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Universidade Federal

de São João del-Rei

PRÁTICA 2 - INSTRUMENTAÇÃO -
EXTENSOMETRIA

São João del Rei, 2023.

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Universidade Federal de São João del Rei - Instrumentação
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PRÁTICA 2 - EXTENSOMETRIA - G4
Pedro Augusto Sacramento (pedrosacramentos@aluno.ufsj.edu.br)

César Augusto de Resende (cesarar2804@aluno.ufsj.edu.br)

Departamento de Engenharia Mecânica e Produção (DEMEP)

Universidade Federal de São João del-Rei

RESUMO
O relatório da atividade prática em instrumentação abordou a verificação da aplicação
de equações para obtenção de deformação, a exploração do sistema de flexão na
ponte de Wheatstone, a análise da linearidade das medidas e a comparação entre
medidas experimentais e teóricas de deformação em um corpo sob flexão. A atividade
proporcionou uma compreensão prática da mecânica dos materiais, permitiu visualizar
diferentes configurações na ponte de Wheatstone e avaliar a confiabilidade das
medidas. A comparação entre resultados experimentais e teóricos enriqueceu a
compreensão dos princípios de instrumentação e medição de deformações, oferecendo
uma experiência prática e valiosa.

Palavras-chave: Instrumentação, deformação, equações, sistema de flexão, ponte de


Wheatstone, linearidade, medidas experimentais, medidas teóricas, mecânica dos
materiais, experiência prática.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................................5
2.1 Instrumentação da extensometria...................................................................................... 5
2.2 Ponte wheatstone...............................................................................................................6
2.3 Como é obtida a deformação............................................................................................. 8
3 METODOLOGIA......................................................................................................................... 9
3.1 Parâmetros Iniciais - Parte 1.............................................................................................. 9
3.2 Um quarto de ponte..........................................................................................................10
3.3 Meia ponte conexão 1 - Braços opostos (2 extensômetros medindo a mesma
deformação)............................................................................................................................11
3.4 Meia ponte conexão 2 - Braços adjacentes (2 extensômetros medindo a mesma
deformação)........................................................................................................................... 13
3.5 Ponte completa.................................................................................................................14
3.6 Resultados e Discussões - Parte 1.................................................................................. 16
3.7 Parâmetros Iniciais - Parte 2............................................................................................ 16
3.8 Análise dos cálculos......................................................................................................... 17
3.9 Resultados e Discussões - Parte 2.................................................................................. 19
4 CONCLUSÃO........................................................................................................................... 20
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................21

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1 INTRODUÇÃO

O presente relatório destaca as atividades práticas realizadas durante a disciplina


de Instrumentação, que visam aprofundar o entendimento sobre o uso de equações na
obtenção de deformação em materiais, explorar o sistema de flexão para analisar e
comparar diversas formas de conexão na ponte de Wheatstone, além de verificar a
linearidade das medidas obtidas. Ao longo das experiências em laboratório,
concentramo-nos em compreender como é realizada a medição da deformação em
corpos sujeitos à flexão, confrontando esses resultados com os conceitos teóricos
previamente estudados.
Acreditamos que o principal objetivo dessas práticas foi proporcionar aos
estudantes uma imersão nos fundamentos da instrumentação, possibilitando a
aplicação direta dos conceitos teóricos aprendidos em sala de aula. Ao trabalharmos a
obtenção de deformação, a utilização do sistema de flexão e a análise da ponte de
Wheatstone, buscamos integrar teoria e prática, proporcionando uma compreensão
mais abrangente dos princípios fundamentais da instrumentação.
Ao longo deste relatório, serão abordados os procedimentos experimentais
adotados, os equipamentos utilizados, os resultados obtidos e suas comparações com
as expectativas teóricas. Espera-se que essa abordagem prática contribua não apenas
para o desenvolvimento de habilidades técnicas, mas também para a consolidação do
conhecimento teórico, nos proporcionando uma visão mais abrangente e aplicada dos
princípios da instrumentação.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Instrumentação da extensometria

A instrumentação mecânica engloba um conjunto de métodos e ferramentas


destinados à observação, controle, registro e intervenção em eventos físicos. Ela se
concentra na pesquisa, desenvolvimento, aplicação e operação de dispositivos. Neste
contexto, abordaremos as aplicações e o funcionamento das células de carga,
amplamente utilizadas em diversos setores da engenharia e no cotidiano. As células de
carga atuam como conversores de força, possuindo um amplo espectro de usos, desde
balanças comerciais até a automatização e controle de processos industriais.

Esses dispositivos eletromecânicos são capazes de medir deformações ou


flexões em um corpo, convertendo-as em sinais de tensão. Isso é realizado por meio do
strain gage (extensômetro), que converte a deformação em tensão elétrica. A ponte de
Wheatstone, combinada com o strain gauge, gera sinais em microvolts, variando de
forma proporcional à aplicação de maior peso ou força na estrutura (LOPES, 2014). O
formato e as características físicas das células de carga demandam um estudo
minucioso durante seu projeto e execução, garantindo a preservação da relação entre a
intensidade da força aplicada e a correspondente deformação nos extensômetros. Isso
é crucial não apenas no ciclo inicial de medição, mas também em ciclos subsequentes.
A configuração geométrica deve conduzir a resultados lineares. Cada tipo de célula de
carga tem diferentes aplicações, como compressão, tração ou torque, exigindo distintos
tipos e quantidades de extensômetros e configurações de circuito (LOPES, 2014).

A extensometria, também conhecida como strain gauge, é uma técnica


amplamente empregada na medição de deformações em materiais. Trata-se de um
método crucial em diversas áreas da engenharia, ciência dos materiais. A base teórica
da extensometria fundamenta-se nos princípios da mecânica dos materiais,
particularmente na relação entre força, deformação e propriedades dos materiais, ou
seja são dispositivos sensíveis capazes de medir as pequenas variações dimensionais
sofridas por um material quando submetido a forças externas.De acordo com
Timoshenko e Gere (1972) [1], a aplicação de uma carga ou força em um material
resulta em deformações que podem ser quantificadas pela extensometria.

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A lei de Hooke estabelece uma relação linear entre tensão e deformação dentro
do limite elástico do material.

𝜎 = 𝜀𝐸 (Eq. 1)

A extensometria torna-se essencial em projetos de engenharia, sendo aplicada


em testes laboratoriais de materiais e no monitoramento estrutural em campo. A
precisão das medições de deformação (1%), fornece informações cruciais para garantir
a segurança e o desempenho adequado de estruturas e materiais, conforme destacado
por Jones (2015) [3].

Figura 1: Modelo esquemático de um extensômetro.

2.2 Ponte wheatstone

A ponte de Wheatstone representa um circuito elétrico utilizado para avaliar


resistências desconhecidas, geralmente próximas aos valores das demais resistências
do circuito. Sua aplicação não se limita apenas à medição de uma única resistência,
mas também permite a avaliação de duas resistências que variam de maneira oposta;
enquanto uma aumenta seu valor, a outra diminui proporcionalmente.

Este circuito foi concebido por Charles Wheatstone, um renomado cientista inglês
do século XIX. Além de suas contribuições fundamentais no estudo de circuitos
elétricos, Wheatstone foi o inventor de dispositivos notáveis, incluindo o estereoscópio,

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utilizado para visualizar imagens em 3D, e uma técnica de criptografia conhecida como
cifra de Playfair, aplicada durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Sua
versatilidade e amplitude de aplicações estabeleceram a ponte de Wheatstone como
uma ferramenta significativa não apenas na área da eletricidade, mas também em
outras áreas de engenharia e segurança.

Figura 2: Modelo esquemático de uma ponte de wheatstone.

Através do circuito podemos analisar que a Tensão total (V) depende dos pontos A e D,
logo:

𝑉 = 𝑉𝐴𝐷 (Eq. 2)

𝑉𝐴𝐷 𝑉
𝐼1 = (𝑅1+𝑅3)
= (𝑅1+𝑅3)
(Eq. 3)

𝑉𝐴𝐷 𝑉
𝐼2 = (𝑅2+𝑅4)
= (𝑅2+𝑅4)
(Eq. 4)

Os valores das tensões de A,B,C, D apresentadas na figura, podem ser definidos


como:

𝑉
𝑉𝐴𝐵 = 𝑅1 · 𝐼1 = 𝑅1( 𝑅1+𝑅3 ) (Eq. 5)

𝑉
𝑉𝐵𝐷 = 𝑅3 · 𝐼1 = 𝑅3( 𝑅1+𝑅3 ) (Eq. 6)

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𝑉
𝑉𝐴𝐶 = 𝑅2 · 𝐼2 = 𝑅2( 𝑅2+𝑅4 ) (Eq. 7)

𝑉
𝑉𝐶𝐷 = 𝑅4 · 𝐼2 = 𝑅4( 𝑅2+𝑅4 ) (Eq. 8)

Logo, conseguimos achar (VM) que representa essa relação de voltagem entre B
e C em uma configuração equilibrada da ponte de Wheatstone. Representada pela
seguinte equação:

𝑉𝑀 = 𝑉𝐵𝐷 + 𝑉𝐷𝐶 = 𝑉𝐵𝐷 − 𝑉𝐶𝐷 (Eq. 9)

𝑉𝑀 = 𝑉𝐴𝐶 + 𝑉𝐴𝐵 = 𝑉𝐴𝐶 − 𝑉𝐴𝐵 (Eq. 10)

Resolvendo ambas equações, temos a mesma resposta:

𝑅2𝑅3−𝑅1𝑅4
𝑉𝑀 = 𝑉 (𝑅1+𝑅3)(𝑅2+𝑅4)
(Eq. 11)

Assim, confirmamos que tanto a análise de R1 e R2 ou R3 e R4 coincidirá no


mesmo valor de VM.

2.3 Como é obtida a deformação

A tensão VM é uma medida resultante do equilíbrio da ponte de Wheatstone


quando uma força é aplicada ao extensômetro. Esta tensão é captada entre o ponto
médio da ponte e um ponto de referência,como foi explicado no tópico anterior, e é
proporcional à deformação sofrida pelo material.

Assim,de acordo com a Lei de Hooke, dentro do limite elástico do material, a


tensão é diretamente proporcional à deformação. Isso significa que a tensão (VM)
captada pelo extensômetro está relacionada à deformação sofrida pelo material.

Antes da aplicação, o extensômetro é calibrado para estabelecer uma relação


específica entre a tensão (VM) medida e a deformação real do material. Isso é feito
submetendo o material a diferentes forças conhecidas e registrando as leituras de (VM)
correspondentes, permitindo uma curva de calibração.

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Com a curva de calibração, é possível determinar a deformação do material


analisado com base na tensão (VM) medida. A relação estabelecida durante a
calibração permite converter a tensão registrada pelo extensômetro em uma medida de
deformação. Por fim, utilizando a relação entre a tensão (VM) e a deformação do
material, a Lei de Hooke (Eq. 1) pode ser aplicada para calcular a tensão (sigma)
produzida pela deformação conhecida no material. Lembrando que o módulo de
elasticidade do material já é conhecido.

Essa abordagem permite a medição precisa da deformação de um material,


fornecendo informações vitais sobre sua durabilidade e comportamento mecânico. Ao
relacionar a tensão medida pelo extensômetro com a deformação conhecida, é possível
extrapolar para estimar a tensão produzida por outras deformações no material,
conforme previsto pela Lei de Hooke.

3 METODOLOGIA

3.1 Parâmetros Iniciais - Parte 1

Na primeira etapa da prática, realizamos uma análise explorando quatro


configurações distintas no equipamento extensômetro. Essas configurações foram
sugeridas pelo professor para proporcionar uma compreensão do comportamento do
sistema com as variações. Inicialmente, implementamos a configuração de um quarto
de ponte, seguida por duas variações de meia ponte: uma com conexão nos braços
opostos, onde dois extensômetros medem a mesma deformação, e outra com conexão
nos braços adjacentes, também com dois extensômetros registrando a mesma
deformação. Por fim, exploramos a ponte completa como a última configuração de
análise. Essa abordagem permitiu uma avaliação das respostas do extensômetro em
diferentes arranjos.

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3.2 Um quarto de ponte

Inicialmente foi colocado somente o fio vermelho do cabo do equipamento


(extensômetro) no mostrador na configuração de ¼ de ponte, preenchendo as outras 3
entradas com plugues dummy. Também foi ajustado o controle de configuração para 1,
representando 1 braço ativo. Sendo assim, o suporte para as cargas foi posicionado a
420 mm no indicador onde após estabilização do equipamento as cargas puderam ser
acrescentadas para avaliar as deformações como mostrado na tabela abaixo.

Figura 2: Tabela 1.

Observou-se a presença de linearidade na deformação registrada pelo


extensômetro como evidenciado pelo gráfico abaixo, no entanto, quando comparamos
com a deformação calculada através da fórmula estabelecida, notaram-se pequenas
discordâncias nessa linearidade ainda que apresentando valores relativamente
próximos. Essas discordâncias podem sugerir a influência de fatores adicionais não
plenamente considerados na fórmula, como efeitos não lineares nos materiais ou
condições ambientais variáveis.

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Gráfico 1.

3.3 Meia ponte conexão 1 - Braços opostos (2 extensômetros medindo a


mesma deformação)

Na segunda configuração o experimento foi repetido, contudo desta vez com o


extensômetro vermelho e o azul no mostrador de deformação na configuração de meia
ponte com 2 braços ativos e opostos e com os dummys nas outras 2 entradas.
Retornando os valores abaixo.

Figura 3: Tabela 2.

Nesta configuração é válido notar que as deformações lidas são praticamente as

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mesmas, contudo as voltagens de saída se alteraram, chegando a um valor


aproximadamente duplicado quando comparado a Tabela 1. As deformações calculadas
seguiram apresentando relativamente pouca disparidade com as deformações lidas no
extensômetro e também apresentando linearidade nos valores, com destaque para a
carga de 150g onde os valores de deformações foram os mesmos. Isso pode sugerir
uma resposta mais consistente do extensômetro, quando utilizado nesta configuração.

Gráfico 2.

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3.4 Meia ponte conexão 2 - Braços adjacentes (2 extensômetros medindo a


mesma deformação)

Mais uma vez o experimento é repetido, todavia desta vez com os extensômetros
vermelho e verde no mostrador de deformação, na configuração de meia ponte com 2
braços ativos adjacentes e plugues dummy nas outras 2 entradas. Apresentando os
valores a seguir.

Figura 4: Tabela 3.

Novamente os valores de deformação lida pelo equipamento seguem


praticamente os mesmos, com variações muito pequenas, porém dessa vez as
voltagens de saída são bem próximas, sendo levemente menores que na situação
anterior evidenciada na Tabela 2, onde também foram utilizados 2 extensômetros em
posições opostas. Ainda que as deformações calculadas apresentem pouca
disparidade em relação às deformações lidas, os valores das calculadas apresentam
um pouco menos linearidade como nas primeiras configurações.

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Gráfico 3.

3.5 Ponte completa

Por fim, na última configuração analisada, o experimento novamente repetido foi


realizado utilizando os extensômetros vermelho e azul em braços opostos, juntamente
com os extensômetros amarelo e verde também em braços opostos, configurando 4
braços ativos. Os seguintes resultados foram observados.

Figura 5: Tabela 4.
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Enxergou-se o mesmo comportamento de pouca variação para as deformações


lidas evidenciado anteriormente nos outros 3 casos, já nas voltagens de saída os
valores foram maiores do que em todas as outras situações o que indica a influência da
configuração da ponte com os 4 braços ativos, já que segundo a equação de
Wheatstone as configurações diferentes resultam em variações na resistência elétrica
no circuito da ponte, impactando na voltagem de saída.

Assim como na configuração com 2 braços ativos e opostos (Tabela 2),


enxerga-se linearidade nos valores de deformação calculada, com atenção especial
novamente para a carga de 150g apresentando a menor variação entre o valor
calculado e lido, evidenciando novamente uma consistência nas respostas do
equipamento.

Gráfico 4.

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3.6 Resultados e Discussões - Parte 1

Na etapa inicial da prática, foram exploradas quatro configurações no


extensômetro, cada uma projetada para investigar o comportamento do sistema frente a
variações na conexão da ponte de Wheatstone. Na configuração de um quarto de
ponte, observou-se uma linearidade na deformação registrada, com pequenas
discordâncias em relação às deformações calculadas. Na segunda configuração, com
dois braços ativos e opostos, as deformações medidas permaneceram consistentes,
mas as voltagens de saída aumentaram significativamente, evidenciando uma resposta
consistente do extensômetro. A terceira configuração, com dois braços ativos
adjacentes, mostrou deformações medidas consistentes, mas a linearidade aparente
observada na configuração anterior não foi tão evidente quanto nas demais. Na última
configuração, com quatro braços ativos, as deformações medidas variaram
minimamente, com as maiores voltagens de saída, indicando a influência significativa
da configuração da ponte de Wheatstone. Em geral, a análise destacou a sensibilidade
do extensômetro às variações na ponte de Wheatstone, sublinhando a importância da
escolha adequada da configuração para medições precisas e evidenciando a
necessidade de considerar fatores adicionais na interpretação dos resultados.

3.7 Parâmetros Iniciais - Parte 2

Na segunda etapa da prática experimental, procedemos à meticulosa medição


das dimensões da viga utilizando um paquímetro, garantindo assim uma precisão
rigorosa na coleta dos dados. As informações obtidas foram cuidadosamente
registradas e adicionadas à tabela correspondente, proporcionando uma base sólida
para as análises subsequentes. Com o intuito de converter a carga aplicada em valores
de força pertinentes ao nosso estudo, utilizamos os parâmetros obtidos na configuração
de ponte completa. Essa abordagem permitiu uma representação mais realista das
condições a que a viga foi submetida durante o experimento.

Empregando uma equação fornecida pelo professor, conseguimos determinar o


momento de inércia de área para a viga. Este parâmetro fundamental, juntamente com
os dados coletados, foi utilizado para calcular o momento fletor, a tensão e a

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deformação na viga. Essa análise proporciona uma compreensão abrangente do


comportamento estrutural da viga sob as cargas aplicadas, contribuindo assim para a
ampliação do conhecimento prático na área de instrumentação.

3.8 Análise dos cálculos

Figura 6: Orientações iniciais.

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Figura 7: Tabela de resultados.

Figura 8: Inputs utilizados.

Notou-se que a deformação calculada através das equações e convertida para


mícron foi levemente menor que a deformação lida pelo equipamento. A discrepância
entre a deformação calculada, convertida para mícron, e a medida pelo equipamento
pode ser atribuída a diversas razões, como simplificações no modelo teórico,
imperfeições na estrutura não consideradas, limitações nos dados experimentais,
condições de contorno não perfeitamente reproduzidas, comportamento não-linear da
viga e variações temporais nas propriedades do material. Essas diferenças destacam a
complexidade de traduzir teoria em prática e ressaltam a importância de uma
abordagem holística ao interpretar resultados estruturais. Apesar disso, é interessante
notar a tendência de linearidade das curvas e também a proximidade de valores
quando comparada a curva da configuração de ponte completa.

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Gráfico 5.

3.9 Resultados e Discussões - Parte 2

Na segunda etapa da prática, realizamos medições precisas da viga e


convertemos a carga aplicada em valores de força usando parâmetros da configuração
de ponte completa. Determinamos o momento de inércia de área e, com dados
coletados, calculamos momento fletor, tensão e deformação. Embora tenha havido uma
pequena diferença entre a deformação calculada e medida, atribuída a vários fatores, a
tendência linear das curvas e a proximidade de valores indicam a validade do modelo
teórico na compreensão do comportamento estrutural dos materiais submetidos à
instrumentação.

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4 CONCLUSÃO
A análise das diferentes configurações no extensômetro revelou a sensibilidade
do dispositivo às variações na ponte de Wheatstone. Cada configuração apresentou
nuances específicas, destacando a importância crítica da escolha adequada para
medições precisas. A presença de discordâncias entre as deformações medidas e
calculadas sugere influências não totalmente consideradas, como efeitos não lineares
nos materiais ou variações ambientais.

Paralelamente, na análise estrutural da viga, a cuidadosa medição das


dimensões e a conversão precisa da carga em valores de força proporcionaram uma
base sólida. A determinação do momento de inércia de área, apesar de pequena
diferença na deformação medida, contribuiu para uma compreensão abrangente do
comportamento estrutural, ressaltando a importância de abordagem abrangente na
engenharia.

A consistência nas respostas do extensômetro, especialmente na configuração


com dois braços ativos e opostos, destacou-se. No entanto, as variações nas voltagens
de saída em diferentes configurações sublinham a sensibilidade do extensômetro às
condições específicas da ponte de Wheatstone, exigindo uma interpretação cuidadosa
dos dados.

Essas descobertas reforçam a importância de uma análise crítica das


configurações experimentais, tanto em extensometria quanto na análise estrutural,
visando uma compreensão completa e aprimorada do comportamento do sistema,
essencial para futuros desenvolvimentos na área da engenharia e consequentemente
inserção no mercado de trabalho.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Timoshenko, S. P.; Gere, J. M. Mechanics of Materials. Van Nostrand Reinhold,


1972.

[2] Malvern, L. E. Introduction to the Mechanics of a Continuous Medium. Prentice-Hall,


1969.

[3] Jones, R. M. Mechanics of Composite Materials. CRC Press, 2015.

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