Você está na página 1de 53

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

PROGRAMA DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO

AMANDA LEANDRO DA SILVA SANTOS

ACURÁCIA DO QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA


(IPAQ-SF VERSÃO CURTA) EM CLASSIFICAR NÍVEL DE ATIVIDADE
FÍSICA NA VIDA DIARIA (AFVD) COMPARADO COM O ACELEROMETRO
EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS

SÃO PAULO

2019
AMANDA LEANDRO DA SILVA SANTOS

ACURÁCIA DO QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA


(IPAQ-SF VERSÃO CURTA) EM CLASSIFICAR NÍVEL DE ATIVIDADE
FÍSICA NA VIDA DIÁRIA (AFVD) COMPARADO COM O ACELEROMETRO
EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS

Dissertação apresentada à
Universidade Nove de Julho para
obtenção do título de Mestre em
Ciências da Reabilitação.

Orientadora: Profa Dra Fernanda de Cordoba Lanza

SÃO PAULO

2019
FICHA CATALOGRÁFICA

Santos, Amanda Leandro da Silva.


Acurácia do questionamento internacional de atividade física
(IPAQ-SF versão curta) em classificar nível de atividade física na
vida diária em comparação com o acelerômetro em crianças e
adolescentes asmático. / Amanda Leandro da Silva Santos, 2019.
52 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Nove de Julho -
UNINOVE, São Paulo, 2019.
Orientador (a): Profª. Drª. Fernanda de Córdoba Lanza.
1. Asma. 2. Criança. 3. Nível de atividade física. 4. Exercício
I. Lanza. Fernanda de Córdoba. II. Titulo

CDU
615.8
DEDICATORIA

Aos meus pais,

que mesmo longe, sempre

me apoiaram em todas as minhas escolhas.


AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Inês Santos e José Santos, que mesmo longe sempre
estiveram ao meu lado, em todos os momentos, me apoiando e me
incentivando a sempre ir mais longe. Por serem sempre minha base.

Aos meus irmãos Adriano e Danielly, sempre me incentivaram a cada vez


ir mais além do que eu mesma imaginava chegar. Os amos e sou eternamente
grata a vocês.

Aos meus queridos amigos/irmãos Cleber, Thiago, Luís, Evelyn, Bruno e


Roberto por cada palavra de conforto nos momentos certos, cada puxão de
orelhas, risadas, por cada mensagem, conversas, brincadeira, viagens,
surpresas, jantar, festas e por cada momento inesquecível ao lado de vocês.
Vocês são tudo que alguém precisa na vida. Eu amo vocês com todas as
minhas forças. Obrigada por serem tão essenciais e especiais na minha vida.

Às minhas avós maravilhosas Iracema e Antônia, que mesmo muitas das


vezes não entendendo muito bem o que eu faço, não passam um dia sem
perguntar como estão os meus estudos e trabalhos. Eu as amo.

Todos os meus tios, tias, primos e primas. Não tenho palavras para
agradecer tudo que vocês fizeram e fazem por mim a cada dia. Obrigada por
serem tão especiais na minha vida. Amo vocês.

Aos meus coordenadores e corpo docente da Educação Física da


Uninove, por todo o incentivo e apoio ao longo dessa trajetória, vocês são
meus espelhos de profissionais e tenho o maior dos respeitos e orgulho em
segui-los.

À minha orientadora, Profª Drª Fernanda de Cordoba Lanza, por me


desafiar e me permitir entrar em um mundo totalmente novo que é a pesquisa,
com sua orientação precisamente inteligente, respeitosa. Agradeço por ser
essa educadora excepcional e um ser humano incrível com todos a sua volta,
serei eternamente grata.
À Profª Drª Simone Dal Corso, por todo ensinamento passado através de
suas excelentes aulas e reuniões no laboratório, sempre, clara, arguciosa,
tornando meus dias no laboratório muito mais amáveis e agradáveis. Obrigada
por tudo. Ao Profº Drº Raphael Ritti, pela ajuda para a possível análise dos
dados para nosso estudo.

Aos meus colegas de pós-graduação Jacksoel, Rejane, José, Jéssyca,


Daniel, Adriano, Élida, Danila, Cristiane, Jonathan, Jenifer, Georgia e em
especial Mariana por sempre me ajudar com tudo nos meus projetos, aos
alunos de iniciação científica, as secretárias Priscila, Camila, Jessica e Juliana.
Obrigado a todos pelo auxílio e companheirismo. Sem vocês NADA disso teria
acontecido. E a todos os pacientes e voluntários que tive o enorme prazer em
atendê-los, vocês são o principal deste trabalho. Todos os dias foram
sensacionais pelo simples fato de vocês estarem lá. Muito obrigada por tudo
que cada um fez e faz por mim

À UNINOVE e às agências de fomento para a pesquisa.


RESUMO

Introdução: Os questionários são comumente utilizados para quantificar o


nível de atividade física na vida diária. No entanto podem subestima-lo
quando comparados ao acelerômetro tornando-se pouco confiável na
avaliação precisa desses parâmetros em seus respectivos indivíduos
principalmente os asmáticos que tem como característica a diminuição da
capacidade física e funcional Objetivo: Avaliar a acurácia do Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ-SF versão curta) em identificar o
nível de atividade física comparado ao acelerômetro em crianças e
adolescentes asmáticos. Método: Estudo transversal em pacientes
asmáticos com idade entre 6-18 anos com diagnóstico de asma. Foi
realizado espirometria, o Shuttle Walk Test Modificado (SWTI), IPAQ-SF e
acelerometria para avaliar a atividade de vida diária nos últimos sete dias
(as comparações entre os níveis de atividade nos dois instrumentos foram
feitas pelo tempo dispendido em nível: leve, moderada, vigorosa,
sedentária). Resultados: Foram avaliados 43 voluntários do grupo asma
(GA) com média de idade de 10(8-13) anos e eutróficas sendo 25 de sexo
masculino (58%). Em relação a gravidade da doença, o grupo foi
classificado como asma leve a moderada Step 3 (2-4) segundo GINA. Em
relação a capacidade funcional, em média os pacientes apesentaram 83% 
15% do previsto (782  183m). Houve diferença entre o tempo mensurado
em todos os níveis de atividades do IPAQ comparado ao acelerômetro:
atividade leve 60 min(0-120) no IPAQ vs 1482 min (846-2032min) no
acelerômetro, p = 0,001; atividade moderada: 60 min (10-120) no IPAQ vs
30 min (11-68) no acelerômetro, p = 0,034; atividade vigorosa: 40 min (0-
135) no IPAQ vs 0 min (0-10) no acelerômetro, p = 0,001; tempo em
sedentarismo: 3000 min (2010-4320) no IPAQ vs 2680 min (1407-3504) no
acelerômetro, p = 0,030. Adicionalmente, não houve uma boa confiabilidade
ente questionários e o acelerômetro para identificar a intensidade da
atividade física. O valor do ICC variou de 0,01 para 0,03, para todos os
níveis de atividades. Conclusões: O IPAQ não se mostrou ser um método
acurado para identificar o nível de atividade física em crianças e
adolescentes asmáticos comparado ao acelerômetro.

Palavras-chave: Asma, criança, nível de atividade física, exercício.


ABSTRACT

Introduction: Questionnaires are commonly used to quantify the level of


physical activity in daily life. However they may underestimate it when
compared to the accelerometer becoming unreliable in the accurate evaluation
of these parameters in their respective individuals, mainly the asthmatic ones
that has as characteristic the decrease of the physical and functional capacity.
Objective: To evaluate the accuracy of the International Physical Activity
Questionnaire (IPAQ-SF short version) in identifying the level of physical activity
compared to the accelerometer in children and adolescents with asthma.
Method: Cross-sectional study in asthmatic patients aged 6-18 years with
diagnosis of asthma. Spirometry, the Modified Shuttle Walk Test (SWTI), IPAQ-
SF and accelerometry were performed to evaluate the daily life activity in the
last seven days (the comparisons between the activity levels in the two
instruments were made by the time spent at the level: light, moderate, vigorous,
sedentary). Results: A total of 43 volunteers from the asthma group (GA) with
mean age of 10 (8-13) years and eutrophic (25) were male (58%). Regarding
the severity of the disease, the group was classified as mild to moderate
asthma Step 3 (2-4) according to GINA. Regarding functional capacity, on
average the patients presented 83% ± 15% of predicted (782 ± 183m). There
was a difference between the time measured at all levels of IPAQ activity
compared to the accelerometer: light activity 60 min (0-120) in the IPAQ vs
1482 min (846-2032min) in the accelerometer, p = 0.001; moderate activity: 60
min (10-120) in the IPAQ vs 30 min (11-68) in the accelerometer, p = 0.034;
vigorous activity: 40 min (0-135) in the IPAQ vs 0 min (0-10) in the
accelerometer, p = 0.001; time in sedentarism: 3000 min (2010-4320) in the
IPAQ vs 2680 min (1407-3504) in the accelerometer, p = 0.030. Additionally,
there was no good reliability between questionnaires and the accelerometer to
identify the intensity of physical activity. The ICC value ranged from 0.01 to 0.03
for all activity levels. Conclusions: The IPAQ did not prove to be an accurate
method to identify the level of physical activity in asthmatic children and
adolescents compared to the accelerometer.
Key words: Asthma, child, level of physical activity, exercise
SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS E TABELAS .................................................................. xiii

LISTA DE FIGURAS......................................................................................... xiv

LISTA DE ABREVIATURAS .............................................................................. xv

1. CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................. 16

1.1 Definição da Asma .............................................................................. 16

1.2 Asma e atividade física ....................................................................... 18

1.2.1 Avaliação para nível de Atividade Física e saúde......................... 18

1.3 Justificativa .......................................................................................... 21

2. OBJETIVO ................................................................................................ 22

2.1 Objetivo geral ...................................................................................... 22

3. MÉTODOS ................................................................................................ 23

3.1 Delineamento do estudo ..................................................................... 23

3.2 Casuística ........................................................................................... 23

3.3 Protocolos ........................................................................................... 24

3.3.1 Avaliações .................................................................................... 26

3.3.2 Avaliação antropométrica ............................................................. 26

3.3.3 Teste de Controle da Asma .......................................................... 26

3.3.4 Questionário de atividade física IPAQ-SF ........................................ 26

3.3.5 Função pulmonar ............................................................................. 27

3.3.6 Shuttle Walk Test Incremental Modificado. ...................................... 27

3.3.7 Atividade física na vida diária ........................................................... 29

3.4 ANALISE ESTATÍSTICA ..................................................................... 30

4. RESULTADOS .......................................................................................... 31

5. DISCUSSÃO ............................................................................................. 36

6. CONCLUSÕES ......................................................................................... 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 40

ANEXO ............................................................................................................. 44
LISTA DE QUADROS E TABELAS

Tabela 1 – Dados antropométricos e função pulmonar da amostra................. 31

Tabela 2 – Dados classificação de gravidade e controle da


asma..................................................................................................................32
Tabela 3 – Dados no melhor Shuttle Walk Test Modificado
(SWTI)................................................................................................................32
Tabela 4 – Comparação do IPAQ e o Acelerômetro (minutos/dia) com nível de

atividade física em crianças e adolescentes asmáticos....................................33

Tabela 5 – Comparação do IPAQ e o Acelerômetro (METs/dia) com nível de

atividade física em crianças e adolescentes asmáticos....................................34

Tabela 6 – intervalo de confiança intercalasse entre IPAQ e o Acelerômetro

para de nível de atividade física, pelo ICC e valor de p em crianças e

adolescentes asmáticos.....................................................................................34
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Apresentação do fluxograma do estudo. .......................................... 25


Figura 2: Ilustração do Shuttle Walk teste incremental - SWTI Modificado
com analisador de gases portátil. ..................................................................... 28
Figura 3: Ilustração do Acelerômetro GT3X, Actigraph® e a respectiva fita
elástica para fixação do equipamento. ............................................................. 29
LISTA DE ABREVIATURAS

ACT Asthma Control Test

AFD Atividade física diária

AFVD Atividade física na vida diária

C-ACT Children Asthma Control Test

CVF Capacidade Vital Forçada

DP Distância percorrida

FC Frequência Cardíaca

FCmax Frequência Cardíaca máxima

FEF25-75% Fluxo Expiratório Forçado

GINA Global Initiative for Asthma

IMC Índice de Massa Corpórea

IPAQ-SF International Physical Activity Questionnaire Short Form

PS Pronto-socorro

SpO2 Saturação de pulso de oxigênio

SWTI Shutlle Walk Test Modificado

TC6 Teste de caminhada dos seis minutos

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

VEF1 Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo

VE Ventilação minuto

%prev Porcentagem do previsto


16

1. CONTEXTUALIZAÇÃO

1.1 Definição da Asma

A asma é uma doença pulmonar inflamatória crônica progressiva das vias


aéreas, com início das primeiras manifestações na infância e sem uma cura
definitiva. É caracterizada por hiperresponsividade (HR) das vias aéreas
inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente
ou com tratamento medicamentoso2.
É uma condição multifatorial e seu desenvolvimento se dá a partir de
mediadores inflamatórios já identificados como participantes do processo
inflamatório da asma, sendo eles os quimiocinas, citocinas, eicosanoides,
histamina e óxido nítrico, onde influencia várias células inflamatórias
envolvidas.
Os eosinófilos, linfócitos T e células dendríticas macrófagos e neutrófilos,
fazendo com que estímulos ambientais também desencadeiem alterações
estruturais causando lesões na via aérea, produzindo anormalidades no
controle neural autonômico e no tônus da via aérea, alterações na
permeabilidade vascular, hipersecreção de muco, mudanças na função
mucociliar e aumento da reatividade do músculo liso da via aérea.
Entre elas hipertrofia e hiperplasia3, aumento no número de células
caliciformes3, aumento das glândulas submucosas e alteração no depósito e
degradação dos componentes da matriz extracelular, onde ocorre o
remodelamento brônquico (RB) que interfere na arquitetura da via aérea,
levando à irreversibilidade de obstrução em indivíduos predispostos
geneticamente, induzindo à dispneia, tosse, chiado e aperto no peito,
geralmente à noite ou início da manhã 2,3,4,5.

Sua incidência varia conforme o país e região devido as condições


geográficas e demográficas. Por se tratar de um problema mundial de saúde,
nos últimos anos estima-se que cerca de 300 milhões de indivíduos no mundo
tem o diagnóstico de asma, sendo que no brasil esses dados variem entre 7 a
18% da população abrangendo todas as idades e gêneros, colocando-a como
a quarta causa de internações no país e a terceira causa entre as crianças,
17

adultos e jovens. Com a alta prevalência da asma no país seus gastos com
hospitalizações e mortes afeta diretamente sistemas de saúde gerando altos
custos para os cofres públicos.
O diagnóstico da Asma é principalmente clínico e baseado em um ou
mais dos seguintes sintomas: dispneia, tosse crônica, sibilos, aperto no peito
ou desconforto torácico, geralmente à noite ou nas primeiras horas do dia, se
manifestando de forma sazonal dos sintomas, histórico familiar de asma e por
desencadeamento dos sintomas por irritações inespecíficas como: exercício
físico, fumaças de cigarros e odores fortes, ou aero alérgenos (ácaros e
fungos).
Esses sintomas podem melhorar espontaneamente ou com uso de
medicações específicas como broncodilatadores e anti-inflamatórios
esteroides; entretanto deve ser complementado pela função pulmonar 1,2,7.
Embora o diagnóstico clinico da asma em sua forma clássica de apresentação
não seja difícil, a confirmação deve ser feita por um método objetivo 8 uma vez
que os sinais e sintomas da asma não são exclusivos dessa condição 9,10. Os
testes diagnósticos disponíveis na prática clínica incluem espirometria (antes e
após o uso de broncodilatador).
Para a classificação da gravidade da asma foi criada a Global Initiative for
Asthma (GINA) com o intuito de difundir informações sobre o manejo e cuidado
da doença1. O GINA classifica a seriedade da doença de acordo com os níveis
de steps, que variam de 1 a 5, onde são acentuados de acordo com a
medicação usada, sendo o nível 1: indivíduos tratados com baixas doses de
corticosteroides inalatório e broncodilatador de curta duração, nível 2:
tratamento com baixas doses de corticoesteroide inalatório, antileucotrieno,
baixas doses de teofilina e broncodilatador de curta duração quando
necessário; nível 3: doses médias/altas de corticoesteroide inalatório associado
a broncodilatador de longa duração, associação de baixas doses de
corticoesteroide inalatório associado com doses baixas de teofilina e
broncodilatador de curta duração quando necessário; nível 4: média/alta dose
de corticoesteroide inalatório associado a broncodilatador de longa duração,
doses altas de corticoesteroide inalatório associado com teofilina e
broncodilatador de curta duração quando necessário; nível 5: medicamento
usado no nível 4 adicionado o AntiIgE e uso de corticoesteroide oral.1
18

1.2 Asma e atividade física


Pacientes com doença respiratória crônica tendem a mostrar diminuição
da tolerância ao exercício devido às limitações pulmonares3, auto restrição de
atividade física ou falta de atividade física por aconselhamento médico e
influência familiar. Todas essas condições, isolada ou em conjunto, podem
levar a estilo de vida sedentário3,11.
A avaliação no nível de atividade física pode ser feita pelo meio de
questionário específicos, pelo acelerômetro11, por testes clínicos de campo. O
desempenho dos indivíduos neste período pode ser capaz de determinar os
efeitos multissistêmicos da doença.

1.2.1 Avaliação para nível de Atividade Física e saúde


De acordo com mudança dos padrões sociais e econômicos em todo o
mundo, os estilos de vida sedentários se tornaram comum a população mundial
de hoje em dia12,13. A inatividade física não só está associada ao aumento das
doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, diabetes tipo 2, doença
cardiovascular15,14 e morte, mas também com o alto custo econômico na
sociedade, sendo assim, a propagação de estilos de vida ativos é uma ótima
estratégia para a melhora de saúde pública.
Para que haja uma mudança no estilo de vida sedentário, programas de
atividades físicas devem ser inseridos em seus hábitos diários para que fatores
de riscos causados pelo estilo de vida sedentário torna-se menos presentes
nos dia-a-dias de nossa população.
Avaliar a saúde pública ou intervenções individuais com o objetivo de
aumentar os níveis de atividade física, medidas confiáveis e válidas da
atividade física habitual são de grande importância. Para isso, diversos
instrumentos de rotina estão disponíveis para medir o nível da atividade física,
incluindo aplicativos de celulares, questionários de auto relato, calorimetria
indireta, observação direta, telemetria de frequência cardíaca e sensores de
movimento [16]. Todos esses métodos têm limitações bem conhecidas 17 e, para
a atividade física, atualmente o acelerômetro é de fato padrão ouro perfeito 18,19.
Sensores de movimento, como acelerômetros, têm crescido em
popularidade recentemente como uma medida de atividade física sendo
19

considerado o “padrão ouro” para obter dados confiáveis para determinados


tipos de pesquisa 20, não apenas devido a suas medidas objetivas, mas
também devido ao seu tamanho relativamente pequeno e discreto.
No entanto, devido ao seu alto custo, os acelerômetros não são
precisamente práticos em estudos de coorte em grande escala e, em vez disso,
questionários são usualmente aplicados para obter dados de atividade
física21,22 por oferecerem um custo relativamente mais baixo, rápido e ser
autoaplicáveis.
Com a finalidade de desenvolver e testar um instrumento que permitisse
obter medidas de atividades físicas que fossem internacionalmente
comparáveis, o Questionario Intemacional de Atividade fisiica (IPAQ) foi
inicialmente proposto por um grupo de pesquisadores durante uma reunião
cientifica em Genebra, em abril de 1998, sendo proposto o Questionário
Internacional de Atividade Física (International Physical Activity
Questionnaire – IPAQ), onde foi validado em 12 países e 14 centros de
pesquisa, sendo que no Brasil o centro de pesquisa do CELAFISCS foi um
dos 12 selecionados para fazer parte da elaboração e validação do
questionário no país.
Sendo assim IPAQ é um questionário que permite estimar o tempo
semanal gasto em atividades físicas de intensidade leves, moderada e
vigorosa, em diferentes contextos do cotidiano, como: trabalho, transporte,
tarefas domésticas e lazer, e ainda o tempo despendido em atividades
passivas, realizadas na posição sentada. O questionário foi publicado na
versão curta e na versão longa.
A versão curta do IPAQ é composta por sete questões abertas e suas
informações permitem estimar o tempo despendido, por semana, em
diferentes dimensões de atividade física (caminhadas e esforços físicos de
intensidades moderada e vigorosa) e de inatividade física (posição
sentada)23.
Entretanto, pouco se conhece sobre a validade de utilização desse
instrumento com crianças e adolescentes asmáticos. Uma recente revisão
sistemática24 reuniu vinte e três estudos com ano de publicação até 2010
utilizando o IPAQ em comparação junto com outros métodos de validação de
atividade fica tais como o acelerômetro, pedômetro, teste de caminhada de
20

seis minutos e VO2, houve uma grande variabilidade nos métodos utilizados
em todos eles, mas os resultados foram muito semelhantes. A correlações
entre o nível de atividade física total medido pelo IPAQ-SF e os padrões dos
objetivos variaram de 0,09 a 0,39; nenhum alcançou o padrão mínimo
aceitável na literatura (0,50 para dispositivos de medição de atividade
objetiva, 0,40 para medidas de condicionamento físico). Correlações entre
seções do IPAQ-SF para atividade vigorosa ou moderado nível de atividade /
caminhada e um padrão objetivo mostraram variabilidade ainda maior (-0,18
a 0,76), porém vários atingiram o padrão mínimo aceitável.
Apenas seis estudos forneceram comparações entre os níveis de
atividade física derivados do IPAQ-SF e aqueles obtidos a partir do critério do
objetivo. Em grande parte, o IPAQ-SF superestimou o nível de atividade
física em 36 a 173 por cento; um estudo subestimou 28 por cento. Além
disso, o IPAQ-SF normalmente superestimou a atividade física medida pelo
critério objetivo em uma média de 84%. Assim, a evidência para apoiar o uso
do IPAQ-SF como um indicador de atividade física relativa ou absoluta é
fraca.
Um outro estudo realizado por um grupo de chineses 25 teve por
objetivo examinar a validade e confiabilidade do IPAQ-SF usando uma
amostra de mil e vinte e um jovens chineses com idade média de 14 e 15
anos, 52,8% meninos de 11 cidades da China, usaram acelerômetros por 7
dias consecutivos e completaram o IPAQ-SF no 8º dia para recordar sua
atividade física (AF) durante o uso do acelerômetro dias. Uma sub amostra
de 92 jovens 15-16 anos, 46,7% meninos) completou IPAQ-SF novamente
uma semana depois para recordar sua AF durante os dias de uso do
acelerômetro. Os resultados obtidos comparado com o acelerômetro, o IPAQ-
SF superestimou o tempo sedentário, AF moderado, AF vigoroso e moderado
vigoroso. Correlações entre AF (total de AF, MPA, VPA e AFMV) e o tempo
sedentário medido por 2 instrumentos variou de “nenhum” a “baixo”. Teste-
reteste do IPAQ-SF variou de “moderado” a “alto”, exceto para sentados em
meninos, sentados para toda a amostra e VPA em meninas. Com os
resultados obtidos o grupo concluiu que o IPAQ-SF não foi um instrumento
válido para medir AF e comportamento sedentário na juventude chinesa.
21

Com esses achados conclui-se que ainda faltam estudos que


comparam essas variáveis para a utilização de uma ferramenta especifica
para a avaliação definitiva do nível de atividade física através de
questionários.

1.3 Justificativa

Antes de serem utilizados, os questionários devem ser investigados


em relação as suas propriedades e comparados ao padrão ouro. Sendo
assim, esse estudo foi desenvolvido para comparar o IPAQ-SF em relação
com o acelerômetro para identificar níveis de atividades físicas na
população asmática infantil bem como avaliar a AFVD nessa população.
22

2. OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

Avaliar a acurácia do Questionário Internacional de Atividade Física


(IPAQ-SF versão curta) em identificar o nível de atividade física em relação
ao acelerômetro em crianças e adolescentes asmáticos.
23

3. MÉTODOS

3.1 Delineamento do estudo

Estudo de desenho observacional transversal, de delineamento


secundário de um projeto já produzido no laboratório do Programa de Pós-
graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho -
UNINOVE, em parceria com o Ambulatório de Asma da Disciplina de Alergia,
Imunologia Clínica e Reumatologia do Departamento de Pediatria da UNIFESP.
Após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE
- anexo I) pelos responsáveis pela criança/adolescente foram iniciadas as
avaliações.
O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da UNINOVE
(CEP), parecer número 738192/2014 (anexo 4).

3.2 Casuística

O estudo foi composto por um grupo de asmáticos: (GA) grupo


denominado asma.
Critérios de inclusão para grupo asma: crianças e adolescentes de 5 a 17
anos,11meses, de ambos os gêneros, em tratamento regular da doença por
pelo menos 3 meses, e acompanhamento por especialista, com GINA 1 a 5
(todas as gravidades foram incluídas), sem doença aguda nas últimas 4
semanas. Foram excluídas as crianças e adolescentes com histórico de
prematuridade, com outras doenças pulmonares associadas como fibrose
cística, bronquiolite obliterante, com doenças neuromusculares e
degenerativas, doenças cardíacas e incapacidade para realizar os testes
propostos.
24

3.3 Protocolos

As crianças selecionadas para o estudo fizeram a avaliação dividida em


dois dias, com intervalo máximo de duas semanas entre elas (Quadro 1). No
qual, a avaliação foi composta por:
1ª visita: Inicialmente foi aplicado os questionários de nível de atividade
física (IPAQ) respondido pelos pais ou responsáveis para as crianças com
idade inferior a 14 anos (n=36) e pelo próprio paciente com idade superior ou
igual a 14 anos (n=7), o ACT/ C-ACT (para avaliar a percepção do paciente
sobre o controle da asma). Após a aplicação do questionário, foram realizados
os testes de função pulmonar por espirometria (pré e pós broncodilatador: 400
mcg de salbutamol) e dois STM com intervalo de 30 minutos de descanso entre
eles para avaliação da capacidade funcional. Posteriormente, foi entregue o
acelerômetro, onde os voluntários deveriam usar o equipamento durante uma
semana.
2ª visita: os responsáveis deveriam devolver o acelerômetro e o diário de
atividades.
25

N = 124

excluídos (Grupo Asma): 81


23 - Sem dados de IPAQ
36 - Sem dados de acelerômetro
22 - Usou acelerômetro durante 4
dias

N = 43

Grupo Asma: 43

1 – 8 dias

1ª Visita 2ª Visita
Espirometria (pré / pós-broncodilatador)

Devolução do acelerômetro e diário


Questionário de Controle da Asma de atividades
(ACT ou C- ACT)
Shuttle Walk Test
Entrega do acelerômetro

Figura 1: Apresentação do fluxograma do estudo.


26

3.3.1 Avaliações

3.3.2 Avaliação antropométrica


Para a medida da estatura do voluntário foi solicitado que o mesmo
ficasse em posição ortostática, descalço, com os pés paralelos e realizasse
uma inspiração profunda. A medida foi expressa em centímetros (cm).
A aferição do peso corpóreo foi feita com o paciente na mesma posição
supracitada e com vestes leves, e sua medida foi expressa em quilograma
(Kg). Ambas medidas foram obtidas por meio de uma balança mecânica
antropométrica da marca Welmy®. O índice de massa corpórea (IMC) foi
calculado pela equação IMC= kg/ m2.
Foram registrados os medicamentos em uso e número de visitas ao
pronto socorro, número de faltas à escola e número de internações no último
ano ao iniciar o protocolo.

3.3.3 Teste de Controle da Asma


Para o controle da asma foi aplicado o questionário de controle da asma
(dependendo da idade dos pacientes) - Asthma Control Test (ACT) para
maiores de 12 anos e Children Asthma Control Test (C-ACT) para menores de
12 anos. O ACT é composto por cinco perguntas com pontuação variando
entre um e cinco pontos, sendo a pontuação mínima de cinco pontos e a
máxima de 25 pontos (anexo 3). O C-ACT, que foi aplicado nas crianças de até
11 anos, é composto por sete perguntas, quatro respondidas pela criança e
três pelos pais/responsáveis, com uma pontuação mínima de zero e máxima de
27 (anexo 3). Ambos, quanto maior for a pontuação, melhor é controle da Asma
(≥20 asma controlada, 16-19 não bem controlada e ≤15 fora de controle)26,27.

3.3.4 Questionário de atividade física IPAQ-SF

Um procedimento simples e de baixo custo é o uso de questionário


para avaliação dos níveis de prática de atividade física. O International Physical
Activity Questionnaire (IPAQ) é um questionário usado para avaliar os níveis de
estágio de atividade física, e já foi validado para a população brasileira 28. O
27

IPAQ ainda é utilizado e desenvolvido para avaliar a duração de atividade,


frequência, intensidade e tipo de atividade, aceitando uma estimativa do nível
de gasto calórico total, permitindo a classificação das atividades como: leves,
moderadas e vigorosas.
O IPAQ foi validado para adolescentes29, no entanto, usaremos a versão
curta do IPAQ, para estratificar os níveis de prática habitual de atividade física,
que será respondida pelos próprios voluntários com idade superior a 14 anos, e
para os voluntários menores a essa faixa etária os questionários foram
respondidos por seus responsáveis30 (anexo 2).

3.3.5 Função pulmonar


Os testes de espirometria foram realizados com o equipamento ULTIMA
CPX (MedGraphics Corporation®, St. Paul, MN, USA) com um
pneumotacógrafo previamente calibrado. Os procedimentos técnicos, critérios
de aceitabilidade e reprodutibilidade adotados foram os recomendados pelo
Consenso Brasileiro de Espirometria31. Todos os pacientes realizaram as
manobras antes e após broncodilatador (Salbutamol 400 mcg - via inalatória).
As seguintes variáveis foram registradas: capacidade vital forçada (CVF),
volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF 1), relação VEF1/CVF e
fluxo expiratório forçado entre 25-75% da CVF (FEF25-75%). Os valores obtidos
foram expressos em valores absolutos e em porcentagem do previsto para a
população pediátrica de acordo com Polgar e colaboradores32.

3.3.6 Shuttle Walk Test Incremental Modificado.

O SWTI modificado foi realizado em um corredor, no qual a distância de


10m é demarcada por dois cones inseridos a 0,5m antes de cada extremidade.
O paciente caminhava de acordo com o ritmo imposto por estímulos sonoros
previamente gravados. O teste é composto por 15 níveis com duração de um
minuto cada, sendo que o primeiro nível impõe uma caminhada com velocidade
de 0,5 m/s, que aumenta 0,17m/s a cada minuto. O ritmo da caminhada é
imposto pelo som de bip único onde o paciente mantém a velocidade da
28

caminhada e ao som do bip triplo o paciente sabe, devido explicação prévia,


que deve andar mais rápido12. Todos foram orientados que poderiam correr.
Dois SWT foram realizados no mesmo dia, com repouso de 30 minutos entre
eles, sendo utilizado o teste com a maior distância percorrida para fins de
análise. Se a distância percorrida entre os dois testes não fosse reprodutível
(até 40m de diferença entre eles)33 um terceiro teste era realizado.
O teste foi interrompido pelo avaliador quando o paciente foi incapaz de
completar um shuttle no momento do estímulo sonoro pela segunda vez
durante a corrida, ou pelo paciente devido ao cansaço ou falta de ar, ou por
queda de SpO2 abaixo de 80%. Ao início e final do teste foram avaliados:
frequência cardíaca, pressão arterial e sensação de cansaço nos membros
inferiores e dispneia pela escala de Borg modificada34. A Saturação de pulso de
Oxigênio (SpO2) e a FC foram monitoradas continuamente durante o teste. A
SpO2 foi mensurada pelo oxímetro de pulso (Ohmeda Biox 3740 Pulse
Oximeter, Susquehanna Micro Inc., Pennsylvania, USA). A FC foi monitorizada
pelo frequêncímetro cardíaco POLAR® Ft1 e a SpO2 pelo oxímetro portátil
PalmSAT 2500 - Nonin®.
O desfecho utilizado foi a distância percorrida no melhor teste em metros
e em porcentagem do previsto de acordo com equação de referência: SWTIprev
= 845.559 + (sexo * 193.265) + (idade * 47.850) – (IMC * 26.179), considerando
0 para o sexo feminino e 1 para o sexo masculino35.

Figura 2: Ilustração do Shuttle Walk teste incremental - SWTI Modificado


com analisador de gases portátil.
29

3.3.7 Atividade física na vida diária

Cada voluntário avaliado foi monitorizado por acelerômetro (GT3X,


Actigraph®), ao longo de sete dias consecutivos. O acelerômetro foi colocado
firmemente no quadril (cintura pélvica) e foi retirado apenas para dormir, tomar
banho, nadar ou em qualquer atividade que prejudicasse a integridade do
aparelho. Foi entregue a cada indivíduo ou responsável uma ficha para registro
diário das atividades não usuais a ser preenchida ao fim do dia, durante 7 dias.
O acelerômetro foi inicializado para medir a contagem de atividades a cada
60seg (Epoch 60seg). O tratamento dos dados foi realizado pelo programa
Actilife®. Um dia válido foi definido como aquele que tinha ≥ 8 horas de uso e
foi utilizado 7 dias, incluindo os finais de semana. As contagens de horas
válidas foram analisadas da seguinte maneira: quando atingissem contagem de
0-100 counts foi determinado tempo em sedentarismo, 101-2295 counts
determinado atividade leve, 2296-4011 counts atividade moderada, e 4012 ou
mais counts atividade vigorosa para uso de no mínimo 10 minutos
consecutivos36.

Figura 3: Ilustração do Acelerômetro GT3X, Actigraph® e a respectiva fita


elástica para fixação do equipamento.
30

3.4 ANALISE ESTATÍSTICA

A normalidade dos dados foi testada pelo Shapiro Wilk, sendo que dessa
maneira, os dados estão apresentados em média (desvio padrão) ou mediana
(intervalo interquartil) de acordo com à aderência a curva de Gauss. A
comparação entre os níveis de atividade física mensurados pelos
instrumentos foi feita pelo Teste t de Student para amostras dependentes, ou
pelo teste de Wilcoxon, de acordo com a normalidade dos dados. A
confiabilidade foi testada por meio do coeficiente de correlação intraclasse
(CCI) com intervalo de confiança de 95%. Por se tratar de um estudo de
deliamento secundário, não foi calculado a amostra, mas sim o poder post
hoc. O poder da amostra foi calculado a posteri. Considerando  de 0,05 e N
43. Foi considerada significância estatística quando p< 0,05. O SPSS versão
20 foi utilizado nas análises.
31

4. RESULTADOS

Foram recrutadas 124 crianças. Sendo excluídas 23 crianças que não


tiveram dados completos do IPAQ, 36 sem dados completos de acelerômetro e
22 por usar o acelerômetro apenas por 4 dias. A amostra final foi composta por
43 crianças, sendo 25 meninos. Os voluntários eram eutróficos, e a função
pulmonar, em média, esteve dentro dos limites da normalidade. Na tabela 1
estão representados os dados antropométricos e de função pulmonar do grupo
estudado.

Tabela 1. Dados antropométricos e função pulmonar da amostra. Dados


expressos em mediana (IQ 25-75).

Variáveis n = 43
Antropometria

Idade, anos 10 (8-13)

Peso, kg 42 (28-49)

Altura, cm 143 (130-155)

IMC, kg/m2 19 (16-22)


Função pulmonar
CVF (L) 2,4 (1,8-3)
CVF, %prev 102 (93-108)
VEF1 (L) 2,1 (1,5-2,6)
VEF1, %prev 92 (84-103)
VEF1/CVF 86 (80-92)
FEF25-75% 2,4 (1,7-3,2)
FEF25-75%, %prev 92 (69-103)

IMC: índice de massa corpórea; kg/m 2: kilograma por metro quadrado; CVF: capacidade vital
forçada; %prev: porcentagem do previsto; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro
segundo; VEF1/CVF: relação do volume expiratório forçado no primeiro segundo dividido pela
capacidade vital forçada; FEF25-75%: fluxo expiratório forçado de 25 a 75.
32

Em relação a gravidade da doença, o grupo foi classificado, em média,


como asma leve a moderada Step 3 (2-4) segundo GINA, sendo: oito
voluntários step 1, nove voluntários step 2, setestep 3, 15 voluntários step 4 e
somente quatro pertencentes ao step 5 (Tabela 2).

Tabela 2. Dados classificação de gravidade e controle da asma


%
GINA n = 43
Step 1 8 18
Step 2 9 20
Step 3 7 16
Step 4 15 34
Step 5 4 9

ACT/C-ACT
Controlados 23 53
Parcialmente 10 25
controlados
Fora de controle 10 25
GINA: Global Initiative for Asthma; ACT: Asthma Control Test; C-ACT: Children Asthma
Control Test;

Em relação a capacidade funcional, em média, os pacientes


apesentaram 83%  15% do previsto e andaram 782  183m no SWTI
Modificado. Onde 7 dos 43 pacientes não tinham dados do shuttle para serem
analisado, sendo excluídos desta análise.

Tabela 3. Dados do Shuttle Walk Test Incremental Modificado (SWTI).

Variáveis PICO DO SWT n = 35

FC máx, bpm 200 ± 2,2


Distância percorrida, m 782 ± 183
Distância percorrida, %prev 83 ± 15
m: metros; FCmáx: frequência cardíaca máxima; bpm: batimentos por minuto; %prev:
porcentagem do previsto; equação de Lanza et al,2015.
33

O tempo gasto em atividades respondidas por meio do IPAQ e o que


foi registrado com acelerômetro em minutos e em METs durante uma semana
estão descritas a seguir. Foi observada diferença significante para todos os
níveis de atividade física na comparação entre IPAQ-SF e acelerômetro. Para
o nível de atividades leve, o IPAQ-SF registrou tempo menor quando
comparado ao acelerômetro, p<0,05. Para as atividades moderada, vigorosa
e tempo em sedentarismo o IPAQ-SF registrou tempo maior comparado ao
acelerômetro, p<0,05 (Tabela 4 e 5).
O mesmo acontece com os resultados obtidos em METs/dia,
obtivemos diferença significante para todos os níveis de atividades físicas na
comparação do IPAQ-SF e o acelerômetro, entretanto, para os níveis
moderada, vigorosa e sedentário, houve uma superestimação dos valores
para tais níveis quando comparada com o padrão ouro.

Tabela 4- Comparação do nível de atividade física em crianças e adolescentes


asmáticos entre o IPAQ-SF e o Acelerômetro (minutos/dia).

IPAQ ACELEROMETRO
Nível de Atividade p

Leve, minutos 60 (0 - 120) 1482 (846 - 2032) 0,001


Moderada, minutos 60 (10 - 120) 30 (11 - 68) 0,034
Vigorosa, minuto 40 (0 - 135) 0 (0 - 10) 0,001
Sedentário, minutos 3000 (2010 - 4320) 2680 (1407 - 3504) 0,030
Resultados apresentados em mediana e intervalo interquartíl (IC) 25%-75%
34

Tabela 5- Comparação do nível de atividade física em crianças e adolescentes


asmáticos entre o IPAQ-SF e o Acelerômetro (METs/dia).

IPAQ ACELEROMETRO
Nível de Atividade P

Leve, METs 264 (33 - 330) 2353 (1785 - 2826) 0,001


Moderada, METs 240 (0 - 480) 168 (77 - 241) 0,001
Vigorosa, METs 320 (0 - 1280) 31 (9 - 75) 0,001
Sedentária, METs 9521 (8563 - 9978) 7232 (6482 - 7931) 0,001
Resultados apresentados em mediana e intervalo interquartílico (IC) 25%-75%, teste de
Wilcoxon.

A reprodutibilidade entre valores mensurados do IPAQ e o Acelerômetro


foi testada por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI) com
intervalo de confiança de 95%. Nenhum nível de atividade física mensurado
apresentou uma boa reprodutibilidade (CCI entre -0,001- 0,26), tabela 6.

Tabela 6- Reprodutibilidade dos níveis de atividade física avaliado pelo


Intervalo de confiança intercalasse (ICC) e seu intervalo de confiança de 95%
(IC95%) avaliados pelo IPAQ e o Acelerômetro em crianças e adolescentes
asmáticos.

ICC (IC 95%)


Nível de Atividade P

Leve, minutos -0,03 (0,032 – 0,36)


0,58

Moderada, minutos 0,08 (-0,01 – 0,35)


0,27

Vigorosa, minutos -0,001 (-0,24 – 0,26)


0,50

Sedentária, minutos 0,01 (-0,24 – 0,29)


0,45
35

O poder da amostra foi calculado a posteriori. Considerando  de 0,05 e


N = 43, o poder foi de: 98% para o nível de atividade leve; 92% para o nível
moderado; 99% para o nível vigoroso; 46% para nível sedentário.
36

5. DISCUSSÃO

Após terem sido avaliados voluntários asmáticos em relação a


acurácia do IPAQ-SF comparado ao acelerômetro foi identificado que o
questionário pode não ser considerado um instrumento válido para
determinar o nível de atividade física.
Estudos de validade de medidas como questionários de atividades de
vida diária, são de extrema importância para nosso dia a dia na pesquisa.
Em nosso cenário atual, esses meios que quantificam o nível de atividade
física é de extrema relevância, ainda mais quando se trará de uma
população pouco estudada nesses padrões; a asma em crianças e
adolescentes vem crescendo por todo o território brasileiro, e por tratarmos
de uma grande biodiversidade territorial com amplas diferenças
demográficas quantificar a atividade física poderia assim de fato minimizar
os impactos causados por esses diversidade.
Nosso estudo buscou de fato evidencias para possíveis validades
concorrentes do Questionário Internacional de Atividade Física através da
comparação com padrão ouro (acelerômetro) em crianças e adolescentes
asmáticos. Com isso, os resultados mostraram que o IPAQ-SF apresentou
uma fraca validade quando comparada com o acelerômetro. Além do mais,
foi observado também uma tendência de superestimação por parte dos
avaliados ao relatarem o seu tempo gasto principalmente em atividades que
envolvem esforços físicos de intensidade vigorosa, moderadas e sedentário
durante a semana avaliada, quando comparadas ao padrão ouro.
Uma explicação plausível para tal fato pode ser vista nos estudos de
MATSUDO et al (2001)23, no qual seu trabalho que também buscou avaliar
a validade e a reprodutibilidade do IPAQ no Brasil com o uso da
acelerometria.
Analisaram com maior acurácia essas informações obtidas,
entretanto, os avaliados do estudo mostraram-se confusos ou sem
confiança para responder as opções das questões ali propostas no ano que
foram avaliadas.
37

Mesmo os avaliadores aplicando a versão curta quanto a longa,


ambas apresentaram ter uma certa dificuldade de entendimento para alguns
domínios do questionário.
Outro estudo que podemos ver tais resultados reportados por
Oyeyemi et al 37 no qual ele explicita que as diferentes características das
amostras estudadas sejam elas crianças e adolescentes, adultos ou até
mesmo idosos pode haver interpretações diferentes para cada uma das
questões respondidas por uma dessas características das amostras,
podendo assim principalmente para a população idosa, crianças e
adolescentes por haver dificuldades referentes à memória ou falta de
entendimento por parte das crianças podendo impactar diretamente nas
respostas obtidas nos questionários.
Ao considerarmos os resultados obtidos dos níveis de atividade física
observamos que vão ao encontro a outros estudos 23,24,25,29, que também
apontam uma pequena e/ou média diferença entre os dois métodos de
avaliação, mesmo sendo pessoas consideradas saudáveis. Os resultados
principalmente para a superestimação de nível de atividade física vigorosa e
moderada pode de fato ser observada nos estudos citados acima.
No entanto, nosso estudo apresenta alguns pontos fortes a se
considerar, como por exemplo, a utilização do acelerômetro, considerada
hoje como o padrão ouro para medida de nível de atividade física, mesmo
quando de fato ter envolvido uma população pouco estudada nesses
parâmetros.
Há um realce em virtude do número reduzido de estudos com foco
nesta população quem vem crescendo principalmente em nosso pais e
sobretudo por estar ligada as mudanças climáticas e poluição que temos
em abundancia hoje em dia.
O presente estudo apresenta algumas limitações por ser um estudo
secundário, não avaliamos objetivamente o entendimento/compreensão do
questionário em si, uma vez que os próprios pacientes respondiam o
questionário, entretanto, devemos destaca-las entre elas:
O número reduzido na amostra, porem o poder da amostra foi
superior a 80% para todas as variáveis analisadas, a não divisão dos
38

indivíduos em comparação com a gravidade da doença, mas sabe-se que a


população de asmáticos graves é menos do que 15% do total.
No entanto, nosso objetivo era constatar a acurácia do questionário
com o acelerômetro. Em futuros estudos, seria interessante avaliação da
reprodutibilidade do IPAQ usando esses parâmetros para assim de fato
avaliar a real consistência e reprodutibilidade deste instrumento.
39

6. CONCLUSÕES

Os resultados do presente estudo nos permitem concluir que não


houve concordância entre os resultados obtidos por meio do IPAQ-SF e
por meio do acelerômetro em relação à nível de atividade física de
crianças e adolescentes asmáticos. Além disso, o IPAQ tende a
superestimar o tempo gasto em atividade de intensidade física moderada,
intensa e sedentária em comparação ao acelerômetro.
40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. GINA. Global Initiative for Asthma, 2018. Disponível em:


www.ginasthma.org

2. III Consenso Brasileiro de Manejo da Asma. Capítulo I – Definição,


epidemiologia, patologia e patogenia. J Pneumol 28(Supl 1) – junho de 2002.
3. Vieiras RP, Toledo AC, Ferreira SC, Santos ACG et al. Airway
epithelium mediates the anti-inflammatory effects of exercise on asthma.
Respiratory Physiology & Neurobiology 175 (2011) 383–389.
4. Solé D, Wandalsen GF, Camelo-Nunes IC, Naspitz CK; ISAAC – Grupo
Brasileiro. Prevalence of symptoms of asthma, rhinitis, and atopic eczema
among Brazilian children and adolescents identified by the International Study
of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC). Phase 3. J Pediatr (Rio J).
2006; 82(5): 341-6.
5. Jarjour NN, Erzurum SC, Bleecker ER, Calhoun WJ, Castro M, Comhair,
SAA, et al. Severe Asma. Lessons Learned from the National Heart, Lung,
and Blood Institute Severe Asthma Research Program. Am J Respir Crit Care
Med. 2012; 185(2): 356-62.
6. Brasil, Ministério da Saúde. Asma e Rinite: linhas de conduta de
atenção básica. Brasilia. 2004.
7. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o
Manejo da Asma – 2012. J Bras Pneumol. v.38, Suplemento 1, p.S1-S46
Abril 2012.
8. Adelroth E, Hargreave FE, Ramsdale EH. Do physicians need objective
measurements to diagnose asthma? Am Rev Respir Dis. 1986;134(4):704-7.
9. IV Brazilian Guidelines for the management of asthma J Bras Pneumol.
2006;32 Suppl 7:S447-74.
10. National Heart, Lung, and Blood Institute Bethesda: National Heart,
Lung, and Blood Institute.Expert Panel Report 3: guidelines for the diagnosis
and management of asthma.
41

11. Lee et al. the international physical activity questionnaire short form
(IPAQ-SF): A systematic review. International Journal of Behavioral Nutrition
and Physical Activity 2011, 8:11.
12. Boon RM, Hamlin MJ, Steel GD, Ross JJ: Validation of the New Zealand
physical activity questionnaire (NZPAQ-LF) and the international physical
activity questionnaire (IPAQ-LF) with accelerometry. British Journal of Sports
Medicine 2010, 44:741-746.
13. Knuth AG, Bacchieri G, Victora CG, Hallal PC: Changes in physical
activity among Brazilian adults over a 5-year period. Journal of Epidemiology
and Community Health 2010, 64:591-595.
14. Hu FB, Li TY, Colditz GA, Willett WC, Manson JE: Television watching
and other sedentary behaviors in relation to risk of obesity and type 2
diabetes mellitus in women. Journal of American Medical Association 2003,
289:1785 1791.
15. Warren TY, Barry V, Hooker SP, Sui X, Church TS, Blair SN: Sedentary
behaviors increase risk of cardiovascular disease mortality in men. Medicine
and Science in Sports and Exercise 2010, 42:879-885.
16. Montoye HJ, Kemper HCG, Saris WHM, Washburn RA: Measuring
Physical Activity and Energy Expenditure Champaign: Human Kinetics; 1996.
17. Welk GJ: Physical Activity Assessments for Health-Related Research
Champaign: Human Kinetics; 2002.
18. U.S. Department of Health and Human Services: The Surgeon
General’s Call to Action to Prevent and Decrease Overweight and Obesity
U.S. Department of Health and Human Services, Public Health Services,
Office of the SurgeonGeneral; 2001.
19. Terwee CB, Mokkink LB, van Poppel MNM, Chinapaw MJM, van
Mechelen W, de Vet HCW: Qualitative attributes and measurement properties
of physical activity questionnaires: A checklist. Sports Medicine 2010, 40:525-
537.
20. Freedson PS, Miller K: Objective monitoring of physical activity using
motion sensors and heart rate. Research Quarterly for Exercise and Sport
2000, 71:S21-S30
21. Jiang CQ, Thomas GN, Lam TH, Schooling CM, Zhang W, Lao XQ,
Adab P, Leung GM, Cheng KK: Cohort profile: The Guangzhou Biobank
42

Cohort Study, a Guangzhou-Hong Kong-Brimingham collaboration.


International Journal of Epidemiology 2006, 35:844-852.
22. Hallal PC, Victora CG, Wells JCK, Lima RC: Physical inactivity:
Prevalence and associated variables in Brazilian adults. Medicine and
Science in Sports and Exercise 2003, 35:1894-1900.
23. Matsudo S, Araujo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC,
Braggion G; Questionario internacional de ativi dade fisica (i paq): estudo de
validade e reprodutibilidade no brasil. J Atividade física & Saude 2001.
Volume 06. Número 02.
24. Lee et al. Validity of the international physical activity questionnaire short
form (IPAQ-SF): A systematic review. International Journal of Behavioral
Nutrition and Physical Activity 2011, 8:115
http://www.ijbnpa.org/content/8/1/115
25. Chao Wang, Peijie Chen & Jie Zhuang. Validity and Reliability of
International Physical Activity Questionnaire–Short Form in Chinese Youth,
Research Quarterly for Exercise and Sport 2013. 84:sup2, S80-S86.
26. Liu AH, Zeiger RS, Sorkness CA, Mahr T, Ostrom N, Burguess S, et al.
Development and cross-sectional validation of the Childhood Asthma Control
Test. J Allergy Clin Immunol 2007; 119:817–25.
27. Thomas M, Kay S, Pike J, Williams A, Carranza Rosenzweig JR, Hillyer
EV, et al. The Asthma Control TestTM (ACT) as a predictor of GINA
guidelinedefined asthma control: analysis of a multinational cross-sectional
survey. Prim Care Resp J. 2009; 18(1): 41-49.

28. Matsudo S, Araújo T, Marsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC,


Braggion G. Questionário internacional de atividade física (IPAQ): estudo de
validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fis Saúde 2001; 6(2): 5-
18.
29. Guedes DP, Lopes CC, Guedes J. Reprodutibilidade e validade do
Questionário Internacional de Atividade Física em adolescentes. Rev Bras Med
Esporte 2005; 11(2): 152-58.
30. Rocha ES, Rose GJ, Schivinski CIS. Level of physical activity and
functional in athletes children. J Hum Growth and Dev 2014; 24(2): 127-134.
43

31. Pereira CA. Espirometria. Diretrizes para testes de função pulmonar. J


Bras Pneumol. 2002; 28:S1-S82.
32. Polgar G, Promadhat V. Pulmonary function testing in children:
Techniques and standards. Philadelphia: Saunders; 1971.
33. Bradley J, Howard J, Wallace E, Elborn S. Reliability, repeatability, and
sensitivity of the modified shuttle test in adult cystic fibrosis. Chest. 2000;
117(6): 1666- 71.
34. Borg GA. Psychophysical bases of perceived exertion. Med Sci Sports
Exerc 1982; 14:377-81.
35. Lanza FC, Zagatto EP, Silva JC, Imperatori TB, Zanatta TJ, Carvalho
LN, et al. Reference equation for the Incremental Shuttle Walk Test in
pediatric population. Pediatrics, 2015. Epub ahead of print.
36. Adams MA, Johnson WD, Tudor-Locke C. Steps/day translation of the
moderate-to-vigorous physical activity guideline for children and adolescents.
Inter J Behav Nutr Phys Activ. 2013; 10:49.
37. Oyeyemi AL, Umar M, Oguche F, Aliyu SU, Oyeyemi AY.
Accelerometer-Determined Physical Activity and Its Comparison with the
International Physical Activity Questionnaire in a Sample of Nigerian Adults.
PLoS One. 2014;9:87-233.
44

ANEXO

ANEXO 1.

Termo de Consentimento para Participação em Pesquisa Científica


Nome do Voluntário________________________________________________________
Nome do Responsável legal: ________________________________________________
End:___________________________________________________CEP:_____________
Telefone para contato:__________Cidade:_____________________Email:____________
As informações contidas neste prontuário foram fornecidas pela Prof a Dra
Fernanda de Cordoba Lanza, com objetivo de firmar acordo escrito mediante o qual,
o voluntário de pesquisa autoriza a sua participação com pleno conhecimento da
natureza dos procedimentos e mínimos riscos a que se submeterá com a
capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação.
1. Título do Trabalho Experimental: “Avaliação da Capacidade
Funcional em Crianças e Adolescentes Asmáticos”.
2. Objetivo: Avaliar o quanto de oxigênio o seu filho(a) (menor
responsável) utiliza durante a realização de testes como caminhada controlada e
bicicleta com a uma máscara, a força dos músculos da respiração, avaliar a força
das pernas e dos braços, e a qualidade de vida através de questionários.
3. Justificativa: Ainda não se sabe claramente as diferenças da
capacidade física e funcional em crianças e adolescentes asmáticos quando
comparados com voluntários em asma. Por isso faremos todas essas avaliações em
crianças/adolescentes que apresentam ou não asma.
4. Procedimentos da Fase Experimental: As avaliações serão
realizadas em duas visitas. Na primeira visita, você e seu filho(a) (menor
responsável), responderão dois questionários para ver avaliar qualidade de vida,
esse questionário dura no máximo 15 minutos, depois, seu filho(a) (menor
responsável) fará o teste do sopro (espirometria), com e sem uso de bombinha. Fará
também o teste da força muscular respiratória, um teste de assoprar e puxar o ar, e
por fim teste de caminhada controlada de 10 metros de comprimento, com uma
máscara e um aparelho que ficará em uma mochila. No segundo dia será feita a
avaliação da força que ele(a) tem no braço e na perna fazendo movimentos com
esses dois membros e um teste para ver a capacidade cardiopulmonar em uma
bicicleta, ele(a) irá pedalar o máximo que puder e também será avaliado o quando o
coração dele(a) varia por um relógio específico durante todos os testes, e um outro
aparelho que ficará preso ao dedo onde veremos o oxigênio em tempo real.
5.Desconforto ou Riscos Esperados: Seu filho (menor responsável) poderá
sentir cansaço durante a realização dos testes da capacidade física e forma
muscular, mas ele(a) pode interromper qualquer teste a qualquer momento caso
sinta desconforto intolerável. Pode ocorrer queda do oxigênio durante os testes, mas
caso isso aconteça será administrado oxigênio, disponível no laboratório.
6. Informações: O voluntário e seu responsável legal têm garantia que
receberão respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento de qualquer dúvida
quanto aos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com
pesquisa. Também os pesquisadores supracitados assumem o compromisso de
proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo, ainda que esta possa
afetar a vontade do indivíduo em continuar participando.
7. Métodos Alternativos Existentes: Não há.
8. Retirada do Consentimento: Você e o voluntário têm a liberdade de
retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo.
9. Aspecto Legal: Os aspectos legais estão elaborados de acordo com
as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos
atendendo à Resolução n.º196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de
45

Saúde do Ministério de Saúde – Brasília – DF.


10. Garantia do Sigilo: Os pesquisadores asseguram a sua privacidade
quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa.
11. Formas de Ressarcimento das Despesas decorrentes da Participação
na Pesquisa: Não há.
12. Local da Pesquisa: A pesquisa será desenvolvida no Laboratório de
Fisiologia do Exercício, Universidade Nove de Julho – UNINOVE, localizada à Rua
Vergueiro, 235/249, 2oSS CEP: 01504-001, São Paulo - SP. Endereço do Comitê de Ética
da Uninove: Rua. Vergueiro nº 235/249 – Liberdade – São Paulo – SP CEP. 01504-001
Fone: 3385-9226.
13. Nome Completo e telefones dos Pesquisadores (Orientador e Alunos)
para Contato: Profa Dra Fernanda de Cordoba Lanza– Tel (11) 98339 5002, Laboratório
de Fisiologia do Exercício (Mariana Mazzuca Reimberg, cel:98911-9872 e Luana Carvalho
do Nascimento, cel: 96034-1828) - Tel (011) 33859226.
14. Consentimento Pós-Informação:
Eu, _____________________________________________________________,
responsável pelo menor ______________________________________________ após
leitura e compreensão deste termo de informação e consentimento, entendo que minha
participação é voluntária, e que posso sair a qualquer momento do estudo, sem prejuízo
algum. Confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a execução do
trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo no meio científico.
* Não assine este termo se ainda tiver alguma dúvida a respeito.
São Paulo, de de 201_.
Nome (por
extenso):________________________________________________________
Assinatura: _____________________________
Nome da Pesquisadora: Fernanda de C. Lanza
Assinatura:_____________________________
46

ANEXO 2
47
48

Anexo 3
49
50
51
52

ANEXO 4. Versão traduzida para o português do Child-Asthma Control Test (C-ACT) e Versão traduzida para o português do
Asthma Control Test (ACT).

Você também pode gostar