EDIFICANDO DISCÍPULOS DESDE A INFÂNCIA

Nosso encargo é edificar uma igreja de discípulos, e a igreja começa em nossa casa.
A nossa primeira célula é a nossa família, não adianta nós falarmos de discipular
pessoas se nós não estamos discipulando os nossos próprios filhos.

Se fôssemos reunir alguns princípios fundamentais para fazer de alguém um

discípulo , quais seriam estes princípios espirituais? Poderíamos resumir em 6
princípios. Esses 6 princípios traduzem, talvez em grande parte, o que faz um crente
ser um discípulo e o que faz o nosso filho também ser discípulo. Na realidade, esses
princípios se aplicam a qualquer pessoa que queria crescer em Deus. Também se
aplicam a qualquer um que queria discipular alguém.

Queridos pais, não existe manual para criar filhos. Você tem que aprender princípios
gerais e orar para que o Espírito Santo lhe dê sabedoria para você aplicar em cada
situação prática.

Qual são esses princípios?

O princípio da disciplina

O primeiro princípio vemos em Efésios 6.1-4, que diz:

“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua
mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de
longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-
os na disciplina e na admoestação do Senhor.”

Nós sempre falamos dos pais serem honrados e educarem os filhos, mas por um lado
os filhos têm que obedecer aos pais, os filhos têm que honrar os pais; por outro lado,
os p[ais não podem provocar os filhos à ira, mas devem cria-los na disciplina e na
admoestação do Senhor.

Quando é que nós provocamos os nossos filhos a ira? Quando não aplicamos
apropriadamente esse primeiro princípio, que é o princípio da disciplina. Você não
vai ter um filho segundo o padrão de Deus a menos que você entenda que seu filho
necessita de disciplina. Eu sei que estamos habituados a pensar em disciplina apenas
como pegar o filho, pegar a vara, e dar uma boa correção nele. Porém, disciplina é
algo maior do que isso.

No entanto, as vezes nós a praticamos errado, achamos que estamos disciplinando

e não estamos fazendo algo bom para os nossos filhos, estamos prejudicando-os. Se
você quer disciplinar o seu filho estabeleça regras. Regras na sua casa, regras na sua
via, regras com relação ao tempo, regras com relação ao dinheiro, regras com
relação ao banho, à hora de dormir e de acordar, de estudar, e tudo mais. Não adianta
queremos educar filhos se nós não estabelecermos regras. Mas ao estabelecermos
regras, você deve também avisar com relação às punições. Não existe mais de você
educar o seu filho, de discipliná-lo, sem alertá-lo antes de uma regra quebrada vai
resultar numa punição. Então colocamos aqui alguns princípios.
 • As regras devem ser estabelecidas antes das punições.
• As regras quebradas devem resultar em punição.
• As regras não deveriam ser estabelecidas no meio da discussão.
• As regras devem ser constates, e não devem mudar ao sabor dos caprichos
dos pais.
• A disciplina e punição devem ser proporcionais à importância da regra.
• As regras quando aplicadas, devem ser permanentes. Criar e educa cansa até
a alma, repetir e ensinas as mesmas coisas envolve perseverança.
• As regras devem ser poucas. As vezes uma família possui tantas regras, que
nem os pais lembram e ficam até confusos. Por tanto, tenha poucas regras,
mas que funcionem.
• É melhor não ter regras do que tê-las e não cumpri-las.
• Cuidado com a autoridade divida. Pai e mãe devem estar em acordo com
relação as regras.

O princípio da semeadura

Esse é o princípio do semear e colher. Em Gálatas 6.7-8 lemos:

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso
também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá
corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna”.

Faz parte da vida colhermos as consequências reais. As verdadeiras mudanças

acontecem quando a pessoa sofre as consequências da suas escolhas, do seu
comportamento, dos seus atos, se elas não sofressem consequência, não existiria
crescimento genuíno. Para toda ação, vai ter uma reação depois.

Se não dedicamos ao trabalho, não subimos na carreira; se o vencedor quer vender,

ele vai ter que fazer muitas ligações e contatos; se você não buscar a Deus, você
também não cresce espiritualmente; se você comer tudo o que tem vontade, vai
engordar; se você não investir em treinamento, você também não cresce
profissionalmente.

Vamos ver alguns aspectos importantes sobre o princípio da semeadura:

• Seu filho só vai aprender o princípio de semear e colher quando ele sofrer as
consequências de sua irresponsabilidade.
• Demostre simpatia pela frustração da criança.
• Modere a sua interferência. As crianças devem aprender por elas mesmas a
resolver os seus problemas. Deixe-o colher um pouco. É claro que você com
sabedoria vai avaliar a situação, se é apropriada a idade, mas se ele já tem
idade, ele deve sofrer um pouco das consequências para aprender com elas.

O princípio da responsabilidade

“Porque cada um levará o seu próprio fardo” Gálatas 6.5

O que significa esse princípio? As crianças devem aprender por elas mesmas a
resolver os seus problemas. Os nossos filhos têm que ser criados para ter autonomia
e independência. O papel dos pais é ensinar os filhos a vencer e não vencer por eles.
Ensine o seu filho andar com os próprios pés, na dependência de Deus, não na
dependência de homem.

Ensine o seu filho a não ficar esperando cosias do governo, removendo essa
mentalidade assistencialista. Não eduque o seu filho para esperar que alguém faça
por ele. Ensine o seu filho a assumir a responsabilidade pela própria vida.
Começando pelas suas tarefas, seus desejos e seus problemas. Assim ele não
crescerá sempre procurando um culpado.

O princípio do respeito

O respeito é a chave de tudo. Tudo vira um caos quando o respeito desaparece. Mas
o respeito é fruto de quatro coisas: exemplo, coerência, constância e disciplina.

• Exemplo

Como pai e mãe, você foi chamado para ser exemplo, você molda os seus filhos pelo
seu comportamento. Agora, não adianta falar para o seu filho fazer uma coisa e você
fazer outra; Por isso, se você quer disciplinar o seu filho comece, disciplinando você
mesmo. Na verdade você só educa o seu filho se você se educar, é você que coloca o
padrão.

• Coerência

Coerência é a harmonia entre o falar e o fazer. Não adianta falar uma coisa e fazer
outra, então você é coerente quando faz o que fala, também é coerente quando seus
conceitos são constantes, quando seus conceitos não mudam.

• Constância

Uma verdade a respeito da constância é a previsibilidade. Não tem nada pior do que
uma mãe ou um pai imprevisível. Você já percebeu como a criança gosta de ver o
mesmo filme várias vezes e como elas gostam de ouvir a mesma história contada da
mesma forma várias vezes? Não é porque sua criança é problemática, ela é muito
saudável, ela está checando para ver se as coisas não mudam. Essa é uma ocasião
que Deus lhe dá para você ensinar, para o seu filho, valores que devem ser repetidos
com constância.

Pais imprevisíveis criam filhos neuróticos. É bom saber que, às nossas ações, nossos
pais terão sempre a mesma reação e opinião. É bom saber que as regras não mudam.

• Disciplina

Nunca permita o desrespeito. Pode ter criancice, mas não pode ter desrespeito. O
respeito começa em casa, respeitando pai e mãe. Pode parecer estranho, mas a
criança que não é disciplinada cresce ansiosa, porque ele sente que fez algo errado
e não sofreu a punição merecida. Acredite, quando você disciplina o seu filho, você
está fazendo um bem para ele. Nunca pense que disciplina contraria o amor, as
coisas devem caminhar juntas.

O princípio do limite

A criança nasce pensando que ela é o centro do mundo, mas a criança pode ser
moldada. Por exemplo, quando ela vê o brinquedo vizinho, o que ela pra mãe? “Eu
quero o dele”. Já viram como a criança sempre quer o que é do outro? Ela sempre
quer o que o outro tem, pode estar brincando com uma boneca, mas ela quer a
boneca da outra também, isso não é uma criança normal, toda criança é assim, o
problema é como os pais lidam com isso. Se os pais não colocam limites para ela, ela
vai ter problemas.

Os limites dão um parâmetro de como elas deve tratar as pessoas. A criança que
vivencia bons limites também é capaz de estabelecê-los. Os limites ajudam a criança
a experimentar a frustração do que não pode controlar, fazendo com que desista e
siga em frente. Nunca prive seu filho dos limites, caso contrário, ele carregará o fardo
de achar que é Deus. E esse é um papel que, sem dúvida, ele não cumprirá.

O princípio do amor

O amor tem de ser altruísta e sacrificial. Os pais que verdadeiramente amam estão
dispostos a sacrificar-se por causa de seus filhos. Estão disposto a criar um ambiente
de harmonia no lar no qual o filho possa se sentir aceito.

O amor tem de ser terno e expressivo. O amor e expressa em palavras de

encorajamento, em ações de serviço prático, quando damos presentes, em tempo de
qualidade, o amor se expressa em toque físico e proximidade. O amor tem de ser
incondicional.

O amor tem de ser firme. A criança precisa de firmeza, mas firmeza com ternura. O
amor envolve dar atenção, poucas atitudes produzem tanto sentimento de valor e
importância quanto a atenção. Deus sabe quantos fios de cabelo temos na cabeça.
Não por causa da matemática, mas por causa da importância que Ele nos dá.

O amor requer a generosidade dos pais. Não basta dizer que você ama o seu filho,
você precisa amá-lo da maneira certa. As crianças sempre são lembradas do valor
das coisas, mas os pais precisam dizer o valor que elas possuem. O amor é
demonstrado através da aceitação dos pais.

Tarefa da Semana:

Estabelecer regras para os filhos na sua casa. As regras podem envolver: horário
para acordar, arrumação do quarto, escovar os dentes, fazer as atividades da escola,
hora das refeições, hora do banho, horário para dormir, não falar palavrão, não
brigar, não gritar sem motivo, não chorar sem motivo, ser educado e obediente e etc.