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Psicoterapia

Sistêmica II
(Resumão)
O casamento, uma união complexa de duas individualidades e uma conjugalidade, é mais
do que um contrato formal. No Brasil, estatísticas revelam que um em cada três
casamentos termina em divórcio, com uma média de duração de cerca de 14 anos.
Historicamente, o casamento era frequentemente arranjado pelos pais, focando na
estabilidade social em detrimento do amor entre os cônjuges.

Ao longo do tempo, marcos legais foram introduzidos, como o casamento civil na


Constituição de 1988 e o reconhecimento do casamento homoafetivo. Rituais como
namoro, noivado e casamento, que antes uniam famílias, agora têm significados mais
flexíveis.

Na contemporaneidade, o amor romântico passou a ter maior relevância no casamento,


mas desafios persistem. Uniões mais tardias, menor centralidade na vida, liberdade sexual
e foco na carreira são características atuais. Novos modelos de casamento, menos
patriarcais e monogâmicos, estão em ascensão.

O amor, socialmente construído e reflexo da época, é agora o alicerce do casamento. A


formação do casal envolve a construção de uma conjugalidade, um desejo conjunto e um
projeto de vida a dois. Modelos de conjugalidade funcional valorizam espaços individuais,
enquanto os disfuncionais podem enfraquecer a relação.

O ciclo vital do casal compreende fases diferenciadas, sendo o início do casamento muitas
vezes estressante, demandando independência da família de origem. Motivações para a
escolha do cônjuge incluem aspectos transgeracionais, de similaridade e
complementaridade.

Em conclusão, o casamento evoluiu ao longo do tempo, refletindo mudanças sociais. A


compreensão contemporânea destaca a importância do amor mútuo, a flexibilidade
nos modelos de relacionamento e a valorização das individualidades dentro da
conjugalidade.
Ciclo vital conjugal, destacando fases cruciais.
A fase de aquisição (até 10 anos) busca equilíbrio.
Na adolescência (10 a 20 anos), os pais enfrentam a independência dos filhos.
A fase madura (a partir de 20 anos) busca estabilidade conjugal e
reinvestimento no casamento.
Durante a adolescência, os pais participam da transformação dos filhos,
enquanto no casamento dos jovens adultos, aceitam as escolhas dos filhos.
Na fase adulta, tornando-se pais, constrói-se novas identidades. Em idade
avançada, os pais podem tornar-se dependentes dos filhos.
Não há um marcador claro para a entrada na vida adulta, e a relação com os
filhos pode prolongar-se indefinidamente. Os pais podem sentir-se
ambivalentes, lidando com intenções de apoio e sentimentos de perda.
Jovens bumerangues, filhos que retornam ao lar, enfrentam desafios no
mercado de trabalho. Esta situação oferece mais liberdade aos jovens, que
podem experimentar enquanto mantêm uma relação de reciprocidade com os
pais.
A negociação entre pais e filhos envolve questionamentos sobre autoridade e
limites entre amizade e autoridade. Estratégias de solução de conflitos
definem a proximidade ou afastamento na relação.
Motivações para a permanência dos filhos em casa incluem dificuldades
profissionais, conforto e maior liberdade afetivo-sexual. Relações conjugais
insatisfatórias podem resultar em um apego excessivo aos filhos.
A saída dos filhos de casa proporciona espaço para o "casal conjugal",
destacando a importância de equilibrar as dinâmicas familiares e conjugais.
A Teoria Triangular do Amor, de Sternberg (1997), destaca três
componentes fundamentais em um relacionamento: intimidade,
paixão e compromisso.
Intimidade: Envolve o desejo de promover o bem-estar do parceiro,
compartilhar experiências, respeito mútuo, compreensão nos
momentos difíceis, compartilhamento de vida e bens materiais,
apoio emocional, comunicação profunda e reconhecimento do valor
do parceiro na vida.
Paixão: Refere-se às movimentações que conduzem ao romance,
atração física, e relação sexual. Inclui sensações românticas,
atração física, satisfação sexual mútua, e excitação física e
emocional.
Compromisso: É a decisão de amar o outro e manter esse amor.
Inclui a certeza de um amor especial, a disposição para expressar
esse amor, a compreensão de que o relacionamento vai além de um
capricho passageiro, e a decisão de investir no relacionamento a
longo prazo.
Esses elementos interligados formam a base da Teoria Triangular
do Amor, proporcionando uma compreensão abrangente das
dinâmicas emocionais e relacionais.
A Teoria Triangular do Amor, de Sternberg (1997), destaca três
componentes fundamentais em um relacionamento: intimidade,
paixão e compromisso.
Intimidade: Envolve o desejo de promover o bem-estar do parceiro,
compartilhar experiências, respeito mútuo, compreensão nos
momentos difíceis, compartilhamento de vida e bens materiais,
apoio emocional, comunicação profunda e reconhecimento do valor
do parceiro na vida.
Paixão: Refere-se às movimentações que conduzem ao romance,
atração física, e relação sexual. Inclui sensações românticas,
atração física, satisfação sexual mútua, e excitação física e
emocional.
Compromisso: É a decisão de amar o outro e manter esse amor.
Inclui a certeza de um amor especial, a disposição para expressar
esse amor, a compreensão de que o relacionamento vai além de um
capricho passageiro, e a decisão de investir no relacionamento a
longo prazo.
Esses elementos interligados formam a base da Teoria Triangular
do Amor, proporcionando uma compreensão abrangente das
dinâmicas emocionais e relacionais.
"A natureza deu-nos um par de orelhas e um par de olhos, mas apenas uma língua, para que ouçamos
e vejamos mais do que falamos (Sócrates)"

Comunicação é um recurso vital para a vida humana e está intrinsecamente ligada aos conflitos, pois
a forma como nos comunicamos muitas vezes prediz conflitos. Em relação aos axiomas apresentados:

- **Não se pode não se comunicar:** Todo comportamento comunica, inclusive o silêncio, e as pessoas
respondem a essa comunicação.

- **Toda comunicação tem um aspecto de conteúdo e um aspecto de relação:** Além de transmitir


informação, a comunicação impõe comportamentos, definindo a relação entre as pessoas.

- **A natureza de uma relação está na contingência da pontuação de sequências comunicacionais:**


Quem inicia uma sequência nem sempre é importante, e perceber o início pode levar a maus
julgamentos.

- **Os seres humanos se comunicam digital e analogicamente:** Comunicação verbal e não verbal
coexistem, sendo a última sujeita a interpretação.

- **Todas as permutas comunicacionais são simétricas ou complementares:** Relações assimétricas


ou complementares ajustam diferenças de maneira harmônica.

Abordando conflitos, destaca-se que estes podem ser construtivos, promovendo


mudanças positivas, mas também negativos e disfuncionais. Na saúde mental, a
assertividade é crucial, permitindo a expressão aberta e honesta, sem negar os
direitos do outro. Atitudes assertivas incluem a comunicação direta, empática,
discrepante, expressão de sentimentos negativos, consequências e esclarecimento.
Esses elementos fundamentais na comunicação são essenciais para lidar eficazmente
com conflitos e promover relacionamentos saudáveis.
"A natureza deu-nos um par de orelhas e um par de olhos, mas apenas uma língua, para que ouçamos
e vejamos mais do que falamos (Sócrates)"

Comunicação é um recurso vital para a vida humana e está intrinsecamente ligada aos conflitos, pois
a forma como nos comunicamos muitas vezes prediz conflitos. Em relação aos axiomas apresentados:

- **Não se pode não se comunicar:** Todo comportamento comunica, inclusive o silêncio, e as pessoas
respondem a essa comunicação.

- **Toda comunicação tem um aspecto de conteúdo e um aspecto de relação:** Além de transmitir


informação, a comunicação impõe comportamentos, definindo a relação entre as pessoas.

- **A natureza de uma relação está na contingência da pontuação de sequências comunicacionais:**


Quem inicia uma sequência nem sempre é importante, e perceber o início pode levar a maus
julgamentos.

- **Os seres humanos se comunicam digital e analogicamente:** Comunicação verbal e não verbal
coexistem, sendo a última sujeita a interpretação.

- **Todas as permutas comunicacionais são simétricas ou complementares:** Relações assimétricas


ou complementares ajustam diferenças de maneira harmônica.

Abordando conflitos, destaca-se que estes podem ser construtivos, promovendo


mudanças positivas, mas também negativos e disfuncionais. Na saúde mental, a
assertividade é crucial, permitindo a expressão aberta e honesta, sem negar os
direitos do outro. Atitudes assertivas incluem a comunicação direta, empática,
discrepante, expressão de sentimentos negativos, consequências e esclarecimento.
Esses elementos fundamentais na comunicação são essenciais para lidar eficazmente
com conflitos e promover relacionamentos saudáveis.
A violência conjugal envolve o uso intencional de força ou poder, podendo
causar lesões, morte, dano psíquico, alterações do desenvolvimento ou
privações. A tipologia abrange violência contra si mesmo, violência
interpessoal (doméstica e comunitária) e violência coletiva.
As formas de violência, segundo a OMS, incluem física, psicológica/moral,
tortura, sexual, tráfico de seres humanos, financeira/econômica e
negligência/abandono. Manifestam-se em comportamentos como agressões
físicas, abusos psicológicos, tortura, violência sexual, exploração financeira,
negligência e abandono.
Na abordagem de gênero, destaca-se a assimetria entre homens e mulheres,
atribuindo à masculinidade papéis de virilidade e poder, e à feminilidade
cabendo maternidade e cuidados domésticos. Diversas formas de violência
conjugal são identificadas, incluindo o terrorismo íntimo e a resistência à
violência.
A questão da simetria de gênero na violência conjugal é discutida,
reconhecendo que mulheres também podem perpetrar violência. A análise
individualizada da violência conjugal, considerando sua manifestação e os
padrões aprendidos na infância, é proposta para uma compreensão mais
abrangente.
O ciclo vicioso da violência conjugal, caracterizado por tensão máxima,
explosão de violência e lua de mel, é descrito. Além disso, casos de casais,
como "Casal Praticidade" e "Casal Eternidade", ilustram dinâmicas distintas
de relacionamentos abusivos e saudáveis.
O divórcio é uma realidade frequente, afetando
aproximadamente um em cada três casamentos no Brasil. Os
casamentos têm se tornado menos duradouros, com uma média
de 14 anos de duração. O processo de separação é descrito como
uma das experiências mais dolorosas, vivido em fases que
incluem caos, realinhamento e estabilização.
Existem diferentes regimes de bens e formas de dissolução do
casamento, incluindo divórcio judicial ou extrajudicial. Quando há
filhos envolvidos, a questão da guarda compartilhada ou
unilateral se torna crucial, com decisões a serem tomadas em
relação à convivência familiar.
Alienação parental, regida pela Lei 12.318/10, é um fenômeno
sério durante o divórcio, envolvendo práticas que desqualificam
o genitor, dificultam o exercício da autoridade parental e
prejudicam o contato da criança com o outro genitor. Medidas
podem incluir advertências, ampliação do regime de convivência,
multas, acompanhamento psicológico, alteração da guarda e até
a suspensão da autoridade parental.
A psicoterapia de casal, visa promover a saúde psíquica e emocional dos
cônjuges, sem necessariamente buscar a manutenção ou ruptura do
casamento. A inclusão do cônjuge na terapia oferece vantagens, como a
observação de dificuldades relacionais e uma ampliação do foco de
observação, conforme os pressupostos teórico-paradigmáticos da abordagem
sistêmica.

O momento adequado para procurar a psicoterapia de casal geralmente


ocorre quando há travamentos na comunicação, falta de projetos em comum
ou quando surgem conflitos como traição, brigas excessivas, silêncio
prolongado, entre outros. A terapia tem como função tratar a comunicação,
identificar os problemas no relacionamento e encontrar novas ações.

A tipologia de conflitos abrange desajustes na organização cotidiana,


diferenças na comunicação, e desacordos sobre a definição da relação.
Perguntas-chave na terapia incluem "O que está acontecendo?" e "Como
podemos ajudar?". A primeira sessão envolve a coleta de informações
relevantes e a formalização da demanda, seguida pela exploração da família
de origem, genograma e história do relacionamento nas sessões
subsequentes.

O processo de diagnóstico inclui a elaboração de um resumo que destaca os


recursos e dificuldades do casal, integrando padrões funcionais e
disfuncionais das famílias de origem. A continuidade do tratamento visa
consolidar um contexto de boa vontade, promovendo interações positivas,
comunicação funcional e resolução de conflitos de maneiras mais saudáveis.
Contexto Familiar:
Considerar o histórico familiar de
ambos os parceiros. Eventos
passados, dinâmicas familiares e
modelos de relacionamento dos
pais podem influenciar a relação
atual. (Como fazer ou até mesmo
como não fazer).
Comunicação:
Analisar como o casal se
comunica. Observar padrões de
comunicação, como a habilidade
de ouvir, expressar necessidades
e resolver conflitos. A qualidade
da comunicação é vital para um
relacionamento saudável.
Padrões de Interação:
Identificar padrões de interação
entre os parceiros. Isso pode
incluir ciclos de conflito
repetitivos, momentos de
proximidade, ou comportamentos
que se tornaram habituais.
Padrões de Interação:
Identificar padrões de interação
entre os parceiros. Isso pode
incluir ciclos de conflito
repetitivos, momentos de
proximidade, ou comportamentos
que se tornaram habituais.
Papéis e Expectativas:
Entender os papéis que cada
parceiro desempenha no
relacionamento. Examinar as
expectativas que têm um do
outro e como essas expectativas
impactam suas interações.
Ciclo de Vida do Casal:
Considerar em qual fase do ciclo
de vida do casal eles estão.
Sistemas Externos:
Analisar as influências externas,
como amigos, família e trabalho, e
como esses fatores afetam o
relacionamento. Às vezes,
estresses externos podem
impactar significativamente um
casal.
Valores e Metas Compartilhados:
Explorar os valores e objetivos
que ambos compartilham.
Resiliência e Adaptação: Observar a
capacidade do casal de se adaptar a
mudanças e superar desafios.
Histórico de Relacionamentos:
Considere experiências passadas
de relacionamento de cada
parceiro.
Rede de Apoio:
Avalie os recursos de apoio
disponíveis para o casal, como
família, amigos, terapeutas, entre
outros.
Na primeira sessão, abordaremos os seguintes aspectos:
Explicação sobre o funcionamento da psicoterapia de
casal.
Discussão sobre a perspectiva de duração do processo
psicoterapêutico.
Definição do tempo de cada sessão (1h30min).
Estabelecimento da frequência das sessões, inicialmente
quinzenais, com a possibilidade de espaçamento posterior.
Esclarecimento sobre o valor da sessão, conforme a
tabela do CRP.
Orientações sobre procedimentos em caso de faltas.
Abordagem sobre o sigilo no contexto da psicoterapia de
casal.
Considerações sobre a possibilidade de gravação das
sessões, respeitando as normativas
Segunda e Terceira Sessões:
Nas sessões seguintes, serão explorados os seguintes
temas:
Análise da família de origem de cada cônjuge.
Construção de genograma.
Investigação da história do relacionamento.
Elaboração de uma linha do tempo desde o início
da relação até o ano atual.
A partir da quarta ou quinta sessão, será elaborado
um resumo diagnóstico, incluindo:
Identificação de recursos e dificuldades do casal e
de cada cônjuge.
Formulação de uma hipótese sistêmica
considerando padrões prévios funcionais e
disfuncionais das famílias de origem.
Integração de uma leitura dos padrões construídos
pelo casal, funcionais e disfuncionais, que mantêm
as dificuldades apresentadas na demanda.
Nas sessões seguintes, a terapeuta se concentrará em:
Consolidação de um contexto de boa vontade,
favorecendo interações positivas e comunicação
mais funcional.
Proposição de novas maneiras para resolver
conflitos.
Prescrições terapêuticas pertinentes a cada caso
para melhor articular as necessidades individuais
dos cônjuges, buscando uma relação satisfatória
para ambas as partes.

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