atribuição.

10.9.4.14.A. Responsabilidades
Caberá ao Coordenador do PGR:
+ Programar e realizar as auditorias periódicas do PGR;
+ Indicar um colaborador interno para realização das auditorias do PGR;
+ Preencher o plano de ação, ou documento equivalente, com as ações
corretivas a serem adotadas para adequação das não conformidades
apontadas nas auditorias;
+ Identificar o investimento para adoção das medidas mitigadoras
propostas, e reportar o mesmo ao responsável pela instalação;
+ Acompanhar a implantação das ações corretivas e avaliar a efetividade
destas ações.

10.9.5. Plano de Ação de Emergência

10.9.5.1. Justificativa
O Plano de Ação de Emergências é um documento voltado ao estabelecimento
das ações necessárias para o desencadeamento de ações emergenciais nas
instalações e áreas de apoio da Mineração Santa Elina, durante a etapa de
operação do empreendimento.
Neste estão estabelecidos a estrutura organizacional de emergência, os
procedimentos de acionamento do plano e de combate às situações
emergenciais, os recursos presentes, além de outras informações essenciais
para o desenvolvimento de um combate emergencial bem sucedido.
As diretrizes para desenvolvimento do Plano de Ação de Emergências da
unidade estão apresentadas nos itens a seguir, sendo recomendado que,
quando elaborado, componha um único documento a parte deste PGR,
facilitando assim a consulta e a disponibilização do mesmo às áreas, setores,
colaboradores envolvidos com as ações emergenciais na unidade e às
entidades externas de apoio tais como o Corpo de Bombeiros, órgão
ambiental e a Defesa Civil.
Embora o Plano de Ação de Emergências permaneça em documento a parte
ao Programa de Gerenciamento de Riscos é importante que este seja
submetido às mesmas premissas estabelecidas ao longo deste PGR, uma vez
que é parte integrante da estrutura deste.

360
10.9.5.2. Objetivos do PAE
O Plano de Ação de Emergência - PAE deverá estabelecer, passo a passo, o
conjunto de ações que devem ser desencadeadas no momento em que
ocorrer uma situação emergencial nas instalações e/ou áreas de apoio da
Mineração Santa Elina, ou que seja ocasionado por esta, colocando em risco
os colaboradores, os equipamentos, o meio ambiente ou a população que
possa estar presente nas proximidades da instalação.
Os procedimentos apresentados neste plano deverão estar fundamentados
nas ações operacionais realizadas na instalação.
Além da definição dos procedimentos emergenciais, o presente PAE deverá
possuir uma estrutura específica de forma a:
+ Definir as responsabilidades dos envolvidos na resposta a situações
emergenciais, por meio de uma estrutura organizacional específica
para o atendimento a acidentes.
+ Promover a integração das ações de resposta às emergências com
outras instituições, possibilitando assim o desencadeamento de
atividades integradas e coordenadas, de modo que os resultados
esperados possam ser alcançados.
+ Relacionar a estrutura da empresa presente para combate emergencial
nas instalações.

10.9.5.3. Abrangência e Público-Alvo


O Plano de Ação de Emergência tem sua área de abrangência definida como
o empreendimento, a sociedade / comunidade presente na região
potencialmente afetada por cenários acidentais decorrentes do
empreendimento e nas instituições de apoio e defesa, conforme definido no
Grupo de Trabalho deste plano.

10.9.5.4. Metodologia e Descrição das Atividades

10.9.5.4.A. Campo de Aplicação


Este Plano de Ação de Emergências deverá ser elaborado com base nas
operações realizadas na unidade, de modo a abranger as situações acidentais
que possam colocar em risco os colaboradores, os equipamentos, o meio
ambiente e/ou a população que possa estar presente nas proximidades da
instalação.
Desta forma, a aplicação deste Plano de Ação de Emergências em outras
unidades ou empreendimentos não assegurará a efetividade deste.
É importante que o Plano de Ação de Emergência seja utilizado para
capacitação dos Colaboradores da Mineração Santa Elina quanto ao
desencadeamento das ações emergenciais, devendo estas ações serem
treinadas e simuladas constantemente por estes.

10.9.5.4.B. Definições e Terminologias


Neste item deverão ser apresentadas as definições das terminologias
adotadas ao longo deste Plano de Ação de Emergência. São exemplos:

361
Vazamento: Perda parcial ou total do produto seja esta por derrame, por
perda de contenção ou por liberação acidental;
PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos: Documento que estabelece as
diretrizes para manutenção das condições operacionais seguras em uma
instalação;
PAM – Plano de Auxílio Mútuo;
EPI – Equipamento de Proteção Individual (máscara de elemento filtrante,
botas de segurança, luvas, capacete, óculos de segurança, etc...).

10.9.5.4.C. Características da Unidade


Neste item deverão ser apresentadas, de forma resumida e concisa, as
principais informações sobre as instalações presentes na Mineração Santa
Elina e a disposição das substâncias químicas armazenadas, manipuladas ou
geradas, incluso explosivos e acessórios armazenados no paiol de explosivos.

10.9.5.4.D. Sistema de Alerta e Comunicação Emergencial


Neste item deverão ser apresentados os sistemas de alerta (alarmes)
emergenciais, os locais para acionamento, os colaboradores e/ou
áreas/setores responsáveis pelo acionamento e o tipo de sinal/toque.
Quando presente mais de um tipo de alerta emergencial, os mesmos deverão
estar claramente identificados e descritos neste item. Os testes de
acionamento dos alertas emergenciais deverão estar descritos no item
Manutenção e Garantia de Integridade dos Sistemas Críticos do PGR.
Além disso, deverão ser descritos também os meios de comunicação
emergencial utilizados na unidade para acionamentos internos e externos,
sejam estes ramais, rádios de comunicação e/ou telefones fixos e celulares.
A relação de contatos para acionamento interno e entidades de apoio
emergencial para acionamento externo deverá ser apresentada neste Plano
de Ação de Emergencial, sendo esta constantemente atualizada. Recomenda-
se que a relação de acionamentos internos e externos seja apresentada em
anexo ao Plano de Ação de Emergências e disponibilizada na portaria da
instalação e/ou área de apoio emergencial, de forma a facilitar a consulta.

10.9.5.4.E. Estrutura Organizacional


Deverá ser definida a estruturada organizacional de atendimento
emergencial, de forma a possibilitar o desencadeamento de ações rápidas e
eficientes.
Esta estrutura deverá ser composta, minimamente, pela coordenação
emergencial, pela Brigada de Emergências da unidade, por equipes de apoio
para manutenção emergencial e por entidades externas de apoio.
A relação dos Brigadistas de Emergência deve estar apresentada, devendo
ser atualizada constantemente em função de alterações no quadro de
funcionários da unidade. Para isto recomenda-se que esta relação seja
apresentada anexa ao PAE. Caso a instalação opere em turnos é
recomendado que os Brigadistas estejam listados por turno.

362
A seguir estão relacionadas as responsabilidades que devem ser
definidas/delegadas aos colaboradores que irão compor as equipes
integrantes da estruturada organizacional de atendimento emergencial.
+ Avaliação do tipo de ocorrência;
+ Determinação quanto a necessidade de acionamento do PAE;
+ Acionamento de entidades externas de apoio, tais como Defesa Civil,
Corpo de Bombeiros, Órgão Ambiental, Hospitais, Equipes de Pronto
Atendimento, Polícia Rodoviária, Planos de Auxílio Mútuo, entre outros;
+ Determinação da necessidade de evacuação da instalação e/ou da
região;
+ Reposição dos recursos utilizados durante o atendimento emergencial;
+ Análise do incidente para proposição de meios de mitigação das
causas;
+ Relação com a imprensa e público externo;
+ Repasse de informações ao apoio externo solicitado quanto à situação
emergencial em andamento;
+ Coordenação das ações de combate emergencial;
+ Combate emergencial a incêndios;
+ Combate emergencial a vazamentos;
+ Remoção de vítimas;
+ Prestação de primeiros socorros;
+ Liderança durante a evacuação de áreas da unidade;
+ Paralisação das áreas operacionais;
+ Desenvolvimento de serviços de manutenção durante cenários
emergenciais;
+ Entre outras que sejam necessárias para a eficiência do combate à
situação emergencial em andamento e proteção dos colaboradores,
comunidades e meio ambiente.

10.9.5.4.F. Sistemática de Acionamento do PAE e


Desencadeamento de Ações Emergenciais
Deverá ser apresentada a lógica para desencadeamento das ações para
acionamento ou não do PAE, bem como o desencadeamento das ações junto
às equipes que compõem a estrutura organizacional de atendimento
emergencial.
Um exemplo de lógica de desencadeamento das ações para acionamento do
PAE e combate emergencial é apresentado na Figura a seguir, sendo que
quando da consolidação deste PAE a mesma deve ser adequada à realidade
da estrutura emergencial da instalação.

363
Identificada a Situação Informar à Sala de Controle
Emergencial da Unidade

Avaliação em área em
conjunto com o Líder da
Brigada de Emergências

Situação Sim
facilmente Fim da Emergência Registro da Ocorrência
normalizada?
Relação de Entidades Externas:
Corpo de Bombeiros – 193
Defesa Civil – 199
Não
Polícia Civil – 197
SAMU – 192 Situação Sim Acionamento imediato do
envolvendo
Corpo de Bombeiros
incêndio?

Não
Situação
envolvendo Sim Realização da auto-denúncia
vazamento de junto a órgão ambiental
substâncias?

Não
A Brigada de Emergência se
Acionamento da Brigada de
dirige diretamente para a área
Emergências
envolvida

Sim Possibilidade de Não


Desencadeamento das Ações Solicitar acionamento de
Normalização
Emergenciais Apoio Externo
da situação?

Não Situação Desencadeamento das Ações


Normalizada? Emergenciais

Sim
Mobilização de recursos
Evacuação e Salvamento
materiais adicionais

Não Situação
Normalizada?

Sim
Registro da ocorrência e
Fim da Emergência início do processo de
investigação do incidente

Figura 10.9.5-1 - Exemplo de Desencadeamento das Ações Emergenciais

Fonte: AGR Engenharia, 2018.

364
10.9.5.4.G. Equipamentos para Proteção no Combate
Emergencial
Neste item deverão ser apresentados os equipamentos de proteção a serem
utilizados durante o combate às possíveis situações emergenciais nas
instalações da Mineração Santa Elina.
Para os casos em que a situação emergencial em andamento requer
equipamentos específicos, como é o caso de combate a incêndios e combate
a vazamentos envolvendo substâncias ácidas e/ou corrosivas, os
equipamentos de proteção deverão ser discriminados por tipo de cenário
emergencial.

10.9.5.4.H. Ações de Combate Emergencial


As ações de combate emergencial devem ser estabelecidas com base nas
instalações e operações que serão realizadas na Mineração Santa Elina, nos
cenários acidentais identificados no mapeamento de riscos da unidade e nas
características das substâncias químicas presentes na instalação, incluso
paiol de explosivos.
A seguir estão relacionados os cenários acidentais para os quais recomenda-
se que sejam desenvolvidas ações de combate emergencial. Quando do
desenvolvimento e implementação do Programa de Gerenciamento de Riscos
da unidade deverá ser avaliada a necessidade de desenvolvimento de outros
cenários além dos identificados neste documento.
+ Procedimentos básicos para primeira aproximação e isolamento de
área;
+ Combate a vazamentos de químicos da área de beneficiamento;
+ Procedimentos emergenciais em caso de falta de energia;
+ Combate inicial a incêndios;
+ Combate a incêndios em vegetação;
+ Combate a incêndios em áreas próximas ao paiol de explosivos;
+ Emergências com energia elétrica;
+ Acidentes ocupacionais;
+ Resgate em altura;
+ Resgate em espaço confinado;
+ Soterramento;
+ Deslizamento de taludes / pilhas;
+ Rompimento do dique principal;
+ Rompimento do dique oeste;
+ Rompimento do dique norte;
+ Recolhimento de vazamento de óleos e lubrificantes em área
permeável e impermeável;
+ Extravasamento do dique principal;
+ Extravasamento dos sumps das pilhas;
+ Queda de veículos e máquinas na cava;
+ Entre outros.
Os recursos materiais que estarão disponíveis na instalação para
desencadeamento das ações de combate emergencial deverão estar
relacionados neste PAE, sendo recomendado então que sejam apresentados

365
sob a forma de anexo deste documento, facilitando assim a consulta e a
atualização dos mesmos.

10.9.5.4.I. Abandono da Região / Contingência Socioambiental


Caso seja necessário o abandono de áreas externas, por parte da população
presente nas proximidades da instalação, isto deverá ser feito com base nos
procedimentos previsto no Plano de Contingência Socioambiental.

10.9.5.4.J. Direção de Abandono


O abandono da instalação e da região deve ser realizado na direção o mais
perpendicular possível em relação à direção do vento, conforme representado
na figura a seguir.
Para isto os colaboradores e visitantes devem visualizar a direção dos ventos
por meio da biruta, a ser determinado o local de instalação desta, devendo
este ser um ponto alto, de fácil visualização, e que possa ser visualizado a
partir de qualquer área/setor do empreendimento.
Cabe a Brigada de Emergências remover possíveis vítimas do acidente, e de
acidentes que possam ocorrer durante a evacuação, e indicar a direção que
deve ser seguida para realização do abandono de área seguro.

Biruta
Direções
Preferenciais

Vento

Figura 10.9.5-2 - Exemplo de Direções Preferenciais para Fuga

Fonte: AGR Engenharia, 2018.

Todos deverão ser orientados a não correr durante o abandono de área, ou


mesmo parar ou voltar para resgatar objetos pessoais.
Em caso de incêndio com grande quantidade de fumaça todos devem ser
orientados para utilizar um pano umedecido com água junto a boca e ao nariz,
realizando o deslocamento/abandono o mais próximo possível ao solo.

10.9.5.4.K. Prestação de Primeiros Socorros


Na eventual necessidade de prestação de primeiros socorros durante o
abandono da instalação ou região, esta deverá ser realizada somente pelos
Brigadistas de Emergência e/ou por entidades externas capacitadas.
A vítima deverá ser deslocada até uma área segura, afastada do evento
emergencial e livre de exposição a radiações térmicas, fumaças e/ou névoas
da substância em questão.
Sempre que necessária a prestação de primeiros socorros, deverá ser
solicitado, de imediato, socorro médico, ou encaminhar a vítima para o

366
hospital mais próximo para avaliação e acompanhamento médico
especializado.

10.9.5.4.L. Registro e Finalização de Emergências


Declarado o fim de qualquer situação emergencial na instalação, esta deve
ser vistoriada pelo Coordenador deste PAE e/ou Líder da Brigada de
Emergências, sendo preenchido o um registro acerca da ocorrência em
questão, a ser desenvolvido quando da implantação deste PAE.
A investigação da ocorrência deverá ser realizada conforme o item
Investigação de Incidente, apresentado no Programa de Gerenciamento de
Riscos da unidade.
Os resultados da investigação deverão ser avaliados em relação às
possibilidades de adoção de medidas preventivas/mitigadoras para evitar
ocorrências similares futuras.
Os registros das ocorrências devem ser armazenados e mantidos pela
Coordenação deste PAE, sendo disponibilizados para consulta por parte dos
colaboradores e de órgão externos competentes sempre que solicitados.

10.9.5.4.M. Treinamentos e Simulados


Neste item devem estar especificados, de forma clara e objetiva, os
treinamentos e exercícios simulados realizados na instalação para
manutenção deste PAE e capacitação das equipes de atendimento
emergencial e dos demais colaboradores.
A seguir são apresentadas propostas de treinamentos e exercícios simulados
os quais deverão ser avaliados e adequados quando da implementação deste
PAE.

Treinamento Externo de Combate a Incêndios e Primeiros Socorros


Periodicidade: anual
Equipes envolvidas: brigadistas de emergência
Objetivo: realização de simulados reais de combate inicial ao fogo e a
capacitação dos colaboradores quanto ao tipo de agente extintor adequado
para cada tipo de fonte de incêndio, além da preparação dos mesmos para
aplicação de procedimentos de primeiros socorros em vítimas.

Treinamento Interno de Combate a Incêndios


Periodicidade: trimestral
Equipes envolvidas: brigadistas de emergência, sob coordenação da área de
segurança do trabalho
Objetivo: realização de exercícios simulados práticos com as ações de
combate inicial ao fogo e a reciclagem dos colaboradores quanto ao tipo de
agente extintor adequado para cada tipo de fonte de incêndio.

367
Treinamento Interno de Primeiros Socorros
Periodicidade: trimestral
Equipes envolvidas: brigadistas de emergência, sob coordenação da área de
segurança do trabalho
Objetivo: realização de exercícios práticos de aplicação de procedimentos de
primeiros socorros em vítimas, incluso vítimas de descargas elétricas.

Treinamento Interno de Combate a Vazamentos


Periodicidade: trimestral
Equipes envolvidas: brigadistas de emergência, sob coordenação dos
encarregados/responsáveis pelos setores/áreas operacionais envolvidas
Objetivo: realização de exercícios práticos de atuação nos equipamentos dos
sistemas de recebimento, armazenamento e transferência de substâncias
químicas, com o objetivo de paralisar a ocorrência de vazamentos na unidade,
além de capacitar estes para disposição de materiais absorventes para
recolhimento de líquidos e proteção do solo.

Exercício Simulado de Evacuação da Unidade


Periodicidade: semestral
Equipes envolvidas: todos os colaboradores da unidade
Objetivo: capacitar os colaboradores em relação a evacuação segura da
instalação e ordenamento das equipes emergenciais em relação a este
procedimento/ação.

Manutenção e Divulgação do PAE


Este PAE deve ser permanentemente divulgado para que todos os
colaboradores operacionais que realizem ações/atividades na instalação
tomem conhecimento e possam participar adequadamente das ações
emergenciais, na eventualidade de sua ocorrência.
Caso ocorram alterações nas instalações, nos recursos materiais ou humanos
disponíveis para combate emergencial ou nos procedimentos de combate
emergencial este Plano de Ação de Emergência deverá ser revisado
contemplando estes.
Cabe à Coordenação deste PAE identificar a necessidade de revisão deste
plano e executá-la, com o apoio das áreas relacionadas.
É importante ressaltar que este Plano de Ação de Emergência deve ser
utilizado para capacitação dos membros/equipes envolvidos com o
desencadeamento de ações emergenciais durante a ocorrência de acidentes
na instalação.
Sendo assim as ações apresentadas neste documento devem ser treinadas e
simuladas constantemente pelos mesmos, de modo que em uma eventual
ocorrência este seja utilizado apenas para breves consultas, quando
necessário.

368
Divulgação do PAE
Este plano deve ser disponibilizado para consulta por parte de todos os
colaboradores da instalação e demais colaboradores que desempenhem
serviços na Mineração Santa Elina.
É recomendado que após finalizado o PAE da Mineração Santa Elina uma cópia
seja mantida/disponibilizada na portaria para eventuais consultas de órgãos
externos no momento de uma ocorrência.
Quando da revisão do mesmo a Coordenação do PAE deverá informar e
atualizar os documentos distribuídos na instalação, ou então indicar um
colaborador para isto.

10.9.5.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
O acompanhamento e avaliação da efetividade das ações do Programa de
Gerenciamento de Riscos são definidos no item 8.1.4.10 (Auditorias do PGR)
deste programa.

10.9.5.6. Duração e Etapa de Implementação


O Programa de Gerenciamento de Riscos não possui duração, sendo contínuo
após implantação no início das operações do empreendimento.
Quadro 10.9.5-1 - Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Gerenciamento de n n n
Riscos

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.9.5.7. Responsabilidades
A Coordenação do Programa de Gerenciamento de Riscos tem como
atribuição principal gerenciar a aplicação das informações, o uso das
ferramentas e o cumprimento das responsabilidades definidas neste
programa, por parte dos setores e/ou áreas envolvidas com a manutenção e
operação das instalações.
Quando do desenvolvimento e implantação deste Programa de
Gerenciamento de Riscos deverá ser determinado o responsável pela
implantação e acompanhamento da sistemática de gestão dos riscos
apresentado neste.
Caberá ao Coordenador do PGR delegar as devidas atribuições aos
responsáveis envolvidos com cada item deste programa, para manutenção
deste. Esclarece-se que além da coordenação deste programa o Coordenador
do PGR deve ser responsável por demais atribuições conferidas a ele,
relativas ao cargo/função.

369
Um fato importante que deve ser destacado é o de que a aplicação e
manutenção de todos os itens relacionados neste PGR deve ser realizada de
maneira a evitar que haja descontinuidade operacional no Projeto DM1 a.
Desta maneira, o sucesso da implementação dos itens preconizados neste
documento é função do planejamento, organização e conscientização dos
colaboradores envolvidos com as atividades operacionais e dos
coordenadores de suas respectivas áreas de atuação.
Toda documentação envolvida no gerenciamento dos riscos da instalação
deve estar continuamente disponível aos colaboradores da unidade, devendo
ser disponibilizada, sempre que necessário, para consulta dos órgãos
competentes.
Por este motivo recomenda-se que toda documentação de registro de
inspeções, atividades, alterações e operações, contempladas neste
programa, sejam arquivadas por, pelo menos, 3 (três) anos.
Caso a unidade venha a utilizar ferramentas para gestão de informações
(sistemas de gestão de informações e documentos), estas deverão ser
apresentadas e descritas neste item quando do desenvolvimento e
implantação do PGR, sendo relacionados os documentos (procedimentos e
diretrizes) que norteiam o uso, manutenção e responsabilidades atribuídas
aos gestores do sistema.

10.9.5.8. Resultados Esperados


Como resultado da implantação e manutenção deste Programa de
Gerenciamento de Riscos espera-se a gestão e controle dos riscos de
acidentes ampliados.

370
10.10. Plano de Contingência Socioambiental (PCSA)

10.10.1. Justificativa
Este Plano de Contingência Socioambiental (PCSA) foi elaborado para
preparação a resposta emergencial em caso de cenários acidentais que
possam impor risco direto e imediato à sociedade presente na região de
entorno do Projeto DM1. Este plano não substitui o Plano de Ação de
Emergências do empreendimento, sendo complementar a este.

10.10.2. Objetivos

10.10.2.1. Objetivo Geral


O objetivo geral do Plano de Contingência Socioambiental é estabelecer uma
interface de preparação à resposta emergencial a cenários acidentais
decorrentes do Projeto DM1, os quais possam afetar a sociedade presente na
região em que será instalado o empreendimento.

10.10.2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos deste programa estão relacionados com as etapas
deste plano, sendo:
+ Identificação dos cenários acidentais potenciais de danos à sociedade
e meio ambiente;
+ Definição dos mecanismos/meios para acompanhamento das
ameaças;
+ Estabelecimento de ações de resposta adequadas aos cenários
acidentais potenciais de danos a sociedade e meio ambiente;
+ Identificação e cadastramento do público (comunidade)
potencialmente afetado;
+ Identificação e estabelecimento de meios de alerta emergencial entre
o empreendimento, sociedade e instituições de apoio e defesa;
+ Definição dos recursos necessários para as ações de remoção, proteção
e assistência às vítimas do cenário acidental;
+ Definição da estrutura de resposta emergencial.

10.10.3. Abrangência e Público-Alvo


Este Plano de Contingência Socioambiental tem como área abrangência o
empreendimento, a sociedade / comunidade presente na região
potencialmente afetada por cenários acidentais decorrentes do
empreendimento e nas instituições de apoio e defesa, conforme definido no
Grupo de Trabalho deste plano.

10.10.4. Metodologia e Descrição das Atividades


O escopo desta diretriz de Plano de Contingência Socioambiental está
alinhado com o Módulo de Formação de Elaboração de Plano de Contingência
publicado pelo Ministério da Integração Nacional (MI) em conjunto com a
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil e Departamento de Prevenção
e Preparação, sendo estes:

371
+ Formação de Grupo de Trabalho;
+ Definição dos Cenários Acidentais (Cenários de Risco);
+ Recursos e Capacidade de Resposta;
+ Ações e Procedimentos; Aprovação,
+ Implantação e Divulgação; e
+ Revisões.
Os itens que compõem esta diretriz de Plano de Contingência Socioambiental
estão desenvolvidos a seguir, devendo estes serem considerados para
implantação deste plano quando da etapa de Licença de Operação do Projeto
DM1.

10.10.4.1. Formação do Grupo de Trabalho


A formação do Grupo de Trabalho (GT) consiste na identificação e preparação
dos atores que serão envolvidos durante a resposta emergencial ao cenário
de risco definido neste Plano de Contingência Socioambiental.
Neste Grupo de Trabalho deverão ser envolvidos instituições públicas locais
e/ou regionais, tais como Prefeitura Municipal, Guarda Municipal, Defesa Civil,
Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e serviços de emergências médicas como
o SAMU, a Cruz Vermelha e hospitais locais e regionais; a sociedade civil,
associações de moradores ou grupos comunitários; e representantes do
empreendimento com poder decisório sobre as ações por parte da Mineração
Santa Elina.
Para consolidação do Grupo de Trabalho é necessário que haja um
planejamento participativo de todos estes, com ações articuladas e
previamente acordadas em reuniões envolvendo todas as partes.
Para isto é necessário que os participantes do Grupo de Trabalho estejam
capacitados para desempenho das ações sob sua responsabilidade. São
estas:
+ Instituições Públicas Locais: Suporte no relacionamento com a
sociedade civil, organização e frente da estrutura de resposta para
remoção de vítimas e/ou população presente em áreas potencialmente
impactadas, suporte na segurança da população e bens materiais
presentes nas áreas potencialmente atingidas e demanda constante de
atualização e manutenção do Plano de Contingência Socioambiental;
+ Sociedade Civil: Organização da sociedade e contato direto com a
sociedade para aproximação desta ao empreendimento, por meio de
eventos;
+ Empreendimento: Promoção de eventos para divulgação do Plano de
Contingência Socioambiental e as ações de resposta, identificação das
ameaças, alerta da eminência e/ou ocorrência do evento, combate
emergencial, suprimento de recursos para remoção, socorro
(atendimento) e acomodação das vítimas.
Os atores envolvidos no Plano de Contingência Socioambiental deverão estar
cadastrados, conforme modelo de tabela a seguir. A atualização deste
cadastro deve ser constante, sob a responsabilidade do empreendimento.

372
Tabela 10.10.4-1 - Grupo de Trabalho

Entidades Representantes Telefones de Contato

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

Deverão ser realizadas reuniões periódicas com a presença de representantes


dos atores que comporão o Grupo de Trabalho, sendo a promoção destas
reuniões sob a responsabilidade do empreendimento. Estas reuniões serão
direcionadas ao planejamento de ações para implantação e manutenção
deste Plano de Contingência Socioambiental, incluso realização de simulados
periódicos.

10.10.4.2. Definição dos Cenários Acidentais (Cenários de Risco)


O cenário acidental com potencial de danos à sociedade, decorrente das
atividades da Mineração Santa Elina é de:
+ Inundação devido ao rompimento do dique do Reservatório (barragem
principal).
Durante a operação do empreendimento, se este cenário acidental ocorrer,
a cava poderá atuar como mecanismo de contenção da água, diminuindo
assim o potencial de inundação de áreas lindeiras. Após a vida útil do
empreendimento, quando a cava estará com espelho d`agua, o cenário pode
resultar na inundação de áreas próximas ao empreendimento e presentes a
jusante do empreendimento
A seguir o cenário acidental é apresentado de forma organizada com as
informações pertinentes a este.

373
Tabela 10.10.4-2: Cenário Acidental

Capacidades e
Ameaça Vulnerabilidade Risco
Recursos

Cava para
Alagamento da cava contenção primária
Chuvas excepcionais com lesões e/ou da água
fatalidade de extravasada
Falha estrutural colaboradores
devido a erro de Treinamento da
projeto ou Alagamento em áreas comunidade e
construção a jusante, com entidades de
mortandade de resposta
Inundação Bloqueio dos vegetação e emergencial
sistemas de espalhamento de
drenagem (topo sujidade Abrigos
e/ou fundo) temporários para a
Alagamento de casas população
Falha estrutural por presentes na
removida das
abalo sísmico proximidade das áreas
áreas alagadas.
Equipe de limpeza

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

Cabe esclarecer que mesmo após a implantação do empreendimento, os


canais (rios, riachos, mourões) presentes a jusante do empreendimento
continuarão recebendo a contribuição do córrego central (note-sul), por meio
de um desvio artificial no entorno da cava.
Esclarece-se que os cenários acidentais de escorregamento das pilhas de
estéril) e escorregamento de taludes da cava não foram previstos como
cenários de risco neste Plano de Contingência Socioambiental por não terem
sido avaliados na Análise de Riscos como potenciais causadores de danos
externos ao empreendimento.

10.10.4.3. Recursos e Capacidade de Resposta


Os recursos e capacidade de resposta devem ser compostos por:
+ Recursos Materiais: trata-se de recursos do próprio empreendimento
ou de terceiros contratados por este, sendo composto por:
equipamentos / máquinas de movimentação de terra, equipamentos
de proteção individual (incluso vestimentas de proteção adequadas) e
equipamentos de sinalização (cones, faixas, cavaletes, placas);
+ Recursos Humanos: trata-se de recursos governamentais, sociedade
civil, colaboradores do empreendimento e de empresas privadas
contratadas, não restrito aos participantes do Grupo de Trabalho,
sendo este composto por: representantes da Prefeitura Municipal,
Guarda Municipal, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar,
representantes da sociedade civil (associações de moradores ou
grupos comunitários) além dos colaboradores da Mineração Santa Elina
e empresas terceiras envolvidos na estrutura de resposta emergencial;

374
+ Infraestrutura de Transporte: trata-se de recursos governamentais,
privados e de empresas contratadas, sendo este composto por:
ambulâncias e veículos de socorro e transporte de vítimas e veículos
para transporte em massa da comunidade (ônibus, micro-ônibus,
vans).
É recomendado que a relação dos recursos seja atualizada nas seguintes
situações:
+ Alterações nas instalações que impliquem na criação de novos cenários
de risco ou alterações nos cenários de risco;
+ Ocorrência de desastres; e
+ Ao menos 1 vez ao ano, caso não ocorra nenhuma das situações
indicadas acima.

10.10.4.4. Ações e Procedimentos


De acordo com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC/MI)
devem ser previstos procedimentos para as seguintes ações básicas:
+ Monitoramento: objetiva prever a ocorrência do cenário de risco com
máxima antecipação possível, reduzindo o fator surpresa, danos e
prejuízos, além de propiciar tempo hábil para desencadeamento das
ações de resposta e remoção das comunidades afetadas. O método
para monitoramento da barragem principal deve ser estabelecido com
forma de registro e periodicidade, sendo uma atribuição do
empreendimento;
+ Alerta: objetiva a comunicação ágil sempre que o monitoramento
identificar uma situação com cenário de risco eminente, a partir de um
critério de avaliação pré-definido. O acionamento do alerta deve partir
do empreendimento, sendo definidos os canais adequados e receptores
(entidades governamentais e/ou sociedade civil) da informação de
alerta;
+ Alarme: objetiva a comunicação de ocorrência do cenário de risco
(evento), devendo ser desdobradas as ações práticas de abandono de
área, remoção de vítimas e assistência às vítimas, sempre que
necessário. O acionamento do alarme deve partir dos atores definidos
como responsáveis no Grupo de Trabalho, sendo usados os canais
disponíveis e já pré-estabelecidos para isto (whatsapp, sirenes, carro
de som, rádios locais, sinos de igreja, entre outros que estejam
disponíveis);
+ Abandono de Área: objetiva o planejamento da saída (fuga) rápida das
áreas potencialmente afetadas. Para isto devem ser definidas as rotas
(vias) de abandono, identificadas as áreas e vias de difícil abandono,
definidos e cadastrados os meios de abandono (transporte em massa),
definidos e identificados pontos de encontro para deslocamento por
meio de transporte em massa, definidos os responsáveis locais por
orientar as pessoas nos pontos de encontro e acesso ao transporte em
massa e a forma de divulgação destas informações para conhecimento
da população. Recomenda-se que as ações de abandono de área sejam
coordenadas por entidades como a Defesa Civil, com apoio/estrutura
do empreendedor;
+ Remoção e Socorro de Vítimas: objetiva definir como, e por quem ou
quais entidades, serão desenvolvidas as ações de busca e salvamento

375
de vítimas nas áreas atingidas. Deverão ser mapeados os centros
médicos locais e regionais com informações sobre a localização,
distância, vias de acesso a estes, capacidade de resposta,
especialidade, horário de funcionamento e contatos. A remoção e
socorro às vítimas deve ser feita por entidade especializada (SAMU,
hospitais, centros médicos);
+ Assistência às Vítimas: objetiva assegurar as condições necessárias
para manutenção das vítimas durante o período do cenário de risco
(período de ocorrência e pós ocorrência), com ações de fornecimento
de abrigo, mantimentos, segurança pública, água potável, higiene,
limpeza vestimentas, banheiros, entre outros, assim como manejo e
disposição de cadáveres (humanos e animais) e apoio logístico aos
recursos humanos e materiais (fornecimento de mantimentos).
Embora a responsabilidade inicial pela assistência às vítimas esteja
centrada no município, esta deve ser compartilhada com demais
agentes para suportar a necessidade de recursos materiais e humanos
e com o empreendedor;
+ Reestabelecimento de Serviços Essenciais: objetiva possibilitar o
retorno seguro às áreas atingidas, com avaliações estruturais das
edificações potencialmente afetadas, segurança pública,
reestabelecimento de sistemas de água, esgoto, energia elétrica e
transporte público, limpeza de vias e edificações e desobstrução de
vias (retirada de escombros). Embora a responsabilidade inicial pelo
reestabelecimento dos serviços essenciais esteja centrada no
município, esta deve ser compartilhada com demais entidades de apoio
e com o empreendedor.
É essencial que no Grupo de Trabalho estejam definidos claramente os
responsáveis pela coordenação dos recursos (humanos e materiais)
envolvidos em cada ação, assim como seus suplentes em caso de ausência
destes.

10.10.4.5. Aprovação, Implantação e Divulgação

10.10.4.5.A. Aprovação
Toda revisão deste Plano de Contingência Socioambiental deve passar por
aprovação do Grupo de Trabalho, em reunião oficial com leitura do
documento final e assinatura de folha de revisões.
Após a aprovação deve ser disponibilizada uma via impressa e cópia
eletrônica da última versão completa aos membros do Grupo de Trabalho
A responsabilidade por disponibilização das vias atualizadas é da Mineração
Santa Elina.

10.10.4.5.B. Implantação
A implantação deste Plano de Contingência Socioambiental é realizada por
meio de exercícios simulados envolvendo os coordenadores das ações /
procedimentos e demais membros do Grupo de Trabalho. Cabe a estes a
decisão, durante o planejamento do exercício simulado, de quais entidades
e/ou comunidades serão envolvidas adicionalmente.

376
O exercício simulado deve ser realizado ao menos 1 vez ao ano, e deve
envolver as etapas de alerta, alarme e remoção e socorro às vítimas, devendo
o desenvolvimento dos exercícios simulados ser realizado de forma gradual,
sendo proposto inicialmente nestas diretrizes:
+ 1º exercício simulado
§ Ações de alerta das entidades envolvidas.
+ 2º exercício simulado
§ Ações de alerta das entidades envolvidas e alarme para
acionamento de ações com contato com as comunidades
envolvidas, sem que haja remoção.
+ 3º exercício simulado
§ Ações de alerta das entidades envolvidas, alarme para
acionamento de ações e remoção das comunidades envolvidas
(com ou sem o uso de transporte em massa, a depender da
extensão do cenário), com determinação de áreas de socorro e
de assistência/abrigo das vítimas.
A programação, planejamento e execução dos exercícios simulados são de
responsabilidade dos membros do Grupo de Trabalho, com suporte da
Mineração Santa Elina.
A realização de cada exercício simulado deve ser procedida de uma avaliação
das ações desencadeadas neste simulado. Esta avaliação deve ser realizada
pelo Grupo de Trabalho, logo após a realização do exercício simulado para
que seja possível capturar o máximo de informação possível, e abranger
todas as etapas/ações desenvolvidas no simulado, incluso disponibilidade de
recursos humanos, materiais e entidades de apoio (hospitais, abrigos,
transporte, entre outros).
Caso haja recomendações relativas a melhorias e/ou correções/adequações
das ações desenvolvidas, estas deverão ser discutidas e registradas, sendo
estabelecidos responsáveis pela implantação destas. Os resultados da
avaliação do exercício simulado devem ser registrados em documento
assinado por todos os integrantes do Grupo de Trabalho.
É importante que durante o processo de avaliação do exercício simulado seja
lido o registro da avaliação do exercício simulado anterior, de forma que
sejam identificados problemas ou necessidades de melhorias similares,
permitindo assim uma avaliação da eficácia da ação implementada
anteriormente.
Além disso, a Mineração Santa Elina deve implantar uma sistemática de
inspeção e registro da integridade do dique da barragem principal, assim
como das demais barragens, sendo estabelecido critério claro e objetivo para
julgamento da necessidade de acionamento deste Plano de Contingência
Socioambiental por meio da ação de alerta.

377
10.10.4.5.C.Divulgação
A divulgação deste Plano de Contingência Socioambiental deve ser feita a
todos os membros do Grupo de Trabalho, com disponibilização de vias
impressas e cópias digitais deste plano.
A forma de divulgação dos exercícios simulados à demais entidades que não
fazem parte do Grupo de Trabalho e/ou a população deve ser discutida e
planejada pela Grupo de Trabalho quando da implantação deste Plano de
Contingência Socioambiental, podendo para isto serem utilizados panfletos
autoexplicativos e/ou realizados eventos sociais com este objetivo. A
responsabilidade pelo fornecimento dos recursos para esta finalidade é da
Mineração Santa Elina.

10.10.4.6. Revisões
A revisão deste Plano de Contingência Socioambiental deve ser realizada na
ocorrência das seguintes situações:
+ Atualização/mudanças em telefones e contatos de emergência;
+ Atualização de membros ou entidades do Grupo de Trabalho;
+ Atualização de recursos disponíveis, incluindo transporte e recursos de
terceiros com atuação no plano;
+ Atualização de recursos voltados a remoção, socorro e assistência às
vítimas (hospitais, clínicas, locais de abrigos, pontos de encontro, vias
de acesso e remoção de vítimas, áreas de socorro às vítimas, suporte
para fornecimento de água, alimentação e instalações sanitárias,
remoção e destinação de corpos, entre outros);
+ Alterações nas instalações que impliquem na criação de novos cenários
de risco ou alterações nos cenários de risco;
+ Ocorrência de desastres;
+ 1 vez ao ano, caso não ocorra nenhuma das situações indicadas acima.
+ Após a revisão, este plano deve passar pela aprovação do Grupo de
Trabalho, conforme estabelecido no item anterior.

10.10.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
O acompanhamento e avaliação da efetividade das ações deste Plano de
Contingência Socioambiental se dará por meio das avaliações dos exercícios
simulados, as quais deverão ser discutidas pelo Grupo de Trabalho e definidas
ações de melhoria e/ou correção/adequação conforme cada resultado.

378
10.10.6. Duração e Etapa de Implementação
O Plano de Contingência Socioambiental não possui duração, sendo contínuo
após implantação e início das operações do empreendimento, conforme
cronograma a seguir.
Quadro 10.10.6-1 - Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Plano de
Contingência n n n
Socioambiental

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.10.7. Responsabilidades
A responsabilidade pela implantação e manutenção deste Plano de
Contingência Socioambiental é do empreendedor.
Durante a implantação será formado um Grupo de Trabalho com membros
de entidades de apoio, sociedade civil e da própria Mineração Santa Elina para
os quais serão delegadas atribuições de coordenações de ações específicas.

10.10.8. Resultados Esperados


Como resultado da implantação e manutenção deste Plano de Contingência
Socioambiental espera-se o preparo para pronto atendimento em situações
emergenciais com potencial de danos socioambientais.

379
10.11. Programa de Monitoramento da Dinâmica e da Qualidade
das Águas Subterrâneas

10.11.1. Justificativa
Durante as fases de implantação, operação e desativação do
empreendimento serão realizadas atividades que poderão alterar a qualidade
das águas subterrâneas e promover variações dos níveis estáticos dos
aquíferos presentes presente na ADA e entorno imediato.
A geração de cargas potenciais de contaminação está ligada prioritariamente
à operação dos sistemas de controle e operação da mina e à operação das
instalações industriais. Secundariamente, com menor significância, a geração
de cargas pontuais passíveis de contaminação, representadas por resíduos
sólidos e efluentes líquidos, está relacionada às atividades de limpeza e
preparação do terreno, remoção da vegetação, obras de terraplenagem,
implantação e operação do canteiro de obras e das frentes de obras,
implantação das instalações industriais, implantação e melhoria de acessos e
implantação dos sistemas de controle e operação da mina.
As áreas sujeitas à elevação ou rebaixamento do nível d’água dos aquíferos
correspondem àquelas próximas a área da cava, às pilhas de rejeito e estéril
e ao reservatório de água pelo barramento no córrego DM1. De modo geral,
as variações do nível d’água dos aquíferos quando significativas poderão
provocar, com o rebaixamento do nível d’água, a extinção de nascentes e
comprometimento no abastecimento por poços, além de diminuir a vazão dos
rios.
Conforme descrito no Diagnóstico Ambiental, na área ocorre o Aquífero do
Embasamento, fraturado, compreendido pela Sequência Metavulcano-
Sedimentar Nova Brasilândia (CPRM, 1998), na qual localmente ocorrem mica
quartzo xistos. Entretanto, em escala local, conceitualmente pode-se
considerar sobre este Aquífero do Embasamento a ocorrência de um Aquífero
Raso, no nível freático, de porosidade granular, composto por uma camada
de solo de silte arenoso a silte argiloso, com espessuras de 2 a 4 metros e
uma camada de saprolito siltoso de espessura métrica a decamétrica.
O cruzamento da informação de vulnerabilidade natural do aquífero de nível
médio, com o potencial elevado para gerar uma carga contaminante no
subsolo, demonstra o risco de contaminação, evidenciando, portanto, a
importância do controle de efluentes lixiviados pela atividade da mina, bem
como o monitoramento adequado da qualidade das águas do aquífero.
O presente programa propõe medidas preventivas e corretivas para os
impactos previstos, que deverão ser adotadas para minimizar a significância
ou mesmo evitar que esses impactos ocorram. Este plano tem execução
contínua, ou seja, as principais áreas nas quais ocorrerão as atividades
listadas acima serão monitoradas até a fase de desativação do
empreendimento ou, caso seja constatada uma contaminação remanescente,
até que o órgão competente considere-as devidamente remediadas.
Destaca-se que no Diagnóstico Ambiental detectou-se a ocorrência de
concentrações de Alumínio, Ferro e Manganês na água subterrânea. Entre as
duas campanhas de amostragem realizadas, em agosto de 2017 e janeiro de
2018, o pH aumentou nos poços PM03, PM04 e PM05, porém diminuiu nos

380
poços PM01 e PM02. Os resultados analíticos das amostras de água
mostraram um aumento na concentração de Alumínio, Ferro e Manganês da
primeira para a segunda campanha de amostragem. Os resultados analíticos
das amostras de água durante a segunda campanha de amostragem
apresentaram concentrações acima do valor de referência para o Alumínio
(PM01, PM02 e PM03), o Ferro (PM01, PM02 e PM03) e o Manganês (PM02).
Nos poços de monitoramento, foram realizadas medições de nível d’água na
estação seca e na estação chuvosa e notou-se uma gradativa subida do nível
d’água entre agosto e fevereiro. Entretanto, pontualmente houve uma queda
do nível d’água no PM05, localizado no extremo sudoeste da ADA. Para o
PM03 houve também uma queda pontual do nível d’água no mês de janeiro.

10.11.2. Objetivos
O Programa de Monitoramento da Dinâmica e da Qualidade das Águas
Subterrâneas objetiva o monitoramento dos níveis da água subterrâneas e
da qualidade das águas dos aquíferos, bem como, apontar medidas
preventivas e corretivas necessárias à preservação dos mesmos, em função
de impactos previstos decorrentes de atividades realizadas durantes a
implantação, operação e desativação do empreendimento.
O monitoramento da dinâmica das águas subterrâneas visa avaliar as
variações dos níveis estáticos dos diferentes aquíferos existentes na ADA, e
entorno imediato, de forma a acompanhar os movimentos da água
subterrânea para a adoção de medidas relacionadas aos impactos esperados.
O monitoramento da qualidade das águas subterrâneas visa avaliar a
qualidade dos recursos hídricos subterrâneos, monitorando os parâmetros
específicos descritos na legislação federal vigente e concernentes aos
possíveis agentes poluidores presentes.

10.11.3. Abrangência e Público Alvo


O Programa de Monitoramento da Dinâmica e da Qualidade das Águas
Subterrâneas possui abrangência local, circunscrita à ADA do
empreendimento e entorno imediato. Este programa será realizado por meio
de uma malha de poços de monitoramento, dispostos em posição estratégica,
tanto a montante quanto a jusante do empreendimento, de forma que as
áreas suscetíveis às alterações sejam abarcadas.
O público-alvo é representado pelos trabalhadores da Mineração Santa Elina,
das empresas terceirizadas que serão contratadas para a execução das
atividades, além da SEDAM (Secretaria de Estado e Desenvolvimento
Ambiental de Rondônia), demais órgãos ambientais estaduais e municipais e
população do entorno.

10.11.4. Metodologia e Descrição das Atividades


A metodologia adotada no Programa de Monitoramento da Dinâmica e da
Qualidade das Águas Subterrâneas foi pautada nas informações constantes
no Diagnóstico Ambiental do Projeto DM1.
Para o controle e a manutenção da qualidade da água subterrânea o mais
importante é evitar ou minimizar impactos no aquífero. As medidas

381
preventivas, de controle e recuperação propostas ao empreendimento são
apresentadas no Programa de Controle Ambiental das Obras – PCAO, no
Programa de Gestão de Resíduos Sólidos – PGRS; no Programa de Gestão de
Efluentes Líquidos – PGEL; no Programa de Monitoramento da Rede Hídrica e
no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD.
No âmbito do Plano Básico Ambiental serão definidos e detalhados os
seguintes itens:
+ Rede Amostral;
+ Plano de instalação de poços de monitoramento de qualidade e de
monitoramento do nível d’água;
+ Levantamento de todos os poços existentes nas propriedades
localizadas no entorno do empreendimento para monitoramento de
nível d’água;
+ Frequência de amostragem;
+ Procedimentos de coleta e análise das amostras;
+ Procedimentos para leituras do nível d’água nos poços de
monitoramento; e
+ Forma de apresentação dos dados e relatório técnico.

10.11.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
Os indicadores de alteração da dinâmica das águas subterrâneas na área do
empreendimento serão obtidos através das variações dos níveis estáticos,
considerando-se a pluviometria local e a resposta da variação do nível d´água
após amostragens. Os indicadores de qualidade das águas subterrâneas
consistem de análises de parâmetros físico-químicos que subsidiam o
diagnóstico das características dos aquíferos, os parâmetros e a periodicidade
das amostragens serão definidos na ocasião do Plano Básico Ambiental (PBA).
O monitoramento deverá apresentar por meio de relatórios técnicos e laudos
analíticos, os resultados dos parâmetros físico-químicos da água,
estabelecendo um comparativo com os valores orientadores, balizados
conforme classes definidas na Resolução Conama no 396/2008 e com
prováveis background locais. Os laudos analíticos deverão acompanhar o
relatório, sendo devidamente assinados por profissional habilitado,
credenciado no respectivo conselho profissional.
Caso seja detectada alguma alteração significativa nos parâmetros
analisados, deverão ser indicadas medidas emergenciais preventivas e
corretivas, visando à preservação dos recursos hídricos subterrâneos em
estudo.

10.11.6. Duração e Etapa de Implementação


Este programa de monitoramento tem caráter contínuo, ou seja, as áreas
potencialmente afetadas pelo empreendimento e entorno próximo serão
monitoradas até o final da fase de desativação do empreendimento, podendo
se estender após a desativação do empreendimento, de forma que não haja
quaisquer áreas contaminadas remanescentes e que o nível d’água do
aquífero seja recuperado e se estabilize. O Quadro a seguir apresenta o
cronograma.

382
Quadro 10.11.6-1 - Cronograma do Programa de Monitoramento da
Dinâmica e da Qualidade das Águas Subterrâneas

Fases do Empreendimento
Diretrizes/Ações
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Monitoramento da
Dinâmica e
n n n n
Qualidade das
Águas
Subterrâneas

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.11.7. Responsabilidades
A execução do Plano de Monitoramento da Qualidade da Água deverá ficar a
cargo da Santa Elina, com a possibilidade de estabelecimento de convênios
com entidades públicas e privadas, podendo contratar serviços especializados
de terceiros para sua execução.

10.11.8. Resultados Esperados


Com a implantação deste programa objetiva-se o controle continuado e a
manutenção da qualidade das águas subterrâneas, bem como a minimização
dos impactos provocados pelas variações do nível estático dos aquíferos raso
e do Embasamento na ADA do empreendimento e entorno imediato, de forma
a reduzir a ocorrência de impactos negativos.

383
10.12. Programa de Controle e Monitoramento de Ruído

10.12.1. Justificativa
O Projeto DM1 terá a maior parte de suas instalações a céu aberto, com
atividades que apresentam possibilidade de gerar ruído a grandes distâncias.
No entorno do empreendimento existem algumas propriedades que podem
ser impactadas pelo aumento de ruído.
Durante a elaboração do EIA foram medidos níveis de ruído em receptores
críticos localizados no entorno da área do empreendimento e em todos os
pontos e em ambos os períodos de medição, o Lra superou o NCA, e, desse
modo, o Lra assumiu a função de NCA, tornando-se o limite de referência
para futuras comparações com os níveis sonoros gerados nas fases de
implantação, operação e desativação do empreendimento.
Dessa forma, torna-se necessário avaliar e monitorar a propagação sonoro e
estimar os níveis de ruído a serem gerados, bem como os possíveis
incômodos à comunidade.

10.12.2. Objetivos

10.12.2.1. Objetivo Geral


O programa tem como objetivo avaliar as emissões de ruído decorrentes das
atividades de implantação, operação e desativação do empreendimento por
meio de monitoramento periódico, considerando os receptores que possam
sofrer incômodos caso os limites sonoros sejam ultrapassados (NBR 10.151).

10.12.2.2. Objetivos Específicos


O programa apresenta os seguintes objetivos específicos:
+ Identificar as áreas de alteração dos níveis de ruído provenientes das
atividades do empreendimento; e
+ Indicar ações para minimizar os impactos identificados em função da
emissão de ruídos.

10.12.3. Abrangência e Público-Alvo


A abrangência o presente programa é basicamente a AID do
empreendimento, abrangendo áreas onde haverá fontes fixas (como
maquinários e equipamentos de grande porte) e fontes móveis (como
utilização de caminhões e veículos de transporte) de emissão de ruídos,
incorporando também os receptores críticos.
O público alvo compreende colaboradores envolvidos com as atividades
emissoras de ruídos, sendo o principal público devido ao direcionamento das
recomendações, além de auxiliarem na boa conduta dos procedimentos
internos, identificando antecipadamente a necessidade de ações corretivas
de equipamentos e máquinas, evitando o prolongamento de emissões
sonoras que potencializariam incômodos ao entorno do empreendimento,
além das comunidades do entorno.

384
10.12.4. Metodologia e Descrição das Atividades
A realização das campanhas de medição de ruído deverá ser norteada pelas
ações estabelecidas a seguir.

10.12.4.1.A. Equipamento a ser utilizado e calibração


Os equipamentos para a realização das medições sonoras serão:
+ Medidor de ruído capaz de registrar Leq, L10 e L90 na curva de
ponderação A, de um em um segundo.
+ O equipamento deve ser classificado como do tipo 1 (um), conforme
padrões estabelecidos pelas normas IEC 651, IEC 804, IEC 61672-1,
IEC 1260, ANSI S1.11;
+ Calibrador de nível de pressão sonora deve ser classificado como do
tipo 1, conforme padrões estabelecidos pela norma IEC-60942, com
precisão de +/-0,3dB e com variação máxima de +/-2% na frequência
de emissão de 1000Hz;
+ Os equipamentos deverão possuir certificados de calibração com
prazos de validade em vigor, emitidos pelo INMETRO, ou outro órgão
que seja integrado à Rede Brasileira de Calibração e devidamente
credenciado pelo INMETRO. Os certificados de calibração deverão ser
apresentados anexos aos relatórios periódicos.

10.12.4.1.B. Procedimento de Medição


Os procedimentos de medição deverão ser realizados conforme as normas
NBR 10.151/2000, “Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto
da comunidade”, NBR 7731/1983 “Guia para execução de serviços de
medição de ruído aéreo e avaliação dos seus efeitos sobre o homem” e norma
ISO 1996, Partes 01 e 02, “Acoustics – Description, measurement and
assessment of environmental noise”, 1987 e 2003.
A seguir são apresentadas as principais ações para a atividade de medição:
+ Deverão ser efetuados os devidos cuidados durante mediação,
garantindo a qualidade do dado obtido durante as medições sonoras
em relação à posição de microfone, distâncias de superfícies refletoras,
utilização de tripé, utilização de protetor de vento e demais requisitos
referenciados nas Normas Técnicas referenciadas;
+ O medidor deverá ser aferido com fonte calibrada de 94dB, em
1000Hz, antes e após a realização das medições acústicas, não
podendo haver variação superior a 0,5dB em 1000Hz entre estas duas
aferições;
+ O tempo de amostragem em cada local dependerá de estabilização dos
resultados, devendo ser de no mínimo 5 minutos, podendo se estender
até 10 ou 15 minutos;
+ A cada campanha deverão ser efetuadas medições diurnas e noturnas,
sempre de forma a contemplar o período de desenvolvimento das
atividades do empreendimento.
+ Se possível, no mesmo dia da realização da campanha, caso o
residente receptor estiver presente, efetuar entrevista com o mesmo
para que este relate potenciais incômodos. Havendo tal relato,

385
identificar e registrar o horário destas ocorrências e respectiva
periodicidade.
+ As campanhas deverão ocorrer com periodicidade trimestral durante o
primeiro ano de execução, podendo passar a ser semestral caso nos
próximos anos não haja relatos de incômodos dos receptores
potenciais durante entrevistas;
+ Não deverão ser efetuadas medições na existência de interferências
audíveis advindas de fenômenos da natureza (por exemplo: trovões e
chuvas fortes);
+ Durante as medições sonoras também deverão ser registrados os
valores de temperatura, umidade, velocidade e direção do vento,
coordenadas dos pontos de medição (GPS); e fotografados os pontos
de medição com os equipamentos instalados no local para o devido
registro fotográfico e fornecimento ao órgão licenciador; e
+ Todas as medições sonoras deverão ser efetuadas em modo contínuo
de monitoramento, registrando Níveis Sonoros Equivalentes Contínuos
(Leq), na curva de ponderação A, de um em um segundo, durante todo
o intervalo de medição.
+ Os relatórios técnicos de cada campanha deverão conter:
§ Marca, tipo ou classe e número de série de todos os
equipamentos de medição utilizados;
§ Data e número do último certificado de calibração de cada
equipamento de medição;
§ Desenho esquemático e/ou descrição detalhada dos pontos da
medição;
§ Horário e duração das medições do ruído;
§ Temperatura, umidade, velocidade e direção do vento durante
as medições;
§ Valores registrados de um em um segundo durante os períodos
de medição de ruído;
§ Níveis sonoros estatísticos, L10, L90, bem como os valores de
Leq;
§ Coordenadas geográficas dos pontos monitorados;
§ Fotografias dos equipamentos posicionados em cada um dos
locais de medição.
+ Deverão ser utilizados como referência os níveis sonoros
recomendados pela norma da ABNT, NBR 10.151 – “Avaliação do ruído
em áreas habitadas visando o conforto da comunidade”, apresentados
a seguir.

386
Quadro 10.12.4-1- Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto
da comunidade

Tipos de áreas Diurno Noturno

Áreas de sítios e fazendas 40 35

Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de


50 45
escolas

Área mista, predominantemente residencial 55 50

Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55

Área mista, com vocação recreacional 65 55

Área predominantemente industrial 70 60

Fonte: ABNT, NBR 10.151 - “Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da
comunidade”.

10.12.4.1.C.Recomendações preventivas às emissões de ruídos


As recomendações a seguir visam impedir gerações desnecessárias de ruídos,
podendo ser previamente evitadas/minimizadas:
+ Utilizar equipamentos ruidosos (Ex.: compressores e geradores) sob
enclausuramento sempre que possível;
+ Realocar as fontes geradoras dos pontos mais extremos do
empreendimento, evitando a propagação de ruídos ao entorno
imediato, fora das delimitações territoriais de empreendimento;
+ Efetuar manutenções preventivas periódicas das máquinas e
equipamentos, estabelecendo um controle por meio de
registros/fichas;
+ Estabelecer manutenção corretiva imediata de equipamentos, logo
após a constatação de alguma irregularidade mecânica que
proporcione a geração de ruídos;
+ Operar os equipamentos dentro das especificações técnicas dos
fornecedores; e
+ Evitar a realização de tarefas mecânicas ao ar livre, quando possível,
onde os ruídos gerados têm propagação facilitada.

10.12.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
Os níveis de ruído ambiente obtidos nas campanhas de monitoramento
deverão ser comparados aos níveis de referência sonoros recomendados pela
norma da ABNT, NBR 10.151 – “Avaliação do ruído em áreas habitadas
visando o conforto da comunidade”. E atender aos valores obtidos nas
medições anteriores à implantação do empreendimento e na Resolução
Conama 01/1990 (apresentados no Diagnóstico Ambiental).

387
10.12.6. Duração e Etapa de Implementação
O programa de monitoramento deve ser realizado durante as fases de
implantação, operação e desativação do empreendimento, uma vez que todas
as referidas etapas apresentam atividades emissoras de ruídos, conforme
cronograma a seguir.
Quadro 10.12.6-1 – Etapas da Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de Controle
e Monitoramento de n n n
Ruído

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.12.7. Responsabilidades
O empreendedor é responsável pela implementação do programa e execução
das ações propostas.

10.12.8. Resultados Esperados


Com a execução do programa espera-se a diminuição das emissões de ruído
até os níveis de referência sonoros recomendados pela norma da ABNT, NBR
10.151 – “Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da
comunidade”.

388
10.13. Programa de Manejo de Fauna Terrestre

10.13.1. Justificativa
A supressão da vegetação para a implantação do empreendimento exercerá
impacto negativo sobre as populações e comunidades de fauna terrestre nas
áreas de influência do empreendimento.
Esse impacto deverá acontecer de duas formas distintas, sendo na potencial
perda de indivíduos da fauna durante a supressão, assim como na potencial
alteração sobre parâmetros biológicos das populações e comunidades como
um todo, em função da eliminação de habitats para os organismos.
Visto que tais impactos tendem a ter abrangências espaciais e temporais
distintas, é necessário que a implementação do Programa de Manejo da
Fauna Terrestre contemple essas distinções a partir de ações de mitigação e
monitoramento focadas em cada aspecto negativo do impacto.
A perda de indivíduos por injúrias causadas principalmente durante as
atividades de supressão da vegetação pode ser mitigada através de ações
que visem afugentar animais desses locais, assim como prover atendimento
médico-veterinário a exemplares eventualmente machucados. Exemplares
com menor capacidade de deslocamento poderão ser capturados e
translocados para os locais indicados como possíveis áreas de soltura visando
a translocação dos mesmos. Cabe ressaltar que tais atividades estão
vinculadas a autorizações do órgão ambiental.

10.13.2. Objetivos

10.13.2.1. Objetivos Gerais


+ Por se tratar de um programa abrangente, que será implantado em
função de diversos impactos levantados sobre a fauna terrestre, são
destacados dois objetivos principais:Identificar a real abrangência e
intensidade dos impactos causados pela eliminação de habitats da
fauna terrestre nas áreas de influência do empreendimento;
+ Mitigar os efeitos negativos da potencial perda de indivíduos da fauna
terrestre durante a supressão da vegetação e demais atividades
relacionadas às obras de implantação do empreendimento.

10.13.2.2. Objetivos Específicos


+ Acompanhar as alterações nas comunidades faunísticas terrestres em
decorrência do empreendimento;
+ Avaliar as medidas de mitigação e controle implantadas;
+ Minimizar lacunas de conhecimento relevantes para o correto controle
e minimização dos impactos do empreendimento;
+ Implementar medidas educacionais junto aos colaboradores sobre a
importância da fauna existente.

389
10.13.3. Abrangência e Público Alvo
Este programa será implantado em todas as áreas onde será efetuada a
retirada da cobertura vegetal para a implantação do empreendimento, bem
como áreas na AID onde haja remanescentes de vegetação nativa, bem como
áreas onde não há previsão de ocorrência de alterações das comunidades da
fauna terrestre por consequência da implantação do empreendimento e que
serão utilizadas como áreas-controle para este programa.
Este programa tem como público alvo o empreendedor, bem como o órgão
ambiental licenciador do empreendimento, população local e instituições
científicas.

10.13.4. Metodologia e Descrição das Atividades


Pela abrangência do programa, poderá ser proposto um conjunto de ações
voltadas para cada um dos objetivos descritos. Esse conjunto de ações
envolve a mobilização de equipes específicas durante todas as etapas do
empreendimento, que, para o monitoramento dos parâmetros biológicos das
populações e comunidades, terão como foco a adoção dos seguintes
procedimentos e medidas:
+ Realização de campanhas periódicas de amostragem da fauna
terrestre, com o intuito de avaliar alterações nos parâmetros biológicos
das populações e comunidades ao longo do tempo;
+ Realização de, no mínimo, uma campanha de amostragem da fauna
antes do início da etapa de implantação do empreendimento, de forma
a avaliar parâmetros da comunidade faunística em um momento
anterior à fase de intervenção no ambiente natural. Campanhas
subsequentes de amostragem da fauna deverão ser feitas com
periodicidade definida, de forma a contemplar a sazonalidade e as
diversas fases de implantação do empreendimento (planejamento,
implantação e operação); e
+ Para a amostragem da fauna deverão ser utilizados métodos já
consolidados para o estudo de cada um dos grupos de vertebrados
terrestres, sendo que os procedimentos de amostragem deverão ser
padronizados e replicados em todas as campanhas previstas, com o
intuito de facilitar análises comparativas acerca dos reais impactos do
empreendimento sobre a fauna.
Para a mitigação do impacto da perda de indivíduos da fauna durante a
supressão da vegetação, o conjunto de ações terá como foco a adoção dos
seguintes procedimentos e medidas:
+ Orientação das atividades de fauna junto aos trabalhadores das frentes
de supressão vegetal e demais responsáveis técnicos, de modo a
articular a operação dessas atividades com os trabalhos de supressão
vegetal;
+ As atividades com a fauna deverão priorizar o afugentamento da fauna,
sem a necessidade de captura ou manejo dos indivíduos. Contudo,
atividades voltadas à captura, translocação e soltura de animais com
menor capacidade de deslocamento deverão ser realizadas visando
minimizar possíveis injúrias sobre os mesmos;

390
+ Orientação da supressão da vegetação, de forma que o sentido da
supressão favoreça o afugentamento passivo dos animais;
+ Para animais que possuem baixa capacidade de deslocamento, deverá
ser feita a captura dos indivíduos com posterior soltura em áreas
preservadas da AID; e
+ Encaminhamento de animais que vierem a óbito a instituições
competentes, capazes de depositar os espécimes em coleções
científicas.

10.13.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
Para o acompanhamento do desenvolvimento deste programa serão
utilizados alguns indicadores que permitam a verificação dos resultados
parciais para que os objetivos propostos sejam alcançados, sendo definidas
correções e/ou complementações que se tornarem necessárias durante sua
execução. São esses indicadores:
+ Variação da riqueza, composição, abundância e ocorrência preferencial
de espécies para cada grupo de fauna abordado, ao longo do período
do monitoramento;
+ Variação no registro de espécies raras, endêmicas e ameaçadas de
extinção;
+ Variação no registro de espécies de valor cinegético; e
+ Registro das espécies atropeladas.

10.13.6. Duração e Etapa de Implementação


Este programa deverá ser executado durante as fases de implantação e
operação, conforme cronograma abaixo.
Quadro 10.13.6-1 - Cronograma do Programa de Monitoramento da
Dinâmica e da Qualidade das Águas Subterrâneas

Programa Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Manejo da
n n
Fauna
Terrestre

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.13.7. Responsabilidades
A responsabilidade pela implantação deste programa é do empreendedor. O
empreendedor poderá contratar empresa especializada, no entanto deverá
prover a empresa contratada com todas as instruções necessárias para o
cumprimento deste programa, além de exercer a fiscalização para que a
mesma execute-o da forma correta, havendo, portanto, corresponsabilidade
de ambos na execução do programa.

391
10.13.8. Resultados Esperados
Com a implantação desse programa espera-se atingir os seguintes
resultados:
+ Diminuição do número de exemplares da fauna silvestres injuriados
e/ou mortos durante as atividades de supressão vegetal; e
+ Translocação de espécimes de baixa capacidade de locomoção para
áreas que não sofrerão alterações com o objetivo de salvaguardar os
mesmos;
+ Avaliação das possíveis alterações e/ou aumento do conhecimento
das comunidades faunísticas da área de influência do
empreendimento.

392
10.14. Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar

10.14.1. Justificativa
O Projeto DM1 possui atividades que deverão gerar emissões atmosféricas, e
nesse contexto, foi elaborado o referido programa para avaliar os efeitos do
empreendimento na qualidade do ar da região, bem como monitorar a
eficácia das medidas mitigadoras adotadas para reduzir a concentração de
poluentes liberados para a atmosfera.
As atividades de implantação e operação geram um acréscimo significativo
da quantidade de material particulado emitido para a atmosfera, que pode
alterar a qualidade do ar local. No Diagnóstico Ambiental foi realizada
medição de qualidade do ar na área do empreendimento, na estação seca,
considerada mais crítica, onde constatou-se que, na maior parte das
amostras não ocorreu ultrapassagem do limite estabelecido nos dias
amostrados.

10.14.2. Objetivos

10.14.2.1. Objetivo Geral


O objetivo deste programa é estabelecer o monitoramento sistemático da
qualidade do ar na AID do Projeto DM1, de modo a possibilitar a avaliação
das medidas mitigadoras propostas e a necessidade de aperfeiçoamento das
mesmas

10.14.2.2. Objetivos Específicos


Especificamente o programa visa o monitoramento da concentração de
Material Particulado em Suspensão (PTS) que deverão ser emitidos pelo
empreendimento para a avaliação da qualidade do ar em receptores críticos.

10.14.3. Abrangência e Público-Alvo


A abrangência do presente programa resume-se a ADA e AID do
empreendimento, onde estão localizados os receptores críticos. O público-
alvo compreende o empreendedor, fornecendo diretrizes para a implantação,
acompanhamento, análise e supervisão do programa no que diz respeito à
elaboração e cumprimento do plano de ação, atendimento ao cronograma,
contratação/organização do corpo técnico, além de avaliação dos resultados
obtidos, assim como o órgão ambiental, que receberá as informações sobre
qualidade do ar no entorno do empreendimento e concentração na fonte,
avaliando, a partir deste programa, se as propostas e metodologias atendem
a estratégia de gerenciamento adotada por seu corpo técnico.
Os resultados gerados poderão ainda ser acompanhados pelas comunidades
locais, a sociedade em geral, instituições científicas, que terão a possibilidade
de conhecimento e supervisão das possíveis alterações ou modificações da
qualidade do ar na região decorrentes da implantação e operação do
empreendimento.

393
10.14.4. Metodologia e Descrição das Atividades
Paralelamente ao monitoramento do material particulado devem ser
efetuadas medições dos parâmetros meteorológicos locais, especificamente:
velocidade do vento, direção do vento, quantidade de precipitação,
temperatura do ar, umidade relativa e radiação solar.
As medições devem ser efetuadas nas habitações mais próximas, localizadas
no entorno do empreendimento que podem ser impactadas pelas atividades
do empreendimento.
No âmbito do Plano Básico Ambiental serão definidos os seguintes itens:
+ Rede Amostral;
+ Detalhamento dos métodos de monitoramento dos referidos
parâmetros (metodologias, equipamentos, critérios para localização de
equipamentos de amostragem e especificidades relacionadas às
amostragens e análises das mesmas);
+ Tempo e amostragem e frequência das campanhas;
+ Análise dos dados e relatório técnico, incluindo análise dos resultados
obtidos à luz dos padrões legais vigentes.

10.14.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
As alterações dos valores de concentração de material particulado na
vizinhança do empreendimento deverão atender aos valores apresentados a
seguir (Quadro 8.1.5-1), conforme estabelecido nas medições realizadas
durante a elaboração do Diagnóstico Ambiental e na Resolução CONAMA nº
03/1990 (define os padrões de qualidade do ar).
Quadro 10.14.5-1 - Padrões de Qualidade do Ar

Resolução CONAMA 03/1990

Parâmetros Tempo de Amostragem


Primário Secundário
(µg/m³) (µg/m³)

Partículas Totais em 24 horas 240 (1) 150 (1)


Suspensão (PTS)
Anual 80 (2) 60 (2)
Fonte: Resolução CONAMA nº 003, 1990.

Legenda:

1- Não deve exceder uma vez por ano.

2 - Média aritmética anual.

394
10.14.6. Duração e Etapa de Implementação
O programa de monitoramento deve ser realizado durante as fases de
implantação, operação e desativação do empreendimento, uma vez que todas
as referidas etapas apresentam atividades emissoras de material particulado,
conforme cronograma a seguir.
Quadro 10.14.6-1 - Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Monitoramento
da Qualidade n n n n
do Ar

10.14.7. Responsabilidades
O empreendedor é responsável pela implementação de medidas de mitigação
em face de alterações na qualidade do ar no entorno do empreendimento.

10.14.8. Resultados Esperados


Com a implantação do presente programa espera-se monitorar e identificar
possíveis inconformidades legais e operacionais, tal como verificar a eficiência
dos equipamentos de controle empregados e medidas mitigadoras aplicadas.
Caso estes não sejam efetivos o presente programa deverá propor novas
recomendações para que os requisitos legais devidamente atendidos.

395
10.15. Programa de Monitoramento da Biota Aquática

10.15.1. Justificativa
O presente programa justifica-se pela necessidade de avaliar e monitorar os
eventuais impactos decorrentes da implantação do empreendimento sobre as
comunidades de biota aquática. Tais acompanhamentos foram considerados
devido à interferência do projeto no Córrego DM1.

10.15.2. Objetivos

10.15.2.1. Objetivo Geral


Monitorar a estrutura da comunidade da biota aquática (planctos, bentos e
ictiofauna) da área sob influência direta do empreendimento, com base em
avaliações espaciais e temporais, visando oferecer bases para sua
conservação e/ou manejo.

10.15.2.2. Objetivos Específicos


+ Monitorar eventuais alterações nas comunidades planctônicas,
bentônicas e de ictiofauna decorrentes da implantação do
empreendimento;
+ Caracterizar eventuais alterações na qualidade ambiental decorrentes
das atividades de monitoramento da Biota Aquática;
+ Avaliar os impactos ambientais sobre a biota aquática decorrentes da
implantação do empreendimento

10.15.3. Abrangência e Público-Alvo


Entende-se como público alvo do Programa de Monitoramento da Biota
Aquatica a comunidade do entorno, e a comunidade científica, o Órgão
Ambiental licenciador, o empreendedor e demais empresas terceirizadas e/ou
prestadoras de serviços.

10.15.4. Metodologia e Descrição das Atividades


A seguir são descritas as atividades previstas para o Programa de
Monitoramento da Biota Aquática. Visando melhor apresentação, as ações
foram divididas de acordo com o grupo.

10.15.4.1. Monitoramento da Ictiofauna


As atividades de monitoramento da ictiofauna serão desenvolvidas
concomitantemente ao avanço das obras (na fase de implantação) e em
conjunto com atividade de operação do empreendimento.
A análise da estrutura ictiofaunística deverá conter a apresentação dos dados
do número de indivíduos e espécies registrados por ponto de coleta, bem
como dados de riqueza e diversidade, de forma comparativa, considerando
que as informações serão colhidas nas fases de chuvas e de seca. Deverão
ser amostrados pontos a jusante e a montante do barramento do
empreendime1nto incluindo áreas represadas e não-represadas, com
fisionomia alterada e original.

396
Serão utilizadas diferentes artes de pesca para a coleta, prevista para o
monitoramento de ictiofauna, no entanto, o esforço de coleta deverá ser
padronizado, compondo uma amostragem quantitativa. A fim de evitar a
perda de informação taxonômica, amostragens qualitativas adicionais
deverão ser realizadas adicionalmente em conjunto com as amostragens
quantitativas. É indicada ainda a análise do estádio de maturação gonadal
das espécies capturadas.
Portanto, as principais ações de monitoramento compreendem:
+ Obtenção da autorização para a coleta de fauna;
+ Definição da equipe;
+ Definição de áreas/pontos de amostragem;
+ Definição dos grupos a serem amostrados;
+ Seleção de indicadores para os grupos;
+ Definição de metodologias de amostragem por grupo;
+ Elaboração de relatórios.

10.15.4.2. Monitoramento Limnológico

10.15.4.2.A. Fitoplâncton
Em cada ponto de amostragem, serão tomadas amostras qualitativas
(composição taxonômica) e quantitativas do fitoplâncton (densidade),
segundo metodologia preconizada pelo Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 22ª ed., 2012.
Em laboratório, a quantificação do fitoplâncton seguirá o método de
sedimentação em câmaras de Utermöhl. A identificação taxonômica do
fitoplâncton será realizada ao nível de gênero ou espécie baseada em
bibliografia para cada grupo de algas e de cianobactérias, como Tremarin
(2005), Bicudo & Menezes (2006), Tucci et al. (2006), Oliveira (2008),
Rodrigues et al. 2010 e Sant’Anna et al. (2012).
A densidade numérica do fitoplâncton será expressa em termos de número
de indivíduos (org./mL) e também por meio de células de cianobactérias
(cél./mL) em atendimento à Resolução Conama 357/05.

10.15.4.2.B. Zooplâncton
Em campo, as amostras qualitativas (composição taxonômica) e quantitativas
(densidade) do zooplâncton serão tomadas, em cada ponto de amostragem,
seguindo a metodologia recomendada pelo Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 22ª ed., 2012.
Em laboratório, as amostras serão analisadas de acordo com a metodologia
proposta pelo Standard Methods (2012, op. cit.). Os indivíduos serão
identificados com auxílio de microscópio ótico, sempre que possível ao nível
de espécie, e contados em câmara de Sedgewick-Rafter. Para identificação,
serão utilizadas as seguintes referências: Gauthier-Leèvre et al. (1958),
Koste (1978), Reld (1985), Elmoor-Loureiro (1997), Souza (2008), Neves
(2011), entre outras. A densidade numérica será expressa em organismos
por metro cúbico (org./m³).

10.15.4.2.C.Invertebrados bentônicos

397
Em cada ponto de coleta, serão tomadas amostras qualitativas (composição
taxonômica) e quantitativas de invertebrados bentônicos (densidade),
segundo metodologia preconizada pelo Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 22ª ed., 2012.
Em laboratório, as amostras serão triadas em placas de Petri quadriculadas,
sob estereomicroscópio com aumento de 40 vezes. Posteriormente, será
realizada a identificação dos organismos de acordo com o grupo taxonômico,
utilizando-se como referência Pérez (1988), Trivinho-Strixino & Strixino
(1995), Merritt & Cummins (1996), Melo (2003), Costa et al. (2004), Pes et
al. (2005), Dominguez et al. (2006), Simone (2006), Segura et al. (2011),
Neiss (2012), entre outras.
Os resultados de densidade numérica de invertebrados bentônicos serão
expressos em organismos por metro quadrado (org./m²).

10.15.4.2.D. Macrófitas aquáticas


Em cada ponto de amostragem, serão tomadas amostras qualitativas
(composição taxonômica, frequência e área de cobertura relativa) e
quantitativas de macrófitas aquáticas (biomassa), segundo metodologia
preconizada pelo Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater, 22ª ed., 2012.
O eventual desenvolvimento de macrófitas deverá ser relacionado às
tipologias morfológicas predominantes, às condições tróficas das águas, e às
especificidades locais, como profundidade, zonas de remanso e
características do substrato.
Os resultados de biomassa serão expressos em gramas por peso seco por
metro quadrado (gPS.m-²).

10.15.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
Os dados obtidos em cada campanha serão consolidados e avaliados em um
relatório parcial, considerando para cada comunidade os seguintes
descritores: composição taxonômica, riqueza de espécies, distribuição
espacial, frequência de ocorrência, densidade, abundância relativa, eficiência
amostral e grau de similaridade.
A cada semestre, será elaborado um relatório integrado, compreendendo as
informações geradas nos seis meses anteriores. Em todos os relatórios
técnicos, deverão ser destacadas eventuais registradas no sistema aquático,
com indicação de medidas preventivas e corretivas, visando à preservação
do ecossistema aquático onde se insere o empreendimento.
Os resultados obtidos ao longo do monitoramento, bem como as
particularidades dos ambientes que serão criados com a implantação do
empreendimento, podem apontar a necessidade de ajustes na localização dos
pontos da rede de amostragem, nos parâmetros adotados e na frequência de
coleta.

10.15.6. Duração e Etapa de Implementação


Quadro 10.15.6 - Etapa de Implementação

398
Fases do Empreendimento
Diretrizes/Ações
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Monitoramento da
Dinâmica e
n n
Qualidade das
Águas
Subterrâneas

Elaboração: Tetra Mais, 2018

10.15.7. Responsabilidades
A responsabilidade de implantação do presente Programa é do empreendedor
e da empresa de consultoria contratada para a sua realização.

10.15.8. Resultados Esperados


Espera-se que a implantação do Programa de Monitoramento da Biota
Aquática possibilite a real mensuração de eventuais impactos ambientais na
área de influência do empreendimento. Com a seleção e análise de
organismos indicadores de qualidade ambiental será possível avaliar as
alterações ambientais da malha amostral.

399
10.16. Programa de Controle da Supressão de Vegetação
(PCSV)

10.16.1. Justificativa
O Programa de Controle da Supressão Vegetal (PCSV) é destinado ao
planejamento e execução da supressão de vegetação (remoção total ou
parcial da vegetação) de áreas necessárias à implantação do
empreendimento (áreas de lavra, pilhas de estéril e rejeito, unidade de
beneficiamento e áreas de apoio).
O principal diploma legal que dispõe sobre a gestão florestal no uso
alternativo do solo, licenciados pela SEDAM (Secretaria de Estado e
Desenvolvimento Ambiental de Rondônia) é o Decreto Estadual n°
19.467/2015.
Este programa relaciona-se também, direta ou indiretamente, com o
Programa de Resgate de Germoplasma, Programa de Afugentamento e
Manejo de Fauna durante a Supressão de Vegetação com os quais deverá
haver diferentes níveis de interação.

10.16.2. Objetivos

10.16.2.1. Objetivo Geral


O PCSV tem como objetivo geral elencar as atividades a serem realizadas
durante os processos de supressão vegetal das áreas do projeto, visando a
redução dos impactos ambientais causados na comunidade vegetal e na
biodiversidade local, e a segurança da equipe de operação da supressão
vegetal, conforme exigências do licenciamento ambiental e da legislação
aplicável.

10.16.2.2. Objetivos Específicos


+ Minimizar a supressão de vegetação mediante o estabelecimento de
procedimentos ambientais a serem adotados durante as atividades de
instalação e por meio da adoção de medidas de controle e monitoramento
eficientes;
+ Realizar o acompanhamento das atividades de cortes, visando o controle
do material lenhoso e propagativo originado neste processo;
+ Garantir a destinação adequada dos produtos florestais resultantes da
supressão de vegetação; e
+ Ordenar e conduzir as frentes de supressão, favorecendo o afugentamento
da fauna e o resgate e salvamento de espécimes de difícil locomoção.

10.16.3. Abrangência e Público Alvo


O público-alvo envolvido é representado pela SEDAM (Secretaria de Estado e
Desenvolvimento Ambiental de Rondônia), o empreendedor, empresa de
consultoria responsável pela implantação do programa, comunidade científica
e a comunidade de entorno.

400
10.16.4. Metodologia e Descrição das Atividades
O desmatamento ou corte raso da vegetação poderá ser realizado de maneira
semi-mecanizada, sendo apresentado de acordo com a sequência
operacional:
+ Treinamento das equipes de campo;
+ Delimitação das áreas de supressão;
+ Salvamento de Germoplasma Vegetal;
+ Construção de acessos para escoamento dos produtos;
+ Método semi-mecanizado:
+ Seleção das árvores comerciais;
+ Instalação dos pátios de madeira temporários e definitivos;
+ Abertura de caminhos de fuga;
+ Broque (limpeza do sub-bosque);
+ Corte seletivo (árvores com DAP ≥ 30 cm);
+ Traçamento e desgalhamento (livrar o fuste do sistema radicular e
copa);
+ Arraste (condução das toras até os pátios de estocagem);
+ Determinação de madeira comercial e não comercial (avaliação de
DAP, formação de fuste, característica da madeira);
+ Empilhamento e romaneio (obtenção do volume) da madeira em pátios
definitivos nas laterais do pátio;
+ Retirada das árvores remanescentes, corte raso e destoca;
+ Transporte de material proveniente de desmatamento;
+ Estocagem e destinação final da madeira.
A supressão deve ser realizada utilizando técnicas de corte que favoreça o
direcionamento da queda, visando minimizar os danos no fuste, facilitar o
arraste, além de proporcionar maior segurança para os trabalhadores.

10.16.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
O acompanhamento do programa será realizado através de inspeções diárias
para averiguar o cumprimento do PCSV, verificando possíveis não
conformidades. Paralelamente a isto, devem ser elaborados relatórios
internos mensais contendo dados específicos com a quantificação e
mapeamento da área suprimida diariamente; elaboração de relatórios finais
por trecho de supressão apresentados após a desmobilização da última
equipe de campo, e um Relatório Final Consolidado com todas as informações
de todas as frentes.
Para monitorar a eficácia do programa serão observados os seguintes
indicadores:
+ Percentagem de volume gerado em função do estimado pelo inventário
florestal;
+ Percentagem de volume gerado em função do volume estimado para
as áreas protegidas; e
+ Percentagem de volume destinado em função do total gerado pela
supressão.

401
10.16.6. Duração e Etapa de Implementação
Este programa deverá ser executado a partir da fase de implantação,
conforme cronograma a seguir.
Quadro 10.16.6-1 – Etapa de implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Controle da n
Supressão Vegetal

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.16.7. Responsabilidades
A responsabilidade de implantação e execução do programa será da empresa
contratada para a realização das obras do empreendimento. No entanto,
destaca-se que caberá ao empreendedor a responsabilidade de gestão do
programa.

10.16.8. Resultados Esperados


Com a implantação do programa espera-se minimizar os impactos diretos e
indiretos no equilíbrio dinâmico da biota local, oriundo da etapa de limpeza e
desmatamento, bem como sobre o solo, evitando e/ou reduzindo a ocorrência
de processos erosivos.

402
10.17. Programa de Comunicação Social (PCS)

10.17.1. Justificativa
O Programa de Comunicação Social (PCS) do Projeto DM1 é pautado em
alguns pressupostos básicos:
+ A comunicação é fundamental para o esclarecimento e sensibilização
da população e outras partes interessadas quanto ao projeto;
+ A comunicação é essencial para que a população e outras partes
interessadas compreendam o empreendimento e as alterações que a
sua chegada acarretará no cotidiano da região;
+ A comunicação favorece o diálogo, ao levar informações relevantes e
de forma transparente para a comunidade que será impactada pelo
empreendimento;
+ A comunicação é a melhor ferramenta para o estabelecimento de
interface próxima entre a Mineração Santa Elina e a população local.
De modo geral, a implantação de empreendimentos minerários cria na
população e nos demais atores envolvidos expectativas e inseguranças (reais
ou não) que precisam ser compreendidas e trabalhadas no sentido de
esclarecer o que ocorrerá de fato. O Programa de Comunicação Social (PCS)
deve possuir ferramentas de respostas adequadas e articuladas a estes
anseios. Sua implementação consiste no estabelecimento de um conjunto de
canais de informações e de relacionamento entre o empreendedor e a
população afetada, direta ou indiretamente pelo empreendimento, além do
envolvimento das demais partes interessadas com o Projeto DM1.
As ações a serem implementadas, para transmitir segurança à comunidade
envolvida, deverão ser constantes e ocorrer não apenas para o cumprimento
de exigências para o licenciamento ambiental do empreendimento em
questão. Deverão também, fundamentalmente, buscar o diálogo com as
partes interessadas.
Suas ações básicas estão centradas na definição do público e dos meios para
que a comunicação entre empreendedor e as partes interessadas se
estabeleça. É através do presente programa que as informações sobre a
natureza, importância estratégica, implantação do empreendimento,
atividades relativas à sua operação e desativação e suas implicações
ambientais serão compartilhadas.
De modo geral, essas ações permitirão o gerenciamento dos possíveis
conflitos gerados pelo empreendimento ao longo de toda sua vida útil e o
exercício da cidadania, uma vez que a divulgação de informações permite
uma análise coerente sobre os impactos positivos e negativos e quais as
atitudes a serem tomadas pela população e pelo empreendedor.
Dessa forma, este programa trata de processos que favorecem a participação
efetiva dos grupos de interesse envolvidos que têm a possibilidade de
participar e contribuir para o projeto em aspectos específicos da sua natureza
e andamento. Com essa finalidade, o Programa de Comunicação Social (PCS)
procura consolidar as atividades de comunicação que servirão de suporte aos
demais Programas Ambientais do Projeto DM1.

403
10.17.2. Objetivos

10.17.2.1. Objetivo Geral


O PCS tem por objetivo principal criar canais de comunicação entre o
empreendedor e os diversos segmentos da sociedade, informando–os sobre
o Projeto DM1, durante suas fases de planejamento, implantação e operação,
dando transparência aos impactos identificados e as medidas mitigadoras ou
potencializadoras a serem implementadas, e colocando-se à disposição para
um diálogo continuado. Assim, o PCS caracteriza-se por sua natureza
preventiva, significando o estabelecimento de espaços para apresentação e
troca de informações, incentivando a participação dos diversos segmentos da
sociedade.

10.17.2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos do Programa de Comunicação Social são:
+ Divulgar informações sobre o empreendimento a públicos diversos na
área de influência do projeto.
+ Divulgar informações sobre o estudo ambiental realizado, os impactos
ambientais identificados, as medidas e os programas ambientais
formulados, de forma clara para a população.
+ Servir como canal para a população poder solicitar, formalmente,
informações mais precisas sobre o projeto, ou registrar possíveis
questionamentos e dúvidas do projeto.
+ Gerenciar e compatibilizar as informações oriundas das diversas
atividades inerentes ao projeto, as quais envolvam a necessidade de
comunicação e interação com a população afetada.

10.17.3. Abrangência e Público-Alvo


O Programa de Comunicação Social deverá atuar essencialmente no
município de Nova Brasilândia d’Oeste. O PCS atuará em várias frentes
associadas aos diferentes grupos de interesse atuantes na área de influência,
assim segmentados:
+ Público Externo - compreendido pelos moradores das propriedades
afetadas pelo empreendimento (propriedades rurais vizinhas), atores
institucionais e moradores que vivem na área de influência direta e
indireta do empreendimento;
+ Público Interno - formado pelos trabalhadores do empreendimento.

404
10.17.4. Metodologia e Descrição das Atividades
A abordagem aqui proposta está centrada no reconhecimento da diversidade
e pluralidade cultural, buscando contextualizar todas as ações e atividades
previstas. É importante destacar que o reconhecimento da pluralidade e da
diversidade cultural são condições para o exercício da cidadania e para a
participação social, pois, na medida em que os grupos sociais constroem e
atualizam no cotidiano suas referências e suas condições de sobrevivência,
delimitam suas identidades ou conjunto de referências sociais.
Serão construídas formas de comunicação/diálogo inerentes aos processos
de planejamento, de implantação, de operação e de desativação, com três
linhas de ação, a saber:
+ Relacionamento com os públicos institucionais no repasse de
informações sobre o empreendimento, divulgando as ações aos órgãos
do poder público local e junto aos organismos não governamentais,
agentes políticos, entidades representativas da sociedade civil,
entidades de classe e a população em geral;
+ Repassar à população de Nova Brasilândia D’Oeste, informações
permanentes em consonância com as frentes de trabalho e com as
atividades de cada fase do empreendimento; diminuir dúvidas,
denunciar problemas com interferência das obras e das atividades
operacionais, segurança e outros;
+ Desenvolver junto aos trabalhadores envolvidos nas diferentes fases
do empreendimento, atividades de comunicação social para informar a
todos os empregados quanto à necessidade da conservação ambiental
e respeito aos grupos sociais pertencentes às áreas de influência do
empreendimento.
Deverão ser elaborados materiais informativos que serão utilizados para levar
informações para a população interessada sempre que houver fatos que
justifiquem as suas divulgações, tais como:
+ Oportunidades de emprego oferecidas;
+ Informações referentes às fases do empreendimento (normas e
políticas sociais e ambientais adotadas; informações sobre as obras;
esclarecimentos sobre insumos e utilidades necessários à produção,
impactos sociais e ambientais);
+ Condução dos programas ambientais em execução e ao esclarecimento
das principais dúvidas da comunidade local;
+ Comunicar previamente os moradores locais (propriedades rurais
vizinhas) quando da ocorrência de atividades de maiores incômodos.
De forma a garantir o maior contingente da população local informado, os
materiais informativos e canais de comunicação deverão ser variados, tais
como:
+ Visitas diretas às propriedades do entorno imediato;
+ Publicações impressas: cartilhas, artigos, manuais e boletins
informativos;
+ Anúncios em rádios locais, ou por meio de carro de som.
+ Manutenção de conta de email específica para o recebimento de
manifestações da comunidade local.

405
Ainda deverão ser realizadas reuniões de comunicação junto à população de
Nova Brasilândia D’Oeste e instituições governamentais e não
governamentais, onde se julgar conveniente, elucidando-se aspectos não
suficientemente claros para as instituições e para a população, podendo se
darem nas instituições, comunidades ou em locais que facilitem a participação
dos públicos em questão.

10.17.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
Para avaliar se o Programa de Comunicação Social está se desenvolvendo de
forma adequada entre a fonte (empreendedor) e os receptores (públicos
envolvidos), bem como orientar possíveis adequações quanto ao conteúdo
das ações propostas, é preciso, ao longo destas ações, a realização de
medidas de acompanhamento junto ao público alvo.
Deste modo, após cada ação de comunicação realizada será distribuído para
o público em questão, questionário de avaliação da eficácia, contendo campo
para sugestões de melhoria. Estes questionários serão sistematizados e
servirão de insumo para reavaliação das ações subsequentes.
A partir destas informações, será possível avaliar a eficácia das ações
descritas no presente programa. Tal monitoramento proposto oferecerá um
panorama completo de como a comunicação deve ser conduzida até o final
da obra, permitindo a readequação das estratégias de comunicação, se
necessário.
Propõe-se um monitoramento permanente das ações desenvolvidas,
tornando possível avaliar a eficácia das ações de comunicação por meio de
relatórios que apresentarão as evidências das atividades realizadas, como:
+ Nível de Participações: monitoramento do número de pessoas que
tiveram acesso ao conteúdo do programa através da aplicação de lista
de presenças nas palestras e treinamentos;
+ Registro de solicitações de informações/ sugestões;
+ Registro de solicitações de informações atendidas.
+ Número de demandas e seu tratamento: negada, atendida/concluída,
em andamento e em análise.

406
10.17.6. Duração e Etapa de Implementação
Este programa deverá ser implementado de maneira contínua desde a fase
de planejamento, incluindo a fase de implantação, operação e desativação.
Quadro 10.17.6-1 - Etapa de Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de
Comunicação Social n n n n

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.17.7. Responsabilidades
O Programa de Comunicação Social é de responsabilidade do empreendedor
que deverá realizá-lo com a interação entre os outros programas ambientais,
de maneira a promover a comunicação e interação dos grupos de interesse
envolvidos. Entretanto, a sua execução supõe a participação ativa e constante
dos diversos atores envolvidos.

10.17.8. Resultados Esperados


Com a implementação do Programa de Comunicação Social espera-se o
estabelecimento e manutenção de canais de comunicação entre o
empreendedor e os diversos segmentos envolvidos, informando o público-
alvo sobre projeto, planejamento, obras, operação e desativação, seus
impactos e as medidas adotadas e colocando o empreendedor à disposição
para um diálogo continuado.

407
10.18. Programa de Educação Ambiental de Trabalhadores
(PEAT)

10.18.1. Justificativa
A Educação Ambiental, como determina a Política Nacional de Educação
Ambiental (Lei 9.795/99) e o Decreto 4.281/02 que a regulamenta, é um
importante instrumento para a implementação de quaisquer
empreendimentos que, de alguma forma, afetem o meio ambiente e, por
consequência, a qualidade de vida das populações.
O Programa aqui apresentado tem o intuito de contribuir para uma mudança
de valores e atitudes, formando indivíduos que sejam capazes de identificar
as questões socioambientais da sua região e agir sobre elas.
A Instrução Normativa nº 2, de março de 2012 “Estabelece as bases técnicas
para programas de educação ambiental apresentados como medidas
mitigadoras ou compensatórias, em cumprimento às condicionantes das
licenças ambientais emitidas pelo IBAMA.
(...) neste contexto, torna-se necessária a implementação de um componente
de Educação Ambiental voltado para capacitação continuada dos
trabalhadores envolvidos direta e indiretamente com a atividade objeto do
licenciamento, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de
trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio
ambiente", conforme prevê o Inciso V do art. 3º da Lei 9.795/99, como
incumbência das "empresas, entidades de classe, instituições públicas e
privadas.
Assim, o presente programa foi concebido considerando as orientações do
IBAMA e as necessidades identificadas nas etapas de Diagnóstico Ambiental
e de Avaliação de Impacto do Projeto DM1, frente às alterações previstas
para sua área de inserção. O PEAT tem como princípio informar e capacitar o
público alvo como forma de promover o desenvolvimento de conhecimento,
de atitudes e de habilidades necessárias à preservação e melhoria da
qualidade ambiental.

10.18.2. Objetivos

10.18.2.1. Objetivo Geral


O Programa de Educação Ambiental de Trabalhadores (PEAT) tem como
objetivo disseminar conhecimentos relativos aos aspectos ambientais
envolvidos no Projeto DM1 e socioambientais da região de implantação do
projeto para os trabalhadores do empreendimento.

10.18.2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos do programa são:
+ Mobilizar e sensibilizar os trabalhadores direta e indiretamente
envolvidos nas diferentes fases do empreendimento;
+ Formar agentes multiplicadores capazes de disseminar os
conhecimentos, habilidades e valores apreendidos para seus pares,

408
possibilitando o desenvolvimento contínuo e permanente da educação
ambiental;
+ Incentivar a prática de atitudes responsáveis na empresa e no
cotidiano dos trabalhadores e terceirizados, expandindo essas práticas
para suas famílias;
+ Trabalhar as questões relacionadas à propagação de doenças
infectocontagiosas, parasitárias e crônicas; a possibilidade de aumento
de conflitos sociais e violência e a pressão sobre os equipamentos e
serviços públicos.

10.18.3. Abrangência e Público-Alvo


O presente programa tem como público alvo os trabalhadores do
empreendimento (empregados e trabalhadores das empresas terceirizadas).

10.18.4. Metodologia e Descrição das Atividades


Buscando seguir a premissa de que o PEAT deve ser aderente à realidade
local e de seu público-alvo, deve-se considerar no planejamento de suas
atividades uma etapa de levantamento dos interesses, expectativas e
prioridades dos trabalhadores, por meio de um levantamento de informações,
para então se definir quais os temas a serem trabalhados nas atividades de
educação ambiental e quais os melhores métodos de trabalho/aplicação da
atividade.
A seguir são apresentadas sugestões de temas a serem trabalhados por
público.
+ Processo de licenciamento ambiental do empreendimento e
apresentação das normas ambientais que devem ser seguidas pelos
trabalhadores e terceirizados;
+ Normas/ Formas de convivência respeitosa entre pessoas, de culturas
diversas, assim como o respeito às tradições e hábitos locais;
+ Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs);
+ Conservação do meio ambiente (redução da geração e descarte correto
de resíduos, flora, fauna, água, dentre outros);
+ Combate à exploração sexual de crianças e adolescentes; e
+ Procedimentos adequados de higiene e limpeza do ambiente de
trabalho (disposição do lixo, tratamento sanitário, dentre outros).

10.18.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
Dentre os possíveis indicadores do programa destaca-se o “Nível de
Participação”, com o monitoramento do número de pessoas que tiveram
acesso ao conteúdo do programa através da aplicação de lista de presenças
nas palestras e treinamentos, e com a aplicação de questionários de avaliação
aos participantes, que propiciarão a avaliação da eficácia das ações descritas
no programa em reuniões periódicas entre equipe executora e empreendedor.
A avaliação do PEAT será realizada em dois momentos: na metade do período
de implantação das ações e ao final, visando assim identificar não apenas se

409
os objetivos propostos foram alcançados e os resultados obtidos, mas da
mesma maneira, avaliar o processo como um todo.
Por se tratar de um Programa de Educação Ambiental de Trabalhadores julga-
se importante avaliar aspectos que incluem desde a sensibilização, motivação
e participação das pessoas envolvidas, bem como a construção de novos
conhecimentos, novas habilidades e o despertar de novos valores. Dessa
forma, se os resultados da avaliação intermediária forem diferentes do
esperado, os conteúdos a serem abordados e as estratégias metodológicas
poderão ser revistos.

10.18.6. Duração e Etapa de Implementação


O Programa de Educação Ambiental de Trabalhadores deverá ser
implementado ao longo de toda a vida útil do projeto, passando pelas etapas
de Planejamento, Implantação, Operação e Fechamento do Projeto DM1.
Quadro 10.18.6-1 – Etapa da Implementação

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de Educação
Ambiental de n n n n
Trabalhadores (PEAT)

Elaboração: Tetra Mais, 2018.

10.18.7. Responsabilidades
A implementação desse Programa de Educação Ambiental de Trabalhadores
é de responsabilidade do empreendedor, no caso a Mineração Santa Elina.

10.18.8. Resultados Esperados


Com a implementação das ações previstas espera-se ampliar o nível de
conhecimento dos trabalhadores atendidos pelo PEAT, possibilitando uma
mudança de comportamento e atitude em relação ao meio ambiente, no qual
o público-alvo aqui definido tem poder de atuação, visando à melhoria de
suas condições de vida e da qualidade ambiental da região.

410
10.19. Programa de Resgate de Germoplasma Vegetal (PRGV)

10.19.1. Justificativa
De acordo com os dados do Diagnóstico Ambiental, na ADA ocorrem áreas de
Campo de várzea, Floresta de terra firme e Floresta de várzea.
Com base nisso, o Programa de Resgate de Germoplasma (PRG) visa
minimizar a perda de diversidade genética nas populações existentes ao
longo da ADA, possibilitar suporte à fauna e constituir um banco de
germoplasma que será utilizado na reintrodução de espécies nas áreas
degradadas a serem reabilitadas na própria região.
Este Programa tem uma inter-relação direta com o Plano de Gestão
Ambiental, com o Programa de Controle de Obras Construção, Programa de
Afugentamento e Manejo de Fauna durante a Supressão de Vegetação e o
Programa de Controle da Supressão Vegetal.

10.19.2. Objetivos

10.19.2.1. Objetivo Geral


O objetivo principal do programa é resgatar a maior quantidade de material
genético de espécies de interesse (ameaçadas de extinção, endêmicas,
protegidas e epífitas), de modo a gerar um banco de germoplasma,
composto, principalmente, por sementes, frutos e/ou mudas (indivíduos).

10.19.2.2. Objetivo Específico


+ Produzir e realizar o plantio de mudas, de forma a enriquecer e restaurar
as áreas degradadas.
+ Minimizar os impactos sobre a vegetação, de forma a evitar grandes
perdas sobre a diversidade.

10.19.3. Abrangência e Público Alvo


Compõe o público-alvo do PRG a SEDAM, o empreendedor, a ADA do
empreendimento, o conjunto de empresas envolvidas na instalação do
empreendimento, as instituições técnicas/científicas interessadas (parceiros
da Rede de Sementes Florestais, universidades, viveiros), a comunidade
científica em geral, os proprietários de imóveis interceptados de forma direta
e indireta, população da região e o meio ambiente.

10.19.4. Metodologia e Descrição das Atividades


Todo o trabalho de resgate da flora é composto por quatro etapas, a saber:
+ Seleção das espécies alvo
§ Deverá ter como base os estudos realizados, priorizando
espécies de maior sensibilidade ambiental, ameaçadas de
extinção e de importância econômica e ecológica;

411
§ Para cada espécie é fundamental conhecer os procedimentos de
coleta e beneficiamento visando manter as sementes na melhor
condição possível;
+ Coleta de Germoplasma (sementes, plântulas e/ou indivíduos das espécies
selecionadas)
§ Deverá ocorrer antes e durante a supressão da vegetação;
§ Não é recomendável coletar sementes de indivíduos da mesma
espécie e muito próximos, devido à redução da diversidade
genética;
§ Preferencialmente, coletar frutos não atacados por doenças ou
herbívoras;
§ As sementes deverão se acondicionadas, quantificadas,
identificadas e armazenadas de forma a evitar a quebra de
dormência;
+ Triagem e Processamento do Material Coletado
§ Após pré-beneficiamento, o material coletado, deverá ser
direcionado ao viveiro de produção das mudas para
armazenagem, propagação, manutenção ou despacho;
+ Plantio, replantio e/ou relocação das formas de propagação obtidas
§ A escolha do local para a relocação dos indivíduos considerará a
luminosidade, umidade, fitofisionomia, estágio de degradação e
outros parâmetros ecológicos equivalentes ao local de onde os
exemplares foram retirados;
+ Manutenção dos espécimes resgatados em viveiros ou nas áreas de plantio
§ Sugere-se a utilização de um viveiro de mudas projetado para a
melhor acomodação das mudas, plântulas, epífitas e sementes.

10.19.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
No primeiro ano após o plantio, as vistorias deverão ser trimestrais e, após
esse período, continuarão por três anos, com campanhas semestrais.
Deverão ser apresentados relatórios internos de atividades mensais na época
em que houver atividades. Esses relatórios irão compor o relatório periódico
do Programa de Controle Ambiental das Obras.
Para monitorar a eficácia do programa serão observados os seguintes
indicadores:
+ Porcentual da área total percorrida para resgate em relação à área
total suprimida;
+ Índices de germinação e de sobrevivência dos indivíduos, no viveiro
e no campo;
+ Índice de sobrevivência das epífitas resgatadas e transplantadas;
+ Relação percentual entre as espécies com maior IVI (índice de valor
de importância) de acordo com o Inventário Florestal.

412
Os dados referentes aos locais de resgate, diversidade de espécies,
germinação e sobrevivência deverão ser tabulados, propiciando uma
avaliação por família. Para facilitar o processo de monitoramento, ele deverá
ser feito em áreas amostrais.

10.19.6. Duração e Etapa de Implementação


Este programa deverá ser executado a partir da etapa de planejamento (com
o mapeamento dos processos de meio físico pré-existentes), se estendendo
para a fase de implantação, conforme cronograma abaixo.
Quadro 10.19.6-1 - Etapa de Implementação
Elaboração: Tetra Mais, 2018.

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de Resgate
de Germoplasma
n n

10.19.7. Responsabilidades
A responsabilidade de implantação e execução deste programa é do
empreendedor. Cabendo a ele, em cada etapa, executar e/ou supervisionar
as atividades.

10.19.8. Resultados Esperados


Espera-se a recuperação ambiental das áreas de intervenção e,
paralelamente, a destinação e o reaproveitamento do material genético
(sementes, plântulas, epífitas) recolhido durante a fase de supressão, e que
deverá ser reintroduzido em áreas remanescentes do entorno imediato.

413
10.20. Programa de Plantio Compensatório

10.20.1. Justificativa
O Programa de Plantio Compensatório atua de forma complementar ao
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, e ao Programa de Resgate
de Germoplasma, visando a mitigação e compensação dos impactos gerados
a partir da supressão de vegetação.
Encontrando-se embasado nas medidas existentes no Artigo 5º da Resolução
Conama 369/2006, o presente programa, prevê a recomposição das Áreas
de Preservação Permanente afetadas pela instalação do Projeto DM1, de
modo a restabelecer, ainda que parcialmente, forma e função da vegetação
ciliar, relacionadas ao seu papel como corredor de fluxo gênico e de proteção
dos recursos hídricos, além de preservar as espécies da flora, restringir os
processos erosivos e manter a qualidade ambiental dos trechos de mata ciliar.

10.20.2. Objetivos

10.20.2.1. Objetivo Geral


O Programa de Plantio Compensatório tem como objetivo principal
compensar/mitigar os efeitos negativos oriundos da supressão de vegetação
nativa e árvores isoladas do Bioma Amazônia e das intervenções que
ocorrerão em Áreas de Preservação Permanente.

10.20.2.2. Objetivos Específicos


Além disso, o programa também tem como objetivos:
+ Promover a conservação do solo, evitando o escoamento superficial da
água, consequentemente evitando a erosão e o assoreamento dos rios e
córregos;
+ Promover a conexão de fragmentos para a criação de corredores
ecológicos, permitindo a movimentação da fauna local; e
+ Monitorar e acompanhar os processos de restauração das áreas,
garantindo assim o sucesso do Programa.

10.20.3. Abrangência e Público Alvo


Compõe o público-alvo do presente programa a SEDAM, o empreendedor, a
ADA do empreendimento, o conjunto de empresas envolvidas na instalação
do empreendimento, as instituições técnicas/científicas interessadas
(parceiros da Rede de Sementes Florestais, universidades, viveiros), a
comunidade científica em geral, os proprietários de imóveis interceptados de
forma direta e indireta, população da região e o meio ambiente.

414
10.20.4. Metodologia e Descrição das Atividades
A restauração das APPs afetadas pelo empreendimento deverá ocorrer
imediatamente após a liberação de cada área pelas obras de engenharia.
Desta forma, a definição da técnica de restauração de cada área deve-se
basear nas condições do entorno, no uso do solo e tamanho da área a ser
restaurada.
Dentre as atividades que serão realizadas entre o pré e pós-plantio
encontram-se:
+ Seleção e delimitação da área do plantio compensatório;
+ Análise do solo das áreas receptoras para determinação da
necessidade de calagem, adubação química e orgânica;
+ Escolha de espécies para plantio adequando-se às características
específicas da região;
+ Limpeza do terreno;
+ Isolamento das áreas de plantio, evitando predação e pisoteio devido
à entrada de animais;
+ Combate a formigas cortadeiras no pré-plantio e pós-plantio;
+ Plantio das mudas;
+ Atividades de tratos culturais: manutenção de coroas, irrigação, roçada
do terreno, replantio, adubação de cobertura.

10.20.5. Indicadores Ambientais e Procedimentos para


Acompanhamento e Avaliação
O acompanhamento do programa será realizado por meio da elaboração de
relatórios internos parciais, com frequência semestral, contendo a descrição
das atividades executadas no período. E, anualmente, serão elaborados
relatórios consolidados. Ao final da implantação do programa será elaborado
um relatório final, a ser apresentado ao órgão ambiental.
Para monitorar a eficácia do programa serão observados os seguintes
indicadores:
+ Taxa de mortalidade das plantas;
+ Percentual das áreas de intervenção cujas ações de recuperação foram
implantadas; e
+ Percentual das áreas que estão em processo de reabilitação ecológica
e apresentam uma vegetação florestal restabelecendo.

415
10.20.6. Duração e Etapa de Implementação
Este programa deverá ser executado durante as fases de implantação e
operação, conforme cronograma abaixo.
Quadro 10.20.6-1 - Etapa de implementação
Elaboração: Tetra Mais, 2018.

Execução do Programa
Programa
Planejamento Implantação Operação Desativação

Programa de Plantio
Compensatório
n n

10.20.7. Responsabilidades
A responsabilidade de implantação e execução deste programa é do
empreendedor. Cabendo a ele, em cada etapa, executar e/ou supervisionar
as atividades.

10.20.8. Resultados Esperados


A implantação do programa permitirá a reconstituição das APPs do
empreendimento, o que favorecerá a melhoria da qualidade da água, o
estabelecimento de novos representantes da fauna, entre outras vantagens.

416
10.21. Programa de Compensação Ambiental (PCA)
Segundo a Lei Federal 9.985/2000, todo empreendimento com significativo
impacto ambiental deve destinar recursos financeiros voltadas ao
fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC),
cujo montante deve ser calculado conforme procedimento especificado no
Decreto 6.848/09.

O presente programa apresenta o cálculo do montante dos recursos a serem


destinados à referida compensação.

A destinação dos recursos da compensação deve seguir as prioridades


estabelecidas no artigo 33 Decreto 4.340/2002, a saber:

I. regularização fundiária e demarcação das terras;


II. elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo;
III. aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão,
monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área de
amortecimento;
IV. desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de
conservação; e
V. desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade
de conservação e área de amortecimento.

10.21.1. Definições
De acordo com o decreto nº 6.848/2009, o valor da compensação ambiental
será determinado pela seguinte fórmula:
•• = !" # $%
onde:
CA = Valor da Compensação Ambiental;
VR = somatório dos investimentos necessários para implantação do
empreendimento (não incluídos os investimentos referentes aos planos,
projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental
para mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os
encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento,
inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de
seguros pessoais e reais); e
GI = Grau de Impacto nos ecossistemas, que pode atingir valores de 0 a
0,5%, e pode ser calculado da seguinte forma:
GI = ISB + CAP + IUC
onde:
ISB = Impacto sobre a Biodiversidade;
CAP = Comprometimento de Área Prioritária; e
IUC = Influência em Unidades de Conservação.
O ISB pode variar entre 0 e 0,25%, e pode ser calculado pela fórmula a
seguir:

417
%&' = %( # %' (%* + %,)/140
onde:
IM = Índice Magnitude;
IB = Índice Biodiversidade;
IA = Índice Abrangência; e
IT = Índice Temporalidade.
O Comprometimento de Áreas Prioritárias pode ser calculado pela seguinte
fórmula:
.*2 = %( # %.*2 # %,/70
onde:
IM = Índice Magnitude;
ICAP = Índice Comprometimento de Área Prioritária; e
IT = Índice Temporalidade.
A seguir são apresentados os cálculos para a determinação de cada
componente das formulas mencionadas e o cálculo final do valor da
compensação.

10.21.2. Cálculos dos Índices

10.21.2.1. Índice Magnitude (IM)


De acordo com Anexo do Decreto nº 6.848, de 14 de maio de 2009, o IM
varia de 0 a 3, avaliando a existência e a relevância dos impactos,
estabelecido conforme quadro a seguir.

Quadro 10.21.2-1 - Índice Magnitude (IM)

Valor Atributo

0 ausência de impacto ambiental significativo negativo

pequena magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao


1
comprometimento dos recursos ambientais

média magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao


2
comprometimento dos recursos ambientais

3 alta magnitude do impacto ambiental negativo

Dadas as características da área de inserção do projeto, os impactos


identificados no EIA foram avaliados de uma maneira geral como de baixa e
média magnitude.
Assim, atribui-se Valor 1 ao IM, considerando-se de baixa magnitude o
impacto ambiental negativo decorrente da implantação do empreendimento
em relação ao comprometimento dos recursos ambientais, uma vez que esses

418
recursos já se apresentam em grande parte comprometidos por atividades
antrópicas pretéritas.

10.21.2.2. Índice Biodiversidade (IB)


Também nesse caso, de acordo com Anexo do Decreto nº 6.848, de 14 de
maio de 2009, o IB varia de 0 a 3, avaliando a existência e a relevância dos
impactos, estabelecido conforme o quadro a seguir.
Quadro 10.21.2-2 - Índice Biodiversidade (IB)

Valor Atributo

0 Biodiversidade se encontra muito comprometida

1 Biodiversidade se encontra medianamente comprometida

2 Biodiversidade se encontra pouco comprometida

Área de trânsito ou reprodução de espécies consideradas


3
endêmicas ou ameaçadas de extinção

Apenas cerca de 2% da ADA do empreendimento ainda apresenta florestas


nativas. O restante é ocupado principalmente por cultura agrícola (85%) e
vegetação antrópica (11%).

A fauna apresentou resultados semelhantes, sendo composta principalmente


por elementos pouco exigentes, com eventual registro de espécies mais raras
ou ameaçadas de extinção.

Desta forma foi considerado que a biodiversidade se encontra muito


comprometida, sendo atribuído o valo 0 ao IB.

10.21.2.3. Índice Abrangência (IA)


O IA varia de 1 a 4, avaliando a extensão espacial de impactos negativos
sobre os recursos ambientais, conforme quadro a seguir.

Quadro 10.21.2-3 - Índice Abrangência (IA)

Valor Atributo

1 impactos limitados à área de uma microbacia

impactos que ultrapassem a área de uma microbacia limitados à


2
área de uma bacia de 3ª ordem

impactos que ultrapassem a área de uma bacia de 3a ordem e


3
limitados à área de uma bacia de 1ª ordem

4 impactos que ultrapassem a área de uma bacia de 1ª ordem

Elaboração: AGR Engenharia, 2018.

419
Os impactos previstos para o empreendimento estão contidos na bacia do
córrego DM1, considerada uma bacia de 1ª ordem. Desta forma o IA recebeu
valor 3.

10.21.2.4. Índice Temporalidade


De acordo com o com Anexo do Decreto nº 6.848, de 14 de maio de 2009, o
IT varia de 0 a 4, avaliando a duração dos impactos, estabelecido conforme
quadro a seguir.

Quadro 10.21.2-4 - Índice Temporalidade (IT)

Valor Atributo

1 imediata: até 5 anos após a instalação do empreendimento

curta: superior a 5 e até 15 anos após a instalação do


2
empreendimento

média: superior a 15 e até 30 anos após a instalação do


3
empreendimento

4 longa: superior a 30 anos após a instalação do empreendimento

Elaboração: AGR Engenharia, 2018.

Tendo em vista que alguns dos impactos do empreendimento são


considerados permanentes, o valor do IT foi considerado 4.

10.21.2.5. Índice Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP)


O ICAP varia de 0 a 3, conforme o quadro a seguir, e avalia o
comprometimento sobre a integridade de fração significativa da área
prioritária impactada pela implantação do empreendimento, conforme
mapeamento oficial de áreas prioritárias aprovado mediante ato do Ministro
de Estado do Meio Ambiente.

Quadro 10.21.2-5 - Índice Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP)

Valor Atributo

inexistência de impactos sobre áreas prioritárias ou impactos em


0 áreas prioritárias totalmente sobrepostas a unidades de
conservação

1 impactos que afetem áreas de importância biológica alta

2 impactos que afetem áreas de importância biológica muito alta

impactos que afetem áreas de importância biológica


3 extremamente alta ou classificadas como insuficientemente
conhecidas

420
Conforme apresentado no item relacionado às Áreas Protegidas e de
Interesse para Conservação, os impactos do empreendimento têm potencial
de afetar a área denominada Corredor Pacaás - Guaporé - Ricardo Franco,
que tem prioridade extremamente alta, sendo atribuído valor 3 ao ICAP.

10.21.2.6. Influência em Unidades de Conservação (IUC)


De acordo com o decreto 6848/09, o IUC varia de 0 a 0,15%, avaliando a
influência do empreendimento sobre as unidades de conservação ou suas
zonas de amortecimento, sendo que os valores podem ser considerados
cumulativamente até o valor máximo de 0,15%. Este IUC será diferente de
0 quando for constatada a incidência de impactos em unidades de
conservação ou suas zonas de amortecimento, de acordo com os valores no
Quadro 10.21.2-6.
Quadro 10.21.2-6 - Influência em Unidade de Conservação (IUC)

Valor Atributo

G1: parque (nacional, estadual e municipal), reserva biológica,


0,15%
estação ecológica, refúgio de vida silvestre e monumento natural

0,1% G2: florestas (nacionais e estaduais) e reserva de fauna

0,1% G3: reserva extrativista e reserva de desenvolvimento sustentável

G4: área de proteção ambiental, área de relevante interesse


0,1%
ecológico e reservas particulares do patrimônio natural

0,05% G5: zonas de amortecimento de unidades de conservação

Tendo em vista que a Unidade de Conservação mais próxima do


empreendimento é o Parque Nacional de Pacaás Novos, localizado a cerca de
40 km da área de estudo, o valor do IUC é 0.

10.21.3. Cálculo da Compensação Ambiental


Conforme apresentado anteriormente, os índices necessários para o cálculo
da compensação ambiental apresentam os seguintes valores:
+ IM = 1
+ IB = 0
+ IA = 3
+ IT = 4
+ ICAP = 3
+ IUC = 0
A partir desses valores pode-se calcular o ISB e o CAP:

••• = !" # !$%& # !' / 70 = 0,17


()* = !" # !+ (!% + !') / 140 =0,00
Com esses valores, calcula-se o GI:

421
2( = !3+ + $%& + !5$ = 0,17%
Finalmente, considerando o valor do investimento em R$ 78.000.000,00,
tem-se o valor da compensação:

•• = 68 # 9! = R$ 133.714,29

10.21.4. Sugestão para uso do recurso


Tendo em vista o baixo valor do recurso, sugere-se que seja aplicado em
Unidade de Conversação existente, como o Parque Nacional de Pacaás Novos.

422

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