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Pavimentação

Defeitos de Pavimentos
Flexíveis

Prof. Lucas Lauer Verdade


Introdução
Pavimentos:
Estruturas complexas que envolvem muitas variáveis:
• cargas do tráfego;
• solicitações ambientais;
• técnicas construtivas;
• práticas de manutenção e reabilitação;
• tipo e qualidade dos materiais envolvidos na
construção.
Deterioração dos Pavimentos
A deterioração do pavimento pode manifestar-se sob diferentes
formas:
 trincas (por fadiga, em blocos, nos bordos, longitudinais,
por reflexão, transversais);
 remendos;
 panelas ou buracos;
 distorções (acúmulo de deformação permanente nas
trilhas de roda);
 defeitos na superfície (desagregação ou desgaste,
agregados polidos, exudação);
 desnível entre pista e acostamento;
 bombeamento (saída de água pelas trincas do pavimento
sob ação das cargas do tráfego).
Avaliação Objetiva da Condição
dos Pavimentos
Identificação dos defeitos superficiais: o
reconhecimento do tipo de defeito, a quantificação de
sua extensão (freqüência de ocorrência ou área do
revestimento sujeita a um determinado tipo de defeito) e
a identificação do nível de severidade (nível de
deterioração dos defeitos normalmente
classificado como baixo, médio ou alto), juntamente
com a determinação das causas dos defeitos, são de vital
importância para a seleção das estratégias de intervenção
e definição das atividades de manutenção e reabilitação.
Identificação dos níveis de
Severidade em Trincas por Fadiga
Levantamento de Defeitos no
Campo
Um bom levantamento deve:
 Identificar as seções que não necessitam de
manutenção imediata;
 Identificar as seções que requerem apenas
manutenção de rotina;
 Identificar e priorizar as seções que requerem
manutenção preventiva;
 Identificar as seções que necessitam de
reabilitação.
Manuais para Identificação de
Defeitos
Durante o trabalho de levantamento em campo
geralmente surgem dúvidas relacionadas ao
reconhecimento e à forma de medição dos defeitos. Vários
manuais têm sido elaborados buscando estabelecer e
uniformizar a nomenclatura, as definições, os conceitos e
os métodos de levantamento dos principais defeitos
observados nos pavimentos. Em virtude da uniformização
da coleta de dados recomenda-se a adoção do manual de
levantamento de defeitos no campo utilizado no Programa
SHRP (Programa Estratégico de Pesquisas Rodoviárias).
Manuais para Identificação de
Defeitos
Estabelecido nos EUA o Manual do Programa SHRP
considera 15 tipos de defeitos em pavimentos flexíveis
identificando-os através de fotos e figuras.
Existem outros manuais que são importantes como
complemento ao Manual de Identificação de Defeitos dos
Pavimentos do Programa SHRP:
• Catálogo dos defeitos dos Revestimentos Asfáltivos
(1978);
• AASHTO – Defeitos Típicos (1986);
• Manual para Identificação de Defeitos de Revestimentos
Asfálticos de Pavimentos (Domingues, 1993).
Símbolos
dos
Defeitos
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR FADIGA NO REVESTIMENTO
Características:
 Áreas submetidas à cargas repetidas de tráfego;
 Forma: “couro de crocodilo” ou “tela de galinheiro”;
 Espaçamento inferior a 30 cm.
Níveis de Severidade:
 Baixa: poucas trincas conectadas, sem erosão nos
bordos e sem evidência de bombeamento;
 Média: trincas conectadas e bordos levemente erodidos,
mas sem evidência de bombeamento
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR FADIGA NO REVESTIMENTO
Níveis de Severidade:
 Alta: trincas erodidas nos bordos, movimentação dos
blocos quando submetidos ao tráfego e com evidências de
bombeamento;
Como Medir:
 Registrar a área afetada em m2 para cada nível de
severidade
Causas dos Defeito:
 Problema estrutural (espessuras inadequadas)
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR FADIGA NO REVESTIMENTO
Causas dos Defeito:
 Problema estrutural (espessuras inadequadas)
 Enfraquecimento estrutural durante o período de
chuvas.
Atividades de M&R:
 Manutenção: remendos (reparo permanente no caso de
problemas localizados), ou tratamento superficial e lama
asfáltica (reparos temporários)
 Reabilitação: recapeamento (reforço estrutural, no caso
de áreas extensas)
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR FADIGA NO REVESTIMENTO
Atividades de M&R:
 Reconstrução: materiais novos ou reciclados;
 OBS. Geralmente associadas à saturação do subleito,
sub-base ou base, as trincas por fadiga podem exigir a
remoção do material saturado e a instalação de drenagem.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR FADIGA NO REVESTIMENTO
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR FADIGA NO REVESTIMENTO
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS EM BLOCOS
Características:
 Trincas que dividem o pavimento em pedaços
aproximadamente retangulares;
 Tamanho dos blocos 0,1 a 10 m2 .
Níveis de Severidade:
 Baixa: trincas com abertura média inferior a 6 mm ou
seladas com material selante em boas condições;
 Média: trincas com abertura média de 6 a 19 mm ou
com trincas aleatórias adjacentes
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS EM BLOCOS
Níveis de Severidade:
 Alta: trincas com abertura superior a 19 mm ou trincas
aleatórias adjacentes com severidade média a alta.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS EM BLOCOS
Como medir:
 Registrar a área afetada (m2) para cada nível de
severidade.
Causas dos defeitos:
 Contração de origem térmica (revestimento formado por
misturas asfálticas com agregados finos e alto teor de
asfalto com baixa penetração) ou variação do teor de
umidade nas camadas inferiores ou ainda em razão do
envelhecimento (perda de elasticidade do revestimento
causada por oxidação devido a tempo de mistura muito
longo, temperatura de mistura elevada.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS EM BLOCOS
Causas dos defeitos:
 Contração de bases tratadas com cimento ou com
utilização de solos tropicais.
Atividades de M&R:
 Manutenção: Aplicação de selante (emulsão asfáltica
seguida por tratamento superficial, lama asfáltica ou
recapeamento delgado)
 Reabilitação: Reciclagem ou recapeamento (nos
estágios avançados).
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS EM BLOCOS
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS NOS BORDOS
Características:
 Apenas em pavimentos com acostamentos não
pavimentados;
 Dentro de uma faixa de 60 cm a partir da extremidade
do pavimento.
Níveis de Severidade:
 Baixa: sem perda de material ou despedaçamento;
 Média: perda de material e despedaçamento em até
10% da extensão afetada.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS NOS BORDOS
Níveis de Severidade:
 Alta: perda de material e despedaçamento em mais de
10% da extensão afetada.
Como medir:
 registrar a extensão afetada (m) para cada nível de
severidade.
Causas dos defeitos:
 Compactação insuficiente;
 Drenagem deficiente.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS NOS BORDOS
Atividades de M&R:
 Selante para evitar entrada de água e conseqüente
enfraquecimento estrutural.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS LONGITUDINAIS
Características:
 Trincas predominantemente paralelas ao eixo podendo se
localizar dentro ou fora das trilhas de roda.
Níveis de Severidade:
 Baixa: trincas com abertura média inferior a 6 mm ou
seladas com material selante em boas condições;
 Média: trincas com abertura média de 6 a 19 mm ou com
trincas aleatórias adjacentes com severidade baixa;
 Alta: trincas com abertura média superior a 19 mm ou
trincas aleatórias adjacentes com severidade média ou alta.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS LONGITUDINAIS
Como medir:
 registrar a extensão (m) das trincas longitudinais e os
níveis de severidade correspondentes (nas trilhas de roda
ou fora delas).
 registrar a extensão com selante em boas condições.
Causas dos defeitos:
 Má execução de juntas longitudinais de separação entre
duas faixas do tráfego;
 Contração do revestimento.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS LONGITUDINAIS
Atividades de M&R:
 Manutenção: devem ser limpas e
receber aplicação de selante (asfalto
modificado com borracha ou elastômeros)
e lançamento de areia sobre o selante.
 Reabilitação: trincas com abertura maior
que 20 mm devem ser reparadas com
remendo ou no caso de estar previsto o
recapeamento devem ser preenchidas com
concreto asfáltico de granulometria fina.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS LONGITUDINAIS
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS LONGITUDINAIS
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS LONGITUDINAIS
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR REFLEXÃO
Características:
 Reflexão de trincas ou juntas das camadas inferiores;
 Contração da base em recapeamentos ou pavimentos novos.
Níveis de Severidade:
 Baixa: trincas com abertura média inferior a 6 mm ou seladas
com material selante em boas condições;
 Média: trincas com abertura média de 6 a 19 mm ou com trincas
aleatórias adjacentes com severidade baixa;
 Alta: trincas com abertura média superior a 19 mm ou trincas
aleatórias adjacentes com severidade média ou alta.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR REFLEXÃO
Como medir:
 Registrar em separado as trincas transversais e
longitudinais .
 Registrar o número de trincas transversais;
 Registrar a extensão das trincas e os níveis de
severidade.
Causas dos defeitos:
 Movimentação de placas rígidas subjacentes (pavimento
rígido, bases tratadas com cimento ou cal, bases de solos
arenosos finos lateríticos)
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR REFLEXÃO
Atividades de M&R:
 Manutenção: remendos e tratamento superficial ou
lama asfáltica.
 Reabilitação: recapeamento.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS POR REFLEXÃO
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS TRANSVERSAIS
Características:
 Trincas predominantemente perpendiculares ao eixo;
Níveis de Severidade:
 Baixa: trincas com abertura média inferior a 6 mm ou
seladas com material selante em boas condições;
 Média: trincas com abertura média de 6 a 19 mm ou com
trincas aleatórias adjacentes com severidade baixa;
 Alta: trincas com abertura média superior a 19 mm ou
trincas aleatórias adjacentes com severidade média ou alta.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS TRANSVERSAIS
Como medir:
 Registrar o número de trincas, a extensão e os níveis
severidade correspondentes;
 Registrar a extensão com selante em boas condições.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: TRINCAS TRANSVERSAIS
Causas dos defeitos:
 Contração térmica do revestimento e hidráulica das
outras camadas.
Atividades de M&R:
 Selante para evitar a entrada de água e
conseqüentemente enfraquecimento estrutural.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: REMENDOS
Características:
 Porção da superfície do pavimento maior que 0,1 m2
removida e substituída ou material aplicado ao pavimento
após construção inicial.
Níveis de Severidade:
 Função da severidade dos defeitos apresentados pelo
remendo.
Como medir:
 Registrar o no. de remendos e a área afetada em m2 para
cada nível de severidade.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: REMENDOS
Atividades de M&R:
 O simples preenchimento da panela é chamado de tapa-
buracos.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: PANELAS
Características:
 Buracos resultantes da desintegração localizada, sob a
ação do tráfego e em presença de água;
 Fragmentação, causada por trincas por fadiga ou desgaste,
e remoção localizada de partes do pavimento.
Níveis de Severidade:
 Baixa: profundidade menor que 25 mm;
 Média: profundidade entre 25 e 50 mm;
 Alta: profundidade maior que 50 mm.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: PANELAS
Como medir:
 Registrar o número de panelas e a área afetada por cada
nível de severidade.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: PANELAS
Causas dos defeitos:
 Falha estrutural ( revestimento com pequena espessura ou
baixa capacidade de suporte das camadas inferiores).
 Segregação da mistura (falta de ligante asfáltico em pontos
localizados);
 Problemas construtivos (drenagem inapropriada)
Atividades de M&R:
 Manutenção: remendos (reparo permanente)
 Reabilitação: recapeamento após execução dos remendos
 OBS as atividades de M&R devem sempre ser precedidas
de instalação de drenagem.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: DEFORMAÇÃO PERMANENTE
Características:
 Depressão longitudinal nas trilhas de roda em razão da
densificação dos materiais ou ruptura por cisalhamento.
Níveis de Severidade:
 Medições da deformação permanente a cada 15m.
Como medir:
 Registrar a máxima deformação permanente nas trilhas de
roda.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: DEFORMAÇÃO PERMANENTE
Causas dos defeitos:
 Dimensionamento inadequado (espessuras insuficientes);
 Dosagem da mistura (falta de estabilidade que resulta em
deformação plástica em razão do alto teor de ligante, excesso
de material de preenchimento e uso de agregados
arredondados);
 Compactação inadequada e posterior consolidação pelas
cargas do tráfego;
 Cisalhamento causada por enfraquecimento em razão de
infiltração de água.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: DEFORMAÇÃO PERMANENTE
Atividades de M&R:
 Reabilitação: reciclagem, recapeamento delgado (nas fases
iniciais precedido pelo preenchimento das depressões com
concreto asfáltico) ou recapeamento espesso (reforço
estrutural);
 Reconstrução: novos materiais ou recicados.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: CORRUGAÇÃO
Características:
 Deformação plástica caracterizada pela formação de
ondulações transversais na superfície do pavimento.
 Causada por esforços tangenciais (frenagem ou
aceleração)
Níveis de Severidade:
 Associados aos efeitos sobre a qualidade do rolamento.
Como medir:
 Registrar o número de ocorrências na área afetada (m2).
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: CORRUGAÇÃO
Causas dos defeitos:
 Falha estrutural;
 Dosagem da mistura;
 Problemas construtivos.
Atividades de M&R:
 Manutenção: Remendos;
 Reabilitação:Reciclagem (fresagem com mais de 5cm do
revestimento seguida de aplicação de capa selante ou CBUQ.
 Reconstrução: Materiais novos ou reciclados.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: CORRUGAÇÃO
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: EXSUDAÇÃO
Características:
 Excesso de ligante betuminoso na superfície do pavimento.
Níveis de Severidade:
 Baixa: mudança de coloração em relação ao restante do
pavimento devido ao excesso de asfalto;
 Média: perda de textura superficial;
 Alta: Aparência brilhante; marcas de pneus evidentes em
tempo quente.
Como medir:
 Registrar a área afetada (m2) para cada nível de severidade.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: EXSUDAÇÃO
Causas dos defeitos:
 Excesso do ligante betuminoso;
 Baixo índice de vazios na mistura asfáltica;
 Compactação pelo tráfego (má dosagem).
Atividades de M&R:
 Manutenção: tratamento superficial (reparo temporário)
ou aplicação de areia quente, que deve ser imediatamente
compactada e varrida após resfriamento.
 Reabilitação: reciclagem.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: EXSUDAÇÃO
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: AGREGADOS POLIDOS
Características:
 Polimento (desgaste) dos agregados e do ligante betuminoso e
exposição dos agregados graúdos.
 Comprometimento da segurança (redução do coeficiente de atrito
pneu-pavimento.
Níveis de Severidade:
 Níveis de polimento podem ser associados à redução no coeficiente
de atrito pneu-pavimento obtidos a partir de ensaios.
Como medir:
 Registrar a área afetada (m2).
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: AGREGADOS POLIDOS
Causas dos defeitos:
 Ação abrasiva do tráfego que elimina as asperezas e
angularidades das partículas;
 Seleção dos materiais (agregados com pequena resistência
à abrasão como por exemplo agregados de rochas calcárias).
Atividades de M&R:
 Manutenção: tratamento superficial ou lama asfáltica;
 Reabilitação: reciclagem ou recapeamento delgado;
 Reconstrução: novos materiais ou reciclados.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: AGREGADOS POLIDOS
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: DESGASTE
Características:
 Perda de adesividade do ligante betuminoso e desalojamento dos
agregados;
 Envelhecimento, endurecimento, oxidação, desagregação dos
agregados.
Níveis de Severidade:
 Baixa: início do desgaste com perda de agregados miúdos;
 Média: textura superficial torna-se áspera, com perda de
agregados miúdos e de alguns graúdos;
 Alta:Textura superficial muito áspera, com perda de agregados
graúdos.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: DESGASTE
Como medir:
 Registrar a área afetada m2 para cada nível de severidade.
Causas dos defeitos:
 Dosagem da mistura (falta de ligante);
 Problemas construtivos (superaquecimento da mistura, falta
de compactação que resulta em envelhecimento precoce,
agregados contaminados, úmidos ou com pequena resistência à
abrasão, segregação);
 Perda de adesividade ligante-agregados por ação de
produtos químicos ou água;
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: DESGASTE
Causas dos defeitos:
 Abertura do tráfego antes do ligante do tempo de cura;
 Execução sob condições metereológicas desfavoráveis.
Atividades de M&R:
 Manutenção: capa selante (reparo temporário), tratamento
superficial ou lama asfáltica;
 Reabilitação: reciclagem ou recapeamento delgado.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: DESGASTE
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: DESNÍVEL (DEGRAU) ENTRE PISTA E
ACOSTAMENTO
Características:
 Diferença de elevação exagerada entre a faixa de tráfego e o
acostamento: camadas sucessivas de revestimento asfáltico;
 Erosão do acostamento não pavimentado.
Níveis de Severidade:
 Substituídos pelas medições do desnível.
Como medir:
 Registrar o desnível (mm) a cada 15 m ao longo da interface
pista-acostamento.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: DESNÍVEL (DEGRAU) ENTRE PISTA E
ACOSTAMENTO
Causas dos defeitos:
 Erosão do acostamento.
Atividades de M&R:
 Recomposição do acostamento.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: BOMBEAMENTO
Características:
 Saída de água pelas trincas do pavimento sob ação das
cargas do tráfego;
 Identificado pela deposição à superfície de material
carreado das camadas inferiores.
Níveis de Severidade:
 Não aplicável porque o bombeamento depende do teor
de umidade das camadas inferiores do pavimento.
Como medir:
 Registrar o no. de ocorrências e a extensão afetada.
Identificação de Defeitos nos
Pavimentos (SHRP, 1993)
DEFEITO: BOMBEAMENTO
Causas dos defeitos:
 Existência de água nos vazios sob o revestimento;
 Pressão exercida pelas cargas do tráfego.
Atividades de M&R:
 Drenagem.
Bibliografia Empregada no
Curso

Balbo,JoséTadeu.Pavimentos de concreto.São
Paulo.Ed.Oficina de Textos,1° Ed. 2009.ISBN 978-85-
86238-90-1
Notas de aula da UFPR.
Balbo,JoséTadeu Pavimentação Asfáltica:
materiais,projetos e restauração.São Paulo.Ed.Oficina
de Textos, 1° Ed. 2007.ISBN 978-85-86238-56-7.
José Leomar Fernandes Júnior, Sandra Oda, Luiz
Francisco Zerbini: Defeitos e Atividades de
Manutenção e Reabilitação em Pavimentos
Asfálticos, São Carlos, 2011.
Pavimentação

Sistemas de Gerências de
Pavimentos e Níveis de
severidades de defeitos

Prof. Lucas Lauer Verdade


Introdução
Pavimentos:
Estruturas complexas que envolvem muitas variáveis:
• cargas do tráfego;
• solicitações ambientais;
• técnicas construtivas;
• práticas de manutenção e reabilitação;
• tipo e qualidade dos materiais envolvidos na
construção.
Gerência dos Pavimentos

Processo que abrange todas as atividades


envolvidas com o propósito de fornecer e
manter pavimentos em um nível adequado de
serviços.
Envolve desde a obtenção inicial de informações
para o planejamento e elaboração de orçamento até
a monitoração periódica do pavimento em serviço,
passando pelo projeto e construção do pavimento e
sua manutenção e reabilitação ao longo do tempo.
Gerência dos Pavimentos

As atividades de manutenção
e reabilitação de pavimentos
devem ser realizadas de
forma contínua devido ao
constante aparecimento de
defeitos causados pelas
solicitações impostas pelo
tráfego e pelo meio
ambiente.
Serviços de manutenção
e reabilitação
Gerência dos Pavimentos

As causas de deterioração dos pavimentos podem


estar agrupadas em:
 Solicitações do tráfego: associadas
principalmente à carga por eixo, ao tipo de eixo
(simples, tandem duplo e tandem triplo), à pressão
de enchimento dos pneus e ao tipo de suspensão
(feixe de molas e pneumático);
 Solicitações climáticas: principalmente
variações de temperatura e do teor de umidade.
Gerência dos Pavimentos

Fatores Climáticos

Água empossada no pavimento,


chuva no pavimento, ruína do
pavimento.
Deterioração dos Pavimentos
A deterioração do pavimento pode manifestar-se sob diferentes
formas:
 trincas (por fadiga, em blocos, nos bordos, longitudinais,
por reflexão, transversais);
 remendos;
 panelas ou buracos;
 distorções (acúmulo de deformação permanente nas
trilhas de roda);
 defeitos na superfície (desagregação ou desgaste,
agregados polidos, exudação);
 desnível entre pista e acostamento;
 bombeamento (saída de água pelas trincas do pavimento
sob ação das cargas do tráfego).
Deterioração dos
Pavimentos
 A detecção dos defeitos
nos estágios iniciais é uma
das tarefas mais importantes
da manutenção. Trincas e
outras fraturas no pavimento,
que inicialmente quase não
são percebidas pelos
usuários, podem evoluir
rapidamente e causarem
sérios problemas se não
forem prontamente seladas.
Uma vez descobertos é
importante que se encontre a
causa de cada problema e se
inicie prontamente seu
reparo.
Relação entre Manutenção e Reabilitação
de Pavimentos e os Sistemas de Gerência

Os sistemas de Gerência de Pavimentos, que visam a obtenção


do melhor retorno possível para os recursos investidos, provendo
pavimentos seguros, confortáveis e econômicos aos usuários,
representam a possibilidade de se avançar de um esquema de
manutenção baseado apenas na correção de problemas para um
sistema de manutenção planejada, capaz de prolongar a vida
útil e garantir padrões mínimos de serviço em toda malha viária.
Relação entre Manutenção e Reabilitação
de Pavimentos e os Sistemas de Gerência
Um dos objetivos principais da gerência de pavimentos é
fornecer respostas para as questões:

1) O que precisa ser feito numa determinada rede de pavimentos


(seleção da estratégia ótima);

2) Como devem ser executados os serviços? (definição das


atividades de manutenção e reabilitação para cada seção);

3) Quando serão necessárias intervenções para evitar a ruptura e


prolongar a vida em serviço do pavimento?

4) Onde se localizam as atividades prioritárias?


Relação entre Manutenção e Reabilitação
de Pavimentos e os Sistemas de Gerência

O primeiro passo no desenvolvimento de um sistema de


gerência de pavimentos consiste na definição das seções
de análise, geralmente em função:
 do volume de tráfego;
 do tipo de pavimento;
 do tipo e espessura de cada camada;
 do tipo de subleito;
 do estado de conservação do pavimento.
Relação entre Manutenção e Reabilitação
de Pavimentos e os Sistemas de Gerência

Em seguida procede-se um levantamento da


condição atual do pavimento, registrando-se as
extensões e os níveis de severidade de cada
forma de deterioração encontrada nas seções.
Com base no inventário e na condição do
pavimento, pode-se analisar, em nível de rede
diferentes estratégias de manutenção e
reabilitação (por exemplo, “manutenção
corretiva”, “manutenção preventiva”,
“recapeamento”, “reconstrução” ou “ não fazer
nada”.
Relação entre Manutenção e Reabilitação
de Pavimentos e os Sistemas de Gerência

Posteriormente passa-se à análise em nível de


projeto que consiste na definição das atividades
de manutenção e quando for o caso, no
dimensionamento dos reforços e na
reconstrução. Finalmente são realizadas as
análises econômicas e de priorização.
Projeto de Restauração de
Pavimentos Flexíveis

Atividades de Manutenção
e Reabilitação em
Pavimentos Asfálticos
Prof. Lucas Lauer Verdade
Atividades de Manutenção

O que é?
Consistem geralmente em remendos, selagem de trincas,
e capas selantes. A detecção e o reparo dos defeitos nas
fases iniciais representam o trabalho mais importante
desempenhado pelas equipes de manutenção (utilização
de menores recursos). As trincas por ex. se não são
seladas logo, podem evoluir rapidamente para sérios
defeitos e aumentar os custos de operação dos veículos e
os custos de manutenção e reabilitação.
Remendos
 Método de reparo mais utilizado na manutenção de
rodovias (todos pavimentos estão suscetíveis a buracos
devido a ação do tráfego e tempo);
 Os buracos e panelas devem ser imediatamente
reparados, pois comprometem a segurança e o conforto
e aumentam os custos operacionais;
 As panelas permitem a entrada de água que
enfraquece a estrutura e acelera a deterioração do
pavimento;
Remendos
Em qualquer operação de remendo os dois elementos
principais são:
 A SELEÇÃO DOS MATERIAIS;
 OS PROCEDIMENTOS DE REPARO.
Quanto ao tipo de material podem ser usadas misturas
usinadas a quente (CBUQ) no caso de reparos permanentes
ou pré-misturados a frio (PMF) no caso de reparos
emergenciais executados sob condições climáticas
desfavoráveis.
Remendos

O procedimento recomendado para a execução de


remendos permanentes consiste em:
 Remoção da água e da sujeira e instalação de
drenagem, se a presença de água for a causa do
defeito;
 Corte da área retangular a ser remendada de 20 a
30 cm além das extremidades da panela e até
atingir a profundidade com material consistente;
 Aplicação da imprimadura impermeabilizante no
fundo do remendo;
Remendos

O procedimento recomendado para a execução de


remendos permanentes consiste em:
 Aplicação da pintura de ligação nas faces verticais
de escavação.
 Lançamento da mistura asfáltica (para evitar
segregação deve-se lançar a mistura asfáltica contra
as paredes verticais dos cortes e esparramar das
extremidades para o centro;
Remendos

O procedimento recomendado para a execução de


remendos permanentes consiste em:
 Compactação com equipamento adequado, menor
que a área do remendo (rolo compactador pequeno
ou placa vibratória). Quando a profundidade for
superior a 15 cm a compactação deve ser realizada
em camadas, devendo resultar numa superfície
perfeitamente nivelada com o pavimento adjacente.
Execução de Remendos
Execução de Remendos

O custo dos remendos normalmente é associado apenas


ao custo dos materiais embora o custo total dependa de
outros fatores (mão de obra e equipamentos). Devem ser
considerados também os atrasos associados à interrupção
do tráfego para execução de remendo.
Um trabalho desenvolvido pelo Corpo de Engenheiros do
Exército dos Estados Unidos em 1981. chegou a
conclusão que os procedimentos para a execução de
remendos permanentes apresentam um custo da ordem
de três vezes menor que o custo do simples “tapa-
buraco”.
Capas Selantes
 Atividades que consistem na aplicação apenas de ligante
asfáltico ou de ligante com agregados, continuamente sobre a
superfície do pavimento;
Tem a finalidade de:
 Rejuvenescer o revestimento asfáltico;
 Restabelecer o coeficiente de atrito pneu-pavimento;
 Selar trincas com pequena abertura;
 Impedir a entrada de água na estrutura do pavimento;
 Retardar o desgaste causado pelo intemperismo.
Capas Selantes

Os tipos mais comuns de capa selante são:


 Selo asfáltico impermeabilizante;
 Tratamentos superficiais;
 Lama selante de emulsão asfáltica ou lama
asfáltica.
Selo Asfáltico Impermeabilizante
 Leve aplicação de emulsão asfáltica de cura lenta diluída
em água e sem agregado mineral;
 Usado para rejuvenescer revestimentos asfálticos
oxidados;
 Usado para selar trincas com pequena abertura
(severidade baixa) e vazios superficiais;
 Aplica-se uma taxa de 0,45 a 0,70 l/m2 de material
diluído (50% de água);
 Alternativa viável para vias que podem ser fechadas ao
tráfego durante o período necessário para a ruptura da
emulsão (4 a 6 horas);
 Apresenta baixo custo e é capaz de retardar a
necessidade de tratamento superficial em até dois anos.
Tratamentos Superficiais
 Camadas formadas por aplicações de ligantes e
agregados, em que a dimensão máxima do agregado de
cada camada sucessiva é geralmente a metade da
dimensão máxima do agregado da camada subjacente;
 Normalmente aplica-se o ligante (cimento asfáltico ou
emulsões) e em seguida lança-se os agregados que deve
ser compactado imediatamente;
 Um tratamento superficial múltiplo contribui para a
resistência do pavimento (impermeabiliza e resiste à
abrasão superficial causada pelo tráfego) entretanto não
se considera este acréscimo em termos de aumento do
número estrutural.
Lama Selante de Emulsão Asfáltica ou
Lama Asfáltica
 Mistura homogênea de emulsão asfáltica de cura lenta,
agregados miúdos bem graduados, e material de
preenchimento mineral (filler), com a adição de água para
produzir a consistência fluida de lama;
 Mistura feita geralmente em equipamentos especiais
(caminhão com silos para os componentes e um
misturador) que aplicam um material com espessura entre
1,5 a 3,0 mm;
 Utilizada para diferentes propósitos: preenchimento de
trincas, selagem do revestimento, e duas aplicações sobre
o revestimento muito áspero.
Atividades de Reabilitação

Dentre as atividades de reabilitação mais utilizadas estão


a fresagem, a reciclagem, o recapeamento estrutural e a
reconstrução.
Fresagem
 Com desenvolvimento de equipamentos durante a
década de 80 nos EUA e países da Europa, a fresagem já
é a principal forma de remoção do revestimento antigo,
tanto para a reciclagem como para acerto da superfície a
ser recapeada;
Fresagem
Reciclagem

 Técnica utilizada para renovar e rejuvenescer misturas


asfálticas envelhecidas. Serve também para corrigir outros
defeitos como pequenas corrugações, agregados polidos e
exsudação;
 Não é efetiva para resolver defeitos como panelas e
trincas por fadiga;
 O revestimento asfáltico é escarificado, aquecido no
local, misturado, lançado e compactado;
 São adicionados ligantes que tem função de garantir as
propriedades da nova mistura;
Reciclagem

 Se forem adicionados agregados para ajuste da curva


granulométrica e cimento asfáltico novo à mistura, esta
poderá ser utilizada como revestimento;
 Se não for ajustada a curva granulométrica e adicionado
ligante asfáltico, a camada servirá apenas como camada
de ligação (BINDER);
 O aquecimento e a escarificação do revestimento
existente inibem a reflexão de trincas e proporcionam
forte ligação entre o pavimento antigo e o recapeamento.
Reciclagem
Recapeamento Estrutural

 Construção de uma ou mais camadas asfálticas sobre o


pavimento existente, incluindo geralmente, uma camada
para corrigir o nivelamento do pavimento antigo, seguida
de camada ou camadas com espessura uniforme.
Reconstrução

 Necessária quando o pavimento começa a deteriorar-se


rapidamente;
 Muito freqüente a causa dos defeitos é a drenagem
inadequada sendo a reconstrução a única opção para a
melhoria do sistema de drenagem;
 Pode utilizar materiais novos ou reciclagem (tanto a
quente - tráfego pesado, como a frio - tráfego leve).
Árvores de decisão para decisão de
tipo de atividade de manutenção ou
reabilitação
Bibliografia Empregada no
Curso

Balbo,JoséTadeu.Pavimentos de concreto.São
Paulo.Ed.Oficina de Textos,1° Ed. 2009.ISBN 978-85-
86238-90-1
Notas de aula da UFPR.
Balbo,JoséTadeu Pavimentação Asfáltica:
materiais,projetos e restauração.São Paulo.Ed.Oficina
de Textos, 1° Ed. 2007.ISBN 978-85-86238-56-7.
José Leomar Fernandes Júnior, Sandra Oda, Luiz
Francisco Zerbini: Defeitos e Atividades de
Manutenção e Reabilitação em Pavimentos
Asfálticos, São Carlos, 2011.

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