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Aline Calheiros Espíndola

 Os Defeitos de Superfície são os danos ou deteriorações na superfície dos


pavimentos asfálticos que podem ser identificados a olho nu e classificados
segundo uma terminologia normalizada.

 O levantamento dos Defeitos de Superfície é realizado para poder avaliar o


estado de conservação dos pavimentos asfálticos.

 Em caso de necessidade de Restauração do pavimento, a análise dos defeitos


embasa o diagnóstico do problema para subsidiar uma solução tecnicamente
adequada.

 Em caso de Gerência de Pavimentos ou de Manutenção, o conjunto de


defeitos de um dado trecho pode ser resumido por índices que auxiliem na
hierarquização de necessidades e alternativas.
 Danos Precoces:

 aparecem nos primeiros meses até cerca de um ou dois anos após a execução do
pavimento.

 Danos de Médio e Longo Prazos:

 ocorrem após anos de operação da via até o final da vida útil estipulada em
projeto.
 Os defeitos de pavimentos asfálticos decorrem de:

1. Erros de projeto.
2. Erros ou inadequações na seleção de materiais ou na dosagem de materiais.
3. Erros ou inadequações construtivas.
4. Erros ou inadequações nas alternativas de conservação e manutenção.
 1. Erros de projeto
Exemplo: Dificuldade de prever tráfego real que atuará no período de
projeto por:

 Falta de contagens e dados de tráfego local e de utilização das vias da


região;
 Falta de planejamento estratégico regional, levando ao desconhecimento
das perspectivas de crescimento real;
 Uso não previsto em projeto (uso como via alternativa pelo maior
conforto ao rolamento ou por não ser pedagiada), levando em geral ao
excesso de tráfego.
 1. Erros de projeto
Exemplo: Erros ou problemas no dimensionamento estrutural:
 Incompatibilidade estrutural entre as camadas gerando fadiga
precoce dos revestimentos (ex: revestimento asfáltico com módulo de
resiliência muito elevado – alta rigidez, e muito delgado sobre camadas
muito resilientes ou elásticas, com alta deflexão);
 Especificação de material inexistente ou de difícil disponibilidade
local, resilientes ou elásticas, com alta deflexão), obrigando a
substituições incorretas durante a obra;
 Concepção estrutural que permita aprisionamento de água na
estrutura de pavimento (ex: base drenante sobre subleito impermeável,
acostamentos com base impermeáveis e falta de drenagem apropriada);
 Sub-dimensionamento estrutural.
 2. Erros ou inadequações na seleção de materiais ou na dosagem de
materiais.
Exemplo:
 Seleção incorreta de solo para reforços de subleito(ex: solos muitos
resilientes).
 Seleção imprópria de agregados e de graduação para compor bases e
sub-bases (ex: escoria de aciaria ainda apresentando expansibilidade).
 Seleção imprópria do tipo de solo ou dosagem inadequada para solo-
brita (ex: dosagens inexequíveis em campo).
 Dosagem errada de materiais estabilizados com cimento ou cal.
 Uso de temperatura inadequada na usinagem das misturas.
 Uso de faixa granulométrica inadequada.
 3. Erros ou inadequações construtivas
Exemplos:
 Falta de compactação apropriada das camadas, causando
deformações e afundamentos excessivos ou rupturas localizadas.
 Técnica de compactação inadequada, com uso de equipamentos de
baixa eficiência.
 Compactação de misturas asfálticas em temperaturas inadequadas,
ou variabilidade de temperatura na massa asfáltica durante o processo de
compactação.
 Erros nas taxas de imprimação impermeabilizante.
 4. Erros ou inadequações nas alternativas de conservação e manutenção
Exemplo:
 Reforço de revestimento asfáltico delgado e rígido sobre pavimento
muito trincado, possibilitando rapidamente a reflexão de trincas.
 Uso de tratamentos superficiais delgados para redução de
irregularidade.
 Uso de revestimentos asfálticos permeáveis sobre pavimento
trincado sem tratamentos de impermeabilização
 Métodos de Levantamento Sistemático de Defeitos de Superfície em
Pavimentos Asfálticos

 Norma DNIT 005/2003 – TER (substituindo DNER-TER 01-78) - Defeitos


nos pavimentos flexíveis e semi-rígidos: terminologia.

 Norma DNIT 006/2003 – PRO (substituindo a DNER PRO 08-94) -


Avaliação objetiva da superfície de pavimentos flexíveis e semi-rígidos:
procedimento.
 A. Fendas (fissuras e trincas) – DNIT 005/2003 TER:
 Qualquer descontinuidade na superfície do pavimento que conduza a
aberturas de menor ou maior porte:

 Fissuras: fenda de largura capilar, perceptível a olho nu apenas a distâncias


inferiores a 1,5 metros.

 Trinca: fenda facilmente visível a olho nu.


 A. Fendas: Tipos
 Fissura (FI).
 Trinca Longitudinal Curta (TLC) ou Longa (TLL).
 Trincas Interligadas tipo “Couro de Jacaré”, sem erosão acentuada nas
bordas (J) ou com erosão (JE).
 Trinca Isolada de Retração (TRR).
 Trincas Interligadas tipo “Bloco”, sem erosão acentuada nas bordas (TB)
ou com erosão (TBE).
 A. Fendas: Classe das Fendas
 FC-1: trincas cujas aberturas são menores que 1,0mm.
 FC-2: trincas cujas aberturas são superiores a 1,0mm, sem erosão nas
bordas.
 FC-3: trincas cujas aberturas são superiores a 1,0mm, com erosão
 nas bordas.
TLL – Longitudinal Longa
(devido ao Tráfego)
 B. Afundamentos / Deformações Permanentes – DNIT 005/2003 TER

 Local: afundamento localizado, atingindo extensão de até 6 metros;


 Trilha: afundamento localizado na região de trilhas de roda, com mais de
6 metros de extensão.
 Outros Defeitos que Não Constam da Norma DNIT 005/2003 TER

 Segregação

 Bombeamento de finos
 Concentração de agregados graúdos decorrente de separação dos
mesmos do mástique asfáltico – por problemas de graduação, usinagem
ou Segregação temperatura heterogênea na aplicação
Bombeamento de finos

Surgimento de finos na superfície, que sobem pela ação da água, que, sob pressão
devido ao tráfego, vem à superfície pela trincas do revestimento asfáltico.
 Determinar o conceito de degradação do pavimento em 500m de via:
 Informações da localização da Via;
 Inventário dos defeitos;
 Incluir relatório fotográfico dos defeitos;
 Determinar o Índice de gravidade global (IGG);

 Material de apoio:
 Norma DNIT 005/2003 – TER (substituindo DNER-TER 01-78) - Defeitos
nos pavimentos flexíveis e semi-rígidos: terminologia.
 Norma DNIT 006/2003 – PRO (substituindo a DNER PRO 08-94) -
Avaliação objetiva da superfície de pavimentos flexíveis e semi-rígidos:
procedimento.

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