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CENA 3 FINAL
Carolina está na frente de seu barraco escrevendo em
seu diário. As duas vizinhas de sua rua passam perto
dela e a xingam de negra fedida. Logo após aparece um
repórter.
Entrevistado entra falando para a câmera
-- Hoje vinhemos aqui entrevistar algumas pessoas da
favela canindé São Paulo. Desliga a câmera
O entrevistador vai até Carolina que está sentada em um
banquinho
Entrevistador – com licença, você mora aqui?
Carolina – moro sim
Entrevistador – estamos fazendo uma entrevista sobre as
pessoas que moram aqui. Vejo que gosta de ler, o que
está lendo?
Carolina – na verdade estou escrevendo em meu diário.
Entrevistador – escrevendo? Já pensou em publicar sua
história?
Carolina – já sim, vou vender a história pra alguém e com
o dinheiro vou sair daqui!
Entrevistador – posso te indicar um lugar muito bom.
CORTINAS SE FECHAM
Elas se abrem novamente e a luz do refletor pousa em
Carolina.
--E que em 1948, quando começaram a demolir
as casas térreas para construir os edifícios, nós,
os pobres, que residíamos nas habitações
coletivas, fomos despejados e ficamos
residindo debaixo das pontes. É por isso que eu
denomino que a favela é o quarto de despejo
de uma cidade. E Nós, os pobres, somos os
trastes velhos. E com isso minha história acaba
aqui.