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ALVENARIA

ESTRUTURAL
E EC0 1 3
P ROFA . CA R I N A M . STOL Z
CA R I N ASTOL Z@POL I.U FR J.BR
As anomalias mais comuns encontradas em edifícios de
alvenaria estrutural são eflorescências, infiltrações de
água e fissuras. (Bauer, 2000).

Fissuras são as principais manifestações patológicas desse


sistema construtivo, decorrentes de erros de projetos, má
execução, problemas com materiais e uso dos
proprietários (Mamede, 2016).
Falhas construtivas
Os cortes posteriores a execução da alvenaria para passagem de dutos é uma
prática totalmente errada. Além de causar desperdício, provoca a redução da
resistência da alvenaria, e pode comprometer seriamente o seu desempenho da
estrutura (RAMOS et al (2002)
Falhas construtivas

Rasgo na alvenaria para passagem de


MOHAMAD, MACHADO, JANTCH, 2017 conduíte (SANTOS E FIGUEIREDO, 2017)
Falhas construtivas

MOHAMAD, MACHADO, JANTCH, 2017


Falhas construtivas

(Fonte: Givanildo Garlet)


Falhas construtivas

MOHAMAD, MACHADO, JANTCH, 2017


AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DE CORTES
EM PAREDES DE ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS
CERÂMICOS NA CAPACIDADE RESISTENTE
Estudo: 8 paredes estruturais com blocos de 12 furos e 8 paredes estruturais com blocos de 21 furos:
a) duas paredes com cortes na vertical (P12V e P21V);
b) duas paredes com cortes na horizontal (P12H e P21H);
c) duas paredes com cortes em diagonal (P12D e P21D);
d) duas paredes testemunhos, sem apresentar cortes (P12T e P21T).

BERNARDI ET AL., 2008)


AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DE CORTES
EM PAREDES DE ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS
CERÂMICOS NA CAPACIDADE RESISTENTE

BERNARDI ET AL., 2008)


AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DE CORTES
EM PAREDES DE ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS
CERÂMICOS NA CAPACIDADE RESISTENTE
RESULTADOS:

As paredes com cortes Paredes com blocos de 12


horizontais foram as que furos os cortes
mais sofreram. Estas horizontais e diagonais
Paredes com cortes
apresentaram uma apresentaram uma
verticais apresentaram
diminuição na carga redução de carga última
diminuição inferior a 10%
última de de 31,7% e 16,6%,
da capacidade de carga
aproximadamente 30% e respectivamente, sendo
em relação às paredes
44% para as paredes com que os cortes verticais
sem cortes.
blocos cerâmicos de 12 não apresentaram
furos e 21 furos, reduções em relação às
respectivamente. paredes testemunho.

BERNARDI ET AL., 2008)


MOHAMAD, MACHADO, JANTCH, 2017
Falhas construtivas

ABNT NBR 15812-2:2010


Falhas construtivas
Falhas construtivas
O não preenchimento das
juntas verticais tem
pequeno efeito na
resistência à compressão,
mas afeta a resistência à
flexão e ao cisalhamento
da parede, afetando
também a
deformabilidade das
paredes, principalmente
em prédios mais altos
(acima de 5 pavimentos).
Falhas construtivas
Em relação ao preenchimento inadequado das juntas horizontais, esse
procedimento leva à diminuição da resistência à compressão da
alvenaria.

Fonte: Givanildo Garlet


Falhas construtivas
- Painéis de lajes com
vigotas de tamanhos
diferentes – rigidez.

- Irregularidades nas
juntas de argamassa
entre blocos.

MOHAMAD, MACHADO, JANTCH, 2017


Falhas construtivas

MOHAMAD, MACHADO, JANTCH, 2017


Falhas construtivas
Grauteamento incorreto: ocasiona o enfraquecimento da parede no ponto reforçado pelo
projetista.
É importante ressaltar que existe certa dificuldade em se detectar a ocorrência desta
falha.

MOHAMAD, MACHADO, JANTCH, 2017


Falhas construtivas

Fonte: Givanildo Garlet


Falhas construtivas

Fonte: Givanildo Garlet


Falhas construtivas

MOHAMAD, MACHADO, JANTCH, 2017


Dilatação térmica da laje de cobertura

(JULIANI, 2015)
Dilatação térmica da laje de cobertura

(JULIANI, 2015)
Dilatação térmica da laje de cobertura
Na junta da última fiada com a laje de cobertura é
colocado um material para evitar a ligação entre os
elementos, permitindo a livre movimentação da laje

Fonte: (Pedreira de Freitas et al, 2010).


– Junta separada por manta

(SANTOS E FIGUEIREDO, 2017)


Juntas de dilatação

SILVA, ABRANTES, 2017


Juntas de dilatação
- Dificuldade em fazer
acabamento da junta;
- Surgimento de
rachaduras no bloco
que transpassa as duas
paredes

MOHAMAD, MACHADO, JANTCH, 2017


Juntas de dilatação

SILVA, ABRANTES, 2017


(Fonte: Givanildo Garlet)
Amarração
A adequada amarração entre encontro de paredes estruturais é necessária devido às
concentrações de tensões que ocorrem nesses pontos e à transferência de cargas que
ocorre de uma parede para outra.

(Fonte: Givanildo Garlet)


Amarração

(Fonte: Givanildo Garlet)


Vergas e contra-vergas
Vergas e contra-vergas são elementos estruturais para evitar fissuração em cantos de
aberturas e têm a função de resistir tanto aos esforços cortantes quanto aos momentos
fletores.

(Fonte: Givanildo Garlet)


(Fonte: Givanildo Garlet)
Simulação - Elementos Finitos Tensão de tração
absorvida (MPa)
Carga de 150 kN/m, utilizada em todos os modelos, equivale a um carregamento de 8 pavimentos

SAMPAIO, 2010
Interface esquadria/alvenaria

TÉCNICA INADEQUADA TÉCNICA INADEQUADA


- Uso inadequado de compensadores.
- Folga excessiva entre a esquadria e as paredes.
- Possibilidade de fissuras verticais ou à 45 graus.
- Possibilidade de fissuras verticais e/ou
descolamento do revestimento de argamassa. Obs: ausência do preenchimento das juntas verticais
de argamassa (inadequado).
(Fonte: Givanildo Garlet)
(Fonte: JULIANI, 2015
Problemas executivos

(Fonte: Givanildo Garlet)


Problemas executivos

(Fonte: Givanildo Garlet)


Má execução da modulação

(Fonte: Givanildo Garlet)


Fissuras por sobrecarga vertical
Fissuras: cargas verticais concentradas
No caso em que atuam cargas verticais concentradas sem que haja uma correta distribuição dos
esforços através de elementos, poderão ocorrer esmagamentos localizados e fissuras a partir do
ponto aplicação da carga

SILVA, MORAES, GODOI, PEIXOTO NETO, 2018


Fissuras - umidade
Microfissuras surgem na argamassa de revestimento quando submetida a ciclos de secagem e
umedecimento, por meio das quais ocorrerem penetrações de água cada vez maiores, de modo
a intensificar as movimentações e, consequentemente, a incidência de fissuras
(JULIANI, 2015) (PEREIRA, 2011)
retração da argamassa de assentamento e espessura muito fina
do revestimento de argamassa
Fissuras
ao longo das juntas, quando a resistência à tração do bloco é
superior a tração da argamassa de assentamento,
- e quando a resistência à tração do bloco for menor ou igual a
da argamassa de assentamento.
Recalque de fundações
As fissuras provocadas por recalque geralmente possuem aberturas
diretamente proporcionais à sua intensidade, e são inclinadas em
direção ao ponto onde ocorreu o maior recalque.
Possuem esmagamentos localizados em forma de escamas, o que dão
indícios das tensões de cisalhamento que as provocaram

(JULIANI, 2015)
RECIFE/PE
Fissuras
Umidade/ manchamento

(JULIANI, 2015)
Eflorescência
As eflorescências são depósitos cristalinos
esbranquiçados que surgem na superfície do
revestimento por meio de reações químicas.

Esses depósitos são formados quando os sais


solúveis são transportados pela água utilizada na
construção ou mesmo vindos por infiltrações que,
em contato com o ar, solidificam e formam-se os
depósitos esbranquiçados.

NEVES, 2022
Eflorescência
A principal causa de
eflorescência em
alvenaria é a presença
de cal livre em
qualquer substrato
que tenha cimento
em sua composição, Aqui, temos uma
como argamassas de alvenaria feita de
assentamento, bloco de concreto
rebocos laterais, com argamassa
rebocos e blocos de rica em cimento.
concreto. A eflorescência
saiu da argamassa
de assentamento

NEVES, 2022
Eflorescência em alvenaria estrutural

NEVES, 2022
Eflorescência em alvenaria estrutural
a eflorescência é derivada principalmente do
hidróxido de cálcio e do hidróxido de magnésio,
que saem da argamassa de assentamento e
migram para o bloco cerâmico

NEVES, 2022
Alvenaria de tijolo a vista

SILVA, ABRANTES, 2017


Reparo/reforço/recuperação
Após a conclusão do processo de eliminação das causas das manifestações patológicas, o
processo de restauração e recuperação da alvenaria pode ser iniciado. Dentre as restaurações e
recuperações mais comuns, dentre elas (ZANZARINI, 2016):
I: Aplicação de tela poliéster ou polipropileno;
II: Restauração com pintura acrílica;
III: Recuperação com Grampos de Fixação de Aço;
IV: Substituição do Revestimento;
V: Argamassa e reboco armados;
VI: Protensão;
VII: Adição de vigas e colunas de aço;
APLICAÇÃO DE TELA POLIÉSTER OU
POLIPROPILENO
A recuperação com aplicação de tela poliéster pode ser executada nos casos em que as fissuras
sejam originadas devido a retração da argamassa de revestimento.
RESTAURAÇÃO COM PINTURA ACRÍLICA
Para as fissuras diagnosticadas com pouca movimentação, sua recuperação pode ser executada
utilizando o sistema de pintura da parede. Pode-se aplicar um selante flexível na região que
apresenta a fissura em formato de “V”
RESTAURAÇÃO COM GRAMPOS
DE FIXAÇÃO DE AÇO
Para as fissuras decorrentes de
recalques nas quais a estabilização
ocorreu através de reforço estrutural,
a recuperação pode ocorrer através da
fixação de grampos de aço
perpendiculares à fissura, sendo
chumbada com argamassa e cimento
Argamassa e reboco armados
A argamassa e reboco armados são utilizados para conter as
fissuras provenientes de problemas estruturais.
A técnica é executada através de argamassa sobre uma tela
de aço, aplicada em toda a superfície da alvenaria.
Sua aplicação reforça a resistência à compressão, além de
melhorar a rigidez e a ductilidade da alvenaria (MOHAMAD,
2020).
As etapas desse processo são (THOMAZ, 1989):
I: Aplicação de cimento para preencher as fissuras - opcional;
II: Colocação da tela de aço nas duas faces da alvenaria;
III: Aplicação do cobrimento.
Deve-se aplicar o cobrimento com, aproximadamente, três
centímetros, a fim de evitar a corrosão da armadura;
PROTENSÃO
A protensão consiste na colocação de barras de aço
nos furos dos blocos ao longo da alvenaria, sendo
grauteadas na base, possibilitando que ela se deforme
somente quando solicitada.
As barras são inseridas verticalmente com cordoalhas,
cabos e barras de aço (SHRIVE ET AL, 2001).
Essa técnica é utilizada quando as causas das fissuras
são problemas estruturais graves, como o caso do
recalque diferencial intenso.
As barras de aço servem para permitir que os esforços
sejam transmitidos através da placa chumbada na
superfície da alvenaria, sendo inseridas
perpendicularmente às fissuras (THOMAZ, 1989).
TÉCNICAS DE REFORÇO
Compósitos: chapas metálicas, fibras, ...
CHAPA COLADA COM RESINA EPÓXI E PARABOLT

TÉCNICAS DE REFORÇO
TÉCNICAS DE REFORÇO
COMPÓSITOS DE FIBRA DE CARBONO
TÉCNICAS DE REFORÇO
Outras fibras
ADIÇÃO DE VIGAS E COLUNAS DE AÇO
Consiste na inserção de elementos
estruturais adicionais, tais como
pilares e vigas.
A técnica é executada a fim de
aumentar a resistência e a rigidez das
paredes.
Em casos em que não é possível
realizar o reforço estrutural, é possível
utilizar vigas e pilares dispostos,
fazendo com que a estrutura seja
independente, substituindo assim a
estrutura existente (CHAGAS, 2005).

projetosestruturaissp.com.br
Escoras
Injeção de graute ou resina epóxi
O principal objetivo da injeção de graute é a
restauração da integridade original da parede
existente através do preenchimento de vazios,
fissuras e trincas que estejam presentes na alvenaria
devido à sua deterioração física e química e/ou ações
mecânicas.
A injeção de graute pode ser de argamassa de
cimento, ou resina epóxi.
Geralmente, a injeção de resina epóxi é utilizada para
pequenas fissuras (menores do que 2,0 mm de
largura) e a injeção de pasta de cimento é mais
apropriada para aberturas maiores.
Esta técnica tem se mostrado eficaz na restauração
da rigidez inicial e resistência de estruturas
danificadas, melhorando o seu comportamento
mecânico global.
Reforço das aberturas com fibras
Carbon Fiber
Reinforced
Polymer (CFRP)
Glass Fiber
Reinforced
Polymer (GFRP)

(BENTO, 2013)
(BENTO, 2013)
Tirantes

(BENTO, 2013)
Viga de cintamento de concreto armado

(BENTO, 2013)

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