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Prática e Imersão em Injetáveis

Allan Martins Ferreira


Conexão Saúde

100 horas - 12.ed. Patos-PB


1 Prática e Imersão em Injetáveis - Prof. Me. Allan Martins

FERREIRA, Allan Martins. Prática e Imersão em


Injetáveis. E-book II. Conexão Saúde. MB Cursos e
Treinamentos LTDA. 12.ed. 100 horas/aulas. Patos –
Paraíba, 2023. 11.fls.

“Faça sempre o que é certo, não o que é fácil”

(Autor desconhecido)

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Módulo IV – VIA SUBCUTÂNEA


Como administrar?
Administração de medicação no tecido subcutâneo (tela subcutânea, gordura).
Essa via tolera substâncias aquosas, cristalinas e suspensões. Porém, deve ser de fácil absorção e não
permite substâncias irritantes.

Objetivos?
Essa via tem como objetivo a absorção lenta e contínua da medicação como antiglicemiante (insulina) e
anticoagulantes (heparina, clexane) e vacinas (antissarampo, rubéola e tríplice/tetra viral).

E a dosagem?
A grande expansibilidade da tela subcutânea permite quantidades variadas de soluções.
Geralmente é introduzida de 0,1 até 2,0 mL.
As agulhas devem ser curtas e finas, na indisponibilidade outra pode ser utilizada, porém a camada
muscular não pode ser atingida.

Algum local mais específico?


O ângulo depende da quantidade de tecido subcutâneo e tamanho da agulha.
Se usar agulha curta, o ângulo será de 90º, com agulha maior, ângulo de 30º para clientes magros, 45º para
clientes normais e 60º para clientes obesos.
Deve ser livre de nervos e proeminências ósseas.
Pode-se utilizar toda tela subcutânea, porém de acordo com a inserção local, a acessibilidade e a capacidade
e distensão local do tecido, alguns locais são mais indicados.
-Face externa anterior e posterior do braço; -Face anterior lateral da coxa;
-Parede abdominal; -Região escapular e infraescapular;
-Região glútea.

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LOCAIS PARA ADMINISTRAÇÃO

COMPLICAÇÕES DA VIA SUBCUTÂNEA

As principais complicações na administração de medicamentos por via subcutâneas são:


-Hematoma, dor, lesão ou compressão de nervos;
-Reações inflamatórias locais, infecções ou abscessos, embolias;
-Úlcera ou necrose de tecidos, fenômeno de Arthus (formação de nódulos);
-Fibrose, lipodistrofia (distúrbio do tecido adiposo, a gordura desaparece em algumas regiões); e
-Lipohipertrofia.

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HIPODERMÓCLISE

Introdução de líquidos no tecido subcutâneo principalmente em clientes de cuidados paliativos e idosos


com rede vascular de difícil acesso. É recomendado no ambiente hospitalar ou em domicílio.

Quais as indicações e contra indicações?


Indicado na hidratação e infusão de líquidos e alguns medicamentos e soluções isotônicas.
É contra indicado em clientes com edema, anasarca, distúrbio de coagulação e risco de congestão
pulmonar. As regiões de punção utilizadas são anterior do tórax, escapular, abdominal e face anterolateral da coxa,
em ângulo de 30 a 45º.

E o volume a ser infundido?


O volume recomendado é de 2000 mL em 24 horas ou 1000 mL por região. A diluição de medicamentos
deve ocorrer em partes iguais (1:1). Alguns medicamentos são proibidos na hipodermóclise como, por exemplo,
diazepam, diclofenaco, eletrólitos não diluídos e fenitoína.

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Módulo V – VIA INTRAMUSCULAR


Como posso escolher o melhor local?
Administração de solução aquosa, oleosa ou suspensão medicamentosa no músculo. De rápida absorção
devido grande número de vasos, porém mais lenta que a via endovenosa.
Alguns fatores influenciam a escolha do local:
-Condições da pele e desenvolvimento muscular;
-Fácil acessibilidade;
-Idade do paciente;
-Não proximidade de nervos e vasos;
-Espessura do tecido adiposo (gordo ou magro);
-Volume do medicamento, tipo e irritabilidade da droga.

E a dosagem?
O volume varia de 2 a 5 mL. As soluções devem ser sempre isotônicas (composição de eletrólitos
semelhante a do sangue), sob pena de necrose grave do tecido muscular.

Algum local específico?


É importante observar o rodízio dos locais de aplicação. O acúmulo de medicamentos no mesmo músculo
dificulta e retarda a absorção. As soluções irritantes deverão sempre ser aplicadas profundamente no músculo e
em locais com grande massa.

LOCAIS PARA APLICAÇÃO

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VENTRO-GLÚTEA (VG) OU HOCHSTETER

O músculo glúteo médio é o mais indicado em qualquer idade, é considerado um local seguro para
administração (bem desenvolvido em adultos e crianças).
Alguns fatores influenciam a escolha do local:
Apresenta na região uma pequena quantidade de gordura significando uma melhor absorção da medicação
e não possuir nervos ou vasos importantes, provocando menos dor na aplicação.

O volume máximo a ser injetado é de 5 mL.

O cliente pode estar sentado, em decúbito dorsal ou ventral, entretanto, preferencialmente em decúbito
lateral direito ou esquerdo com a perna superior flexionada. A angulação da agulha deve ser de 90º, ligeiramente
inclinada para a crista ilíaca.

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FACE ÂNTERO-LATERAL DA COXA (FALC)

O Músculo Vasto Lateral localizado na região da face ântero-lateral da coxa (FALC), apresenta grande massa,
é de fácil acesso, além de uma área extensa de aplicação. Indicado para lactentes, crianças de até 10 anos, adultos
e adolescentes.
É contra indicado para crianças menores de 28 dias, devido a casos de contratura do quadríceps femoral. A
área apresenta pequenos nervos superficiais causando dor.

A dose recomendada está entre 2-4 mL.


A angulação deve ser (45º) em direção podálica.

A posição do cliente deve ser de preferência decúbito dorsal com os joelhos levemente flexionados ou
sentado, com flexão da perna, expondo a área do joelho à raiz da coxa.

DORSO GLÚTEA (DG)

Os músculos do glúteo são utilizados nos movimentos dos MMII. Essas atividades estimulam a circulação e
consequentemente, a absorção. Possui grande espessura de tecido subcutâneo podendo variar de 1 a 9 cm.
É de grande vascularização e inserção do nervo ciático, mas também do nervo glúteo superior e inferior,
caudal, cranial, femoral e outros, podendo ocorrer acidentes na aplicação.
Indicada para crianças a partir de 2 anos, adolescentes e adultos e contra indicada para menores de 1 ano,
maiores de 60 anos e pessoas magras.

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A área deve estar exposta, a posição do cliente deve ser decúbito ventral, com os braços ao longo do corpo
e para melhor relaxamento muscular os pés devem estar virados para dentro.

O ângulo da agulha em relação à pele é de 90º, a agulha deve ser longa, para ultrapassar a tela subcutânea e o
volume máximo é de 5 mL.

DELTÓIDEA (D)

O Músculo Deltóide localizado na região deltoidea é de fácil acesso, porém é um músculo pequeno e possui
maior quantidade de ossos, nervos e artérias. Devem ser evitadas substâncias irritantes e injeções consecutivas.

O ângulo é de 90º em relação à pele. Não deve ser injetado mais que 2 mL.

O cliente deve estar sentado ou deitado com o antebraço flexionado e o cotovelo apoiado, para
relaxamento do músculo, expondo o braço e ombro.
É o local menos indicado, porém, deve-se restringir o uso para jovens com massa muscular bem
desenvolvida. Contra indicada para menores de 10 anos.

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TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO DA IM EM “Z”

O método de aplicação em “Z” é utilizado para administração de medicamentos que irritem muito a via
intramuscular.
Para esse procedimento deslocamos o tecido lateralmente, antes, durante e após a introdução da droga,
mantendo a retração por 10 segundos.Esse procedimento evita que a medicação escoe para o tecido subcutâneo,
o que permite a dispersão da medicação no interior do músculo.

COMPLICAÇÕES DA VIA IM

As principais complicações na administração de medicamentos por via intramuscular são:


-Lesões de nervos e vasos (hematomas e atrofias);
-Processo inflamatório (injeções repetidas, trauma);
-Nódulos e ulceração de pele;
-Processo infeccioso (abscesso);
-Dores tardias e periostite.

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