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CONSERVAÇÃO DE VIAS

➢Unidade 03b: A Manutenção e o Desempenho das Rodovias


3.3 - Evolução e Interação de defeitos;
3.4 - Estágio recomendado para execução de restauração.
Professor: Ricardo Alcântara
Turma:20231.ETRANS.9M
As curvas típicas de deformação

Tipos de curvas de afundamento nas trilhas de roda considerando os efeitos de umidade e conservação
Curva A: representa um pavimento adequado em termos de espessuras e
tipos de materiais utilizados.

Curva B: essa curva apresenta o comportamento de um pavimento que


não está adequado em termos de espessuras ou qualidade dos materiais,
onde a fluência plástica predomina (pavimento subdimensionado ou
utilização de asfalto de baixa viscosidade e camada asfáltica muito espessa).

Curva C ou D: quando aparecem as trincas e a água ingressa em um


pavimento do tipo A, sem a conservação adequada, verifica-se que a
velocidade com que a deformação cresce tende a apresentar um
comportamento similar ao da curva C ou D.

Curva E: Pavimentos com problemas sazonais de temperatura e


umidade podem apresentar deformações que caracterizam a curva E.
✓ Os tipos mais importantes de defeitos a se levar
em consideração são:

a. Trincamento (principalmente por fadiga)


b. Desagregação
c. Panela
d. Afundamento nas trilhas de roda
e. Irregularidade Longitudinal
f. Resistência à Drenagem
✓ O Trincamento, a Desagregação e a Panela
são frequentemente denominados defeitos de
superfície por se originarem e se desenvolverem
dentro ou próximo da camada do revestimento.

✓ Esses defeitos são caracterizados por duas


fases de desenvolvimento:
1. Fase inicial: o defeito não pode ser visualizado na
superfície do pavimento;
2. Fase de evolução: os defeitos se desenvolvem
progressivamente em termos de extensão e
severidade.
O início dos defeitos é definido pela época em que é possível identifica-los
visualmente nos levantamentos de campo.
A intensidade é geralmente expressa em percentual de área do pavimento
afetada pela deficiência.
✓ A desagregação e as panelas
se desenvolvem pelo
arrancamento do material da
camada de revestimento;
✓ A severidade é uma função da
profundidade atingida pela
deterioração.
O afundamento
nas trilhas de
roda e a
irregularidade
longitudinal
normalmente se
desenvolvem
através da
deformação
permanente dos
materiais
constituintes das
camadas
inferiores dos
pavimentos.
✓ Ambas as situações “c” e “d” se
desenvolvem progressivamente a
partir do início da ação do tráfego,
e sua progressão pode ser
acelerada pelo enfraquecimento do
pavimento devido ao trincamento.
✓ Os defeitos guardam uma
interdependência entre si;

✓ Assim, desde que não sejam adotadas


ações corretivas, passa a se
desencadear uma superposição de
efeitos com resultados desastrosos para
o pavimento.
Interação entre os Defeitos
Na faixa AB (prolongável até o ponto C) o pavimento desfruta da devida
habilitação para oferecer condições de tráfego atendendo aos competentes
preceitos técnicos-econômicos.
❑ O pavimento é considerado para uma perspectiva
de longo prazo, por questões de ordem técnico-
econômica, é dimensionado para atender a ciclos
de vida de média duração (8 a 10 anos).

❑ Os ciclos de vida então se sucedem e a cada


renovação são dimensionados com base no valor
estrutural (residual) do pavimento remanescente
e nos valores dos parâmetros do tráfego
esperado para o novo ciclo.
❑ Para cada ciclo de vida, o desempenho do pavimento
é previsível: as ações interativas do “Tráfego + Meio
Ambiente” sobre o pavimento se iniciam logo após a
abertura para o tráfego, iniciando-se também as
deteriorações.
❑ Ao se aproximar do final do Ciclo, embora
desfrutando de alguma Habilitação, o pavimento passa
a apresentar um desempenho próximo de sua
condição limite permissível.
❑ A partir daí o processo de deterioração tenderá a
crescer de forma acentuada, vindo a tornar a operação
da Rodovia anti-econômica.
❑ A partir do início da deterioração deve ser
projetado e executado o novo dimensionamento
do pavimento de sorte a se atender a um novo
ciclo de vida, repetindo-se então, o processo.

❑ O procedimento para isso se distribuirá em:


- Recapeamento do pavimento
- Reconstrução (Total ou Parcial) do Pavimento.
➢ A conservação rodoviária não deve ser considerada
como um recurso temporário, mas como um
investimento aplicado na infraestrutura rodoviária e
na garantia contra uma restauração dispendiosa.

➢ Neste sentido, cabe enfatizar a importância das


atividades de conservação, pois, se for efetuada a
conservação rotineira adequada, mais a conservação
periódica oportuna do pavimento, uma rodovia
pavimentada nunca se deteriorará até chegar ao mal
estado, em que é necessária a reconstrução do
pavimento.
➢ REMENDOS

▪ Os remendos são geralmente realizados por


meio da colocação ou preenchimento com
misturas betuminosas em buracos
produzidos naturalmente pela deterioração.
▪ O remendo pode ser superficial ou profundo,
sendo completamentado pela compactação
apropriada, selagem dos bordos e limpeza.
▪ Superficiais: são aqueles que selam
provisoriamente as trincas incipientes e evitam a
penetração de umidade no pavimento.

▪ Profundos: são utilizados para que os reparos


executados no pavimento sejam mais
permanentes. O material da área a ser reparada
deverá ser retirado até a profundidade necessária
para atingir uma fundação firme.
▪ A execução de remendos é apropriada para as
seguintes situações:
a. Reparo de panelas ou buracos;
b. Recomposição de segmentos com trincamento por
fadiga;
c. Reconformação da superfície ou reparos localizados
para a regularização prévia da superfície.
▪ Os buracos ou panelas são rupturas estruturais
localizadas, que iniciam numa região que está
mais enfraquecida do que o seu entorno.
▪ Os buracos que ocorrem nos pavimentos de
concreto asfáltico representam a degradação
pontual do pavimento e afetam diretamente a
segurança do tráfego.
▪ Não sendo reparados, rapidamente conduzirão à
decomposição dos trechos adjacentes, vindo a
comprometer ainda mais seriamente a rodovia.
▪ O principal responsável pela ocorrência de
panelas está geralmente relacionado com o
subdimensionamento da estrutura do pavimento.
▪ As principais causas da ocorrência de buracos
são:
a. excesso de carga por eixo dos veículos;
b. deficiência de projeto;
c. deficiências construtivas;
d. ação da água devido à infiltração.
▪ O perfil longitudinal da superfície ou do
revestimento de um pavimento em uso, em geral,
sempre apresenta deficiências.
▪ A reconformação ou reparos localizados
consiste na aplicação de uma fina camada de
mistura e/ou remendos localizados (em áreas
mais irregulares), que não requerem preparos
prévios no pavimento.
▪ Pode ser aplicada para corrigir as deformações
e melhorar o conforto ao rolamento.
▪ Os pavimentos flexíveis podem desenvolver
trincas de fadiga ou couro de jacaré quando
são estruturalmente inadequados para as
cargas de tráfego a que estão sujeitos.

▪ Estes pavimentos requerem melhoria


estrutural, frequentemente por meio de
camada(s) asfáltica(s) adicional(is),
reforço ou recapeamento.
▪ Consiste no enchimento de trincas e fissuras do
revestimento com materiais como cimentos
asfálticos, asfaltos diluídos, emulsões ou
selantes especiais, para impedir a penetração de
água nas camadas inferiores.
▪ Esse processo pode ser realizado por meio da:
a. remoção de materiais incompressíveis e a
prevenção contra infiltrações;
b. redução da infiltração de água pela redução ou
eliminação das aberturas das trincas.
▪ Os principais pontos de infiltração de água
superficial devem ser selados para garantir que
os defeitos relacionados a umidade não induzam à
ruptura do pavimento.
▪ Estes locais podem ser:
a. junta longitudinal de pavimentação entre pista e
acostamento;
b. junta longitudinal de pavimentação entre faixas de
tráfego;
c. todas as trincas no revestimento do pavimento.
▪ Orientações do “Federal Highway Administration” (divisão do
Departamento de Transportes dos EUA, especializado no
transporte rodoviário):
a. executar a análise quanto ao trincamento p/ determinar
se a selagem de trincas é eficiente. Em geral, somente
as trincas transversais, longitudinais e as trincas
entre pista e acostamento devem ser seladas;
b. trincas com largura entre 4 mm e 20 mm que ainda não
estão lascadas devem ser limpas e seladas;
c. trincas mais estreitas que 4 mm e não lascadas não
devem ser seladas, pois geralmente não são profundas
e não causam, ainda, a degradação, não resultando ou
pouco resultando a aplicação da selagem.
d. devem ser reparadas com remendos asfálticos
superficiais as trincas com abertura maiores que 20
mm ou lascadas.
✓ Compreende um conjunto de operações realizadas com o
objetivo de evitar o surgimento ou agravamento de
defeitos.
✓ Geralmente envolvem aplicação de uma camada delgada
de mistura asfáltica ou tratamento superficial simples.
✓ Tais atividades têm como finalidade melhorar ou
proteger a superfície do pavimento e não acrescer sua
capacidade estrutural.
a. Melhoria da superfície excessivamente desgastada: os novos agregados
incorporados na superfície do pavimento promoverão melhores características
de durabilidade e atrito;

b. Selagem das trincas: as selagens ou recapeamentos esbeltos contém teor


suficiente de asfalto para cobrir e selar as pequenas trincas.

c. Impermeabilização do pavimento: ao selar o revestimento (particularmente


trincas), restringirá a infiltração de água e reduzirá a taxa de deterioração do
pavimento.

d. Melhoria das características de drenagem e de atrito do Revestimento:


alguns tratamentos de superfície são concebidos especificamente para reduzir
hidroplanagem e o número de acidentes em pista molhada.

e. Reparo/prevenção o desgaste e da oxidação do pavimento: pode ser


realizado mediante o rejuvenescimento da superfície por meio de incorporação
de camadas ou tratamentos asfálticos.

f. Melhoria da aparência do revestimento: tratamento de superfície provê uma


solução simples e eficiente para cobrir deficiências (remendos, selagem de
trincas e outras atividades de reabilitação).

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