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Adriana Moreira Muza 418105316

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Joao Pedro Galvão 418202139

Patrícia Caseiro Queirolo 418200279

José Ricardo dos Santos 418202173

Luana Nunes 2218108281

David Anderson Carlos de M Evangelista 420108587

Bruna Silva de Sena 918111236

RESUMO DO ARTIGO: CASAMENTO CONTEMPORÂNEO: O DIFÍCIL CONVÍVIO


DA INDIVIDUALIDADE COM A CONJUGALIDADE

SÃO PAULO
2020
: CASAMENTO CONTEMPORÂNEO: O DIFÍCIL CONVÍVIO DA INDIVIDUALIDADE
COM A CONJUGALIDADE
Terezinha Féres-carneiro

1. Objetivo
O artigo abordado pretende discorrer sobre o tema “casamento
contemporâneo” desde as suas primeiras concepções, transpassando pelas
definições e manifestações da aliança conjugal e da sexualidade segundo alguns
autores, além de, tratar questões envolvidas na instituição casamento como a
dificuldade de convivência entre as individualidades, separações, recasamentos e
métodos de terapia. Para isso, foram apresentadas duas pesquisas cujas intenções
eram observar o comportamento dos casais de primeiro casamento e casamentos
conseguintes, a fim de comparar os valores contidos no contexto conjugal, e ainda,
identificar se a manifestação de desejo do divórcio é maior por parte das mulheres
ou homens.

2. Resumo

Casamento

Segundo a autora, a principal dificuldade de conviver no contexto conjugal se


deve ao confronto das individualidades: ser singular em dupla, ser dupla sem oprimir
o singular, e manter os objetivos em conjunto assumidos com o matrimônio.

Baseada em Berger e Kellnner (1970), a autora argumenta ainda que, os


casamentos firmados em prol de um valor social, colocam o casal frente à
necessidade de ressignificar suas histórias de vida antes da união, através de seus
discursos, ou seja, construir uma narrativa a dois de passado, presente e futuro.

Aliança e sexualidade

É expresso na literatura a notória diferença do olhar da sociedade em relação


ao amor desde o século XII, entre sua manifestação na vida singular e conjugal. Ao
longo da história, o casamento tinha, sumariamente, o objetivo de unificar famílias
visando prosperidade nos negócios ou a simples perpetuação de linhagem. Neste
raciocínio, o amor romântico, aquele que leva em consideração a satisfação dos
desejos afetivos, sentimentais e sexuais, se detinha fora dos muros do matrimônio.

Este modelo se perpetuou até meados do início do século XVIII, quando as


duas formas de amor se fundem. Assim, os interesses que outrora eram satisfeitos
fora do casamento passam a ser fundamentais para a união.

Para Foucault (1977), que estuda o casamento como sendo um instrumento


de poder social, a sexualidade como é compreendida na contemporaneidade pelos
casais é responsável pela significativa mudança nos alicerces familiares.

A fim de observar as percepções e manifestações de sexualidade, a autora


realizou uma pesquisa em consultório com casais que estavam no primeiro
casamento ou em casamentos subsequentes. Os casais estavam em uma faixa
etária de 25 a 45 anos, média de 1 a 4 filhos e vida conjugal de 3 a 13 anos. Após
realizadas as observações, a autora pôde concluir que:

 Para casais de primeiro casamento, o papel de aliança possui maior valor do


que a sexualidade; os vínculos afetivos com a família de origem são mais
valorizados, assim como a manutenção das amizades em comum.
 Para o grupo dos recasados, a sexualidade possui maior relevância, bem
como a preservação dos laços afetivos com amigos pessoais, valorizando
também saídas para lazer sem o(a) cônjuge e ainda, que os papéis de gênero
são vistos de maneira menos opressiva.

Casamento e individualidade

Até este ponto, é possível observar que o artigo destaca o fato de que os
casais modernos valorizam a preservação da individualidade, embora não abram
mão do lugar coletivo que o casamento necessita para fluir de maneira saudável.
Neste sentido, podemos concluir que um “casamento ideal” é aquele onde as
individualidades se preservam e caminham em prol do objetivo comum do casal.

Baseada em Singly (1993), a autora argumenta que este ideal pressupõe um


paradoxo, visto que, a individualidade oprime o lugar conjugal e vice-versa, o que
colocaria diretamente em xeque ou em larga dificuldade a possibilidade de “ser um e
dois” ao mesmo tempo, na mesma relação.

Segundo Giddens (1992), a ideia de amor romântico na concepção dos


homens também sofreu modificações ao longo do tempo, levando em conta que
outrora o romantismo era um instrumento de sedução utilizado para obter práticas
sexuais, que até então somente eram permitidas após o casamento. Na atualidade,
com o poder deliberativo das mulheres sobre seus corpos sem necessitar de um
“alvará” social ou familiar, essa estratégia deixa de fazer sentido, colocando em seu
lugar um amor-romântico baseado na reciprocidade do bem-estar. Em 1971, Simmel
já s preocupava com as ideias posteriormente trabalhadas por Singly, de que a
opressão da individualidade ocasionará em um número de expectativas e projeções
suficientes para levar um casamento ao fim.

Separação

No Brasil, dados de 1996 divulgados pelo IBGE afirmam que para cada quatro
casamentos, um terá seu desfecho em divórcio. A literatura afirma que, embora
sejam especuladas razões para o número de divórcios, há de se considerar a
singularidade de cada relação, que torna suas razões para findá-la igualmente
particulares.

No entanto, dados nacionais e internacionais afirmam que a maior


manifestação do desejo de divórcio é proveniente das mulheres. Neste contexto,
Magalhães (1993), após aplicar uma pesquisa em um grupo de casais, concluiu que
as concepções do que é o casamento para homens e mulheres são distintas: para o
homem, casamento é sinônimo de constituição de família, enquanto para o público
feminino, este diz respeito à uma relação amorosa.

Neste sentido, conclui-se que em dado momento, as esposas passam a se


sentir uma ferramenta para a manutenção da instituição “família”, logo, sentem que
sua imagem enquanto mulher que possui necessidades pessoais dentro da relação
matrimonial é deixada para trás.

Em 1986, Caruso apresentou à literatura a ideia de que, ao se divorciar, os


indivíduos podem levar um tempo para superar o luto do término maior que o de
uma morte. Afirma ainda, que a dor se distingue entre as separações abruptas e
paulatinas, ressaltando a importância de distanciar os filhos (caso os tenha) dos
conflitos da separação.

Recasamento

A autora reforça a importância de não classificar o recasamento como uma


instituição disfuncional, fadada ao fracasso e argumenta ainda que, o bem-estar do
núcleo familiar está sumariamente ligado a qualidade das relações entre os
membros do núcleo familiar em questão, o que inclui as relações parentais que se
somam à nova união.

Terapia

Segundo o artigo, é importante notar que a terapia deve assegurar a saúde


emocional do casal e não restaurar ou evitar o término do casamento. A terapia
pode ser realizada através de perspectivas psicanalíticas com teorias como a de
Dicks. O artigo é encerrado com um poema de Dolores Duran, que retrata algumas
maneiras de amar, dando a entender que este fenômeno é singular.

3. Conclusão

Em vista dos argumentos e pesquisas apresentados neste artigo, é possível


concluir que os casamentos e os valores presentes nestes, sofreram alterações ao
longo dos séculos no que tange os valores, comportamentos e até mesmo a maneira
de enxergar o amor.

Hoje, a valorização da individualidade versus a necessidade de corresponder


às expectativas da vida conjugal parece ser a maior dificuldade enfrentada pelos
casais, que em muitas vezes culmina em casamentos curtos ou na procura de
terapias.

4. Reflexão do grupo
O casamento contemporâneo tem uma abordagem nas manifestações a
serem desenvolvidas como instituição e papel social aos indivíduos e suas
relevâncias. E diante dessa ordem social e construção do indivíduo, a escolha
conjugal define a aliança de afetividade e sexualidade, sempre buscando a
manutenção da autonomia e satisfação de cada um. O objetivo é encontrar uma
pessoa que a preencha, mas não é uma tarefa fácil pois, não é bem assim que as
coisas acontecem.

Na elaboração dos projetos de relação conjugal surgem as implicações e os


embates gerando tensões que levam a separações conjugais, muitas vezes não há
outro motivo além da decepção ( há outros motivos: dimensões de individualidades
ex. a busca do espaço individual é mais importante que a vivência da conjugalidade ,
tendo que um anular algo em sua vida em prol do outro, ... ) pois, (é gerado
principalmente pela mulher uma idealização exagerada MACHISTA! Rsrs ... eu
colocaria “idealização diferente” sobre o casamento). Se analisarmos que a maioria
dos pedidos de divórcios, são solicitados pelas mulheres, conforme o artigo, e esse
dado é explicado por uma visão diferente no sexo feminino e masculino, o homem
vê o casamento como constituição de família, enquanto a mulher vê como uma
relação amorosa. Fato é, que muitos casais vendo uma possível dissociação da
união, procuram terapia de casal, mas não especialmente para reestruturar o
casamento, e sim para promover uma melhor dissolução emocional de cada
integrante(indivíduo?) para que assim decidam (entre si) juntos o melhor a fazer,
seja continuar a relação ou a separação, até porque os problemas conjugais além de
afetarem o casal, afetam os filhos (caso os tenha), pois muitas vezes não há a
separação da relação e união para a criação da criança.

Muitas vezes, quando ocorre a separação, um tempo depois, acontece o


recasamento e essa situação não deve ser vista como disfuncional diante da
sociedade. Mesmo que seja difícil, é importante uma boa convivência.

Entendemos que a conjugalidade nos tempos atuais se apresenta como um


modelo de relacionamento que abrange o individualismo e a sexualidade, em um
compromisso de ordem afetiva, emocional e social, colocando as suas expectativas
em uma aliança para os projetos de vida. O artigo foi importante para o grupo, visto
que, há uma visão geral de felicidade mútua sobre casamentos a qual é muito
comum, mas pouco refletida. O casamento sempre foi muito importante, mas está
sempre em constante evolução, de acordo com a década e cultura.

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