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Isabella Quaranta
Universidade Federal do Ceará
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All content following this page was uploaded by Isabella Quaranta on 25 May 2019.
FORTALEZA
2017
ISABELLA CHRISTINA CAVALCANTE QUARANTA
FORTALEZA
2017
ISABELLA CHRISTINA CAVALCANTE QUARANTA
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Hosiberto Batista de Sant’Ana Prof. Dr. André Casimiro de Macedo
(orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Aos meus pais, Anna Cristina e Roberto, que são as pessoas mais incríveis que
surgiram na minha vida, muito obrigada pelo apoio, suporte, amor e um pouquinho de juízo.
À minha avó, por ser essa mulher maravilhosa que me inspira e me ajuda sempre
como pode.
Aos meus padrinhos, por me ajudarem nessa caminhada que parecia que não ia
terminar, obrigada por não desistirem de mim.
Ao meu namorado, por ser essa pessoa maravilhosa que me entende e me ajuda,
pela paciência, pelo companheirismo, pelo apoio, por tudo que você fez e faz por mim.
Às minhas quase irmãs, Patrícia, Melina e Lívia, que continuam comigo depois de
tantos anos de amizade e me ajudaram muito nessa reta final.
À Alina, que me alimentou com chocolate e ombro amigo durante todos os períodos
difíceis e felizes da graduação, só tenho a agradecer a esse curso por te ter colocado no meu
caminho.
Aos meus amigos, Rafael, Alexandre, Marcelo, Leonardo, Carlos, Sassaki, vocês
fizeram minha graduação bem mais alegre e animada.
À minha equipe de projeto, Ítalo, Jéssica, Laís, de Assis, que me permitiram realizar
isso, aprenderam e me ensinaram muito durante um semestre resultando em parte das
informações desse trabalho.
À todas as pessoas incríveis que eu conheci pelo PET e que me fizeram aprender
muito sobre como viver em grupo.
Às pessoas que me ajudaram com alguns dos muitos problemas que encontrei
durante a concepção desse trabalho, Ismael, Hugo e professor Ivanildo, vocês salvaram minha
defesa de alguma forma!
Ao meu orientador, professor Hosiberto, pela ajuda, paciência e novas visões para
meus problemas. Ao professor Samuel, pelos anos de orientação no PET Engenharia Química.
Ao professor André, que também foi essencial para que esse trabalho fosse concluído. E a todos
os professores do DEQ que contribuíram para o meu crescimento como profissional e pessoal.
8
“Porque no fundo eu sei que a realidade que eu
sonhava afundou num copo de cachaça e virou
utopia.” (Caio Fernando Abreu)
RESUMO
Figura 1 – Dados de equilíbrio líquido-vapor para mistura etanol e água a pressão constante
(760 mmHg) com variação da temperatura e com reta de 45º para montagem do
método de McCabe-Thiele. ................................................................................... 54
Figura 2 – Ilustração das zonas de retificação e de esgotamento, considerando o uso de um
condensador total e um refervedor parcial............................................................. 55
Figura 3 – Constante de Souders e Brown a partir dos valores do fator de fluxo e do espaçamento
entre os pratos. ....................................................................................................... 58
Figura 4 – Seleção da disposição do líquido e vapor a partir do diâmetro da torre e da vazão de
líquido. ................................................................................................................... 61
Figura 5 – Ilustração do refervedor tipo termossifão vertical com uma passagem nos tubos e
fluxo em contracorrente. ........................................................................................ 62
Figura 6 – Correlação para dimensionamento de um termosifão vertical. ............................... 63
Figura 7 – Liberação entre casco e feixe de tubos para cálculo do diâmetro final do casco. ... 66
Figura 8 – Fator de atrito para tubos lisos a partir do valor do número de Reynolds. ............. 67
Figura 9 – Proporções definidas por McCabe para projeto de um tanque de mistura com
impelidor do tipo Rushton. .................................................................................... 78
Figura 10 – Código elaborado para a construções dos degraus do método gráfico segundo
McCabe-Thiele. ..................................................................................................... 82
Figura 11 – Parte do código para definir o número de fermentadores funcionando em paralelo
e a vazão de alimentação da cana-de-açúcar e de inóculo. .................................... 85
Figura 12 – Ilustração da moenda com 5 ternos com embebição composta iniciando no último
terno. ...................................................................................................................... 89
Figura 13 – Perfil da variação de volume e rotina das dornas fermentativas para um sistema
composto por 5 grupos de fermentadores de volumes iguais. ............................... 91
Figura 14 – Perfil da variação de volume e rotina das dornas fermentativas para um sistema
composto por 5 grupos de fermentadores de volumes iguais. ............................... 92
Figura 15 – Variação da concentração dos compostos selecionados dentro do fermentador
durante o tempo total de reação. ............................................................................ 93
Figura 16 – Variação mássica dentro do reator para a reação de formação de etanol com
crescimento de biomassa e consumo de sacarose. ................................................. 93
16
Figura 17 – Variação da temperatura da dorna de fermentação durante a reação por via biológica
para formação de etanol. ........................................................................................94
Figura 18 – Variação da temperatura da dorna de fermentação durante a reação por via biológica
para formação de etanol. ........................................................................................96
Figura 19 – Variação de volume do segundo tanque-pulmão no período de 24 horas. ............97
Figura 20 – Perfis da variação de temperatura e da composição de etanol presente no líquido e
no vapor ao longo da torre de destilação. .............................................................100
Figura 21 – Perfis da variação de temperatura e da composição de etanol presente no líquido e
no vapor ao longo da torre de destilação. .............................................................100
Figura 22 – Ilustração do sistema de tratamento das leveduras e da separação pela centrífuga.
..............................................................................................................................111
Figura 23 – Centrífuga de discos rotativos com remoção periódica de sólidos da AlfaLaval®.
................................................................................. Erro! Indicador não definido.
Figura 24 – Ilustração da torre de resfriamento da Adecl’Air® com capacidade máxima de
vazões iguais a 136,36 m³/h. ................................................................................118
Figura 25 – Interface de acesso ao usuário para a simulação da fábrica, com utilização dos
botões de set point e de simulação. ......................................................................119
Figura 26 – Parte do código para a rotina de cálculo da moenda, à esquerda, e do primeiro
tanque-pulmão, à direita. ......................................................................................120
Figura 27 – Interface de acesso ao usuário para a simulação da fábrica, com utilização dos
botões de set point e de simulação. ......................................................................130
Figura 28 – Interface de acesso ao usuário para a simulação da fábrica, com utilização dos
botões de set point e de simulação. ......................................................................130
Figura 29 – Interface de acesso ao usuário para a simulação da fábrica, com utilização dos
botões de set point e de simulação. ......................................................................131
Figura 30 – Interface de acesso ao usuário para a simulação da fábrica, com utilização dos
botões de set point e de simulação. ......................................................................132
Figura 31 – Interface de acesso ao usuário para a simulação da fábrica, com utilização dos
botões de set point e de simulação. ......................................................................132
Figura 32 – Interface de acesso ao usuário para a simulação da fábrica, com utilização dos
botões de set point e de simulação. ......................................................................133
LISTA DE TABELAS
Tabela 20 – Parâmetros utilizados no cálculo dos estágios para a torre de destilação, segundo o
método de McCabe-Thiele. ....................................................................................98
Tabela 21 – Relação entre número de estágios teóricos e taxas de refluxo na torre. ................99
Tabela 22 – Vazões mássicas de entradas e saídas da torre de destilação ................................99
Tabela 23 – Eficiências ao longo da torre de destilação. ........................................................101
Tabela 24 – Parâmetros utilizados para a vinhaça no projeto do refervedor. .........................101
Tabela 25 – Parâmetros utilizados para o material dos tubos e do casco no projeto do refervedor.
..............................................................................................................................102
Tabela 26 – Dimensões dos tubos e casco do refervedor. ......................................................103
Tabela 27 – Parâmetros utilizados para a cachaça no condensador. .......................................103
Tabela 28 – Parâmetros utilizados para a água de resfriamento no condensador. ..................104
Tabela 29 – Parâmetros de material e incrustação para projeto do condensador. ..................104
Tabela 30 – Valores calculados para os eficientes globais do trocador limpo e do trocador real
a partir da suposição sugerida por Sinnott (2005). ...............................................105
Tabela 31 – Dimensões dos tubos e casco no projeto do condensador...................................105
Tabela 32 – Parâmetros utilizados para a cachaça no trocador de resfriamento................. Erro!
Indicador não definido.
Tabela 33 – Parâmetros utilizados para a água no trocador de resfriamento.Erro! Indicador
não definido.
Tabela 34 – Parâmetros de material e incrustação para projeto do resfriador da cachaça. .....106
Tabela 35 – Descrição do resfriador quanto às dimensões tubos e ânulo, e quantidade de tubos
e grampos. ............................................................................................................107
Tabela 36 – Parâmetros utilizados para a vinhaça no trocador de resfriamento. ....................108
Tabela 37 – Parâmetros utilizados para a água no trocador de resfriamento. .........................108
Tabela 38 – Parâmetros de material e incrustação para projeto do resfriador da cachaça. .....108
Tabela 39 – Descrição do resfriador quanto às dimensões tubos e ânulo, e quantidade de tubos
e grampos. ............................................................................................................109
Tabela 40 – Especificações para a dorna de tratamento da levedura. .....................................110
Tabela 41 – Vazões volumétricas para o primeiro tanque de diluição. ..................................112
Tabela 42 – Especificações para o primeiro tanque de diluição. ............................................112
Tabela 43 – Especificações para o tanque de mistura da bebida envelhecida. .......................113
Tabela 44 – Total de bebidas envasadas por safra. .................................................................115
Tabela 45 – Comparativo entre os dados de set point de projeto e da simulação para a moenda.
..............................................................................................................................121
Tabela 46 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para os tanques-pulmão.
............................................................................................................................. 122
Tabela 47 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para o fermentador. ..... 123
Tabela 48 – Resultados da simulação em Aspen/Hysys para uma torre de destilação de água e
etanol com 7 estágios, alimentação no segundo e taxa de refluxo igual a 1,5
funcionando a pressão constante. ........................................................................ 123
Tabela 49 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para a torre de destilação,
considerando a composição de saída constante. .................................................. 124
Tabela 50 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para o condensador...... 124
Tabela 51 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para o refervedor. ........ 124
Tabela 52 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para os trocadores de
resfriamento da cachaça e da vinhaça. ................................................................. 126
Tabela 53 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para os tanques de mistura,
exceto a dorna de tratamento da levedura............................................................ 127
Tabela 54 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para as dornas e barris de
armazenamento e envelhecimento. ...................................................................... 127
Tabela 55 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para o envase das bebidas.
............................................................................................................................. 128
Tabela 56 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para os resultados finais do
processo e as proporções produzidas. .................................................................. 129
LISTA DE SÍMBOLOS
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 27
2 HISTÓRICO ............................................................................................................... 29
5.3 Fermentador................................................................................................................ 48
6 METODOLOGIA ...................................................................................................... 81
8 RESULTADOS ......................................................................................................... 89
9 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 139
1 INTRODUÇÃO
2 HISTÓRICO
surgimento da primeira cachaça, sendo discutido se foi nas capitanias de Pernambuco, Bahia
de Todos os Santos ou São Vicente.
Conta-se que o surgimento do destilado brasileiro ocorreu por acaso, nos engenhos
de açúcar, onde se obtinha uma espécie de “vinho” a partir da garapa azeda, que era encontrada
eventualmente nos tachos de rapadura. Durante o armazenamento, este material fermentava,
produzindo um líquido que tinha gosto agradável e efeito embriagante, que posteriormente
recebeu o nome de cagaça (LEITÃO, 2005). O líquido era muito consumido pelos escravos, e
esse consumo não era reprimido pelo senhor de engenho, pois a bebida muitas vezes era capaz
de inibir a sensação de fome, além de aumentar a produtividade pela animação gerada. Porém,
ainda é mais aceito que os portugueses começaram a destilar a garapa azeda e a produzir a
bebida embriagante de forma intencional.
O nome da bebida, por sua vez, também possui diversas versões quanto a seu
surgimento. Uma das lendas conta que, devido às condições de temperatura, além de fermentar,
o fermentado evaporava e acumulava gotículas no teto do engenho. As gotas condensavam e
caíam nas costas dos escravos, que muitas vezes estavam com feridas dos açoites. Por conta do
ardor causado no contato do álcool com a ferida, a bebida que gotejava foi chamada de
aguardente. O nome pinga provém de quando já existia o hábito da produção do destilado na
colônia, que a condensação do destilado “pingava” do alambique. Porém, para Morais Silva,
autor do primeiro dicionário português (1813), quando se fervia a mistura, aparecia no tacho o
que se chamava de “cachaço”. Definiu-se, então, a cachaça como a primeira fervura da cana.
(LEITÃO, 2005).
a cachaça absorvia uma coloração da madeira, além de modificar seu aroma e sabor. Surgindo
assim, o hábito de envelhecer a bebida para suavizar o sabor e melhorar seu aroma.
A cachaça foi muito exaltada como símbolo nacionalista, estando presente nas
reuniões da conjuração mineira e na revolta de Pernambuco em 1817, que foi marcada pela
troca do pão e do vinho por cuscuz e cachaça como forma de simbolizar a independência e o
nacionalismo.
Hoje em dia, aponta-se a cachaça como sendo o terceiro destilado mais consumido
do mundo, atrás apenas do soju (destilado asiático feito de cereais) e da vodca, além de possuir
um grande mercado, tanto artesanal quanto em escala industrial. Por sua notória importância
nacional, é tema de músicas e de poemas. Como corolário dessa “ascensão social” da cachaça,
alguns estados da federação concederam à bebida status de patrimônio histórico e cultural,
como é o caso de Minas Gerais (Lei Estadual nº 16.688, de 11.1.2007) e Rio de Janeiro (Lei
Estadual nº 6.291, de 6.7.2012).
[...]
[...]
[...]
[...]
sacarose.
Foram necessários mais de dez anos de negociações para que os Estados Unidos,
através do Alcohol and Tobacco Tax and Trade Bureau (TTB) publicasse o registro de
reconhecimento da cachaça como produto genuinamente brasileiro, que passou a ocorrer a
partir de 11.4.2013, deixando de ser comercializada naquele país como “Brazilian Ron”,
conforme até então determinava a autoridade americana.
35
3 DESCRIÇÃO DO PROCESSO
A matéria prima que chega na indústria é pesada e retirada uma amostra para análise de
sacarose, em seguida levada até um depósito antes de entrar no processo produtivo. A cana que
chega deve ser moída em até trinta e seis horas, evitando a deterioração do caldo e alteração da
quantidade de sacarose medida (GONÇALVES, 2008). Essa cana chega carregada de
impurezas retiradas do solo durante a colheita, como terra e restos de folhas. Nas colheitas
mecânicas, o teor de terra presente ainda é superior àquele encontrado em colheitas manuais
(RODRÍGUEZ, 2010). Tais sujeiras devem ser removidas antes do início do processo, evitando
o desgaste de tubulações, bombas, ternos da moenda, entre outros equipamentos, e redução da
eficiência do processo fermentativo.
36
A cana limpa segue para mesas de distribuição, onde passa por um conjunto de
facas para ser nivelada e, em seguida, ser esmagada pelos desfibradores. Os desfibradores são
uma série de martelos giratórios que promovem o esmagamento da cana para facilitar a remoção
de açúcares na etapa de moagem.
Nesse estágio, a cana pode ser embebida, o que possibilita a produção de um caldo
mais diluído, porém possibilitando um maior rendimento (de SOUZA et al, 2013). Com uma
primeira prensagem, é possível obter entre 55 e 65 % de rendimento na extração do caldo. A
embebição associada a outras técnicas de extração pode aumentar esse valor a até 90 %.
Industrialmente, constata-se a utilização de 3 a 5 ternos para a moenda (LEITÃO, 2005) e cada
terno com 4 rolos de moagem. Indica-se o uso de duas moendas para evitar a interrupção da
produção no caso de ocorrência de paradas (FONSECA, 2014).
último e o penúltimo terno da moenda, sendo bombeado até o segundo terno (DIAS, 2008). O
caldo extraído no segundo terno – chamado de caldo misto – segue para um filtro e, após a
separação de sólidos em suspensão, é colocado na dorna fermentativa junto com o caldo
primário. Este processo auxilia na diluição do caldo, muitas vezes não sendo necessária uma
etapa de diluição, já estando nos valores adequados para a fermentação.
Uma vez extraído o caldo, o resíduo decorrente é denominado de bagaço, que pode
ser usado como fonte de cogeração energética dentro da indústria (RESINAS, 2008) ou vendido
para utilização como ração animal, para produção de concreto, papel, madeira, além de etanol
de segunda geração e cosméticos (da COSTA e BOCCHI, 2011). A composição do caldo de
cana varia de acordo com a região da plantação, estado de maturação, tipo de adubo utilizado e
a variedade de cana-de-açúcar utilizada (de SOUZA et al, 2013). A Tabela 1 apresenta alguns
valores usuais considerados para o caldo de cana extraído na moagem.
O caldo misto segue para um filtro, onde são eliminadas partículas maiores que
foram carregadas junto com o caldo (palhas e pedaços de cana) e depois para o decantador,
onde são retidas as partículas menores (fibras, sacaroses, coloides). Durante essas etapas, são
retirados de 0,1 a 1 % de contaminantes (DIAS, 2008), recomendando-se o uso de peneiras com
no máximo 1,0 mm de abertura, porém com grande área superficial (de SOUZA et al, 2013).
Em processos com muitos ternos na moenda, essa etapa torna-se dispensável, pois
o bagacilho é triturado e retido no filtro da própria moenda e o caldo já é diluído durante o
processo de embebição. Com o caldo – aqui já chamado de mosto – dentro das especificações,
este segue para as dornas fermentativas.
3.3 Fermentação
Além da diluição, o mosto recebe adição de ácido sulfúrico antes de entrar nas
dornas fermentativas, a fim de evitar a contaminação por bactérias e aumentar a resistência do
fermento, fazendo com que este aja por um período mais prolongado. O ácido também auxilia
na respiração celular das leveduras, sendo adicionado até um pH entre 5,2 e 5,8 (MALTA,
2006).
Este vinho sem material biológico contém entre 5 e 8 ºGL (1 ºGL é equivalente a 1
ml de álcool anidro por 100 ml de mistura hidro alcoólica). Uma vez na temperatura adequada,
o vinho será destilado e sua concentração alcoólica sobe para 47-54 ºGL.
3.4 Destilação
% e cauda 10 %) é separada para a melhor qualidade da cachaça produzida. Estas frações podem
ser redestiladas para a produção de uma cachaça de qualidade inferior, podem ser adicionadas
no vinho da fermentação seguinte ou podem ser utilizadas para a fabricação de etanol
combustível (CALDEIRA e dos SANTOS, 2014). Os destilados de cabeça iniciam-se com 65
a 70 ºGL, mas pode-se ainda considerar de 55 ºGL para cima, depende da especificação do
produto desejado. Abaixo disso, é coletado o destilado de coração, até que o teor alcóolico
diminua para 38-40 ºGL. Abaixo disso, tem-se o destilado de cauda, até cerca de 10 ºGL, ou
dependendo da especificação buscada pelo produtor.
O sabor do destilado produzido não é tão agradável e precisa descansar pelo menos
entre 2 e 6 meses para que seu buquê (mistura de diversas propriedades organolépticas) se ajuste
e adquira uma qualidade sensorial adequada, de forma que a cachaça diluída até a concentração
padrão é encaminhada para recipientes para que ela possa aprimorar seu sabor, tornando-se uma
bebida agradável ao paladar. A cachaça que será envelhecida irá para tonéis de madeira e as
demais serão enviadas para tanques de aço inox para descansar. Após os 6 meses de
armazenamento em tonéis de aço inox, parte da bebida segue para o envase da cachaça prata e
parte segue para uma segunda diluição e adição de características gustativas diferenciadas, a
chamada bebida mista de cachaça.
41
Para ser considerada envelhecida, no entanto, a cachaça deve conter pelo menos 50
% de cachaça envelhecida nas condições acima mencionadas, processo que deve ser fiscalizado
pelo controle do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Muitas marcas
já buscam a comercialização de cachaças envelhecidas em madeiras nacionais, como bálsamo,
amburana, jatobá, freijó, ipê, peroba, entre outras, porém um dos mais comuns barris de
envelhecimento ainda é o construído de carvalho estrangeiro. Essa última madeira é muito
utilizada por possuir alto poder de coloração além de deixar características já reconhecidas no
sabor da bebida envelhecida ou premium. É importante buscar uma otimização da produção
com o tempo de envelhecimento, a fim de reduzir o custo sem impactar na qualidade sensorial
da bebida.
43
4 RESÍDUOS DO PROCESSO
Nesta seção, serão abordados os resíduos gerados no processo e o destino que será
dado a cada um deles. Alguns resíduos não foram considerados durante o projeto dos
equipamentos. No entanto, por questões ambientais, faz-se necessária sua quantificação futura.
O reaproveitamento dos resíduos é importante tanto para questões ambientais quanto
observando o lado econômico. A venda desses subprodudos apresenta uma forma
complementar de renda para a indústria, além de reduzir os gastos com compensações
ambientais ou com multas e, possivelmente, até evitar o fechamento da fábrica.
4.1 Vinhaça
Seu uso pode variar desde como parte da alimentação animal até uso na
fertirrigação, quando a vinhaça é usado como fertilizante nas plantações de cana. Após ser
resfriada, a vinhaça concentrada ainda fresca pode ser pulverizada sobre a ração para a
alimentação de bovinos, podendo ser utilizado entre 10 a 15 litros por animal/dia (CHAVES,
44
2003). Também é utilizada como fertilizante, devido aos fortes sais orgânicos presentes no
líquido; quando depositada no solo, fungos e bactérias decompõem essa substância, liberando
metais alcalinos como cálcio e magnésio (LEITÃO, 2005). Por outro lado, caso haja intenção
de descarte, se faz necessário um tratamento físico-químico e uma normalização para que a
contaminação do solo e dos lençóis freáticos não ocorra.
4.2 Bagaço
Para o atual projeto, o bagaço será utilizado para geração de vapor que alimentará
o termossifão e realizará uma cogeração energética para a planta. Considera-se que todo o
bagaço fica acumulado no pátio da fábrica, secando naturalmente. Logo, o potencial
considerado é aquele do bagaço seco, não sendo considerada a carga térmica utilizada para
evaporar a umidade ainda remanescente nas fibras.
As águas provenientes de caldeiras não possuem risco de poluição, por isso podem
ser recirculadas a cada novo ciclo. Além disso, em temperaturas abaixo de 40 °C e sem a
presença de contaminantes mais severos, podem ser descartadas no meio ambiente sem causar
maiores danos. Já a água proveniente de lavagem da cana e da lavagem dos equipamentos e de
ambientes deve ser encaminhada para uma Estação de Tratamento (ETA) ou a um decantador
para posterior descarte no meio.
permitem uma maior retenção de água pelo solo (de SOUZA et al., 2014). Então, para
minimizar a poluição produzida por esse resíduo e mitigar perdas, é recomendado que seja
utilizado como adubo no próprio canavial ou em outras culturas.
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A plantação da cana não fará parte do escopo desse trabalho, sendo possível a
implementação da indústria aqui projetada para produtores de cana ou para terceiros que
desejem comprar a matéria prima. Considera-se, porém, como premissa para a escolha dos
equipamentos, que a cana que será utilizada não será previamente queimada, de forma que as
fibras do bagaço possam ser usadas como forma de cogeração energética (DIAS, 2008), além
de acarretar um acúmulo de cinzas nas dornas fermentativas, reduzindo a eficiência da etapa
(de SOUZA et al, 2013).
5.2 Moenda
A área para a moagem deve ser fechada, com pé direito de no mínimo 3 metros,
para proteger a cana dos efeitos de sol e chuva (de SOUZA et al, 2013). Será considerada a
utilização de sistemas a seco para limpeza da cana que chega na indústria, focando na economia
de água do processo. Para a água de embebição, utilizou-se a proporção de 1 quilograma de
água a cada 10 quilogramas de cana que passa por hora na moenda. A partir da composição da
cana-de-açúcar considerada, constante da Tabela 3, temos a divisão entre caldo e bagaço.
5.3 Fermentador
do substrato para valores superiores a 150 kg/m³ e do produto quando maior que 15 kg/m³
(THATIPALAMA, ROHANI, HILL, 1992). Assim, a utilização da cinética proposta por
Monod se torna insuficiente para prever com exatidão o comportamento da reação. O modelo
cinético utilizado para velocidade específica de crescimento celular proposto por Ghose e Tyagi
(1979) contempla melhor tais inibições.
𝐶𝑠 𝐶𝑝
𝜇 = 𝜇𝑚𝑎𝑥 . 𝐶2
. (1 − 𝐶 ∗) (3)
𝐾𝑠 +𝐶𝑠 +( 𝑠 ⁄𝑘 ) 𝑝
𝐼
1
𝜅𝑠𝑎𝑐 .𝐶𝑠𝑎𝑐 .𝑉− .𝜇.𝐶𝑥 .𝑉−𝐹0̇ .𝐶𝑔𝑙𝑖
𝑑𝐶𝑔𝑙𝑖 𝑌𝑥/𝑠
= (5)
𝑑𝑡 𝑉
1
( .𝜇.𝐶𝑥 .𝑉−𝐹0̇ .𝐶𝑝 )
𝑑𝐶𝑝 𝑌𝑥/𝑝
= (6)
𝑑𝑡 𝑉
Esse modelo também rejeita a liberação de CO2 para os balanços reacionais, mesmo
considerando que este subproduto esteja presente. A quantidade do gás liberada quando
comparado aos demais produtos pouco influencia no rendimento e na temperatura reacional,
não sendo considerada para fins de simplificação, baseado no artigo utilizado para modelagem
do equipamento.
𝑡𝑏𝑎𝑡 𝐹̇ 𝑡
𝑁𝑑 = ( ⁄𝑡 ) × ( torre⁄ ̇ ) × ( 𝑎𝑙𝑖𝑚⁄𝑡 ) (9)
𝑎𝑙𝑖𝑚 𝐹𝑠𝑎𝑖 𝑒𝑠𝑣
5.4 Tanque-pulmão
𝑑𝑉
̇
= 𝑚 × 𝐹𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 ̇
− 𝑛 × 𝐹𝑠𝑎í𝑑𝑎 (11)
𝑑𝑡
Por fim, o último tanque-pulmão está situado após o trocador para resfriar a
cachaça, sendo ali alocado por questões de segurança. Tendo vazão de entrada e saída idênticas,
esse tanque não será plenamente completado. Porém, em caso de parada da planta, essa dorna
deverá ser capaz de armazenar todo o conteúdo presente nos trocadores anteriores e na torre de
destilação durante um período aqui estabelecido como sendo de 3 horas.
Uma torre de destilação foi escolhida por promover uma produção contínua, sem
necessidade da retirada da cabeça e da cauda da cachaça, e por não adicionar cobre ao produto,
já que altos teores de cobre não são permitidos, podendo gerar problemas aos consumidores.
Optou-se pelo uso de uma torre de fluxo cruzado com downcomer e pratos
perfurados, por simplicidades de projeto e redução de custos, além de ser o método mais
utilizado para indústrias sucroalcooleiras. Além do custo, a preferência pelos pratos perfurados
deu-se por resultarem numa perda de carga praticamente nula e por possuirem uma maior
capacidade por área (diâmetro da coluna necessária para uma dada taxa de vapor ascendente).
Outra vantagem foi a possibilidade do projeto apresentar uma faixa de operação satistatória. O
downcomer promove o maior contato entre as fases e, com isso, uma maior transferência de
massa entre as mesmas.
corrosão, optou-se pelo aço inox. Todavia, considerando que a utilização desse metal na coluna
acentua os odores de sulfeto no produto final (NASCIMENTO et al, 1998), a participação do
cobre é reduzida ao topo do destilador, na forma de uma lã de cobre, que deve executar a mesma
tarefa de remoção de impurezas sem permitir uma grande migração dos íons cobre para a fase
líquida.
Tabela 7 – Dados de equilíbrio líquido-vapor para mistura etanol e água a pressão constante
(760 mmHg).
Temperatura Fração Mássica de Fração Mássica de
(ºC) etanol na fase líquida etanol na fase vapor
100,00 0,0000 0,0000
95,50 0,0190 0,0625
89,00 0,0721 0,1250
86,70 0,0966 0,1875
85,30 0,1238 0,2500
84,10 0,1661 0,3125
82,70 0,2377 0,3750
82,30 0,2608 0,4375
81,50 0,3273 0,5000
80,70 0,3965 0,5625
79,80 0,5079 0,6250
79,70 0,5198 0,6875
79,30 0,5732 0,7500
78,74 0,6763 0,8125
78,41 0,7472 0,8750
78,15 0,8943 0,9375
78,30 1,0000 1,0000
Fonte: Dortmund Data Bank
saída, tem-se que as variáveis apresentadas para o balanço de componente serão em relação ao
etanol.
𝐹 =𝐷+𝐵 (12)
𝐹. 𝑥𝐹 = 𝐷. 𝑥𝐷 + 𝐵. 𝑥𝐵 (13)
As outras três linhas serão retas a indicar a região de retificação do vapor, a região
de esgotamento do componente principal no líquido e as características térmicas do componente
de entrada, levando em considerando a fase e a temperatura deste (SEADER, 2011).
55
𝑅 1
𝑦 = 𝑥. (𝑅+1) + 𝑥𝐷 . (𝑅+1) (14)
𝑉𝐵 +1 1
𝑦 = 𝑥. ( ) − 𝑥𝐵 . (𝑉 ) (15)
𝑉𝐵 𝐵
Por último, a linha q, Equação 16, leva em conta tanto a fase quanto a temperatura
que se encontra o fluxo de alimentação da torre.
𝑞 1
𝑦 = 𝑥. (𝑞−1) − 𝑥𝑓 . (𝑞−1) (16)
Das três retas apresentadas por último (Equações 14 a 16), são necessárias apenas
duas para a encontrar o número mínimo de estágios. Para os dados de problema, utilizam-se as
retas de retificação e a linha q. A reta de retificação foi obtida tendo-se o valor da razão de
refluxo do condensador e a composição do etanol no destilado, já definido.
Segundo Seader (2011), o valor do refluxo ótimo deve estar entre 1,1 e 1,32 vezes
o valor do refluxo mínimo. Como refluxo mínimo no caso em estudo é de 0,18, uma primeira
estimativa de refluxo de topo ótimo é igual a 0,216. Porém, segundo os estudos de Batista
(2008), a razão de refluxo ainda pode variar para valores superiores, dependendo da
concentração de etanol que se deseja obter no produto de topo. Analisando-se que quanto maior
essa taxa, menor é a quantidade de etanol roubada pela corrente da vinhaça no fundo.
𝑅 1
𝑦𝑖𝑛𝑡 = 𝑥𝑖𝑛𝑡 . (𝑅+1) + 𝑥𝑑 . (1+𝑅) (19)
𝑧
𝑓 𝑑𝑥
(𝑞−1 + 𝑅+1)
𝑥𝑖𝑛𝑡 = ⁄ 𝑞 𝑅 (20)
(𝑞−1 − 𝑅−1)
𝑄𝑅 = 𝐵. 𝑉𝐵 . ∆𝐻𝑣𝑎𝑝 (21)
𝜌𝐿 −𝜌𝑣
𝑉𝑁𝐹 = 𝐶𝑠𝑏 . √ (23)
𝜌𝑣
A constante de Souders e Brown, K1, deve ser obtida pela Figura 3. Supõe-se um
valor de espaçamento para os pratos dentre os valores propostos pela Tabela 9. O eixo
horizontal do gráfico representa o termo de fator de fluxo de líquido e vapor, obtido pela
𝐿𝑤
Equação 24. A razão ⁄𝑉 representa o valor da inclinação da reta de esgotamento, sendo
𝑤
obtido graficamente. Os valores individuais podem ser obtidos através de um balanço de massa
para o fundo da torre.
58
𝐿 𝜌
𝐹𝑉𝐿 = 𝑉𝑤 . √𝜌𝑣 (24)
𝑤 𝐿
O valor então obtido pela Equação 23 deve ser corrigido para sistemas genéricos,
levando em conta a tensão superficial do fluido e a capacidade do sistema de formar espuma.
As Equações 25 e 26, representam essa correção.
𝜎 0,2
𝐹𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 = ( 𝐿⁄20) (26)
59
𝑉𝑊
𝐴𝑛 = ⁄ρ . (𝑋 (27)
V 𝑖𝑛𝑢𝑛𝑑 . 𝑉𝑓 )
0,5
𝐴
𝐷𝑡𝑑 = 2. ( 𝑛⁄0,88. π) (28)
Com o resultado obtido por essa expressão, retorna-se à Tabela 9, para verificar o
espaçamento escolhido com o diâmetro calculado. Caso o diâmetro calculado esteja dentro da
faixa esperada, dá-se continuidade aos cálculos do projeto. Em caso contrário, será necessário
repetir o procedimento, com uma escolha de um novo espaçamento, até que o conjunto
espaçamento-diâmetro da torre esteja adequado.
O contato entre as fases ocorre nos orifícios do prato, que permitem uma interação
entre líquido e vapor para atingir o equilíbrio. Usualmente, utilizam-se diâmetros entre 3 e 38
mm para os orifícios do prato (CALDAS et al, 2007), valor que deve estar situado entre 8 e
12% da área ativa.
Escolheu-se uma fração igual a 10% da área ativa, por ser um valor intermediário
na faixa. Para valores de serviço normal, os diâmetros são encontrados entre 9 e 13 mm
(CALDAS et al, 2007). Uma proporção muito grande gera um contato pobre entre as fases,
interferindo no equilíbrio e na eficiência do prato, enquanto que uma proporção menor do que
a necessária ocasiona um elevado tempo de residência.
Prefere-se, então, um arranjo triangular, com afastamento entre os furos igual entre
2,5 e 3 vezes o diâmetro destes. A espessura da chapa é escolhida a partir das informações da
Tabela 12 , que relaciona o diâmetro do furo e a tolerância à corrosão desejada com o material
e a espessura do prato.
Fair (1963) recomenda o uso diâmetro de furos maiores que as espessuras do prato.
𝑚.𝑉
log [1 + 𝐸𝑚𝑣 . ( − 1)]
𝐿
𝐸𝑜 = ⁄ 𝑚.𝑉 (29)
log ( 𝐿 )
A altura da torre foi calculada como a soma das altura dos pratos a partir das suas
espessuras, o espaçamento entre estes e um valor adicional na base e no topo para minimizar
efeitos de arraste do líquido e manter o nível de líquido com o refluxo do fundo. O
equacionamento pode ser visto na Equação 30, abaixo.
Os valores adicionais a serem considerados são de 1,8 metros para a base e 1,2
metros para to topo, totalizando 3 metros além do esperado.
62
5.6 Refervedor
𝑇𝑟 = 𝑇⁄𝑇 (31)
𝑐𝑟𝑖𝑡
Com esses valores, pelo gráfico da Figura 6, define-se o fluxo de calor entre os
fluidos.
Kern (1950) recomenda que o fluxo de calor não exceda 37,9 kW/m² para este tipo
de equipamento, sendo um limitante superior às informações obtidas no gráfico. Após definido
o fluxo térmico, obtém-se a área como a razão da carga térmica necessária pelo fluxo de calor
no refervedor.
O fluido de aquecimento escolhido foi vapor saturado de água que sai da caldeira.
Esse fluido encontra-se a 5 bar, com uma temperatura de saturação igual a 151,86ºC. Como
pode-se observar na Figura 5, o fluido quente é alocado no casco. O fluido que sai da torre, por
sua vez alocado nos tubos, encontra-se a 1 bar na temperatura definida pelo sistema da torre de
destilação.
Na Tabela 13, abaixo, estão os parâmetros para o casco utilizados nos cálculos do
termossifão. Os valores de temperatura e pressão críticas foram obtidos na literatura
(KORETSKY, 2012), enquanto os demais valores foram calculados a partir do pacote
termodinâmico UNIQUAC, pelo simulador computacional DWSIM®.
problemas de dilatação com valores superiores a essa faixa. Quanto ao diâmetro, indica-se o
uso de tubos com 50 mm para fluidos muito viscosos, não sendo o caso, recomenda-se o uso
do diâmetro padrão de 25 mm.
Para o cálculo do número total de tubos, utiliza-se a Equação 32, na qual Att
representa a área necessária de troca térmica calculada anteriormente.
𝐴𝑡𝑡
𝑁𝑡 = ⁄𝜋. 𝐷 . 𝐿 (32)
𝑖
Tabela 14 – Constantes utilizadas na Equação 33 para cálculo do diâmetro do feixe de tubos a partir do
número de passagens e do passo entre os tubos.
Passo Triangular (𝒑𝒕 = 𝟏, 𝟐𝟓. 𝑫𝒐 )
Nº de passagens 1 2 4 6 8
K1 0,319 0,249 0,175 0,0743 0,0365
n 2,142 2,207 2,285 2,499 2,675
Figura 7 – Liberação entre casco e feixe de tubos para cálculo do diâmetro final do casco.
Com esses dados calcula-se o Reynolds e, pelo gráfico do Figura 8, anota-se o valor
do fator de atrito para os tubos. A queda de pressão total nos tubos é dada pela média entre as
quedas de pressão por atrito na entrada e na saída, Equação 36, somada com a queda de pressão
estática, Equação 37.
67
Figura 8 – Fator de atrito para tubos lisos a partir do valor do número de Reynolds.
8. 𝑓𝑎𝑡 . 𝜌. 𝑣 2⁄
Δ𝑃𝑎𝑡 = 2. 𝐷𝑖 (36)
𝑣 𝑔. 𝐿
Δ𝑃𝑒𝑠𝑡 = log ( 𝑣0 ) . ⁄(𝑣 − 𝑣 ) (37)
𝑖 𝑜 𝑖
Mostinski (1963), Equação 38, na qual utiliza a pressão reduzida (𝑃 ⁄𝑃 ) e a taxa de fluxo de
𝑐
0,17 1,2 10
ℎ𝑛𝑏 = 0,104. 𝑃𝑐0,69 . (𝐻𝑓𝑙𝑢𝑥 )0,7 . [1,8. (𝑃⁄𝑃 ) + 4. (𝑃⁄𝑃 ) + 10. (𝑃⁄𝑃 ) ] (38)
𝑐 𝑐 𝑐
O outro fator modifica o valor de ℎ𝑛𝑏 para incluir a consideração que o líquido está
em movimento, logo esse coeficiente de nucleação real é menor do que a calcula pela Equação
38. O valor desse segundo fator de correção, chamado de fator de supressão (𝑓𝑠 ), é obtido pelo
gráfico da Figura 12.57 (SINNOTT, 2005). As demais etapas seguem de acordo com o exemplo
12.11 do mesmo livro, considerando que os coeficientes de incrustação de ambos os lados são
iguais a 6000 W/m².ºC.
As chicanas podem ser dispostas com distâncias entre 0,2 e 1,0 vezes o diâmetro
interno, estando os valores entre 0,30 e 0,50 como ótimos. Porém, quanto menor for o
espaçamento, maiores serão as quedas de pressão, necessitando um cuidado na escolha deste
valor. O número de chicanas é dado pela razão do comprimento do trocador pelo espaçamento
entre elas (𝑁𝑏𝑠 ) somado a uma unidade. Com as informações de espaçamento entre chicanas,
pitch entre os tubos, diâmetro externo dos tubos e interno do casco, calcula-se a área de fluxo
do casco com a Equação 40, sendo possível calcular o fluxo mássico pela área (𝐺𝑜 ).
(𝑃𝑡 − 𝐷𝑜 ). 𝐷𝑠 . 𝐵
𝐴𝑜,𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜 = ⁄𝑃 (40)
𝑡
𝐹𝑚
𝐺𝑜 = ⁄𝐴 (41)
𝑜,𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜
idêntica àquela obtida pelo diâmetro, calcula-se o diâmetro hidráulico, que para um trocador do
tipo casco e tubo é obtido pela Equação 42.
4. 𝑃𝑡2 − 𝜋. 𝐷𝑜2⁄
𝐷𝑒 = 𝜋. 𝐷𝑜 (42)
𝐺𝑜 . 𝐷𝑒⁄
𝑅𝑒𝑜 = 𝜇 (43)
Como regra geral para o projeto, as quedas de pressão não devem exceder 70 psi,
equivalente a 482,63 kPa. Caso o valor seja superior, torna-se necessário alterar as
configurações do trocador, visando adequar o resultado a faixa permitida.
5.7 Condensador
A área necessária para a troca térmica é dada pela razão entre a carga térmica e o
produto da Δ𝑇𝑚𝑙 𝑐𝑜𝑛𝑑 com o coeficiente global de temperatura. A diferença média de
temperatura é adaptada da equação clássica da Δ𝑇𝑚𝑙 , que considera apenas mudanças de calor
sensível. A Equação 45 apresenta a forma com uma das correntes do trocador estando saturadas,
apenas com mudança de fase ocorrendo.
𝑇𝑟𝑒𝑠𝑓,2 −𝑇𝑟𝑒𝑠𝑓,1
Δ𝑇𝑚𝑙𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑇𝑠𝑎𝑡 −𝑇𝑟𝑒𝑠𝑓,1 (45)
ln( ⁄𝑇 −𝑇 )
𝑠𝑎𝑡 𝑟𝑒𝑠𝑓,2
1⁄
𝜌𝑙 .(𝜌𝐿 −𝜌𝑣 ).𝑔 3
(ℎ𝑐 )𝑙 = 0,95. 𝑘𝐿 . [ ] (46)
𝜇𝐿 . 𝛤
𝑊𝑐
𝛤= ⁄𝐿. 𝑁 (47)
𝑡
1⁄
(ℎ𝑐 )𝑏 = (ℎ𝑐 )𝑙 . 𝑁𝑟 − 6 (48)
Para a água de resfriamento, calcula-se o fluxo mássico pela área dos tubos (𝐺𝑖 ),
Equação 49, e o número de Reynolds para o escoamento interno.
𝑊𝑚,𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠
𝐺𝑖 = ⁄ 𝑁𝑡. 𝜋. 𝐷𝑖 (49)
( ⁄ )
4
71
Tabela 15 – Correlações para diferentes regimes de escoamento de fluidos e equações que regem esse
modelo.
Regime Reynolds Correlação Equação
Laminar ≤ 2.100 Sieder-Tate (1936) Equação 50
Transição 2.100 > Re > 10.000 Hausen (1959) Equação 51
Turbulento ≥ 10.000 Petukhov-Popov (1963) Equações 52, 53 e 54
Fonte: elaborado pela autora
D 1⁄
𝑁𝑢 = 1,86. (Re. Pr. ( L )) 3 (50)
2⁄
2 1 D 3
𝑁𝑢 = 0,116. (Re ⁄3 − 125) . Pr ⁄3 . (1 + (L) ) (51)
10 −2
𝑓𝑎𝑡 = 0,41. (ln (0,23. (e⁄D) 9 + 6.9⁄Re)) (56)
Por fim, Filonenko (1954), Equação 57, modelou uma equação para escoamentos
turbulentos em tubos lisos.
𝑁𝑢. 𝑘𝑚𝑎𝑡⁄
ℎ= 𝐷 (58)
−1
Do 𝐷 1 D 1 D
𝑈𝑑 = [( ⁄2. 𝑘 ) . ln ( 𝐷𝑜 ) + (ℎ ) + ( 𝐷o . ℎ ) + ( 𝐷o . 𝑅𝑑𝑜 ) + 𝑅𝑑𝑖 ] (59)
𝑚𝑎𝑡 𝑖 𝑐 𝑙 𝑖 𝑖 𝑖
−1
Do 𝐷 1 D 1
𝑈𝑐 = [( ⁄2. 𝑘 ) . ln ( 𝐷𝑜 ) + (ℎ ) + ( 𝐷o . ℎ )] (60)
𝑚𝑎𝑡 𝑖 𝑐 𝑙 𝑖 𝑖
5.8 Trocadores
A corrente de cachaça que sai do condensador ainda precisa ser resfriada para
valores próximos a temperatura ambiente. Por conta da elevada capacidade calorífica e
simplificações no uso, opta-se pelo uso de água de resfriamento, vinda da torre. Diversos
modelos foram testados, porém a fim de obedecer às faixas ideias de velocidades nas correntes
no casco, ou no ânulo, e no tubo. Segundo Sinnott (2005), para tubos, a velocidade máxima de
líquidos deve estar entre 1 e 2 m/s, enquanto que para o casco deve estar entre 0,3 e 1 m/s. Para
73
vapores a pressão ambiente, por outro lado, deve estar entre 10 e 30 m/s, independente da
alocação.
A cachaça a ser resfriada foi alocada nos tubos, por sua temperatura elevada, além
da maior possibilidade de incrustação. Inicialmente, calcula-se a carga térmica necessária para
a realização do serviço. A temperatura de entrada deve ser igual aquela que o fluido possui na
saída do condensador. E define-se a temperatura de saída entre 30 e 35ºC, procurando a melhor
relação entre a perda de carga, quantidade de grampos e temperatura final. A Equação 62 define
a carga térmica necessária a partir dos dados de vazão mássica, capacidade calorífica da mistura
e diferença de temperatura entre as correntes.
Para o ânulo, a vazão mássica foi definida a fim de garantir que a velocidade do
fluido do casco não ultrapasse 1 m/s. Define-se um conjunto de ânulo e tubos, de forma a
atender todas as exigências de velocidades. A área do ânulo é obtida pela Equação 63.
𝜋
𝑆𝑜 = 4 . (𝐷𝑆 − 𝐷𝑜2 . 𝑁𝑡 ) (63)
𝑊𝑜 = 𝑆𝑜 . 𝑣. 𝜌𝑜 (64)
(𝑇2 − 𝑡1 ) − (𝑇1 − 𝑡2 )
∆𝑇𝑚𝑙 = ⁄ 𝑇2 −𝑡1 (65)
ln(𝑇 −𝑡 )
1 2
se os valores de velocidade linear nos tubos estão de acordo com o definido, divide-se o valor
de 𝐺𝑖 obtido pela densidade da corrente. Com o valor de Reynolds, verifica-se a correlação a
ser utilizada pela Tabela 15 e o cálculo do coeficiente convectivo de troca a partir da Equação
58.
𝜋. 𝑁𝑡 . 𝐷𝑖2⁄
𝑆𝑖 = 4 (66)
𝜋. (𝐷𝑠2 − 𝐷𝑜2 . 𝑁𝑡 )⁄
𝑆𝑜 = 4 (67)
𝑊𝑜
𝐺𝑜 = ⁄𝑆 (68)
𝑜
(𝐷𝑠 − 𝐷𝑜2 . 𝑁𝑡 )
𝐷ℎ = ⁄(𝐷 + 𝐷 . 𝑁 ) (69)
𝑠 𝑜 𝑡
𝐷𝑜
𝐾𝑖 = 𝐷𝑖 . ℎ𝑖. . 𝑙𝑛 ( ⁄𝐷 ) + 2. 𝑘𝑚𝑎𝑡 (70)
𝑖
𝐷𝑜
𝐾𝑜 = 𝐷𝑜 . ℎ𝑜. . 𝑙𝑛 ( ⁄𝐷 ) + 2. 𝑘𝑚𝑎𝑡 (71)
𝑖
𝐷𝑖 . ℎ𝑖 . 𝐾𝑜 . 𝑡𝑖 + 2. 𝐷𝑜 . ℎ𝑜 . 𝑘𝑚𝑎𝑡 . 𝑡𝑜
𝑡𝑤𝑖 = ⁄𝐾 (73)
𝑖𝑜
𝐷𝑜 . ℎ𝑜 . 𝐾𝑖 . 𝑡𝑜 + 2. 𝐷𝑖 . ℎ𝑖 . 𝑘𝑚𝑎𝑡 . 𝑡𝑖
𝑡𝑤𝑜 = ⁄𝐾 (74)
𝑖𝑜
𝜇 0,14
ℎ𝑐𝑜𝑟𝑟 = ℎ. ( ⁄𝜇𝑤 ) (75)
𝑄
𝐴𝑑 = ⁄𝑈 . ∆𝑇 (76)
𝑑 𝑚𝑙
𝐴𝑑
𝐿= ⁄𝜋. 𝑁 . 𝐷 (77)
𝑡 𝑜
A área real de troca térmica é determinada pelo resultado da Equação 78. Por fim,
calcula-se o sobredimensionamento do trocador, Equação 79, a fim de avaliar as margens de
projeto devido a área maior do banco real de trocadores.
100. (𝐴𝑟𝑒𝑎𝑙 − 𝐴𝑑 )
𝑆𝐷 = ⁄𝐴 (79)
𝑑
500 17,78
𝐾𝑖 = 0,7 + 𝑅𝑒 + 𝐷 (𝑚𝑚) (81)
𝑖 𝑖
A Equação 82, por sua vez, representa a queda de pressão no ânulo, levando em
conta o diâmetro hidráulico do escoamento. O cabeçote utilizado foi do tipo bonnet, pela
facilidade da manutenção, uma vez que o fluido que escoa pelo casco tem grande potencial
76
corrosivo e incrustante. Este tipo de cabeçote, apesar de ser mais caro, apresenta essa vantagem.
A perda de carga no cabeçote equivale a um retorno de 180º, assim, faz-se a consideração para
o cálculo utilizando o método 2-K de que o retorno é equivalente a duas curvas de 90º em um
T padrão flangeado ou soldado (CARTAXO, 2015).
2000 44,45
𝐾𝑜 = 1,75 + +𝐷 (83)
𝑅𝑒𝑜 𝑜 (𝑚𝑚)
μ −0,14
𝑓𝑤 = 1,02. (μ ) . 𝑓𝑎𝑡 (84)
w
A vinhaça foi alocada no tubo, por seu alto potencial incrustante e corrosivo, devido
a presença de ácidos orgânicos e inorgânicos, óleos e proteínas. Todas as etapas para a obtenção
do trocador seguiram de forma análoga ao já citado na seção anterior. Novamente, um trocador
multitubular foi o que melhor conseguiu correlacionar os resultados em serviço e perda de
carga, sendo a escolha para esse resfriador.
77
Por fim, o último misturador para a bebida mista de cachaça, que homogeneíza os
aditivos com a cachaça armazenada, a fim de reduzir o teor alcoólico para 20% em volume e
confere sabor a bebida.
Da⁄ = 1⁄ (85)
Dt 3
H⁄ = 1 (86)
Dt
J⁄ 1
Dt = ⁄12 (87)
E⁄ = 1⁄ (88)
Dt 3
W⁄ = 1⁄ (89)
Da 5
L⁄ = 1⁄ (90)
Da 4
78
A proporção de bebida a ser armazenada pode ser obtida pela Equação 91.
A bebida envelhecida deve ser guardada em tonéis de madeira menores que 700l,
pelo período mínimo de 12 meses, deixando ao menos 10% do volume como área livre. Todo
o conteúdo que sai do diluidor e não é armazenado é encaminhado para os tonéis de
envelhecimento.
5.11 Envase
Tabela 16 – Cronograma para envase das bebidas produzidas nos dois primeiros anos.
Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11
Bebida Mista de Bebida Mista de Bebida Mista de
-
Ano 1 Cachaça Cachaça Cachaça
Cachaça Prata Cachaça Prata Cachaça Prata
Bebida Mista de Bebida Mista de Bebida Mista de Cachaça
Cachaça Cachaça Cachaça Premium
Ano 2
Cachaça
Cachaça Prata Cachaça Prata Cachaça Prata
Envelhecida
Fonte: Elaborado pela autora
80
6 METODOLOGIA
Os objetivos a serem alcançados por este trabalho foram divididos entre o projeto
dos equipamentos da fábrica, bem como suas vazões e set points de operação, e a simulação
desses resultados. A modelagem dos equipamentos foi realizada através da elaboração de um
algoritmo integrado, desenvolvido com o Python 3.0 como linguagem de programação, e o
Jupyter Notebook como Ambiente de Desenvolvimento Integrado (Integrated Development
Environment, IDE). A utilização do Python se deu principalmente pelo seu amplo poder de
cálculo, a simplicidade modular da linguagem, permitindo selecionar os recursos de uso
desejado, a fim de reduzir o tempo de processamento, além de ser um software de livre acesso
com processamento em praticamente qualquer computador (SANNER, 1999).
Figura 10 – Código elaborado para a construções dos degraus do método gráfico segundo
McCabe-Thiele.
a) temperatura ambiente;
84
Nota-se que grande parte desses fatores envolve as vazões de fluidos auxiliares ou
de entrada no sistema da planta, isso por as alterações a partir de vazões serem mais facilmente
mensuráveis. Dentre os dados de temperatura, optou-se pela alteração do valor da temperatura
ambiente, adequando a planta a diversas regiões e permitindo avaliar várias taxas de
resfriamento. Quanto as últimas variáveis escolhidas, elas se relacionam com o volume total de
produção, que envolve o período da safra e do envase, bem como a proporção de cada bebida a
ser produzida.
como fixos e analisou-se apenas se a demanda fornecida de vapor da caldeira era suficiente para
o processo, limitando valores entre uma faixa mínima para a demanda necessária e uma
máxima, correspondente àquela necessária para a vazão de vapor ser, no máximo, 50 % da
vazão de líquido e respeitando uma proporção mínima de 1/3 de vapor voltando para a torre.
Observou-se que as considerações realizadas para o refervedor impactaram mais para a
elaboração do projeto, representando um desvio maior da realidade.
7 FLUXOGRAMA DO PROCESSO
88
89
8 RESULTADOS
O projeto da moenda foi realizado para contemplar a demanda de caldo de cana que
atenda a produção esperada durante a safra. Inicialmente, constata-se a necessidade de uma
produção de 20.997,92 m³ de caldo de cana pela moenda, por safra. Partindo do uso de duas
moendas para atender o serviço, calcula-se que cada uma consumirá 6,52 ton/h para a produção
total de 7,33 m³/h de caldo de cana. Gerando, por fim, 3,57 ton/h de bagaço no processo. A
embebição ocorre no último terno, representado na Figura 12 pelo código MT15, consumindo
1,30 m³/h para a absorção, esse valor também é dividido entre as moendas, sendo necessário
0,65 m³/h em cada uma. O caldo que sai da moenda tem composição em açúcares igual a
16,1ºBx, sendo adequando a fermentação sem precisar ser diluído.
Figura 12 – Ilustração da moenda com 5 ternos com embebição composta iniciando no último terno.
foram alimentadas pelo período de uma hora, até ocuparem um terço do volume máximo que
será preenchido no reator. A adição ocorre em condições controladas de vazão e temperatura e,
pelo processo de Melle-Boinot, supõe-se que essas já possuem a fase de adaptação reduzida,
com crescimento celular muito pequeno e maior rendimento de etanol.
que a torre de destilação é alimentada a uma taxa de 11,00 m³/h, com os tempos e vazões
presentes na Tabela 17, obteve-se que foram necessários 20 fermentadores, separados em 5
grupo de enchimento paralelo, como mostrado na Figura 13, abaixo.
Figura 13 – Perfil da variação de volume e rotina das dornas fermentativas para um sistema
composto por 5 grupos de fermentadores de volumes iguais.
Figura 14 – Perfil da variação de volume e rotina das dornas fermentativas para um sistema composto por
5 grupos de fermentadores de volumes iguais.
no sistema. Com a interrupção dessa alimentação, a taxa de sacarose decai até que é
completamente consumida. O perfil da biomassa demonstra que há um crescimento celular,
consumindo parte da sacarose para isso, porém esse é consumo é pequeno, conclusão esperada
pelo uso do reciclo da levedura. Por fim, nota-se a pequena variação de massa da glicose dentro
do tanque, chegando a um máximo de 10,9 kg no tempo de 4 horas, representando menos de
2% da massa final de etanol gerada no processo.
Figura 16 – Variação mássica dentro do reator para a reação de formação de etanol com
crescimento de biomassa e consumo de sacarose.
A concentração final de etanol obtida foi igual a 60,56 kg/m³, superior àquela
mínima para consideração da inibição pelo produto, validando a hipótese suposta na equação
de cinética. Para a concentração volumétrica, a densidade da solução de água e etanol
considerada foi de 998,05 kg/m³ e a densidade do etanol puro igual a 789,93 kg/m³, ambos
obtidos através dos pacotes termodinâmicos UNIQUAC, pelo simulador computacional
DWSIM®. Tem-se, então, 7,67 ºGL de etanol na solução, encontrando-se dentro da faixa de 5-
8 ºGL também esperada para a fermentação. Quanto às demais substâncias presentes no meio,
a glicose, por ser um produto intermediário que é consumido para formação do etanol não está
presente ao final da reação, e a sacarose possui concentração na saída da fermentação igual a
0,02 kg/m³, aceitável para as demais etapas de processo.
A temperatura foi modelada pela Equação 10. Foi considerado que a vazão de
entrada tem temperatura igual a ambiente, 30 ºC, para os dados já mencionados, a Figura 17
mostra a variação durante o tempo de reação da batelada. Após 12 horas de reação, a
temperatura se estabiliza em 38,3 ºC, mesmo que próxima, ainda inferior a 40 ºC. Não será
necessário projetar um sistema de resfriamento da dorna, fato condizente com a realidade
industrial, na qual o mosto aquece durante a reação até valores que não prejudiquem o
rendimento da reação. Tal processo também favorece a redução dos gastos com o pré-
aquecimento da vazão que entra na torre de destilação, não sendo necessária essa etapa para os
valores encontrados de temperatura.
Figura 17 – Variação da temperatura da dorna de fermentação durante a reação por via biológica para
formação de etanol.
8.3 Tanque-Pulmão
𝑖𝑛𝑡(2880−𝑖×4)
𝑁𝑏𝑎𝑡 = ∑𝑁𝑑−1
0 (92)
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑡𝑒𝑙𝑎𝑑𝑎
Figura 18 – Variação da temperatura da dorna de fermentação durante a reação por via biológica para formação
de etanol.
Por medida de segurança, deseja-se que a dorna tenha menos de 80% do seu volume
preenchido durante a safra, garantindo uma margem para acúmulos de caldo da moenda caso
uma parada da planta. Opta-se, então, pela compra de um tanque de 10 m³, com altura e
diâmetro iguais a 2,33 m, sendo construído em chapas de 1/8” de aço-carbono e com pintura
anticorrosiva (GONÇALVES, 2008).
97
Optou-se pelo uso de uma taxa de refluxo igual a 1,5 a fim de melhor adequar os
custos da torre. O aumento desse estágio teórico gera uma redução de 400 kW em cada um dos
trocadores, reduzindo, como consequência, os custos com aquecimento e resfriamento desses
fluidos que retornam para a torre.
A partir de valores considerados usuais para tubos (SINNOTT, 2005), optou-se pelo
uso de tubos DN 25mm/40S e o comprimento dos tubos igual a 3,20 m. Encontrou-se, então, a
necessidade de 266 tubos para tal área de troca. Para atingir esse valor de casco, considerou-se
a utilização de um casco DN 750 mm/80S. O cabeçote deve possuir diâmetro igual a 434,46
mm, localizado no topo e no fundo do equipamento. O casco foi construído em aço carbono e
os tubos são de aço inoxidável, para reduzir a incrustação e melhorar a eficiência de troca
térmica.
Por fim, analisou-se as perdas de carga no trocador, nas quais foram encontrados
valores de 1,52 kPa para os tubos e 1,21 kPa para o casco, ambos os valores dentro de faixas
aceitáveis para o processo.
Optou-se pelo uso de tubos e cascos de aço inoxidável, em razão da alta presença
de água em ambas as correntes. Os tubos foram definidos como DN 20 mm/40S, a fim de
atender a faixa de velocidade requerida e reduzir os valores de perda de carga. A Tabela 29
apresenta os parâmetros do material utilizado e os valores de incrustação dos fluidos do tubo e
do casco. Por falta de informações na literatura, não foi considerada a taxa de incrustação da
corrente de cachaça.
diferença apresentada entre o coeficiente calculado, ainda dentro da faixa sugerida por Sinnott
(2005) para processos de condensação.
O condensador foi definido como um trocador do tipo casco e tubo, com cabeçote
tipo Bonnet e passo entre as chicanas igual ao diâmetro interno do casco (SINNOTT ,2005). A
perda de carga no casco foi igual a 0,59 kPa, enquanto que a queda de pressão nos tubos foi de
0,32 kPa. Ambos os valores encontrados foram aceitáveis para a operação.
8.7 Trocadores
Os tubos e o ânulo foram definidos com a utilização das tabelas para trocadores
multitubulares de Cartaxo (2015). Utilizou-se um trocador com dois tubos e ânulo DN 50
mm/40S, em aço inoxidável. A Tabela 34 apresenta os parâmetros do material utilizado e os
valores de incrustação dos fluidos do tubo e do casco. Novamente, por falta de informações na
literatura, não foi considerada a taxa de incrustação da corrente de cachaça.
A nova área de troca para o conjunto de grampos é igual a 5,75 m², resultando em
um sobredimensionamento de 18 %. A perda de carga no ânulo foi igual a 36,31 kPa, enquanto
que a queda de pressão nos tubos foi de 61,87 kPa. Ambos os valores encontrados foram
aceitáveis para a operação.
A vinhaça não pode ser descartada ou vendida na temperatura que ela sai da torre,
necessitando ser resfriada. Assim, o trocador foi definido para resfriar o produto de fundo até
aproximadamente 33ºC, temperatura já dentro de faixas aceitáveis para o subproduto.
Para este processo, a carga térmica foi igual a 717,70 kW, e a vazão de água de
resfriamento igual a 34,16 m³/h, sendo aquecida até 47,46ºC.
enquanto que para o trocador limpo o coeficiente global foi igual a 1.851,38 W/m².K. Nota-se
que a vinhaça, assim como o vapor vindo da caldeira, possuem um alto valor incrustante,
reduzindo em 54 % o valor da troca térmica no trocador. A área mínima para o serviço é de
49,59 m², resultando na utilização de 7 grampos.
da levedura final separada por centrifugação. Esse descarte de levedura pode ser utilizado como
complemento proteico de alimentação animal, devendo ser devidamente seco e prensado.
Por conta dos tempos de batelada, o tratamento da levedura durou cerca de 1 hora,
incluindo o tempo de centrifugação. Foi utilizada uma dorna de tratamento para cada grupo de
fermentadores, sendo alimentado 108,52 kg para tratamento, equivalente a 3,60 m³. Adicionou-
se, então, 90,12 l de ácido sulfúrico a 10 % nas cubas de tratamento, sendo agregado apenas o
suficiente para o ajuste do pH. A levedura tratada é então diluída com 10,97 m³ de água para
que seja atingida a concentração adequada para a próxima batelada. A saída das dornas de
tratamento coincide com o tempo de alimentação do inóculo nos fermentadores.
A agitação do leite de levedura não deve ser vigorosa, uma vez que se pode danificar
a parede celular, reduzindo o número de células viáveis e, consequentemente, reduzindo a
velocidade da reação. Para isto, a potência por volume de agitação deve ser manter entre 80 e
130 W/m³, o que se considera suave.
111
A saída do conteúdo das dornas ocorre simulatânea, com a abertura das válvulas 1i,
1j, 1k e 1l, o vinho fermentado segue para a centrífuga, sendo separada na corrente de vinho
delevedurado, que contínua no processo de produção da cachaça através da válvula 1n.
Enquanto que a corrente em laranja, que passa pela válvula 1m, segue para as dornas de
tratamento, onde parte da levedura é descartada e a outra parte é tratada e retorna aos
fermentadores, controlados pelas válvulas 1o e o conjunto 1e, 1f, 1g e 1h.
A produção de bebida mista de cachaça surge como alternativa para alcançar maior
lucratividade do processo de produção. Seu envase é dividido em 3 meses por ano, considerando
a duração dos meses e horas trabalhadas iguais aos para a bebida envelhecida. Assim, tem-se
2.100 m³ saindo para envase, durante 3 meses a uma taxa de 3,5 m³/h. Foi necessário considerar
que a densidade dos aditivos adicionados fosse a suficiente para se igualar com a vazão de
cachaça armazenada.
O misturador foi calculado para um volume de 13,12 m³, sendo preenchido até
10,50 m³. Por possuir características semelhantes em vazão e tamanho, a dorna de mistura
utilizada foi idêntica àquela apresenta na Tabela 43.
Para a bebida a ser envelhecida, são necessários 1.667 tonéis de carvalho de 1,64 m
de altura e 0,82 metro de diâmetro, todos com 700l, com 58,0 cm de espaço livre . A fim de
igualar a produção real com aquela imposta pelo processo, calcula-se o período que ocorrerá o
envase, totalizando 119,14 dias produtivos.
O envase teve início no mês 8, após o início da produção de cada safra, e perdurou
até o mês 11, exceto no primeiro ano de produção, como mostrado na Tabela 16. O período de
envase foi definido a partir de meses com 25 dias úteis, funcionando por 8 horas diárias.
Por conta disso, as vazões de envase foram estabelecidas pela divisão do volume de
bebida a ser mensalmente engarrafado pelo total de horas mensais de engarrafamento, conforme
se demonstra na Tabela 44.
115
Nesta seção serão descritos outros equipamentos necessários na planta que não
demandaram projeto detalhado, como caldeira, centrífuga, uso de bombas e torre de
resfriamento.
Optou-se pelo uso de uma caldeira aquatubular para geração de vapor que será
usado como corrente de aquecimento do refervedor e como cogeração de energia para a planta.
Pelo fato de não ter sido elaborado um projeto detalhado de caldeira, optou-se por
apenas especificar o consumo aproximado de bagaço para a geração de vapor bem como a carga
térmica necessária para tal.
Espera-se que o vapor que vai para o refervedor seja recirculado da caldeira,
fazendo-se mister apenas lidar com mudanças de calor latente na corrente.
̂𝑣𝑎𝑝
𝑄𝑒𝑣𝑎𝑝 = 𝐹 × 𝐻 (95)
A entalpia de evaporação foi obtida com o uso das tabelas para água saturada em
Koretsky (2012), e a vazão de líquido saturado é igual àquela vinda do refervedor, 1,28 kg/s.
Obteve-se, por fim, uma demanda térmica de 2699,62 kW para o aquecimento.
Optou-se pelo uso de cinco centrífugas de discos (disk stack centrifuge), uma por
grupo de fermentadores. Esse modelo de equipamento realiza a separação em vários discos
cônicos sobrepostos, de forma que a câmara de separação fica subdividida.
As divisões fazem com que o fluido escoe em finas camadas e reduz o percurso de
sedimentação, otimizando o processo. Também são vantajosas pela redução da turbulência da
vazão de entrada (BEVERIDGE, 2000), existindo um distanciamento entre a entrada na
centrífuga e a região de real sedimentação. Outra de suas vantagens é a boa remoção de sólidos
mesmo em baixas quantidades de sólidos, entre 1 e 2 %.
Fonte: AlfaLaval.
8.11.3 Bombas
Alocam-se dez bombas para a região da fermentação. O vinho que é retirado das
dornas fermentativas segue para a centrífuga. Com vistas a assegurar que a entrada no separador
ocorra com a velocidade correta e a evitar acúmulo nos tanques pela mudança de velocidade
gerada pela altura do tanque, coloca-se uma bomba antes de cada centrífuga.
Como foi alocado o uso de cinco centrífugas, serão acopladas cinco bombas, bem
como mais cinco para os tanques de reciclo da levedura. Como o vinho sai levemente aquecido
e trata-se de um produto de finalidade alimentícia, serão usadas bombas do tipo centrífuga
sanitária, com baixas rotações, revestidas em aço inox.
O rotor é aberto, em três pás e selo de vedação simples. O modelo escolhido tem
uma vazão máxima igual a 35 m³/h (em vazão de água a 25 ºC), com uma altura manométrica
total igual a 20 mca, com bitolas de 1½”x 1½”.
Escolheu-se uma bomba indicada para líquidos com ausência de sólidos, montagem
horizontal de polipropileno e selagem em cerâmica. Como a vazão desejada é baixa, o diâmetro
da tubulação interna pode ser até 1”. Esta bomba opera afogada, com o auxílio de sistemas de
controle para garantir que a operação só ocorra caso o nível mínimo de coluna de água exista
disponível para evitar a cavitação e danificação do material.
As demais bombas serão do tipo centrífuga sanitária, revestidas em aço inox, com
acabamento interior para evitar o acúmulo de microrganismos. O rotor é aberto, em três pás e
selo de vedação simples. Como, em geral, as vazões do processo são baixas, fez-se a escolha
por bombas de vazão máxima igual a 60m³/h (considerando água a 25 ºC) e altura manométrica
de 49 mca, com bitolas de 2”x1½”
Fonte: Adecl’Air.
119
Optou-se, por fim, pela escolha da torre de resfriamento ADC - 200, da Adecl’Air,
com capacidade máxima igual a 136,36 m³/h. Buscando margens de segurança, considera-se a
utilização de duas torres, de forma que, quando necessário, apenas uma possa suprir o
resfriamento desejado. Esse equipamento ocupa uma área de aproximadamente 8,5 m² e utiliza
um motor de 10/4 CV.
8.12 Simulação
8.12.1 A interface
Para a interface do software, buscou-se um design mais limpo, com indicação dos
códigos de cada equipamento, sendo possível acompanhar o processo a partir do fluxograma, e
ao lado um diagrama de blocos das etapas que são consideradas no simulador. Buscou-se uma
interface intuitiva, na qual o usuário é instruído por uma planilha de menu com explicações
sobre o programa e seu uso, compreendendo quais células são acessíveis a edição e alteração
dos valores.
Figura 25 – Interface de acesso ao usuário para a simulação da fábrica, com utilização dos botões de set point e de
simulação.
Todas as variáveis destacadas podem ser alteradas pelo usuário, sendo a simulação
responsável por avaliar a compatibilidade entre os novos padrões do projeto com aqueles
utilizados como set point.
Por abordar cálculos envolvendo números logarítmicos e outras vezes funções com
cálculos iterativos para encontrar soluções, alguns erros são possíveis durante a execução do
código. Dentre eles, o mais comum envolve incompatibilidade de troca térmica, sendo a
temperatura de saída do fluido a ser resfriado inferior à temperatura de entrada do fluido a ser
aquecido.
Figura 26 – Parte do código para a rotina de cálculo da moenda, à esquerda, e do primeiro tanque-pulmão, à direita.
Durante toda essa seção, será possível analisar os erros e as diferenças provocados
para cada etapa da simulação. Como abordado durante a seção 6.2, foram selecionadas 10
variáveis para alteração do usuário. Inicialmente, a fim de validar o projeto para os valores
esperados pela modelagem inicial, os valores digitados foram iguais aos projetados,
considerando duas casas decimais. Desta forma, avaliou-se os erros apresentados pelos
arredondamentos em cada equipamento, com o objetivo de avaliar se o programa atendia ou
não às expectativas.
Tabela 45 – Comparativo entre os dados de set point de projeto e da simulação para a moenda.
Moenda (EQC01) Set Point Simulado
Vazão de cana 13,03 ton/h 13,03 ton/h
Vazão de água de embebição 1,30 m³/h 1,30 m³/h
Bagaço 3,57 ton/h 3,57 ton/h
Caldo de cana 7,33 m³/h 7,33 m³/h
16,10 ºBx 16,11 ºBx
Fonte: Elaborado pela autora.
etapas da simulação provocam um efeito considerável no resultado final. Como por exemplo,
para o segundo tanque-pulmão (EQC06), como pode ser visto na Tabela 46, a diferença entre
as vazões está entre a segunda e a terceira casa decimal, teve-se um erro de 22% no volume
máximo ocupado após a saída do fermentador. Os demais tanques possuem erros desprezíveis,
dentro do esperado pelas considerações.
Assim, o simulador foi capaz de calcular quantas dornas em paralelo devem ser
utilizadas para suprir a demanda de caldo de cana fornecida pela moenda. Nessa etapa, o usuário
ainda observa os efeitos da alteração das vazões de entrada da moenda, não possuindo outros
fatores decisórios. Novamente, os erros foram desprezíveis e os resultados obtidos atenderam
a proposta dos cálculos modelados.
123
Tabela 48 – Resultados da simulação em Aspen/Hysys para uma torre de destilação de água e etanol com 7
estágios, alimentação no segundo e taxa de refluxo igual a 1,5 funcionando a pressão constante.
Composição
Temperatura Composição Composição Composição
do caldo de
(ºC) de entrada de topo de fundo
cana (ºBx)
38,45 16,01 0,061 0,500 0
38,63 16,56 0,063 0,516 0
39,20 18,00 0,067 0,549 0,000256
Fonte: Elaborado pela autora
Notou-se que o erro máximo foi para o caldo de 18ºBx, resultando 9,8% de desvio.
Como se pretende evitar trabalhar com composições próximas a 18 ºBx, o resultado é
satisfatório, sendo uma boa consideração simplificadora. Com essa suposição confirmada, a
torre é modelada por um balanço de massa simples e uma posterior relação de equilíbrio para
encontrar as temperaturas de topo e de fundo. Os resultados apresentados pela Tabela 49
demonstram que as alterações provocam consideráveis alteraçõe nos calores dos equipamentos,
mesmo que a diferença seja pequena, cerca de 0,1 a 0,2 % em cada equipamento, o valor em
124
carga térmica ainda é apresenta uma mudança de 2 a 3 kW, gerando um impacto na demanda
de fluido de resfriamento ou de fluido saído da caldeira no processo.
Tabela 49 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para a torre de destilação, considerando
a composição de saída constante.
Torre de Destilação (EQC07) Set Point Simulador
Nº de Estágios: 7 7
Vazão: 11,00 m³/h 10,99 m³/h
Alimentação Composição: 0,061 0,061
Temperatura: 38,45 ºC 38,45 ºC
Vazão: 1,52 m³/h 1,53 m³/h
Composição: 0,50 0,50
Topo Temperatura: 84,38 ºC 84,38 ºC
Taxa de refluxo: 1,5 1,5
Calor no condensador: 2.016,15 kW 2.019,98 kW
Vazão: 9,93 m³/h 9,93 m³/h
Composição: 0,000366 0,000366
Fundo Temperatura: 99,97 ºC 99,99 ºC
Taxa de refluxo: 0,464 0,464
Refervedor 2.699,62 kW 2.697,59 kW
Fonte: Elaborado pela autora
corrente dos tubos é resultado desse aumento na carga térmica, necessitando-se, assim, de uma
maior demanda de fluido para o resfriamento de toda a vazão que entra no condensador.
Após a mudança de fase das duas correntes, elas devem ser esfriadas a temperaturas
próximas a ambiente para dar seguimento ao processo. A única simplificação realizada para os
resfriadores envolve a correção para a temperatura de parede, no qual o resultado obtido no
projeto será sempre igual para o processo.
Tabela 53 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para os tanques de mistura, exceto a
dorna de tratamento da levedura.
Padronização / Diluição (EQC12) Set Point Simulador
Vazão de água destilada 0,67 m³/h 0,67 m³/h
Concentração de saída 40,00 ºGL 39,99 ºGL
Vazão de saída de cachaça 2,08 m³/h 2,09 m³/h
Blending bebida envelhecida (EQC15) Set Point Simulador
Vazão de cachaça envelhecida 1,75 m³/h 1,77 m³/h
Vazão de cachaça armazenada 1,75 m³/h 1,77 m³/h
Vazão de saída para envase 3,50 m³/h 3,53 m³/h
Diluição da bebida mista (EQC16) Set Point Simulador
Vazão de cachaça armazenada 1,75 m³/h 1,77 m³/h
Vazão de aditivos 1,75 m³/h 1,77 m³/h
Vazão de saída para envase 3,50 m³/h 3,53 m³/h
Fonte: Elaborado pela autora
Tabela 55 – Comparativo entre os dados de projeto e da simulação para o envase das bebidas.
Envase: cachaça premium (EQC18) Set Point Simulador
Taxa de envase 5.000,00 gar/h 5.047,95 gar/h
Duração do envase 1 mês 1 mês
Quantidade de garrafas (0,7 l) 1,00 milhão 1,01 milhão
Envase: cachaça envelhecida (EQC20) Set Point Simulador
Taxa de envase 5.000,00 gar/h 5.047,95 gar/h
Duração do envase 1 mês 1 mês
Quantidade de garrafas (0,7 l) 1,00 milhão 1,01 milhão
Envase: bebida mista de cachaça (EQC19) Set Point Simulador
Taxa de envase 3.500,00 gar/h 3.533,56 gar/h
Duração do envase 3 meses 3 meses
Quantidade de garrafas (1 l) 2,10 milhões 2,12 milhões
Envase: Cachaça prata (EQC17) Set Point Simulador
Taxa de envase 5.833,33 gar/h 5.889,27 gar/h
Duração do envase 3 meses 3 meses
Quantidade de garrafas (1 l) 3,50 milhões 3,53 milhões
Fonte: Elaborado pela autora
129
sejam atendidas. Além das perdas de carga, a vazão de água de resfriamento e a temperatura de
saída desta são avaliadas no condensador.
Para o refervedor, a vazão de vapor deve respeitar três condições limitantes: duas
com relação à vazão de vapor de água para a troca térmica e uma com relação à quantidade de
bagaço consumida, além da condição de perda de carga aplicada a todos os equipamentos que
tem essa grandeza mensurada.
Por se tratar de um recurso que visa a realizar uma cogeração energética e reduzir
os custos da fábrica, a compra de bagaço como insumo foge aos objetivos do projeto. Desta
forma, adotou-se como parâmetro rejeitar níveis de consumo de bagaço na caldeira que sejam
superiores à produção de bagaço pela moenda. As perdas de carga foram avaliadas com
indicadores binários para permitir ou rejeitar valores impostos ao processo.
132
Figura 30 – Diferentes alertas para erros de excesso ou escassez de vapor na corrente do refervedor, ou de
necessidade de bagaço superior àquela gerada pela moenda.
Caso o valor encontrado esteja fora dessa faixa, o programa informa “Vazão
incorreta”, alertando ao usuário da impossibilidade do uso desse valor. Estes alertas podem ser
visualizados na Figura 31.
Tabela 57 – Resultados do projeto para variações em 5, 10 e 20% do valor de set point do simulador.
Variação Principal: Padrão -5% de Cana -10% de Cana -20% de Cana +5% de Cana +10% de Cana +20% de Cana
Temperatura Ambiente: 30 ºC 30 ºC 30 ºC 30 ºC 30 ºC 30 ºC 30 ºC
Moenda (EQC01)
Vazão de Cana 13,03 ton/h 12,38 ton/h 11,73 ton/h 10,42 ton/h 13,68 ton/h 14,33 ton/h 15,64 ton/h
Vazão de água de embebição 1,30 m³/h 1,30 m³/h 1,13 m³/h 1,04 m³/h 1,37 m³/h 1,43 m³/h 1,56 m³/h
Bagaço 3,57 ton/h 3,39 ton/h 3,21 ton/h 2,86 ton/h 3,75 ton/h 3,93 ton/h 4,29 ton/h
Caldo de cana 7,33 m³/h 7,01 m³/h 6,57 m³/h 5,86 m³/h 7,70 m³/h 8,06 m³/h 8,80 m³/h
16,11 ºBx 16,00 ºBx 16,17 ºBx 16,11 ºBx 16,10 ºBx 16,11 ºBx 16,11 ºBx
Tanque Pulmão (EQC02)
Vazão de Entrada 7,33 m³/h 7,01 m³/h 6,57 m³/h 5,86 m³/h 7,70 m³/h 8,06 m³/h 8,80 m³/h
Vazão de Saída 7,33 m³/h 7,01 m³/h 6,57 m³/h 5,86 m³/h 7,70 m³/h 8,06 m³/h 8,80 m³/h
Volume máximo ocupado 7,33 m³ 7,01 m³ 6,57 m³ 5,86 m³ 7,70 m³ 8,06 m³ 8,80 m³
Volume Final 7,33 m³ 7,01 m³ 6,57 m³ 5,86 m³ 7,70 m³ 8,06 m³ 8,80 m³
Fermentador (EQC03)
Vazão de Entrada 1,83 m³/h 1,75 m³/h 1,64 m³/h 1,47 m³/h 1,54 m³/h 1,61 m³/h 1,76 m³/h
Vazão de saída 5,50 m³/h 5,26 m³/h 4,93 m³/h 4,40 m³/h 4,62 m³/h 4,84 m³/h 5,28 m³/h
Concentração de Etanol 60,57 kg/m³ 60,31 kg/m³ 60,74 kg/m³ 60,57 kg/m³ 60,56 kg/m³ 60,57 kg/m³ 60,57 kg/m³
7,67 ºGL 7,64 ºGL 7,69 ºGL 7,67 ºGL 7,67 ºGL 7,67 ºGL 7,67 ºGL
Temperatura Final 38,45 ºC 38,42 ºC 38,48 ºC 38,45 ºC 38,45 ºC 38,45 ºC 38,45 ºC
Volume preenchido 10,95 m³ 10,51 m³ 9,79 m³ 8,76 m³ 9,21 m³ 9,64 m³ 10,52 m³
Número de dornas 20 20 20 20 25 25 25
Tanque Pulmão (EQC06)
Vazão de Entrada 21,99 m³/h 21,02 m³/h 19,71 m³/h 17,58 m³/h 23,10 m³/h 24,18 m³/h 26,39 m³/h
Vazão de Saída 10,99 m³/h 10,51 m³/h 9,86 m³/h 8,79 m³/h 11,55 m³/h 12,09 m³/h 13,20 m³/h
Volume máximo ocupado 21,99 m³ 21,02 m³ 19,71 m³ 17,58 m³ 23,10 m³ 24,18 m³ 26,39 m³
Volume Final 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³
Torre de Destilação (EQC07)
Nº de Estágios: 7 7 7 7 7 7 7
10,99 m³/h 10,51 m³/h 9,86 m³/h 8,79 m³/h 11,55 m³/h 12,09 m³/h 13,20 m³/h
Alimentação 0,061 0,061 0,062 0,061 0,061 0,061 0,061
38,45 ºC 38,42 ºC 38,48 ºC 38,45 ºC 38,45 ºC 38,45 ºC 38,45 ºC
(Continua)
135
Tabela 57 – Resultados do projeto para variações em 5, 10 e 20% do valor de set point do simulador (Continuação)
Variação Principal: Padrão -5% de Cana -10% de Cana -20% de Cana +5% de Cana +10% de Cana +20% de Cana
1,53 m³/h 1,45 m³/h 1,37 m³/h 1,22 m³/h 1,60 m³/h 1,68 m³/h 1,83 m³/h
0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
Topo 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC
1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50
2020,00 kW 1923,03 kW 1815,98 kW 1615,21 kW 2121,43 kW 2221,57 kW 2424,56 kW
9,93 m³/h 9,50 m³/h 8,90 m³/h 7,94 m³/h 10,43 m³/h 10,92 m³/h 11,91 m³/h
0,000366 0,000366 0,000366 0,000366 0,000366 0,000366 0,000366
Fundo 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC
0,464 0,464 0,464 0,464 0,464 0,464 0,464
2697,62 kW 2581,58 kW 2417,40 kW 2157,41 kW 2833,54 kW 2966,84 kW 3237,87 kW
Condensador (EQC09)
Cachaça
Perda de Carga 0,59 kPa 0,54 kPa 0,48 kPa 0,39 kPa 0,64 kPa 0,70 kPa 0,82 kPa
Água de Resfriamento
Temperatura de Entrada: 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC
Temperatura de Saída 49,98 ºC 49,82 ºC 50,00 ºC 49,99 ºC 49,40 ºC 48,67 ºC 47,61 ºC
Vazão de Entrada: 87,45 m³/h 90,00 m³/h 88,00 m³/h 89,00 m³/h 95,00 m³/h 105,00 m³/h 120,00 m³/h
Perda de Carga 0,32 kPa 0,34 kPa 0,33 kPa 0,33 kPa 0,38 kPa 0,45 kPa 0,58 kPa
Refervedor (EQC08)
Vinhaça
Perda de Carga 1,52 kPa 1,46 kPa 1,37 kPa 1,23 kPa 1,63 kPa 1,75 kPa 2,00 kPa
Vapor de água
Temperatura de Entrada: 151,86 ºC 151,86 ºC 151,86 ºC 151,86 ºC 151,86 ºC 151,86 ºC 151,86 ºC
Vazão de Entrada: 1732,81 m³/h 1731,51 m³/h 1731,51 m³/h 1390,00 m³/h 1819,00 m³/h 1904,50 m³/h 2078,50 m³/h
Perda de Carga 1,21 kPa 1,20 kPa 1,20 kPa 0,81 kPa 1,32 kPa 1,43 kPa 1,68 kPa
Caldeira (EQC24)
Pressão da Caldeira: 5,00 bar 5,00 bar 5,00 bar 5,00 bar 5,00 bar 5,00 bar 5,00 bar
Bagaço Consumido: 1,24 ton/h 1,24 ton/h 1,24 ton/h 0,99 ton/h 1,30 ton/h 1,36 ton/h 1,49 ton/h
Vazão de Vapor a saída: 1732,81 m³/h 1731,51 m³/h 1731,51 m³/h 1390,00 m³/h 1819,00 m³/h 1904,50 m³/h 2078,50 m³/h
136
Tabela 57 – Resultados do projeto para variações em 5, 10 e 20% do valor de set point do simulador (Continuação)
Variação Principal: Padrão -5% de Cana -10% de Cana -20% de Cana +5% de Cana +10% de Cana +20% de Cana
Resfriador para a cachaça (EQC10)
Cachaça Vazão incorreta
Temperatura de Entrada: 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC 84,38 ºC
Vazão de Entrada: 1,53 m³/h 1,45 m³/h 1,37 m³/h 1,22 m³/h 1,60 m³/h 1,68 m³/h 1,83 m³/h
Temperatura de Saída: 31,03 ºC 30,87 ºC 30,71 ºC 30,46 ºC 31,20 ºC 31,39 ºC 31,82 ºC
Vazão de Saída: 1,45 m³/h 1,38 m³/h 1,31 m³/h 1,16 m³/h 1,53 m³/h 1,60 m³/h 1,75 m³/h
Perda de Carga 69,72 kPa 63,81 kPa 57,57 kPa 46,66 kPa 76,16 kPa 82,76 kPa 96,92 kPa
Água de Resfriamento
Temperatura de Entrada: 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC
Vazão de Entrada: 6,94 m³/h 6,94 m³/h 6,94 m³/h 6,94 m³/h 6,94 m³/h 6,94 m³/h 6,94 m³/h
Temperatura de Saída: 38,18 ºC 37,81 ºC 37,40 ºC 36,61 ºC 38,56 ºC 38,93 ºC 39,67 ºC
Perda de Carga 35,11 kPa 35,11 kPa 35,11 kPa 35,11 kPa 35,11 kPa 35,11 kPa 35,11 kPa
Trocador da Vinhaça (EQC21)
Vinhaça
Temperatura de Entrada: 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC 99,99 ºC
Vazão de Entrada: 9,93 m³/h 9,50 m³/h 8,90 m³/h 7,94 m³/h 10,43 m³/h 10,92 m³/h 11,91 m³/h
Temperatura de Saída: 32,89 ºC 32,48 ºC 31,96 ºC 31,25 ºC 33,40 ºC 33,93 ºC 34,82 ºC
Vazão de Saída: 10,47 m³/h 10,02 m³/h 9,38 m³/h 8,37 m³/h 11,00 m³/h 11,51 m³/h 12,57 m³/h
Perda de Carga 122,02 kPa 112,71 kPa 100,12 kPa 81,57 kPa 133,35 kPa 144,91 kPa 169,76 kPa
Água de Resfriamento Vazão incorreta
Temperatura de Entrada: 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC 30,00 ºC
Vazão de Entrada: 34,15 m³/h 34,15 m³/h 34,15 m³/h 34,15 m³/h 34,15 m³/h 34,15 m³/h 36,00 m³/h
Temperatura de Saída: 47,82 ºC 47,15 ºC 46,19 ºC 44,60 ºC 48,57 ºC 49,29 ºC 49,70 ºC
Perda de Carga 37,39 kPa 37,39 kPa 37,39 kPa 37,39 kPa 37,39 kPa 37,39 kPa 41,30 kPa
Tanque Pulmão (EQC11)
Vazão de Entrada 1,45 m³/h 1,38 m³/h 1,31 m³/h 1,16 m³/h 1,53 m³/h 1,60 m³/h 1,75 m³/h
Vazão de Saída 1,45 m³/h 1,38 m³/h 1,31 m³/h 1,16 m³/h 1,53 m³/h 1,60 m³/h 1,75 m³/h
Volume máximo ocupado 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³
Volume Final 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³ 0,00 m³
Padronização / Diluição (EQC12)
Vazão de Água Destilada 0,67 m³/h 0,60 m³/h 0,60 m³/h 0,50 m³/h 0,56 m³/h 0,56 m³/h 0,80 m³/h
Concentração de saída 39,99 ºGL 40,70 ºGL 40,03 ºGL 40,79 ºGL 42,55 ºGL 43,03 ºGL 40,06 ºGL
Vazão de Saída de Cachaça 2,09 m³/h 1,95 m³/h 1,87 m³/h 1,64 m³/h 2,06 m³/h 2,13 m³/h 2,50 m³/h
137
Tabela 57 – Resultados do projeto para variações em 5, 10 e 20% do valor de set point do simulador (Continuação)
Variação Principal: Padrão -5% de Cana -10% de Cana -20% de Cana +5% de Cana +10% de Cana +20% de Cana
Envelhecimento (EQC14)
Nº de Barris 1684 1575 1512 1320 1662 95 2018
Volume preenchido 0,63 m³ 0,63 m³ 0,63 m³ 0,63 m³ 0,63 m³ 62,44 m³ 0,63 m³
Volume máximo 0,70 m³ 0,70 m³ 0,70 m³ 0,70 m³ 0,70 m³ 70,00 m³ 0,70 m³
Armazenamento (EQC13)
Nº de Dornas 79 74 71 62 78 81 95
Volume preenchido 62,63 m³ 62,54 m³ 62,57 m³ 62,55 m³ 62,63 m³ 62,45 m³ 62,44 m³
Volume máximo 70,00 m³ 70,00 m³ 70,00 m³ 70,00 m³ 70,00 m³ 70,00 m³ 70,00 m³
Envase: Cachaça Premium (EQC18)
Taxa de envase 5049,09 gar/h 4722,53 gar/h 4533,40 gar/h 3957,54 gar/h 4984,83 gar/h 5162,09 gar/h 6052,95 gar/h
Duração do Envase 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês
Quantidade de Garrafas (0,7 L) 1,01 mil 944,51 mil 906,68 mil 791,51 mil 996,97 mil 1,03 mil 1,21 mil
Envase: Cachaça Envelhecida (EQC20)
Taxa de envase 5049,09 gar/h 4722,53 gar/h 4533,40 gar/h 3957,54 gar/h 4984,83 gar/h 5162,09 gar/h 6052,95 gar/h
Duração do Envase 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês 1,00 mês
Quantidade de Garrafas (0,7 L) 1,01 mil 944,51 mil 906,68 mil 791,51 mil 996,97 mil 1,03 mil 1,21 mil
Envase: Bebida Mista de Cachaça (EQC19)
Taxa de envase 3534,36 gar/h 3305,77 gar/h 3173,38 gar/h 2770,27 gar/h 3489,38 gar/h 3613,47 gar/h 4237,07 gar/h
Duração do Envase 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses
Quantidade de Garrafas (1 L) 2,12 milhão 1,98 milhão 1,90 mil 1,66 milhões 2,09 milhões 2,17 milhões 2,54 milhões
Envase: Cachaça Prata (EQC17)
Taxa de envase 5890,61 gar/h 5509,61 gar/h 5288,97 gar/h 4617,12 gar/h 5815,63 gar/h 6022,44 gar/h 7061,78 gar/h
Duração do Envase 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses 3,00 meses
Quantidade de Garrafas (1 L) 3,53 milhões 3,31 milhões 3,17 milhões 2,77 milhões 3,49 milhões 3,61 milhões 4,24 milhões
Blending Bebida Envelhecida (EQC15)
Vazão de Cachaça Envelhecida 1,77 m³/h 1,65 m³/h 1,59 m³/h 1,39 m³/h 1,74 m³/h 1,81 m³/h 2,12 m³/h
Vazão de Cachaça Armazenada 1,77 m³/h 1,65 m³/h 1,59 m³/h 1,39 m³/h 1,74 m³/h 1,81 m³/h 2,12 m³/h
Vazão de saída para envase 3,53 m³/h 3,31 m³/h 3,17 m³/h 2,77 m³/h 3,49 m³/h 3,61 m³/h 4,24 m³/h
Diluição da Bebida Mista (EQC16)
Vazão de Cachaça Armazenada 1,77 m³/h 1,65 m³/h 1,59 m³/h 1,39 m³/h 1,74 m³/h 1,81 m³/h 2,12 m³/h
Vazão de Aditivos 1,77 m³/h 1,65 m³/h 1,59 m³/h 1,39 m³/h 1,74 m³/h 1,81 m³/h 2,12 m³/h
Vazão de saída para envase 3,53 m³/h 3,31 m³/h 3,17 m³/h 2,77 m³/h 3,49 m³/h 3,61 m³/h 4,24 m³/h
138
Tabela 57 – Resultados do projeto para variações em 5, 10 e 20% do valor de set point do simulador (Conclusão)
Variação Principal: Padrão -5% de Cana -10% de Cana -20% de Cana +5% de Cana +10% de Cana +20% de Cana
Totais
Cachaça Premium (%) 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10
Cachaça Envelhecida (%) 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10
Bebida Mista de Cachaça (%) 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30
Cachaça Prata (%) 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
Volume total produzido 7068,73 m³ 6611,54 m³ 6346,77 m³ 5540,55 m³ 6978,76 m³ 7226,93 m³ 8474,14 m³
Total de Garrafas 7,67 milhões 7,18 milhões 6,89 milhões 6,02 milhões 7,58 milhões 7,85 milhões 9,20 milhões
Safra 120 dias 120 dias 120 dias 120 dias 120 dias 120 dias 120 dias
Efeito: 0,00 % 6,47 % 10,21 % 21,62 % 1,27 % 2,24 % 19,88 %
Fonte: Elaborado pela autora.
139
9 CONCLUSÃO
composição de caldo de cana inferior a 16 ºBx, além de apresentar pequenas falhas para valores
próximos a 18 ºBx.
Como formas de melhorar o presente trabalho, nesta seção estão listadas algumas
sugestões que podem vir a ser abordadas futuramente sobre o tema:
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