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SUMÁRIO

DE
CLASSIFICAÇÕES
DOS SOLOS

CRESO DE FRANCO PEIXOTO

Dezembro de 2010
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ATENÇÃO:
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Nos termos da Lei que resguarda os Direitos Autorais, é proibida a reprodução total ou
parcial deste trabalho, de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico,
inclusive através de processos xerográficos, de fotocópia e de gravação, sem permissão,
por escrito, do autor.

cópia n°°_____________
3

INTRODUÇÃO

Intencionou-se, na elaboração deste material didático, conceituar,


exemplificar e orientar o aluno de disciplina de Estradas, em Curso de Engenharia Civil,
relativamente à classificação dos solos. A abordagem desta temática se dá em nível de
introdução mas abrangendo os principais ensaios qualificatórios, métodos e sistemas de
classificação.

O material didático foi preparado a partir de elenco de pré-requisitos


necessários ao Engenheiro Rodoviário, tais como conhecimento de bibliografia básica e
fontes de recursos para auxiliar na elaboração de projeto de pavimentos ou de
terraplenagem, quanto aos solos locais e de jazidas próximas à obra.

Não se evitou utilizar de jargão, mesmo sabendo-se que sinônimos


regionais podem gerar confusão. Os termos técnicos deste texto são idênticos aos
grafados na bibliografia disponível. A notação de símbolos geotécnicos é a
internacional, na maioria destes.

Os assuntos estão apresentados de forma sucinta e de tópicos porque este


material tem função de dar suporte a aulas específicas e motivar a pesquisa.

Não poderia deixar de observar a vital importância neste trabalho e em


minha vida profissional, do apoio técnico e da amizade fraterna do Dr. Thales de Lorena
Peixoto Junior. À sua memória, meu respeito.

Agradeço também a todos os Engenheiros, Técnicos e Empregados em


geral do DER/SP- regional de Ribeirão Preto; DERSA e Empreiteiras de Construção de
Estradas que sempre apoiaram visitas técnicas efetuadas em diversos canteiros de obras,
tais como: Duplicação da Rodovia D. Pedro I, Construção da Rodovia Carvalho Pinto,
serviços de pavimentação em rodovias próximas a Ribeirão Preto, etc.. Estas visitas
técnicas, além de permitirem ao alunato desenvolver conceito geral mais amplo
relativamente ao assunto, também contribuíram para a coleta de informações a melhorar
o texto deste material didático.

Quanto à você, aluno, participe ativamente nas aulas, quer seja


eliminando suas dúvidas ou questionando temas que pareçam controversos, e capacite-
se através da resolução de trabalhos extra-classe. Sendo assim, os objetivos docentes
devem estar sendo atingidos, tais como o conhecimento da causa científica e o
aprimoramento técnico necessário, encimados pelo comportamento ético.

DO AUTOR.
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SIMBOLOGIA, CONSTANTES NUMÉRICAS E


UNIDADES

GRANDEZA SÍMBOLO ou UNIDADE CONSTANTE


NOTAÇÃO NUMÉRICA
abertura de peneira # -
(mesh)
coeficiente de cv cm2/s
adensamento
coeficiente de atrito tg φ -
do solo
coeficiente de CC -
curvatura
coeficiente de U -
uniformidade
coesão do solo c tf/m2;kgf/cm2: Pa
diâmetro de 30%qp d30 mm
diâmetro de 60%qp d60 mm
diâmetro de Φ mm
partícula
diâmetro efetivo d10 mm
equivalente de areia EA %
expansão de solo ε %
índice de IC %
consistência
índice de grupo IG -
índice de IP;IP %
plasticidade
índice de suporte CBR %
califórnia
índice de vazios e -
limite de contração LC %
limite de liquidez LL;wL %
limite de LP;wP %
plasticidade
peso esp. ap. seco do γd tf/m3;gf/cm3
solo
peso esp. ap. seco γdmáx tf/m3;gf/cm3
máximo
peso esp. do solo γ tf/m3;gf/cm3
peso esp. dos γs tf/m3;gf/cm3
sólidos
peso esp. saturado γsat tf/m3;gf/cm3
porcentagem que %qp %
passa
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porcentagem que Px %
passa na peneira x
resistência ao S kgf/cm2;tf/m2;Pa
cisalhamento
sensibilidade Se -
tensão admissível no σ kgf/cm2; Pa
solo
teor de umidade w %
teor de umidade wot %
ótimo
umidade centrífuga UCE %
equivalente
umidade equivalente UEC %
de campo
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Los Talleres de Offset Larios S.A.; México, 1969.
CAPUTO, H. P.; Mecânica dos Solos e suas Aplicações; 6a. edição; Livros
Técnicos e Científicos Editora; Rio de Janeiro1994.
CASTILLO, H.; RODRIGUEZ, A. R.; La Engenieria de Suelos en las Vias
Terrestres (Carreteras, Ferrocarriles y Aeropistas); 1a. edicion; Editorial
Limusa; México, 1977.
FERREIRA, A. B. H.; Novo Dicionário da Língua Inglesa; 2a Edição; Rio
De Janeiro; Aurélio Buarque de Holanda Ferreira e J. E. M. M. Editores;
1986.
HAY, W.W.; Railroad Engineering; 3rd Printing; New York; John Wiley
& Sons; 1966
HORONJEFF, R.; Planning and Design of Airports; 2nd Edition; New
York; McGraw-Hill Book Company; 1975.
Mecânica dos Solos Para Engenheiros Rodoviários; Road Research
Laboratory; Trad. Evelyna Bloem Souto Silveira; vol. 1 e 2; São Paulo;
Editora Edgard Blücher.
NOGUEIRA, J. B.; Amostragem e Reconhecimento do Subsolo; 1a Edição;
; São Carlos; Departamento de Publicações da EESC-USP; 1979.
NOGUEIRA, J. B.; Símbolos e Unidades da Geotecnia; 1a edição; São
Carlos; Departamento de Publicações da EESC-USP; 1984.
NOGUEIRA, J. B.; VILLAR, O. M.; STANCATI, G.; Ensaios
Laboratoriais em Mecânica dos Solos; 1a Edição; ; São Carlos;
Departamento de Publicações da EESC-USP; 1981.
NOGAMI, J. S.; VILLIBOR, D. F.; Pavimentação de Baixo Custo com
Solos Lateríticos; 1a Edição; ; São Paulo; Editora Vilibor; 1995.
PEIXOTO Jr, T. L.; Análise da Permeabilidade de Materiais Granulares
em Função da sua Distribuição de Vazios; São Carlos; Departamento de
Publicações da EESC-USP; 1972.
PEIXOTO Jr, T. L.; Sumário Sobre Classificação de Solos (Ferrovias e
Rodovias); notas de aulas; São Carlos; Departamento de Publicações da
EESC-USP; 1982.
RIVES, F. O.; PITA, A.L.P.; Tratado de Ferrocarriles; Editorial Rueda;
Madrid, 1977.
SILVEIRA, A.; The Use of Computers for the Computation of de Void-Size
Distribution Curve of Granular Soils; São Carlos; Departamento de
Publicações da EESC-USP; 1966.
TOGNO, F.M.; Ferrocarriles; Representaciones y Servicios de Ingenieria
S.A.; México, 1973.
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VARGAS, M.; Introdução à Mecânica dos Solos; 1a. Edição; McGraw-


Hill do Brasil Ltda; 1977.
VILLIBOR, D. F.; Estabilização Granulométrica ou Mecânica; São
Carlos; Departamento de Publicações da EESC-USP.
VILLIBOR, D. F.; Pavimentos Econômicos Novas Considerações; Tese de
Doutoramento; São Carlos; Departamento de Transportes e Topografia da
EESC-USP; 1981.
WEBSTER, N.; Webster's New Twentieth Century Dictionary; 2nd
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WLASTERMILER, S.; Pavimentação; 2a edição; São Paulo; Grêmio
Politécnico; 1979.
WOODS, K. B.; Highway Engineering Handbooks; New York; McGraw-
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WRIGHT, P. H.; PAQUETTE, R. J.; Highway Engineering; 2nd Edition;
New York; John Wiley & Sons; 1987.
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GLOSSÁRIO

capacidade de suporte: a magnitude de pressão ou de determinada carga que uma


camada de solo ou perfil geotécnico suporta sem se deformar excessivamente ou para
uma deformação específica máxima.
diâmetro equivalente: diâmetro de esfera que envolve de forma tangencial uma partícula
sólida regular ou não de solo.
maciço terroso: massa de solo de grandes dimensões.
mesh: orifício de peneira. Quando acompanha um número corresponde à quantidade de
orifícios por polegada linear, por exemplo #10 apresenta 10 orifícios por polegada.
Pedologia: ciência que estuda os solos com base no seu processo genético. Edafologia.
quartear: separar em partes amostra de solo evitando-se segregação.
Reologia do adensamento: Analogia mecânica do comportamento da argila saturada
compressível quando do estabelecimento de tensões totais maiores que a tensão de pré-
adensamento.
Reologia: parte da física que investiga as propriedades e o comportamento mecânico dos
corpos deformáveis que não são nem sólidos nem líquidos.
segregação: separação de partículas de solos por diâmetros.
solo laterítico: [Do lat. later, 'tijolo'.] é o solo cujos elementos principais são o hidróxido
de alumínio e o de ferro, gerado através de lixiviação por água, de argila
montmorilonítica.
torninho de talhagem: torno pequeno e de acionamento manual usado em laboratório de
Mecânica dos Solos para moldagem de corpos de prova cilíndricos de a partir de
amostras de solos.
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1. LISTAGEM DE ENSAIOS GEOTÉCNICOS


FUNDAMENTAIS

1.1 INTRODUÇÃO

Quando se deseja verificar um maciço terroso quanto à sua estabilidade


recorre-se a processos físicos analíticos que dependem da caracterização do solo ou dos
solos do perfil geotécnico local.

Por exemplo, encostas sujeitas à erosão ou ao escorregamento, fundações


sujeitas a recalques ou ruptura ou muros de arrimo sujeitos ao tombamento são típicos
problemas que estão associados às características físicas dos solos envolvidos, tal como
se observa na Figura 1.1.

maciço terroso de talude rodoviário


com inclinação excessiva, que pode
gerar ruptura
área sujeita a desestabilidade
devida à sub-pressão e circulação
d'água intersticial
deflúvio gerador de erosão

seção transversal de pavimento

Figura 1.1 Exemplo de aplicativo da caracterização de perfil geotécnico

Portanto, quando se deseja caracterizar uma camada de perfil geotécnico


necessita-se coletar amostras representativas e efetuar ensaios laboratoriais típicos da
Mecânica dos Solos. Com os resultados dos ensaios pode-se "fechar" condições de
contorno de procedimento matemático de análise de estabilidade de maciço terroso.

Paralelamente à aplicação de resultados de ensaios laboratoriais no


estudo de estabilidade de maciços pode-se classificar o solo em função de determinado
aplicativo. Este aplicativo pode ser a classificação do solo como subleito de pavimentos
ou de ferrovias ou como subjacente a uma fundação. Existem classificações específicas
dos solos que são de domínio amplo no meio técnico, utilizadas para a qualificação de
solos semelhantes para determinadas aplicações. As amostras necessárias para este
estudo não precisam ser do tipo indeformadas.
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1.2 AMOSTRAS DE SOLOS

1.2.1 Introdução

Para que se possa efetivamente qualificar ou classificar o solo de um


maciço terroso é necessário coletar amostras representativas para que se desenvolvam
ensaios laboratoriais específicos.

Para se coletar amostra é necessário, preliminarmente, definir o seu tipo.


As amostras podem ser do tipo indeformada ou deformada.

A amostra indeformada é necessária quando de deve manter a estrutura e


o teor de umidade naturais. Por exemplo, quando se deseja determinar as características
físicas e estudar o comportamento reológico no adensamento precisa-se,
necessariamente, preservar a estrutura e o teor de umidade naturais para se efetuar o
ensaio edométrico.

A amostra deformada é aquela efetuada sem se preservar


necessariamente a estrutura e umidade naturais. Por exemplo, quando se deseja verificar
se em uma jazida tem-se material que satisfaça a especificação granulométrica para uso
como camada de pavimento, basta a coleta do tipo "deformada" para se efetuar o ensaio
granulométrico de peneiramento e de sedimentação.

1.2.2 Tipos de Amostras e Coleta

As amostras do tipo deformadas pode ser obtidas a partir de simples


escavação com pá, para camadas superficiais ou com trado para camadas mais
profundas, ilustradas na Figura 1.2.2.

coleta de material de camada


superficial, com pá.

coleta de material de camada saco para acondicionamento


profunda, com trado espiral. (com etiqueta de identificação)
(até 6 m, aprox.)

camada vegetal

camada superficial

camada profunda

Figura 1.2.2.a Exemplos de coleta de amostras deformadas


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As amostras indeformadas são coletadas com cuidado suficiente para que


não se altere a estrutura e não se reduza o teor de umidade de forma significativa,
fundamentais para efetiva representatividade da camada estudada.

As amostras superficiais indeformadas podem ser do tipo bloco, retirada


a pouca profundidade em um poço aberto na camada a caracterizar. O bloco será cortado
em forma regular e dever ser impermeabilizado com parafina, tal como se ilustra na
Figura 1.2.2.b. Este procedimento não é adequado para areia, exigindo-se, então,
amostrador de parede rígida.

perfil de solo a caracterizar


poço para retirada de amostra
cobertura com parafina

amostra de solo a coletar


Figura 1.2.2.b Poço para coleta de amostra indeformada de camada superficial

As amostras indeformadas de camada profunda são obtidas utilizando-se


de amostrador específico, que apresenta parede rígida e folga no tubo de coleta,
evitando-se atrito na entrada do material, que poderia alterar a estrutura
consideravelmente e atrito na retirada do material, evitando-se ruptura. Na Figura
1.2.2.c apresentas-se, esquematicamente, um tipo de amostrador para camada profunda.

detalhe da posição do amostrador

amostrador

perfuração para a
cravação do amostrador
até atingir camada
profunda

alojamento da
amostra indeformada

vide detalhe ao lado

estritamento bocal

Figura 1.2.2.c Exemplos de coleta de amostras indeformadas de camada profunda


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1.3 EXEMPLOS DE APLICAÇÕES PARA AS AMOSTRAS


COLETADAS

As amostras indeformadas coletadas podem ser utilizadas para ensaios


que exigem, geralmente, a elaboração de corpo de prova de forma geométrica. Por
exemplo, com um "torninho" de talhagem pode-se moldar corpo de prova com formato
cilíndrico, permitindo-se determinar o peso específico, apenas dividindo-se o peso pelo
volume determinado com auxílio de um paquímetro. Também se pode ensaiar corpo de
prova cilíndrico para a determinação da resistência à compressão simples, ilustrado na
Figura 1.3.

As amostras deformadas podem ser utilizadas para a determinação da


curva granulométrica em ensaios de peneiramento e de sedimentação. Ilustra-se
atividade de peneiramento na Figura 1.3.

ensaio de peneiramento com amostra deformada:


amostra deformada
peneira

"fundo"

ensaio de determinação da resistência à


compressão simples com amostra indeformada:
pistão de aplicação de força vertical

corpo de prova
indeformado

Figura 1.3 Exemplos de ensaios com amostras deformadas e indeformadas

1.4 GRANULOMETRIA

1.4.1 Conceito

Granulometria é o estudo estatístico que correlaciona o tamanho dos


grãos com a massa da fase sólida de um maciço terroso. Este estudo é estatístico porque
os ensaios laboratoriais são efetuados sobre amostra representativa. A correlação
apresenta de forma gráfica a percentagem de ocorrência de tamanhos de grãos com os
seus diâmetros correspondentes. O gráfico obtido permite verificar como se distribuem
os grãos formando a textura característica do solo e inferir o comportamento geotécnico.
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1.4.2 Ensaios Laboratoriais

São efetuados dois ensaios distintos para o traçado dos pontos da curva
granulométrica. Estes ensaios são de peneiramento e de sedimentação. Utiliza-se ensaio
de peneiramento para as partículas são de dimensões maiores, sujeitas à força
gravitacional. O ensaio de sedimentação é utilizado para as partículas menores, aquelas
em que as forças elétricas de caráter iônico preponderam sobre a força gravitacional.

O procedimento geral dos ensaios de peneiramento e de sedimentação


exige coletar amostra representativa de solo a caracterizar, com peso aproximado de 500
g a 1 kg. Desagrega-se e seca-se em estufa. Quarteia-se a amostra, caso apresente massa
elevada, facilitando a execução de cada ensaio.

Usualmente, para as partículas maiores que a abertura da peneira # 200,


que corresponde à malha de abertura 0,074 mm pelo padrão Inglês, efetua-se ensaio de
peneiramento. Neste ensaio utiliza-se de uma série de peneiras dispostas uma sobre as
outras e com abertura cada vez maior à medida que se observa a pilha de baixo para
cima. As peneiras são colocadas em equipamento que efetua a vibração necessária para
o ensaio, tal como se observa na Figura 1.4.2. Efetuado o ensaio de peneiramento
pesam-se as frações retidas nas peneiras para que se possa traçar gráfico que
correlacione porcentagens retidas acumuladas com aberturas das peneiras utilizadas.

densímetro nuclear
termômetro suporte retensor
de peneiras

água, sólidos
peneiras
e defloculante

diâmetro
"fundo"
material fino
detalhe da partícula
velocidade
sedimentando-se: vibrador de peneiras
proporcional
ao quadrado
do diâmetro
ENSAIO DE SEDIMENTAÇÃO ENSAIO DE PENEIRAMENTO

Figura 1.4.2. Generalidades dos ensaios de sedimentação e peneiramento.

Os resultados dos ensaios são compilados e apresentados de forma


gráfica mono-logarítmica, associando percentagens retidas acumuladas e diâmetros
correspondentes. A percentagem que passa é apresentada em escala decimal e a escala
de tamanhos ou de diâmetros equivalentes é do tipo logarítmica, possibilitando a
observação de extensa faixa de tamanho de grãos, desde milésimo do milímetro a
dezenas de milímetros, em formato de papel de tamanho reduzido, tal como se observa
no Gráfico 1.4.2.
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solos finos ou "de massa" solos grossos ou granulares


#200 #40 #10 #4
↓ ↓ ↓ ↓
100
90
80
70
60
%qp 50
curva granulométrica
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1 10 100
diâmetros (mm)
argila_____________silte_______a.fina____a.média____AG___pedregulho
ABNT

Gráfico 1.4.2 Exemplo de gráfico de curva granulométrica

1.4.3 Aplicativos

No Gráfico 1.4.2. observa-se a separação entre solos finos e grossos de


elevada importância para assuntos de estradas porque solos grossos apresentam elevada
capacidade de suporte mas não são caracterizados, especificamente, como apresentando
ligante entre seus grãos. Os solos finos, para estradas, apresentam ligante entre seus
grãos mas não têm capacidade de suporte elevada.

Com a curva granulométrica pode-se melhor conhecer o solo quanto aos


fatores apresentados no Quadro 1.4.3. Infere-se sobre classificações anteriores do tipo
tato-visuais.

Quadro 1.4.3. Algumas características associadas à curva granulométrica


capacidade de suporte coeficiente de adensamento
peso específico natural peso específico aparente seco máximo
índice de suporte califórnia coesão
equivalente de areia ângulo de atrito

1.5 ÍNDICES FÍSICOS

Apenas serão abordados os índices físicos mais utilizados em geotecnia


como teor de umidade, limites de consistência e peso específico.
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1.5.1. Teor de Umidade

É a relação entre o peso de água e o peso de sólidos de uma amostra de


solo. Este índice físico dos solos é fundamental em diversas aplicações geotécnicas,
recebendo nomenclatura especial como "umidade ótima" que é o teor de umidade ideal
para se compactar determinado solo sob determinada energia de compactação, "umidade
natural" ou "umidade higroscópica" relativa ao teor de umidade de solo seco sob ação
solar.

São diversas as formas de determinação do teor de umidade, tal como


apresentado no Quadro 1.5.1. e suas características especiais.

Quadro 1.5.1 Métodos de determinação do teor de umidade e suas características


Método: características:
da estufa preciso mas demorado (em torno de 24 h)
do fogareiro ou da rápido mas muito pouco preciso porque queima-se
frigideira material orgânico
do picnômetro pouco utilizado na prática, utilizando o princípio de
"completar a água dos vazios", para a determinação
do alcool rápido mas muito pouco preciso porque queima-se
material orgânico
"Speedy" rápido, com erro da ordem de 2 %. Não adequado para
barragens porque o erro admissível é da ordem de 1 %
infra-vermelho rápido e preciso, erro da ordem de 1 %

O teor de umidade ótima é fundamental no controle de aterros


compactados segundo a metodologia convencional ou de Proctor. Neste procedimento
quando o teor de umidade é maior que o limite da faixa do ótimo deve-se proceder
secagem e, em caso contrário, deve-se proceder molhagem, ilustrado na Figura 1.5.1.

peso específico aparente seco

γ smax faixa de controle de teor de umidade


curva de compactação

teor de umidade
w
ot precisa-se diminuir w
precisa-se aumentar w pode-se diminuir um pouco o w
pode-se aumentar um pouco o w

Figura 1.5.1 Procedimentos de controle de teor de umidade na compactação


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1.5.2 Limites de Consistência ou Limites de Atterberg

Os limites de consistência ou de Atterbergerg, quem os concebeu,


também são valores de teores de umidade com nomenclatura especial devido à sua
importância.

Quando os solos se apresentam plásticos, isto é, quando os solos pode


sofrer deformações sem experimentar ruptura, estão com o teor de umidade entre o
limite de liquidez, que é o teor de umidade que acima deste o solo se comporta como
líquido, e o limite de plasticidade que, abaixo deste o solo se apresenta sólido ou semi-
sólido.

Limite de contração é a denominação do menor teor de umidade quando


os solos ainda se apresentam como semi-sólidos, isto é, não alteram consideravelmente
a forma sem sofrer ruptura mas sofrem retração volumétrica quando o teor de umidade
diminui. Quando o solo não sofre retração volumétrica quando se reduz o teor de
umidade mas apresenta ruptura quando se aplicam tensões geradoras de deformações
acentuadas está na condição sólida.

Pelo Quadro 1.5.2 observam-se os limites de consistência,


comportamento e metodo de determinação.

Os solos não coesivos como areias ou pó-de-pedra não podem ser


moldados como rolinhos para a determinação do limite de plasticidade e, portanto, não
são plásticos.

Quadro 1.5.2 Limites de Consistência


limite de notação: unidade: determinação:
liquidez LL ou WL % aparelho de Casagrande
plasticidade LP ou WP % rolinhos atritados contra placa de vidro
despolido
contração LC % imersão de corpos de prova em mercúrio

O intervalo de teores de umidade entre o limite de liquidez e o limite de


plasticidade é o índice de plasticidade, ou melhor, IP=LL-LP. Este intervalo
corresponde aos teores de umidade cujo solo se encontra com consistência plástica.

Os valores de LL e IP são balizadores do tipo e da quantidade de argila


presentes em um solo e o IP é diretamente proporcional à quantidade de argila presente
no solo. Solos siltosos apresentam limite de liquidez entre 25 e 50 e solos argilosos
apresentam LL entre 40 e 60, geralmente.

Subleitos de pavimentos ou de ferrovias com índice de plasticidade elevado não


apresentam comportamento geotécnico adequado.

1.5.3 Peso Específico

Os pesos específicos são calculados dividindo-se a massa medida em


balança pelo volume do corpo de prova, observando-se que a massa foi "convertida" em
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peso apenas mudando-se de sistema de unidades. Obviamente dever-se-ia determinar a


densidade mas não é usual no dia a dia da geotecnia.

Dentre os pesos específicos mais utilizados exemplificam-se o peso


específico natural, para estudos de estabilidade de taludes naturais, o peso específico
saturado, importante para o estudo da capacidade de suporte e o peso específico
aparente seco, para controle de maciços em processo de compactação. O peso específico
aparente seco tem na sua nomenclatura aparente porque divide-se o peso de sólidos
obtido após a secagem pelo volume anterior à secagem, tornando o resultado
reprodutível a campo.

1.6 RETRAÇÃO

Maciços terrosos argilosos podem apresentar retração de volume quando


têm redução do teor de umidade, dependendo do tipo e da quantidade da argila
predominante presente. A redução ocorre até se atingir o teor de umidade
correspondente ao limite de contração. Argila caolinítica, que é a mais estável em
presença de água, quando sofre redução efetiva de teor de umidade tende a se retrair
sensivelmente.

A retração pode ser estudada volumetricamente ou linearmente. Como


normalmente os corpos de solo, quando retraem, podem ocasionar problemas em que
geralmente basta o estudo unidirecional, a retração linear é suficiente para "retratar" o
fenômeno.

1.6.1 Retração Volumétrica

É a relação entre o volume final, após a retração e o volume inicial,


anterior ao fenômeno, podendo ser expresso em porcentagem, tal como se observa na
Figura 1.6.1.

antes do início da retração: após a retração:


Vi:volume inicial vf: volume final

Vi
corpo de
prova Vf

redução de volume (Rv):


Rv=[(Vi-Vf)/Vi]x100

Figura 1.6.1. Retração volumétrica e estimativa

1.6.2. Retração Linear

É a relação entre as dimensões máxima e mínima medidas,


respectivamente, antes e após a ocorrência da retração, podendo ser expressa em
porcentagem, tal como se observa na Figura 1.6.2.
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antes do início da retração: após a retração:


Li:comprimento inicial Lf:comprimento final
corpo de
prova
Li Lf

retração linear (Rl):


Rl=[(Li-Lf)/Li]x100

Figura 1.6.2. Retração linear e estimativa

1.6.3 Exemplo de Aplicação

Na construção de pavimentos com base de solo laterítico que é um tipo


de solo retrátil, ocorre, geralmente retração da base e propagam-se trincas para a capa
asfáltica. Estas trincas, denominadas trincas de reflexão, podem comprometer a
estrutura do revestimento asfáltico, reduzindo drásticamente a sua vida útil. Este
fenômeno está ilustrado na Figura 1.6.3.

capa asfáltica comprometida estruturalmente, em função de trincas

propagação
das trincas

base de pavimento, composta por solo laterítico

trincas de reflexão, ocorridas a partir da retração da base

trincas de retração ocorrida na base de pavimento, composta por solo laterítico

Figura 1.6.3 Trincas de reflexão em pavimentos econômicos

1.7 EXPANSÃO

Maciços terrosos argilosos podem apresentar expansão volumétrica


quando o teor de umidade aumenta, dependendo do tipo e da quantidade da argila
predominante presente. Argila montmorilonítica, que é a menos estável em presença de
água, quando sofre elevação de teor de umidade tende a se expandir sensivelmente.

A expansão pode ser estudada volumétricamente e linearmente. Os


corpos de solo não podem se expandir lateralmente, porque estão confinados por outros
corpos de solo, portanto, a expansão linear é suficiente para "retratar" o fenômeno para
estudos.
19

1.7.1 Expansão Volumétrica

É a relação entre o volume final observado após a expansão e o volume


inicial, anterior ao fenômeno, podendo ser expresso em porcentagem, tal como se
observa na Figura 1.7.1.

antes do início da expansão: após a expansão:


Vi:volume inicial vf: volume final
Vi
corpo de
prova Vf

Expansão de volume (Ev):


Ev=[(Vf-Vi)/Vi]x100

Figura 1.7.1. Expansão volumétrica e estimativa

1.7.2. Expansão Linear

É a relação entre as dimensões máxima e mínima medidas,


respectivamente, antes e após a ocorrência da expansão, podendo ser expressa em
porcentagem, tal como se observa na Figura 1.7.2.

antes do início da expansão:após a expansão:


Li:comprimento inicial Lf:comprimento final
corpo de prova

Li Lf

Expansão linear (El):


El=[(Lf-Li/Li])x100
Figura 1.7.2. Retração linear e estimativa

1.7.3 Exemplos de Aplicação

Camadas de solos expansíveis colocadas sob superestruturas rodoviárias


ou ferroviárias podem gerar perda da estabilidade de todo o sistema.
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1.7.3.1 Caso Rodoviário

No perfil transversal de um pavimento rodoviário a sub-base foi construída com


solo muito expansível e a base e o revestimento não foram projetadas para suportar a
tensão de expansão do material da sub-base quando da elevação do teor de umidade.
Tanto o revestimento quanto a base tiveram ruptura, observável nas fases apresentadas
na Figura 1.7.3.1.

a. construção de pavimento b. Processo posterior de saturação da sub-base:


com sub-base expansível:
revestimento
base
sub-base franja capilar
expansível
N.A.

subleito

c.aparecimento de forçasd.ruptura das camadas sobrejacentes em


expansionais: função da tensão de expansão da sub-base:

figura 1.7.3.1. Exemplo de ruptura de pavimento sob ação de tensões de expansão

1.7.3.2 Caso Ferroviário

Na construção de uma ferrovia com subleito muito expansível, ao se


elevar o nível d'água em função de precipitação pluviométrica, ocorreu o laqueamento
da linha, tal como se observa na Figura 1.7.3.2.

!.7.4 Controle da Expansão

Corpos de prova do solo que se deseja estudar a expansibilidade são


moldados e colocados em cuba para saturação. Cada corpo de prova apresenta um
carregamento diferenciado e um micrômetro para se avaliar a expansibilidade.
Normalmente em até quatro dias de imersão os corpos de prova atingem a saturação e,
então, pode-se determinar a diferença de altura dos corpos de prova entre o instante da
imersão e o instante final. Na Figura 1.7.4.a observam-se detalhes gerais do ensaio e o
Quadro 1.7.4 indica leituras e estimativas efetuadas, de um ensaio para exemplo.
21

a. perfil ferroviário construído: b. elevação do nível d'água e saturação da CFT:


"chuva"

lastro lastro
sublastro expansível sublastro
CFT - camada final de terraplenagem
CFT franja capilar
expansiva NA

c. incrustação do lastro no sublastro


d. elaqueamento da linha (desnivelamento):
incrustação do sub-lastro na CFT:(ocorrem desnivelamentos longitudinal e
transversal, impedindo o tráfego)

lastro desnivelamento
sublastro
CFT - camada final de terraplenagem
expansiva lastro incrustado no sublastro
Figura 1.7.3.2 Exemplo de desnivelamento excessivo ferroviário ou laqueamento

corpos de prova imersos e com sobrecarga variável: espelho de água

cuba de imersão

sobrecarga total sobrecarga(para rodovia: usual 10 lb)


de corpo de prova micrômetro

Figura 1.7.4.a Detalhes gerais do ensaio de expansibilidade

Com os resultados apresentados de forma gráfica, tal como os indicados


no Gráfico 1.7.4, de acordo com os valores do exemplo em estudo do Quadro 1.7.4,
pode-se determinar a carga necessária para que se confine o solo expansível dentro de
limites aceitáveis. Pode-se, também, determinar a carga mínima necessária para que se
limite a expansão.
22

Quadro 1.7.4 Leituras e estimativas do ensaio de expansibilidade


corpo de prova: carga(kgf): pressão (kgf/cm2) expansão (%)
1 0,0 (livre) 8,0
2 4,5 0,014 4,0
3 9,0 0,029 2,0
4 13,5 0,043 1,0
5 18,0 0,058 0,5
6 22,5 0,072 0,0
diâmetro do corpo de prova: 20 cm; área transversal: 314 cm2; pressão=(carga)/(área)

9
8
7
expansão (%)

6
5
4
3
2
1
0
0 0,014 0,029 0,043 0,058 0,072
pressão (kgf/cm 2)

Gráfico 1.7.4 Curva de expansão de acordo com os elementos do Quadro 1.7.4

Em termos práticos, pode-se utilizar a Equação 1.7.4 para estimar a


espessura de camada de material para confinar outro material que seja expansível. A
pressão necessária para impedir a ocorrência de determinada expansão tomada como
limite é obtida em gráficos como o do tipo do Gráfico 1.7.4

pi
Hs = Equação
η× γs
1.7.4.
Hs: espessura da sobrecarga necessária para confinar ou reduzir a expansão da camada i
γs: peso específico do material da sobrecarga
η: fator de segurança; indicam-se valores entre: 1/2 a 1/3
pi: pressão necessária para evitar qualquer expansão ou limitar a uma expansão e

Os elementos da Equação 1.7.4 estão ilustrados na Figura 1.7.4.b que


indica um pavimento de espessura Hs e peso específico γs que confina o subleito,
evitando sua expansão.
23

pavimento com peso Hs


específico s γ Hs: espessura mínima de
pavimento para se limitar
subleito expansível a expansão subleito em "e"

Figura 1.7.4.b Elementos para estudo de confinamento de subleito rodoviário

1.8 COMPACTAÇÃO

O ensaio de compactação permite determinar o teor de umidade ótimo


para que se aproveite ao máximo a energia de compactação e o peso específico aparente
seco máximo que se obtém para as condições de energia e umidade.

A técnica desenvolvida por Proctor em 1933 objetiva reduzir o índice de


vazios e aumentar, conseqüentemente, o peso específico. Desta forma, aumenta-se a
estabilidade do maciço terroso, em termos de durabilidade e de capacidade de suporte.

A energia de compactação pode ser a Normal, da ordem de 5 kgf.cm/cm3,


a intermediária, da ordem de 15 kgf.cm/cm3 e modificada, da ordem de 25 kgf.cm/cm3.

Ilustram-se resultados de ensaio de compactação com um mesmo solo na


Figura 1.8.

peso específico aparente seco energias de compactação:


γ smax1 E1>E2>E3
γ curvas de compactação
smax2
γ
smax3 curva de saturação:
Sr=100%

teor de umidade
wot1 wot2 wot3

Figura 1.8 Resultados de ensaio de compactação sob diferentes energias em um mesmo


solo
24

1.9. Permeabilidade

1.9.1 Introdução

Permeabilidade ou condutividade hidráulica é permissividade do solo à


circulação d'água intersticial.

Define-se o coeficiente de permeabilidade, para estudos de circulação


d'água intersticial, a partir da Equação de Darcy que associa o gradiente hidráulico à
velocidade de descarga. A velocidade de descarga é fictícia e corresponde à água
passando aparentemente por toda a seção transversal ao fluxo, composta por sólidos e
vazios. A Equação 1.9.1

v=kxi Equação
1.9.1
v: velocidade de descarga
k: coeficiente de permeabilidade
i: gradiente hidráulico
i=∆h/L; sendo ∆h: perda de carga e L a extensão que ocorreu a perda de carga.

O coeficiente de permeabilidade é determinado segundo fluxo laminar


que ocorre apenas quando o gradiente hidráulico não é excessivo, isto é, menor que o
crítico indicado na Figura 1.9.1. O coeficiente de permeabilidade pode ser determinado
em campo, em laboratório sobre amostras coletadas em campo e indiretamente, a partir
de, por exemplo, índices físicos, características granulométricas e do fluido do solo
estudado.

v (velocidade de descarga) ici: gradiente hidráulico


crítico inferior
carga crescente

carga decrescente

i (gradiente hidráulico)
fluxos: laminar
transição turbulento

ici k: coeficiente angular da reta, fluxo laminar


Figura 1.9.1. Relação entre gradiente hidráulico e velocidade de descarga

1.9.2 Ensaios de Campo

Pode-se determinar o coeficiente de permeabilidade de camada de


material com permeabilidade elevada em ensaio de bombeamento, tal como apresentado
na Figura 1.9.2.a Correlacionam-se as grandezas vazão da bomba, que está associada à
25

velocidade da água com a declividade da superfície freática, que corresponde ao


gradiente hidráulico, para se determinar o coeficiente de permeabilidade segundo o
Teorema de Darcy.

Bomba de recalque (diâmetro de recalque = A)

Q (vazão) poço de recalque


poços de observação de nível d'água

v=Q/A

nível d'água freático


dy
dx i=dy/dx

Figura 1.9.2.a Ensaio de bombeamento

Desta forma, pode-se determinar o coeficiente de permeabilidade pela


Equação 1.9.2.a.

Q × 2,33 × log( X 2 / X1 )
k= Equação
π × (Y22 − Y12 )
1.9.2.a
k: coeficiente de permeabilidade (cm/s); Q: vazão na bomba (cm3/s); X1 e X2: afastamentos dos poços
testemunhas (cm) que apresentam profundidade de lâmina Y1 e Y2 respectivamente

Contudo, quando a camada apresenta permeabilidade muito reduzida o


sistema de bombeamento não funciona satisfatóriamente, exigindo outro método. neste
caso pode-se utilizar do ensaio de tubo aberto, que associa a velocidade de descida
d'água no tubo com o gradiente hidráulico de superfície esférica de infiltração no solo,
tal como apresentado na Figura 1.9.2.b. Pode-se estimar o coeficiente de permeabilidade
pela Equação 1.9.2.b

r1 ∆h
k= × Equação
4 × h ∆t
1.9.2.b
k:coeficiente de permeabilidade (cm/s); r1: raio do tubo de carga (cm); h: desnível de carga hidráulica no
tubo; ∆h: variação de altura ocorrida em um intervalo de tempo reduzido ∆t.
26

nível d'água inicial no tubo (tempo t0)


h v

nível freático nível d'água final no tubo (tempo t1)

2. r1 (diâmetro do tubo)

infiltração (superfície esférica)

Figura 1.9.2.b Ensaio de tubo aberto

1.9.3 Ensaios de Laboratório

Pode-se determinar o coeficiente de permeabilidade em ensaios


laboratoriais sobre amostras indeformadas coletadas em campo ou moldadas sob
condições representativas de camadas a serem incorporadas.

Quando o material é granular faz-se o ensaio de permeabilidade do tipo


carga constante, conforme a Figura 1.9.3.a e a estimativa do coeficiente de
permeabilidade corresponde ao resultado da Equação 1.9.3.a.

h (perda de carga total do sistema)


A

L
Q (vazão constante)

L: comprimento do corpo de prova, correspondendo ao comprimento de percolação


Q=v/t; v: volume percolado durante o intervalo de tempo t.
A: área transversal do corpo de prova

Figura 1.9.3.a Generalidades do ensaio de permeabilidade do tipo carga constante


27

V×L
k= Equação
t×h×A
1.9.3.a
k: coeficiente de permeabilidade; h: perda de carga; L: comprimento da amostra;
V: volume percolado no intervalo de tempo t; A: área transversal do corpo de prova

Quando o material é fino ou "de massa" faz-se o ensaio de


permeabilidade do tipo carga variável, conforme a Figura 1.9.3.b e a estimativa do
coeficiente de permeabilidade corresponde ao resultado da Equação 1.9.3.b.

área a h0 (carga inicial, no tempo t0)

h1 (carga inicial, no tempo t1)


nível d'água de saída (constante) A

L: comprimento do corpo de prova, correspondendo ao comprimento de percolação


A: área transversal do corpo de prova
Figura 1.9.3.b Generalidades do ensaio de permeabilidade do tipo carga variável

a×L h0
k = 2,33 × × log Equação
A × (t1 − t 0 ) h1
1.9.3.b
k: coeficiente de permeabilidade; h0 e h1: cargas inicial e final, medidas nos tempos t0 e t1;
L: comprimento da amostra; a: área transversal do tubo de carga; A: área transversal do corpo de prova

1.9.4 Métodos Indiretos

O coeficiente de permeabilidade é influenciado por muitas variáveis,


como granulometria, índice de vazios e a temperatura da água, por exemplo. O
conhecimento de correlações matemáticas entre grandezas disponíveis ou de custo
reduzido implica em se poder estudar substratos de forma mais rápida e com custo
menor.

Contudo, quando se estudam solos granulares o número de variáveis


dependentes é menor do que quando se estudam solos finos e a faixa de valores
estudados para os solos granulares tem magnitude considerável, não estando restrita a
valores infinitesimais, como se observam os coeficientes de permeabilidade para solos
finos.

Porisso, até à presente data, as pesquisas consideráveis para estudos


práticos de correlações matemáticas entre o coeficiente de permeabilidade e suas
variáveis tem estado restrita especificamente aos solos granulares.
28

As correlações utilizadas mais difundidas no meio técnico são as


equações de Hazen, de Hazen considerando-se a temperatura da água, Schlichter,
Terzaghi, respectivamente Equação 1.9.4.a, Equação 1.9.4.b, Equação 1.9.4.c e Equação
1.9.4.d que associam o diâmetro efetivo do solo, o "d10", e outras grandezas, ao
coeficiente de permeabilidade.

2
k = 100 × D10 Equação
1.9.4.a

2
k = 100 × (0,7 + 0,03 × T) × D10 Equação
1.9.4.b

771 2
k= × (0,7 + 0,03 × T) × D10 Equação
C
1.9.4.c

2
 n − 0,13 2
k = C0 ×   × (0,7 + 0,03 × T) × D10 Equação
 1− n 
1.9.4.d
k: coeficiente de permeabilidade (cm/s)
D10: diâmetro efetivo, correspondente a 10 % da porcentagem que passa (cm)
T: temperatura da água (oC)
C: parâmetro relativo à compacidade da água, para Equação de Schlichter, de acordo com o quadro
1.9.4.a

Quadro 1.9.4.a Valores do parâmetro C para a Equação de Schlichter


n (porosidade) C
0,26 84,3
0,38 24,1
0,46 12,8

n: porosidade
C0: parâmetro dependente da forma do grão, para a Equação de Terzaghi, de acordo com o Quadro 1.9.4.b

Quadro 1.9.4.b Valores do parâmetro C0 para a Equação de Terzaghi


forma dos grãos C0
arredondados 800
angulosos 460
"siltosos" 40

Na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo


um grupo de pesquisas liderado pelo Prof. Araken Silveira desenvolveu Equações de
correlação entre a curva de distribuição de vazios, apud Silveira, tal como a Equação
1.9.4.e de Peixoto Júnior. Para se verificar o regime de fluxo, que tem que ser laminar
quando se estuda o Teorema de Darcy, pode-se utilizar a Equação de Peixoto, na
Equação 1.9.4.f.
29

2
k = 9,05 + 2,51 × D10 Equação 1.9.4.e
-2
k: coeficiente de permeabilidade (10 cm/s)
D 10: diâmetro efetivo de vazios (mm), da curva de distribuição de vazios

0,420
i ci = 2
− 0,182 Equação 1.9.4.f
D10
ici: gradiente hidráulico crítico inferior, que é o limite superior do regime laminar, tal como apresentado
na Figura 1.9.1, válido para amostras compactas
D10: diâmetro efetivo, entre 0,1 e 5 mm (mm)

1.10 Equivalente de areia

Equivalente de areia é a relação entre a altura de areia e a altura total de


amostra de solo destorroada e desagregada que, ao ser imersa na água e em proveta
graduada, tem suas partículas arenosas sedimentadas antes das partículas argilosas e
siltosas.

O resultado é expresso em termos de percentagem de altura de areia em


relação à altura total, tal como apresentado na Equação 1.10 de acordo com a Figura
1.10.

água E.A. = (l/L).100 Equação 1.10


%
proveta graduada

L l : altura de areia
l L: altura total da amostra
Figura 1.10 Ensaio de Equivalente de areia e Equação 1.10 para cálculo do E. A.

O Equivalente de areia de uma camada de solo permite inferir sobre a


capacidade de suporte ou a permeabilidade do solo, dentre outras. O resultado do "E.A."
indica a contaminação argilosa de amostra de solo, quando se observa a provável
capacidade de suporte do solo, por exemplo.

1.11. Capacidade de Suporte do Solo

A capacidade de suporte de uma camada de solo ou de um perfil


geotécnico corresponde à deformabilidade do meio estudado em relação à carga
aplicada. Quanto menor seja a deformação em relação à carga aplicada, maior é a
capacidade de suporte do meio estudado. Existem vários índices para a estimativa da
capacidade de suporte do solo. Um dos índices mais difundidos é o Índice de Suporte
30

Califórnia, "ISC", ou, "CBR", que é a sigla do original em Inglês, California Bearing
Ratio.

Este ensaio foi desenvolvido por O. J. Porter, do DER da Califórnia,


porisso o seu nome. Este ensaio, o do CBR, utiliza de equipamento conforme a Figura
1.11.a para execução de punção em corpos de prova compactados e preferencialmente
saturados de amostras de solo do subleito, para que o resultado da capacidade de suporte
seja universal para qualquer condição de teor de umidade do subleito. Obviamente em
campo deverá o subleito apresentar o mesmo grau de compactação de laboratório para
que o projeto tenha representatividade.

A punção é executada com pistão de 3" quadradas que corresponde a


aproximadamente 20 cm2 de área transversal, cravando no corpo de prova em
velocidade de 1,27 mm/min, para que não se tenha resultado influenciado pela histérese
do material. Quando a penetração do pistão atinge 0,1" correspondente a 2,54 mm
divide-se a pressão necessária para que ocorra esta penetração pela pressão para que
ocorra esta mesma penetração no material de referência, que é a pedra britada padrão.
Esta pressão é de 70 kgf/cm2. Este é o procedimento genérico.

equipamento
para
determinação anél dinamométrico
do CBR: detalhe do
micrômetro, pistão durante
para determinação defletômetro a punção:
da penetração
pistão para punção δ
corpo de prova
(em cilindro)
mesa elevatória
manivela para
elevação da mesa

δ= penetração do pistão, cujo valor ao atingir 0,1" estará apresentando no


deflectômetro a deformação no anel correspondente à força de cravação.

Figura 1.11.a Croqui de aparato para determinação do CBR

Portanto, para um material que exija pressão de 3,5 kgf/cm2 para


penetração de 0,1" o valor do CBR é de 3,5 dividido por 70 que, em porcentagem,
corresponde a 5 %. A Equação 1.11 pode ser utilizada para a determinação do CBR.

p 0,1"
CBR = × 100 Equação 1.11
70
p0,1"(kgf/cm2):pressão para penetração de 2,54 mm; CBR (%)
pressão padrão para penetração de 2,54 mm na pedra britada padrão=70kgf/cm2
31

Caso o cálculo do CBR para a penetração de 0,2" indique valor maior


que o para a penetração de 0,1", deve-se refazer o ensaio para que se verifique não ter
ocorrido erro na primeira experiência. Caso seja confirmado o resultado para 0,2" como
o maior valor, este será, então, o CBR do material. Para penetração de 0,2" a pressão
padrão é de 105 kgf/cm2, para a pedra britada padrão.

No Gráfico 1.11 tem-se exemplo de resultados de ensaio de CBR


apresentando a curva padrão, da pedra britada padrão e de material ensaiado, com CBR
de 30 kgf/cm2 dividido por 70 kgf/cm2, correspondente 43 %.

110
0,2
100
90 pedra britada padrão
80
pressão (kgf/cm2)

70 0,1
0,4
60 0,3
50 0,2
40
m aterial ensaiado
30 0,1
20
10
0 0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
penetração (polegada)

Gráfico 1.11 Exemplo de resultados de ensaio de CBR

O ensaio de CBR pode ser do tipo CBR "um ponto", CBR "três pontos"e
CBR "cinco pontos". Aplicam-se estes ensaios para, por exemplo, CBR "um ponto
quando se efetua o CBR apenas para a condição de máxima densidade para a energia de
compactação de referência ou de uma densidade específica. Quando se deseja dispor de
CBR para condições diferentes daquela de referência, mas se tem disponível a curva de
compactação correspondente, faz-se o ensaio de CBR "três pontos". Quando se deseja
dispor do CBR para condições diferentes daquela de referência e não se tem disponível
a curva de compactação, faz-se o CBR "cinco pontos". Estas condições estão
apresentadas na Figura 1.11.b.

1.12. Ensaios para Determinação da Envoltória de Resistência ao


Cisalhamento

Determinam-se a envoltória de resistência ao cisalhamento de um


determinado solo ou substrato pelo critério Mohr-Coulomb segundo retas tangentes a
Círculos de Mohr de ruptura determinados a partir de resultados de ensaios de
compressão triaxial, compressão simples ou de cisalhamento direto.
32

CBR "um ponto": CBR "três pontos":


(conhecida a curva de compactação)
apenas se conhece
CBR (%) CBR (%) conhecem-se valores
o CBR para w ot
de CBR para condições
CBR CBR
proj proj diferentes de w ot

w (%) w (%)
CBR "cinco pontos":
densidade
(não se dispõe da curva de compactação)
máxima
CBR(%) conhecem-se valores
de CBR para condições
CBR
proj diferentes de w ot

w ot w (%)

w (%)

Figura 1.11.b Ensaios para CBR "um ponto", "três pontos" e CBR "cinco pontos"

No ensaio de compressão triaxial pode-se determinar, diretamente, as


tensões principais menor, que é a pressão de confinamento e maior, que é a soma da
tensão de confinamento e a tensão de desvio que é a tensão aplicada pelo pistão, tal
como se observa na Figura 1.12.a.

pistão (aplica pressãoσ d;σ d+ σ3 σ1= )τ


interior da câmara com
pressãoσ3 envoltória de resistência ao
câmara de compressão cisalhamento:
triaxial S= c +σ tgφ

válvula para regular a φ


pressão no interior da
câmara c σ
σ3 σ1 σ3 σ1
corpo de prova círculo de mohr referente ao
primeiro corpo de prova
segundo círculo de mohr ref. ao segundo corpo de prova

Figura 1.12.a Croqui da câmara de ensaio de compressão triaxial e resultados obtidos


33

No ensaio de cisalhamento direto determinam-se as tensões no plano de


ruptura e, por análise no círculo de mohr, determinam-se as tensões principais menor e
maior, tal como se observa na Figura 1.12.b.

τ
força de compressão axial (constante) envoltória de resistência ao
cisalhamento: plano de
caixa de cisalhamento S= c +
σ tgφ ruptura
direto (totalmente drenada) P
τ rup
força de cisalhamento
(crescente) σ
plano de ruptura σ3 σrup σ1
corpo de prova plano principal menor
P: polo (dos planos de estudo)
plano principal maior
Figura 1.12.b croqui de caixa de cisalhamento direto e resultados obtidos

No ensaio de compressão simples também se pode determinar a


envoltória mas como não se pode estabelecer outro círculo de mohr que não seja para
tensão principal menor igual a zero, estima-se a coesão do material, com sendo
aproximadamente 0,4 a 0,5 da tensão de ruptura, tal como se observa na Figura 1.12.c.

τ
envoltória de resistência ao
força de compressão axial (crescente)
cisalhamento:
S= c +σ tg
φ

c
σ
plano de ruptura σ
rup
corpo de prova

Figura 1.12.c croqui de ensaio de compressão simples

1.13. Adensamento

Determinam-se as características de solos compressíveis quanto à sua


deformação devida à saída de água intersticial sob solicitação de cargas externas, em
ensaios de adensamento. Os resultados permitem estimar o grau de deformação
permanente sob ação de cargas como aterros ou fundações sobre solos compressíveis,
típicos de fundos de vales.

Tal como se observa na Figura 1.13, o recalque total previsto segundo o


Teorema de Terzaghi, da Equação 1.13, pode ser estimado.
34

carga constante, para cada p1: p2:


fase do ensaio (p1,p2, etc.)

micrômetro
e1 e2
caixa com água tempo tempo
p3: p4:

pedras porosas corpo de prova


e1; e2; ... índices de vazios correspondentes e3 e4
a 100 % de adensamento para cada
tempo tempo
pressão p1; p2; ... correspondentes.

índices de vazios

e1 tg β : índice de compressão
e2

e3
β

e4

p1 p2 σ ad p3 p4 pressões

ad: tensão de pré-adensamento (a partir desta tensão ocorre adensamento


considerável)
Figura 1.13 Generalidades sobre o ensaio de adensamento

H × Cc  σ 'f 
∆H = × log '  Equação 1.13
1 + ei  σi 
∆H: recalque total; Cc: índice de compressão, igual à tangente do ângulo da reta virgem
σ'i: tensão efetiva inicial que, desprezando-se a recompressão, é igual à tensão de pré-adensamento
σ'f: tensão efetiva final, considerando-se a sobrecarga aplicada à camada em estudo; ei: índice de vazios
inicial
H: espessura da camada a adensar

1.14 "Vane Test"

"Vane test" ou Ensaio de Palheta é utilizado para se determinar a coesão


do solo em campo utilizando-se de torquímetro específico, cravado na camada a se
estudar, indicado na Figura 1.14.
35

força torsora

torquímetro

massa terrosa a se
determinar a coesão
palhetas

Figura 1.14 Ensaio de Palhetas - "Vane Test"

1.15. Sondagens Geotécnicas

É de fundamental importância o conhecimento do perfil geotécnico do


maciço terroso sobre o qual se pretende construir. Pode-se qualificar e reconhecer o solo
local a partir de amostras coletadas pelo Método da sondagem a trado, tal como já
enunciado anteriormente ou pelo Método de Sondagem à Percussão, que associa número
de golpes de amostrador padrão para cravar barrilete em profundidade padrão. Este
método é muito difundido e utilizado para projeto de fundações em geral, anotada cada
posição de sondagem como "SP", nas projeções topográficas. Quando se deseja
determinar as características de maciço rochoso, para, por exemplo, fundações de
pontes, utiliza-se da sondagem rotativa, normalmente anotada como "SR". A sondagem
à trado é anotada como "ST". A Figura 1.15 ilustra projeção topográfica indicado pontos
de sondagem.

1.16 Ensaios sobre materiais inertes

Os materiais inertes como pedra britada ou areia, por exemplo, devem ser
qualificados para que se possa verificar a adequabilidade destes para o serviço
pretendido.

É necessário determinar o peso específico do material, peso específico


dos sólidos, percentagem de vazios, resistência à compressão, dentre outros ensaios. A
friabilidade de determinados materiais coesivos também deve ser considerada.

Os materiais graúdos, tais como pedra britada, devem ser ensaiados em


ensaios de desgaste do tipo Abrasão Los Angeles, Ensaio Deval ou Ensaio Dorry,
permitindo-se determinar a resistência a choque e a resistência à abrasão. O ensaio mais
utilizado no Brasil é o ensaio de Abrasão Los Angeles.
36

A durabilidade dos grãos é determinada pelo ensaio com sulfato de sódio


ou de magnésio. Citam-se rochas como a calcária, que podem sofrer dissolução ao longo
do tempo.

área a implantar aterro

546 m x SP-2
546 m

x SP-1
545 m

544 m

SP-2
545,8 m
SP-1
543,5 m areia média a fina, siltosa 4
1m
4 nível de água compacta 5
1m 2m
argila siltosa variegada 15
12
2m dura 3m
17 18
4m
3m

impenetrável à percussão

Figura 1.15 Exemplo de perfil geotécnico

A forma dos grãos pode influenciar de forma considerável. A verificação


de esfericidade ou de cubicidade permite estabelecer parâmetro objetivo para a
determinação da qualidade do material.
37

1.17. Materiais Ligantes

Os materiais ligantes apresentam características físicas como rigidez,


elasticidade, durabilidade, oxidação, resistência, coesão, etc que precisam ser
determinadas em ensaios específicos para cada tipo de ligante. Estes ensaios visam
aferir a qualidade prevista do ligante ou estabelecê-las, quando em fase de pesquisa de
novos materiais.

Arcabouço sólido e filme de ligante (betuminoso) em partícula de agregado graúdo

Os materiais ligantes atribuem aderência entre as partículas dos


agregados, que, por sua vez, conferem à estrutura do corpo final, estabilidade posicional
entre partículas, a partir de íntima ligação entre ligante e agregados. Esta estrutura, a que
estabelece o arcabouço sólido do material, é composta por grânulos envoltos em filme
de ligante, no caso de ligante do tipo betuminoso.

Contudo, o ligante mais utilizado em construção civil é o Cimento


Portland, além da antiga cal. Em pavimentação ou impermeabilização o mais utilizado é
o cimento asfáltico de petróleo. A interação agregado e cimento Portland apresenta
interstícios preenchidos com material ativo. No processo de endurecimento ocorre
silicificação, onde o material cimentício gera aderência entre partículas, aumentando a
resistência final do corpo.
Massa contínua, formada por silicatos,
unindo as partículas da estrutura sólida
(agregados graúdos e miúdos)

Arcabouço sólido e vazios preenchidos com ligante do tipo cimento Portland


38

2. CLASSIFICAÇÕES PRINCIPAIS DOS SOLOS

2.1 Classificações mais utilizadas:

Classificação da AASHTO (American Association of State Highway and


Transportation Officials)

A mais difundida no meio rodoviário, classificando o solo em função de textura e


plasticidade, estudando o comportamento sob camada de materiais pétreos e massa
asfáltica.

Classificação segundo as dimensões das partículas do solo

A mais antiga e que permite a determinação de diversas características pela curva


granulométrica, permitindo inferir capacidade de suporte quando compactado ou não,
drenabilidade, resistência ao cisalhamento, comportamento sob carga etc.

Classificação de Casagrande

Permite classificação rápida por observações texturais e de plasticidade, para projeto de


pavimentos aeroportuários e rodoviários.

Classificação da CAA (Civil Aeronautics Administration) e da FAA (Federal


Aviation Administration)

Permitem classificar substratos para projeto de pavimentos aeroportuários, considerando


textura e plasticidade

Classificação de Woods

Classifica solos apenas em função dos pesos específicos aparentes secos de campo,
permitindo inferir sobre capacidade de suporte, resistência ao cisalhamento etc.

Classificação de Burmister

Classifica solos apenas em função de textura e de outras informações geológico-


geotécnicas.

Classificação Pedológica

Permite classificar solos quanto à sua gênese, buscando comparar famílias entre si de
solos distintos, auxilia no estabelecimento de provável comportamento do solo sob
carregamento.

Classificação da JNR (antiga Japanese National Railway) e da RENFE (REd


Nacional de Ferrocarriles)

Permitem classificar solos objetivando projeto de camadas de infra-estrutura ferroviária


39

2.2 Classificação de solos da AASHTO

A classificação da AASHTO - American Association of State Highway


and Transportation Officials é a mais difundida no meio técnico rodoviário, permitindo
classificar solos através de ensaios rápidos e de baixo custo, como plasticidade e
granulometria.

2.2.1 Histórico e Fundamentos

Intencionou-se desenvolver método de classificação de solos que


permitisse distinguir a estabilidade do mesmo sob carregamento de rodas pneumáticas
típicas rodoviárias e tendo sobre si um revestimento betuminoso, tal como se observa na
Figura 2.2.1.a.

carga acidental
(pneumático
rodoviário)
linhas isóbaras de
propagação de
tensões
revestimento
betuminoso

solo a classificar (subleito do pavimento)

Figura 2.2.1.a Modelo de estudo de solo submetido a carga rodoviária

Obviamente, quanto mais espesso o revestimento betuminoso, menores


serão as tensões aplicadas no solo estudado, conforme se observa na Figura 2.2.1.a.

O Método da AASHTO permite estabelecer distinção entre solos quanto


a este comportamento, em classificação que codifica o solo com uma letra - a letra A - e
um número, que à medida que o solo seja pior, sob o ponto de vista de estabilidade,
maior será este sufixo. A escala de classificação é observada na Figura 2.2.1.b.
40

qualidade decrescente do solo (estabilidade decrescente)

A-1 A-2 A-3 A-4 A-5 A-6 A-7

Figura 2.2.1.b. Relação entre o código de classificação AASHTO e estabilidade

Esta classificação na sua versão inicial, de 1928, utilizava de muitos


ensaios laboratoriais para a análise, tornando muito caro e demorado classificar um
único solo. Passou, então, por várias modificações e, na versão de 1954 tem sua forma
utilizada atualmente. Por esta versão, classifica-se o solo em grupos e sub-grupos em
função de textura e plasticidade.

2.2.2 Índice de Grupo

Estabeleceu-se um índice de qualidade do solo, visando a qualificação


deste como subleito de pavimento flexível rodoviário. Este índice foi denominado de
índice de grupo.

O índice de grupo, IG, depende da percentagem que passa na peneira de


malha 200, do limite de liquidez e o índice de plasticidade. Pode ser calculado pela
Equação 2.2.2. e pelos Gráficos 2.2.2.a e 2.2.2.b

IG = 0,2 × a + 0,005 × a × c + 0,01 × b × d Equação 2.2.2


a=0 para P< 35%; a=P-35 para 35%<P<75%; a=40 para P> 75%
b=0 para P<15%; B=P-15 para 15%<P<55%; b=40 para P>55%
c=0 para LL<40%; c=LL-40 para 40%<LL<60%; c=20 para LL>60%
d=0 para IP<10%; d=IP-10 para 10%<IP<30%; d= 20 para IP>30%

O valor de IG varia de zero a vinte. Com base no valor de IG pode-se


inferir o subleito quanto ao pavimento flexível, segundo a Tabela 2.2.2

Tabela 2.2.2 Classificação do subleito a partir do valor de IG


IG classificação do subleito qualidade do subleito
0a4 solo granular alta a excelente
5 a12 solo siltoso regular
13 a 20 solo argiloso baixa a inadequado
41

12
11
LL>=60
10
9 LL=55
8
LL=50
7
LL=45
IG1 6
LL<=40
5
4
3
2
1
0
=> 75 70 65 60 55 50 45 40 35 =<
%qp #200

Gráfico 2.2.2.a Estimativa de IG1

8
IP>=30
7
IP=28
6
IP=26
5 IP=24
IP=22 IP=20
IG2 4
IP=18 IP=16
3
IP=14
2
IP=12
1
IP=10
0
>= 55 50 45 40 35 30 25 20 15 <=
%qp #200

Gráfico 2.2.2.b Estimativa de IG2

Observações
Segue a tabela contendo a classificação atual, que oficializada pela A.A.S.H.O.
(American Association Of State Highway Officiais), também leva o nome de
¨Classificação da A.A.S.H.O. (nome antigo)

Foi adotada como prática recomendada pela A.A.S.H.T.O.em 1949.

Em 1954, com uma completa classificação em sub-grupos, foi apresentada a


revisão atual da classificação do United States Public Road Administration
(U.S.P.R.A.).
42

Aparece em 1961 nas ¨Specifications for Highways Materials¨ segundo:


A.A.S.H.O. designation M- 145 –49.

Convém observar, também, que esta classificação em referência, para uma


utilização mais racional no Brasil, deveria conter, preliminarmente, duas divisões
básicas que caracterizassem o solo como Laterítico ou não (Saprolítico).

Isso forneceria condições reais para o aproveitamento de solos arenosos finos


lateríticos que até então estão subvalorizados em sua potencialidade adequada. Nesse
camp, diversas pesquisas vem sendo desenvolvidas na USP (vide diversos trabalhos da
EESC-USP) os quais fornecem elementos para uma sugestão de acréscimo à
classificação ¨A¨, de siglas que identifiquem um solo Laterítico (L) e um Saprolítico (S).

Estudos propondo alterações deverão ser encaminhados futuramente. Contudo, até os


anos 2000 não se tem notícia de alterações que a alterassem desta forma.

Vide maiores detalhes em trabalhos dos Engenheiros:Job Shuji Nogami (DER-SP;


EPUSP), Douglas Fadul Villibor (DER-SP; EESCUSP); Fernando Custódio Corrêa
(DER-SP; EESCUSP).

2.2.3 TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DA AASHTO

Grupo ou % que % que % que


Classifica- passa passa na passa na IP LL IG
ção na peneira peneira 40 peneira
10 200
A-1-a <50 <30 <15 <6 __ 0
A-
1 A-1-b >50 <50 <25 <6 __ 0
A-3 >50 >50 <10 N.P. __ 0
A-2-4 >50 >50 <35 <10 <40 0
A-2-5 >50 >50 <35 <10 >41 0
A-
2 A-2-6 >50 >50 <35 >11 <40 <4
A-2-7 >50 >50 <35 >11 >41 <4
A-4 >50 >50 >35 <10 <40 <8
A-5 >50 >50 >35 <10 >41 <12
A-6 >50 >50 >35 >11 <40 <16
A-7-5 >50 >50 >35 <LL-30 >41 <20
A-7
A-7-6 >50 >50 >35 >LL-30 >41 <20

Notas:
43

1-Em 1945, o HRB propôs a revisão aceita mundialmente após o aval da AASHO e por
isso mesmo também chamada de Classificação da AASHO
Baseia-se em: Granulometria, LL, IP.

2-Com os elementos de ensaio disponíveis deve-se entrar na tabela acima, de cima para
baixo e a classificação correta será encontrada pelo processo de eliminação. O primeiro
grupo a partir de cima para baixo que satisfazer os resultados de ensaio, indicará a
classificação correta de acordo com este sistema.

3-Os resultados de ensaio deverão ser usados como números inteiros; para tal, deve-se
aproximá-los ao inteiro superior mais próximo.

4-A colocação do grupo A-3 antes do grupo A-2 é necessária para o processo de
eliminação de cima para baixo, não indicando, em todos os casos, superioridade do A-3
sobre o A-2.

5-O I.G. deve ser também indicado; Ex: solo A-2-7 (3) onde IG=3

Notas:

1) Com os elementos de ensaios disponíveis, deve-se entrar na tabela, de cima


para baixo e a classificação correta será encontrada pelo processo de
eliminação. O primeiro grupo a partir de cima para baixo que satisfizer os
resultados de ensaio, indicará a classificação correta de acordo com este
sistema.
2) Todos os resultados de ensaio deverão ser utilizados como números inteiros;
para tal, deve-se aproximá-los ao inteiro eu superior mais próximo.
3) A colocação do grupo A-3 antes do Grupo A-2 é necessária para o processo
de eliminação de cima para baixo, não indicando, em todos os casos ,
superioridade do A-3 sobre o A-2.
4) O IG deve ser também indicando; ex: solo A-2-7(3) onde 3 é o IG.
44

2.2.4CARACTERÍSTICAS DOS GRUPOS E SUBGRUPOS DE SOLOS


(AASHTO)

Classificaçã Valor
o de TIPO DE SOLOS como
Grupo subleito ou
Sub-base
A1-a S Solos constituídos de uma mistura bem Maior porcentagem de Excelente a
A-1 O graduada de pedra, pedregulho, areia fragmento de pedra ou bom
L grossa, média e fina e um material pedregulho (com ligante
O ligante não plástico ou de pequena sem areia fina).
A1-b S plasticidade, (ligante- argila ou silte).Pedregulho e areia
grossa e média (com __
G ligante ou sem, bom
R graduado).
A-3 A Areia fina de praia ou então de deserto sem ligante ou então com __
N pequena quantidade de silte sem plasticidade.
A2-4 U Solos Solos contendo Pedregulho e areia __
L contendo materiais granulares siltosa
A variedade de com 35% ou menos (pouco argilosa)
A-2 R materiais passando na peneira 200
E granulares. e com um mínimo
S passando na peneira 40
a qual tem as mesmas
A2-5 características dos solos Pedregulho e areia __
dos grupos A4 e As. siltosa
A2-6 (pouco argilosa) __
Solos semelhantes aos Pedregulho e areia
A2-4 e A2-5 porém a silto- argilosa
A2-7 parte que passa na __
peneira 40 contém argila ___
plástica com as mesmas
características dos solos
do grupo AG e A7.
A-4 S Contém silte como o solo típico; é um solo não plástico (ou Regular a
O pouco plástico) tendo em geral 75% de parte que passa na mau
L peneira 200.
A-5 O Contém também silte como A4 mas são mais plásticos. __
A-6 S Contém como solo típico e argila; 75% ou mais, passa pela __
peneira 200.É bastante expansivo.
S
I São semelhantes aos do grupo A-G; tem alto 1.1 e IP não
A7-5 L são plásticos e expansivos. muito
T grande
A-7 O em
A7-6 relação ao __
A. LL.
R IP alto em
G relação ao __
I LL.
L.
45

Como certas observações esclarecedoras relativas à “montagem racional” das


designações A..1, A.2, A.7 e sub- grupos pode-se citar:
a. O grupo A2, por exemplo, abrange todos os materiais que possuem
características granulares, passando no máximo 35% pela peneira nº 200. Os sub-grupos
identificados também por números indicam as propriedades das argamassas de solo que
são características de outros grupos principais.
Isso significa admitir que, o solo A-2-7, identifica um solo granular cujo material fino
(argamassa) constituinte é uma argila plástica do tipo A-7 e por isso seria o último a ser
escolhido dentro do grupo A-2. Analogamente se pode raciocinar com relação aos sub-
grupos A2-4, A2-5, A2-6, A-7-6. Os sub-grupos A-1-a e A-1-b diferenciam-se conforme
exposto na Tab.2.2.3
b. O Gráfico 2.2.4 agrupa rápida e visualmente os solos de A-4 e A-7 através de
Coordenadas IPxLL. De forma complementar e a fim de estabelecer comparação, a
“linha A do gráfico de Casagrande, segundo classificação adiante descrita, também, está
apresentada.

2.3. Classificação segundo as dimensões das partículas do solo

O estudo dos solos segundo as dimensões das partículas teve início em 1890.

- Comentários teóricos: Essa classificação é baseada somente na distribuição


granulométrica, recebendo também o nome de classificação por textura. Há muito
tempo vem sendo utilizada e data de 1890 sua elaboração após diversas conclusões de
estudos sobre formato dos grãos, das partículas coloidais etc.

A classificação textural ou granulométrica é muito simples e pode ser


utilizada em todos os setores aplicados da Mecânica dos Solos. Porém, observa-se
fundamentalmente, que solos com composições granulométricas semelhantes mostram
características totalmente diferentes quando avaliados sob outros diversos ângulos.

Portanto a classificação levando-se em conta as dimensões das partículas


do solo, constituí uma das primeiras noções no ensino da mecânica dos solos. De
maneira bem simples, poder-se-ia classificar um solo por observações tato-visuais ou
mais adequadamente pela simples observação de uma curva de distribuição
granulométrica (gráfico “freqüência relativa acumulada da que passa X diâmetro das
partículas em escala logarítmica”). Assim, como exemplo, um solo classificado como
areia-silto-argilosa teria a forma tal como se indica na Figura 2.3.a, apresentado junto a
outros exemplos de granulometrias.
46

índice de plasticidade (%)


70

IP=LL-30

50
A-7-5

linha de
30 Casagrande
A-6
A-7
A-7-6
10
A-5

10 30 50 70 90 100
limite de liquidez (%)

Gráfico 2.2.4 Plasticidade com linha de relação IP x LL e linha de Casagrande

Em observações mais detalhadas poder-se-ia subdividir o solo nos sub-grupos


das areias, siltes e argilas conforme a textura das mesmas e suas usuais nomenclaturas:
finas , médias e grossas.
Nota-se pois, que dos gráficos muito conhecidos das curvas granulométricas, os
problemas internacionais que eventualmente poderiam vir a ocorrer, seriam relativos aos
limites dos valores dos diâmetros que dividiriam entre si pedregulhos, areia, silte e
argila. Esses limites dependem das indicações dos órgãos técnicos dos diversos países
que os padronizaram. De um modo geral, as escalas mais adotadas na classificação
granulométrica, conforme literatura setorial são as da:
A. A. S. H. O- American Association of State Highway Officials.
C. E. U. S. A .- Corps of Engineers, U.S.Army
U. S. B. R.- U.S. Bureau of Reclamation
I. S. S. S.- International Society of Soil Science (também adotada na
França).
M. I .T. - Massachussets Institute of Technology
A. B. N. T.- Associação Brasileira de Normas Técnicas
A. S. T. M.- American Society for Testing Materials
B. S. - British Standards
47

%qp
silte
argila
P1

areia
silto
argilosa

P2

P3

argila silte areia

Figura 2.3.a Exemplos de granulometrias

Vale ainda, em complemento, novamente observar que a classificação baseada


puramente na granulometria, pode identificar algumas características fundamentais do
solo, principalmente quando se trata de solos de granulação grossa, porém não identifica
as demais propriedades, principalmente aquelas referentes à plasticidade de solos finos e
respectivas expansões, limitando seu uso à uma primeira aproximação cujas dispersões
ficam condicionais à experiência do técnico envolvido no assunto.

O Quadro 2.3 resume as principais classificações granulométricas do solo e os


respectivos valores divisórios das faixas de pedregulho, areia, silte e argila.

Além dos critérios normais e subjetivos de classificação baseados na


granulométria, diversas regiões podem apresentar nomes típicos designativos de solos
locais. Esse tipo de procedimento é comum em todo o mundo e nasce do uso popular
técnico quase que espontaneamente.

Nota- se, entretanto, que em diversos nomes desse tipo existe um


embasamento técnico relativo às diversas modalidades de classificação, principalmente
aquela conseqüente da própria granulometria. A Figura 2.3.b seguinte mostra um
exemplo semelhante ao que foi citado.
48

Quadro 2.3 Principais classificações granulométricas do solo


PEDRE AREIA SILTE ARGI
GULHO Grossa Média Fina Grosso Médio Fino LA
A.B.N.T > 4,8 4,8 – 2,0 2,0-0,42 0,42- 0,05 – 0,005 <0,005
0,05
M.I.T, 2,0 – 0,6 0,6-0,2 0,2-0,06 0,06- 0,02- 0,006- <0,002
B.S.I.S. >2,0 0,02 0,006 0,002
S.M.
A.A.S.H >2,0 0,42- <0,005
O. e 2,0-0,6 ............. 0,074 0,074 – 0,005
A.S.T.M
C.E.U.A 4,76- 0,42- Finos (Silte ou Argila)
S.A. e >4,76 2,0 2,0-0,42 0,074 <0,074 <0,002
U.S.B.R
I.S.S.S. <0,002
E >2,0 2,0- 0,2 ........... 0,2-0,02 0,02 – 0,002
França
Obs: dimensões em mm

% qp
100
argila terciária
(São Paulo)
80 pedregulhos
(solo residual)

argila orgânica
60
de deposição
recente (Rio de silte (Santos) areias de rios
Janeiro) (R. Tietê)
40

solo de alteração
de rocha ácida
(Serra do Mar)
20
solo de alteração
de arenito
Interior de São
0
0,001 0,01 0,1 1,0 10,0
φ (mm)
Figura 2.3.b Exemplos de granulometrias – Classificação ISSS
(ISSS International Society of Soil Science)

Ainda em caráter de indicação seria adequado neste ponto relembrar da


mecânica dos solos, sumariamente, as classificações usuais em forma de gráficos
diversos identificando os solos em termos granulométricos. Um dos gráficos mais
conhecidos são as escalas triangulares que são indicadas na Fig.2.3.c. Neste diagrama,
49

entrando-se com a % de argila, % de silte e % de areia, completando-se, claro, 100%,


tem-se rápida classificação.

GRÁFICO TÍPICO DE CLASSIFICAÇÃO TEXTURAL

0 100

10 90
Areia (2 mm – 0,05 mm) Argila (< 0,005 mm)
20 80
Chave: areia: 28%; silte:
30 70 56%; argila: 16%:
LIMO SILTOSO
40 60

50
50
argila
40
60

70 30
Limo areno- Limo Limo silto
argiloso argiloso arenoso
20
Limo limo Limo
90 10
arenoso siltoso
areia
100 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
silte (0,05 mm - 2 mm)

Figura 2.3.c Gráfico triangular de classificação dos solos

CLASSE %AREIA %SILTE %ARGILA


Areia 80-100 0-20 0-20
Limo arenoso 50-80 0-50 0-20
Limo 30-50 30-50 0,20
Limo siltoso 50-100
Limo areno-argiloso 0-50 0-30 0-20
Limo argiloso 50-80 20-50 20-30
Limo silto-argiloso 20-50 50-80 20-30
Argila arenosa 0-30 0-20 20-30
Argila 0-50
50-70 30-50
Argila siltosa 50-70
0-50 30-100
0-20 30-50
Limo: em algumas literaturas ou escolas é silte e em outras é loam.
50

OBSERVAÇÕES:

-Loam: - Barro ou nome que se dá a um solo constituído de misturas de areia,


silte e argila. Pode ser arenoso, siltoso ou argiloso, conforme contiver mais areia, silte
ou argila. Loess: - Solos que contêm pequenas quantidades de argilas e sílicas, sendo
pouco coesivos e facilmente sujeitos à erosão (solo eólico, finamente graduado
caracterizando-se por sua graduação em partículas angulosas uniformes). Turfa: -
Constitui-se basicamente de solos com muita matéria orgânica; são muito fibrosos e
com teor de umidade elevado. Lodo ou vasa: constituído por matéria orgânica mais
decomposta que a turfa e com maior teor de material mineral (Baptista, C. N.;
Pavimentação – Tomo II - Editora Globo; 1947; Porto Alegre).

2.4 Classificação de Casagrande (adotada pelo U.S.Corps of Engineers e


pelo Bureau of Reclamation).

Também denominada “Airfield Classification” ou “Unifield Soil Classification”


(segundo concepção simplificada).

Os detalhes relativos a essa classificação poderão ser obtidas em literatura


própria do campo geotécnico. Para uma visualização sumária histórica e técnica, pode-
se citar que a classificação foi desenvolvida por Arthur Casagrande em 1942 visando
construção de aeroportos, podendo ser também empregada em rodovias. Essa
classificação foi, posteriormente, adotada pelo U.S. Corps of Engineers e pelo Bureau of
Reclamation, em 1952.

2.4.1 GENERALIDADES SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DE CASAGRANDE

Casagrande classificou os solos em três grandes grupos:

-Solos de granulação grossa: Contendo em geral mais do que cerca de 50% de material
com >0,1 mm; (material retido na peneira nº150), com predominância das propriedades
ligadas à textura do material classificado granulometricamente:

-Solos com granulação fina: Contendo, em geral, menos de que 50% de material retido
na peneira nº 150, com predominância das propriedades ligadas à plasticidade do
material.
(*)Algumas escolas também usam como limite, a peneira 200 (Tyler) de 0,074 mm.

Solos orgânicos fibrosos de compressibilidade elevada.

A observação do espaço da granulometria dos grandes grupos, grossos e


finos, pode ser observada na Figura 2.4.1.
51

% qp

50

solos solos
finos grossos

0,1 mm log (φ)


(#150)
Figura 2.4.1. Macro divisão entre grupos de solos grossos e finos

Resumidamente, pode-se dispor o sistema de classificação de


Casagrande, da forma apresentada no Quadro 2.4.1 onde se observa a denominação
geral de grupos e subgrupos em termos de prefixos e sufixos, praticamente todos em
língua inglesa e apenas silte em sueco.

Quadro 2.4.1. Denominações gerais de prefixos e sufixos na Classificação de


Casagrande
DIVISÃO PRINCIPAL PREFIXO
Solos de granulação grossa Pedregulho G (Gravel)
Areia S (sand)
Solos de granulação fina Silte M (mo= pó em sueco)
Argila C (Clay)
Siltes e argilas organicas O (Organic)
Solos fibrosos Turfa Pt (Peat)
DIVISÃO SECUNDÁRIA OU SUBDIVISÃO SUFIXOS
Bem graduados com pouco ou sem finos W (well)
Bem graduados com argila ligante C (clay- binder, cement)
adequada
Uniformemente graduados, com pequena
ou nenhuma proporção de finos U (uniformly)
Solos de Granulação Mal graduados com nenhuma ou pequena
grossa proporção de finos P (poorly- graded)
Mal graduados com proporção F (Fines)
grande de finos ou bem graduados
com excesso de finos
Baixa compressibilidade (LL<35) L (Low)
Solos de granulação fina Média compressibilidade (LL= 35 a 50) I (Intermediate)
Alta compressibilidade (LL>50) H (high)
Solos fibrosos NÃO HÁ SUB- DIVISÕES
52

2.4.2. METODOLOGIA DE CLASSIFICAÇÃO (Casagrande)

Na concepção mais detalhada da Classificação de Casagrande, diversas tabelas


semelhantes foram desenvolvidas e elaboradas conforme mostram os exemplos
seguintes, nos Quadros 2.4.2.a e 2.4.2.b.

Quadro 2.4.2.a Sistema Unificado de Classificação de Solos – A . Casagrande versão A

NOTAS: 1: Classificações fronteiriças- os solos que possuem características de dois


grupos são designados por combinações de símbolos de grupos; por exemplo GW-GC:
53

mistura bem graduada de pedregulho e areia com argamassa argilosa. 2: Todas as


aberturas nominais de peneiras neste gráfico são de padrão americano - U.S. Standard.
Quadro 2.4.2.b Sistema Unificado de Classificação de Solos – A . Casagrande versão B
divisões principais símb grupos de identificação laboratorial
comporta
olo
mento
solos de areias limpas GW I Determina-se a porcentagem U>6; 1<Cc<3
de pedregulho e areia; segundo
a porcentagem de finos
granulo GP I (fração que passa pela peneira Caso satisfaçam
nº 200 da série Tyler ); os uma das condições: D60
U<6; 1>Cc>3
U=
solos de grãos grossos D10
classificam-se da seguinte
maneira:
metria e SW I U>4; 1<Cc<3
grossa SP I Menos de 5%: GW;GP;SW;SP Caso satisfaça-se (D30 )2
uma das condições: U =
D60 × D10
U<4; 1<Cc<3
mais de pe com GC II Mais de 12%: GC;GM;SC;SM limites de Atterberg
50% dre argila SC II acima da linha A
ret. #200 gu com GM III Entre os 5% e os 12%: limites de Atterberg
sob a linha A
(Tyler) lhos silte SM III casos limites; identificados D50>0,15 mm limites de
por símbolos duplos. Atterberg
-1
SM IV D50<0,15 mm sob a linha
A
-2
solos de ML IV CL ML
60 linha B

granulo siltes LL<50 CL- V


CH
1 CL ML
40
metria CL- VI linha A
CL-2
2
20 MH
fina e LL>50 CH VII CL-1 ML

menos de MH VIII 20 40 60 80 100 LL

50% ar orgâ OL IX igual a ML LLamostra. sec a.na.estufa


〈 0,7
gi LLamostra. sec a.ao.ar
ret # 200 nicos OH IX igual a MH
(Tyler) las Pt X
Notas (1): Di= diâmetro do grão correspondente a i% da curva granulométrica; U= coeficiente de não
uniformidade ou desuniformidade; Cc= coeficiente de curvatura da curva

(2): Diatomáceas = Terra Diatomácea (Kieselguhr) é o depósito de um pó fino, silicoso,


geralmente branco, composto principalmente de restos de diatomáceas. O termo
diatomácea aplica-se a um grupo de algas marinhas ou de água-doce, unicelulares,
caracterizadas pelas paredes silicosas das células; (Apud: Terzaghi, Karl;Peck, Ralph B.;
“Mecânica Dos Solos na Prática Da Engenharia”).
54

Exemplos: - Sobre Graduação de Curvas Granulométricas

1) Dadas as curvas granulométricas de materiais granulares indicar se os mesmos são


bem ou mal graduados.

100 %qp

IV
II
80
I
60
III
40

20

0
0,001 0,01 0,1 1 10
Fina média grossa
argila silte pedregulho
areia

-Visual e subjetivamente:

I- Uniforme, portanto, mal graduado


II- Bem graduado (aparentemente)
III- Descontínuo ou aberto mal graduado
IV- Bem graduado (?)

-Pela tabela de Pita (Classificação Casagrande):

D60 0,38
U= = = 1,58〈 6 ⇒ mal..graduado
D10 0,24
55

2.5 Classificação Original da Civil Aeronautics Administration CAA -


1944.

A classificação da CAA é adequada para classificação de subleitos para


projeto de pavimentos aeroportuários. Contudo, sua forma de classificação também
pode ser utilizada para informações complementares para outros setores da geotecnia.
Os Quadros 2.5.a e b apresentam a classificação da CAA.

Quadro 2.5.a Classificação da CAA


Ocorrências de materiais Material passando na peneira Ascen Indice
são capilar de
(%) U.S. nº 40 no material
Mudança suporte
Areia Silte Argila Limite do Indice de menor que
volumétrica a peneira Califór
Solos (%) (%) (%) Liquidez Plasticida
U.E.C. (%) nº10 nia
(%) de
(satura
(%)
do)
E-1 >85 0-10 0-5 <25 0-6 0-6 0-12 >20
E-2 >75 0-15 0-10 <25 0-6 0-6 0-36 >20
E-3 >55 10-40 0-20 <35 0-10 0=10 >36 >18
E-4 >55 10-30 5-25 <45 5-15 5-15 >36 13-40
E-5 <65 20-75 0-20 <45 0-10 0-15 >36 9-20
E-6 <55 5-70 10-40 <50 10-30 10-30 >36 6-12
E-7 <55 5-70 15-50 <60 15-40 20-40 >36 4-8
E-8 <55 5-50 >30 <70 20-50 30-50 >36 3-5
E-9 <55 5-50 >30 <80 30-60 40-60 >36 2-4
E-10 <55 30-80 >30 >60 0-25 - >36 1-3
Nota: as dimensões de peneiras mencionadas nos diagramas de classificação C.A A ,
referem-se às dimensões padrões americanas.

2.6 Classificação da FAA Federal Aviation Agency

Desenvolvido exclusivamente para o dimensionamento de pavimentos rígidos e


flexíveis da própria entidade de acordo com as seguintes características do solo:-
1. retida na peneira 10
2. passando pen. 10 e ret. Pen. 40
3. pass. Pen. 40 e ret. Pen. 200
4. pass. Pen. 200 (Obs. Peneiras ASTM)
5. LL
6. IP= LL- LP

Obriga penas a execução de análises granulométricas e determinação dos limites de


Atterberg (FAA sugere a utilização de outros ensaios para melhor caracterização de
alguns tipos de solos). Qualidades drenantes do solo: influem indiretamente na
classificação e devem ser analisadas “in situ” acarretando determinadas classes de
subleito em relação à classificação original do solo. Fatores condicionantes: nível
freático, topografia, construções adjacentes e estratificação do solo(camadas).
Deficiência de drenagem: acarreta perda da estabilidade do subleito.
56

A divisão principal da classificação FAA está apresentada no Quadro 2.6.

% Ret. Pen. 200 de 0 a 45: solos finos


% Ret. Pen. 200 de 45 a 100: solos granulares

Classificação dos solos finos: utilizar o gráfico: LL x IP

Quadro 2.5.b Sistema de Classificação da CAA -1944 (Continuação)


S Classificação do subleito e sub-base Tipo Similaridade
Sem Congela Sem congela Congela com a
O congela mento severo; mento mento severo; Classificação
L mento; boa drenagem Drenagem Drenagem HRB
O Boa pobre pobre
drena
gem
E-1 Fa Fa Fa Fa Areia N.P.; permeabilidade A-3
alta
Rla R2a R2a R2a
E-2 Fa Fa Fa Fa Areia com pequena A-3; A-2
porcentagem de ligante
Rla R2a Rla R2a

E-3 Fa F1 F2 F3 N.P. ou moderadamente A-2


Plástico
Rla R2a Rla R2a
E-4 F1 F2 F3 F4 Plástico A-2
Rla R2b Rla R2b
E-5 F2 F3 F4 F6 Silte N.P. ou moderadamente A-4
plástico
Rla R2b R2a R2b
E-6 F3 F3 F6 F7 Silte mais plástico A-4
Argilas siltosas
R1b R2b R2b R2c Argilas de baixa plasticidade A-40u A-
6
A-6 ou A-
7
E-7 F4 F4 F7 F8 Argilas de plasticidade média A-6 ou A-
R1b R2b R2c R2c 7
E-8 F5 F7 F8 F9 Argilas de alta plasticidade A-6 ou A-
R2b R2c R2c R2d 7

E-9 F6 F8 F9 F10 Argila de muito alta A-6 ou A-


plasticidade
R2b R2c R2d R2d 7
E- F8 F9 F10 F10 Solo altamente elástico A-5
10 R2c R2d R2d R2d

Notas: -
1) Os símbolos F e R indicam a adequabilidade relativa dos vários grupos de solos para
aplicação no subleito ou sub-base sob pavimentos flexíveis e rígidos,
respectivamente, para as condições fixadas. Ou seja, para construir pavimentos
flexíveis, classificação do solo F e para solos rígidos, R.
57

Quadro 2.6 Classificação da Federal Aviation Agency (Antiga Civil Aeronautics


Administration)
GRUPO % ret. % passa % passa %passa LL LP
DO SOLO Pan.10 pan. 10 e é pan. 40 pen.
ret. Pan. 40 e é ret. Pen 200
200
E-1 De % >40 <60 <15 <15 <25 <6
E-2 >15 <85 <25 <25 <25 <6
E-3 <25 <25 <6
E-4
<35 <35 <10
E-5
<45 <40 <15
E-6 <40 <10
E-7 <50 10 a
E-8 Acima
de
30
E-9 TABELA <60 15 a
E-10 F-1 45%
40
E-11 DE 0% >40 <30
E-12 A 55% <70 20 a
50
<80 >30
>80 -
E-13 Turfa – exame no local (campo)

A tabela acima, de classificação dos solos pela FAA, deve ser usada da seguinte forma:
procura-se o solo que satisfaça todas as condições, iniciando no melhor solo ((E1) ao
pior que se pode classificar, E 12. O pior de todos, E13, basta observação em campo
para se concluir a respeito, não se encaminhando para classificação a partir de ensaios
de laboratório porque não se pode fazer os ensaios de plasticidade e de peneiramento
clássicos com este material fibroso.

A tabela a seguir apresenta correlação entre a classificação do subleito e possível valor


de CBR da camada, visando estimar a capacidade de suporte . Desta forma, pode-se
embasar estudo de viabilidade de projeto, a partir de cálculo efetivado com este valor
aproximado de capacidade de suporte, em termos de índice de suporte Califórnia CBR.

Esta classificação dos solos deixa claro que há distinção entre classificar o solo local
como classificar o solo no local. Ou seja, a classificação do solo local pode variar em
função das condições de drenagem ou de sua capacidade de drenagem ou ainda em
função de processos de congelamento do lençol freático, típico fato em regiões de clima
temperado muito frio.
58

Classificação do subleito e provável valor de CBR para efeito de projeto de pavimentos


RELAÇÃO ENTRE CBR E
CLASSIFICAÇÃO DO SUBLEITO PELA
FAA
CLASSE DO CBR
SUBLEITO
Fa 20
F1 16-20
F2 13-16
F3 11-13
F4 9-11
F5 8-9
F6 7-8
F7 6-7
F8 5-6
F9 4-5
F10 3-4

Classificação do Subleito em função da drenabilidade e da classificação do solo


GRUPO DO SOLO CLASSIFICAÇÃO DO SUBLEITO
Boa drenagem com Má drenagem
Ou sem Sem congelamento Com
congelamento congelamento
E-1 Fa ou Ra Fa ou Ra F1 ou Ra
E-2 Fa ou Ra F1 ou Ra F2 ou Ra
E-3 F1 ou Ra F2 ou Rb F3 ou Rb
E-4 F1 ou Ra F3 ou Rb F4 ou Rb
E-5 F3 ou Rb F5 ou Rb
E-6 F4 ou Rc F6 ou Rc
E-7 TABELA F5 ou Rc F7 ou Rc
E-8 F-2 F6 ou Rc F8 ou Rd
E-9 F7 ou Rd F9 ou Rd
E-10 F8 ou Rd F10 ou Rd
E-11 F9 ou Re F10 ou Re
E-12 F10 ou Re F10 ou Re
E-13

Inconveniente para subleito

% retida na peneira 10 (1ª coluna da tabela): define porcentagem de 0 a 45 (solos


granulares) e de 0 a 55 (solos finos) que, se excedida, a FAA permite elevar o grupo do
solo na classificação desde que o geotécnico reconheça que este apresente boa qualidade
e boa graduação.
Determinado o grupo do solo e verificadas as condições de drenagem do local
procede-se à classificação do subleito (vide tabela F2) de acordo como o tipo de
pavimento (rígido ou flexível).
59

A classificação do subleito fornece uma relação aproximada do valor CBR deste


material (observar TABELA 3 )para fins de avaliação (o método FAA pode utilizar o
CBR para dimensionamento dos pavimentos quando esta apresentar vantagens).

Características dos solos relativos à classificação da fala (Federal Aviation


Agency)
TS- tipos de solos
ET- estabilidade
CG- características granulométricas

Grupo E-1 TS: granulares, grossos, bem graduados


ET: boa mesmo sob má drenagem (o empolamento devido ao congelamento
não o afeta)
CG: pedregulhos e areias bem graduadas com poucos ou nenhum material
fino (se caracterizar congelamento deve-se proceder à análise do material menor que
0,02 mm)
Grupo E-2 TS: idênticos aos do E-1 com areias menos grossas
CG: e maior % de silte e argila
ET: sob má drenagem ou empolamento devido ao congelamento apresentam
instabilidade.
Grupo E-3 e E-4 TS: materiais arenosos finos ou finos incluídos.
ET: menor que a do grupo E-2 sob condições diversas de drenagem ou
congelamento.
CG: areias finas não coesivas ou areias argilosas com características ligantes
ou coesivas de regulares e boas.
Grupo E-5 TS: pouco graduados (uniformes)
ET: susceptíveis à ação do congelamento
CG: materiais com mais de 35% de silte e argila incluindo todos os solos com
menos que 45% de s+a com IP de 10 a 15
Grupo E-6 TS: siltes e siltes arenosos com IP= 0 (zero) ou muito baixa plasticidade; são
friáveis (pulverizáveis).
ET: quando o teor de umidade é baixo apresentam-se estáveis; quando
úmidos perdem estabilidade e são difíceis de compactar se a umidade não for bem
controlada. A ascensão capilar nestes solos é rápida com reflexos prejudiciais sob
congelamento.
Grupo E-7 TS: materiais friáveis e duros quando secos e plásticos quando úmidos.
CG: argilas siltosas , argilas arenosas, areias argilosas e os siltes argilosos.
ET: variações na umidade produzem mudança de volume prejudiciais mas a
ascensão capilar é relativamente baixa e o empolamento devido ao congelamento não é
tão acentuado quanto no E-6
Grupo E-8 TS CG: similares ao do E-7 com LLs mais altos indicando grau elevado de
compressibilidade, expansão e contração
ET: baixa estabilidade para condições adversas de umidade.
Grupo E-9 TS: quanto à compactação apresentam-se elásticos acarretando dificuldades
no trabalho.
CG: siltes e argilas contendo materiais micáceos e diatomáceos.
ET: baixa, quer estejam secos ou úmidos.
Grupo E-10 TS: formação de torrões duros quando secos e plástico quando úmidos.
CG: argilas siltosas e solos argilosos.
60

ET: compressíveis, expansivos e muito sensíveis ao congelamento.


Compactação: obriga cuidadoso controle de umidade para a obtenção de um aterro
denso e estável.
Grupo E-11 TS CG ET: similares ao E-10, mas tem mais altos LLs englobando todos os
solos com LL de 70 a 80 e IP maior que 30.
Grupo E-12 TS CG: argilas altamente plásticas com LL maior que 80 sem considerar o
IP
ET: extremamente instáveis sob umidade ou matéria orgânica excessiva.
Requer medidas corretivas especiais quando possível.
Grupo E-13 TS CG: solos orgânicos moles e turfosos; típicos pantanosos reconhecidos
por inspeção “in loco”.
ET: baixíssima estabilidade e densidade no estado natural e muito alta
umidade.

2.7 Classificação de Woods

Em uma área com características semelhantes admite-se a possibilidade de se


usarem sistemas específicos de classificação que dependam simplesmente de
“reduzidas” grandezas. Assim K. B. Woods, para uso na bacia do Mississipi com
grandes áreas contendo solos com características semelhantes, propôs a classificação
simples, baseada apenas no peso específico aparente seco máximo, obtido através do
ensaio de Proctor Normal, o Quadro 2.7, mostra a Classificação de WOODS. Fica pois,
novamente citada, a observação de que a aplicação desse sistema de classificação fica
restrita aos casos em que as necessidades de projeto prendem-se em grande parte, às
características de compactação, servindo como exemplo para grandes obras restritas a
zonas de solo com características semelhante.

Quadro 2.7 CLASSIFICAÇÃO DE WOODS


Peso especifico aparente Qualidade como fundação
Seco máximo (tf/m3)
> 2,08 Excelente
1,92 a 2,08 Bom
1,76 a 1,92 Razoável
1,60 a 1,76 insatisfatório
1,12 a 1,60 péssimo
61

EXCELENTE
γd
(tf/m3)

BOM
2,0
RAZOÁVEL

INSATISFATÓRIO

1,5
PÉSSIMO

1,0
15 25 35 wot (%)

2.8 Classificação de Burmister

Em termos práticos, a classificação de Burmister corresponde a uma


adaptação da classificação por textura, anteriormente mencionada, através de descrição
mais pormenorizada de certas propriedades do solo. Para tanto, Burmister se baseou nas
definições da “American Society for Engineering Education – A. S. E. E.” (Quadro 2.8).

Notas:
a) A escala granulométrica usada corresponde à da AASHO e ASTM, sem o limite
entre silte e argila, evidenciando e uso de termo “solo argiloso” em vez de argila.
Isto evidencia a dificuldade granulométrica na separação de silte e argila, a qual é
feita mais racionalmente, levando-se em consideração as características plásticas da
“argamassa” ou “parte fina do solo”.
b) Os mesmos critérios de classificação aqui expostos, poderão ser aplicados em outras
escalas granulométricas; importante seria, pois, a citação da escala em uso.

Portanto, Burmister tentou descrever o solo através de um conjunto de termos pré-


estabelecidos e que se adequassem à descrição bem aproximada das qualidades do
solo em questão. Para tal, a designação do solo deveria enumerar:
a) Os principais componentes do solo, sob o ponto de vista da distribuição
granulométrica (matacões, pedregulho, areia, silte, solo argiloso e suas
subdivisões, médio, fino. A TAB 4.23. mostra a esquematização básica para essa
parte da classificação:
62

Quadro 2.8 AMERICAN SOCIETY FOR ENGINEERING EDUCATION


RECOMENDAÇÕES PARA COMPONENTES E FRAÇÕES DE SOLO
Componentes Descrição Limite da Dimensões da peneira para subcomponentes
principais peneira grossa média fina
Matacões e Retido na peneira Inferior 3 pol
Rocha * de 3 pol.
Pedregulho e Passa na pen. 3 Superior 3 pol 1 pol 3/8 pol
Pedra pol; retida na pen. Inferior 1 pol 3/8 pol nº 10
nº 10
Areia Passa na pen.nº 10 Superior Nº 10 Nº30 Nº 60
retida na pen. nº Inferior Nº 30 Nº 60 Nº 200
200

Silte Passa na pen. nº


200 não plástica,
pequena ou
nenhuma
resistência quando Nº 200
seca ao ar Superior
Solo Passa na pen. 200;
Argiloso exibe qualidades
plásticas e
qualidades da
argila dentro de
certo intervalo de
umidade;
resistência
considerável
quando seco ao ar.
Superior Nº 200
* Matacões e pedregulhos referem-se a material gasto pela água: rocha e pedra referem-
se a fragmentos angulares.

CLASSIFICAÇÃO DESCRITIVA DE BURMISTER UTILIZANDO NOMES


COMPOSTOS DE SOLOS
Termos descritivos para solos não coesivos a serem usados para formar o nome do solo
Componente do solo Como escrito no Termos descritivos Intervalo de
nome do solo ou que qualificam proporções
Principal Pedregulho, areia, E 50% ou mais *
silte 35% a 50%
Outros Pedregulho, areia, Algum, pouco, traços 20% a 35%
silte 10% a 20%
1% a 10%
Subcomponentes Grosso a fino Todas as dimensões
Grosso a médio 10% finos
Médio a fino 10%grossos
Grosso 10% médios e finos
Médio 10% grossos e finos
finos 10% grossos e
médios
* Mais finos ou mais grossos que o principal componente do solo.
63

-Exemplo:
“Pedregulho grosso a médio e silte médio” (ocorrência de mais de 50% de
pedregulho grosso a médio; restante constituído de silte médio).
Nota: - A aplicação desta tabela é pois, similar aos esquemas vistos atrás, relativos à
classificação granulométrica (naquela oportunidade foi usada a escala do M.I.T. OU
B.S).

b) Segundo a TAB 4.23, os demais componentes do solo, sob o ponto de vista


granulométrico, seriam descritos através de termos complementares designativos
de sua proporção tais como: algum, pouco, traços de ,etc.). Também poderia se
complementar, a descrição através de:
-cor, forma do grão, etc.
-grau de compactação e plasticidade
-constituintes inorgânicos (mica, conchas e matéria estranha)
-matéria orgânica (raízes, turfa e lodo)
-origem geológica (aluvial, glacial, eólica, marinha, pantanal) e horizontes
respectivos.

Exemplos:-
“Pedregulho grosso a médio, marrom claro e areia média com traços de silte”.
“Pedregrulho médio a fino, pardo claro, pouca areia grossa a fina”
“Areia aluvial média a fina, parda clara com pouco silte”

c) Já foi observada a tendência imposta por Burmister em chamar,


granulometricamente a parte fina do solo, de solo argiloso. Entretanto, no que se
diz respeito às características plásticas, Burmister mostra nomes descritivos de
solos argilosos, baseados no grau de plasticidade, segundo o quadro seguinte:

NOMES DESCRITIVOS DE SOLOS ARGILOSOS BASEADOS NO GRAU DE


PLASTICIDADE. *
Grau de plasticidade Indice de plasticidade Nome descritivo Qualidades
(%) como escrito
Não plástico 0-1 silte friável
Leve plasticidade 0-5 Traços de ARGILA Med.friavel
Baixa plasticidade
5-10 Pouca ARGILA Sem coesão
Média plasticidade
Alta plasticidade 10-20 ARGILA E SILTE Deformação
Muito alta 20-30 Argila siltosa plástica e
plasticidade > 35 ARGILA compressibilidade
progressiva
* Plasticidade geral da fração areia/ silte/ argila do solo.

Exemplos:
¨Argila cinzenta, alguma areia fina: Plasticidade alta.¨
¨Argila e silte marrom acinzentado, traços de areia média a fina; medianamente
compacta: média plasticidade.¨
64

Exercício:- Classificar, segundo Burmister, os solos abaixo, representados por suas


curvas granulométricas e outras características ( considerar a escala M.I.T.).

100 %qp

IV
80

60 III
I
40

II
20

0
0,001 0,01 0,1 1 10
Fina média grossa
argila silte pedregulho
areia

Solo I: N.P. ; Aluvionar; Marrom claro


Solo II: N.P. ; Cor marrom acinzentado
Solo III: LL= 40% ; LP= 18%; Marrom escuro; Aluvionar
Solo IV: LL= 65% ; LP= 25% ; Cinza claro ; Aluvionar

2.9 Classificação Pedológica

Pedologia ( do grego: pedon: solo, terra) ou Edafologia é a ciência que


estuda o solo no seu ambiente natural. A pedologia considera o solo como produto
sintetizado pela natureza, sob ação intempérica. Já a Edafologia considera o solo como
ninho ou viveiro natural para plantas. A classificação Pedológica admite como
fundamento básico que solos iguais (ou semelhantes) tendem a se formar de forma
semelhante, quando materiais iguais são desgastados por idênticos processos. Portanto,
de acordo com a pedologia, o solo é classificado em séries e de acordo com a rocha de
origem, fatores climáticos (intemperismo), topografia etc.
A classificação Pedológica mais utilizada é aquela baseada no clima
(temperatura: quente e fria) e na umidade (úmidos, sub-úmidos, semi-áridos e áridos).Os
solos existentes, segundo esse esquema , são reunidos em certo número de grupos
básicos:

lateríticos; podzólicos; prairies; tchernozions; solontchak; sierozion


65

Portanto, em resumo e com outras palavras, na classificação pedológica, os solos


produzidos por processos análogos, oriundos da mesma rocha matriz, são agrupados
juntos, admitindo-se que eles possuem propriedades semelhantes relativas á técnica e
condicionam soluções também semelhantes. O conhecimento dos solos em uma região
através da classificação pedológica, influenciará positivamente os trabalhos técnicos a se
desenvolverem nessa área, visto a possibilidade de se reduzir o número de ensaios de
investigação de ante-projeto; conseqüentemente há grande probabilidade de se fazer
interpolação ou extrapolação de parâmetros com boa precisão.

Lateríticos: solos na forma de concreção laterítica, onde os óxidos fazem o papel de


elemento catalizador, ou seja, elemento cimentante das partículas inertes ou pouco
ativas. Argilas montmoriloníticas evoluem para argilas caoliníticas sob lixiviação, por
milhares a milhões de anos. Estas segundas argilas, praticamente não expandem e,
portanto, não geram necessidade de maior peso de estruturas sobre estas para evitar a
expansão (como ocorre nas montmoriloníticas, expansivas a muito expansivas).
Latossolo: são solos cuja presença de argilas de baixa atividade e com capacidade de
troca de cations baixa, se localizam em substratos inferiores a 2 m, em terrenos planos
ou pouco ondulados. Textura granular, cor amarela a vermelha escura (óxidos de Fe e
Al). São típicos de regiões de clima tropical úmido e semi-úmido, como Brasil e a
África central.
Podzólicos: solos com presença de argila, ferro ou matéria orgânica, claros, em
contraposição a estratos de cor avermelhada a amarelada e teor óxido inferior a 15%,
ocorrendo a diferentes profundidades. Ocorrem no Cerrado. São pouco estruturados
(solo mais próximo do maduro)
Prairies: nome dado às terras baixas, do tipo de vales como presentes nas savanas
africanas ou nos pampas Argentinos, sob clima temperado a moderado, precipitação
moderada e típicas plantas, predominantemente do tipo gramíneas ou arbustivas. O solo
sob estas áreas leva seu nome. Podem apresentar tilitos, blocos rochosos oriundos de
solos de origem glacial, com material miúdo, do tipo coluvião.
Tchernozions: do russo, negrume, escuro: solos gerados em regiões de clima muito frio,
com ocorrência elevada de neve e verão seco e quente, normalmente muito fértil em
função da presença de muitos sais oriundos da rocha madre.
Solontchak: (do Russo e do Ucraniano: Солончак) é um solo cinza ou acinzentado
encontrado em climas áridos a sub-úmidos, em condições de drenagem precária. Em
russo, a palavra associa solo de pântano salgado, ou seja, argila do tipo marinha (salt
marsh)
sierozion: solo cinza de deserto.

2.9 Classificação Segundo a JNR Japanese National Railway

As antigas ferrovias federais Japonesas desenvolveram uma metodologia própria de


classificação dos solos. Esta classificação é exemplo de sistema bastante simples e
sumarizado e, consequentemente, com todas as aproximações e dúvidas de
classificação. Esta classificação é usada, entretanto, só para aterros. A sua objetividade
classificatória é conseqüente da Classificação de Casagrande.
66

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PARA SUA UTILIZAÇÃO EM ATERROS NA ¨JNR¨


(ITO E IWASAKI, 1973)
ATERRO SOLOS
a b c d e
Deposito Pedregulhos Areia de
diluviano de aluviões aluviões
Deposito de arenosos. Capa de
cinzas Capa de argila no OUTROS
vulcânicas argila no solo
n>4 solo Espessura< SOLOS
altura do espessura<2 2m
DESIG SÍMBO NATUREZA RO aterro Nº 15
NAÇÃO LO CHAS verificada
argila n>8
solos com
compo
nentes
grossos
N>15
CORPO A GW; GP; GM; SW
DO
ATERRO o que
melhor se adequado adequado adequado inadequado
adequa
BASE DO A1 RESTOS DE
ATERRO ROCHAS DURAS
B GC; SC adequado adequado adequado adequado inadequado
CORPO
DO C CL; ML; SM; SP duvidoso duvidoso duvidoso duvidoso inadequado
ATERRO
C Restos de rochas inadequado inadequado inadequado inadequado inadequado
friáveis

D Restos de rochas inadequado inadequado inadequado inadequado inadequado


duras desagregadas;
MH;CH;OL;OH
OS SÍMBOLOS A, A, B, ETC. INDICAM O TIPO DE MATERIAL DE
SUPORTE E OS SÍMBOLOS a, b, c, ETC, OS SOLOS NATURAIS.

2.10 Classificação Segundo a RENFE

A Rede Nacional Ferroviária da Espanha (RENFE) utiliza uma


classifidcação de solos como instrução para construção de estradas de ferro nacionais,
especificamente para material de aterro.

Esta classificação privilegia a capacidade de suporte em termos de CBR e


quanto ao peso específico aparente seco máximo (γdmax), associados à plasticidade e
algumas informações granulométricas.
67

Classificação de Solos da Red Nacional de Ferrocarriles Españoles (RENFE)


Adequação Características
CBR (%) γdmax (tf/m3) LIMITES DE DIMENSÃO PENEIRA
ATTERBERG MAXIMA MENTO
DO
MATERIAL
Solos <3 <1,45 LL> 35
Inadequados Ou
LL> 65 e ___ ___
IP> ( 0,6 LLL-
9)
Solos 5>CBR>3 >1,45 LL<35 Dimensão de
Toleráveis Ou 15 cm
LL<65 e INFERIOR a __
IP> (o,6LL-9) 25%
Solos CBR>5 >1,45 LL< 35 Porcentagem
Adequados Ou Que passa
LL< 45 e 10 cm pela peneira
IP< (0,6LL-9) 200 (0,076)
35% em peso

Contudo, o trecho ferroviário entre Murcia e Granada, da RENFE, teve relatório


técnico, para projeto de linha de trens de alta velocidade, do sistema Alta
Velocidad (AVE) Espanhol, citando classificação de solos distinta desta citada.

O solo da plataforma da citada linha (http://www.ugr.es/~proyectos/TrenMurcia/memoria-


anejos/Anejo%209/Superestructura.doc#_Toc534180963) classifica o solo segundo sua
percentagem de finos, uniformidade e dureza das rochas atravessadas pelo ensaio
de durabilidade de rochas do tipo Deval e Los Angeles.
68

5. Comparação: Capacidade de Suporte (CBR; k) com solos de distintas classificações


69

3 PAVIMENTOS ECONÔMICOS

Pavimentos executados com camadas inferiores compostas por solos lateríticos tendem
a durar mais do que o previsto, sob análise segundo metodologia que não leva em conta
suas características específicas. Isto se deve pelo fato de que solos lateríticos são
compostos por argilas pouco expansivas, cuja estrutura é formada por placas de
octaedros de Al e O alternados por placas de tetraedros de Si e O em que todas as
ligações moleculares são plenas. A argila que melhor representa esta estrutura e
comportamento é a caolinita, estável em presença de água.

Distingue-se da montmorilonita, cuja estrutura não apresenta todas as ligações iônicas


entre as placas, que se mantém ligadas apenas em função das forças de Van Der Waals.
Estas argilas são expansivas, porque as moléculas de água acessam com facilidade os
interstícios moleculares entre as placas de tetraedros. As ilitas, por sua vez, não são
muito expansivas, em função da presença de íons não permutáveis, que, na prática,
funcionam como elementos de restrição de acesso de moléculas de água.
Esquematizam-se estas estruturas na Figura 3.

caolinitas: montmorilonitas: ilitas:

K
íons não
permutáveis
K

livre acesso a H
2 O

placa de octaédros de Al;O

placa de tetraédos de Si;O


Figura 3. Diagramas esquemáticos das estruturas mineralógicas de argilas

Nas clássicas sistemáticas e métodos de classificação de solos e de subleitos


desenvolvidos na América do Norte ou Europa, não se leva em conta o comportamento
do solo do tipo laterítico, composto por argilas pouco expansivas, porque não há
ambiente propício para a geração deste material. O clima não é favorável. Solos
lateríticos, também conhecidos como solos tropicais, são encontrados em países de
clima que permite a ocorrência de processos de lixiviação, onde a água passa pela
estrutura dos solos compostos por argilas montmoriloníticas ao longo de milhares de
anos, estabelecendo um processo de caolinização. A montmorilonita se altera. Surgem
estruturas de argila do tipo caolinita.
70

3.1 HISTÓRICO

Karl Von Terzaghi, reconhecido internacionalmente como pai da Mecânica dos Solos,
ao ser indagado em uma de suas visitas ao Brasil sobre nossos solos avermelhados e
porosos, típicos de regiões tropicais, respondeu que conhecê-los e estudá-los era
obrigação dos Engenheiros Brasileiros.

Estes solos apresentam comportamento distinto dos solos gerados em países de clima
temperado a muito frio. As argilas lateríticas dominam maciços terrosos compostos por
óxidos férricos, avermelhados, em contraponto a solos europeus e norte-americanos, que
são geralmente amarelados. Nestes, o óxido ferroso predomina.

Até meados da década de 1940, toda a técnica de projetos e construções de pavimentos


era baseada puramente em ensaios empíricos que foram normalizados, principalmente,
nos EUA. A climatologia local é tipicamente temperada, gerando solos com
comportamento distinto de outros solos de regiões dos trópicos, não raro, avermelhados.
O comportamento destes solos é distinto para serviços de geotecnia como em
agronomia. Basta citar um fato cultural brasileiro, atrelado à imigração italiana no
século passado. Imigrantes hortelões, acostumados a ver e trabalhar solos amarelados,
ficaram surpresos ao observar solos avermelhados. Sua exclamação se pereniza: “ La
terra è rossa!” (a terra é vermelha, gerando a expressão terra roxa). Em português,
vermelho, em alusão etmológica a certo verme desta cor.

Os solos típicos de regiões tropicais são avermelhados e concrecionados, daí seu nome:
solo laterítico; oriundo de later: tijolo, em latim. A concreção laterítica gera solos como
também resistentes agregados na forma de laterita, verdadeira pedra de solo
concrecionado. A laterita também é utilizada como agregado graúdo, onde não se tenha
disponível material melhor e esta se apresente abundante.

No fim da década de 1940, foram observados valores de CBR muito diferentes entre si,
em solos de mesmo conteúdo argiloso, ou seja, de mesma porcentagem de argila,
quando deveriam apresentar capacidade de suporte semelhante. Na construção de um
acesso a Campinas-SP, na década de 1950, procedeu-se à primeira tentativa de
utilização destes solos, os lateríticos, como bases de pavimentos, segundo pesquisa do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), tal como se apresenta na Figura 3.1.

A duração muito superior à prevista pela metodologia norte-americana, comprovou que


a propriedade estrutural das argilas de solos lateríticos não era possível de ser levada em
conta neste procedimento. Este fato provou a necessidade de desenvolvimento de
classificação de solos específica, que associasse o fator estrutura destes solos ao
processo clássico de classificação de solos e de projeto de pavimentos.

3. 2 A INFLUÊNCIA DOS SOLOS LATERÍTICOS NA PAVIMENTAÇÃO

Os pavimentos construídos com solos arenosos finos lateríticos (SAFL) devem se


enquadrar em sistemática vigente, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do
71

Estado de São Paulo (DER/SP). Esta sistemática leva em conta o efeito da imprimadura
asfáltica sobre solos lateríticos bem como granulometria, mineralogia e cor.

revestimento do pavimento

base laterítico compactado

pintura betuminosa impermeabilizante

Figura 3.1 Serviço executado em Campinas – década de 1950.

Esta sistemática de qualificação, em termos de métodos e procedimentos tem por base


trabalhos de pesquisa e serviços executados ao longo de décadas por pesquisadores da
área de pavimentação voltada ao tema “pavimentos econômicos”. Seus precursores
brasileiros: Prof. Dr. Job Suji Nogami (POLI-USP) que, por décadas trabalhou
incansavelmente nesta temática até seu falecimento, Prof. Dr. Douglas Fadul Villibor
(DER/SP; EESC-USP), assíduo pesquisador e entusiasta como palestrante do tema,
propagando seus conhecimentos em distintos fóruns nacionais.

Em maio de 1967 o DER/SP, regional de Araraquara, desenvolveu trabalho


pioneiro na utilização de solo arenoso fino laterítico na construção de 2 variantes de
trânsito, de 300m de extensão cada, denominadas Cambuy e Periquito, na Rodovia
Washington Luiz. O serviço executado foi idêntico ao anteriormente apresentado, com
duração prevista de 3,5 meses para o tráfego estimado Ao término da obra principal, são
fechados. Estavam praticamente em perfeito estado de conservação.

Em maio de 1968 o DER/SP, a CESP e o IPT desenvolveram trabalho conjunto,


visando implantar trecho com SAFL em Pereira Barreto/SP. Em 1985 este serviço ainda
estava em bom estado, tal como apresentado na Figura 3.2.

Tráfego pesado
N>107 (repetições do eixo padrão de 8,2 tf)
Tratamento superficial triplo (revestimento)
Base de SAFL (estacas 200 a 250 entre Pereira Barreto e Ilha Solteira)

Figura 3.2 Serviço Executado com SAFL em pavimentação econômica entre Pereira
Barreto e Ilha Solteira (DER/SP; CESP; EESP-USP)
72

A presença de camadas lateríticas gera menor necessidade de sobrecarga para que se


evitem expansões excessivas. Por exemplo, bases lateríticas e tráfego reduzido não
geram necessidade de capa estrutural, aquelas com espessura tipicamente superior a 4
cm. Caso sub-bases lateríticas sejam utilizadas ou até pavimentos aplicados sobre solos
lateríticos como subleitos, a espessura total necessária de pavimento para que se evitem
expansões excessivas também é minimizada.

No início da década de 1980 foram construídos mais de 500 km de rodovias com


VDM menor que 1500 e 35% de veículos comerciais. À época, havia projeto de 1000
km de extensão, onde mais de 600 km com solos arenosos finos lateríticos.

3.3 CARACTERÍSTICAS DO SAFL

3.1. Durabilidade: segundo critérios tradicionais no dimensionamento, geram


pavimentos com durabilidade da ordem de duas vezes maior que o previsto em projetos
convencionais, utilizando, por exemplo, o Método DNER/66.

3.2. Aplicação: para pavimentos flexíveis de rodovias, tal como executado em


considerável parte das rodovias estaduais paulistas, vias urbanas, tal como executado na
cidade de Barretos, em pistas de aeroportos, tal como executado na Base Aérea de
Pirassununga/SP.

3.3. Solos locais: os subleitos lateríticos também geram economia de custos construtivos
porque acarretam menor peso sobre estes, para evitar expansões excessivas.

Locais com solos saprolíticos como subleitos acarretam, em geral, substituição do


subleito em espessura de 30 cm. Pelo Método DNER/66, há clara citação de substituição
de 1 m de espessura quando o CBR do subleito é inferior a 2%.

Bases geralmente construídas com 15 cm de espessura devem ser compactadas sob


energia da ordem de 95% PM. Este material é granular, portanto apresenta coeficiente
estrutural unitário (k=l), conforme o Método DNER de dimensionamento de pavimentos
flexíveis. Indica-se tratamento superficial ou até CBUQ com 3 a 15 cm de espessura
para revestimento ou camada de rolamento quando o tráfego é limitado a 107 repetições
equivalentes ao eixo padrão.

3.4. Clima preponderante nos trechos: tropical, com inverno seco, precipitação anual
abaixo de 1.500mm, típico do interior do Estado de São Paulo. Estas condições geram
teor de umidade do solo relativamente baixo, para todas as épocas do ano.

3.5. Comportamento do pavimento: Ausência de ruptura de base, para profundidade do


nível de água abaixo de 1 m da superfície. Há reduzida deflexão na passagem de cargas.
Ocorre também significativo volume de recalques ao longo dos rodeiros. Aparecem
trincas de reflexão na capa, em função da retração dos solos lateríticos. Solos lateríticos
são pouco ou quase nada expansivos mas normalmente são retráteis e, ao se contraírem,
propagam trincas de reflexão para o revestimento
73

4. PROBLEMÁTICA DO USO DA METODOLOGIA CONVENCIONAL E A


PROPOSTA DO MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO NOGAMI-VILLIBOR

Os solos tropicais brasileiros, quando analisados pela metodologia tradicional,


desenvolvida em países onde a ocorrência de solos lateríticos é reduzida a nula, não são
considerados quanto ao fator estrutura. Este fato é preponderante nestes solos, onde os
processos que levam ao estado de solo concrecionado estabelecem forte influência no
resultado final de seu uso como camada ou material de pavimentação.

A metodologia tradicional exige preparo de amostras que se tornam ineficazes para se


analisar sua estrutura. Isto se deve ao fato da necessidade de destorroamento de
amostras, que as transformam em massa composta por material desagregado, para se
determinar os teores de umidade limites da plasticidade. Portanto, para se determinar os
limites de plasticidade, LL e LP, bem como a estimativa da capacidade de suporte do
solo, segundo o ensaio de CBR, há necessidade de se destruir justamente a propriedade
que tipifica o solo laterítico. Sua estrutura,benéfica como solo laterizado, visando
serviços de pavimentação. Na Figura 4 observam-se resultados de ensaios de
plasticidade efetuados em 3 amostras distintas de solos lateríticos (Villibor & Nogami,
1981). Observam-se valores com excessiva dispersão.

IP (%)

Valores referentes à amostra 1


50
Valores referentes à amostra 2

Valores referentes à amostra 3


40

30

20

10

20 30 40 50 60 70 80 90 LL (%)

Figura 4 Dispersão de resultados de ensaios de plasticidade em amostras de solos laterizados


Fonte: Villibor & Nogami, 1981.
74

De acordo com a Figura 4 observam-se dispersões de resultados em mesmo solo


ensaiado. A amostra 3 apresenta dispersão de praticamente 40% de dispersão de LL e IP
em mesmo solo. Desta forma, pode-se inferir que se observa variação da energia de
amassamento e de níveis distintos de destorroamento da amostra, em função da energia
aplicada por diferentes laboratoristas. O resultado, portanto, parece medir a qualidade do
processo e não qualidade do solo.

Portanto, para que se possa reconhecer e avaliar o fator estrutura destes solos há de se
utilizar de ensaios e métodos diferentes, tais como difratometria em amostras de argilas
tratadas para aplicação em lâminas e segundo microscópios eletrônicos de elevado custo
e dificuldade de deslocamento. Esta técnica exige conhecimentos efetivamente distintos
daqueles praticados por laboratoristas de geotecnia. A interpretação dos resultados
também exige participação de especialistas com carga de conhecimentos que encareceria
de forma inadmissível o processo de análise e de reconhecimento qualitativo das
amostras.

Desta forma, os pesquisadores desenvolveram uma nova metodologia de apoio ao


reconhecimento do fator estrutura, com base em outros ensaios de correlação de
resultados com os ensaios sofisticados. Esta metodologia visa avaliar a influência do
fator estrutura e o próprio comportamento do solo em termos de capacidade de suporte e
susceptibilidade à presença de água.

Nogami e Villibor se debruçaram sobre este problema e, com volume elevado de


resultados de ensaios e obras executadas, desenvolveram uma nova metodologia de
classificação dos solos. Classificação Nogami-Villibor, que permite tipificar solos
lateríticos ou não segundo suas propriedades principais e aplicado a serviços de
pavimentação asfáltica.

5. APLICAÇÃO DA NORMATIZAÇÃO DOS ANOS 1980 (DER/SP) PARA SAFL


EM BASES

A norma clássica de classificação dos solos, anterior à proposta, aborda, segundo


parâmetros de norma do DER/SP, para a tipificação de solos com estrutura que gera
comportamento distinto, os ensaios descritos a seguir.

5.1. Deve se traçar a curva granulométrica bem como se determinar os limites de


plasticidade do tipo LL e IP e ainda determinar a capacidade de suporte pelo CBR.

5.2 A granulometria deve ser composta com análise a partir de duas peneiras, como
referência mínima para estudo.

5.3 Com base em conhecimentos pedológicos, determinar o caráter laterítico do solo.


Consideram-se, para tanto, fatores para qualificar o potencial laterítico ou não dos solos
estudados. São considerados lateríticos os solos dos seguintes grupos pedológicos:
LEa – Latosol vermelho escuro- fase arenosa
LVa – Latosol vermelho amarelho – fase arenosa
PLn –Podzolizados Lins e Marília – Variação Lins
Pm1 – Podzolizados Lins e Marília –Variação Marília
75

RPV-RLV – Regosol “intergrade” para Podzólico Vermelho, Amarelo e Latosol


Vermelho Amarelo. A maior dificuldade se trata sobre a exigência de conhecimentos
especializados de Engenheiros e Técnicos para a classificação e aprovação de jazidas,
onde a subjetividade de critérios gera fator de insegurança e maior risco de qualificação
inadequada.

5.4 Deficiências observadas na construção e na utilização são claras, quando se aplicam


aspectos da norma vigente nos anos 1980. Há dificuldade no controle do teor de
umidade e do grau de compactação destes tipos de solos. Outro fato a destacar é a
ocorrência de processos erosivos e deformação junto à borda do pavimento. A
penetração da água por esta parte pouco protegida do pavimento é fator fundamental.

Outro agravante na utilização da sistemática válida até à época, corresponde ao processo


de estabelecimento de volume excessivo de trincas e fissuras na base, em função do
processo de contração dos solos arenosos finos lateríticos. Este fato gera considerável
redução da vida útil do pavimento econômico, construído com base de SAFL. O
revestimento do pavimento também sofre alteração de vida útil em função dos fatores
apresentados, reduzindo a vida útil da camada nobre do pavimento.

5.5. As propriedades hidráulicas dos solos, bem como o efeito da contração, não são
considerados na sistemática atual. Desta forma, são necessários novos estudos e
procedimentos para se estabelecer parâmetros de controle. Quanto à interligação
revestimento e base, há de se executar serviço de aplicação de ligante com materiais
betuminosos específicos, onde a influência da estrutura dos solos lateríticos seja
contemplada.

6. LOCALIZAÇÃO DOS SOLOS LATERÍTICOS

Os solos lateríticos são típicos de regiões tropicais, onde processos de laterização são
resultantes de circulação hídrica nos interstícios dos solos finos, gerando alteração do
perfil dos tipos de argila presentes, segundo lixiviação molecular. Então, torna-se mais
fácil subententer porque em faixa próximo aos trópicos sua ocorrência é mais freqüente.
O não congelamento do lençol freático permite trabalho continuado natural de lixiviação
estrutural dos minerais argílicos. A água carreia, de forma iônica os minerais, alterando
o comportamento final do solo, após milhares de anos. O Brasil e alguns países da
África apresentam áreas onde este processo deixou considerável quantidade de solo
laterizado em até, aproximadamente, 10 m de espessura. A Austrália também tem clima
propício para sua ocorrência.

No Estado de São Paulo, há considerável quantidade de solos laterizados. Segundo a


Figura 6, observa-se a evolução da mancha de solos lateríticos do centro do estado para
oeste, até ao Rio Paraná. Na depressão periférica, parte baixa do estado entre as Serras
do Mar, formada por suítes graníticas, e a Serra Geral, formada por rochas tipicamente
extrusivas, praticamente não se observam grandes camadas de solos laterizados.

Contudo, na cidade de São Paulo onde se poderia imaginar a não ocorrência deste
material em função da distância desta à região de maior concentração, com base na
76

Figura 6, apresenta, na realidade, camadas não espessas deste material em regiões como
a do bairro do Butantã.

Na região do oeste do Estado de São Paulo também é comum a ocorrência de laterita,


concreção que torna o solo com aspecto e comportamento de agregado graúdo, que,
inclusive, resiste a impactos, praticamente como se fosse agregado oriundo de processos
de britagem convencional. Também são utilizados com vantagem em pavimentação
como agregados graúdos, desde que não se tenha disponibilidade de materiais rochosos
adequados para a britagem na região pretendida para determinado serviço de
pavimentação.

Serra Geral

Serras da Mantiqueira e
do Mar

Serra de Paranapiacaba

Serra Geral Serras da Mantiqueira e


Corte AA Solos saprolíticos
do Mar
e outros não
Área com maior probabilidade de
lateríticos
ocorrência de solos lateríticos

Rochas Embasamento do cristalino


extrusivas e Depressão da Serra do Mar (complexos
Calha do Rio Paraná Periférica
intrusivas graníticos)

Figura 6. Ocorrência de solos laterizados no Estado de São Paulo

7. NOVA METODOLOGIA DE ENSAIOS

Para que são se exigissem conhecimentos de ensaios incomuns em geotecnia bem como
conhecimentos distintos de laboratoristas, foram estabelecidos ensaios com perfil
familiar à geotecnia, cujos resultados espelhassem correlação com os ensaios
complexos. Esta fase de pesquisa, focou determinar do grupo de ensaios representativos
a compor “cesta” de ensaios geotécnicos a caracterizar solos lateríticos ou não,
permitindo-se inferir que seus resultados estejam compatíveis aos dos ensaios
considerados complexos e que se queriam evitar.
77

Foram adotados corpos de prova de dimensões reduzidas, com diâmetro e altura iguais a
50 mm. Os solos apresentam a porcentagem retida (%pq) na peneira de abertura 2 mm,
menor que 5%. Esta base de ensaios é a do MCT, moisture conditional test. O ensaio de
MCT (corpos de prova estudados sob valor condicional de teor de umidade) associa
esforço de compactação para se atingir determinada densidade, dependente do teor de
umidade de compactação.

No MCT busca-se determinar a energia necessária para se atingir determinada


densidade, diferente do ensaio clássico de Proctor, onde se compactam corpos de prova
sempre com a mesma energia. Como a massa seca de compactação não varia e as
dimensões do CP também não variam, sempre diâmetro de 5 cm e altura desejada de 5
cm, varia-se o número de golpes para atingir a densidade que se pode dizer, de
referência. Esta dita densidade de referência é a que se obtém para a massa seca e
volumes padronizados.

As principais características do ensaio podem ser sumarizadas em:

7.1. Compactação: utilizam-se sempre amostras virgens, não reutilizáveis, evitando


analisar amostras que já possam apresentar variação estrutural por amassamento ou
destorroamento. A adição de água deve ocorrer com 12 horas de antecedência. Ensaio
clássico

7.2. Capacidade de suporte e a expansão são estudadas pelo ensaio de mini-CBR. Os


corpos de prova miniaturizados estabelecem melhor dinâmica de avaliação. Estes
ensaios também podem ser executados “in situ”. As umidades ótimas obtidas são
semelhantes entre si. Com os ensaios mini-CBR estabelecem-se teores de umidades
ótimos maiores que os do ensaio convencional de Proctor. A expansão é determinada
tanto com sobrecarga como sem carga, dita livre. No ensaio de mini-CBR dispersão dos
resultados é menor, quando o desvio padrão varia 6 a 7%; comparado ao desvio padrão
de ensaio convencional, 6 a 10%, segundo parâmetros estabelecidos sob algumas obras
executadas na região de São Carlos. Apresentam-se o cilindro para mini-CBR na Figura
7.2.

Haste de suporte de aplicação de


carga (com anel dinamométrico)

Haste de suporte da sobrecarga


(peso)

Cilindro de aço escovado

Corpo de prova de solo no interior

Base do equipamento com suporte


de hastes tipo “prisioneiro”

Figura 7.2 Cilindro para execução do mini-CBR (foto de Creso F Peixoto)


78

7.3. Sucção capilar d’água: permite avaliar a relação da quantidade de água sugada pelo
corpo de prova em função do tempo. O corpo de prova é compactado e seco ao ar
(umidade higroscópica). Para determinar este coeficiente lê-se a extensão deslocada pelo
menisco da água no tubo horizontal associado ao tempo demandado para sua ocorrência,
tal como se apresenta na Figura 7.3.

L: extensão; t: tempo

Posição final (t1) Posição inicial (t2)

Extensão succionada (L)

Tubo de vidro com água


Base com água
Coef de suc. capilar=L/(t1-t2)1/2

Figura 7.3 Aparato para determinar o coeficiente de sucção capilar

7.4 Permeabilidade: determinada no tipo de ensaio de permeabilidade de carga variável


diretamente em cilindro de moldagem já com o CP compactado. Método clássico
mas com CP de dimensões reduzidas.

7.5 Contração: este ensaio é executado a partir do corpo de prova compactado e extraído
do cilindro, deixando-o secar lentamente ao ar (umidade higroscópica).

7.6 Ensaio de variação de densidade x energia de compactação. Ensaio do tipo MCT


efetuado a partir de determinado valor de teor de umidade. Lança-se solo úmido em
cilindro de dimensões reduzidas e variam-se os números de golpes do soquete até
que se atinja a altura pré-definida (o corpo de prova tem que atingir 50 mm de
altura). A massa de solo é de 220 g. A compactação ocorre até que praticamente não
mais ocorra variação sensível de densidade. A densidade “golpe a golpe” é
determinada pela altura do C.P. ao longo do ensaio de compactação.

7.7 Penetração da pintura betuminosa. Executa-se uma depressão no topo de um C.P.


com um macho apropriado e faz-se o enchimento com material betuminoso. Avalia-
se o grau de infiltração do asfalto após o tempo regulamentado para o ensaio.

7.8 Ensaios de campo do tipo mini-CBR in situ: permitem a caracterização da


capacidade de suporte de subleitos naturais, preservando-se umidade e densidade
naturais. Há considerável facilidade executiva, com carga de 500 kgf para camadas
de base e, no máximo, 100 kgf para subleitos.

7.9 Os primeiros 5 ensaios são fundamentais e exigem 5 C.P. moldados em diferentes


teores de umidade, gerando total de 25 CPs.

7.10. Os corpos de prova são preparados em cilindro especial bem como o aparato é
específico, exigindo a aquisição ou manufatura de equipamento de dimensões reduzidas,
tal como se apresentam alguns destes elementos na Figura 7.10.
79

Cilindro de
compactação (aço Haste de aplicação de carga
escovado) em corpos de prova com
sobrecarga

Corpo de prova
Base e hastes compactado (MCT)
de fixação do
cilindro

Tampa e suporte de
micrômetro com
porcas fixadoras

Figura 7.10 Alguns elementos para preparo e ensaio com CPs de dimensões reduzidas

8. PRINCIPAIS PROBLEMAS E DEFEITOS CONSTRUTIVOS ASSOCIADOS À


NOVA METODOLOGIA

A base do pavimento tende a apresentar trincas que são refletidas para a capa asfáltica,
também conhecidas como trincas de reflexão. Determina-se a capacidade de suporte nos
corpos de prova moldados segundo método MCT. Houve necessidade de ser comparar
resultados com os ensaios clássicos, visando avaliar a representatividade dos CPs
reduzidos.

Sob expansão, ocorre deformação excessiva e ruptura do pavimento. O coeficiente de


sucção capilar de água auxilia na distinção do comportamento do solo sob risco de perda
de capacidade sob saturação.

A execução do pavimento em período de chuvas tende a gerar amolecimento da parte


superior da base e amolecimento da borda. A baixa drenabilidade e problemas
construtivos tendem a gerar o surgimento de panelas.
80

As camadas que apresentem problema de baixa permeabilidade podem estabelecer


processo de desestabilidade do pavimento, caso sofram saturação.

O trânsito de serviço associado às trincas de reflexão na capa e à entrada excessiva


d’água na base e subleito tendem a reduzir a vida útil do pavimento.

A pouca penetração da imprimadura pode gerar escorregamento da camada de


rolamento, exsudação de asfalto na superfície do pavimento bem como deslocamento da
capa. Penetração excessiva gera perda de aderência da capa e plano frágil de ruptura.
Penetração reduzida gera exsudação que torna escorregadia a camada de rolamento. A
penetração satisfatória é de 4 a 10 mm penetrando abaixo da superfície da camada que
se busca proteger.

O ensaio de Mini-CBR “In situ” é executado para reduzir custos e avaliar de forma
rápida camadas executadas. Deve-se determinar a razão RIS = (Mini-CBRcampo/Mini-
CBR wm) x100. Ou seja, o quociente entre o CBR executado em campo e o CBR
executado em laboratório no teor de umidade de moldagem.

Este índice permite avaliar o risco de deformação da base na época de construção


devido as chuvas, deformação excessiva na borda do pavimento devido a penetração
lateral d’água e a possível ruptura do pavimento quando da efetivação de capas
permeáveis.

Nos estudos executados, os ensaios sobre solos arenosos finos abrangeram:


granulometria, mineralogia, estrutura e cor. O estudo da granulometria associou os grãos
da fração areia quanto à forma, dimensões relativas e características da superfície. A
mineralogia complementa o estudo, com informações de estrutura e cor. A cor pode ser
estudada pela Tabela de Munsell e a estrutura, segundo difratometria de raios X nas
frações silte e argila, que permite distinguir o tipo de argila pela estrutura molecular. Na
Figura 8.1 Apresentam-se um sistema eletrônico de difratometria e um resultado de
estudo a partir de raios X sobre amostra de argila (material cerâmico).

Intensidade
quartzo

caolinita

montmorilonita

d (Å)

Figura 8.1 Digital Scanning Microscope e resultado de argila


(fonte: foto: www.mrfn.org/ucsb/micr/micr.html - resultado: arte de Peixoto, C. F.)
81

A difratometria, segundo o Scanning (sob microscopia eletrônica de varredura dos


finos) foi efetuada para os estudos de correlações em equipamentos do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT). As frações dos solos estudados apresentaram fração
grossa, de areia, do tipo quartzosa e a fina, do tipo argila caolinítica em argilas
lateríticas.

No Quadro 8.1 Apresentam-se resultados de estudos de pesquisa sobre solos laterítico e


saprolítico efetuados a partir de amostras coletadas em duas rodovias (Villibor, 1981)

Quadro 8.1. Resultados de Estudos em solos laterítico e saprolítico


Características Solo laterítico (L) Solo saprolítico (S)
Ocorrência do solo rodovia: SP- 255 SP-10
Local: km- 63 (Jazida Náutico) km 17 (corte)
Distribuição granulométrica
Areia:0,075 a 2,00 mm 64% 40%
Silte: 0,005 a 0,075 mm 6% 50%
Argila: inferior a 0,005 mm 30% 10%
Arredondamento da fração areia
(freqüência em 400 partículas) 2,00- 0,25mm 0,25- 0,062mm 2,00-0,25mm 0,25-0,062mm
angular e sub- angular 9,33% 26,25% 76,17% 83,75%
sub-arredondada e arredondada 75,83% 61,25% 23,63% 11,75%
bem arredondada. 14,85% 2,50% 0% 0,0%
Mineralogia:
Areia: 0,075 a 2,00mm Quartzo Mica, feldspato e quartzo
Silte: 0,005 a 3,075mm Caulinita, gipsita, magnetita, caulinita, haloisita, muscovita,
goetita e quartzo magnetita, goetita e quartzo.
Argila: inferior a 0,005 mm Caulinita, gipsita, magnetita e Caulinita, haloisita, muscovita
goetita. magnetita e goetita.
Relação sílica-sesquióxidos Kr= 0,97 Kr= 1,60
DNER-ESP 47/74
Micro estrutura Argilo minerais aglutinados em Minerais individualizados
forma de “nuvens” como pipocas
Microfotografia de solos: Laterítico: Saprolítico:
Fonte: Nogami, Villibor (1995,
p.17): [largura aprox: 4 µm]
Solo laterítico:
aparência de pipocas.
Solo laterítico:
aparência de papel amassado
Ampliação aprox 1:10.000
Fonte: Villibor (1981)

9. PRINCIPAIS ASPECTOS DA METODOLOGIA Mini-MCV

O ensaio Misture Condition Value (MCV) foi proposto por Parsons em 1976 para
controle de compactação na Inglaterra. Foi adaptado por Nogami e Villibor para a
condição miniaturizada, gerando o Mini-MCV, para estudo da compactação de solos
tropicais, quando o corpo de prova (CP) foi adotado de dimensões diâmetro 50 mm x
altura 50 mm.

Para a compactação, separam-se da amostra de solo que se deseja estudar, 4 porções de


solos com umidades distintas, em amplidão de valores um pouco maior do que a
82

adotada para o ensaio tradicional de Proctor. Descrevem-se, a seguir, as etapas desta


metodologia.

1) Compactam-se corpos de prova, iniciando-se pela porção com teor de umidade


maior. Ao ser inserido o solo no molde, dá-se um golpe e se determina a altura A1 do
CP. Continuam-se aplicando golpes e medindo a altura do CP, de forma a determinar
deformações sempre na relação 4x, segundo: A4-A1; A8-A2; A12-A3; A16-A4; A24-
A6; A32-A8; A48-A12; A64-A16; A96-A24; ... ... A4n-An. A série se encerra quando
a diferença A4n-An=0,5 mm ou menor. Também se encerra a série quando o CP passa a
apresentar saturação. Na Figura 9.1 apresenta-se elementos do aparato de execução da
compactação com CPs miniaturizados, para o mini-MCV.

extensômetro

soquete

molde

Pé do soquete

Amostra de solo

Figura 9.1 Aparato de execução da compactação – mini-MCV

Ao final da execução da compactação de todos os CPs das 4 porções da amostra de solo


estudada, traçam-se as curvas de compactação em escala de abcissa logarítmica,
apresentando o número de golpes e na escala das ordenadas, as diferenças de alturas
estudadas, tal como se apresenta na Figura 9.1.a. Junto da escala logarítmica, traçam-se
os valores de mini-MCV, determinados pela Equação 9.1.

Mini − MCV = 10 × log10 (Bi )


(9.1)
Bi : número de golpes junto à curva de compactação, para deformação de 2 mm

Após traçar as curvas de compactação, estimam-se os valores Bi para cálculo do valor


do Mini-MCV. Após a determinação dos valores de mini-MCV determina-se o ponto de
mini=MCV = 10, para a deformação limite de 2mm. Neste ponto, traça-se uma reta com
inclinação próxima às retas médias das curvas de compactação mais próximas. Em
seguida, determina-se a inclinação desta reta, em termos de diferenças de altura contra
diferenças de valores de mini-MCV. No Exemplo da Figura 9.1.a o valor de c´= 0,91.
Este coeficiente é utilizado para a classificação do solo Nogami-Villibor. C’ abaixo da
unidade corresponde a areias e siltes não plásticos. Acima de 1,5 são solos argilosos.
83

10 mm (diferença de altura= An-A4n)

C´=(7-2)/(10-4,5)=0,91
8
7 10,6%
8,4% (w – teor de umidade de
6 moldagem)
7-2= 5mm
11,8%
4

13,6%
2

10-4,5= 5,5

1 2 3 4 6 8 12 16 24 32 48 64 96 golpes

1 B1 4,5 5 B2 10 B3 B4 15 19 mini-MCV

Figura 9.1.a Curvas de Compactação mini-MCV e estimativa do parâmetro c’

2) Em seqüência, determina-se a perda por imersão. Extrai-se 1 cm de solo


compactado do interior do molde e o coloca imerso por 20 horas. A massa de solo na
parte exposta corresponde a 100% do valor de referência, ou seja, passadas 20 horas, de
a massa de solo que caiu na cuba abaixo corresponder a um valor de massa igual ao do
centímetro exposto, indica-se que teve perda de 100%. Solos tropicais têm perda
reduzida conquanto que solos saprolíticos, perdas maiores. A Figura 9.2 apresenta o
corpo de prova e a cuba em posição de início do ensaio. Ficam submersos durante todo
o ensaio.

Figura 9.2 CP com parte exposta para o ensaio de perda por imersão

Supondo-se que o solo estudado da Figura 9.1.a apresente: cilindro 37: peso do solo no
cilindro: 217 g. Depois do ensaio, 36,8 g haviam caído na cuba também submersa.
84

Considerando que o volume do cilindro igual ao estimado na Equação 9.2.a, massa


específica calculada pela Equação 9.2.b, massa por cm de solo na Equação 9.2.c, estima-
se a perda por imersão pela Equação 9.2.d.

π × 52
V = × 5 = 98,2cm3
4 (9.2.a)
o CP apresenta diâmetro de 5 cm e altura de 5 cm

217
γ = = 2,21g / cm 3
98,2 (9.2.b)
γ : peso específico do CP

π × 52
M = × 2,21 = 43,4 g / cm (9.2.c)
4

36,8
Pi = = 85% (9.2.d)
43,4

A perda por imersão do CP foi de = 85%

3) Para a classificação do solo Nogami-Villibor é necessário também calcular o


parâmetro e’, segundo a Equação 9.3.a.

Pi 20
e' = 3 + (9.3.a)
100 d '

Pi: perda por imersão (%), para mini-MCV = 15.


d’: parâmetro que depende da densidade aparente seca e da umidade.

Determinação de d’: é a inclinação do ramo seco das curvas de compactação.


Constroem-se as curvas em um gráfico único de densidade aparente seca x umidade.
Cada curva representa um valor de energia. Determina-se d’ tal como se indica (em nº
de golpes) [ensaios convencionais]. Na Figura 9.3 apresentam-se os elementos para o
cálculo de d’.

γdo (g/cm3)

1,92

1,85

9,4 11,2 w (%)


Figura 9.3 Elementos para Determinação do d’
85

Na Equação 9.3.b apresenta-se a estimativa do d’ para os resultados da Figura 9.1.a. A


Equação 9.3.c apresenta o cálculo de e’ também para este mesmo grupo de dados.

1000 × (1,92 − 1,85) 70


d'= = = 38,8 ((9.3.b)
(11,2 − 9,4 ) 1,8

Pi 20 85 20
e' = 3 + =3 + = 1,11 (9.3.c)
100 d ' 100 38,8

10. CLASSIFICAÇÃO NOGAMI-VILLIBOR

Pela Figura 10 estabelecem-se as distintas classes de solos pela classificação Nogami-


Villibor. Aplicando-a ao Exemplo estudado, com e’= 1,11 e c’ = 0,91, tem-se solo solo
LA’, que corresponde a solo arenoso laterítico. As convenções estão descritas no
Quadro 10.

e’
2,5
NA NS’
2,0
NG’
1,5
NA’
1,0
LA LA’ LG’
0,5

0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 c’

Figura 10 CLASSIFICAÇÃO NOGAMI VILLIBOR

Quadro 10 Classes de solos da Classificação Nogami- Villibor


A A’ S G
N (não laterítico) NA areia não NA’ não laterítico NS Silte não NG’ argiloso não
laterítica arenoso laterítica laterítico
L (laterítico) LA areia laterítica LA’ laterítico LG’ argiloso
arenoso laterítico
86

1. Classifique os solos A e B pela AASHTO e por Casagrande. Granulometria:


100

80 A B

60

%qp

40

20

0
0,001 0,01 0,1 1 10 100

diâmetros (mm)

argila_______ |__silte______ |_areia fina |_areia


média_|_AG|__pedregulho__ABNT
Plasticidade:
solo: LL (%) LP (%) IP (%)
A 60 35
B 28 21
P200; P40; P10: %s que passam nestas peneiras.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

solo: P200 P40 P10 LL IP a b c d IG Grupo:

A
B

Classificações pela AASHTO: solo A: _________ solo B:____________


Índices de grupo: solo A:__________; solo B:__________

_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

solo: P200 P4 U Cc LL IP Grupo:

A
B

Classificações por Casagrande: solo A: _________ solo


B:____________
87

CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS PELA AASHTO:


Índice de Grupo: IG= 0,2.a+0,005.a.c+0,01.b.d
a=0 p/P<35; a=P-35 p/ 35<P<75; a=40 p/ P>75; b=0 p/ P<15; b=P-15 p/ 15<P<55; b=40 p/ P>55
c=0 p/ LL<40; c=LL-40 p/ 40<LL<60; c=20 p/ LL>60; d=0 p/IP<10; d=IP-10 p/ 10<IP<30; d=20 p/
IP>30
PS.: para todos os limites acima também se aceita a igualdade, exceto p/ a condição IP do A-7.
CLASSIFICAÇÃO DE CASAGRANDE:
Class. para solos grossos(%qp#200<50): Classificação para solos finos
(%qp#200>50):
sím critérios de classificação IP
bol 60
os:
linha B linha A
GW até 50% do U>4; 1<Cc<3 50

material 40
GP retido na # 200 ñ se enquadra CH
tem em todas as 30

exigências do
20
CL
GW
GM diâmetros LL abaixo da 10
OH MH
menores linha A ou 74 CL ML
0
IP< 4
GC que o LL acima da
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 LL
da#4(4,78mm) linha A ou U=d60/d10
IP> 7 Cc=(d30)2/(d60 x d10)
SW até 50% do U>6; 1<Cc<3
material
SP retido na # 200 ñ se enquadra
tem em todas as
exigências do
GW
SM diâmetros LL abaixo da
maiores linha A ou
IP< 4
SC que o LL acima da
da#4(4,78mm) linha A ou
IP> 7
88

NOME:____________________No._____Turma__
Disciplina:_________________DATA:__/__/__Bimestre____
EC ___TEMA:Ensaios Comuns em Geotecnia de Estradas
1. Quais as grandezas que se pode avaliar de um substrato a partir da curva
granulométrica correspondente?
R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2. Quais são os métodos usuais na determinação do teor de umidade e quais suas
características?
Método: característica fundamental:

3. A partir do gráfico de pressão por expansão, obtido durante ensaio de determinação


de CBR de solo de subleito de pavimento, determine espessuras mínimas de pavimento
a ser construído sobre o mesmo, com peso esp. médio de 1,95 tf/m3, visando contensão
de expansão a 2% e 0%.
expansão x pressão

5
expansão(%)

0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35
pressão (kgf/cm2)

a. espessura necessária de pavimento para que a expansão do subleito não seja maior
que 2%:________________ cm
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
b. espessura necessária de pavimento para que o subleito não expanda:
________________ cm
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
c. comente o resultado do item b. quanto ao aspecto custo do pavimento:
89

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
d. considerando-se que o pavimento construído sobre o subleito estudado apresente
espessura de 30 cm comente quanto à estabilidade do mesmo:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4. Determine o CBR do subleito estudado no item 3, para o gráfico da figura abaixo:
expansão x pressão CBRsbl = __________ %
70
__________________________
60 __________________________
pressão(kgf/cm2)

50 __________________________
40 __________________________
30 __________________________
20 __________________________
10
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
penetração ( " )

5. Determine o CBR do subleito do item 3, supondo que se obteve em campo: γd=1,78


tf/m3 após compactação "no ramo úmido". Considere o gráfico de CBR 5 pontos:
Capacidade de suporte - CBR curva de compactação de campo

11 1,9
p.esp.ap. seco de

10
campo(tf/m3)

9 1,8
CBR (%)

8
1,7
7
6 1,6
5
4 1,5
15 17 19 21 23 25 27 15 17 19 21 23 25 27
w de moldagem (% ) w (% )

CBR=________________%
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
90

NOME:____________________No._____Turma__
Disciplina:_________________DATA:__/__/__Bimestre____
EC ___TEMA:Classificação dos Solos pela AASHTO
1. Determine o IG - índice de grupo - por método analítico, de cada solo ensaiado por
peneiramento e sedimentação conforme resultados abaixo, após unir os pontos
correspondentes de cada curva granulométrica.
#200 #42 #10
↓ ↓ ↓
100
80
60

%qp solo B
40

solo A
solo C
20
0

0,001 0,01 0,1 1 10


diâmetros (mm)

argila___________|__silte_________|_a. fina_____|_areia média___|_AG__|pedregulho


ABNT
Plasticidade dos solos:
características↓/solos A B C

LL 55 9 15
LP 39 - 10
LC 15 - 5
Índice de grupo:
solo: a b c d IG qualidade:
A
B
C
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2. Determine o IG dos solos A,B, C do item 1 por Método Gráfico:
solo: IG1 IG2b IG
91

A
B
C

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Classifique os solos A,B,.C do item 1 pela Classificação da AASHTO:

solo P10 P40 P200 LL IP IG


A
B
C

solo: Class.AASHTO qualidade:


A
B
C

4. Características dos solos:


solo: Class.AASHTO características:
A
B
C
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5. Cite características plásticas e texturais dos solos dos seguintes grupos:
solo: Class.AASHTO características:
A-7-6
A-2-f
A-4
______________________________________________________________________
___
______________________________________________________________________
___
92

NOME:____________________No._____Turma__
Disciplina:_________________DATA:__/__/__Bimestre____
EC ___TEMA: Classificações Granulométrica e de Casagrande
1. Determine as frações dos solos abaixo e estabeleça a nomenclatura:
100
80
60

%qp
solo B
40

solo A
solo C
20
0

0,001 0,01 0,1 1 10


diâmetros (mm)

argila___________|__silte_________|_a.fina_____|_areia média___|_AG__|pedregulho
ABNT
Frações e nomenclatura do solo A:
argila:_______% silte:____ % areia fina:____% areia média:____% areia grossa:____%
pedregulho:____%. Nomenclatura:__________________________________________
Frações e nomenclatura do solo B:
argila:_______% silte:____ % areia fina:____% areia média:____% areia grossa:____%
pedregulho:____%. Nomenclatura:__________________________________________
Frações e nomenclatura do solo C:
argila:_______% silte:____ % areia fina:____% areia média:____% areia grossa:____%
pedregulho:____%. Nomenclatura:__________________________________________
2. Classifique os solos A, B e C do item 1 pela Classificação de Casagrande, considerando,
além da granulometria, seus valores de plasticidade:
características↓/solos A B C

LL 65 9 15
LP 40 - 10
Características texturais do solo A:
%qp#200:___________% ⇒solo ( )granular [se<50%]; ( ) fino [se >50%]
se granular:
%ret#4:_______⇒se:(%ret#4)/(%ret#200)>0,5 ⇒( )pedregulho; se <0,5⇒( )areia
( )d10:____ mm; d30:____ mm; d60:____ mm; %silte:_______; %argila:_____%
CC = _________; característica:_______________________________________________
93

U = _________; característica:________________________________________________
classificação:______________________________________________________________
se fino:
plasticidade:LL=_______%; IP=____________%
pelo Gráfico de plasticidade:
classificação:________________________________________
Características texturais do solo B:
%qp#200:___________% ⇒solo ( )granular [se<50%]; ( ) fino [se >50%]
se granular:
%ret#4:_______⇒se:(%ret#4)/(%ret#200)>0,5 ⇒( )pedregulho; se <0,5⇒( )areia
( )d10:____ mm; d30:____ mm; d60:____ mm; %silte:_______; %argila:_____%
CC = _________; característica:_______________________________________________
U = _________; característica:________________________________________________
classificação:______________________________________________________________
se fino:
plasticidade:LL=_______%; IP=____________%
pelo Gráfico de plasticidade:
classificação:________________________________________
Características texturais do solo C:
%qp#200:___________% ⇒solo ( )granular [se<50%]; ( ) fino [se >50%]
se granular:
%ret#4:_______⇒se:(%ret#4)/(%ret#200)>0,5 ⇒( )pedregulho; se <0,5⇒( )areia
( )d10:____ mm; d30:____ mm; d60:____ mm; %silte:_______; %argila:_____%
CC = _________; característica:_______________________________________________
U = _________; característica:________________________________________________
classificação:______________________________________________________________
se fino:
plasticidade:LL=_______%; IP=____________%
pelo Gráfico de plasticidade: classificação:_______________________________________
94

NOME:____ gabarito ___________No._____Turma__


Disciplina:_________________DATA:__/__/__Bimestre____
EC ___TEMA:Ensaios Comuns em Geotecnia de Estradas
1. Quais as grandezas que se pode avaliar de um substrato a partir da curva
granulométrica correspondente?
R:______ peso específico natural, CBR, EA, peso esp aparente seco máximo, coesão,
ângulo de atrito (dentre outros) ____________________________________________
2. Quais são os métodos usuais na determinação do teor de umidade e quais suas
características?
Método: característica fundamental:
Infravermelho Preciso e rápido
Estufa Preciso e demorado
fogareiro Rápido mas queima matéria orgânica
Picnômetro Pouco usado em campo
Álcool Rápido mas queima matéria orgânica e
deixa resíduo líquido
speedy Mais usado com erro de 2%
3. A partir do gráfico de pressão por expansão, obtido durante ensaio de determinação
de CBR de solo de subleito de pavimento, determine espessuras mínimas de pavimento
a ser construído sobre o mesmo, com peso esp. médio de 1,95 tf/m3, visando contensão
de expansão a 2% e 0%.
expansão x pressão

5
expansão(%)

0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35
pressão (kgf/cm2)

a. espessura necessária de pavimento para que a expansão do subleito não seja maior
que 2%:___103__________ cm
___coeficiente de segurança: ν=1/2; pressão necessária de confinamento:
0,1 kgf/cm2 = 1 tf/m2; (para expansão máxima 2%)
___hp=p/(µ x γp) = 1/(0,5 x 1,95) = 103 cm_________________________
b. espessura necessária de pavimento para que o subleito não expanda:
____308_________ cm
___ coeficiente de segurança: ν=1/2; pressão necessária de confinamento:
0,3 kgf/cm2 = 3 tf/m2; (para expansão máxima 0%)
________ hp=p/(µ x γp) = 3/(0,5 x 1,95) = 308 cm________________________
95

______________________________________________________________________
c. comente o resultado do item b. quanto ao aspecto custo do pavimento:
_________ excepcionalmente alto, portanto inviável. Pavimentos com espessura até 1 m
são tidos como aceitáveis, apesar da espessura elevada. Além de problemas de custo
excessivo específico podem acarretar problemas com escavação e interferência em redes
públicas ou muito altos, com problemas com estruturas acima do greide do pavimento,
como viadutos __________________________________________________________
d. considerando-se que o pavimento construído sobre o subleito estudado apresente
espessura de 30 cm comente quanto à estabilidade deste.
____ p = Hp x µ x γpav = 0,3 x 0,5 x 1,95 = 0,29 tf/m2 = 0,03 kgf/cm2 ____________
_p = 0,03 kgf/cm2 causa expansão de 3,8 % praticamente o dobro do limite
estabelecido de 2% (que é amplamente utilizado para subleito ou reforço do
subleito) ______________________________________________________________
______________________________________________________________________
4. Determine o CBR do subleito estudado no item 3, para o gráfico da figura abaixo:
expansão x pressão
CBRsbl = ___ 57 _____ %
___ p0,1” = 40 kgf/cm2________
80 __________________________
pressão(kgf/cm2)

70
60
50
_ CBR = 40/70 = 0,57 = 57 % __
40 __________________________
30
20 __________________________
10
0 __________________________
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 __________________________
penetração ( " )
__________________________

5. Determine o CBR do subleito do item 3, supondo que se obteve em campo: γd=1,78


tf/m3 após compactação "no ramo úmido". Considere o gráfico de CBR 5 pontos:
Capacidade de suporte - CBR curva de compactação de campo

11 1,9
p.esp.ap. seco de

10
campo(tf/m3)

9 1,8
CBR (%)

8
1,7
7
6 1,6
5
4 1,5
15 17 19 21 23 25 27 15 17 19 21 23 25 27
w de moldagem (% ) w (% )

CBR=___7,5 _____________%
_____com o peso específico 1,79 tf/m3 determina-se o teor de umidade de campo; 23%.
Com o teor de umidade de campo estabelece-se o provável valor de índice de suporte
califórnia CBR igual a 7%___________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
96

NOME:____ gabarito ___________No._____Turma__


Disciplina:_________________DATA:__/__/__Bimestre____
EC ___TEMA:Classificação dos Solos pela AASHTO
1. Determine o IG - índice de grupo - por método analítico, de cada solo ensaiado por
peneiramento e sedimentação conforme resultados abaixo, após unir os pontos
correspondentes de cada curva granulométrica.
#200 #40 #10
↓ ↓ ↓
100
80
60

%qp solo B
40

solo A
solo C
20
0

0,001 0,01 0,1 1 10


diâmetros (mm)

argila___________|__silte_________|_a. fina_____|_areia média___|_AG__|pedregulho


ABNT
Plasticidade dos solos:
características↓/solos A B C

LL 55 9 15
LP 39 - 10
LC 15 - 5
Índice de grupo:
solo: a b c d IG qualidade:
A P-35= 57- 40 55-40=15 16-10=6 8,45→9 Regular
35=22
B 0 0 0 0 0 Excelente
C 0 0 0 0 0 excelente
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2. Determine o IG dos solos A,B, C do item 1 por Método Gráfico:
97

solo: IG1 IG2b IG


A 6 2,5 9
B 0 0 0
C 0 0 0

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Classifique os solos A,B,.C do item 1 pela Classificação da AASHTO:

solo P10 P40 P200 LL IP IG


A 100 95 57 55 16 9
B 100 85 0 9 - 0
C 85 45 10 45 5 0

solo: Class.AASHTO qualidade:


A A-7-5 BAIXA
B A-3 ALTA; SEM CONFINAMENTO
C A-1-b MUITO ALTA

4. Características dos solos:


solo: Class.AASHTO características:
A A-7-5 FINO, ARGILOSO
B A-3 GRANULAR, AREIA FINA
C A-1-b GRANULAR, PEDREGULHOS COM FINOS
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5. Cite características plásticas e texturais dos solos dos seguintes grupos:
solo: Class.AASHTO características:
A-7-6 ARGILA MUITO PLÁSTICA, ARGILA
GORDA
A-2-f AREIA SILTOSA, AREIA COM FINOS
A-4 SILTE POUCO PLÁSTICO, POUCO
EXPANSIVO
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
98

NOME:___gabarito_____________No._____Turma__
Disciplina:_________________DATA:__/__/__Bimestre____
EC ___TEMA: Classificações Granulométrica e de Casagrande
1. Determine as frações dos solos abaixo e estabeleça a nomenclatura:
100
80
60

%qp
solo B
40

solo A
solo C
20
0

0,001 0,01 0,1 1 10


diâmetros (mm)

argila___________|__silte_________|_a.fina_____|_areia média___|_AG__|pedregulho
ABNT
Frações e nomenclatura do solo A:
argila:__60____% silte:_40__ % areia fina:_-_% areia média:_ -___% areia grossa:_ -__%
pedregulho:_ -__%. Nomenclatura:_ARGILA SILTOSA_____________________
Frações e nomenclatura do solo B:
argila:__ -_____% silte:_ -_ % areia fina:_43_% areia média:_57_% areia grossa:_ -__%
pedregulho:_ -__%. Nomenclatura:______AREIA MÉDIA A FINA______________
Frações e nomenclatura do solo C:
argila:__ - ___% silte:_6__ % areia fina:_19_% areia média:_58_% areia grossa:_12_%
pedregulho:_5__%. Nomenclatura:____AREIA SILTOSA COM PEDREGULHOS__
2. Classifique os solos A, B e C do item 1 pela Classificação de Casagrande, considerando,
além da granulometria, seus valores de plasticidade:
características↓/solos A B C

LL 65 9 15
LP 40 - 10
Características texturais do solo A:
%qp#200:_100_______% ⇒solo ( )granular [se<50%]; ( X fino [se >50%]
se granular:
%ret#4:_______⇒se:(%ret#4)/(%ret#200)>0,5 ⇒( )pedregulho; se <0,5⇒( )areia
( )d10:____ mm; d30:____ mm; d60:____ mm; %silte:_______; %argila:_____%
CC = _________; característica:_______________________________________________
99

U = ______; característica:____________________________________________
classificação:______________________________________________________________
se fino:
plasticidade:LL=_65____%; IP=_____25_____%
pelo Gráfico de plasticidade:
classificação:_______________OH/MH____________________
Características texturais do solo B:
%qp#200:___0_______% ⇒solo ( X)granular [se<50%]; ( ) fino [se >50%]
se granular:
%ret#4:_0_____⇒se:(%ret#4)/(%ret#200)>0,5 ⇒( )pedregulho; se <0,5⇒( X)areia
( )d10:_0,12 m ; d30:_0,21___ mm; d60:_0,3___ mm; %silte:_0_____; %argila:__ 0___%
CC = __1,23____; característica:_se U>6 com Cc entre 1 e 3 seria bem graduado.
Contudo, mal graduado.
U = ___2,5___; característica:_____menor que 6: uniforme______________________
classificação:_______areia mal graduada_______________________________
se fino:
plasticidade:LL=_______%; IP=____________%
pelo Gráfico de plasticidade:
classificação:________________________________________
Características texturais do solo C:
%qp#200:___8_______% ⇒solo ( X )granular [se<50%]; ( ) fino [se >50%]
se granular: 5/92 = 0,05
%ret#4:__5_____⇒se:(%ret#4)/(%ret#200)>0,5 ⇒( )pedregulho; se <0,5⇒( X )areia
( )d10:_0,075___ mm; d30:_0,3___ mm; d60:_0,6___ mm; %silte:_6______;
%argila:__0___%
CC = ___2_____; característica:___coef de curvatura entre 1 e 3; bem graduado_____
U = ____8____; característica:____U>6; desuniforme________________________
classificação:_______SW_____________________________________________________
__
se fino:
plasticidade:LL=_______%; IP=____________%
pelo Gráfico de plasticidade: classificação:_______________________________________
100

NOME:____________________No._____Turma__
Disciplina:_________________DATA:__/__/__Bimestre____
EC ___TEMA:
1.
R:______________________________________________________________
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2.
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3.
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________________________________________________________________________
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101

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102

NOME:____________________No._____Turma__
Disciplina:_________________DATA:__/__/__Bimestre____
TEMA:____________________
Esta folha poderá ser utilizada em provas práticas ou para elaboração de exercícios. Poderá ser copiada
manualmente e não mecanicamente. Poderá apresentar: Equações e unidades, princípios teóricos e
práticos, exemplos de aplicação.

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Esta folha não será recolhida pelo Professor, salvo em casos excepcionais. Poderá ser reutilizada em
provas subseqüentes.A TITULARIDADE E O USO DO RESUMO SÃO INTRANSFERÍVEIS.

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