28/07/2023 Agentes químicos: aerodispersoides, gases, névoas, vapores, neblinas, poeiras e fumos

Agentes químicos: aerodispersoides,

gases, névoas, vapores, neblinas,
poeiras e fumos
Em função da crescente quantidade de novos processos
desenvolvidos e do grande número de substâncias utilizadas no meio
industrial, uma variedade significativa de novos agentes químicos que
demostram potencial em causar danos aos trabalhadores vem sendo
estudada.

Segundo o Chemical Abstracts Service (CAS), aproximadamente 70

milhões de compostos receberam um número CAS (número que identifica o
produto). Muitos produtos são adicionados diariamente, e, atualmente, há
cerca de 60 mil produtos químicos de uso industrial. Destes, apenas alguns
têm efeitos ao organismo humano catalogados e estudados, bem como
limites de tolerância. A NR-15 apresenta pouco mais de 150 limites de
tolerância. A American Conference of Governmental Industrial Hygienists
(ACGIH), citada na NR-9, apresenta outros 600. Mesmo assim, ainda
existem agentes químicos utilizados nas indústrias e talvez em residências
dos quais ainda não se sabem os efeitos à saúde e o limite de tolerância.

Os agentes químicos são classificados de acordo com a sua estrutura

física (sólido, líquido e gasoso), ou seja, por estado físico, como os
aerodispersoides (particulados na forma sólida ou líquida), os gases e os
vapores, ou de acordo com a natureza da atividade de exposição (agentes
que podem ter contato ou ser absorvidos pelo organismo pela ingestão ou

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pela pele). Cada agente também pode ser dividido conforme o efeito
causador de dano ao organismo humano. Os agentes químicos são
capazes de produzir desde uma sensação de desconforto, incômodo até
mesmo câncer.

As concentrações dos agentes químicos são expressas em termos

volumétricos e massa por meio de:

ppm (partes por milhão): unidade empregada comumente para

representar a concentração de gases e vapores. Quando a
concentração de um agente químico for de 1 ppm, significa que
existe uma parte, em volume, desse agente que está junto a 1
milhão de partes de ar, em volume.

mg/m3 (miligrama por metro cúbico): unidade normalmente

empregada para representar a quantidade de aerodispersoides.
Quando a concentração de um agente químico qualquer for de
1 mg/m³, significa que existe 1 mg desse produto em um 1 m3
de ar.

% em volume: usada para representar a quantidade de gás ou

vapor na forma de volume que está acompanhando o ar
contaminado (% em volume não é uma unidade).

O conhecimento dos agentes químicos para o Técnico de Segurança

do Trabalho é de extrema relevância, pois são os agentes mais comuns e
mais prejudiciais em várias indústrias. Conhecendo-os, podemos agir
preventivamente sobre eles e para que possíveis doenças ocupacionais
sejam evitadas.

Os agentes químicos dividem-se em:

Clique ou toque nos títulos para expandir o conteúdo.

Aerodispersoides

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São partículas sólidas ou líquidas de tamanho muito

pequeno (abaixo de 100mícrons) dispersas no ar. São exemplos:
poeiras, fumos, névoas e neblinas.

Os aerodispersoides ficam suspensos no ar e dependem,

para isso, do seu peso específico (quanto maior o peso
específico, menor será o tempo de permanência), da velocidade
de movimentação do ar e do seu tamanho. Assim, quanto maior
for o tempo que os aerodispersoides permanecem no ar, maior,
também, será a chance de eles serem inalados e de intoxicarem
os trabalhadores expostos.

Os particulados são classificados pelo seu tamanho,

conforme o quadro a seguir:

Classificação dos particulados quanto ao tamanho

Tamanho
Tipo de
aproximado Observação
particulado
(μm)

Entra através do nariz e da

Inalável 0 a 100
boca.

Torácico 0 a 25 Penetra através da laringe.

Penetra nos bronquíolos,

Respirável 0 a 10 atingindo a região de
trocas gasosas.

Partícula visíveis ao olho

Visível Ø > 50
humano.

SANTOS, 2001.

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As partículas mais perigosas são as menores de 10

mícrons (fração respirável), as quais são visíveis somente
através de microscópio. Já as partículas maiores, em geral,
ficam junto das mucosas da parte superior do aparelho
respiratório.

Poeiras

São partículas sólidas resultantes da ruptura mecânica de

partículas maiores. As poeiras são classificadas em:

poeiras minerais: sílica, asbesto, carvão mineral.

poeiras vegetais: algodão, bagaço de cana-de-

açúcar.

poeiras alcalinas: calcário.

Fumos

São partículas sólidas originadas de um processo que

envolve vaporização de um material (metal ou plástico, por
exemplo) próximo a uma fonte térmica. À medida que o vapor se
afasta da fonte térmica, ele retorna à fase sólida, seja pela
solidificação da substância, seja pela solidificação por formação
de óxidos ou outros compostos quando em contato com oxigênio
do ar.

Névoas

São partículas líquidas geradas pela ruptura mecânica de

líquidos (por exemplo, o processo de pintura à pistola, que
resulta em uma névoa).

Neblinas

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São partículas líquidas formadas pela condensação de

vapores de substâncias que são líquidas em Condições Normais
de Temperatura e Pressão (CNTP). Como exemplo, podemos
citar orvalho, neblinas ácidas e alcalinas.

Fibras

São partículas sólidas produzidas por rompimento

mecânico com característica física de um formato alongado. O
melhor exemplo é o amianto.

Gases

Não têm volumes e formas próprios e tendem a se estender

sem limites.

Vapores

São as emanações produzidas pela evaporação de um

líquido ou um sólido à temperatura ambiente ou pelo aporte de
calor. Os vapores de álcool, gasolina e solventes são os
exemplos mais comuns.

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Deixar alimentos expostos ou se alimentar no local de trabalho, fumar

com as mãos sujas com óleo ou graxa ou que estiveram em contato com
produtos químicos são formas de contaminação.

Tal como foi mencionado nos fatores de riscos físicos, os fatores de

riscos químicos podem atingir também pessoas que não estejam em contato
direto com a fonte do agente de risco e, em geral, provocar doenças.

Resumindo

Nesta aula, você conheceu

algumas atividades que podem

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colocar em risco a saúde do

trabalhador, uma vez em que
podemos identificar no ambiente
de trabalho um agente químico
ou até a combinação de vários
deles.
Os agentes químicos estudados
nesse capítulo foram:
aerodispersoides (névoas,
neblinas, poeiras e fumos) e
gases e vapores.
Para aprofundar os estudos nos
agentes físicos, acesse o site da
Escola Nacional da Inspeção do
Trabalho (ENIT) para encontrar a
NR-15 na íntegra.

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