Você está na página 1de 42

Felipe Biasus

Psicólogo
Mestre em Psicologia – UFSC
Prof. do Curso de Psicologia - URI
Limites,
Limites, sim ousim
nãoou não
Antigamente , ninguém discutia o assunto.

Criança não sabia e, portanto precisava aprender e os adultos


tinham que ensinar.

Exemplos:

Se o menino fazia algo errado, respondia mal a vovó, agredia


um coleguinha ou não queria fazer o “dever de casa” os pais
não tinham dúvidas – agiam, corrigiam “castigavam” muitos
até batiam e as professoras usavam palmatórias.
Limites, sim ou não

• Atualmente , tanto no campo das relações humanas


como no da educação as pessoas mudaram,
aprenderam a respeitar as crianças, entendendo que
elas têm sim, querer, como: gostos, aptidões próprias
e até indisposições passageiras, como nós adultos.
Limites,
Limites, sim ousim
nãoou não
• Muita coisa melhorou para as crianças e para os
adultos também. O poder absoluto dos pais sobre os
filhos foi substituído por uma relação democrática,
tornando assim o relacionamento entre pais e filhos
mais autêntico e menos autoritário.
Limites,
Limites, sim ousim
nãoou não
• É possível ser um pai moderno , sem perder a
autoridade, sem deixar que os filhos cresçam sem
limites e sem capacidade de compreender e
enxergar o outro.
• É fundamental os pais acreditarem que dar limites
é importante, é iniciar o processo de
compreensão e apreensão do outro.
Limites,
Limites, sim ousim
nãoou não

• Os pais querem muito verem os filhos


crescendo rumo a felicidade, por isso é
necessário ajudá-los. Porque ninguém, ao vir
ao mundo, sabe o que é certo e o que é errado.
Dar limites é ...
• Ensinar aos filhos que os direitos são iguais para todos e que
existem outras pessoas no mundo.

• Fazer a criança compreender que seus direitos acabam onde


começam os direitos dos outros.

• Dizer “sim” sempre que possível e “não” sempre que


necessário, só dizer “não” aos filhos quando houver uma
razão concreta.

• Ensinar a tolerar pequenas frustrações no presente para que,


no futuro, os problemas da vida possam ser superados com
equilíbrio e maturidade.
Dar limites não é ...
• Bater nos filhos para que eles se comportem.

• Fazer só o que o pai ou a mãe, querem ou até estão com


vontade de fazer.

• Ser autoritário ou provocar traumas emocionais.

• Deixar de explicar o “porquê” das coisas, apenas impondo a


“lei do mais forte”.

• Gritar com as crianças para ser atendido.

• Invadir a privacidade a que todo ser humano tem direito.


O que pode acontecer quando não se
dá limite
A criança que não aprende a ter limites para o seu querer,
para os seus desejos e vontades, tende a desenvolver um
quadro de dificuldades.
Exemplos:
• Descontrole emocional, histeria e raiva.

• Dificuldade crescente de aceitação de limites.

• Distúrbios de conduta, desrespeito aos pais, colegas e


autoridades, incapacidade de concentração, dificuldade
para concluir tarefas, excitabilidade baixo rendimento.
O que pode acontecer quando não se
O que pode acontecer quando
dá limite não se
dá limite

• Agressões físicas se contrariado, descontrole,


problemas de conduta, problemas
psiquiátricos nos casos em que há
predisposição.
Por que não bater
• Porque bater nada tem a ver com ensinar a ter limites, na
verdade , são atitudes até opostas. Quem bate dá uma aula
de falta de limites próprios e de covardia.

• Existem formas mais eficientes e humanas de manter a


disciplina, com mensagens bem mais positivas do que
agressão física.

• Com o tempo a palmadinha leve no bumbum deixa de


surgir efeito, se transformando em palmadas cada vez mais
fortes e depois em verdadeiras surras.
Por que Por
não que
baternão bater
• A criança deixa de fazer certas coisas por medo de
apanhar , a criança não aprende verdadeiramente.

• Bater não resolve os problemas da relação. Apenas


encobre os conflitos e, ainda assim, por pouco tempo.

• Depois que os pais se acalmam, sentem-se culpados e


tendem a “afrouxar” de novo os limites , para aplacar a
sensação aflitiva de culpa, perpetuando a situação de
conflitos.
O que a palmada realmente ensina é...
• A perda de interesse pela atividade que estava
desenvolvendo no momento em que apanhou.

• Que o comportamento agressivo é válido.

• Que a agressão física é uma atitude normal e


praticável (afinal se papai e mamãe estão
fazendo...).
Mas como disciplinar sem bater?
• Premiando ou recompensando o bom
comportamento.

• Entendendo que premiar não é


obrigatoriamente “dar coisas materiais”.

• Fazendo com que a criança assuma as


consequências dos seus atos (positivos ou
negativos).
Como fazer os filhos assumirem as
consequências de seus atos
• Usando prêmios ou recompensas.

• Lembrando que premiar é sempre melhor do


que castigar.

• Acreditando que responsabilização (ou


consequência) pode ser necessária algumas
vezes.

• Cumprindo e fazendo cumprir as regras.


Como fazer os filhos assumirem as
consequências de seus atos

• Lembrando que prêmios e recompensas podem não


ser coisas materiais - abraço de corpo e alma, beijo
estalado, elogio verbal, simples e direto, um
bilhetinho afetuoso, com elogios relacionados ao
fato.
Prêmios que agradam muito, sempre

• Fazer uma atividade no domingo, sendo esta


escolhida pelo premiado.

• Fazer companhia a ele no fim de semana, num


programa que ele escolha.
Prêmios que podem ser usados
apenas eventualmente
• Poder ficar mais tempo brincando com os
amiguinhos.

• Um brinquedinho, cd/dvd que a criança queria


muito.

• Evite dar dinheiro ou presentes caros como


prêmios por bom comportamento.
Tenha sempre em mente
• Coerência, segurança, justiça e igualdade são
imprescindíveis.

• Toda consequência ou responsabilização deve ser


adequada, para pequenos deslizes, pequenas
consequências, para atos mais graves,
consequências mais sérias.

• Premiar atitudes positivas é tão importantes


quanto não deixar de corrigir os erros.
Como não perder a autoridade
ao disciplinar
• Cumpra o que disse (seja prêmio ou consequência).

• Seja coerente.

• Faça com seus filhos gradualmente assumam


responsabilidades.

• Cuidado com o que você diz e com o modo como diz.


A medida que passam os anos a
criança apresenta novas necessidades
• É fundamental distinguir entre necessidades e desejos.
desejos

• Necessidades é algo inevitável, algo que, se não


atendido, pode levar o indivíduo a ter problemas no seu
desenvolvimento, seja físico, intelectual ou emocional.

• Desejo é a vontade de possuir algo, de realizar algo,


que pode não ser importante para o desenvolvimento.
Está vinculado ao prazer.
Entre 1 a 4 anos
Necessidades:

• Receber cuidados, proteção e segurança.

• Ser apreciada, aceita e fazer parte do grupo.

• Aos 2-3 anos ter oportunidade de brincar e


aprender a cuidar de si mesma (vestir-se e usar o
banheiro).
Entre 1 a 4 anos
• Façam com que as coisas permaneçam
positivas – diga “não” e em seguida, o que ela
deve fazer.

• Não esqueça de premiar o bom comportamento.

• Não esqueça de agir imediatamente em seguida


ao mau comportamento.
Entre 1 a 4 anos

• Ignore um mau comportamento que não esteja


prejudicando ninguém, quando a criança é
pequena.

• Se a criança tentar agredi-la fisicamente, chutar


ou jogar coisas – simplesmente impeça com
firmeza, porém sem machucá-la.
Entre 5 e 7 anos
Necessidades:
• Conversar com os pais sobre o que pensa e sente.

• Comunicar com os pais e ser ouvida.

• Compreender normas e valores.

• Carinho: é muito afetiva nessa idade.

• Dormir cerca de 11 horas por noite.

• Muita atividade física.


Entre 5 e 7 anos
• Tenha normas justa e coerentes de disciplinas, pois têm
muito mais chances de serem cumpridas e não despertam
revoltas.

• Enuncie as normas especificamente e com clareza.

• Explique o “porquê ” de determinada regra.

• Premie a boa conduta e suspenda prêmios quando surgir


má conduta.
Entre 08 e 11 anos
Necessidades:

• Grande atividade física.

• Sentir-se parte da família, tendo algumas


tarefas domésticas sob sua responsabilidade.

• Maior independência.

• Relacionar com os pais harmoniosamente.


Entre 08 e 11 anos
• Necessário estabelecer períodos de repouso
ou atividades mais sossegadas.

• Acostume seus filhos a dizerem onde


estarão e com quem.

• Tenha sempre um tempinho diário para


conversar com seu filho.
Entre 08 e 11 anos
• Alerte sobre a possibilidade de oferecerem drogas.

• Dê a seu filho a segurança de que, ao dizer “não” ele


não perderá o amigo.

• Deixe muito claro que ele deve recusar sempre.

• Fale claramente com seu filho a questão da


dependência.
Entre 08 e 11 anos
• Atenção com o que está ocorrendo na vida
dos seus filhos – não confunda respeito com
falta de supervisão.

• Supervisione a higiene pessoal .

• Reforce os valores éticos – oriente-os quanto


a competição sadia e honesta.
Na adolescência
Necessidades:

• Amor, afeto e segurança.

• Ambiente familiar tranquilo, que dê suporte


às frequentes crises de insegurança e
identidade.

• Privacidade, respeito e ter valores éticos.


Na adolescência
• Os itens anteriormente definidos são válidos
também na adolescência, com algumas
características especiais:

• Premie e recompense a conduta adequada – dê


sempre oportunidade para que discutam e
expressem suas opiniões e troquem idéias.
Na adolescência
• Responsabilize-os por atos inadequados.

• Dê afeto – mesmo que eles demonstrem não


querer ou exibam até mesmo certa aversão ao
contato físico com os pais, não acreditem.
Eles precisam muito de amor.
Na adolescência
• Tenha compreensão – é muito importante que os
pais tenham muita clareza sobre as características
normais da idade, para aceitar melhor certas
posturas que, de primeira vista pode parecer total
desafio. Compreender as características ajuda o
adequado estabelecimento de limites.
Na adolescência
• Seja coerente quanto às normas de disciplina –
lembre-se de que as melhores normas são aquelas
passíveis de serem cumpridas.

• Estimule positivamente, buscando diminuir a


insegurança e a baixa auto-estima natural da idade.

• Ressalte as vitórias, escolares, esportivas e sociais.


Na adolescência
• Busque oportunidade de diálogo sempre – vá
direto ao ponto, sem rodeios, mas fale com
suavidade e docemente, embora com firmeza.

• Seja verdadeiro – faça com que se habitue a


buscar a verdade com voce, não em outras
fontes.
Na adolescência
• Não aceite que saiam sem dizer onde estarão e
com quem.

• Aceite e estimule a necessidade de


expressarem independência – não os impeçam
de caminhar com segurança e coragem nessa
direção.
Tudo isso posto...

• Lembre-se de que, quando necessário,


embora com autoridade e não
autoritariamente, a última palavra para os
filhos, será a dos pais.
Tudo isso posto...
É importante que os filhos saibam que:
• Embora, pratiquem a democracia no lar;

• Que respeitem suas opiniões, sua personalidade;

• Que instituem o diálogo como marca maior na


família;

• Que haja respeito e harmonia que possível.


Limites dos pais
• Para dar limites os pais têm, também eles, que ter
limites – ninguém pode dar o que não tem, não é
mesmo?

• Especialmente ao usar seus direitos, não esqueça dos


direitos dos filhos.

• Amor – segurança – respeito – igualdade de


tratamento – justiça e disponibilidade de tempo dos
pais.
Portanto, a última palavra será dos pais,
até que eles sejam adultos independentes.
Sem autoritarismo e nada de violência ou
desrespeito.
Obrigado pela atenção.
Felipe Biasus
febiasus@yahoo.com.br

Você também pode gostar