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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA


MESTRADO PROFISSIONAL EM BIBLIOTECONOMIA

UM OLHAR SOBRE A INVISIBILIDADE DAS MULHERES CARIRIENSES


NAS RODAS DE CAPOEIRA DA REGIÃO DO CARIRI.
NÚMERO DE INSCRIÇÃO DO CANDIDATO: 1136
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: CULTURA E MEMÓRIA
BIBLIOTECONOMIA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA LINHA DE
PESQUISA: INFORMAÇÃO, CULTURA E MEMÓRIA.

JUAZEIRO DO NORTE
2019
1 INTRODUÇÃO
De maneira a contextualizar a história da capoeira, atingiu níveis
consideráveis, as evoluções ao longo da história, nos mostra como o
conhecimento e o ensinamento sobre a Arte da capoeira foram repassados
através das vivências com mestres nas rodas.
A partir dessas vivências com os mesmo, surge a necessidade do
estudo e registro documental sobre a capoeira, e a partir daí, a contribuição da
oralidade dos mestres foi fundamental para o cenário atual, hoje reconhecida
como, luta, dança, liberdade de expressão cultural, manifestação cultural,
criação, improviso, como também, é reconhecida como patrimônio imaterial da
humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciências
e a Cultura (UNESCO). Além disso, também o reconhecimento por esse último
título patrimônio imaterial da humanidade, deve ajudar a preservação de sua
prática, pensando para além do território nacional, perpassando as definições
de arte marcial, filosofia de vida, ou seja, na busca pela sobrevivência e
resistência.
Hoje reconhecida como Patrimônio da Humanidade, mas houve um
tempo em que foi criminalizada, a prática da atividade era proibida pelo Código
penal em seu artigo 42 que previa pena de reclusão pela desobediência até
1930 no Brasil, sendo considerada uma prática incivilizada e perigosa para
a ordem e os costumes das elites. (ALBUQUERQUE, 2009)
Diante de muitas maneiras para descrevê-la, há uma organização por
seus participantes, obediência hierárquica, respeito, dignidade e graça, sendo
comparado a uma conversa, um ritual, uma tradição e uma salvação.
Em todo esse contexto histórico apresentado a figura feminina ficou
apenas como sendo parte invisível no cenário, mesmo contribuindo de forma
ativa na trajetória da capoeira, mas sem reconhecimento do seu papel.
apresento um refrão da música para reforçar essa ideia quando diz, “mulher na
roda não é para enfeitar, mulher na roda é para jogar”. Esse refrão afirma a
quanto ela foi, e continua sendo partícipe na construção da história dessa Arte.
Em todas as classes e na contemporaneidade, têm mulheres lutando há
tempos pelo seu espaço social. Elas lutam por seus mais diversos direitos,
seja pelo voto ou sua escolha, em fazê-lo ou não. As mulheres estão
buscando e exigindo cada vez mais que suas vozes possam ser ouvidas. Para
(Barbosa, 2011) “só nos últimos vinte anos, as mulheres começaram a ganhar
sistematicamente tal projeção e apoio”. A porcentagem de mulheres que estão
dando continuidade aos estudos, está cada vez maior, numa crescente, e
estudos mostram que o número de mulheres desenvolvendo pesquisas
científicas, e sendo reconhecida com mérito por seus feitos.
Entretanto as sociedades antigas, a história conta que as mulheres eram
detentoras do conhecimento empírico, este estava a seu favor, portanto muitas
se destacaram por seus saberes, muitas vezes eram como parteiras e
curandeiras com grande domínio em remédios naturais curativos. Ainda havia
um grupo ínfimo de líderes militares femininas detentoras de um posto
respeitado na sociedade. Usando ambos a dureza masculina e o encanto
feminino. “Mulher não vacila na roda, mulher também joga com homem, se na
roda ele vacilar, a mulher também faz seu nome”. Essa frase, reafirma que ela,
tanto na arte, como na vida, a mulher pode ganhar reconhecimento por suas
habilidades desenvolvidas ou seu aprimoramento, como qualquer figura
masculina.
Entretanto, com o período da Revolução Científica e a Industrialização
da Religião, assim como a imprensa romancista de Odisseia, os homens
começam a impor a elas, um ponto de vista limitado, mudando as percepções
de si mesma, passaram a divulgar uma cultura de mulheres, vista como o
sexo frágil, elas precisava estar em casa, cuidando dos afazeres domésticos,
filho, maridos e tudo que envolvesse esses cenário, jamais como cientistas,
militantes classe ou lutadoras de arte marcial.
Entretanto, durante os últimos quarenta anos, são notáveis as
personalidades mulheres afro-descendentes, buscando diminuir o estereótipo
imposto de serem colocadas como uma ‘sombra do homem’ ou ‘enfeite do
cenário’ elas têm conquistado cada vez seu espaço, com destaque, maestria e
independência pelos seus feitos, sua representatividade no que são e no que
podem se transformar. “Salve Capoeiristas mulheres guerreiras”.
Então o futuro das mulheres na capoeira, acompanha também algumas
transformações positivas na história, elas têm um espaço promissor, são
muitos os pontos de vistas mais otimistas no contexto. Existe espaço para
crescimento e desenvolvimento, com mais aceitação, integridade e interação
feminina. Há mulheres com grande reconhecimento advindo com dedicação à
capoeira, e com enormes chances de crescer pessoal e profissionalmente,
passando a ser militantes ativas e integrantes na capoeira e na vida.
Essa pesquisa traz uma visão geral da importância e da contribuição da
mulher Carirense para o desenvolvimento da Capoeira como espaço social de
afirmação na Região do Cariri. A partir de algumas reflexões próprias e de
relatos de experiências de mulheres capoeiristas, com suas falas sobre seu
cotidiano, a sua história de vida do momento em que essa mulher passa a
fazer parte da arte, e como esta começa a integrar sua trajetória.
Contudo podemos discutir também sobre a capoeira, como uma das
possibilidades e ferramenta de empoderamento feminino e valorização da
identidade étnico-cultural dessas mulheres capoeiristas da região do interior do
estado, ou seja, as mulheres Caririenses.
Portanto, o cerne da questão deste estudo, perpassa e contorna o tema
dessa pesquisa, é a busca dos elementos essenciais na construção identitária
das mulheres caririenses e capoeiristas desse determinado contexto social e
localidade, a Região do Cariri, no estado do Ceará.
Então, a partir disso, surgem algumas indagações como, os estereótipos
e valores padrões étnico/racial na composição da sociedade em que estão
inseridos, como esses refletem no cotidiano das mulheres dessa região?
Como essas mulheres se autodeclaram, negras, pardas ou brancas? A
construção da sua identidade acontece com políticas públicas municipais de
afirmação e valorizam sua identidade? Como essas mulheres lidam com o
machismo presente no cenário da capoeira? A partir desses questionamentos
serão construídos a base do respectivo trabalho, e irão nortear não somente a
pesquisa, mas também o trabalho de campo a ser realizado com pesquisa
aplicada.
Neste estudo buscamos entender como acontece os processos de
construção da identidade etnico/racial/cultural dessa porcentagem da
população afro-descendentes a partir das contradições das relações
socioculturais vivenciadas em um período histórico desde a constituição do
sistema escravista, seguido pelo percurso após abolição, perpassando as
questões das relações raciais na sociedade em geral.
Portanto, esperamos com essa pesquisa contribuir para a produção
teórico-conceitual e metodológica em Biblioteconomia, com relação às
temáticas centrais desenvolvidas neste estudo, apresentando entre princípios e
pressupostos de alguns teórico que se baseiam e auxiliam na compreensão
das formas de construção da identidade etnico/racial/cultural dos antigos povos
negros, escravizados, fazendo um breve esplanação sobre o desenvolvimento
e percursões de seus descendentes com uma atenção especial aos afro-
descendentes.
Em um contexto histórico apresentamos algumas cantigas tradicionais
salvaguarda da capoeira, as quais registram valiosas narrativas de
experiências vividas pelas capoeiristas antigamente, essas narrativas
históricas, muitas vezes sobre repressão e resistência, mas também, traz a
exaltação de personagens mulheres negras que se destacaram nesse
universo, na construção de narrativas sobre acontecimentos marcantes
protagonizando a grande roda da vida e as relações sociais que envolvidas.
A partir dos pontos citados anteriormente iremos analisar a participação
e contribuição da mulher negra Caririense nas rodas de capoeira, como
acontece a construção de sua identidade cultural.
Assim também, descrever em quais espaços essas mulheres estão
atuando, será feita uma observação sobre essa atuação da mulher negra
capoeirista. analisar aplicabilidade da lei 10.639/2003 como instrumento de
efetivação no ensino escolar e o espaço da Biblioteca escolar, dando destaque
às personalidades femininas como forma da resistência negra de gênero.
Propor ações culturais que retratam a importância da figura feminina nos
espaços culturais como referência em pautas sobre questão de gênero,
realizando uma análise histórica sobre a participação da mulher negra
capoeirista, recontando a história e encorajando a “fala” dessas mulheres,
promovendo assim o avanço nas pautas de gênero e a inclusão de lideranças
feminina.
Abordaremos estratégias para diminuir a desigualdade de gênero na
capoeira, reforçando a identidade ancestral das mulheres negras e a
valorização de grupos vulnerabilizados.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
Esta pesquisa tem como foco teórico os conceitos e definições sobre as
temáticas centrais identidade etnico, racial e cultural das mulheres negras
caririense, empoderamento feminino, espaço social de afirmação, o
envolvimento desses assuntos, proporcionará o desenvolvimento desta
pesquisa, trazendo esclarecimentos consideráveis sobre os assuntos
relevantes e importantes deste estudo.
Então, esse estudo também envolve a temática memória, como
caminho para entender a construção da identidade etnico, racial e cultural,
servindo como referência de apoio para entender o percurso histórico da
mulher não é recente, vem sendo explorada desde os primórdios da história da
humanidade. No século XIX há registros de trabalhos sobre esse tema,
advindas das revoltas nas relações humanas e da urbanização. Podem ser
citados os trabalhos como de Sigmund Freud e Marcel Proust.
Contudo a palavra memória que vem do latim memoris, significa
faculdade de lembrar e reter as ideias, impressões e conhecimento adquirido e
tudo o que a ela esteve relacionado, ou seja, recordar o passado por meio de
depoimento autobiográfico. Portanto a memória reporta-se às lembranças e
reminiscências, e nesse processo o indivíduo executa o botão da recordação.
Nessa ideia da valorização da memória na reconstrução da narrativa,
para Gonzales (1984) há uma caracterização interessantíssima sobre
consciência e memória na criação da ideologia imposta sobre a falsa
democracia racial e a ideologia do branqueamento, a primeira como sendo
ferramenta fundamental na construção de um discurso dominante ocidental
sobre os escravizados, a autoria apresentada o antagonismos sobre
consciência e memória, ela nos diz: A consciência exclui o que a memória
inclui. Portanto, a narrativa da história dos povos africanos, não foi considerada
suas vivências, oralidade, como registro e complemento na afirmação da sua
história oficial.
Enquanto que, para Le Goff (2003), a memória é uma ferramenta
fundamental para a Ciência, pois através dela floresceu os conhecimentos
míticos dos gregos antigos que a denominaram Mnemosine, deusa da memória
e possuidora da memória.
A partir das citações feitas acima, essa pesquisa será pautada na
memória social das mulheres capoeiristas do Cariri, conforma-se por meio da
observação em locais públicos com apresentações a população, essas como
representantes de determinados interesses, trava para fixar o que é realmente
importante para ser imortalizado nos livros e demais registros de um país. De
acordo com o ponto de vista de Pollak, a memória é um importante instrumento
para a construção, enfrentamento ou superação de ideologias no decorrer da
história (POLLAK, 1992).
Então, nesse processo evolutivo da humanidade com o auxílio das
tecnologias, no tempo e no espaço, somados às experiências adquiridas, em
um contexto histórico, temos o que chamamos de memória social. A partir
desta trajetória evolutiva do conhecimento humano, surge a relação de
organização dos grupos sociais ao longo da história.
[...] fenômeno individual e psicologia, a memória pode ser, também,
analisada enquanto fenômeno social, produto das relações sociais
estabelecidos pelos homens. Esse enfoque passou a ser objeto de
analise especialmente da Sociologia e da Psicologia no inicio do século
XX. (OLIVEIRA, 2009, p. 221).
Sendo notável, nesse sentido, a memória social segue sempre
questionadora em relação às delimitações históricas e aos registros formais.
Assim “a memória” é um campo de lutas e de relação de poder, configurando
um contínuo embate entre lembrança e esquecimento” (GONDAR; DODEBEI,
2005, p.7).
Contextualizando a história da capoeira e como se tornou patrimônio
cultural da humanidade, a partir de 2004, foi criado um plano de ação, incentivo
e preservação da arte brasileira, essa iniciativa forneceu riquíssimo material
analítico em torno de uma arte que saiu da marginalização e da proibição pelo
código criminal (1890), e todo esse processo favoreceu a construção e
destaque social, e mais tarde, culminando para registro como patrimônio
cultural brasileiro (IPHAN, 2008).
Com as transformações históricas e sociais que a humanidade vem
vivenciando nos últimos anos com adaptações e melhorias para a classe
feminina. Nem sempre foi desse nível de aceitação, No Brasil, entre os séculos
XIX e XX, os esforços por parte de intelectuais da elite eram os de designar os
papéis de gênero e adestramento dos corpos masculinos e femininos na
divisão do trabalho para o controle social.
Com isso, percebe-se que surge uma espécie de controle de classe, ou
seja, preparavam as mulheres para a maternidade e os homens para a vida
pública. Essa construção da expressão corporal ligada à feminilidade perpassa
pelas relações de classe, gênero e raça.
O fato é que as mulheres da elite tinham acesso à educação, recebiam
orientações de comportamento moral e sexual normatizadas,
reproduzindo os valores da família, da escola, da igreja e das demais
intuições ideológicas de hegemonia burguesa, enquanto as mulheres
trabalhadoras, que ganhavam a vida nas ruas, trabalhando para garantir
o sustento da família, tendo seus comportamentos ditados pela
necessidade de sobrevivência, eram criticadas e perseguidas pela
sociedade (Oliveira; Leal, 2009).
Atualmente o cenário está cada vez mais promissor para o destaque
feminino, nas diversas classes, pois as mulheres estão mostrando sua
capacidade de integração e desenvolvimento social.
Apesar das contradições históricas e dos desafios enfrentados pelas
mulheres negras, trabalhadoras e pela Capoeira, podemos considerar
que, com muita luta e resistência, avançamos no campo social, político e
cultural. Desde as últimas décadas do século XX, podemos encontrar
relatos de mulheres que se tornaram professoras, contramestres e
mestras de Capoeira. (Filho; Muricy, 2016, p.45)
A participação da figura feminina nas rodas de capoeiras veio como ato
de conceder o poder fortalecendo sua participação social, garantindo que
possam estar cientes sobre a luta pelos seus direitos, como a total igualdade
entre os gêneros. Esta ação consiste no posicionamento das mulheres em
todos os campos sociais, políticos e econômicos como partícipe de uma
sociedade democrática.
Em consonância o empoderamento feminino na capoeira, as mulheres
pioneiras nessa arte marcial é relatado em obras literárias como também são
descritas na oralidade nas canções entoadas nas rodas de capoeira,
ressaltando alguma característica feminina. Esses registros dão conta,
sobretudo, da efetiva resistência da sociedade em aceitar a participação
feminina.
O caso mais antigo de prisão de uma mulher capoeira. Tratava-se da
‘cafuza Jerônima, escrava de Caetano Antônio de Lemos’, que fora
presa às ‘7 horas da noite, por praças do 4º Batalhão de Artilharia’ Uma
notícia sucinta, mas reveladora das várias possibilidades de atuação
feminina no contexto de referência (LEAL, 2009, p.149).

A mulher por conta de sua participação em roda de capoeira virava


notícia no mundo em épocas em que a capoeira era vista como crime no
código penal.
Apesar de serem poucos, no final do século XIX e ainda nas primeiras
décadas do século XX, encontramos registros da presença das mulheres
na capoeiragem, em que participavam de disputas corporais com
homens. Maria 12 Homens, Calça Rala, Satanás, Nega Didi, Maria Pára
o Bonde, Júlia Fogareira, Maria Homem, Maria Pé no Mato, dentre
outras mulheres “desordeiras”, “valentonas” que tinham “a pá virada”,
aparecem na história convivendo no meio da malandragem das rodas da
Capoeira, nas brigas de ruas com golpes de navalhas, facas e cacetes,
sofriam repressão policial e viravam notícias de jornais locais.
(OLIVEIRA; LEAL, 2009, p. 117).
É visivelmente percebido o fato do empoderamento feminino na capoeira
nas letras das canções, principalmente algumas características físicas ou
emocionais citadas nas músicas, referente à figura feminina, e em várias áreas
é notável, não somente na capoeira, existia a busca pelo direito das mulheres
de poderem participar de debates públicos e tomar decisões que sejam
importantes para o futuro da sociedade, principalmente nos aspectos que estão
relacionados à mulher. Assim nas rodas de capoeira é visível como um espaço
de mediação social, onde não deve haver discriminação de sexo, idade ou
raça.
Percebemos, a partir do avanço nas pautas feministas das últimas
décadas, o protagonismo que a mulher negra brasileira vem exercendo nos
últimos anos, isso é performatizado nas rodas de capoeira, como também, e
principalmente a partir da musicalidade em sua ressignificação das letras. Tal
protagonismo vem sendo articulado, em grande medida, a partir da retomada
de trajetórias invisibilizadas tomadas por outras questões de relações raciais.
Sob esta visão da mulher negra e o seu lugar de fala, expomos que a
intencionalidade de desmistificar e explicar alguns conceitos que permeiam a
dialética sobre a realidade social da figura feminina negra, e que por diversas
vezes são alvo de preconceito, especialmente pelo feminismo e a
vulnerabilidade das relações sociais marginalizadas por elas enfrentadas .
Conforme Marinho (2011), nas últimas décadas, vem crescendo o
interesse de pesquisadores em estudar a memória social e, também,
estimulando diversos estudos e investigações nas diversas áreas do
conhecimento, sob a perspectiva da investigação histórica ou de mapeamento
sociocultural, esse fato percebido e comprovado através de trabalhos
acadêmicos.
Para reforçar esse assunto, Ribeiro (2017) aponta a importância de
trazer a contribuição das discussões sobre temas relacionados tais como; as
vulnerabilidades das mulheres negras, racismo cultura, encarceramento,
branquitude, etc. A autora faz um convite ao público para entrar e sentar com
ouvidos e visão atentos num auditório social de questões necessárias
referentes aos mais diversos, centrados no feminismo, apresentando uma
didática acessível compreensão sobre as mazelas das relações sociais.
Portanto conforme que já foi citado nesse trabalho, reafirmamos que o
objetivo é apontar situações no mundo da capoeira que merecem uma reflexão,
não só sobre a formação étnica, memória e identidade cultural da mulher negra
capoeirista da Região do Cariri, mas, sobretudo, no sentido de refletir sobre a
condição, na perpectiva da visibilidade e a participação da mulher nas rodas de
capoeira, uma questão fortemente marcadas por valores sexistas e machistas,
que ainda levam à discriminação e à exclusão muitas delas .
Mas que há no cenário atual, do ponto visto positivista, uma pequena
crescente participação feminina, mulheres com reconhecimento ou como é
chamado no meio da capoeira com graduações altas de mestras, professoras e
graduadas que os valores civilizatórios que permeiam as rodas de capoeira não
só estão presentes, mas se relacionam entre si, influenciando uns aos outros.
Abdias Nascimento (2016, p. 204) observa que a arte produzida na diáspora
africana se notabiliza por “criticamente historicizar as estruturas de dominação,
violência e opressão, características da civilização ocidental-capitalista”.
Muitas das suas cantigas tradicionais guardam registros valiosos sobre
experiências vividas pelas capoeiras de antigamente, narrando histórias de
repressão e resistência, exaltando personagens que se destacaram nesse
universo e construindo narrativas sobre acontecimentos marcantes para esses
protagonistas na grande roda do mundo.
Portanto, mais do que expressar em seus versos as disputas sociais
dessa época, as criações musicais da capoeira foram também protagonistas
nesses processos ao longo da história sobre os relatos cantados, denunciados
nos refrões das músicas sobre as questões das relações sociais enfrentadas
pelos afro-descentes.

3 METODOLOGIA
A pesquisa científica é um evento teórico e metodológico no qual tem a
função de guiar uma pesquisa com base na ciência, promovendo assim uma
investigação mais completa, seja para descobrir um resultado ou para obter um
fim que se é almejado.
Esta pesquisa é caracterizada como sendo uma pesquisa exploratória,
descritiva. Exploratória por trazer características, segundo Gil (2008, p. 27)
“este tipo de pesquisa envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas
com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e
(c) análise de exemplos que estimulem a compreensão”. O estudo exploratório,
portanto, proporciona uma visão geral de um determinado fato pesquisado, do
qual há pouco conhecimento científico explorado.
É de caráter descritivo, por ser um tipo de pesquisa que concerne à
razão prática ou aplicada, ou seja, podemos afirmar que visa à descrição
fidedigna das características do fenômeno. Então estes estudos têm por
objetivo explicitar e proporcionar maior entendimento de um determinado fato.
Neste tipo de investigação o pesquisador procura obter um maior
conhecimento sobre o tema em estudo por meio do levantamento bibliográfico
e documental de literatura existente, procurando desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e ideias pouco explorados (GIL, 2008, p. 27).
A pesquisa exploratória descritiva, é a busca pelo o conhecimento com
maior profundidade do assunto, de modo a torná-lo mais convincente ou até
mesmo a partir do estudo realizado, o pesquisador possa desenvolver o tema
com a construção de questões importantes para a condução da pesquisa. "As
pesquisas deste tipo tem por objetivo primordial a descrição das características
de determinada população fenômeno ou o estabelecimento de relações entre
as variáveis”
Esse estudo se desenvolve no tipo de pesquisa participante,
compreendendo assim a importância da teoria e a prática como aliadas.
Segundo Demo (1995, p. 270), a pesquisa participante coloca, de modo geral,
“o quadro mais coerente para a gestação do intelectual orgânico, ao aceitar
identificar se com a comunidade na prática, trazendo como colaboração
eminente na construção cuidadosa, inteligente, arguta, efetiva da contra -
ideologia: ciência a serviço da emancipação social”. Os resultados obtidos
serão apresentados através de diferentes procedimentos metodológicos.
Foram utilizados nessa pesquisa os fundamentos teórico-
metodológicos da pesquisa em memória social (POLLAK, 1992). A organização
teve como base diversas fontes bibliográficas, relacionadas aos aspectos
históricos da capoeira, o surgimento da participação feminina, às formas de
organização do seu universo antes e depois da mulher capoeirista e também
as questões relativas aos processos para tornar-se patrimônio imaterial.
Com base na pesquisa bibliográfica construímos o referencial teórico
para a discussão dos dados obtidos na pesquisa de campo, e esta realizada
nos encontros realizados nos espaços de treinamentos dos capoeiristas.
Foi realizado também um levantamento complementar na rede mundial
de computadores (internet) utilizando as palavras chaves como; capoeira,
história, memória e a participação feminina na capoeira.
Na pesquisa exploratória utilizamos como instrumentos para a coleta
de dados a observação participativa em alguns locais de treinamento,
academias que ofereciam a manifestação cultural Capoeira no rol de
atividades, bem como, a observação de rodas organizadas na Região do Cariri.
Aliada à observação participativa aplicamos um questionário composto
por questões abertas e fechadas para as capoeiristas das academias e das
rodas de Capoeira. O questionário teve como objetivo indagar sobre a
receptividade que as mulheres têm quando decidem praticar Capoeira, tanto
com relação à sua família, como nas academias onde a praticam.
Além disso, buscamos saber se as mulheres sentiram que sofriam
algum tipo de discriminação nas aulas ou nas rodas e como os seus
professores ou mestres encaravam a mulher na Capoeira.
Os questionários foram aplicados mediante a assinatura do termo de
consentimento das participantes para usar os dados nesta pesquisa, como
informação relevante para o presente estudo.
Esse estudo assumiu também como meio utilizado à observação
participativa, pois com o convívio como integrante da capoeira ao longo de
alguns anos, serviu como fator facilitador para organização das ideias e
conteúdo para essa pesquisa.
Contudo como integrante capoeirista de um grupo social, surge então
também em alguns pontos nessa pesquisa o relato de experiência como um
dos métodos adicionais a esse estudo. Em alguns trechos da pesquisa existem
evidências da minha experiência referente à convivência com essa arte, que
chega a ser um estilo de vida, a definição de um ser com suas características
sociais, ou seja, um ser “mulher” com relevância e contribuição na construção
da representatividade no universo predominantemente masculino.
Portanto, apresentamos temas como o protagonismo negro feminino,
relações socais que perpassa etnia, raça e genero, valores civilizatórios
africanos e afroperspectiva na tentativa de explicar essa mulher negra
capoeirista como sendo protagonista da sua história. .

4 ANÁLISE HISTÓRICA SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NEGRA


NA CAPOEIRA

Para começar, podemos apontar que nas últimas décadas a cultura do


machismo e o patriarcado são assuntos em pauta na discussão de políticas
sociais de afirmação do feminismo, os questionamentos são em face à situação
de vulnerabilidade e violência a que as mulheres enfrentam ou estão
submetidas nos mais diversos sistemas sociais.
Por sua vez, essa mulher tem buscado cada vez mais formas que a
possibilite exercer sua potência feminina, e a partir disso, perpassando os mais
diversos segmentos culturais, e através disso nosso foco neste estudo a
capoeira, como manifestação cultural, para onde apontamos o eixo de seu
reconhecimento enquanto patrimônio cultural e imaterial, não tem determinismo
de gênero. Contudo esse é um assunto que tem grande influência diretamente
em pesquisas e publicações com a temática voltada à compreensão da
construção histórica, enfatizando assim alguns aspectos relacionados ao lugar
de fala e a participação ativa da mulher ocupando e reconhecendo seu espaço
nessa e nas mais diversas manifestações culturais.
Certamente, esse lugar social da mulher na maioria das vezes está
relacionado as suas conquistas por seu espaço e seu protagonismo na história,
inclusive na capoeira, bem como nos mais diversos segmentos sociais, tal luta
ocorre simultaneamente a das mulheres em geral na persistência pelo
reconhecimento da ocupação de espaços na sociedade que são legitimados.
Contudo, a presença feminina e seu lugar na capoeira tem sido objeto de
reflexão e inflexões, e por suas referências escassas, as quais muitas vezes
sobre o véu da invisibilidade dessas, ou seja, de fato são poucas análises
sistemáticas da participação feminina ativa nos círculos de capoeira no período
escravista até recentemente .
Evidentemente, é possível ver mudanças no cenário de pesquisa
científicas sobre a temática, mulheres sempre estiveram de maneira geral
buscando evidenciar a presença feminina nos mais diversos espaços sociais,
desde então, o fato é que as comprovações históricas provando que elas
sempre estiveram presentes, mas que à época era um universo predominante
associado ao gênero masculino, e com isso em alguns momentos ausentaram
e/ou anularam a participação da figura feminina.
Conforme, observamos sob a ótica Pierre Nora (1993) de que vivemos
a aceleração da história, que produz, cada vez mais rapidamente, um passado
morto, a percepção geral de algo desaparecido (1993, p. 7). Para o autor, a
mundialização, a democratização, a massificação, a midiatização causaram o
desmoronamento da memória: o fim das sociedades-memória, que
asseguravam a conservação e transmissão de valores; o fim das ideologias-
memória, que garantiam a passagem regular do passado para o futuro ou
indicavam o que se deveria reter do passado para preparar este futuro (idem,
p. 8).
Os lugares de memória nascem e vivem, portanto, do sentimento de
que não há memória espontânea, de que é preciso criar arquivos: “Se o que
defendem não estivesse ameaçado, não se teria a necessidade de construí-los.
Para o autor, a memória, “essa operação coletiva dos acontecimentos e das
interpretações do passado que se quer salvaguardar”, se integra em tentativas
mais ou menos conscientes de definir e de reforçar sentimentos de
pertencimento e fronteiras sociais entre coletividades – partidos, sindicatos,
igrejas, aldeias, famílias, comunidades, nações, categorias profissionais etc.
Como bem pontua Pollak, a referência ao passado serve para manter a coesão
dos grupos e das instituições que compõem uma sociedade, para definir seu
lugar respectivo, sua complementaridade, mas também as posições
irredutíveis. Manter a coesão interna e defender as fronteiras daquilo que um
grupo tem em comum, eis as duas funções essenciais da memória comum.
Isso significa fornecer um quadro de referências. É, portanto, absolutamente
adequado falar, como faz Henry Rousso [1985], em memória enquadrada, um
termo mais específico que memória coletiva (1989, p. 3-15)
5 A MULHER NEGRA CARIRIENSE SUA RELAÇÃO COM A CAPOEIRA: UM
OLHAR SOBRE ATUAÇÃO DA MULHER CARIRIENSE NEGRA E A
CAPOEIRA

6 ANALISAR A IMPORTÂNCIA DA APLICABILIDADE DA LEI 10.639/2003


NO ESPAÇO ESCOLA E BIBLIOTECA COM ÊNFASE NAS
PERSONALIDADES DE MULHERES NEGRAS

7 REFORÇAR A IDENTIDADE ANCESTRAL DESSA MULHERES NEGRAS


E A VALORIZAÇÃO DE GRUPOS VULNERABILIZADOS

8 APRESENTAR O AVANÇO NAS PAUTAS DE GÊNERO E A INCLUSÃO


DE LIDERANÇAS FEMININAS

9 PROPOR AÇÕES CULTURAIS QUE RETRATAM A IMPORTÂNCIA DA


FIGURA FEMININA NOS ESPAÇOS CULTURAIS SOBRE QUESTÕES DE
GÊNERO.

PRODUTO

A partir desse estudo servirá para elaboração de uma cartilha educativa,


na qual, possa que qualquer mulher que tem vontade de participar de um grupo
de capoeira, o que precisará saber, mas de antemão é um esporte acessível a
todos.
Esse material estimulará o domínio cognitivo, trará à aquisição de
conhecimento, a aprendizagem intelectual. Será um material ilustrativo
contendo alguns comportamentos e posturas, ou seja, regras básicas dessa
arte marcial.
Nessa cartilha serão mostrados através de ilustração, alguns sinais
ritualísticos que são de conhecimentos da oralidade do mundo da capoeira,
assim como também, os instrumentos usados nas rodas de capoeira, a
vestimenta, e nomes de movimentos básicos para iniciantes.
Será também, ressaltado que as cantigas de capoeira têm uma função
lúdica, ética e didática. São utilizadas nas rodas como uma cartilha de ensino,
servindo para sedimentar as regras do jogo e para transmitir a história e a
filosofia da capoeira. As letras dessas canções falam de concepções do
mundo, valores morais e códigos de conduta, delineiam uma visão filosófica,
louvam a Deus e recontam lendas e provérbios populares.
Portanto, através desse material nota-se o quão a participação feminina
é relevante para esse meio, tanto para desmistificar a ideia de ser um espaço
de presença marcada masculina, quanto à mulher que ganha espaço e
visibilidade na luta pelo movimento social.
A cartilha é elaborada, em uma estrutura voltada para atender um
público heterogêneo, que inclui crianças e adultos de todas as faixas etárias,
pertencentes a diferentes níveis sociais de escolaridade. Para tal objetivo, o
texto da cartilha é apresentado em linguagem simples e de fácil entendimento e
compreensão.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADE 1 ANO 2 ANO

1º sem. 2º sem. 1º sem. 2º sem.

Escolha do tema x

Levantamento de informações em x
literatura especializada

Pesquisa, entrevista e análise dos x


grupos de capoeira da Região do Cariri

Sistematização e organização das x


informações obtidas com entrevista

Revisão do projeto x

Apresentação da dissertação x
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