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GESTÃO DE

PAVIMENTOS

Prof. Heber Oliveira


Sumário
1. Introdução e Histórico Brasileiro
2. Atividades Básicas da Gerência de Pavimentos
3. Identificação de Defeitos
4. Avaliações de pavimentos: objetiva, funcional,
segurança e estrutural
5. Técnicas de Restauração
6. Avaliação Econômica
IDENTIFICAÇÃO DE
DEFEITOS
Defeitos
Defeitos
Defeitos
Defeitos
Defeitos
Conceituação

Os Defeitos de Superfície são os danos ou


deteriorações na superfície dos pavimentos
asfálticos que podem ser identificados a olho
nu e classificados segundo uma terminologia
normalizada.
Finalidades

• O levantamento dos Defeitos de Superfície é realizado para


poder avaliar o estado de conservação dos pavimentos
asfálticos.

• Em caso de necessidade de Restauração do pavimento, a


análise dos defeitos embasa o diagnóstico do problema para
subsidiar uma solução tecnicamente adequada.

• Em caso de Gerência de Pavimentos ou de Manutenção, o


conjunto de defeitos de um dado trecho pode ser resumido
por índices que auxiliem na hierarquização de necessidades e
alternativas.
Defeitos de Pavimentos

 Danos Precoces: aparecem nos primeiros meses


até cerca de um ou dois anos após a execução do
pavimento.

 Danos de Médio e Longo Prazos: ocorrem após


anos de operação da via até o final da vida útil
estipulada em projeto.
Os Defeitos de Pavimentos
Asfálticos decorrem de...
Os defeitos de pavimentos asfálticos decorrem de:

1. Erros de projeto.

2. Erros ou inadequações na seleção de materiais ou na


dosagem de materiais.

3. Erros ou inadequações construtivas.

4. Erros ou inadequações nas alternativas de conservação e


manutenção.
Os Defeitos de Pavimentos Asfálticos
decorrem de...
1. Erros de projeto
 Exemplo: Dificuldade de prever tráfego real que atuará no período de
projeto por:

– Falta de contagens e dados de tráfego local e de utilização das


vias da região;

– Falta de planejamento estratégico regional, levando ao


desconhecimento das perspectivas de crescimento real;

– Uso não previsto em projeto (uso como via alternativa pelo


maior conforto ao rolamento ou por não ser pedagiada), levando
em geral ao excesso de tráfego.
Os Defeitos de Pavimentos Asfálticos
decorrem de...
1. Erros de projeto
 Exemplo: Erros ou problemas no dimensionamento estrutural:
– Incompatibilidade estrutural entre as camadas gerando fadiga precoce
dos revestimentos (ex: revestimento asfáltico com módulo de resiliência
muito elevado – alta rigidez, e muito delgado sobre camadas muito
resilientes ou elásticas, com alta deflexão);

– Especificação de material inexistente ou de difícil disponibilidade local,


obrigando a substituições incorretas durante a obra;

– Concepção estrutural que permita aprisionamento de água na estrutura


de pavimento (ex: base drenante sobre subleito impermeável,
acostamentos com base impermeáveis e falta de drenagem apropriada);

– Sub-dimensionamento estrutural.
Os Defeitos de Pavimentos Asfálticos
decorrem de...
2. Erros ou inadequações na seleção de materiais ou na
dosagem de materiais
 Exemplos:
– Seleção incorreta de solo para reforços de subleito(ex: solos
muitos resilientes).
– Seleção imprópria de agregados e de graduação para compor
bases e sub-bases (ex: escoria de aciaria ainda apresentando
expansibilidade; agregados de capa de pedreiras).
– Seleção imprópria do tipo de solo ou dosagem inadequada para
solo-brita (ex: dosagem inexeqüíveis em campo).
– Dosagem errada de materiais estabilizados com cimento ou cal.
Os Defeitos de Pavimentos Asfálticos
decorrem de...
2. Erros ou inadequações na seleção de materiais ou na dosagem
de materiais
 Exemplos:
– Dosagem errada do teor de ligante asfáltico de misturas asfálticas:
 excesso de ligante, causando fluência excessiva, escorregamentos de
massa, exsudação ou deformação permanente;

 falta de ligante, causando excesso de vazios com ar e desagregação ou


trincamento precoces.
– Variações de materiais e teores durante usinagem.
– Uso de ligante inadequado para as condições ambientais ou de tráfego
– Uso de temperatura inadequada na usinagem das misturas.
– Uso de faixa granulométrica inadequada
Os Defeitos de Pavimentos Asfálticos
decorrem de...
3. Erros ou inadequações construtivas
 Exemplos:

– Falta de compactação apropriada das camadas, causando


deformações e afundamentos excessivos ou rupturas localizadas.

– Técnica de compactação inadequada, com uso de equipamentos de


baixa eficiência.

– Compactação de misturas asfálticas em temperaturas inadequadas,


ou variabilidade de temperatura na massa asfáltica durante o
processo de compactação.

– Erros nas taxas de imprimação impermeabilizante ou ligante.


Os Defeitos de Pavimentos Asfálticos
decorrem de...
4. Erros ou inadequações nas alternativas de conservação
e manutenção

 Exemplos:
– Reforço de revestimento asfáltico delgado e rígido sobre
pavimento muito trincado, possibilitando rapidamente a
reflexão de trincas.

– Uso de tratamentos superficiais delgados para redução de


irregularidade.

– Uso de revestimentos asfálticos permeáveis sobre pavimento


trincado sem tratamentos de impermeabilização
Importância do Diagnóstico
Geral
Importância da busca das prováveis causas:

• Verificação “in situ” dos problemas do trecho ou da via, e


das condições geométricas, dos taludes e de drenagem.

• Levantamento de dados climáticos, de tráfego e de mapas


geológicos, pedológicos ou geotécnicos.

• Levantamento de memórias técnicas e de relatórios de


projeto e de controle.

• Estabelecimento de cenário global de defeitos e relação com


todos os dados.
Métodos de Levantamento
Sistemático de Defeitos de Superfície
em Pavimentos Flexíveis e
Semirrígidos.
Normas

Métodos de Levantamento Sistemático de Defeitos de Superfície


em Pavimentos Flexíveis e Semirrígidos:

 Norma DNIT 005/2003 – TER (substituindo DNER-TER


01-78) - Defeitos nos pavimentos flexíveis e
semirrígidos: terminologia.

 Norma DNIT 006/2003 – PRO (substituindo a DNER PRO


08-94) - Avaliação objetiva da superfície de pavimentos
flexíveis e semirrígidos: procedimento.
Tipos de Defeitos

A. Fendas (fissuras e trincas) – DNIT 005/2003 TER

 Qualquer descontinuidade na superfície do pavimento que


conduza a aberturas de menor ou maior porte:

– Fissuras: fenda de largura capilar, perceptível a olho nu


apenas a distâncias inferiores a 1,5 metros.

– Trinca: fenda facilmente visível a olho nu.


Tipos de Defeitos

A. Fendas: Tipos

 Fissura (FI).

 Trinca Longitudinal Curta (TLC) ou Longa (TLL).

 Trinca Transversal Curta (TTC) ou Longa (TTL).

 Trincas Interligadas tipo “Couro de Jacaré”, sem erosão


acentuada nas bordas (J) ou com erosão (JE).

 Trinca Isolada de Retração (TRR).

 Trincas Interligadas tipo “Bloco”, sem erosão acentuada nas


bordas (TB) ou com erosão (TBE).
Tipos de Defeitos

A. Fendas: Classe das Fendas

 FC-1: trincas cujas aberturas são menores que 1,0mm.

 FC-2: trincas cujas aberturas são superiores a 1,0mm, sem erosão


nas bordas.

 FC-3: trincas cujas aberturas são superiores a 1,0mm, com erosão


nas bordas.
Fissuras e Trincas

TLC - Trinca isolada Longitudinal Curta


(até 100 cm de extensão)
TRR - Trinca de Retração Térmica
(temperaturas baixas)
Trincas

TLL - Trinca
Longitudinal Longa
(devido ao tráfego)
TLL - Trinca Longitudinal Longa
(junta construtiva)

Trincas
TLL - Trinca Longitudinal Longa
(Movimentação do aterro)
Trincas

TLL - Trinca Longitudinal Longa


(Problemas de drenagem e infiltração de água)
Trincas

TLL - Trincas Longitudinais Longas – FC2


(ruptura por solicitação do tráfego: queda de
resistência da base por aumento de umidade
vinda do acostamento permeável)
Trincas
Trinca não atribuída à fadiga -
Reflexão das trincas da base

TBE - Trinca interligada de Bloco com Erosão TB - Trinca interligada de Bloco


Base de solo-cal sem erosão
Base de solo-cimento
Trincas
Trinca não atribuída à fadiga -
Reflexão de base

TB - Trinca interligada
de Bloco sem erosão
Base de
paralelepípedos
Trincas
Reflexão de trincas da base – revestimento asfáltico
sobre antigas placas de concreto de cimento Portland
Trincas
Trincas interligadas -
“jacaré” decorrentes de fadiga

Vista Geral Detalhe

J - trinca interligada “Jacaré” sem erosão


Trincas

erosão

JE - trinca interligada “Jacaré” JE - trinca interligada


com Erosão acentuada “Jacaré” com início de
Erosão nas bordas
Tipos de Defeitos

B. Afundamentos – DNIT 005/2003 TER


 Devido à fluência plástica de uma ou mais camadas, ou ainda do
subleito:
 Local: afundamento localizado, atingindo extensão de até 6
metros;
 Trilha: afundamento localizado na região de trilhas de roda, com
mais de 6 metros de extensão.

 Devido à consolidação diferencial ocorrente em camadas do


pavimento ou do subleito:
 Local: afundamento localizado, atingindo extensão de até 6
metros;
 Trilha: afundamento localizado na região de trilhas de roda, com
mais de 6 metros de extensão.
Tipos de Defeitos

B. Afundamentos – DNIT 005/2003 TER

ATP - Afundamento na Trilha Plástico


Afundamentos Plásticos
Longitudinais nas Trilhas de Roda

ATP - Afundamento na Trilha Plástico


Afundamentos Plásticos
Longitudinais nas Trilhas de Roda

ATP - Afundamento na Trilha Plástico


Afundamentos Plásticos
Longitudinais nas Trilhas de Roda

ATP - Afundamento na Trilha Plástico


Afundamentos
Plásticos
Localizados

ALP - Afundamento
Local Plástico

Foto: Patricia Barboza da Silva


Afundamentos de Consolidação
nas Trilhas de Roda

ATP -
Afundamento
em Trilha por
Consolidação
Afundamentos de Consolidação
Localizados

ALC - Afundamento
Local de
Consolidação

Foto: Edson de Moura


Escorregamento de
“Massa” devido à Fluência
E - Escorregamento
Escorregamento do Revestimento por Deficiência
na Pintura de Ligação
E - Escorregamento
Exsudação do Ligante
Asfáltico
EX - exsudação

Foto: Edson de Moura


Corrugação e Ondulação

O - corrugação
(pequeno comprimento de onda:
ordem de centímetros)
(principalmente por fluência ou instabilidade)

O - ondulação
(grande comprimento de onda:
ordem de metro)
(principalmente por
adensamento diferencial do
subleito ou drenagem deficiente
do subleito)
Corrugação
O - corrugação
(pequeno comprimento de onda:
ordem de centímetros)
Descolamento devido a Problemas de
Adesividade entre Ligante Asfáltico e Agregado

D - Descolamento
Desagregação ou Desgaste
Polimento de Agregados

D - Desgaste – remoção
de ligante e mástique

Foto: Patrícia Barboza da Silva


Desagregação ou Desgaste
Polimento de Agregados

D - Desgaste – remoção
de ligante e mástique
Desagregação ou Desgaste
Polimento de Agregados

D - Desgaste – remoção
de ligante e mástique
e Polimento do agregado
Panelas

P - Panela ou buraco
Panelas

P - Panela ou buraco
(remoção do revestimento asfáltico
da camada asfáltica subjacente)
Panelas

P - Panela ou buraco
(remoção do tratamento superficial asfáltico da base)
Remendos
RS - Remendo Superficial
RP - Remendo Profundo
P - Panela

Foto: Daniel Rodrigues Aldiguieri

R - Remendo R - Remendo
Remendos

R - Remendo
Remendos
R - Remendo (em grandes áreas)
Outros Defeitos que Não Constam da Norma
DNIT 005/2003 TER
 Segregação - concentração de agregados graúdos decorrente de
separação dos mesmos do mástique asfáltico.

 Bombeamento de finos - surgimento de finos na superfície, que


sobem pela ação da água, que, sob pressão devido ao tráfego,
vem à superfície pela trincas do revestimento asfáltico.

 Falha de bico em tratamentos superficiais - gerado pela


ausência ou redução de taxa de emulsão ou CAP nos
tratamentos superficiais, provocando o desprendimento de
agregados.
Segregação
Concentração de agregados graúdos decorrente de separação dos
mesmos do mástique asfáltico – por problemas de graduação, usinagem
ou temperatura heterogênea na aplicação

Segregação
Bombeamento de Finos
Finos

Foto: Patrícia Barboza da Silva Foto: Valmir Bonfim


Falha de Bico – Redução ou Ausência Localizada de
Ligante Asfáltico

Falha
(falta ligante para
fixar os agregados)
Redução ou Ausência Localizada de Ligante Asfáltico – Falta
de Fixação dos Agregados

Pneus de
caminhões
passaram sobre
– a emulsão logo
após aplicação
Afundamento por Consolidação
Diferencial

Local de recalque
(galeria de água canalizada e pista com consolidação)
Métodos de Levantamento
Sistemático de Defeitos de Superfície
em Pavimentos Rígidos.
Normas

Métodos de Levantamento Sistemático de Defeitos de Superfície


em Pavimentos Rígidos:

 Norma DNIT 061/2004 – TER – Pavimento rígido –


Defeitos – Terminologia.

 Norma DNIT 062/2004 – PRO – Pavimento rígido –


Avaliação objetiva – Procedimento.

 Norma DNIT 063/2004 – PRO – Pavimento rígido –


Avaliação subjetiva – Procedimento.
Alçamento de placas
Fissuras de canto
Placa dividida
Escalonamento ou degrau nas juntas

Caracteriza-se pela ocorrência de deslocamentos


verticais diferenciados e permanentes entre uma
placa e outra adjacente, na região da junta.
Falha na selagem das juntas
Desnível pavimento-acostamento

É o degrau formado entre o acostamento e a


borda do pavimento, geralmente acompanhado
de uma separação dessas bordas.
Fissuras lineares

São fissuras que atingem toda a espessura da placa de


concreto, dividindo-a em duas ou três partes. Quando
as fissuras dividem a placa em quatro ou mais partes, o
defeito é denominado de “placa dividida”.

Como “fissuras lineares” enquadram-se:


Fissuras transversais
Fissuras longitudinais
Fissuras diagonais
Grandes reparos
Pequenos reparos
Desgaste superficial
Bombeamento

Consiste na expulsão de finos plásticos existentes no solo


de fundação do pavimento, através das juntas, bordas ou
trincas, quando da passagem das cargas solicitantes.

Os finos bombeados tem a forma de uma lama fluida,


sendo identificados pela presença de manchas terrosas
ao longo das juntas, bordas ou trincas.
Quebras localizadas
Passagem de nível

São defeitos que ocorrem em passagens de nível,


consistindo de depressões ou elevações próximas
aos trilhos.
Fissuras superficiais
Fissuras de retração plástica
Esborcinamento ou quebra de canto
Esborcinamento de juntas
Placa bailarina
Assentamento
Buracos
GESTÃO DE
PAVIMENTOS

Prof. Heber Oliveira

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