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Instituto Federal Goiano- Campus Rio Verde

PAVIMENTAÇÃO

Docente: Willer Mota Ferreira


Engenharia Civil
DEFEITOS E REPAROS EM PAVIMENTOS

DEFEITOS

No decorrer da vida útil dos pavimentos, estas estruturas podem apresentar defeitos que podem
ser causados por diversos motivos.

• A falta de fiscalização- Muitas obras são entregues fora dos padrões mínimos de qualidade, exigindo novos
gastos para correção de defeitos que podem corresponder a até 24% do valor total da obra.
• Com poucas balanças em operação e sem fiscalização adequada;

• Projeto deficiente;

• Técnica de construção inadequada;

• Falta de manutenção (fundamental para que atinja a vida útil estimada).


DEFEITOS E REPAROS EM PAVIMENTOS

DEFEITOS

Os defeitos podem ser classificados como: estruturais e funcionais.

• Os estruturais estão associados à diminuição da capacidade do pavimento de suportar cargas, em perder sua
integridade estrutural.

• Os funcionais estão relacionados às condições de segurança e trafegabilidade do pavimento em termos de


rolamento.
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DEFEITOS- PAV. FLEXÍVEL


EXSUDAÇÃO DE ASFALTO
A exsudação do asfalto forma um filme de material betuminoso na superfície dos pavimentos dando um aspecto brilhoso.
Geralmente ocorre devido a presença de ligantes em excesso, quando a temperatura está elevada o asfalto se dilata e esse
ligantes, devido a dificuldade de ocupar espaços vazios ou por estarem em excesso, migram para a superfície do pavimento.

Entre 85ºC e 150ºC o asfalto é


suficientemente fluído.
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DEFEITOS- PAV. FLEXÍVEL


EXSUDAÇÃO DE ASFALTO
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DESGASTE
O desgaste ou desagregação é o desprendimento de agregados da superfície ou perda de agregados. Ele está diretamente
relacionado as ações do tráfego e do intemperismo. Geralmente, as principais causas são a utilização de materiais não
apropriadas, erros no processo de construção ou má ligação entre os componentes da mistura betuminosa utilizada.
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DEFEITOS- PAV. FLEXÍVEL

ESCORREGAMENTO DO REVESTIMENTO BETUMINOSO


O escorregamento consiste no deslocamento do revestimento em relação as suas camadas subjacentes causando o
aparecimento de fendas em meia lua. Sua principal causa é a falta de aderência a camada de base ou a baixa resistência da
mistura asfáltica, geralmente, acontece em locais de intersecções e frenagem, pois o veículo causa o deslizamento ou a
deformação do asfalto.
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DEFEITOS- PAV. FLEXÍVEL
FENDAS: FISSURA E TRINCA
As fendas e fissuras são qualquer descontinuidade na superfície do pavimento que cause aberturas de pequenos ou grande
porte. Elas podem se apresentar de diversas formas, vamos falar um pouco sobre as principais.

FISSURA
São fendas inicias que ainda não chegam a causar problemas funcionais ao revestimento, por isso não são consideradas
graves nos métodos atuais de avaliação da superfície. Elas são fendas capilares que são perceptíveis, a olho nu, somente a
distâncias iguais ou superiores a 1,5 metros... A extensão das fissuras é inferior a 30 cm.

Principais causas: má dosagem do asfalto, excesso de finos (ou material de enchimento) no revestimento; compactação
excessiva ou em momento inadequado.
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TRINCA
As trincas são facilmente visíveis a olho nu e possuem aberturas superiores às das fissuras e podem ser isoladas, interligadas,
de retração ou trinca tipo bloco.

As trincas isoladas se dividem em transversais e longitudinais. As trincas isoladas transversais apresentam,


predominantemente, direção perpendicular ao eixo da via, já as longitudinais apresentam-se, em sua maioria, em direção
paralela ao eixo da via. Quando a extensão dessas trincas é de até 100 centímetros, elas são consideradas curtas, quando a
extensão é superior a 100 cm elas são chamadas de longas.
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TRINCA TRANSVERSAL

Principais causas: contração da capa asfáltica causada devido a baixas temperaturas ou ao endurecimento do asfalto;
propagação de trincas nas camadas inferiores à do revestimento da estrada.
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TRINCA LONGITUDINAL

Principais causas: má execução da junta longitudinal de separação entre as duas faixas de tráfego; recalque diferencial;
contração de capa asfáltica devido a baixas temperaturas ou ao endurecimento do asfalto; propagação de trincas nas camadas
inferiores à do revestimento da estrada.
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As trincas interligadas também são conhecidas como trinca tipo couro de jacaré, elas são um conjunto de trincas interligadas
que não apresentam direções predominantes. Elas podem ou não apresentar erosão acentuada em suas bordas.

Principais causas: colapso do revestimento asfáltico devido à repetição das ações do tráfego; subdimensionamento ou má
qualidade da estrutura ou de uma das camadas do pavimento; baixa capacidade de suporte do solo; envelhecimento do
pavimento (fim da vida); asfalto duro ou quebradiço.
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As trincas de retração são trincas isoladas, mas que não têm suas causas atribuídas aos fenômenos de fadiga do
revestimento, a sua causa é na verdade a retração térmica do asfalto ou do material que compõe as camadas de
base subjacentes ao revestimento trincado.
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DEFEITOS- PAV. FLEXÍVEL


As trincas tipo bloco é um conjunto de trincas interligadas que se caracterizam por sua configuração que forma blocos bem
definidos (apresentam formato similar ao de um retângulo com áreas que variam de 0,1 m² à 10 m²) que podem apresentar
erosão acentuada nas bordas ou não. Elas são causadas por variações diárias de temperatura e podem aparecer em qualquer
região do pavimento.

Principais causas: contração da capa asfáltica devido à alternância entre altas e baixas temperaturas; baixa resistência à tração
da mistura asfáltica.
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DEFEITOS- PAV. FLEXÍVEL- PAV. FLEXÍVEL


AFUNDAMENTO
Os afundamentos são deformações caracterizadas por depressões da superfície do pavimento, eles podem apresentar-se de
dois modos: afundamento plástico ou afundamento de consolidação.
O afundamento plástico é causado pela fluidez de uma ou mais camadas do revestimento ou das camadas subjacentes.
Normalmente, são causadas por falhas na execução da obra, principalmente, compactação mal feita. Quando a sua extensão é
menor que 6 metros são denominados afundamentos plásticos locais. Se a extensão for superior a 6m e estiver localizada ao
longo da trilha de roda, são chamados de afundamentos plásticos da trilha de roda.
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Ondulação ou corrugação
Movimento plástico do revestimento, caracterizado por ondulações ou corrugações (que são enrugamentos) transversais na
superfície do pavimento.

Principais causas: falta de estabilidade da mistura asfáltica; excessiva umidade do solo subleito; contaminação da mistura
asfáltica; falta de aeração das misturas líquidas de asfalto.
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DEFEITOS- PAV. FLEXÍVEL


PANELAS
As panelas, também conhecidas como buracos, são cavidades que se formam no revestimento asfáltico. Elas são avanços de
trincas, afundamentos ou desgastes. Esses buracos aparecem em maior quantidade no período chuvoso, pois o desagregamento
ou amolecimento das camadas do pavimento ocorrem devido a compressão da água.
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DEFEITOS- PAV. FLEXÍVEL


REMENDOS
Os remendos são patologias relacionadas a conservação da superfície, eles consistem no preenchimento de panelas, ou
qualquer outro buraco ou depressão, com massa asfáltica. O problema é que na maioria das vezes esse remendo é mal
executado e fica em desnível com o pavimento gerando desconforto para os usuários da via.
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO (NORMA DNIT 061/2004)

Alçamento (blow up)

• Desnivelamento das placas nas juntas ou nas


fissuras transversais
• Causado por pressão e esmagamento de placa
contra placa em juntas muito solicitadas por
esforços horizontais.
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO

Escalonamento ou degrau nas juntas:


• Deslocamentos verticais diferenciados e
permanentes entre uma placa e outra
adjacente, na região da junta.
• Associada a perda de suporte da placa e ao
recalque diferencial entre elas.
• Pode ocorrer em fissuras transversais e
longitudinais
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO

Falha na selagem das juntas:

• É qualquer avaria no material selante que


possibilite o acúmulo de material
incompressível na junta ou que permita a
infiltração de água.
• Causada por rompimento por tração e
compressão, oxidação, extrusão do material,
ou falhas de execução.
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO

Desnível pavimento – acostamento

• É o degrau formado entre o acostamento e a


borda do pavimento.
• Geralmente é um defeito construtivo, mas
pode ser causada por perda de suporte da
placa e o recalque diferencial das duas
placas.
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO

Fissuras lineares
• São fissuras que atingem toda a espessura da
placa de concreto, dividindo-a em duas ou três
partes. Podem ser transversais, longitudinais ou
diagonais.
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO

Quebras localizadas

• São áreas das placas que se mostram


trincadas e partidas em pequenos pedaços,
tendo formas variadas, situando-se
geralmente entre uma trinca e uma junta ou
entre duas trincas próximas entre si (em
torno de 1,5m).
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO

Remendos

• Correções de defeitos existentes


• Grandes Remendos: Área do pavimento
maior que 0,45 m²
• Pequenos Remendos: Área do pavimento
menor que 0,45 m²
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO

Assentamento
• Caracteriza-se pelo afundamento do
pavimento, criando ondulações superficiais
de grande extensão Pode ser causada pela
deficiência ou falta de uniformidade no
suporte da fundação, ou execução deficiente
da sub-base
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO

Placa ‘bailarina’:
• É a placa cuja movimentação vertical é visível
sob a ação do tráfego, principalmente na
região das juntas
• Tem como causas as perdas localizadas ou
generalizadas de suporte da fundação,
aliadas à existência de juntas ineficientes e à
ação do tráfego pesado e canalizado.
• Verificado após a liberação do tráfego
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DEFEITOS- PAV. RÍGIDO

Buracos

• São reentrâncias côncavas observadas na


superfície da placa, provocadas pela perda
de concreto no local, apresentando área e
profundidade bem definidas.
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DEFEITOS- MANUTENÇÃO

O pavimento de uma via deverá ser concebido, projetado, construído e conservado de forma a apresentar
níveis de desempenho compatíveis e homogéneos, em toda sua extensão.
Esses níveis são avaliados através de três características:
• Segurança
• Conforto; e
• Economia (de manutenção, operação e segurança).

Para que a rodovia apresente bons níveis de desempenho, é importante que todos seus componentes se encontrem
aptos para exercer suas funções de forma solidária.
Os componentes são: Pavimento, terraplenagem, drenagem, sinalização, etc.
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DEFEITOS- MANUTENÇÃO

CONSERVAÇÃO- Conjunto de operações preventivas ou corretivas destinadas a manter as características técnicas e


operacionais da rodovia, até que tais operações se tornem antieconômicos.

REMENDOS- Conjunto de operações destinadas a corrigir manifestações de ruína específicas, ocorrentes no nível de
revestimento betuminoso e em alguns casos extremos, atingindo frações da camada de base. Tais operações são
bem definidas e de pequeno porte.

RECUPERAÇÃO SUPERFICIAL (RECARGAS): Conjunto de operações destinadas a corrigir falhas superficiais, tais como
fissuração, desagregação, polimento das asperezas (rugosidade), desgaste (perda de agregados), exsudação e,
eventualmente, também pequenas deficiências de geometria transversal do pavimento. Trata-se de recapeamentos
com delgadas espessuras (2,5cm aproximadamente), não apresentando, efeito estrutural próprio.
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DEFEITOS- MANUTENÇÃO
REFORÇO ESTRUTURAL: Conjunto de operações destinadas, fundamentalmente, a aumentar a capacidade estrutural do
pavimento. Este objetivo é alcançado normalmente pela sobreposição de uma ou mais camadas, as quais responderão ainda
pelo correção de deficiências superficiais existentes.

RESTAURAÇÃO: Conjunto de operações destinadas a restabelecer o perfeito funcionamento do pavimento. Processa-se


normalmente pela substituição e/ou reconfecção de uma ou mais camadas existes, complementadas por outras que deverão
conferir ao pavimento o aporte de capacidade estrutural de um bem deteriorado ou avariado, e restabelecer, na integra, suas
características originais.

MELHORAMENTOS: Conjunto de operações que acrescentam ao pavimento características novas, ou que modifica as
características existentes.

AÇÕES EMERGENCIAIS: Conjunto de ações de caráter excepcional (emergência) que permitem eliminar o risco real ou potencial
a vida humana ou ao patrimônio público. Também permitem restabelecer as condições ou na iminência de interrompor, devido a
manifestações de ruína e/ou colapso repentino.
DEFEITOS E REPAROS EM PAVIMENTOS

MEDINA
Referências

• (Bariani Bernucci, Goretti da Motta, Pereira Ceratti, & Barbosa Soares, 2008). Pavimentação
asfáltica – formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro. Disponível em:
http://www.ufjf.br/pavimentacao/files/2018/03/Cap-9-Diagn%C3%B3stico-de-defeitos-
avalia%C3%A7%C3%A3o-funcional-e-de-ader%C3%AAncia.pdf

• Resende Godoi, Deise Lorena. Patologias: Estradas e pavimentação – Disponível em:


https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/patologia-estradas-e-
pavimentacao
Obrigado a todos!

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