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Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Departamento de Ciências Exatas e Engenharias – DCEEng


Engenharia Civil

TOPOGRAFIA I
INTRODUÇÃO

Prof. Engª Civil Paula Weber Prediger

2018/1
INTRODUÇÃO

Conceitos

Topografia é a ciência que, baseada na geometria e


trigonometria, utiliza medidas horizontais e verticais para
obter a representação em projeção ortogonal sobre um plano
de referência, dos pontos capazes de definir a forma, a
dimensão e os acidentes naturais e artificiais de uma porção
limitada do terreno.

MEDIR E REPRESENTAR

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INTRODUÇÃO
TOPOGRAFIA
Conceitos

TOPOS GRAPHEIN
LUGAR DESCRIÇÃO

Objetivo: Representar, no papel, a configuração de uma


porção do terreno com as benfeitorias que estão em sua
superfície.

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INTRODUÇÃO

A topografia nos permite representar o relevo do solo com


todas as suas elevações e depressões, conhecer a diferença de
nível e a distância entre dois pontos, conhecer o volume de
terra que deverá ser retirado ou colocado para que um
terreno, originalmente irregular, torne-se plano, para nele
edificar, ou para quaisquer outras finalidades.

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INTRODUÇÃO
Como parte de suas atribuições, o engenheiro civil se
depara, em muitos casos, com situações nas quais ele
necessita determinar as posições relativas de pontos sobre a
superfície terrestre e representá-las por meio de plantas,
cartas, mapas, perfis, etc., para uso em projetos de
engenharia.

Em edificações:
Levantamento do terreno;
Locação do projeto;
Controle da obra.

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INTRODUÇÃO

A primeira etapa da construção de uma edificação é o


levantamento da área que será modificada.
Este levantamento mostrará a situação de um terreno, o
tamanho da área, a localização, a posição solar, o nível em
relação a rua e às construções adjacentes, posição de árvores,
postes, etc.
Com estas informações, o engenheiro pode planejar e
adequar o projeto de acordo com a topografia do terreno e
pode avaliar:
A necessidade de alterações e o custo destas;
A viabilidade econômica e o custo-benefício;

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

Durante a execução de uma obra, a topografia é


igualmente importante para realizar atividades com precisão,
evitando erros e retrabalhos.

Demarcação dos limites do terreno;


Locação da obra;
Locação de estacas e pilares;
Verificação de alinhamentos, prumos, níveis.

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INTRODUÇÃO
Rodovias
Levantamento de pontos - rotas;
Escolha de traçados;
Locação da estrada;
Verificação de alinhamentos, níveis, ângulos.

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INTRODUÇÃO

Urbanismo
Planejamento urbano;
Cadastro imobiliário;
Parcelamento de lotes;

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INTRODUÇÃO
Outros:
Saneamento;
Barragens;
Comunicação.

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INTRODUÇÃO
Geodésia e Topografia:
Tratam das medições e representações gráficas da
superfície terrestre.
Geodésia: tem como objetivo o estudo da forma e
dimensões da Terra. Leva em consideração a esfericidade da
Terra e a refração do raio visual. Estuda e monitora as falhas
geológicas, utiliza satélites para a obtenção de medidas de
precisão e determina, com precisão, a posição de pontos sobre
a superfície terrestre, levando em consideração a sua forma.
Fornece para a topografia uma rede de pontos nos quais esta
apoia os seus levantamentos.

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INTRODUÇÃO
Topografia: Tem como objetivo representar graficamente
uma superfície terrestre, em um plano horizontal de projeção
com dimensão máxima limitada a 80km (NBR 13133).
Topologia: estuda a morfologia do terreno, através de
sua conformação, das suas modificações e das leis do seu
modelado.
Topometria: estuda os diferentes métodos e
instrumentos disponíveis para a obtenção das posições de
pontos topográficos. Divide-se em:
Planimetria
Altimetria

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INTRODUÇÃO

Planimetria:

“Na planimetria, são medidas as grandezas sobre um


plano horizontal. Essas grandezas são as distâncias e os
ângulos. Para representá-las teremos de fazê-lo através de
uma vista de cima e elas aparecerão projetadas sobre um
mesmo plano horizontal” (BORGES, 1977).

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INTRODUÇÃO

Altimetria:
“Pela altimetria fazemos as medições das distâncias e dos
ângulos verticais que, na planta, não podem ser
representados (exceção feita às curvas de nível). Por esta
razão, a altimetria usa como representação a vista lateral, ou
perfil, ou corte, ou elevação” (BORGES, 1977).
O levantamento topográfico voltado a altimetria é
denominada de Nivelamento.

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INTRODUÇÃO

Plani - altimetria:

Levantamento de pontos do terreno, através da


resolução de triângulos retângulos aptos a
representá-los tanto plani quanto altimétricamente,
por plantas cotadas, perfis ou curvas de nível.
Métodos e instrumentos que permitem medir,
simultaneamente, as três coordenadas dos pontos
topográficos: x, y, z.

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INTRODUÇÃO

Forma da Terra:

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INTRODUÇÃO

Modelo Real: superfície topográfica ou física, que compreende as


irregularidades da superfície do terreno (relevo tal como é visto)
formada pelas cadeias de montanhas, vales, campos, fossas
oceânicas, etc. É a superfície mais importante para os trabalhos
topográficos (arquitetura), mas demasiado irregular para ser
adotada como superfície de referência.

Modelo Geoidal: superfície fictícia definida pelo prolongamento


do nível médio dos mares (prolongado através dos continentes). É a
superfície de nível sobre a qual estão referenciadas as altitudes dos
pontos topográficos.

Modelo Elipsoidal: superfície gerada a partir de um elipsóide de


revolução com deformações relativamente maiores que o modelo
geoidal.

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO
Datum:
Define um referencial (um ponto, uma linha ou uma superfície)
a partir do qual são determinadas as posições de elementos no
espaço, ou em uma planta topográfica.
Datum horizontal: referência usada para determinar as posições
planimétricas de pontos na superfície terrestre. Definido por um par
de coordenadas (latitude e longitude).
O Datum horizontal utilizado no Brasil é o SIRGAS 2000.
Datum vertical: referência usada para determinar as altitudes
ortométricas dos pontos.
No Brasil a referência oficial de altitude é o Marégrafo de
Imbituba, SC

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INTRODUÇÃO

As RRNN são marcas características de metal


latão ou bronze) cravadas em pilares de concreto erguidos
nos extremos das seções ou pontos notáveis (obras de arte,
monumentos, estações ferroviárias ou rodoviárias) dos
percursos de linhas geodésicas.

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INTRODUÇÃO

É possível obter as informações sobre a rede


altimétrica brasileira através do site do IBGE. Para tal,
deve-se conhecer o nome da RN e sua posição (latitude e
longitude).

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INTRODUÇÃO

Posicionamento – Pontos cardeais.

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INTRODUÇÃO

Posicionamento – Coordenadas:

Quando se posiciona um ponto nada mais está se fazendo do


que atribuindo coordenadas ao mesmo.

Estas coordenadas por sua vez deverão estar referenciadas a


um sistema de coordenadas.

Estes sistemas normalmente representam um ponto no espaço


bidimensional ou tridimensional.

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INTRODUÇÃO
Sistema de coordenadas:
Coordenadas cartesianas (Coordenadas retangulares): O ponto P é
identificado por coordenadas (x e y), indicando as projeções em cada
eixo até a origem 0.

A(2, 5); B(2, -5);


C(-2, 5); D(-2, -5)

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INTRODUÇÃO
Este é um sistema de eixos ortogonais no plano,
constituído de duas retas orientadas X e Y, perpendiculares
entre si. A origem deste sistema é o cruzamento dos eixos X e
Y.
No espaço tridimensional, é caracterizado por um conjunto
de três retas (X, Y e Z), as quais se interceptam em um único
ponto denominado de origem. A posição de um ponto neste
sistema é definida pelas coordenadas cartesianas x, y, z.

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INTRODUÇÃO
Coordenadas:
Coordenadas geográficas: latitude e longitude.

Terra: gira em torno de um eixo,


que se intersecciona com a
superfície nos polos.
O plano perpendicular ao eixo
de rotação e que passa pelo centro
da Terra é o plano do Equador, que
corresponde a circunferência
máxima da Terra – Linha do
Equador.

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO
PARALELOS: DETERMINAM A LATITUDE.
Cada latitude determina uma circunferência ao redor da Terra,
chamada de Paralelo.
Quanto mais perto dos polos, menores os paralelos.
Paralelos: São círculos que cruzam os meridianos
perpendicularmente. O círculo máximo é o Equador

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INTRODUÇÃO
MERIDIANOS: DETERMINAM A LONGITUDE.
Meridianos: são círculos máximos que, em
consequência, cortam a Terra em duas
partes iguais de polo a polo. Sendo assim,
todos os meridianos se cruzam entre si, em
ambos os polos.

O meridiano de origem é o de Greenwich


(0°).

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INTRODUÇÃO

Latitude geográfica: é o arco contado sobre o meridiano do


lugar e que vai do Equador até o lugar considerado.
Variação: 0° a 90° N ou 0° a +90°
0° a 90 S ou 0°-90°

Longitude geográfica: é o arco contado sobre o Equador e


que vai do Meridiano até o lugar considerado.
Variação: 0° a 180° E ou 0° a +180°
0° a 180 W ou 0° a -180°

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO
Determinar as coordenadas geográficas do ponto A,
considerando as coordenadas da carta topográfica.

Distância entre paralelos = 6000m Distância entre meridianos = 6500m


Distância entre paralelo 10° e A = 2300m Distância entre meridiano 60° e A = 3000m

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INTRODUÇÃO

Determinar as coordenadas geográficas da localidade de Timbé do


Sul.

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INTRODUÇÃO

Sistema UTM – Universal Transversa de Mercator: é um sistema de


projeção cartográfica e corresponde a uma modificação da projeção
de Mercator, onde o cilindro secante é colocado em posição
transversa. Este sistema foi adotado pela Diretoria de Serviço
Geográfico do Exército e pelo IBGE como padrão para mapeamento
sistemático do país.

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INTRODUÇÃO

Sistema UTM – O sistema é constituído por 60 fusos de 6° de


longitude, numerados a partir do antimeridiano de Greenwich,
seguindo de oeste para leste até o encontro com o ponto de origem.
O eixo central do fuso, denominado como meridiano central,
estabelece, junto com a linha do Equador, a origem do sistema de
coordenadas de cada fuso.

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INTRODUÇÃO

Sistema UTM – Cada fuso apresenta um único sistema


plano de coordenadas, com valores que se repetem
em todos os fusos. Assim, para localizar um ponto
definido pelo sistema UTM, é necessário conhecer,
além dos valores das coordenadas, o fuso ao qual as
coordenadas pertençam, já que elas são idênticas de
em todos os fusos. Para evitar coordenadas negativas,
são acrescidas constantes à origem do sistema de
coordenadas. (10.000.000 m para a linha do Equador,
referente ao eixo das ordenadas do hemisfério sul,
com valores decrescentes nesta direção; 0 m para a
linha do Equador, referente ao eixo das ordenadas do
hemisfério norte, com valores crescentes nesta
direção; e 500.000 m para o meridiano central, com
valores crescentes do eixo das abscissas em direção ao
leste.)

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INTRODUÇÃO

Sistema UTM – Como convenção atribui-se a letra N para


coordenadas norte-sul (ordenadas) e, a letra E, para as coordenadas
leste-oeste (abscissas). Um par de coordenadas no sistema UTM é
definido, assim, pelas coordenadas (E, N).

Cada fuso, na linha do Equador, apresenta, aproximadamente, 670


km de extensão leste-oeste, já que a circunferência da Terra é
próxima a 40.000 km. Como o meridiano central possui valor de
500.000 m, o limite leste e oeste de cada fuso corresponde, na linha
do Equador, respectivamente, valores próximos a 160.000 m e
830.000.

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INTRODUÇÃO
Devido à sua extensão longitudinal, o
território brasileiro possui oito fusos UTM:
do fuso 18, situado no extremo oeste, ao
fuso 25, situado no extremo leste do
território. Como quase toda a extensão
latitudinal do território está situada no
hemisfério sul, as coordenadas situadas ao
norte da linha do Equador, que deveriam
apresentar valores crescentes e
sequenciais a partir do 0, de acordo com a
convenção atribuída à origem do sistema
de coordenadas, apresentam valores
crescentes e sequenciais a partir de
10.000.000 m, dando continuidade às
coordenadas atribuídas ao hemisfério sul.

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO
Determine as coordenadas planas UTM (E,N) dos pontos P e Q marcados na
quadrícula a seguir, utilizando o método da interpolação numérica. Note que
a quadrícula UTM difere da quadrícula geográfica em tamanho e na unidade
de representação (ambas em metros).

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INTRODUÇÃO
Determine as coordenadas planas UTM (E,N) dos pontos A marcado na
quadrícula a seguir, utilizando o método da interpolação numérica. Note que
a quadrícula UTM difere da quadrícula geográfica em tamanho e na unidade
de representação (ambas em metros).

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