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Represento Carolina Maria de Jesus, nascida em Sacramento Minas Gerais em

1914.
Escritora, compositora e poetisa, considerada uma das mais importantes escritoras
do país.
Criou seus três filhos sozinha, não quis se casar.

Represento Cora Coralina, nascida na cidade de Goiás em 1889.


Começou a escrever aos 14 anos em cadernos.
Foi impedida de participar da semana de 22 pelo seu marido.
Fica viúva aos 45 anos e ganha sustento como doceira.
Somente aos 75 anos consegue realizar seu sonho de editar um livro.
Imortal homenageada pelas AELs da Cidade de São Paulo em 2022

Represento Marina Colasanti. Escritora, jornalista e tradutora


brasileira.
Autora de mais de 50 títulos publicados no Brasil e exterior,
ganhadora de prêmios importantes, dentre eles, o prêmio jabuti.
Uma das histórias que escreveu A MOÇA TECELÃ, uma história
muito parecida com o que está acontecendo (ou que aconteceu)
neste palco.
Homenageada pelas AEL(s) da Cidade de São Paulo em 2022.

Cora - Olha o que está acontecendo ali?


(PALCO- Um casal se encontrando, trocando alianças).

Carolina- Um casamento. O casal parece-me feliz! Ah! Nunca quis


me casar.

Marina- Vamos ver o que vai acontecer?

Cora- Fui casada por muito tempo, mas a vida de casada não
permitiu que eu me tornasse uma escritora...
(PALCO- Afazeres domésticos: arrumação da casa, lavar roupas,
passar, cozinhar... enquanto faz as atividades enrola uma corda em
volta do corpo).
Carolina – Sempre escrevi, por isso nunca quis me casar. Os homens
às vezes não compreendem suas esposas.

Marina – Parece até com uma história que escrevi! Interessante!

Cora – Depois do casamento os afazeres domésticos, os


filhos...muita coisa.

Carolina – Sei como é....criei meus filhos sozinha, como catadora de


papel sustentava meus filhos. Se fosse dar uma cor à fome, seria
amarela.

Marina – A vida é feita de escolhas e nem sempre fáceis.

Cora – Depois do casamento vem a rotina. Ei olhem o que ele está


fazendo! Simplesmente nada. Ela faz tudo enquanto ele vê TV!
(PALCO: A moça toda enrolada na corda tentando fazer algo para
satisfazer as vontades do seu marido, enquanto ele vê TV).

Carolina – Isto não é justo. Alguém precisa ajudar essa mulher.

Marina – E minha história, a moça tece um marido, o marido


ganancioso a fazia de escrava, ela tecia e tecia os desejos do
marido, enquanto ele não fazia nada. Outra coincidência?

Cora -Pronto. Ela está toda enrolada. Como sairá desta situação?
(PALCO: Moça toda enrolada, lutando para se desenrolar da corda).

Carolina – Precisa tomar uma atitude.

Marina- Na história, a moça que tecia tudo, tomou uma atitude.


Coincidências novamente?

Cora – Agora ela chegou ao seu limite e deu um basta.


(PALCO- A moça tira o avental e o atira ao chão, se desenrola da
corda. O casal se separa, a moça vai para um lado do palco e o
moço para o outro).

Carolina – Ela é uma mulher de fibra. Já vi muitas ficarem sob as


ordens de seus companheiros...

Marina – É o que estou dizendo.... a moça que tece, destece em


minha história. A escolha sempre é difícil, porém necessária.

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