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Materia suplementar: Noções básicas de Circuitos Magnéticos

Leis dos circuitos magnéticos

Tabela 4.1: Analogia entre um circuito eléctrico de cc e um circuito magnético.

Na tabela, l é o comprimento e A é a área da secção transversal do caminho, ou para a corrente


no circuito eléctrico, ou para o fluxo no circuito magnético. Porque ∅ é análogo a I e R e
análoga a R, as leis para os resistores em série ou paralelo também valem para as relutâncias.
A diferença básica entre a resistência eléctrica, R, e a relutância magnética, R , é que a primeira
está associada a uma perda de energia (cujo valor e 𝐼 2 𝑅), enquanto a última não. Além disso,
o fluxo magnético apresenta caminhos de dispersão (Fig. 4.1), enquanto as correntes eléctricas
normalmente, não o fazem.

Fig. 4.2: (a) Caminho do fluxo de dispersão e (b) Laço de histerese de um


núcleo de folha enrolada, de material ferromagnético Deltamax*.

* Deltamax é o nome de uma liga magneticamente mole, construída por, aproximadamente,


50% de Fe e 50% de Ni.

Operacões em CA e perdas

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Se a fmm é de CA, então a curva B-H da Fig.4.2 é substituída pelo laço (ou ciclo) de histerese
simétrico da Fig. 4.1(b).

Fig. 4.2: Curva de magnetização de material ferromagnético.

A área dentro do laço é proporcional à perda de energia (em calor) por ciclo; esta perda de
energia é conhecida como perda por histerese.

Correntes de Foucault (ou correntes parasitas), induzidas no material do núcleo (fig. 4.1(a),
constituem uma outra característica da operação de um circuito magnético quando ele está
excitado por uma bobina percorrida por corrente alternada. As perdas devidas à histerese e
correntes de Foucault – em conjunto conhecidas como perdas no núcleo ou perdas no ferro –
são, aproximadamente, dadas pelas seguintes expressões:
𝑊
Perdas por correntes de Foucault: 𝑃𝑒 = 𝐾𝑒 𝑓 2 𝐵𝑚
2
(𝑘𝑔)
1,5 𝑎 2,5 𝑊
Perdas por histerese: 𝑃ℎ = 𝐾ℎ 𝑓𝐵𝑚 (𝑘𝑔)
em que:

Bm - é a densidade de fluxo máxima


f - é a frequência da ca;
Ke - é uma constante que depende da condutividade e da espessura do material;
Kh - é uma outra constante de proporcionalidade

Factor de Laminacão

Para reduzir as perdas por correntes de Faucoult, o núcleo deve ser constituído de lâminas, ou
finas chapas com uma finíssima camada de isolamento entre as mesmas. As lâminas são
orientadas paralelamente à direcção do fluxo, como será mostrado na Fig. 4.4(b). A perda por
correntes de Foucault é aproximadamente proporcional ao quadrado da espessura de
laminação, a qual varia de 0,5 a 5 mm em quase todas as máquinas eléctricas. Laminando-se
um núcleo aumenta-se o seu volume. A razão do volume realmente ocupado pelo material
magnético para o volume total do núcleo é conhecida como factor de laminação (também
conhecido por factor de empilhamento); a Tabela 4.2 dá alguns desses valores.

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Fig. 4.4: Material ferromagnético laminado.

Sendo a perda por histerese proporcional à área do laço da curva, o núcleo de uma máquina é
feito com um aço de “boa” qualidade magnética, tendo um estreito laço de histerese.

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