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SÃO LUÍS / MA
2022
MARVIN BARROS DE MIRANDA SALES
____________________________________
ASSINATURA DO(A) ORIENTADOR(A)
SÃO LUÍS / MA
2022
Sales, Marvin Barros de Miranda.
Análise experimental e simulação numérica por elementos finitos de
ensaios mecânicos em material compósito polimérico reforçado com fibras
de vidro / Marvin Barros de Miranda Sales. – São Luís, 2022.
107 f
CDU: 620.16
______________________________________
Prof. Dr. Flávio Nunes Pereira
UEMA – Universidade Estadual do Maranhão
______________________________________
Prof. Dr. Adilto Pereira Andrade Cunha
UEMA – Universidade Estadual do Maranhão
______________________________________
Prof.ª Dra. Claudia Rosa do Espirito Santo Nobrega
UEMA – Universidade Estadual do Maranhão
A ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida
acadêmica do aluno.
O método dos elementos finitos tem sido ferramenta de auxílio fundamental para análise e
comportamento dos materiais, este método pode substituir os ensaios mecânicos e gerar as
propriedades do material a curto prazo, os ensaios são de grande importância e são realizados
de acordo com normas preestabelecidas para obter informações, os testes de tração e flexão em
especial retornam informações suficientes para caracterização de um material, os compósitos
poliméricos reforçados com fibras por sua vez, possuem uma série de combinações no qual
implica em uma adversidade para adquirir suas propriedades reais, logo torna-se viável a
utilização e desenvolvimento deste método como aliado para suprir tal adverso. A combinação
de maior custo benefício é constituída de fibras de Vidro-E e resina polimérica a base de
poliéster, o seu baixo custo promove esta combinação como o compósito de maior área de
aplicação, sendo assim interessante adotar o mesmo como objeto de análise desse estudo,
avaliando a forma que é configurada as fibras de reforço durante o processamento do compósito
e sua influência na variação das propriedades finais. O presente estudo selecionou dois tipos de
reforço para serem representados por um modelo computacional capaz de reproduzir soluções
aproximadas do real, um constituído por um arranjo formado por fibras contínuas alinhas
denominada FCA e outro por fibras descontínuas aleatórias classificada como FDA, o estudo
visa também avaliar e comparar o comportamento mecânico quando o componente é
envelhecido naturalmente as suas possíveis perdas mecânicas. Os arranjos foram submetidos
aos ensaios mecânicos de tração e flexão, e em seguida os resultados obtidos foram inseridos e
utilizados no início da simulação, a modelagem visa criar dois modelos: Tecido de Vidro-E
66% + Poliéster (FCA) e Manta de Vidro-E 33% + Poliéster (FDA), estes capazes de reproduzir
o comportamento de forma mais aproximada dos resultados obtidos nos testes, quando
comparados é possível realizar o cálculo do erro médio e através dele discutir sua viabilidade.
Palavras chaves: Compósito, Fibras de Vidro, Elementos Finitos, Ensaio de Tração, Ensaio de
Flexão.
ABSTRACT
The finite element method has been a fundamental aid tool for the analysis and behavior of
materials, this method can replace mechanical tests and generate material properties in the short
term, the tests are of great importance and are performed according to pre-established standards
for To obtain information, the tensile and bending tests in particular return enough information
to characterize a material, fiber reinforced polymeric composites in turn have a series of
combinations which imply an adversity to acquire their real properties, so it becomes viable the
use and development of this method as an ally to overcome this adverse effect. The most cost-
effective combination consists of E-glass fibers and polyester-based polymeric resin, its low
cost promotes this combination as the composite with the largest application area, so it is
interesting to adopt it as the object of analysis of this study, evaluating the way the
reinforcement fibers are configured during the composite processing and its influence on the
variation of the final properties. The present study selected two types of reinforcement to be
represented by a computational model capable of reproducing approximate solutions of the real,
one constituted by an arrangement formed by continuous aligned fibers called CAF and another
by random discontinuous fibers classified as RDF, the study also aims to evaluate and compare
the mechanical behavior when the component is naturally aged to its possible mechanical
losses. The arrangements were submitted to mechanical tensile and flexure tests, and then the
results obtained were inserted and used at the beginning of the simulation, the modeling aims
to create two models: Glass Fabric-E 66% + Polyester (CAF) and Glass Blanket-E 33% +
Polyester (RDF), these capable of reproducing the behavior more closely of the results obtained
in the tests, when compared it is possible to calculate the average error and through it discuss
its feasibility.
Key words: Composites, Fiberglass, Finite Elements, Tensile Test, Flexure Test.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1D 1 Dimensão
2D 2 Dimensões
3D 3 Dimensões
a.C. Antes de Cristo
AR Alcaline Resistant
ASTM American Society for Testing and Materials
CMC Compósito de Matriz Cerâmica
CMM Compósito de Matriz Metálica
CMP Compósito de Matriz Polimérica
CP Corpo de Prova
E-CR Vidro E – Corrosion Resistant
FCA Fibras Contínuas Alinhadas
FCAE Fibras Contínuas Alinhadas Envelhecida
FDA Fibras Descontínuas Aleatórias
FDAE Fibras Descontínuas Aleatórias Envelhecida
GDL Graus de Liberdade
MEF Método dos Elementos Finitos
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
simuFCA Simulação de Fibras Contínuas Alinhadas
simuFDA Simulação de Fibras Descontínuas Aleatórias
LISTA DE SÍMBOLOS
𝐴𝑆 Área da secção
𝐸𝐹 Módulo de elasticidade a flexão
𝐸𝑓 Módulo de elasticidade das fibras
𝐸𝑚 Módulo de elasticidade da matriz
𝑀𝐴 Média aritmética
𝑈𝑟𝑓 Módulo de resiliência
𝑈𝑡𝑓 Módulo de tenacidade
𝑙0 Comprimento inicial
𝑙𝑓 Comprimento final
𝑥𝑖 Valor na posição 𝑖
𝜀𝑓 Deformação a flexão
𝜎𝑐𝑙∗ Tensão de ruptura do compósito
𝜎𝑓 Tensão de flexão
𝜎𝑓∗ Tensão de ruptura da fibra
∗
𝜎𝑚 Tensão de ruptura da matriz
𝜖𝑓∗ Deformação de ruptura da fibra
𝜖𝑙𝑚 Deformação no limite de escoamento do compósito
∗
𝜖𝑚 Deformação de ruptura da matriz
A Ponto de apoio a flexão A
A’ Ponto de apoio a flexão A’
b Largura da secção
B Largura total
C Comprimento total
D Densidade
d Espessura
DP Desvio Padrão
E Módulo de elasticidade
F Força aplicada
G Módulo de cisalhamento
K Módulo de massa
L Largura entre os pontos de apoio A e A’
m Massa
P Carga
pH Índice de acidez
R Velocidade de ensaio
V Volume total
Y Eixo em y
Z Taxa de estiramento
𝑖 Termo
𝑛 Número de termos
𝑣 Arco máximo da deflexão
𝜀 Deformação
𝜇𝑚 Mícrons
𝜌 Coeficiente de Poisson
𝜎 Tensão
X Eixo em x
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 19
2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 21
3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 22
7 CONCLUSÃO.................................................................................................................. 102
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
2.2 Específicos
3 JUSTIFICATIVA
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 Compósitos
Figura 4.1 – Comparativo de propriedades entre o aço, alumínio e compósitos (Adaptado de Chawla,
2013).
compósito torna-se um material ideal para o setor aeronáutico e aeroespacial que visam elevar
a resistência de seus componentes e reduzir o peso ao mesmo tempo.
Há uma vasta área de aplicação para os materiais compósitos, no setor automobilístico
a substituição de componentes metálicos visava uma redução de custo considerável, já o campo
espacial tinha como foco a redução de peso dos componentes com elevação de outras
propriedades com compósitos tecnológicos de alto custo (MOURA et al., 2005).
O uso dos compósitos poliméricos proporciona consideráveis propriedades mecânicas
ao componente dimensionado. Na estrutura de aeronaves, por exemplo, resulta em uma redução
de peso em até 30 % com redução de até 25 % dos custos finais dos componentes projetados.
(REZENDE et al., 2011).
A Figura 4.2 representa a quantidade numerosa de componentes compósitos presentes
em diversos setores de uma aeronave, é possível visualizar a presença destes elementos em
praticamente toda estrutura.
A crescente demanda por alguns desses materiais, juntamente com novas técnicas de
fabricação, tem apresentado uma tendência de redução de custos, tornando-os alternativas
atrativas para uso comercial como material mais difundido. É mais fácil produzir peças com
25
formas complexas e dimensionar estruturas complexas com menos peças principais, mesmo em
grandes estruturas de aeronaves (LIBRANTZ et al, 2006).
Os compósitos por sua vez, são constituídos por sua fase contínua denominada matriz,
que envolve a fase dispersa, denominada reforço ou fase fibra. A Figura 4.3 demonstra os quatro
grupos principais dos compósitos que são classificados de acordo com sua geometria da fase
dispersa.
A fibra resulta em uma diminuição considerável de uma possível ruptura por um defeito
superficial como as trincas, quando comparadas a forma sólida deste material (CALLISTER,
2016). Temos como exemplo o vidro no qual sua amostra em forma sólida possui tensões de
ruptura de 170 MPa, enquanto em formas de fibras com diâmetros de 20 µm alcançam até 3500
MPa (MOURA et al., 2005).
As vantagens obtidas pelos compósitos reforçados com fibras vão além da alta
resistência específica, rigidez e redução de peso como já descritos, a economia de tempo reduz
o período do processo de montagem e proporciona simples condições de manutenção, ideal para
aplicações de alto custo ou difícil acesso, com versatilidade na fabricação (BAI, 2013).
A Tabela 4.1 demonstra algumas características fundamentais no dimensionamento de
materiais e sua comparação entre tipos de fibras a materiais frequentemente aplicados como
aço e alumínio, destacando vantagens para as fibras em diversos parâmetros, ressaltando que
as informações fornecidas não são dos compósitos, mas das fibras.
A fase fibra pode-se caracterizar em três formas: whisker, arames e fibras. O whisker
apresenta maior resistência por serem monocristais livre de defeitos e por possuir elevado nível
de pureza em sua estrutura, não utilizados devido ao alto custo. Os arames possuem o maior
27
Figura 4.4 – Resistência de fibras de carbono em relação ao diâmetro (Adaptado de Kaw, 2006)
Figura 4.5 – Características das fibras que influenciam na propriedade dos compósitos (Adaptado de
Callister, 2016)
28
Figura 4.6 – Arranjo de fibras quanto a distribuição e orientação (Adaptado de Askeland, 2009)
Tabela 4.2 – Limites de resistência a tração sentido longitudinal e transversal a compósitos reforçados
com fibras (Callister, 2016)
Figura 4.7 – Comportamento de Compósito em gráfico tensão x deformação com reforços no sentido
longitudinal e transversal respectivamente (Adaptado de Besednjak, 2009).
O reforço é quase inexistente quando a força atua na direção transversal ao sentido das
fibras e ocorre rupturas em tensões de trações mínimas (CALLISTER, 2016). As fibras podem
ser orientadas em outras direções e resultar resistência e rigidez nessas mesmas direções, mas
as propriedades não se igualarão quando comparadas aos compósitos unidirecionais
considerando o mesmo volume de fibras do material (KAW, 2006).
Entretanto, torna-se viável a utilização de um arranjo unidirecional em aplicações que
não exigem resistência para todas direções, obtendo-se resistência máxima apenas no sentido
da força. As fibras quando orientadas no mesmo sentido da força (0º) oferecem resistência e
rigidez máxima, reduzidas de acordo com o ângulo e são mínimas quando orientadas
perpendiculares a força (90º) como demonstra a Figura 4.8.
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Figura 4.8 – Resistência de acordo com os ângulos das fibras em material compósito vidro/epóxi
(Adaptado de Askeland, 2009).
O uso das fibras naturais ocasionou a criação dos primeiros compósitos, mas foi somente
com o surgimento das fibras sintéticas que movimentou a indústria dos matérias compósitos
devido ao alto desempenho dos componentes fabricados. Atualmente o campo das fibras
naturais é atrativo devido ao fator ambiental e por possuir fonte renovável, mas tratando-se da
resistência, tem propriedades mecânicas inferiores comparadas as fibras sintéticas.
31
Figura 4.9 – Características das fibras que influenciam na propriedade dos compósitos (Adaptado de
Marinucci, 2011)
32
Fibra tipo E refere-se a elétrico por ser um bom isolante elétrico, tipo C faz referência a
corrosividade sendo sua finalidade uma resistência a corrosão química superior e tipo S
representa um alto teor de sílica o que a torna resistente a temperaturas mais elevadas
(CHAWLA, 2013). Existem outros tipos de fibras com diferentes composições, a composição
da fibra está diretamente relacionada a obtenção de propriedades correspondente a cada
componente e sua proporção, a Tabela 4.4 demonstra as diferenças de propriedades entre as
fibras E, C e S.
É possível observar também na Tabela 4.4 a semelhança nas densidades dos tipos de
fibras, com alongamentos também aproximados e diferenciais mais relevantes quanto a
resistência a tração e módulo de elasticidade.
As fibras de vidro E dispõe o menor custo e são ideais para o mercado pois além de
possuir elevada resistividade elétrica devido a sua composição alumina borosilicato, possui
também boas propriedades mecânicas e químicas. As fibras do tipo E são aplicados a uma ampla
variedade de reforços, foram adotadas gradualmente substituindo a fibra de vidro tipo A, a
primeira das fibras comercializáveis que possuía alto teor alcalino tornando-as inviáveis a
aplicações com necessidade de isolamento elétrico (MARINUCCI, 2011).
O vidro E é densamente produzido e devido ao seu processamento existe uma perda de
quase metade das suas propriedades quando comparadas a sua forma original, mas apesar das
perdas é muito efetiva como reforço e atrativa quando comparado o custo de outras alternativas
(NASSEH, 2011).
Já as fibras de vidro C possui sódio borosilicato em sua composição tornando-a ideal
para aplicações com alta agressividade química, assim como as fibras de vidro E-CR (E –
corrosion resistant) derivadas do tipo E, a ausência de boro na composição torna essa fibra
resistente quimicamente a ambientes ácidos. Outra variedade desenvolvida é a fibra de vidro
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AR (alcaline resistant), no qual pode ser utilizado como reforço de concreto com cimento que
chega a pH 13 devido a sua resistência que possui a soluções alcalinas por sua composição ter
uma adição de 16 % de óxido de zircônia (MARINUCCI, 2011).
As fibras de vidro tipo S por sua vez, são fibras de alta resistência devido ao alto teor de
silício em sua composição e consequentemente temperaturas de fusão mais altas que as demais,
entretanto o seu alto custo limita sua aplicação para projetos especiais de que necessitam de
durabilidade térmica e retenção de resistência elevada (BUNSELL, 2009).
O vidro S quando comparada ao vidro E apresenta melhor resistência ao ambiente e uma
melhoria de 20 a 40 % das propriedades, os fios de fibras possuem metade do seu diâmetro e o
baixo volume de produção com tratamento superficial causa um aumento de custo que vai de
duas a cinco vezes maior (NASSEH, 2011). Elas são consideradas fibras de alto desempenho e
podem chegar a ter 50 % a mais de resistência a tração que a do tipo E (BUNSELL, 2009).
Ampliando os conhecimentos acerca das fibras de vidro E que serão adotadas nesse
trabalho, a Tabela 4.5 demonstra as propriedades de acordo a alteração da porcentagem de boro
que pode variar de 10 a 0 % de acordo com a norma ASTM D578 (WALLENBERGER, 2010).
Tabela 4.5 – Propriedades físicas de fibras de tipo E variáveis com ou sem adição de boro (Adaptado
de Wallenberger, 2010)
A Figura 4.11 apresenta a formação de roving e outras aplicações que pode se referir
aos tecidos, são derivadas das fibras contínuas. As fibras picadas e a manta são derivadas das
fibras descontínuas, todos estes materiais podem estar em diferentes especificações, variando
de acordo com a necessidade do mercado.
Figura 4.11 – Etapas do processamento industrial das fibras de vidro (Marinucci, 2011)
Os tecidos por sua vez possuem vantagens mais relevantes quanto as mantas e outras
formas de reforço (MARINUCCI, 2011). Detalharemos então os tipos de reforço em formato
de manta e tecidos para dar sequência a este trabalho.
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Os tecidos por sua vez são considerados a forma mais eficiente de reforço no qual
agregam um grande volume de fibras em espessura reduzida, ou seja, permite a confecção de
estruturas mais resistentes e leves (NASSEH, 2011).
A confecção dos tecidos é composta por fios na direção longitudinal 0º denominada
urdume e fios na transversal 90º denominada trama, na cor branca e cinza respectivamente da
Figura 4.12. Para os tecidos bidirecionais é importante ressaltar que ela perde parte de suas
características isotrópicas, uma vez que obtém resistências máximas em 0º e 90º e mínimas em
45º.
Os fios de trama e urdume geralmente em sua maioria possuem a quantidade de fios e
gramatura iguais em ambas as direções e assim são caracteristicamente balanceados, mas tal
balanceamento não garante um comportamento totalmente isotrópico. O desbalanceamento dos
fios pode variar de 30 a 70 %, quando as fibras são alinhadas acima de 70 % em uma mesma
direção já pode-se considerar um tecido do tipo unidirecional (NASSEH, 2011).
A configuração entre urdume e trama classifica os tecidos quanto ao entrelaçamento
entre eles podendo ser no tipo tela, sarja e cetim além de outros pouco utilizáveis. A Figura 4.11
demonstra um arranjo do tipo tela, onde todos os fios de urdume passa alternadamente os fios
da trama acima e abaixo dando simetria e maior estabilidade (MOURA et al., 2005).
As fibras selecionadas para fabricação do tecido podem ser de qualquer tipo, mas
geralmente são utilizadas do tipo E. O tecido híbrido é uma alternativa que visa otimizar as
propriedades através da utilização de duas ou mais fibras em seu arranjo, normalmente as fibras
de vidro, aramida e carbono. Outro formato muito utilizado, são os tecidos biaxiais que são
formados por dois tecidos unidirecionais ligados em direções opostas comumente nos ângulos
0º e 90° ou nas diagonais 45° e -45° (NASSEH, 2011).
Está fase é denominada como fase contínua e é responsável por envolver as fibras para
que possa atribuir sua característica estrutural, pois sem elas, as fibras não desempenham
nenhuma função estrutural. Podem ser constituídas de material polimérico, cerâmico ou
metálico em um compósito (CALLISTER, 2016).
A fase matriz possui outras finalidades que vão além de envolver as fibras, ela também
tem relevância direta nas características obtidas do material compósito. A matriz tem maior
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O significado da palavra polímero vem do grego poli que significa muitos e meros
expressa partes, as moléculas orgânicas deste material se apresentam em cadeias muito longas
compostas de carbono (NORTON, 2013). Como demonstra a Figura 4.13 o esquema das
moléculas de polietileno a base de carbono e hidrogênio em sequência.
Figura 4.13 – (a) esquema e (b) perspectiva de polietileno em cadeia zigue-zague (Callister, 2016)
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Termorrígidos ou termofixos por sua vez é marcado por possuir estrutura química
irreversível formada por ligações cruzadas entre cadeias que os tornam rígidos através de
ligações covalentes, após o seu processo de cura sua estrutura molecular não sofre mais
influência da temperatura, adquirem características insolúveis, infusíveis e não recicláveis
(CANEVAROLO, 2002).
As vantagens dos termorrígidos são praticamente inversas aos termoplásticos, como
elevada resistência a temperatura e rigidez (CRAWFORD, 1988). As cadeias moleculares
lineares são reticuladas em seu processo de cura formando uma rede tridimensional que
proporcionam resistência e dureza. Entretanto não suporta altas tensões até seu rompimento e
seu comportamento de tensão-deformação é característico de um material frágil diferente dos
termoplásticos onde o comportamento é dúctil (ASKELAND, 2009).
Suas características apresentam temperatura inferior e facilidade quanto ao manuseio no
processo de fabricação, também são bastante resistentes aos solventes. Em contra partida se
deterioram ao aquecimento não podendo ser reprocessado, possuindo um prazo de validade
definido não existente nos termoplásticos (KAW, 2006). As vantagens quanto aos
termoplásticos refletem em 90 % da produção total dos polímeros no mundo (CANEVAROLO,
2002).
Figura 4.16 – Processo de moldação por contato manual (Adaptado de Chawla, 2013)
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Este processo manual foi o primeiro a ser utilizado e ainda amplamente explorado na
confecção de compósitos poliméricos reforçados com fibras, os moldes tem superfície acabada
de acordo com a qualidade desejada, seu custo é consideravelmente pequeno e pode ser
constituídos de outros materiais como gesso e madeira (WALLENBERGER, 2010).
A primeira etapa consiste na aplicação de um desmoldante para facilitar a o desmolde
do componente, aplicando em seguida um produto denominado Gel Coat, derivado da resina
com composição alterada que aumenta a viscosidade e oferece resistência externa superior a
reagentes e melhor acabamento superficial (MOURA et al., 2005).
A segunda etapa se resume a aplicação contínua de reforço de fibras como mantas e
tecidos impregnadas de resina sobre o molde que possui formato negativo ao componente
(MARINUCCI, 2011). Este processo de aplicação ocorre geralmente com auxílio de rolos e o
processo de cura é cooperado com o uso de aceleradores e catalizadores inseridos na resina e
podendo solidificar em temperatura ambiente ou alterada em forno (CHAWLA, 2013).
Estes ensaios são realizados através das normas vigentes, a fim de permitir comparação
entre outros resultados, sendo possível determinar as propriedades mecânicas de um material,
visando estabelecer a resistência deste a um determinado tipo de tensão aplicada, objetivando
a compatibilidade com a finalidade proposta pelo projeto.
A utilização dos ensaios mecânicos resulta em redução de custos e prevenção de
acidentes, além de outros vários benefícios como manutenção da qualidade e controle dos
problemas de manufatura (ZOLIN, 2010).
Figura 4.17 – Corpo de prova retangular de ensaios de tração (Adaptado de Souza, 1982)
A área da secção (𝐴𝑆 ) é obtida através da largura da secção (𝑏) e espessura (𝑑) do corpo
de prova é dada pela Equação 4.1.
𝐴𝑆 = 𝑏 × 𝑑 (4.1)
𝐹
𝜎= (4.2)
𝐴𝑆
𝑙𝑓 − 𝑙0
𝜀= (4.3)
𝑙0
Com as variáveis tensão (𝜎) e deformação (𝜀) da Equação 4.2 e Equação 4.3
respectivamente, é possível esboçar a curva tensão-deformação, onde as principais
propriedades mecânicas podem ser adquiridas.
Na Figura 4.18 (a) são expressas o comportamento de duas fases separadas do
compósito, a fibra e matriz. A curva de tensão-deformação característica de um material frágil
é representada pelo comportamento da fibra, onde 𝜎𝑓∗ e 𝜖𝑓∗ são a sua resistência à ruptura e
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Figura 4.18 – (a) Curvas de tensão-deformação para fibra frágil e matriz dúctil. (b) Curva tensão-
deformação de um compósito polimérico de fibras alinhadas no sentido da força (Callister, 2016)
matriz como 𝐸𝑓 e 𝐸𝑚 . Sendo (E) uma medida de rigidez em sua região elástica através da
inclinação da curva tensão-deformação até o limite de proporcionalidade exibida na equação
4.4 (NORTON, 2011).
𝜎 =𝐸×𝜀 (4.4)
Este ensaio visa obter como principais características do material a tensão de ruptura em
flexão (𝜎𝑓 ) e modulo de elasticidade a flexão (𝐸𝑓 ). Outras propriedades podem ser obtidas como
módulo de resiliência (𝑈𝑟𝑓 ) e módulo de tenacidade (𝑈𝑡𝑓 ). Podendo ter resultados influenciados
pela temperatura, velocidade de aplicação de carga, defeitos superficiais, etc. (GARCIA, 2000).
A distância entre os pontos de apoios 𝐴 e 𝐴′ representada por 𝐿 da Figura 4.19 é definida
de acordo com a espessura (𝑑) a partir da Equação 4.5 a seguir.
𝐿 = 16 × 𝑑 (4.5)
A velocidade do ensaio (𝑅) é outro parâmetro fundamental para realização dos ensaios
e é obtido através da Equação 4.6 a seguir.
𝑍𝐿²
𝑅= (4.6)
6𝑑
A curva (a) ocorre a ruptura antes da deformação das fibras, a curva (b) ocorre a
deformação da fibra no primeiro ponto e ruptura no segundo 5 % antes do limite. Por fim a
curva (c) demonstra que no ponto de 5 % de tensão limite não ocorre a deformação das fibras
e nem a ruptura, sendo orientado a paralização do teste e apuração do valor máximo obtido
(ASTM, 1998).
A obtenção da curva tensão-deformação é obtida através da Equação 4.7 e Equação 4.8,
sendo a equação da tensão de flexão e deformação de flexão respectivamente.
3𝑃𝐿
𝜎𝑓 = (4.7)
2𝑏𝑑 2
Sendo a tensão de flexão representada por 𝜎𝑓 , a carga aplicada (𝑃) e a largura (𝑏) do
corpo de prova.
6𝑣𝑑
𝜀𝑓 = (4.8)
𝐿²
Diversas são as formas geométricas que podem apresentar os elementos, sendo eles de
uma dimensão ou elementos de linha, de duas dimensões ou elementos de área e três dimensões
ou elementos de volume como demonstra a Figura 4.22. Os grupos geométricos presentes na
primeira coluna são denominados os elementos 1D, segunda e terceira coluna os elementos 2D
e quarta coluna os elementos 3D.
Cada grupo define quantos graus de liberdade (GDL) cada nó de um elemento possui,
geometricamente os graus de liberdade é definido como diferentes maneiras que o elemento
pode se deslocar em um sistema. Elementos 1D, 2D e 3D possui respectivamente 1, 3 e 6 GDL
em cada nó, podendo elementos mais complexos possuir maior GDL como geometria
tetraédrica ou hexaédrica (NORTON, 2011).
Podendo também o elemento ser de várias ordens, quanto a suas funções que geralmente
são polinomiais com o maior uso de nós na geometria do elemento. Estes elementos de alta
ordem são mais usuais em contornos curvos como o da Figura 4.22 para melhor representar a
geometria do componente, a geração de malhas com elementos de alta ordem implica em uma
certa dificuldade e gera um aumento significativo no tempo de processamento. A utilização de
uma malha com elementos de baixa ordem tornam a geometria altamente rígida, por possuir
deslocamento através do elemento de forma retilínea e em consequência uma deformação
constante (NORTON, 2011).
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Figura 4.24 – Fluxograma de metodologia de análise típica com uso do MEF (Adaptado de Dias et al.,
2007)
5 MATERIAIS E MÉTODOS
A realização deste trabalho consiste em uma pesquisa experimental que será dividida
nas três etapas seguintes:
O modelo computacional criado deverá utilizar dados e informações extraídas dos ensaios
mecânicos com o intuito de complementar o modelo computacional de dois tipos de arranjos.
Será criado o modelo Tecido de Vidro-E 66% + Poliéster e o modelo Manta de Vidro-E 33% +
Poliéster, onde 66 e 33 são os respectivos teores de fibras dos arranjos FCA e FDA.
5.1 Materiais
Dois tipos de reforço serão utilizados para confecção dos corpos de prova, os com fibras
contínuas alinhadas (FCA) representadas pelo tecido bidirecional e os com fibras descontínuas
aleatórias (FDA) que por sua vez é utilizado a manta com fibras curtas, demonstradas
respectivamente na Figura 5.1.
5.1.1 Matéria-prima
• Reforço FCA: O uso de fibras de vidro no padrão de tecido bidirecional 600 g/m² vidro tipo
E para criação do corpo de prova com fibras contínuas alinhadas (CP - FCA).
• Reforço FDA: O uso de fibras de vidro no padrão de manta 450 g/m² vidro tipo E para
criação do corpo de prova com fibras descontínuas curtas orientadas aleatoriamente (CP -
FDA).
• Matriz: Utilizou-se a resina polimérica AROPOL L 50500 T-00 poliéster ortoftálica para
confecção de ambos corpos de prova com adição de 1 % do volume total de catalisador
MERK.
57
Figura 5.2 – Ferramentas e materiais utilizados para confecção dos corpos de prova
Uma superfície lisa de vidro será adotada como molde aberto para realização dos corpos
de prova. Os rolos de lã e metal são as ferramentas base para confecção dos corpos de prova, o
de lã tem como objetivo a impregnação da resina enquanto o de metal a retirada de bolhas de
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5.2 Equipamentos
A máquina universal de ensaio EMIC série 01 (300 kN) do tipo bifuso autoportante com
faixa e velocidade de 0,01 a 1000 mm/min representado na Figura 5.3, necessária para
realização dos ensaios mecânicos de tração e flexão apresentados no tópico mais adiante.
5.3 Metodologia
Para confecção dos CPs para realização dos ensaios de tração utilizaremos as normas
ASTM D638 Standard Test Method for Tensile Properties of Plastics (Método de teste padrão
para propriedades de tração dos plásticos). E para os ensaios de flexão a norma ASTM D790
Standard Test Methods for Flexural Properties of Unreinforced and Reinforced Plastics and
Electrical Insulating Materials (Métodos de teste padrão para propriedades de flexão de
plásticos não reforçados e reforçados e materiais isolantes elétricos).
Para confecção dos corpos de prova destinadas ao ensaio de tração, serão fabricadas CPs
tipo FCA e CPs do tipo FDA, utilizando também CPs envelhecidos de cada arranjo
denominados de FCAE e FDAE respectivamente, sendo a mesma estrutura adotada para os CPs
60
destinadas ao ensaio de flexão. As dimensões adotadas para os ensaios de tração são do Tipo I
da norma como demonstrados na Figura 5.4.
A distância entre os apoios é calculada de acordo com a espessura que deve ser 3,2 ±
0,6 conforme a norma. O uso da Equação 4.5 define a distância entre os apoios 𝐿 = 51,2 𝑚𝑚
para espessura adotada de 𝑑 = 3,2 𝑚𝑚 que irá variar em cada CP.
61
Para confecção dos corpos de prova utilizaremos o método de moldagem manual através
do molde aberto será realizado como foi demonstrado no esquema da Figura 4.14.
A Figura 5.6 demonstra o processamento no qual o tecido e a manta são impregnados
com a resina poliéster já catalisada através de um rolo de lã, foram aplicadas cinco camadas de
tecido e quatro camadas de manta, o rolo de ferro foi utilizado em todas as camadas.
Foram fabricadas duas peças com dimensões de 167 × 120 mm com espessura
aproximada de 3 mm destinados aos ensaios de tração. E duas peças com dimensões de 125 ×
78 mm com espessura também aproximada de 3 mm para os ensaios de tração, ambas
confeccionadas com o formato FCA e FDA, que foram demarcadas e retificadas para obter a
forma final dos CPs.
Após o processo de cura, superior a 24 horas, com o auxílio de uma retífica manual com
disco policorte 12 mm foi possível obter os CPs demarcados pelo marcador permanente azul
com as medidas necessárias, vindos das peças fabricadas expostas na Figura 5.7.
62
envelhecimento natural, devido a sua disponibilidade foi possível separar apenas 2 CPs de cada
estrutura necessárias para a realização dos testes, totalizando 8 amostras.
Essa é a etapa final e que antecede os ensaios mecânicos, onde será feita a medição
individual de cada CP, suas dimensões na área da secção são obtidas em milímetros com auxílio
de um paquímetro digital. Em seguida a massa também é medida com uso da balança gerando
os dados que estão expostos na Tabela 5.1 e Tabela 5.2. Os corpos de prova podem ser
visualizados na Figura 5.9 abaixo.
Tabela 5.1 – Especificações gerais e teor de fibras dos CPs para ensaios de tração
Tabela 5.2 – Especificações gerais e teor de fibras dos CPs para ensaios de flexão
De acordo com a Tabela 5.1 e Tabela 5.2 temos para o arranjo FCA, FCAE, FDA e
FDAE respectivamente possuem 65 a 68, 50 a 55, 37 a 44 e 36 a 39 % em teor de fibras. É
65
importante ressaltar que todas as amostras possuem o mesmo número de camadas, e sua
variação se deve a quantidade de matriz inserida em relação ao volume total.
Esta etapa é fundamental para a realização dos ensaios, as medidas exatas dos CPs
aproximam o máximo o resultado do real, tornando o resultado mais seguro. A massa será
utilizada para o cálculo de proporção de fibras enquanto as dimensões externas utilizadas para
o cálculo da área da secção.
O cálculo do teor de fibras é feito a partir da área total do CP e sua massa total, sabendo
que os tecidos e mantas possuem respectivamente 600 e 450 g/m² por camada é possível obter
o teor de fibras aproximado. Os arranjos FCA compostos por cinco camadas totalizam 3.000
g/m² enquanto o FDA formado por quatro possui somente 1.800 g/m².
Os valores de cada arranjo foram utilizados da Tabela 5.1 e Tabela 5.2 para gerar a
Tabela 5.3 no qual as informações fundamentais são inseridas no equipamento e a variação em
que a medidas externas dos componentes podem influenciar no resultado.
𝑚
𝐷= (5.1)
𝑉
∑𝑛𝑖=1(𝑥𝑖 − 𝑀𝐴 )²
DP = √ (5.2)
𝑛
Os testes foram realizados com velocidade de ensaio de 5 mm/min, a Figura 5.10 exibe
o corpo de prova fixo as garras do equipamento para aplicação de uma força gradativa.
Os ensaios devem durar de 30 a 300 segundos até sua ruptura, foi adotada a velocidade
com valor mínimo já disponibilizado pela norma.
A curva característica de tensão-deformação é determinada após os ensaios com o uso
da Equação 4.2 e Equação 4.3 novamente no Microsoft Excel®. O cálculo do módulo de
elasticidade por sua vez, é utilizada a Equação 4.4.
Os testes de flexão foram realizados com velocidade calculada de acordo com Equação
4.6, que variaram em torno de 1,5 mm/min. O ensaio de flexão foi realizado em três pontos
como orienta a Figura 4.11 e demonstra a Figura 5.11. A distância entre os apoios foi
determinada pela Equação 4.5 que varia de acordo com a espessura do componente.
serão divididas e denominadas de Tração FCA, Tração FDA, Flexão FCA e Flexão FDA, como
demonstra a Figura 5.12.
O primeiro passo é a criação dos dois materiais com as características que representarão
os arranjos, o modelo FCA é retratado pelo tecido como tipo de reforço com teor de fibra em
66% do compósito e o arranjo FDA configurado pela manta como forma de reforço com teor
de 33%, ambos modelos com resina poliéster como são apresentados na Figura 5.13.
Para isso, foi adotado o coeficiente de Poisson da matriz polimérica a base de poliéster
que é igual a 𝜌 = 0,316. Isso se deve pela razão da matriz ser o material dúctil e que assume
69
𝐸
𝐺= (5.3)
2(1 + 𝜌)
𝐸
𝐾= (5.4)
3(1 − 2𝜌)
As densidades foram calculadas com o uso da Equação 5.1 e através das médias de
resultados de cada corpo de prova como apresentados na Tabela 5.3.
A simulação dá sequência com a criação geométrica dos CPs como demonstra a Figura
5.14 para aplicação de forças de tração com as medidas específicas idênticas as médias que
foram expostas na Tabela 5.3.
A simulação para flexão seguiu as mesmas etapas do procedimento anterior desde sua
criação geométrica, apenas com a alteração de sua forma como exposto na Figura 5.16 com as
medidas específicas que são idênticas a média vista anteriormente na Tabela 5.3.
força é aplicada em uma aresta central uma força que também é a média das forças máximas
obtidas anteriormente no ensaio dos arranjos FCA e FDA.
Os testes foram executados para Tração com material Tecido de Vidro-E 66% +
Poliéster e Manta de Vidro-E 33% + Poliéster, assim como os de flexão também com o uso dos
dois materiais. Posteriormente foram geradas malhas mais refinadas para observar o
comportamento e a convergência do resultado, estes resultados serão desenvolvidos e
discutidos no tópico seguinte.
O refinamento da malha foi realizado em todos os arranjos para convergência do
resultado, porém a malha utilizada foi a que apresentou o maior índice de qualidade mais
próximo de 1.
A utilização de elementos hexaédricos regulares limitados com 1 mm de tamanho
convergiu os resultados em tração com o total de 14.098 elementos e 63.650 pontos nodais.
Para os resultados de flexão os os elementos adotados também foram hexaédricos
regulares e limitados com 1 mm de tamanho, convergindo a solução com total de 6.669
elementos e 33.599 pontos nodais.
72
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
250
CP01 FCA
200
CP02 FCA
150
CP03 FCA
100
CP04 FCA
50
CP05 FCA
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
250
CP01 FCA
200
CP02 FCA
150
CP03 FCA
100
CP04 FCA
50
CP05 FCA
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
Após normalizar as curvas dos ensaios, foi obtida uma média dos resultados a partir das
médias das tensões e deformações máximas, e sua média aritmética em determinados pontos
traçando uma curva característica representada na Figura 6.3 pela reta FCA. A tensão máxima
obtida foi de 309,34 MPa e deformação foi de 0,1772 mm/mm com alongamento de 6,61 mm.
250,00 FCA
200,00 CP01 FCA
150,00 CP02 FCA
100,00 CP03 FCA
50,00 CP04 FCA
0,00 CP05 FCA
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
250
200
150 CP06 FCAE
100 CP07 FCAE
50
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
250,00
200,00
FCAE
150,00
CP06 FCAE
100,00
CP07 FCAE
50,00
0,00
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
Figura 6.6 – Curva média no arranjo envelhecido FCAE dos ensaios de tração
A partir da Figura 6.5 foram extraídas as médias para criação da curva característica de
FCAE sendo exposta na Figura 6.6 pela reta FCAE. A média da tensão máxima obtida foi de
269,37 MPa e deformação foi de 0,1435 mm/mm com alongamento de 6,60 mm.
Os módulos de elasticidade foram obtidos com a Equação 4.4 através da tensão e
deformação, resultando em 𝐸𝐹𝐶𝐴 = 1,74 GPa para composição FCA e 𝐸𝐹𝐶𝐴𝐸 = 1,87 GPa na
composição FCAE.
O arranjo FDA por sua vez apresentou as curvas com o comportamento característico e
não foi preciso de auxílio da linha polinomial, os resultados como era esperado, tiveram
propriedades inferiores em relação ao arranjo FCA. Isso é devido a sua estrutura composta por
fibras curtas e não alinhadas no sentido da força imposta.
75
Os resultados estão exibidos na Figura 6.7 e em seguida na Figura 6.8 é gerado a média
representada pela reta FDA a partir das médias de cada ensaio executado, levando em conta a
média da tensão máxima e sua deformação.
80 CP08 FDA
CP09 FDA
40 CP10 FDA
CP11 FDA
CP12 FDA
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
FDA
80,00
CP08 FDA
CP09 FDA
40,00
CP10 FDA
CP11 FDA
0,00 CP12 FDA
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
A média da tensão máxima obtida da curva FDA nos ensaios de tração foi de 103,15
MPa, a deformação foi de 0,0911 mm/mm com seu alongamento apenas de 4,22 mm.
Em seguida os arranjos envelhecidos FDAE obtiveram as curvas exibidas na Figura 6.9
e a sua média característica na Figura 6.10 geradas com os mesmos parâmetros das demais
anteriores, representada pela reta FDAE, os resultados também são consideravelmente distintos
assim como os envelhecidos no formato FCAE.
76
TENSÃO (MPA)
80
CP13 FDAE
40
CP14 FDAE
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
80,00
FDAE
0,00
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
Figura 6.10 – Curva média no arranjo envelhecido FDAE dos ensaios de tração
A média da tensão máxima obtida da curva FDAE foi de 87,05 MPa, a deformação foi
de 0,0750 mm/mm com seu alongamento apenas de 3,79 mm.
300,00
TENSÃO (MPA)
200,00
FCA
100,00 FCAE
0,00
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
Figura 6.11 – Comparativo das curvas médias FCA e FCAE ao ensaio de tração
80,00
FDA
40,00
FDAE
0,00
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
Figura 6.12 – Comparativo das curvas médias FDA e FDAE ao ensaio de tração
78
A Figura 6.11 traça um comparativo entre os formatos FCA e FCAE assim como a
Figura 6.12 também relaciona as composições FDA e FDAE, é visível como os arranjos
envelhecidos expostos perdem sua capacidade mecânica, podendo ser melhor discutido através
da Tabela 5.2 seguinte.
O arranjo FCA perdeu cerca de 12,94 % de sua tensão máxima e 4,55 % em relação ao
seu limite de escoamento, em contra partida o o alongamento manteve-se praticamente
inalterado (0,10 %) e em consquêcia, o módulo de elasticidade cresceu 7,43 %. O alongamento
pode ser explicado pelo fato do arranjo haver uma amarração estrutural que replica seu
comportamento quanto a deformação.
O arranjo FDA por sua vez atuou de forma semelhante ao arranjo FCA, teve os mesmos
dados negativos com exceção do alongamento que variou 10,30 % a mais e um ganho moderado
a elasticidade de 2,59 %, as perdas foram maiores a tensão máxima e bem superior ao limite de
escoamento que atingiu 15,61 %.
252,08
240,62 FCA
92,17 FCAE
78,42 FDA
FDAE
1,75
1,88 FCA
1,13 FCAE
1,16 FDA
FDAE
250
CP01 FCA
200
CP02 FCA
150
CP03 FCA
100
CP04 FCA
50
CP05 FCA
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
250
CP01 FCA
200
CP02 FCA
150
CP03 FCA
100
CP04 FCA
50
CP05 FCA
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
A partir das curvas individuais de todos os componentes é possível extrair uma curva
média que representa o comportamento do arranjo FCA representada pela linha FCA da Figura
6.17 a partir da média de tensões e deformações em determinados pontos, sendo sua tensão
máxima média e deformação máxima média os limites da curva, o mesmo realizado
anteriormente nos ensaios de tração será também aplicado em todos os arranjos nos ensaios de
flexão.
250 FCA
200 CP01 FCA
150 CP02 FCA
100 CP03 FCA
50 CP04 FCA
0 CP05 FCA
0 0,01 0,02 0,03 0,04
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
A tensão máxima obtida foi de 291,63 MPa e deformação foi de 0,0284 mm/mm com
deflexão máxima de 3,50 mm. A distância entre os pontos de apoio foi de 46,40 mm e a força
máxima de ruptura foi de 432,24 N. O módulo de elasticidade a flexão calculado através da
Equação 4.4 foi de 𝐸𝐹 𝐹𝐶𝐴 = 10,393 GPa.
As mesmas etapas foram realizadas para os arranjos envelhecidos FCAE, os resultados
obtidos estão expostos na Figura 6.18, apenas o CP06 FCAE foi padronizado como demonstra
a Figura 6.19, é possível observar que na flexão os arranjos envelhecidos tem os resultados
diferentemente dos ensaios tração, estão aparentes próximos, sem uma perca em potencial como
o de tração.
A sua curva média também é obtida em seguida na Figura 6.20 a partir da linha FCAE
representando as médias obtidas no ensaio realizado caracterizando o comportamento desse
formato.
É possível visualizar de acordo com a Figura 6.20 tensões máximas de ruptura próximas
ao do aranjo FCA visto na Figura 6,17, não sendo capaz de identificar uma variação quando
observado as figuras.
83
250
200
150 CP06 FCAE
100 CP07 FCAE
50
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
250
200
FCAE
150
CP06 FCAE
100
CP07 FCAE
50
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
Figura 6.20 – Curva média no arranjo envelhecido FCAE dos ensaios de flexão
84
No arranjo FCAE, a tensão máxima obtida foi de 290,96 MPa e deformação foi de
0,0279 mm/mm com deflexão máxima de 4,30 mm. A distância entre os pontos de apoio foi de
57,00 mm e a força máxima de ruptura foi de 513,90 N. O módulo de elasticidade a flexão
calculado através da Equação 4.4 foi de 𝐸𝐹 𝐹𝐶𝐴𝐸 = 10,437 GPa, diferente dos ensaios de tração
os resultados obtidos entre FCA e seu arranjo envelhecido FCAE são bem próximos com
exceção da deflexão máxima.
O arranjo FDA na flexão assim como na tração, também não foi preciso a utilização das
curvas polinomiais como ferramenta de auxílio, elas foram características e estão expostas na
Figura 6.21. Após os ensaios foi retirada apenas a média a partir dos resultados obtidos que
exibe a Figura 6.22 representado pela linha FDA o comportamento característico desse padrão.
180
CP08 FDA
120 CP09 FDA
CP10 FDA
60 CP11 FDA
CP12 FDA
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
180 FDA
CP08 FDA
120
CP09 FDA
60 CP10 FDA
CP11 FDA
0 CP12 FDA
0 0,01 0,02 0,03
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
O arranjo FDA obteve a tensão máxima de 174,74 MPa e deformação foi de 0,0263
mm/mm com deflexão máxima de 4,65 mm. A distância entre os pontos de apoio foi de 57,00
mm e a força máxima de ruptura foi de 240,27 N. O módulo de elasticidade a flexão calculado
através da Equação 4.4 foi de 𝐸𝐹 𝐹𝐷𝐴 = 6,626 GPa, é possível notar uma diferença menor entre
os arranjos FCA e FDA quando comparados aos resultados de tração.
180
120
CP13 FDAE
60 CP14 FDAE
0
0 0,01 0,02 0,03
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
E por fim, para finalizar os resultados obtidos dos ensaios de flexão no arranjo FDAE
expostos na Figura 6.23, estes ensaios foi o arranjo que obtiveram o menor desvio padrão, as
curvas de tensão-deformação foram quase que idênticas, mesmo assim foi retirado a média
como todos os arranjos anteriormente e exposta na Figura 6.24 a seguir.
180
120 FDAE
CP13 FDAE
60 CP14 FDAE
0
0 0,01 0,02 0,03
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
Figura 6.24 – Curva média no arranjo envelhecido FDAE dos ensaios de flexão
86
O desvio padrão dos resultados a flexão também está em um limite aceitável para o
projeto semelhantes aos desvios encontrado no de tração anteriormente. O arranjo FDA por sua
vez, obteve o maior intervalo de dispersão dos resultados quanto a sua tensão máxima de ruptura
a flexão 𝜎𝑓 sendo considerado em porcentagem.
A partir da Tabela 6.4 é possível constatar que os resultados em seus respectivos arranjos
envelhecidos tiveram tensões semelhantes aos não envelhecidos, caracterizando uma variação
mínima de tensões máximas de flexão 𝜎𝑓 dentro do intervalo do desvio padrão e
consequentemente uma ínfima ou quase inexistente variação de propriedades quanto a esse
quesito.
Essas características podem ser melhor observadas na Figura 6.25 e Figura 6.26 a seguir,
quando comparados os arranjos FCA e FCAE, assim como o FDA e FDAE, em um comparativo
que as assemelham e possuem comportamento muito aproximado quanto a sua tensão e
deformação. Os dados quando confrontados na Tabela 6.5 demonstra as variações totais de cada
propriedade.
87
Figura 6.25 – Comparativo das curvas médias FCA e FCAE ao ensaio de flexão
180
120
FDA
60 FDAE
0
0 0,01 0,02 0,03
DEFORMAÇÃO (MM/MM)
Figura 6.26 – Comparativo das curvas médias FDA e FDAE ao ensaio de flexão
FORÇA MÁXIMA
432,24
513,90 FCA
240,27 FCAE
271,56 FDA
FDAE
A partir da Figura 6.28 fica visível que a variação é ínfima e que ocorre dentro dos
limites do desvio padrão podendo afirmar que é variação é praticamente inexistente ou nula,
assim como as tensões máximas de flexão e a deflexão apenas do modelo FDA.
10,39
10,44 FCA
6,63 FCAE
6,61 FDA
FDAE
para sua tensão máxima, deflexão e módulo de elasticidade a flexão respectivamente, conforme
a Tabela 6.6.
Os dados utilizados para execução dos testes estão expostos na Tabela 6.7 abaixo, a
densidade foi calculada com o uso da Equação 5.1, o coeficiente de Poisson foi adotado do
material mais dúctil da combinação, sua matriz polimérica. O módulo de elasticidade foi obtido
através dos ensaios e os módulos seguintes da Equação 5.3 e Equação 5.4.
Para o arranjo FCA a malha é constituída de 462 elementos e 2618 nós, retornou o
resultado para aplicação da força máxima de ensaio de 11.542,64 N os seguintes dados. A
deformação de 0,1735 mm/mm conforme Figura 6.29, tensão máxima de 305,36 Mpa exposta
na Figura 6.30 e alongamento de 6,54 mm no ponto Y de 78,80 mm na Figura 6.31. Ocorreram
tensões superiores em determinados pontos que não foram alcançadas nos ensaios realizados.
Para esboçar a resposta linear do comportamento FCA foi criado uma linha de tendência
linear a partir da curva média de tensão-deformação.
93
A Figura 6.32 relaciona a curva obtida através da simulação representada por simuFCA
e compara a Linear (FCA).
É possível observar um afastamento das retas, entretanto, a linha simuFCA se aproxima
da curva real pontilhada no gráfico representada por FCA, alcançando uma tensão máxima
muito próxima do real.
Em sequência é realizada a troca de material para dar início a simulação do arranjo FDA
com propriedades distintas, esta constituída de 420 elementos e 2383 nós, a força máxima de
ensaio foi de 4.795,52 N
Para o formato FDA, a deformação encontrada foi de 0,0913 mm/mm conforme Figura
6.33, a tensão máxima foi de 103,17 Mpa exposta na Figura 6.34 e o alongamento de 4,23 mm
no ponto Y de 85,43 mm na Figura 6.35. Nestes também ocorreram tensões superiores em
determinados pontos que não foram alcançadas nos ensaios realizados. Os resultados para esse
arranjo foram mais próximos que a composição de FCA.
A Figura 6.36 esboça a linha simuFDA obtida dos resultados simulados e compara com
a curva pontilhada FDA que representa a média do resultado real, não foi necessário criar uma
linha de tendência linear. É claramente visível a semelhança de comportamento, logo a estrutura
FDA superou as expectativas de simulação, replicando de forma mais exata o comportamento
real para ensaios de tração.
É importante ressaltar que o fator alongamento ocorreu em determinado ponto de Y com
os valores mais próximos obtidos do teste real indicando a região de sua ruptura, para FCA o
ponto Y encontrou-se antes do centro do componente enquanto o FDA encontrou-se após.
Dando sequência ao trabalho, as simulações de flexão utilizaram os mesmos dados para
densidade e coeficiente de Poisson, com exceção apenas do módulo de elasticidade e
consequentemente os módulos que foram calculados em seguida com o uso da Equação 5.3 e
Equação 5.4, a Tabela 6.8 expõe os dados utilizados.
Para o arranjo FCA de flexão, a malha é constituída apenas de 172 elementos e 1409 nós,
retornou o resultado para aplicação da força máxima de ensaio de 432,24 N os seguintes dados.
A deformação de 0,0278 mm/mm conforme Figura 6.37, tensão máxima de 289,67 Mpa exposta
na Figura 6.38 na face inferior e deflexão máxima central de 3,34 mm na Figura 6.39.
97
O formato FDA quanto a flexão, gerou os seguintes dados, uma deformação de 0,0266
mm/mm conforme Figura 6.41, uma tensão máxima de 177,39 Mpa exibida na Figura 6.42 na
face inferior do componente e a deflexão máxima central de 4,78 mm na Figura 6.43.
O comparativo entre o resultado real da composição FDA em flexão é demonstrado na
Figura 6.44 a seguir.
99
A Tabela 6.9 abaixo compara os resultados de forma numérica e retorna o erro relativo
das simulações de acordo com o resultado experimental obtido, os dados comparados foram
alongamento, deformação e tensão quanto aos dados de tração.
reta representativa exposta na Figura 6.32 desviou-se e não atuou de forma exata, o uso das
linhas polinomiais pode ter influenciado nessa resposta real e o comportamento da reta, logo
este fator deve ser considerado.
O outro modelo computacional denominado Manta de Vidro-E 33% + Poliéster (FDA)
em tração obteve erros próximos de zero, tendo o mínimo de 0,02 % e máximo de 0,24 % para
tração. Resultados estes além de satisfatórios, o modelo é capaz de reproduzir a resposta e o
comportamento de forma equivalente como é exposto na Figura 6.36.
A Tabela 6.10 apresenta o erro relativo das simulações de acordo com o resultado
experimental obtido, o modelo Tecido de Vidro-E 66% + Poliéster (FCA) relacionado aos
resultados de flexão atingiu erro mínimo de 0,68 % e máximo de 1,80 % sendo este modelo
satisfatório para reproduzir o comportamento por possuir uma margem de erro pequena, é
importante considerar que a linha que representa o comportamento real na Figura 6.40 não
atuou de forma exata, o uso das linhas polinomiais também podem ter influenciado levemente
nessa resposta, logo este fator não deve ser desconsiderado.
O modelo Manta de Vidro-E 33% + Poliéster (FDA) quanto aos resultados de tração por
sua vez obteve o maior erro quanto a deflexão, notada em 2,72 % e erros de 1,13 % e 1,39 %
aceitáveis, sua curva de tensão-deformação também teve comportamento ideal na Figura 6.44,
realmente tornando o resultado muito satisfatório.
Já com a utilização da linha de tendência linear da Figura 6.32, Figura 6.36, Figura 6.40
e Figura 6.44, representou o comportamento experimental dos arranjos de uma forma teórica,
por ser representada por uma constante.
As retas representou as características de cada arranjo, que foram retratadas pela função
𝑦 de uma reta constante. Foram adotados seis pontos para comparar o comportamento dos
arranjos FCA e FDA até sua ruptura em tração e flexão sendo expostas na Tabela 6.11 no qual
foram calculados os erros relativos entre as tensões experimentais teóricas e simuladas em MPa.
101
7 CONCLUSÃO
Neste estudo foi possível concluir todos os objetivos propostos a princípio, o modelo
computacional elaborado com auxílio do método dos elementos finitos foi capaz de reproduzir
o comportamento dos compósitos poliméricos reforçados com fibras de vidro, nas combinações
de Tecido de Vidro-E 66% + Poliéster e Manta de Vidro-E 33% + Poliéster.
Foi possível adquirir informações fundamentais por meio dos ensaios mecânicos
realizados sob os critérios estabelecidos das normas vigentes, no momento em que inseridas na
simulação, foram eficazes para o êxito dos resultados. A simulação gerou dados satisfatórios
que atendeu as expectativas do estudo, o erro encontrado é aceitável e torna-se viável para
aplicação do modelo, tendo o erro variado de 0,02 a 2,72 % que são valores consideravelmente
baixos.
O arranjo FCA alcançou resultados bem superiores ao FDA em todos os fatores como
já era esperado, sendo 3 vezes superior quanto a tração e 1,6 vezes quanto a flexão em sua
tensão máxima de ruptura, logo foi possível concluir o quão impactante a forma que é
configurada as fibras são capazes de refletir em seu comportamento mecânico. Sendo a
orientação, densidade e comprimento da fibra, os parâmetros que influenciaram nessa diferença
de comportamento mecânico.
A análise dos componentes envelhecidos de cada arranjo retornou resultados bem
interessantes, uma variação substancial de propriedades que devem ser considerados como
fatores no dimensionamento destes compósitos poliméricos combinados a partir de vidro e
poliéster, variações negativas em sua maioria quando relacionados a tração que atingiram
perdas de até 15,61 % e positivas quanto a flexão que atingiram ganhos de até 22,85 % e
mantiveram as demais características, o que certifica e reitera esse material excelente quanto as
características flexivas, no qual as propriedades são em sua maioria preservadas.
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