Você está na página 1de 61

Instituto Politécnico de Beja

Escola Superior Agrária

Implementação do sistema HACCP


numa Indústria de Panificação e
Pastelaria

Relatório de Projecto

Juliana Sousa Carvalho

Orientador: Eng. Carlos Ribeiro

Curso de Engenharia Alimentar

Beja 2007
Resumo

Para prevenir, reduzir ou eliminar a contaminação dos alimentos durante todo o seu

processo produtivo, "do prado ao prato", é necessário aplicar e implementar medidas de

controlo. Este é atingido ao serem cumpridos o programa de pré-requisitos e o sistema

HACCP. Os pré-requisitos fornecem as bases para uma efectiva implementação do

HACCP, e só após o seu estabelecimento se pode desenvolver e implementar o

HACCP. A indústria Nova Freixo, onde este trabalho foi realizado, já tinha aplicado o

programa de pré-requisitos, pelo que se teve como objectivo a implementação do

sistema HACCP.

Verificou-se que os procedimentos necessários para o desenvolvimento e

implementação do sistema HACCP, que se descrevem neste relatório, foram alvo de

criticas e contrariedades por parte dos colaboradores. Constatou-se que é visto como

uma obrigatoriedade legal e não como um sistema preventivo e de ajuda à indústria


alimentar, o que dificultou a interacção de todos os colaboradores intervenientes. Estes

factos sublinham a importância da sensibilização e formação dos agentes e operadores

da indústria alimentar para a questão da segurança alimentar.

Escola Superior Agrária de Beja I


1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
.

2. O Sistema HACCP . . ................. . ........ . .


............ ........ ................ . . .. ................ .............. 3
2.1 Origent e evolução ............................................... . . . . . . . . . . ......................................... 3
2.2 Objectivo e Âmbito do Sistema HACCP . ........ . . . 4............... ............................ . .......

2.3 Conteúdo do SisteiTia HACCP........ ................. . ... ..... .


... . . ...... . . .. ..... . ... .. . . ................. 4
2.4 Princípios do sistema HACCP ........... . ........... . ............. ........................................... 4
3. Implementação do Sistema HACCP ............. ........ ............ ................ ........................ 5
3.1 Plano HACCP ........... ............................................................................................. 5
J .1.1 Elaboração eAprovação ... . .... . ............................. . . .
.. . ........................... . ...... . ... 5
3.2 Formação da equipa HACCP .............. ...... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...................................... 6
3.2.1 Funções da equipa .
......... .......... . .................... . . ...... . .. .... . ............. .. .................. 7
3.2.2Administração .. . . .. ..... .. ... ..... ...... ..
. . ... .. . .
.. . .. .. .
... .. . . . ..... . . .. .. ............ .. ... . . .. . . .
.. .. ... . 7
.

3.2.3 Funções dos operadores ........................ . ....... . .......... . ..... . ....... . .... . .................... 7
3.3 - Descrição dos produtos . . . . . . . . .
.. ...... .... . .
... 8
..................... ... . .. .... .............. ........ ... .....

3.4 - FluxogréUilas de fabrico . . .......... ............. . . ..................................................... ...... 10


3.5Análise dos Perigos e Descrição das medidas Preventivas ..................... . . . . . . . . . . . . . 18
3.5.1 Identificação dos potenciais perigos . . . . . . . . . ....... ...... ........... ............................ 19
3.5.2Avaliação dos perigos .
..... .............................. .. ... .... . ........... . ........ . ....... . ......... 19
3.5.3 Medidas Preventivas . ........ . . 21 .
......... .............. . ..
.. ............. . .... .... . . .
..... ......... . ..... .

3.6 Identificação dos pontos críticos de Controlo (PCC) . . . . . . ..................................... 22


3.7 Estabelecimento de Limites Críticos e Medidas de Monitorização ..................... 39
3.8 Estabelecimento de Procedimentos de Verificação . . . . . . . . . ..................................... 41
3.8.1 Validação do plano . . . . .................................... .. . . . . . .. . .. . . .................................. 41
3.8.2Auditoria ao SisteiTia HACCP ................ . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . .................................. 42
3.8.3 Calibração dos Equipamentos . ... .. .................. . ....
.. .
.......... ............ ..... . . . . ... ... .. 42
3.8.4Amostragent e Análise . . .. . . . . . . . . .. . .. . . .. . ... .. . . . . 42
...... ....... ... . ... . .. . ...... .. ....... ..... . ... ...

Ã
4. CONCLUS O . . . . . . . . ............................. ........................... ...... . . . . . . . . ......... :.............. :.... 44
5. BIBLIOGRAFIA . . . . . . . .. . . . . .................. ..................... . . . . . . . . . . . . . ..................................... 46

Escola SuperiorAgrária de Beja II


1. Introdução

Nem tudo o que parece é. Muitas vezes as aparências iludem e o aspecto de um

alimento nem sempre corresponde à sua qualidade. O consumidor quer ter cada vez
mais consciência daquilo que consome e exige ser bem informado. Quer informação

sobre o produto, sobre a sua proveniência e sobre as condições em que é tratado e

embalado. Quer ter a certeza que no momento de o consumir, o produto mantém a

qualidade que tinha quando foi produzido e que seja seguro.

A oferta não pára de crescer, as trocas comerciais intensificam-se, a qualidade e

segurança alimentar é cada vez mais reclamada por quem compra. Há uma preocupação

cada vez maior quanto à qualidade e segurança dos alimentos que consumimos. Para
além do cheiro e aspecto agradável e do conteúdo nutritivo é fundamental que os

alimentos que consumimos não provoquem nenhuma doença. A opinião do consumidor,

que é quem compra e consome os alimentos, tem vindo a ganhar grande impacto e força

na sociedade em que vivemos.

A implementação de sistemas que vtsem a segurança alimentar, como o sistema

HACCP passou a ser uma exigência em todas as empresas da área alimentar (Novais,

2006).

O HACCP vem complementar o conceito tradicional de controlo da qualidade. Este é

realizado, fundamentalmente, através de colheitas de amostra de matérias-primas,

produtos intermédios e finais e, da posterior análise para confirmação dos parâmetros

fixados legalmente. O HACCP é um sistema preventivo de controlo da qualidade

higiénica dos géneros alimentares (em qualquer área da cadeia alimentar), cujo principal

objectivo é prevenir a ocorrência de acidentes causados por toxinfecções alimentares e,

garantir a segurança dos alimentos através da identificação dos perigos {fisicos,

químicos e microbiológicos) associados ao seu manuseamento e das medidas adequadas

ao seu controlo.

Conforme preconizado no Regulamento CE n. 0 852/2004 relativo à higiene dos


alimentos, os operadores das empresas do sector alimentar deverão criar e aplicar

programas de segurança dos alimentos e processos baseados nos princípios HACCP­

Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos .

Escola Superior Agrária de Beja 1


O objectivo deste relatório foi, em conjunto com a empresa de consultoria Biopção,

desenvolver e implementar o sistema HACCP numa indústria de panificação e

pastelaria, a empresa Nova Freixo. O presente relatório pretende descrever todo o

processo de implementação do sistema HACCP decorrido na empresa.

A empresa Nova Freixo, é uma indústria de panificação e pastelaria, sediada em

Oliveira de Azeméis e que desenvolve a sua actividade há cerca de 22 anos. A empresa


sofreu a sua maior alteração em 1994 com a criação da Nova Freixo- Industria

Alimentar, S.A., lançamento da marca Especialidades Freixo e início do processo de

internacionalização com exportação para França. A Nova Freixo tem conseguido

manter-se actualizada e introduzir novas metodologias de trabalho na sua empresa. No

seguimento da aplicação dos pré-requisitos a Nova Freixo decidiu implementar o

Sistema HACCP na sua empresa.

Escola Superior Agrária de Beja 2


2. O Sistema HACCP

O HACCP ("Hazard Analysis and Criticai Control Points" - Análise de Perigos e

Controlo de Pontos Críticos) consiste numa abordagem sistemática e estruturada de

identificação de perigos e da probabilidade da sua ocorrência em todas as etapas da

produção de alimentos, definindo medidas para o seu controlo. O HACCP pode ser

aplicado ao longo da cadeia alimentar, desde a produção primária ao consumidor final, e

a sua implementação deve ser orientada pela evidência científica de perigos para a

saúde humana. A implementação do sistema HACCP permite a melhoria da segurança

alimentar, auxilia a inspecção por autoridades reguladoras e promove o comércio

internacional através do aumento da confiança na segurança dos alimentos.

2.1 Origem e evolução

O Sistema HACCP foi desenvolvido nos anos 60 pela empresa Pillsbury Corporation

(EUA}, em colaboração com os laboratórios do Exército dos Estados Unidos e a pedido

da NASA com o objectivo de produzir alimentos seguros para o programa espacial dos

Estados Unidos da América do Norte. Em 1971 foi apresentado pela Pillsbury

Corporation na American National Conference for Food Protection.

Desde 1980 esta metodologia é recomendada para empresas do sector alimentar por

organizações como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Comissão Internacional

de Especificações Microbiológicas dos Alimentos (ICMSF) e a Organização das Nações

Unidas para a Agricultura (FAO).

Em 1993 O Comité da Higiene dos Alimentos da Comissão do Codex Alimentarius


publicou Guia para aplicação do Sistema HACCP - Directiva 93/43 do Conselho, de 14

de Junho a qual foi transposta para o Direito Nacional pelo Decreto-Lei n.0 67/98, de 18

de Março. Posteriormente foi publicado o Regulamento CE n. o 852/2004 que estabelece

as regras gerais destinadas aos operadores das empresas do sector alimentar no que se

refere a higiene dos géneros alimentícios, incluindo a aplicação dos procedimentos

baseados nos princípios HACCP e códigos de boas práticas.

Escola Superior Agrária de Beja 3


2.2 Objectivo e Ambito do Sistema HACCP
A

A metodologia HACCP desenvolvida baseou-se nos sete princípios definidos pelo


NACMF (National Advisory Committee on Microbiological Criteria for Foods) e
aplicada de acordo com o estabelecido no documento da Fao!Who Codex Alimentarius
Commision "Hazard Analysis and Criticai Control Point (HACCP) System and
Guidlines for its Application", Apêndice ao CACIRCP-1 (1969) Rev. 3 (1997).

O objectivo deste sistema foi a determinação de Pontos Críticos de Controlo (PCC) e a


definição de um conjunto de medidas preventivas e de monitorização que permitissem
controlar a um nível aceitável os perigos físicos, químicos e biológicos ao longo do
processo, desde a recepção até à apresentação do produto ao consumidor.

2.3 Conteúdo do Sistema HACCP

O presente Sistema HACCP refere os procedimentos a serem seguidos, para garantir o


controlo de um processo ou procedimento específico, de modo a assegurar o controlo
dos perigos que são significativos para a segurança, nos termos e nos produtos
considerados.

2.4 Princípios do sistema HACCP

Como referido anteriormente, o HACCP assenta em princípios, os quais são:

Princípio 1 : Análise de Perigos e Confirmação do Fluxograma in loco.


Princípio 2: Determinação dos Pontos Críticos de Controlo (PCC's) usando a árvore de
decisão.
Princípio 3: Estabelecimento dos limites críticos.
Princípio 4: Estabelecer um sistema para monitorizar o controlo dos Pontos Críticos de
Controlo.
Princípio 5: Estabelecer a acção correctiva a tomar quando a monitorização indique que
um Ponto Crítico de Controlo em concreto não está sob controlo.
Princípio 6: Estabelecer procedimentos de verificação para confirmar que o Sistema
HACCP funciona eficazmente.

Escola Superior Agrária de Beja 4


Princípio 7: Estabelecer documentação relativa a todos os procedimentos e registos

adequados a estes princípios e à sua aplicação.

3. Implementação do Sistema HACCP

O Sistema HACCP implementado na empresa, encontra-se organizado em VIII Partes:

-I Parte: Plano HACCP

- II Parte: Formação da Equipa HACCP

- III Parte : Descrição dos Produtos

- IV Parte: Fluxogramas de Fabrico

-V Parte: Análise dos Perigos e Descrição das Medidas Preventivas

- VI Parte: Identificação dos Pontos Críticos de Controlo (PCC)

-VII Parte: Estabelecimento dos limites críticos, sistemas de monitorização e Acções

correctivas

-VIII Parte: Procedimentos de verificação

3.1 Plano HACCP

O plano HACCP foi elaborado por forma a definir os pontos de referência- decidir qual

a linha do processo, quais os produtos, que tipo de perigo se vão considerar e a

codificação seguida.

A gestão do Plano HACCP é de extrema importância para um correcto desempenho do


Sistema de HACCP, na medida em que o próprio define objectivamente a empresa e as

suas tarefas para a obtenção dos seus desígnios.

3.1.1 Elaboração e Aprovação.

A Administração da Empresa Nova Freixo- Indústria Alimentar SA recorreu a uma

empresa prestadora de serviços na área da segurança alimentar para o auxílio na

elaboração do presente plano.

A promulgação e aprovação do plano HACCP fica ao encargo da administração da

empresa.

Escola Superior Agrária de Beja 5


3.2 Formação da equipa HACCP

Esta fase do processo teve por objectivo definir a equipa profissional responsável pela

elaboração e implementação do sistema HACCP.

A formação de todas as pessoas envolvidas na implementação do Sistema HACCP é


essencial para o sucesso do sistema.

Foi importante que a equipa incluísse pessoas que estivessem directamente e

diariamente envolvidas no processo, uma vez que estas se encontram mais

familiarizadas com as operações em estudo e respectivas limitações.

A constituição da equipa foi feita tendo em conta o pessoal com formação específica na

área da segurança alimentar.

A participação destes colaboradores conferir-lhes-á um sentido de responsabilidade

acrescido na implementação do sistema HACCP para que possam garantir a

continuidade deste sistema de garantia da qualidade, após a conclusão de intervenção

directa da empresa externa.

A constituição da equipa inclui o nome e responsabilidade dos seus membros.

Administração/ Responsável da
Qualidade

Eng.a Rita Ferro·

I
I I I I
Responsável Responsável Responsável Responsável
Pastelaria Padaria Economato Limpezas: D.
Sr. Vasco D. Carmen Leonor

Escola Superior Agrária de Beja 6


3.2.1 Funções da equipa

O desenvolvimento e actualização do Sistema HACCP foi e será da responsabilidade da

equipa.

Compete à equtpa HACCP participar na discussão do sistema HACCP emitindo

pareceres sobre os aspectos específicos da actividade e responsabilidades dos

respectivos membros.

3.2.2 Administração

A administração adquiriu um papel primordial neste processo uma vez que, é a

responsável pela selecção da equipa, pela motivação de todo o pessoal da empresa, por

tomar medidas sempre que se verifiquem falhas repetidas e por promover os meios

necessários (técnicos e humanos) para que o sistema HACCP funcione correctamente.

O responsável da qualidade assegurou a ligação com a administração, providenciou os

meios necessários para desenvolvimento e aplicação do sistema HACCP.

Competiu ao responsável da qualidade controlar e fazer cumprir nos diferentes sectores,

todas as normas e especificações integradas no sistema HACCP.

3.2.3 Funções dos operadores

Para facilitar a integração de todos os colaboradores no sistema HACCP foi necessário

definir colaboradores com Responsabilidades de Controlo, colaboradores que:

v" Tenham autoridade

v" Tenham capacidade de decisão

v" Possuam motivação e sejam responsáveis

v" Tenham conhecimento do funcionamento dos vários equipamentos

v" Saibam o que controlar, como e quando controlar

Quanto aos colaboradores sem responsabilidades de controlo, apesar de não terem uma

responsabilidade definida, para o bom funcionamento da empresa é necessário que:

v" Tenham motivação e responsabilidades

v" Tenham conhecimento do código de boas Práticas de fabrico da empresa

v" Sejam conscientes da importância da limpeza e desinfecção

v" Saibam o que fazem, corno devem fazer e quando o devem fazer.

Escola Superior Agrária de Beja 7


3.3 - Descrição dos produtos

Para que o sistema de HACCP elaborado esteja em concordância com a realidade da

empresa é necessário conhecer quais os produtos existentes na indústria e as suas

principais características.

Considerando a diversidade de produtos comercializados na indústria Nova Freixo

optou-se por agrupar os géneros nos seguintes grupos:

-.,. Padaria

)> Pastelaria

);> Pastelaria Fresca

Para uma melhor visualização dos produtos em questão, encontram-se no Anexo 1

algumas fichas técnicas de produtos fabricos na Nova Freixo.

Relativamente à secção de padaria, a Nova Freixo apresenta uma grande diversidade de

produtos, entre eles:

Broa

Sêmea de trigo

Pão de trigo tipo rosca

Pão de trigo tipo pada

Pão de forma

Para uma correcta coordenação da quantidade de produto a laboral diariamente, é

emitida informaticamente e posteriormente em papel uma ordem de produção (ver

anexo 2).
O responsável pela qualidade e o responsável da padaria designam qual a quantidade de

produto a fabricar, e a ordem de produção permite o acesso a todos os dados inerentes

ao produto.

O responsável pela qualidade efectua uma ordem de produção todos os dias ( a mesma

é arquiva e mantida nos registos do HACCP).

Os produtos de padaria tem 3 tipos diferentes de apresentação consoante o acordo

efectuado com os clientes (embalados inteiros, embalados em metades, ou fatiados).

Escola Superior Agrária de Beja 8


Relativamente à secção de pastelaria, a Nova Freixo produz um leque muito

diversificado de produtos pelo que apenas serão referenciados os de maior produção:

Mini queques de laranja, cenoura, coco, chocolate

Roscas Integrais, Palmas, argolas, Bolinhos de Neve

Noivinhas

Laços, argolas de coco, coquinhos e suspiros

A secção de pastelaria é a secção que tem sofrido mais alterações ao longo do tempo,

wna vez que a empresa tem inovado nos seus produtos e na sua forma de apresentação

ao cliente.

Relativamente à quantidade diária a produzir, a secção de pastelaria funciona como a

secção de padaria, diferenciando apenas nos responsáveis intervenientes.

O interveniente nesta secção é o responsável da pastelaria.

Os produtos de pastelaria são comercializados em embalagens de plástico individuais de

250.a 300 gr consoante o produto ou então em covetes envolvidas por filme transparente

fechado hermeticamente.

A secção de pastelaria fresca atinge o seu pico de produção nas épocas de páscoa, natal

e ano novo. Os seus principais produtos são:

Bolo Rei

Ninho de páscoa

Torta de chocolate, amêndoa, doce ovos moles

Bolo de ginguba

Pão de 16 normal e de ovar

O controlo da sua produção diária é em tudo idêntico à secção de pastelaria.


Estes produtos são comercializados em caixas em cartão individuais.

Para um maior rigor e controlo interno de todos os produtos comercializados pela

empresa foram elaboradas fichas técnicas para todos os produtos comercializados pela

empresa.

As fichas técnicas contêm informações relativas a :

Ingredientes

Caracterização dos produtos (panificação ou pastelaria)

Apresentação final dos produtos

Validade

Escola Superior Agrária de Beja 9


Especificações

Utilização

Consumidor alvo

As fichas técnicas encontram-se disponíveis para quando solicitadas por algum cliente e

estão sujeitas a revisões e modificações quando o processo produtivo assim o exigir.

3.4 - Fluxogramas de fabrico

Durante a implementação do sistema HACCP, foi necessário criar fluxogramas de

fabrico, uma vez que, estes descrevem o processamento dos diferentes produtos e

permitem analisar de forma rápida e objectiva o modo de funcionamento da produção.

No entanto, como referido anteriormente a Nova Freixo possui uma grande variedade de

produtos pelo que não se tomou viável a criação de um fluxograma para cada produto.

Será então apresentado de seguida um fluxograma representativo de cada grupo

(padaria, pastelaria e pastelaria fresca) sendo que, o processo de fabrico é similar para

os restantes produtos inseridos na mesma categoria.

O fluxograma e a descrição das etapas permite assim definir esquematicamente e

descritivamente, a sequência das etapas ou operações utilizadas na Nova Freixo no

fabrico de produtos de padaria/pastelaria.

Escola Superior Agrária de Beja 10


3.4.1 Fluxograma de Pão de Trigo Tipo pada

Recepção de matérias-primas (farinha, Recepção de material de Sistema de distribuição de água


Sal, melhorante e levedura) acondicionamento {sacos plástico
alimentares, papel vegetal)

l
Pesagem e dosagem

Mistura de
ingredientes e
amassadura

Divisão e
modelagem da
massa

Fermentação

Cozedura

Arrefecimento

l
Acondicionamento e
embalamento

l
Expedição

Figura 1 - Fluxograma de Fabrico Pão de Trigo Tipo Pada

Escola Superior Agrária de Beja 11


•:• Recepção e Armazenagem das matérias-primas

As diferentes matérias-primas são recepcionadas sendo verificado o seu estado de

conformidade. As matérias·primas que se apresentarem conforme são dirigidas para o

armazém e as não conformes são devolvidas ao fornecedor.

De seguida, as matérias-primas são arrwnadas e organizadas segundo as suas

especificações, matérias-primas não refrigerados são colocadas no armazém dos secos,

no caso de matérias�primas refrigeradas são colocadas na câmara de refrigeração e

mantidas a uma temperatura de 4 a 5°C.


Na padaria a única matéria-prima que necessita de refrigeração é a levedura.

Aquando o armazenamento das matérias-primas são sempre respeitadas as regras de

rotação de stocks, FIFO e os FEFO (FIFO - First in first out; FEFO- first expired first

out) por forma a garantir que se estão a utilizar primeiramente os produtos com data de

validade inferior e evitar que decorra perda de matéria-prima por data de validade

expirada.

•:• Pesagem e dosagem

De seguida os ingredientes e matérias-primas a utilizar são devidamente pesados e

doseados.

As quantidades específicas a introduzir para cada tipo de pão encontram-se previamente

estabelecidas na ordem de produção e foram determinadas com base em estudos

realizados ao produto.

•:• Mistura de ingredientes e amassadura

Após a pesagem e dosagem, os ingredientes e matérias-primas são misturados e a massa

é colocada nas amassadeiras, onde ai permanecem o tempo necessário determinado para

cada tipo de produto. O responsável de padaria coordena e controla todo este processo.

•:• Divisão e modelagem da massa


De seguida a massa é modelada nas diferentes formas pretendidas para os diversos

produtos (pão do tipo cacete, tipo pada, tipo bico) e colocada em tabuleiros.

•!• Fermentação

Os tabuleiros são colocados na estufa onde permanecem durante algum tempo para que

ocorra a levedação da massa.

Escola Superior Agrária de Beja 12


•!• Cozedura

Após fermentação a massa pode seguir directamente para o forno onde se irá processar
o seu cozimento ou então é colocada na câmara de refrigeração onde permanece até
futura utilização.

•!• Arrefecimento

De seguida o pão é retirado do forno e permanece nos tabuleiros durante alguns minutos
para arrefecer de forma a facilitar o seu manuseamento e embalamento.

•!• Acondicionamento e Embalamento

Os produtos de padaria são embalados em sacos de plástico próprios para a indústria


alimentar.
•!• Expedição
Os produtos são colocados dentro de cestos de pvc e transportados em carrinhas de
mercadorias.

Escola Superior Agrária de Beja 13


3.4.2 Fluxograma de produto de pastelaria- Argolas

Recepção de matérias-primas
Recepção de material de Sistema de distribuição de
(farinha, açúcar, ovos,
acondicionamento água
margarina, sal, aroma de limão)

_. _..x,7.
__ _,
mazenagem Armazenagem Armazenamento
sem fiio com fiio

l
Pesagem e dosagem
..

Mistura de
ingredientes e
amassadura

Divisão e
modelagem

Cozedura

Arrefecimento

Acondicionamento e ..,.1�1-------l
embalamento

Expedição

Figura n. o 2 - Fluxograma de fabrico de Argolas

Escola Superior Agrária de Beja 14


•:• Recepção e Armazenagem das matérias-primas

As matérias-primas são recepcionadas sendo verificado o seu estado de conformidade.

As matérias-primas que se apresentarem conforme são dirigidas para o armazém e as

não conformes são devolvidas ao fornecedor.

Aquando o armazenamento das matérias-primas são sempre respeitadas as regras de

rotação de stocks, FIFO e os FEFO (FIFO - First in first out; FEFO- first expired first

out) por forma a garantir que se estão a utilizar primeiramente os produtos com data de

validade inferior e evitar que decorra perda de matéria-prima por data de validade

expirada.

•!• Pesagem e dosagem

De seguida os ingredientes e matérias-primas a utilizar são devidamente pesados e

doseados.

As quantidades específicas de cada produto de pastelaria encontram-se previamente

estabelecidas na ordem de produção e fichas técnicas e foram determinadas com base

em estudos realizados ao produto.

•!• Mistura de ingredientes e amassadura

Após a.pesagem e dosagem, os ingredientes e matérias-primas são misturados e a massa

é colocada nas amassadeiras, onde ai permanecem o tempo necessário determinado para

cada tipo de produto.

O responsável de pastelaria coordena e controla este processo.

•!• Divisão e modelagem da massa

De seguida a massa é modelada manualmente pelos colaboradores. As argolas são um

bolo de pastelaria que tem a forma de um oito.

Após a modelagem os colaboradores colocam os bolos em tabuleiros que vão de

seguida para o fomo. O controlo do binómio tempo/temperatura é efectuado pelo

responsável de pastelaria que efectua o registo diário deste controlo.

•:• Arrefecimento

De seguida os bolos são retirados do fomo e permanecem nos tabuleiros durante alguns

minutos para baixar a temperatura antes de serem embalados.

Escola Superior Agrária de Beja 15


•!• Acondicionamento e Embalamento

As argolas são embalados em sacos de plástico próprios para a indústria alimentar com

um peso de aproximadamente 300 gr.

•!• Expedição

Os sacos são colocados dentro de cestos de pvc e transportados em carrinhas de

mercadorias.

Escola Superior Agrária de Beja 16


3.4.3 Fluxograma dos produtos de pastelaria fresca - Ninho de Páscoa

Recepção de matérias-primas Recepção de material de Sistema de distribuição de


(ovos, biscamix, açúcar,
acondicionamento água
conservante)

Armazenagem Armazenagem com Armazenamento


sem fuo frio

Pesagem e dosagem

Mistura de
ingredientes

Divisão e
modelagem

Cozedura

Ir
Arrefecimento

Acabam,ento (corte,
recheio e decoração) looi�I-----J

Acondicionamento e Expedição
embalamento

Fig 3 - Fluxograma dos produtos de pastelaria fresca -. Ninho de Páscoa

Escola Superior Agrária de Beja 17


Como se pode verificar pelo fluxograma anteriormente apresentado, o processamento de

produtos de pastelaria fresca é muito idêntico ao processamento dos produtos de

pastelaria.

No entanto, os produtos de pastelaria fresca após o arrefecimento são sujeitos a uma

etapa complementar- o acabamento.

Reportando para o exemplo do Ninho de Páscoa, após o arrefecimento, o bolo é cortado

na horizontal para que no seu interior lhe seja colocado o recheio (doce de ovos moles),

de seguida é decorado exteriormente (é coberto com chocolate e no seu topo são

colocados fios de ovos, amêndoas e galinhas por forma a representar um ninho).

Estes produtos são embalados em caixas de cartão e transportados em carrinhas de

mercadorias.

3.5 Análise dos Perigos e Descrição das medidas Preventivas .

Nesta parte são definidos os potenciais perigos associados ao género alimentício, que

possam ser significativos no sistema HACCP e as actividades que reduzem ou eliminam

a ocorrência de perigos a um nível aceitável.

É então necessário enumerar todos ao perigos que é possível, razoavelmente prever que

ocorram em cada fase desde as matérias-primas até ao ponto de consumo, e para os

quais a eliminação ou redução a níveis aceitáveis é indispensável, pela sua natureza,

para produzir um alimento seguro: muitas das medidas identificadas fazem parte

integrante dos pré-requisitos do HACCP já implementados.

Na análise dos perigos deve-se considerar vários factores, tais como:

- A probabilidade de surgirem perigos (risco) e a gravidade dos seus efeitos

prejudiciais para a saúde (severidade);

A avaliação qualitativa e/ou quantitativa de presença de perigos;

A sobrevivência ou proliferação dos microrganismos envolvidos;

A produção ou persistência de toxinas, substâncias químicas ou agentes fisicos

nos alimentos;

As condições que podem originar o anterior.

Uma vez identificados os perigos, tendo em conta o conhecimento das suas fontes

normais e dos pontos de contaminação, podem decidir-se as respectivas medidas

preventivas e de controlo.

Escola Superior Agrária de Beja 18


3.5.1 Identificação dos potenciais perigos

3.5.1.1 Perigos biológicos

Os perigos biológicos incluem organismos como leveduras, pragas, vírus e bolores.

Estes organismos estão frequentemente associados a manipuladores e produtos crus

contaminados num estabelecimento.

A maioria dos microrganismos mencionados anteriormente ocorrem naturalmente no

ambiente onde os alimentos são produzidos. Alguns dos microrganismos são

inactivados pelo processo de cozedura, outros podem ser controlados por práticas

adequadas de manipulação e armazenamento (higiene, controlo de temperatura e

tempo).

3.5.1.2 Perigo químico

Podem agrupar-se em duas categorias:

Presentes naturalmente nos alimentos: por exemplo micotoxinas, histamina, alcalóides e

produtos químicos intencionalmente adicionadas ou não aos alimentos, em alguma

etapa do processo, colheita, armazenamento, embalagem ou distribuição, como por

exemplo, metais pesados e resíduos de pesticidas.

3.5.1.3 Perigo físico

Entende-se por perigo fisico qualquer material tisico que normalmente não é encontrado

no alimento e que quando presente pode causar danos para o consumidor do produto.

A contaminação tisica inclui uma grande variedade de materiais ou objectos estranhos,

como por exemplo vidro (com origem em lâmpadas, relógios, etc.), metal, plástico,

pedras, cabelos, madeira ou papel.

Várias são as situações que podem resultar em perigos fisicos no produto final:

Práticas deficientes ou insuficientes em vários pontos da cadeia produtiva;

Matérias-primas contaminadas;

Procedimentos errados ou funcionários não correctamente treinados;

3.5.2 Avaliação dos perigos

A avaliação dos perigos foi feita através do grau de significância dos perigos, assim:

Escola Superior Agrária de Beja 19


Significância = Risco x Severidade

Onde risco é a probabilidade de ocorrência de um perigo e a severidade é a magnitude


de um perigo ou o grau das consequências que podem ocorrer quando existe um perigo,
ou seja, a gravidade do perigo. Segundo a sua severidade, os perigos que causam
enfermidades podem ser classificados em alto risco, moderado e baixo.

Tabela 3.1. Critérios para a avaliação dos perigo s


R (Risco) Risco Baixo= 10 (Pouco Frequente)
Risco Médio= 100 (Pode Acontecer)
Risco Alto = 1000 (Frequente)
G (Severidade) Severidade baixa= 10 (Não resulta um produto não seguro)
Severidade Média = 100 ( Pode resultar um produto não seguro)
Severidade Alta= 1000 (Conduz a um produto nãos seguro)
S (Significância) Significância Baixa� I 000 ( Não con siderado para avaliação de PCC)
Significância Média= 10000 (Considerado para av aliação de PCC)
Significância Alta� 100000 (Considerado para avaliação de PCC)

Somente as etapas onde os perigo s tem média ou alta significância devem ser
posteriormente ser considerados para avaliação de PCC.

Matriz de avaliação dos perigos:


Alto Risco Alto Risco (I 000) Alto risco (1000) Alto Risco (1 000)
Baixa Severidade (I O) Média Severidade (100) Alta Severidade (1000)
R xG= 10000 R xG= 100000 R xG = 1000000
Significância média Significância Alta Significância Alta
Médio Risco Médio Risco {100) Médio risco (1 00) Médio Risco (100)
Baixa Severidade (1 O) Média Severidade {100) Alta Severidade {100 0) ·

R xG= 1000 R xG= 10000 R xG= 100000


Significância baixa Significância Média Significância Alta
Baixo Risco Baixo Risco { 1 O) Baixo risco (1 O) Baixo Risco (1 O)
Baixa Severidade (1 O) Média Severidade ( 100) Alt a Severidade ( 1000)
R xG= 100 R xG= 1000 R xG= 10000
Significância baixa Significância Baixa Significância Média

E scola Superior Agrária de Beja 20


3.5.3 Medidas Preventivas

Após concluir a análise de perigos deve-se considerar as medidas de controlo existentes·

que possam ser aplicadas a cada perigo. Estas medidas são qualquer acção e actividade

que possam ser utilizadas para evitar ou eliminar um perigo ou que possam reduzi-lo a

um nível aceitável. Mais de uma medida pode ser necessária para controlar um

determinado perigo, e mais de um perigo pode ser controlado por uma medida

específica.

3.5.3.1 Perigos microbiológicos

Alguns exemplos de medidas de controlo de perigos microbiológicos são:

- Controlo do binómio temperatura/tempo na refrigeração e annazenamento (o controlo

adequado minimiza a proliferação microbiana);

- O aquecimento ou cozedura (processo térmico) eliminam os microrganismos ou

reduzem-nos a níveis aceitáveis;

- Controlo de fornecedores, isto é, controlar a presença e nível de microrganismos

obtendo ingredientes de fornecedores que possam demonstrar um controlo adequado;

- Correcta higienização de utensílios e equipamentos;

- Comportamento e práticas de higiene adequadas dos manipl:lla.dQres.

� Perigos químicos

Alguns exemplos de medidas de controlo de perigos químicos são:

- Controlo de fornecedores, isto é, especificações para as matérias-primas e

ingredientes, e declaração do fornecedor atestando que substâncias químicas

prejudiciais não estejam presentes;

- Controlo do processo;

- Separação adequada das substâncias químicas não comestíveis durante armazenagem e

manipulação.

� Perigos fisicos

Exemplos de medidas de controlo de perigos fisicos são:

Escola Superior Agrária de Beja 21


- Controlo dos fornecedores, através das especificações para matérias-primas e

ingredientes, e declaração do fornecedor atestando que perigos físicos inaceitáveis não

estejam presentes;

- Controlo do processo;

- Controlo ambiental, assegurando que as boas práticas de fabrico sejam cumpridas e

que não ocorra a contaminação física do alimento através do edifício, das instalações,

das superfícies de trabalho ou dos equipamentos.

3.6 Identificação dos pontos críticos de Controlo (PCC)

Nesta parte da implementação do Sistema HACCP são enumerados todos os perigos

que é possível prever que ocorram em cada fase do processo produtivo, desde a

recepção das matérias-primas até ao consumidor final e que pela sua análise tenham

indicado uma significância média ou alta.

A identificação dos perigos é extremamente importante uma vez, um pengo

incorrectamente identificado pode originar um plano HACCP inadequado.

A determinação de um PCC nos sistema HACCP pode ser facilitada pela aplicação de

uma árvore de decisão que indica uma abordagem fundamentada pela lógica.

A aplicação de uma árvore de decisão deve ser flexível, dependendo se a operação é de

produção, abate, processamento, distribuição entre outras.

A árvore de decisão deve ser deve ser utilizada como orientação na determinação dos

PCC's.

Escola Superior Agrária de Beja 22


Tabela 1 -Produtos de Panificação

Descrição do Medidas I
Fase do processo Causas Risco Severidade Significância
perigo Preventivas

Biológico: -Deficiente qualidade Moderado Alta Alta - Estabelecer

Presença de higio-sanitária das especificações

microrganJsmos matérias-primas - Qualificação de

Recepção e patogénicos. fornecedores

armazenamento Físico - presença -Deficientes condições Moderado Baixa Baixa - Controlo da

das matérias- de corpos estranhos de fabrico e higiene e temperatura de

primas na matéria-priOla incorrectas condições transporte

- Farinhas de trigo, de annazena01ento e - Inspecção visual

centeio, milho transporte. durante recepção de

Químico- presença -Deficientes condições Baixo Moderada Baixa matérias-primas

de micotoxinas de conservação - Boletins analíticos

das matérias-primas.

Escola Superior Agrária de Beja 23


Recepção e Químico: resíduos -Más condições de Baixo Baixo Baixa - Inspecção visual

armazenamento de de tinta, utilização fabrico durante a recepção

material de de compostos - Certificados de


acondicionamento impróprios para conformidade das
(caixas de cartão, indústria alimentar -
embalagens
embalagens em

pvc)

Biológico: -Deficiência no Baixo Moderado Baixa - Controlo da

Presença de tratamento da água potabilidade

microrganismos -Contaminações das

patogénicos (E. canalizações -Análises


Sistema de
Coli), vírus e microbiológicas e
distribuição de
parasitas (Giardia físico-químicas
água (rede
lamblia)
pública)

Químico: Presença Contaminações das Baixo Moderado Baixa

de metais pesados canalizações

(chumbo)

Escola Superior Agrária de Beja 24


Biológico:

I
-Deficiente higiene Moderada Moderada Média - Formação dos

Contaminação com pessoal e incorrectos operadores


. .
mtcrorgamsmos procedimentos de - Cumprir o
patogénicos higienização. programa de
(Salmonella spp, higienização.
E.co/z) - Cumprir o MBP

Pesagem e Químico: -Incorrecta Baixa Moderada Baixa - Testes

Dosagem Contaminação com higienização. microbiológicos

resíduos químicos para testar a eficácia

dos produtos de da higienização.

limpeza I
Físico: Presença de -Incorrectas práticas de Baixo Moderada Baixa

materiais higiene e fabrico.

estranhos.

Biológico: -Deficiente higiene do Moderada Moderada Média - Cumprir o

Contaminação com equipamento, bancadas programa de


Mistura de microrganismos e utensílios higienização
ingredientes e patogénicos - Cumprir o MBP
amassadura (Salmonella spp, E. -Deficiente higiene dos - Formação dos

Co/i, listeria manipuladores manipuladores

monocytogenes) - Exames

Escola Superior Agrária de Beja 25


microbiológicos

Biológico: -Deficiente higiene do Moderado Moderado Média -Cumprir o

Contaminação com equipamento, bancadas programa de

Divisão e
microrganismos e utensílios higienização I
patogénicos - Cumprir o MBP
modelagem
I
(Salmonel/a spp, E. -Deficiente higiene dos - Formação dos

Coli, /isteria manipuladores manipuladores

monocytogenes)
Biológico: Não -Deficiente binómio Moderada Alta Alta -Inspecção visual do

destruição de tempo/temperatura tempo e temperatura

Cozedura bactérias -Calibração e

patogénicas (E. manutenção do

Coli, S. Aureus) equipamento

Biológico: -Deficiente higiene dos Moderado Baixo Baixo - Cumprir o

Contaminação com tabuleiros, utensílios e programa de

Acondicionamento microrganismos manipuladores higienização

e embalamento patogénicos -Más práticas de - Cumprir o MBP

(Salmonella spp, E. higiene e fabrico - Formação dos

Coli) manipuladores

Biológico: - Deficiente higiene dos Baixo Moderado Baixo - Cumprir o


Expedição
Contaminação e veículos de distribuição programa de
- -- - -- -- ----

Escola Superior Agrária de Beja 26


multiplicação de - Exposição prolongada higienização
.
à temperatura ambiente
.

m1crorgamsmos - Cumprir o MBP

patogénicos - Formação dos

(Salmonella spp, E. manipuladores

Coli, clostridium
perfringens)
--�-----� -- -- -- - -- --� -
---

Tabela 2 - Produtos de pastelaria

Significâ Medidas
Fase do processo Descrição do perigo Causas Risco Severidade
ncia Preventivas

Recepção das Biológico: Presença de -Deficiente qualidade Moderado Alta Alta - Estabelecer

matérias- primas microrganismos patogénicos higio-sanitária das especificações

- Farinha, ovos, (Clostridium spp, Salmonella matérias-primas. - Qualificação de

chocolate, açúcar, spp) fornecedores


I

Escola Superior Agrária de Beja 27


entre outros Físico - presença de corpos -Deficientes condições Moderado Baixa Baixa - Controlo da

estranhos na matéria-prima de fabrico e higiene e temperatura de

incorrectas condições de transporte

armazenamento e - Inspecção

transporte. visual durante I


Químico- presença de -Deficientes condições Baixo Moderada Baixa recepção de

micotoxinas nas farinhas de conservação matérias-primas

- Boletins

analíticos das

matérias-primas

Recepção e Químico: resíduos de tinta, -Más condições de Baixo Baixo Baixa - Inspecção

armazenamento de utilização de compostos fabrico visual durante a

material de impróprios para indústria recepção

acondicionamento alimentar - Certificados de

(caixas de cartão, conformidade

embalagens em das embalagens

pvc)

- - - --c______

Escola Superior Agrária de Beja 28


--
Biológico: Presença de -Deficiência no Baixo Moderado Baixa -Controlo da

microrganismos patogénicos tratamento da água potabilidade


Sistema de
(E. Coli), vírus e parasitas -Contaminações das
distribuição de
(Giardia lamblia) canalizações -Análises
água (rede
microbiológicas
pública)
Químico: Presença de metais Contaminações das Baixo Moderado Baixa e tisico-químicas

pesados (chumbo) canalizações

Biológico: Contaminação -Deficiente higiene Moderada Moderada Média -Formação dos

com microrganismos pessoal e incorrectos operadores

patogénicos (Salmonel/a spp, procedimentos de - Cumprir o

E.coli) higienização. programa de

Químico: Contaminação com -Incorrecta Baixa Moderada Baixa higienização.

Pesagem e resíduos químicos dos higienização. - Cumprir o

Dosagem produtos de limpeza MBP

Físico: Presença de materias -Incorrectas práticas de Baixo Moderada Baixa - Testes

estranhos. higiene e fabrico. microbiológicos

para testar a

eficácia da

higienização.

Mistura de Biológico: Contaminação -Deficiente higiene do Moderada Moderada Média - Cumprir o

ingredientes e com microrganismos equipamento, bancadas programa de


-- -- ---
-- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- _L_ --
-- --
- - -- -- -- -- --

Escola Superior Agrária de Beja 29


amassadura patogénicos (Salmonella spp, e utensílios higienização
E. Coli, listeria - Cumprir o
monocytogenes) -Deficiente higiene dos MBP

manipuladores - Formação dos

manipuladores

- Exames

microbiológicos
Biológico: Contaminação -Deficiente higiene do Moderado Moderado Média -Cumprir o
com microrganismos equipamento, bancadas programa de
patogénicos (Salmonella spp, e utensílios higienização
Divisão e
E. Coli, listeria - Cumprir o
modelagem
monocytogenes) -Deficiente higiene dos MBP

manipuladores - Formação dos

manipuladores

Biológico: Não destruição de -Deficiente binómio Moderada Alta Alta -Inspecção

bactérias patogénicas (E. tempo/temperatura visual do tempo


Coli, S. Aureus) e temperatura
Cozedura
-Calibração e

manutenção do

equipamento

Escola Superior Agrária de Beja 30


Biológico: Contaminação - Deficiente higiene dos Moderado Baixo Baixo - Cumprir o

com microrganismos tabuleiros, utensílios e programa de

patogénicos (Salmonella spp, manipuladores higienização


Acondicionamento

e embalamento
E. Coli) -Más práticas de higiene - Cumprir o I
e fabrico MBP

- Fonnação dos

manipuladores

Biológico: Contaminação e - Deficiente higiene dos Baixo Moderado Baixo - Cumprir o

multiplicação de veículos de distribuição programa de

microrganismos patogénicos - Exposição prolongada higienização

Expedição (Salmonella spp, E. Coli, à temperatura ambiente - Cumprir o

clostridium perfringens) MBP

- Formação dos

manipuladores
-

Escola Superior Agrária de Beja 31


Tabela 3 - Produtos de pastelaria fresca

Fase do processo Descrição do perigo Causas Risco Severidade Significância Medidas Preventivas

Biológico: Presença de -Deficiente Moderado Alta Alta - Estabelecer

microrganismos patogénicos qualidade higio- especificações

( Clostridium spp, Salmonella sanitária das - Qualificação de

spp). matérias-primas fornecedores

Recepção e Físico - presença de corpos -Deficientes Moderado Baixa Baixa - Controlo da temperatura

armazenamento das

matérias-primas
estranhos na matéria-prima condições de fabrico

e higiene e
de transporte

- Inspecção visual durante


I
- Farinha, ovos, incorrectas recepção de matérias-

chocolate, açúcar, condições de primas

entre outros armazenamento e - Boletins analíticos das

transporte. matérias-primas

Químico- presença de -Deficientes Baixo Moderada Baixa

micotoxinas nas farinhas condições de

conservação
- - - - - - - - -- - ·
- - - -- - - -- --

Escola Superior Agrária de Beja 32


Recepção e Químico: resíduos de tinta, -Más condições de Baixa Baixa Baixa - Inspecção visual durante
armazenamento de utilização de compostos fabrico a recepção
material de impróprios para indústria - Certificados de
acondicionamento alimentar conformidade das I
I
(caixas de cartão, embalagens
embalagens em pvc)

Biológico: Presença de -Deficiência no Baixo Moderado Baixa -Controlo da potabilidade


microrganismos patogénicos tratamento da água I
Sistema de (E. CoZi), vírus e parasitas -Contaminações das -Análises microbiológicas
distribuição de água (Giardia lamblia) canalizações e físico-químicas
(rede pública)

Químico: Presença de metais Contaminações das Baixo Moderado Baixa

pesados (chumbo) canalizações

Biológico: Contaminação -Deficiente higiene Moderada Moderada Média -Formação dos operadores

com microrganismos pessoal e incorrectos - Cumprir o programa de


Pesagem e Dosagem
patogénicos (Salmonella spp, procedimentos de higienização.
E.coli) hígienização. - Cumpri o MBP

Químico: Contaminação com Incorrecta Baixa Moderada Baixa - Testes microbiológicos

resíduos químicos dos higienização. para testar a eficácia da

produtos de limpeza higienização.

Escola Superior Agrária de Beja 33


Físico: Presença de materiais -Incorrectas práticas Baixo Moderada Baixa

estranhos. de higiene e fabrico.

Biológico: Contaminação -Deficiente higiene Moderada Moderada Média - Cumprir o programa de

com microrganismos do equipamento, higienização


Mistura de
patogénicos (Salmonella spp, bancadas e utensílios - Cumprir o MBP
ingredientes e
E. Coli, listeria - Formação dos I
amassadura
monocytogenes) -Deficiente higiene manipuladores

dos manipuladores - Exames microbiológicos

Biológico: Contaminação Deficiente higiene Moderado Moderado Média -Cumprir o programa de

com microrganismos do equipamento, higienização

Divisão e patogénicos (Salmonella spp, bancadas e utensílios - Cumprir o MBP

modelagem E. Coli, listeria - Formação dos

monocytogenes) Deficiente higiene manipuladores

dos manipuladores

Biológico: Não destruição de Deficiente binómio Moderada Alta Alta -Inspecção visual do

bactérias patogénicas (E. tempo/temperatura tempo e temperatura


Cozedura
Co!i, S. Aureus) -Calibração e manutenção

do equipamento
'----- --- -'----- -- --- - -L___ -- - _c_ - - - - - -

Escola Superior Agrária de Beja 34


Biológico: Contaminação -Deficiente higiene Moderado Moderado Média - Cumprir o programa de
com microrganismos dos tabuleiros, higienização
patogénicos (Salmonella spp, utensílios e - Cumprir o MBP
Acabamento E. Coli) manipuladores - Formação dos
- Más práticas de manipuladores

higiene e fabrico

Biológico: Contaminação -Deficiente higiene Baixo Moderado Baixo - Cumprir o programa de


. .

com m1crorgarusmos dos tabuleiros, higienização

Acondicionamento e patogénicos (Salmonella spp, utensílios e - Cumprir o MBP

embalamento
E. Coli) manipuladores - Formação dos

Físico: Presença de corpos -Más práticas de manipuladores

estranhos higiene e fabrico

Biológico: Contaminação e - Deficiente higiene Baixo Moderado Baixo - Cumprir o programa de

multiplicação de dos veículos de higienização

microrganismos patogénicos distribuição - Cumprir o MBP


Expedição (Salmonella spp, E. Coli, - Exposição - Formação dos

clostridium perfringens) prolongada à manipuladores

temperatura

ambiente

Escola Superior Agrária de Beja 35


Biológico: Contaminação -Deficiente higiene Moderado Moderado Média - Cumprir o programa de
. .

com rmcrorgamsmos dos tabuleiros, higienização

patogénicos (Salmonella spp, utensílios e - Cumprir o MBP

Acabamento E. Coli) manipuladores - Formação dos

- Más práticas de manipuladores

higiene e fabrico

Biológico: Contaminação -Deficiente higiene Baixo Moderado Baixo - Cumprir o programa de


. .

com rmcrorgamsmos dos tabuleiros, higienização

patogénicos (Salmonella spp, utensílios e - Cumprir o MBP


Acondicionamento e
E. Coli) manipuladores - Formação dos
embalamento
Físico: Presença de corpos Más práticas de manipuladores

estranhos higiene e fabrico

Biológico: Contaminação e - Deficiente higiene Baixo Moderado Baixo - Cumprir o programa de

multiplicação de dos veículos de higienização

microrganismos patogénicos distribuição - Cumprir o MBP

Expedição (Salmonella spp, E. Coli, - Exposição - Formação dos

clostridium perfringens) prolongada à manipuladores

temperatura

ambiente
------

Escola Superior Agrária de Beja 36


Identificação dos Pontos Críticos de Controlo

Após a identificação dos perigos, causas, medidas preventivas e a significância o passo a seguir na elaboração do sistema HACCP foi a identificação dos
pontos críticos de controlo, recorrendo à aplicação da arvore de decisão (ver Anexo 3).

Tabela 4 - Identificação dos pontos críticos de controlo: Produtos de Panificação

Fase do processo Perigo Ql Q2 Q3 Q4 PCC


(sim/não) (sim/não) (sim/não) (sim/não) (sim/não)
Recepção e Biológico: Presença de microrganismos patogénicos (Clostridium Sim Não Sim Sim Não
armazenamento de spp, Salmonella spp).
matérias-primas
Pesagem e Biológico: Contaminação com microrganismos patogénicos Sim Não Sim Sim Não
dosagem (Salmonella spp, E.coli)

Mistura de Biológico: Contaminação com microrganismos patogénicos Sim Não Sim Sim Não
ingredientes (Salmonella spp, E. Coli, listeria monocytogenes)
Divisão e Biológico: Contaminação com microrganismos patogénicos Sim Não Sim Sim Não
modelagem da (Salmonella spp, E. Coli, listeria monocytogenes)
massa

Cozedura Biológico: Não destruição de bactérias patogénicas (E. Coli, S. Sim Sim - -
Sim
Aureus)
- -- -

Escola Superior Agrária de Beja 37


Tabela 5- Identificação dos pontos críticos de controlo: Produtos de pastelaria

Fase do processo Perigo Ql Q2 Q3 Q4 PCC

(sim/não) (sim/não) (sim/não) (sim/não) (sim/não)

Recepção e Biológico: Presença de microrganismos Sim Não Sim Sim Não

armazenamento de patogénicos (Clostridium spp, Salmonella


matérias-primas spp).
Pesagem e dosagem Biológico: Contaminação com Sim Não Sim Sim Não

microrganismos patogénicos (Salmonella


spp, E.coli)
Mistura de ingredientes Biológico: Contaminação com Sim Não Sim Sim Não

microrganismos patogénicos (Salmonella


spp, E. CoZi, listeria monocytogenes)
Divisão e modelagem da Biológico: Contaminação com Sim Não Sim Sim Não

massa microrganismos patogénicos (Salmonella


spp, E. Coli, Iisteria monocytogenes)

Cozedura Biológico: Não destruição de bactérias Sim Sim - - Sim


patogénicas (E. CoZi, S. Aureus)
---

Escola Superior Agrária de Beja 38


Tabela 6 - Identificação dos pontos críticos de controlo: Produtos de pastelaria fresca

Fase do processo Perigo Ql Q2 Q3 Q4 PCC


(sim/não) (sim/não) (sim/não) (sim/não) (sim/não)
Recepção e Biológico: Presença de microrganismos Sim Não Sim Sim Não
armazenamento de patogénicos (Clostridium spp, Salmonella spp).
matérias-primas
Pesagem e dosagem Biológico: Contaminação com microrganismos Sim Não Sim Sim Não
patogénicos (Salmonella spp, E.coli)

Mistura de ingredientes Biológico: Contaminação com microrganismos Sim Não Sim Sim Não I
I
'
patogénicos (Salmonel/a spp, E. Coli, listeria
monocytogenes)
Divisão e modelagem da Biológico: Contaminação com microrganismos Sim Não Sim Sim Não
massa patogénicos (Sa/monella spp, E. Coli, listeria
monocytogenes)

Cozedura Biológico: Não destruição de bactérias Sim Sim - - Sim


patogénicas (E. Coli, S. Aureus)
Acabamento Biológico: Contaminação com microrganismos Sim Não Sim Sim Não
patogénicos (Salmonella spp, E. Coli)
--- --- -- -- ----

Escola Superior Agrária de Beja 39


3.7 Estabelecimento de Limites Críticos e Medidas de Monitorização

Os lintites criticos correspondem aos valores máximos admissíveis do ponto de vista de

segurança do produto. São os valores que permitem determinar se um produto é seguro

ou não.

A identificação de limites criticos foi realizada mediante dados experimentais e

legislação nacional ..

O estabelecimento de limites criticos permite ao operador e responsável pela produção

determinar quais os produtos a rej eitar.

Após a identificação dos limites criticos é necessário designar medidas de controlo,

frequência de controlo, acções correctivas e atribuir responsabilidades, para que o ponto

crítico esteja sob controlo e desta forma seja possível evitar futuras adversidades.

Pela observação das tabelas anteriores verifica-se que o ponto crítico de controlo

comum aos três grupos de produtos é a cozedura .

A frequência de controlo será sempre que se processe a cozedura pois irá ser efectuado

o registo do tempo e da temperatura (Anexo 4).

O responsável pela produção verifica se o binómio tempo/temperatura está a decorrer

como o previsto, no caso de apresentar alguma falha, o produto não deverá ser retirado

do fomo sem que tenha atingido a temperatura exacta.

Escola Superior Agrária de Beja 40


Tabela 7 - Estabelecimento de Limites Críticos e Medidas de Monitorização

Etapa do processo Tipo de Perigo Medida de PCC Limite Crítico Frequência de Acção Responsável
I
Controlo Controlo correctiva

Cozedura Microbiológico Controlo do PCC - Tempo � 3 min Sempre que Se o produto Responsável
tempo e - Temperatura �85°C não atingir a
ocorra a de produção
temperatura temperatura
da cozedura cozedura adequada,
continuar a
cozedura até
se obter a
temperatura
- �------
�s�jada _
- -- -----

Escola Superior Agrária de Beja 41


3.8 Estabelecimento de Procedimentos de Verificação

As directrizes do Codex alimentarius definem verificação como "A aplicação de


métodos, procedimentos, testes e outras avaliações, além da monitorização, para

determinar o cumprimento do Sistema HACCP" .

Os procedimentos de verificação do Sistema HACCP permitem determinar se o sistema

está de acordo com o plano HACCP definido. Se o plano originalmente desenvolvido é

apropriado para os presentes produtos/processos e se é efectivo no controlo dos perigos.

A verificação dos pré-requisitos e do Sistema HACCP deve ser efectuada

periodicamente, com o objectivo de determinar se o sistema implementado e os registos

estão devidamente implementados e se são cumpridos os procedimentos definidos.

Segundo a legislação em vigor, Regulamento (CE) n.0 852/2004 do Parlamento e do

Conselho de 2929/04/2004 a empresa irá efectuar as seguintes actividades de

verificação do sistema HACCP:

Auditorias bimestrais para verificar se o sistema está implementado;

Revisão da documentação e validação de todos os elementos do plano

Análises microbiológicas ao produto final, zaragatoas de superficie e

manipulador e água de abastecimento.

3.8.1 Validação do plano

A validação do Sistema HACCP deve incluir:

• A revisão da análise de perigos;

• Determinação dos PCC 's;

• Justificação para os limites críticos, baseada em ciência e exigências

regulamentares;

• Avaliação das actividades de monitorização, acções correctivas, procedimentos

de manutenção de registo e actividades de verificação, ou seja, como os perigos

controlados são identificados

Escola Superior Agrária de Beja 42


• Revisão dos relatórios de auditoria do HACCP ;
• Revisão de mudanças do Plano HACCP e os motivos;
• Revisão de relatórios de validação anteriores;
• Avaliação da efi ciência de acções correctivas;
• Revisão de informação sobre reclamações de consumidor

3.8.2 Auditoria ao Sistema HACCP

A auditoria ao sistema HACCP tem por objectivo compar ar as práticas reais e os


procedimentos do sistema HACCP com aqueles descritos no plano.
Estas auditorias são geralmente efectuadas por uma entidade exterior, que não estão
envolvidas na implementação do sistema HACCP.

3.8.3 Calibração dos Equipamentos

A calibração dos equipamentos que supervisionam um ponto critico de controlo é muito


importante, uma v ez que, se o equipamento não estiver calibrado os resultados da
mon itorização não serão precisos nem fiáveis.
A calibração dos equipamentos deve estar documentada e os registos devem estar
disponíveis para revisão durante a v erificação.

3.8.4 Amostragem e Análise

O plano de amostragem e análise consiste na recolha periódica de amostras do produto e


sua análise para assegurar que os limites críticos sejam adequados para a inocuidade do
produto. As análises desempenham um papel muito importante uma vez que estes
resultados podem confirmar se o sistema implementado se demonstra eficaz.

Escola Superior Agrária de Beja 43


3.8.4.1 Plano de análises Nova Freixo (Periodicidade anual)

Tabela 8 - Plano de análises

Produtos finais Zaragatoas a Zaragatoas a Zaragatoas a Agua

manipuladores equipamentos utensílios

2 2 2 2 4

As amostras para análise são recolhidas, segundo plano exposto na Tabela 8 e no

exposto no Anexo 4 , por elementos técnicos do laboratório, ou pelos consultores da

empresa de consultaria externa e são mantidas, até ao momento da análise, a cerca de

4°C por um periodo não superior a 24 horas.

Após a saída dos resultados, o consultor externo da empresa de consultaria efectua a

correspondente interpretação dos resultados obtidos, e a comunicação aos responsáveis

da gerência da empresa das não conformidades para que se possa proceder à


implementação e tomada de medidas correctivas eficazes.

A frequência dos procedimentos de verificação deverá ser suficiente para confirmar que

o Sistema HACCP implementado está a funcionar correctamente. A verificação irá ser

realizada pela responsável da quàlidade a qual será capaz de detectar as deficiências do


sistema implementado e melhorar as suas incorrecções.

Escola Superior Agrária de Beja 44


4. CONCLUSÃO

O trabalho realizado em colaboração entre a empresa Nova Freixo e a empresa de

consultaria Biopção foi realizado com sucesso, tendo resultado num trabalho

documental adequado à empresa alimentar em questão e na efectiva implementação do


sistema HACCP. Este sistema em conjunto com o programa de pré-requisitos, já

previamente implementado, e ainda com a introdução de correcções para suprimir

eventuais deficiências entretanto detectadas, contribuirá com toda a certeza para o

reforço da segurança alimentar desta empresa.

A empresa Nova Freixo dispõe agora das ferramentas necessárias para apresentar aos

seus clientes alimentos produzidos de forma segura.

No entanto, a implementação do sistema HACCP foi um processo que levantou

diversas dúvidas, objecções e contrariedades por parte dos colaboradores intervenientes,

uma vez que foi notória a ausência de sensibilidade das pessoas para a necessidade deste

sistema preventivo. Foi possível verificar que os colaboradores viam o HACCP não

como um sistema preventivo e de ajuda mas sim como meramente um requisito legal.

Apesar de toda a formação que já lhes tinha sido ministrada e da política de segurança

alimentar adoptada pela administração da empresa, continuavam a questionar se todos

os registos, toda a documentação seriam mesmo necessários e se ajudariam de alguma

forma a indústria a vender mais.

Verificou-se haver ainda alguns responsáveis de produção que preenchiam os registos

de uma forma aleatória e obrigatória introduzindo apenas os valores que a priori sabiam

que estavam correctos. A maior <;tificuldade encontrada, e não totalmente superada, foi

contrariar e modificar hábitos, porque alguns colaboradores não entenderam o sistema

HACCP, qual o seu objectivo, o porquê da sua implementação. Se antigamente não

eram necessários todos estes registos e controlos o s colaboradores interrogam-se sobre

o que mudou para que agora seja necessário um controlo tão rigoroso. Actuavam de

forma obrigada e não porque estavam de acordo com o pré-estabelecido.

Escola Superior Agrária de Beja 45


Para uma melhor interacção de todos os colaboradores sena necessário ministrar

formações com métodos activos, que levassem a que os colaboradores interiorizassem a

componente prática e útil do sistema HACCP. Outro método a aplicar seria uma

valorização monetária, um incentivo para que os colaboradores entendessem o sistema

HACCP corno parte integrante do seu dia-a-dia de trabalho.

Escola Superior Agrária de Beja 46


5. BffiLIOGRAFIA

ACIP- Associação do comércio e da indústria de panificação, pastelaria e similares.

(2004). Código de boas práticas de higiene e fabrico - Sector de panificação e


pastelaria. Vila Nova de Gaia.

Codex Alimentarius-Código de práticas internacionais recomendadas princípios gerais


de higiene alimentar. Acedido em 1 3 de Agosto de 2007, em:

http://www . insarj.pt/site/resources/docs/CSAN/exp 001e1 pt.pdtl

Novais, M.R.(2006). Noções gerais de higiene e segurança alimentar-Boas práticas e


pré-requisitos HACCP,ano I N°l : 1 0-1 1

Regulamento (CE) n.0 852/2004 do Parlamento europeu e do conselho de 29 de abril de

2004 relativo à higiene dos géneros alimentícios. Jornal Oficial da União Europeia L
1 3 9 de 30 de Abril de 2004.

Escola Superior Agrária de Beja 47


ANEXO 1

Fichas técnicas
FICHAS TÉCNICAS

Produto Queques de cenoura

Composição 43�22% Muffin


28�8 1 % Cenoura
7,20% Óleo
1 7,29% Água
Conservante
Peso líquido

Prazo de validade 3 meses

Código de barras 560491 70000556

Embalagem

Embalagem Comercial Agrupamento de 1 5 embalagens individuais numa


caixa de cartão.
Armazenagem Produto armazenado em cestos no armazém do
produto final.
F··
�·. . .
i

Distribuição
Produto Bolo de Neve

Composição 34,24% Ovos


1 3 , 70%Açúcar
27,40% Farinha
1 7, 1 2% Biscamix
0,68% Fermento em pó
6,86% Açúcar em pó

Peso líquido 250 gr

Prazo de validade 1 ano

Código de barras 56049 1 7000034 1

Embalagem

Embalagem Comercial

Armazenagem

Distribuição
.

ANEX0 2

Ordem de produção
.
. ,_
P.eceltaf Ptodu,ão

a � ,_ - -------------

rodução produto - manutenção

tJIII!iz.., /Cliente ::1 f200s I jProv�ória i]

lta 13-03·2007

i] !Bolo Neve
�o
129
t&âo 101 Tttq,eratura j 220 Minutos I 8

llntidade
I 2
fõT""
lserYaçiiel

1identllf Ingrediente Des�gnação Lote


• 115 Ovo:ke-:co:
63
i4 i Açucar granulado 8.00 Kg
1
..
·

'(8 �càmi
. . - ······ .
·

� 1o.oo1K9
' •- • ' • - • • ·• -.w, ••· - ' ''

95 ! Farinha Tipo 65 12.00. Kg


-!-.
j Fermento Impulsor
···- ·-�- .• .•.. . . •. -·. -- .

99 0.4� Kg
.
'
. .... _ .. . ... ··-

...:J I � l ��1••1 cte 33a


.

t
de produção
ANEX0 3

Arvore de decisão
0 1 . E :x t5tem m ed idas p reverl'twas
• · ·· - · ·
para o per.go .�e ntrt1cado?
. ··-- --- ----·---
···--·-.
.,.
Modjfic.1.r � eta pa .
S M ...J A O
: F> rc � &!S S O ou pr o d u t o ;
· ·- . . ..... ... .•.. - . .4 ·- . I
T
O c o n � ro t o nest.a et.apa e
• SI M
r. ec e � � �u 1 0. p .1 r� g_.:u-.J ntl r a :-- egur.il n ç <r'""

· • N3c e L. LI PCC ··· ·• � 1 � t=


. !_
02 . E s ta eta.pa ro• c o n c �blda especlftc am ente
p a ra eli m inar a p o s sivel o eorroenc i a d o .
... S l t·i
·-
1
�- . ...
� � rjgo o u redu.: i-lo a u m niv� 4l C("ftávE"J?

NÃO

.i
03 . A cont a m i nação do p @rigo id êntit•cado
p oderá o c o rre'!'" a c im .i! de nive1s a.ce.eã.vels ou
podera aum entar até níVeis inaceitáveis?

. ..

SlM NÃO ---- Não e um PCC -- STOP

'T

Q4. um :l et3..p ;;: pcst'ê-l'to r Qlim j"1a:t"3


o pertgo ld& ntitic ado ou rêduz•ri a possiv.et
o c ori"Qnc •a a um � iv êl acett3vel"?' I
--------..- ----�
i _ _

PONTO Cio\ .TICO


SIM NÃO
DEi COI\�ROLO
- · - -- ---

Nao e um PCC .. STOP
ANEX0 4

Controlo de
tempo/temperatura
.FREIXO

r - Controlo de tempo e temperatura


Fabrico pão

Mês: ______ _ Página_/_

Dia Designação produto Lote Hora Hora Temperatura


Inicio término forno

Doe. 20/0
ANEXO S

Plano de colheitas para


análise
-FREIXO

r �
Plano anual de colheitas para análise Ano

2007

I Previ�o I I Realizado ['"_ '-77- . ..j

Controlo a: Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Manipuladores --

Equipamentos
I
I
Utensillos -- --

I;
Alimentos -- �-

-- -- -
Água
-- -'----- - -- -- - I

Resultados Março Junho Setembro Dezembro

Manipuladores

Equipamentos

Utensílios

Alimentos

Agua -- -

Doe 009/0

Você também pode gostar