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Iniciaۥo ao Futebol

Sumário:

HISTÓRIA DO FUTEBOL 2
FUTEBOL NO BRASIL 5
REGRAS DO FUTEBOL 8
O Árbitro 14
REGULAMENTO INTERNACIONAL 26
ESCOLINHA DE FUTEBOL 30
METODOLOGIA DE TREINO 32
ETAPAS DE ENSINO 39
TESTE INDIVIDUAL 42
CHUTE DE BICICLETA 45

HISTÓRIA DO FUTEBOL

Descobertas arqueológicas revelaram a existência de um jogo de bola


praticado com o pé há mais de trinta séculos, no Egito e na Babilônia. Um
jogo similar ao futebol, denominado tsu-chu ("golpe na bola com o pé"),
era praticado pelos chineses em 2.600 a.C. Mais ou menos nessa época,
praticava-se um esporte semelhante no Japão, o kemari, cujo objetivo
principal era não deixar a bola cair no chão, desenvolvendo, assim, a
técnica de controlá-la com os pés.

Na Europa, sabe-se que os gregos, por volta do séc. IV a.C., praticavam


um esporte que consistia basicamente em conduzir uma bola com os pés,
o epyskiros. É provável que os romanos tenham copiado os gregos
quando criaram, séculos mais tarde, o harpastum, jogo de características
muito semelhantes ao epyskiros. No harpastum, o campo era retangular,
com áreas demarcadas, as quais definiam as posições dos jogadores de
ataque e defesa. Em seu processo de expansão, os romanos levaram o
jogo de bola a outras regiões européias. Ao que tudo indica, foram eles os
introdutores do "futebol" na Gália e na Bretanha, apesar de alguns
historiadores afirmarem a existência, nesta última, de um futebol nativo,
de origem meio lendária e meio cívica.

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Durante a Idade Média, o jogo de bola era muito disputado na Gália (onde
tinha o nome de soule), em Flandres e na Picardia. Na Itália, o futebol
surgiu no séc. XVI com o nome de giuoco di calcio, e era jogado uma vez
por ano pelos nobres de Florença e Siena. Cada equipe tinha vinte e sete
jogadores, divididos em quatro setores: três zagueiros recuados, quatro
zagueiros avançados, cinco médios e quinze atacantes. Com apenas um
ponto, a partida era encerrada.

Foi na Inglaterra, porém, que o futebol atual tomou forma. Por muito
tempo, o esporte foi combatido pelas autoridades devido à sua extrema
violência. A Idade Média inglesa está pontilhada de episódios violentos,
muitos incluindo mortes ocorridas durante partidas de futebol. Em 1313,
uma lei determinou a proibição do jogo de bola em Londres, alegando que
este causava grandes transtornos na vida da cidade. Além de violento, o
futebol, por ser muito popular entre o povo, poderia desviar a atenção dos
soldados ingleses dos esportes mais de acordo com os treinamentos
militares (arco-e-flecha, esgrima, arremesso de lança).

Devido às proibições, o futebol sofreu uma série de modificações na


Inglaterra, transformando-se em um esporte menos rude, já no séc. XVII.
Carlos II foi o primeiro rei inglês a permitir, em 1660, a prática do futebol,
autorizando seus soldados a enfrentarem os homens do duque de
Albermale, em um jogo de bola.

No início do séc. XIX, Thomas Arnold, encarregado de reformular o ensino


superior inglês, introduziu a prática de diversos esportes — entre os quais
o futebol — no currículo universitário. A realização de competições
esportivas propagou-se em todos os níveis do ensino na Inglaterra. Em
1843, um grupo de estudantes de medicina criou o primeiro time de
futebol fora das universidades, o Guy's Hospital Football Club.

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Na primeira década do séc. XIX, muitas escolas inglesas já realizavam
disputas de um jogo semelhante ao futebol moderno. Em cada uma
dessas escolas, o futebol foi recebendo uma série de regras, que
alteravam e desenvolviam o jogo. A mais antiga regulamentação escrita
sobre o futebol foi a de Rugby: As leis do futebol baseadas nas regras do
jogo como é jogado na escola de Rugby, aprovadas em 1846.

O futebol jogado em Rugby tinha uma característica que o distinguia do


praticado nas outras escolas: os jogadores podiam pegar a bola com as
mãos e carregá-la por todo o campo, enquanto as outras modalidades de
futebol permitiam o uso das mãos apenas para reter uma bola alta, tendo
o jogador, assim que a retivesse, que colocá-la no chão e chutá-la, sem
poder carregá-la ou impulsioná-la com a mão.

Em outubro de 1848, uma associação de escolas reuniu-se no Trinity


College, em Cambridge, e elaborou um conjunto de regras: as quatorze
regras de Cambridge. Em 1863, os representantes dos clubes de futebol
ingleses fundaram a Football Association, a partir de uma reunião
realizada na taverna Freemason's, e redigiram um código de leis para o
esporte, num total de treze itens. Essas regras sofreram sucessivas
alterações até chegarem aos dezessete itens que formam hoje as leis do
jogo.

Nos jogos que antecederam o futebol moderno, a união dos esforços


individuais se dava sem uma tática coletiva, predominando a
improvisação. Antes de 1880, praticamente não havia um sistema de
jogo. As equipes eram constituídas por um goleiro e dez jogadores que
atuavam apenas como atacantes. Em 1872, a Football Association
introduziu a disputa internacional, com um jogo entre Escócia e
Inglaterra, na cidade de Glasgow. Foi a primeira partida entre seleções
nacionais da história do futebol. Nesse mesmo ano, o futebol chegou à
França. O futebol profissional começou em 1885 na Inglaterra e, em
1888, doze clubes fundaram a Liga de Futebol da Inglaterra.

A difusão do futebol pelo mundo foi muito rápida. Em 1865, emigrantes


ingleses fundaram o Buenos Aires Football Club, na Argentina, um dos
primeiros países fora do Reino Unido a entrar em contato com o esporte.
Até o final do séc. XIX, diversos países europeus já jogavam futebol, ao
mesmo tempo em que federações nacionais eram criadas. Em 1898,
surgiu o primeiro time brasileiro, o Mackenzie. O primeiro jogo aconteceu
em 1899, entre o Mackenzie e o Hans Nobiling Team, terminando
empatado em 0 a 0. Em 1904, as federações da França, Espanha, Bélgica,
Suíça, Holanda, Dinamarca e Suécia fundaram a Fédération Internationale
de Football Association, a FIFA, com sede provisória em Paris. No ano de
1908, o futebol passou a fazer parte das Olimpíadas. Em 1913, a FIFA se
integrou à International Football Association Board. Em 1916, foi criada a
Confederação Sul-Americana de Futebol e a Confederação Brasileira de
Desportos. Em 1954, surgiram as Confederações da Europa (UEFA) e da

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Ásia (AFC); em 1957, a Confederação da África (CAF); em 1961, a
Confederação das Américas Central e do Norte (CONCACAF) e, em 1966,
a Confederação da Oceania e do Pacífico Sul (OFC).

Desde a sua fundação, a FIFA teve como um de seus principais objetivos a


realização de um grande torneio entre suas filiadas. Entretanto, isso só foi
possível em 1930, quando se disputou a primeira Copa do Mundo, no
Uruguai. O número cada vez maior de federações filiadas — atualmente
duzentas e quatro, quase todas agrupadas nas seis confederações
continentais — e sua atuação como promotora e organizadora da Copa do
Mundo fazem da FIFA o mais bem-sucedido órgão esportivo do mundo.

Em pouquíssimos países, o futebol não conseguiu se impor como um


esporte de massa. Foi o caso dos E.U.A., onde, desde o início da década
de 1970, vem sendo feita uma intensa campanha promocional do futebol,
lançando-se mão, entre outros recursos, da contratação de grandes
nomes do futebol mundial, como o brasileiro Pelé, o alemão Beckenbauer
e o italiano Chinaglia.

FUTEBOL NO BRASIL

O primeiro registro de uma partida de futebol no Brasil data de 1878,


porém o ano de 1894 é considerado o marco inicial do futebol no Brasil.
Nesse ano, Charles Miller, filho de ingleses radicados em São Paulo, voltou
da Inglaterra trazendo na bagagem duas bolas de couro e um uniforme
completo de futebol. Em abril de 1895, organizou duas equipes de
empregados ingleses das companhias de gás e transporte ferroviário para
disputar um jogo no campo da Companhia de Viação Paulista. A iniciativa
teve grande êxito e, em pouco tempo, foram fundados diversos clubes de
futebol na capital paulista: o São Paulo Athletic, time da colônia inglesa na
cidade, que muito apoiou a iniciativa de Charles Miller; o Germânia,
fundado pelo alemão Hans Nobiling; o Mackenzie, primeiro clube formado
por brasileiros unicamente para a prática do novo esporte; e o
Internacional, criado de uma dissidência entre os fundadores do
Germânia. No ano de 1901, foi criada a Liga Paulista de Futebol e, em
1902, realizou-se o primeiro Campeonato Paulista. O time de Charles
Miller, São Paulo Athletic, foi o que mais se destacou nos primeiros anos
do esporte, conquistando a primeira Taça Casimiro de Abreu e o
tricampeonato paulista nos anos de 1902 a 1904. Charles Miller liderou a
equipe até o ano de 1910. Em 1905, foi aprovado o estatuto da Liga
Metropolitana de Futebol.

No Rio de Janeiro, foi Oscar Cox quem trouxe o esporte da Suíça, em


1896. Apesar das dificuldades, conseguiu reunir um pequeno grupo,
formando o Rio Team. A primeira partida do Rio Team foi contra um time
de ingleses, o Rio Cricket and Athletic Association, que jogava críquete em
Niterói, mas que já havia jogado futebol em sua terra natal. Esse jogo
ocorreu em 1º de agosto de 1901, resultando em 1 x 1, com público de 15

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pessoas. No mesmo ano, Cox organizou os primeiros jogos de paulistas
contra cariocas. Foram duas partidas, que terminaram empatadas (2 x 2 e
1 x 1). Em 21 de julho de 1902, Cox fundou o Fluminense Futebol Clube.
O primeiro Campeonato Carioca foi disputado em 1906. A classificação
final foi: Fluminense, Paissandu, Rio Cricket, Botafogo, Bangu e Football
and Athletic Club. Nessa mesma época, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande
do Sul davam seus primeiros passos no novo esporte.

De 1910 a 1919, praticamente todos os estados brasileiros já tinham seu


próprio campeonato e sua própria federação. Em 1914, foi criada a
Federação Brasileira de Sports, substituída em 1916, pela Confederação
Brasileira de Desportos (C.B.D). Também em 1914, foi formada a primeira
Seleção Brasileira. A equipe, que contava com alguns dos melhores
jogadores do Rio de Janeiro e de São Paulo, jogou pela primeira vez
contra um time internacional, o Exeter City, da Inglaterra, no dia 21 de
julho. Dez mil pessoas foram ao estádio do Fluminense, nas Laranjeiras,
assistir ao que os jornais da época chamaram de "scratch nacional" vencer
por 2 x 0. O primeiro jogador brasileiro a marcar gols na Seleção foi
Oswaldo Gomes, jogador do Fluminense. O segundo gol foi marcado por
Osman, jogador do América carioca. Na equipe, também se destacavam o
goleiro Marcos Carneiro de Mendonça e o atacante Friedenreich, o
primeiro grande ídolo do futebol nacional, conhecido como "El Tigre". O
primeiro jogo contra uma seleção aconteceu dois meses depois, contra a
Seleção Argentina, iniciando a rivalidade entre Brasil e Argentina no
futebol. O jogo foi em Buenos Aires e os argentinos venceram por 3 x 0. O
primeiro troféu foi conquistado em 27 de setembro de 1914 — a Copa
Roca, após a vitória de 1 x 0 sobre a Argentina no campo do Gimnasia y
Esgrima. Em 1919, o Brasil conquistou pela primeira vez o Campeonato
Sul-Americano, vencendo o Chile (6 x 0), Argentina (3 x 1) e Uruguai (1 x
0). A partir dessa data, o esporte popularizou-se, atraindo cada vez mais
o interesse dos brasileiros. O Brasil sagrou-se seis vezes campeão sul-
americano (19, 22, 49, 89, 97 e 99). O título de 1997, conquistado na
Bolívia, representou a quebra de um tabu: o Brasil nunca havia vencido
uma Copa América disputada fora do país. No ano de 1923, o Brasil se
filiou à FIFA. Na década de 30, o futebol começou a caracterizar-se como
esporte de massa. Os clubes, até então extremamente elitistas e racistas,
começaram a abrir suas portas a negros e operários. O pioneiro foi o
Vasco da Gama.

A década de 1930 foi marcada pela profissionalização dos clubes, fato que
provocou uma verdadeira cisão no futebol brasileiro, pois muitos
defendiam a continuidade do amadorismo no esporte. Em 1933,
aconteceu o primeiro torneio interestadual, entre cariocas e paulistas, que
foi vencido pelo Palestra, time de São Paulo.

A partir de 1940, as constantes vitórias de equipes e selecionados


brasileiros no exterior consolidaram o futebol como esporte de preferência
nacional. Em 1950, em apenas vinte e dois meses, foi erguido o

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Maracanã, o maior estádio do mundo, inaugurado para ser o palco da
Copa de 50. As vitórias de 1958, 1962 e 1970 na Copa do Mundo
marcaram definitivamente a presença deste esporte na vida brasileira.

A rápida evolução registrada pelo futebol no Brasil fez com que, já em


1923, a C.B.D. organizasse o primeiro campeonato brasileiro de seleções
estaduais, vencido pelo São Paulo. Esse campeonato foi disputado vinte e
cinco vezes, sendo o último em 1963. Outra importante competição foi o
Torneio Rio-São Paulo, iniciado em 1933, reunindo cinco equipes paulistas
e cinco cariocas. Em 1967, o torneio ampliou-se, passando a contar com a
participação de dois clubes mineiros, dois gaúchos e um paranaense.
Nessa nova fase, recebeu a designação de Torneio Roberto Gomes
Pedrosa, em homenagem ao ex-goleiro e ex-dirigente paulista, servindo
de base para a criação de um campeonato brasileiro de clubes (1971).

Ao lado do Campeonato Brasileiro — organizado pela Confederação


Brasileira de Futebol (C.B.F) —, continuam sendo realizados os
campeonatos regionais, organizados pelas respectivas federações
estaduais. Outras competições importantes são a Copa do Brasil, onde
jogam times de todo o país e o Torneio Rio-São Paulo, onde jogam os
times de maior destaque dos dois estados e que muitos consideram uma
prévia do Campeonato Brasileiro. As participações em competições
internacionais são de responsabilidade da C.B.F. As competições mais
importantes são a Copa do Mundo, a Copa América, as Olimpíadas e a
Taça Libertadores da América, esta disputada entre determinados clubes
brasileiros e latino-americanos. Atualmente, os clubes de maior destaque
do futebol nacional formam o chamado Clube dos 13. São eles: Flamengo,
Vasco da Gama, Fluminense, Botafogo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo,
Santos, Grêmio, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Internacional e Bahia. O
futebol revelou grandes ídolos brasileiros, alguns dos quais alcançaram
fama internacional. O primeiro foi o atacante Friedenreich, vindo depois
Leônidas da Silva, Ademir de Menezes, Garrincha, Tostão, Rivelino, Pelé —
considerado o maior jogador de todos os tempos —, Zico, Falcão,
Sócrates, Roberto Dinamite, entre outros. Alguns dos novos ídolos
brasileiros no esporte são Romário, Ronaldinho, Bebeto, Dunga, Raí e
Taffarel. A maioria esteve presente na conquista do título mais importante
da Seleção: o tetracampeonato mundial.

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REGRAS DO FUTEBOL

Campo de Jogo

Dimensões

O campo de jogo será retangular. O comprimento da linha lateral deverá


ser superior ao comprimento da linha de meta.

Comprimento: mínimo 90m


máximo 120m

Largura: mínima 45m


máxima 90m

Partidas Internacionais

Comprimento: mínimo 100m


máximo 110m

Largura: mínima 64m


máxima 75m

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Marcação do campo de jogo

O campo de será marcado com linhas. As ditas linhas pertencem as áreas


que demarcam.

As linhas de marcação mais compridas denominam-se linhas laterais.

As duas mais curtas chamam-se linhas de meta.

Todas as linhas terão uma largura de 12cm como máximo.

O campo do jogo estará dividido em duas metades por uma linha


mediana.

O centro do campo estará marcado com um ponto, na metade da linha


média, ao redor do qual se traçará um círculo com um raio de 9,15m.

A área de meta

A área de meta, situada em ambos extremos do campo de jogo, será


demarcada da seguinte maneira: Serão traçadas duas linhas
perpendiculares à linha de meta, a 5,5m desde a parte interior de cada
poste de meta. As ditas linhas se adentrarão 5,5m no campo de jogo e se
unirão com urna linha paralela à linha de meta. A área delimitada por
essas linhas mais a linha de meta, será a área de meta.

A área penal

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A área penal, situada em ambos extremos do campo de jogo, será
demarcada da seguinte maneira: Serão traçadas duas linhas
perpendiculares à linha de meta, a 16,5 m, desde a parte interior de
cada poste de meta. Essas linhas se adentrarão 16,5m no campo de jogo
e se unirão com uma linha paralela à linha de meta. A área delimitada por
essas linha, mais a linha de meta, será a área penal.

Em cada área penal será marcado um ponto penal a 11 m de distancia,


desde o ponto médio da linha entre os postes eqüidistantes dos mesmos.
No exterior de cada área penal será traçado também um semicírculo com
um raio de 9,15m, desde cada ponto penal.

Bandeiras de canto

Em cada canto será colocado um poste não pontiagudo com uma


bandeirinha. A altura, mínima do poste será de 1,5m de altura.

A área de canto

Será traçado um quadrante com um raio de 1m, desde cada canto no


interior do campo de jogo.

As metas

As metas serão colocadas no centro de cada linha de meta.

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Consistirão em dois postes verticais, eqüidistantes das bandeirinhas de
campo e unidos na parte superior por uma barra horizontal (travessão).

As distâncias entre os postes será de 7,32m e a distância da borda inferior


do travessão ao solo será de 2,44m.

Ambos os postes e o Travessão terão as mesmas largura e espessura,


com o máximo de 12cm. As linhas de meta terão as mesmas dimensões
dos postes e do travessão. Poderão ser colocadas redes fixadas nas metas
e no solo atrás das mesmas com a condição de que estejam presas de
forma conveniente e não atrapalhem o goleiro.

Os postes e os travessões deverão ser de cor branca.

Segurança

Os postes deverão estar fixados firmemente no solo. Poderão ser


utilizadas metas móveis, somente em caso de que se cumpra tal
exigência.

O Gol

Gol marcado
Se terá marcado um gol quando a bola tenha ultrapassado totalmente a
linha de meta entre os postes e por baixo do travessão, sempre que a
equipe a favor do qual se marcou o gol não tenha cometido alguma
irregularidade às Regras do Jogo.

Equipe vencedora
A equipe que tenha marcado o maior número de gols durante uma partida
será a vencedora. Se ambas as equipes marcaram o mesmo número de
gols ou se não houverem marcado nenhum gol, a partida terminará
empatada.

Regulamento de competição
Os regulamentos de uma competição poderão estipular um tempo
suplementar ou outro procedimento aprovado pela International F. A.
Board para determinar o vencedor de uma partida em caso de empate.

Tiro de Meta e Canto

TIRO DE META
*O tiro de meta é uma forma de reiniciar o jogo.

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Um gol poderá ser anotado diretamente de um tiro de meta, mas somente
contra a equipe adversária.
Um tiro de meta será concedido, quando:
- a bola tenha ultrapassado a linha de meta, em sua totalidade, seja por
terra ou por ar, depois de haver tocado, por último, a um jogador da
equipe atacante, e não tenha sido marcado um gol conforme a regra 10.

Procedimento
- a bola será lançada de qualquer ponto área de meta por um jogador da
equipe defensora;
- os adversários deverão permanecer fora da área penal até que a bola
esteja em jogo.
- O executor do tio não poderá voltar a jogar a bola enquanto ela não
tiver tocado a outro jogador;
- A bola estará em jogo, quando tiver sido lançada diretamente fora da
área penal.

TIRO DE CANTO
*O tiro de canto é uma forma de reiniciar o jogo:
Poderá ser consignado um gol, diretamente de um tiro de canto, mas
somente contra a equipe adversária.
Será concedido tiro de canto quando:
- a bola tiver ultrapassado em sua totalidade a linha de meta, seja por
terra ou por ar, depois de haver sido tocada, por último por um jogador
da equipe defensora, e não tenha sido consignado um gol conforme a
regra 10.

Procedimento
- a bola será colocada no interior do quadrante da bandeira de córner que
estiver mais próxima;
- não se deverá tirar a bandeira de córner;
- os adversários deverão permanecer a um mínimo de 9,15m da bola até
que ela esteja em jogo;
- a bola será lançada por um jogador da equipe atacante;
- a bola estará em jogo no momento em que é chutada e se põe em
movimento;
- o executor não deverá jogar a bola pela segunda vez, enquanto ela não
tenha sido tocada por outro jogador.

Os Equipamentos

Segurança
Os jogadores não utilizarão nenhum equipamento nem levarão nenhum
objeto que seja perigoso para eles mesmos ou para os demais
jogadores(incluindo qualquer tipo de jóia).

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Equipamento básico
O equipamento básico obrigatório de um jogador será:
- um agasalho ou camiseta;

- calções compridos - caso usem calções térmicos, estes deverão ter a


cor principal dos calções do uniforme;
- meias;
- caneleiras;
- calçado(chuteiras).

Caneleiras
- deverão estar cobertas completamente pelas meias;
- deverão ser de um material apropriado (borracha, plástico ou material
semelhante);
- deverão proporcionar um grau suficiente de proteção.

Goleiros
- cada goleiro vestirá cores que o diferenciem dos demais jogadores, do
árbitro e dos árbitros assistentes.

Infrações
No caso de qualquer desobediência à presente regra:
- não será necessário paralisar o jogo;
- o árbitro ordenará ao jogador infrator que abandone o campo de jogo
para que ponha em ordem seu equipamento;
- o jogador sairá do campo de jogo na seguinte ocasião em que a bola não
esteja em jogo, a menos que o jogador já tenha posto em ordem
equipamento;
- todo jogador que tenha abandonado o campo de jogo para colocar em
ordem seu equipamento, não poderá retornar ao campo de jogo sem a
autorização do árbitro;
- o árbitro se verificará de que o equipamento do jogador esteja em
ordem antes de permitir que reingresse no campo de jogo;
- o jogador só poderá reingressar no campo de jogo quando a bola não
estiver em jogo.

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Um jogador que tenha sido obrigado abandonar o campo de jogo por
infração a esta regra e que entra (ou reingressa) no campo de jogo sem a
autorização do árbitro, será advertido e receberá o cartão amarelo.

Reinicio do jogo
Se o árbitro interrompe o jogo para advertir o infrator:
- o jogo será reiniciado por meio de um tiro livre indireto, dado por um
jogador da equipe adversária, do lugar onde a bola se encontrava quando
o árbitro interrompeu a partida.

O Árbitro

A autoridade do árbitro
Cada partida será controlada por um árbitro, que terá autoridade total
para fazer cumprir as regras de jogo, na partida para a qual tenha sido
nomeado.

Poderes e deveres
O árbitro:
- fará cumprir as regras do jogo;
- controlará a partida em cooperação com os assistentes e, sempre que
for necessário, com o quarto árbitro;
procurará assegurar-se de que a bola corresponde às exigências da regra
2;
- procurará assegurar-se de que o equipamento dos jogadores cumpre as
exigências da regra 4;
- atuará como cronometrista e tomará nota dos incidentes da partida;
- interromperá, suspenderá ou finalizará a partida, quando julgue
oportuno, no caso de que se cometam infrações às regras de jogo;
- interromperá, suspenderá ou finalizará a partida por qualquer tipo de
interferência externa;
- interromperá o jogo se julgar que algum jogador tenha sofrido uma
grave lesão e se encarregará de que o mesmo seja transportado para fora
do campo de jogo;
- permitirá que o jogo continue até que a bola esteja fora de jogo, se
julgar que um jogador está levemente lesionado;
- ordenará que todo jogador que sofra uma lesão com sangramento saia
do campo de jogo. O jogador só poderá reingressar depois do sinal do
árbitro, que se certificará de que a ferida tenha parada de sangrar;
- permitirá que o jogo continue, se a equipe contra a qual se haja
cometido uma infração se beneficia de uma vantagem tal e, sancionará a
infração cometida inicialmente, se a vantagem prevista não se concretize;
- castigará a falta mais grave quando um jogador comete mais de uma
infração ao mesmo tempo;

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- tomará medidas disciplinarias contra jogadores, que cometam faltas que
mereçam um cartão amarelo ou uma expulsão. Não está obrigado a
tomar as medidas imediatamente, mas deverá fazê-lo logo que detenha o
jogo;
- tomará medidas contra os componentes da comissão técnica que, não se
comportem de forma responsável, poderá, se julgar necessário, expulsá-
los do campo de jogo e de seus arredores imediatos;
- atuará conforme as indicações de seus árbitros assistentes, em relação
com incidentes que não tenha podido observar;
- não permitirá que, pessoa sem autorização, entre em campo de jogo;
- reiniciará o jogo após uma
interrupção;
- enviará às autoridades
competentes um informe da
partida, que inclua dados
sobre todas as medidas
disciplinares tomadas contra
jogadores e/ou componentes
da comissão técnica ou
qualquer outro incidente que
haja ocorrido antes, durante e depois da partida;

Decisões do árbitro
As decisões do árbitro sobre atos em relação ao jogo são definitivas.
O árbitro poderá modificar sua decisão, unicamente, se se dá conta de
que é incorreta ou, se a julga necessária, conforme uma indicação por
parte de um árbitro assistente, sempre que ainda não tenha reiniciado o
jogo.

Duração da Partida

Tempo de jogo
A partida durará dois (2) tempos iguais de 45 minutos cada um, salvo se,
por mútuo acordo entre o árbitro e as duas equipes participantes, decidam
outra coisa. Todo acordo de alterar os períodos de jogo(por exemplo,
reduzir cada tempo a quarenta minutos devido a luz deficiente) deverá ser
tomado antes do início da partida e em conformidade com o regulamento
da competição.

Intervalo do meio-tempo
Os jogadores têm direito a um descanso no meio-tempo.
O descanso do meio-tempo não deverá exceder 15 minutos.
O regulamento da competição deverá estipular claramente a
duração do descanso do meio-tempo.

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A duração do descanso do meio-tempo poderá alterar-se, unicamente,
com consentimento do árbitro.

Recuperação do tempo perdido


Cada tempo deverá ser prolongado para recuperar todo o tempo perdido
ocasionado por:
- substituições;
- avaliação da lesão dos jogadores;
- transporte dos jogadores lesionados para fora do campo de jogo, a fim
de serem atendidos;
- perda de tempo;
- qualquer outro motivo;
A recuperação do tempo perdido ficará a critério do árbitro.

O Impedimento

Posição de impedimento
O fato de estar em uma posição de impedimento não
constitui uma
infração em si.
Um jogador estará em posição de impedimento se:
- se encontrar mais perto da linha de meta contrária
que a bola e o penúltimo adversário.
Um jogador não estará em posição de impedimento se:
- se encontra em sua própria metade do campo ou
- está na mesma linha que o penúltimo adversário ou
- está na mesma linha que dois dos últimos adversários.

As Faltas e Condutas

As faltas e condutas antidesportivas serão sancionadas da seguinte


maneira:

Será concedido tiro livre direto à equipe


adversária se um jogador comete uma das
seguintes seis faltas, que o árbitro
considerar imprudente, perigosa ou com uso
de forca excessiva:
- dar ou tentar dar um pontapé em um
adversário;
- dar ou tentar dar uma rasteira colocando o
pé na frente de um adversário;
- saltar sobre um adversário;
- trancar um adversário;
- agredir ou tentar agredir um adversário;
- empurrar um adversário.

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Será concedido um tiro livre direto à equipe adversária, se um jogador
cometer uma das seguintes quatro faltas:
- no momento de lutar pela bola, der um chute no adversário antes de
tocar a bola;
- agarrar um adversário;
- cuspir no adversário;
- tocar a bola com as mãos deliberadamente (exceto o goleiro, dentro de
sua própria área penal)
O tiro livre direto será lançado do lugar onde se cometeu a falta.

Será concedido um tiro penal, se um jogador


cometer uma das dez faltas acima
mencionadas, dentro de sua própria área
penal, independentemente da posição da
bola e sempre que a mesma esteja em jogo.

TIRO LIVRE INDIRETO

Será concedido um tiro livre indireto à equipe adversária, se um jogador


cometer, na opinião do árbitro, uma das seguintes três faltas:
- jogar de forma perigosa;
- obstruir o avanço de um adversário;
- impedir que o goleiro possa jogar a bola com
as mãos.
Será concedido, assim mesmo, um tiro livre
indireto à equipe adversária, se o goleiro
cometer uma das seguintes cinco faltas, dentro
de sua própria área penal:
- der mais de 4 passos, enquanto retém a bola
em suas mãos, antes colocá-la em jogo;
- voltar a tocar a bola com as mãos, depois de
havê-la posto em jogo e sem que qualquer outro jogador a tenha tocado;
- tocar a bola com as mãos, depois que um jogador de sua equipe a tenha
cedido com o pé;
- tocar a bola com as mãos, depois de tê-la recebido diretamente de um
arremesso lateral, lançado por um companheiro;
- perder tempo.
O tiro livre indireto será lançado do lugar onde se cometeu a falta.

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Sansões disciplinares
*Faltas puníveis com uma advertência. Um jogador será advertido e
receberá o cartão amarelo, se comete uma das seguintes sete faltas:
1. for culpado de conduta antidesportiva;
2. desaprovar com palavras ou ações as decisões do árbitro;
3. infringir persistentemente as regras do jogo;
4. retardar o reinicio do jogo;
5. não respeitar a distância regulamentar de um tiro de canto ou tiro livre;
6. entrar ou voltar a entrar no campo de jogo sem a permissão do árbitro;
7. abandonar deliberadamente o campo de jogo sem a permissão do
árbitro.
*Faltas puníveis com uma expulsão. Um jogador será expulso e receberá
o cartão vermelho, se cometer uma das seguintes sete faltas:
1. for culpado de jogo brusco grave;
2. for culpado de conduta violenta;
3. cuspir em um adversário ou em qualquer outra pessoa;
4. impedir com mão intencionada um gol ou impedir uma oportunidade
manifesta de marcar um gol no adversário (isso não vale para o goleiro
dentro de sua própria área);
5. impedir a oportunidade manifesta de marcar um gol no adversário, que
se dirige até a meta do jogador, mediante falta punível com tiro livre ou
penal;
6. empregar linguagem ofensiva, grosseira e obscena;
7. receber uma segunda advertência na mesma partida.

As Bolas

Propriedades e medidas

*As bolas:

- serão esféricas;

- serão de couro ou outro material adequado;

- terão uma circunferência não superior a 70cm e não inferior a 68cm;

- terão um peso não superior a 450g e não inferior a 410g, no começo da


partida;

- terão uma pressão equivalente a 0,6 - 1,1 atmosferas(60 - 1100g/cm2)


ao nível do mar.

Substituição de uma bola defeituosa

Se a bola estoura ou se danifica durante uma partida:

18
- o jogo será interrompido;

- o jogo se reiniciará por meio de bola ao chão, executada com uma nova
bola no lugar onde a primeira bola se danificou.

Se a bola estoura ou se danifica em um momento em que não está em


jogo(tiro inicial, tiro de meta, tiro de canto, tiro livre, tiro penal ou
arremesso lateral):

- a partida se reiniciará conforme a regra.

Arremesso Lateral

*O arremesso lateral é uma forma de reiniciar o jogo.


Não se poderá consignar um gol diretamente de um arremesso lateral.
Será concedido arremesso lateral:
- quando a bola tiver ultrapassado a linha lateral em sua totalidade, seja
por terra ou pelo ar;
- no ponto por onde tive ultrapassado inteiramente a linha lateral;
- aos adversários do jogador que tocou por último a bola.
Procedimento
No momento de lançar a bola o executor deverá:
- estar de frente para o campo;
- ter uma parte de ambos os pés sobre a linha lateral ou no exterior da
mesma;
- servir-se de ambas as mãos;
- lançar a bola de trás e por cima da cabeça.
O executor do lateral não poderá voltar a jogar a bola, enquanto esta não
tiver sido tocada por outro jogador.
A bola estará em jogo tão logo tenha entrado no campo de jogo.

Decisões do International Football Association Board

Decisão 1

Nas partida de competição, só se permitirá o uso de bolas que

19
correspondam às especificações técnicas mínimas estipuladas pela
Regra 2. Nas partidas de competições da FIFA e nas partidas de
competições a cargo das confederações, a bola só será aprovada
para uso se contiver uma das três seguintes denominações:
- O logotipo oficial "FIFA APPROVED" (aprovado pela FIFA)
- O logotipo oficial "FIFA INSPECTED" (inspecionado pela FIFA)
- A referência "INTERNATIONAL MATCHBALL STANDARD" (padrão
internacional de bola oficial).
Logotipos Oficiais da FIFA para as bolas:

Se uma bola contiver uma dessas três denominações indicará que a


mesma foi devidamente aprovada e que atende às especificações
técnicas, diferentes para cada categoria e adicionais às especificações
mínimas estipuladas na Regra 2.
A lista das dessas especificações adicionais, características de cada
uma das categorias, deverá ser aprovada pelo International Board.
Os órgãos que executam fazem os controles de qualidade serão
selecionados pela FIFA.
As competições das associações nacionais poderão exigir o uso de
bolas classificadas com uma das três denominações acima
mencionadas.
Em todas as demais partidas, a bola deverá atender às exigências da
Regra 2.

Decisão 2

Nas partidas de competições da FIFA e nas partidas de competições


patrocinadas pelas confederações e associações nacionais, é proibida
toda classe/espécie de publicidade comercial na bola, com exceção
do emblema da competição, do organizador da competição e da
marca autorizada do fabricante.
O regulamento da competição pode restringir o tamanho e o número
de tais marcas.
Jogadores

A partida será jogada por duas equipes formadas no máximo de onze


(11) jogadores cada uma, dos quais um jogará como goleiro. A
partida não se iniciará se uma das equipes tiver menos de sete
jogadores.

Competições oficiais

Poderão ser feitas, no máximo, três (3) substituições em qualquer


partida de competição oficial a cargo da FIFA, pelas confederações ou

20
pelas associações nacionais. O regulamento da competição deverá
estipular quantos reservas poderão ser designados, no mínimo três
(3) e no máximo sete (7).

Outras partidas

Em outras partidas poderão ser utilizados no máximo cinco (5)


jogadores, sempre que:
- As equipes em questão chegarem a um acordo sobre o número
máximo
- O árbitro tenha sido informado antes do início da partida.
Se o árbitro não tiver sido informado previamente, ou se não se
chegar a um acordo antes do início da partida, não serão permitidas
mais de três (3) substituições.

Todas as partidas

Em todas as partidas, os nomes dos substitutos deverão ser


entregues ao árbitro antes do começo do jogo. Os substitutos que
não tiverem sido designados dessa forma, não poderão participar da
partida.

Procedimento de substituição

Para se efetuar a substituição de um jogador por outro, as seguintes


condições deverão ser observadas:
- O árbitro deverá ser informado da substituição proposta antes que
esta seja efetuada;
- O substituto não poderá entrar no campo até que o jogador, ao
qual vai substituir, tenha deixado o campo e até que tenha recebido
a autorização do árbitro;
- O substituto entrará em campo somente pela linha do meio de
campo e durante uma interrupção do jogo;
- Uma substituição ficará consumada quando o substituto entrar em
campo;
- A partir desse momento, o substituto se converte em jogador, e o
jogador que foi substituído deixa de sê-lo;
- Um jogador que tenha sido substituído não poderá mais participar
da partida;
- Todos os reservas estão sujeitos à autoridade e jurisdição do
árbitro, quer sejam ou não chamados para participar do jogo.

Troca do goleiro

Qualquer um dos jogadores poderá trocar sua posição com o goleiro,


sempre que:
- O árbitro tiver sido previamente informado;
- A troca se efetuar durante uma interrupção do jogo.

21
Contravenções/sanções

Se um substituto entrar em campo sem a autorização do árbitro:


- O jogo será interrompido;
- O substituto receberá como sanção o cartão amarelo e deverá
deixar o campo;
- O jogo será reiniciado com a bola no chão no local em que se
encontrava quando o jogo foi interrompido.
Se um jogador troca de posição com o goleiro sem a autorização
prévia do árbitro:
- O jogo continuará;
- Os jogadores em questão serão punidos com o cartão amarelo
imediatamente após a próxima interrupção do jogo.
Para qualquer outra contravenção à Regra:
- Os jogadores serão punidos com cartão amarelo.

Recomeço do jogo

Se o árbitro parar o jogo para administrar uma advertência:


- A partida será reiniciada através de um tiro livre indireto executado
por um jogador da equipe adversária, no local em que a bola se
encontrava no momento em que o jogo foi interrompido.

Jogadores e reservas expulsos

Um jogador que tenha sido expulso antes do tiro/chute de saída/de


início da partida, só poderá ser substituído por um dos substitutos
designados.
Um substituto designado/nomeado, que tenha sido expulso antes do
tiro de início da partida , ou após o começo da partida, não poderá
ser substituído.

Decisões do International Football Association Board

Decisão 1

De acordo com as condições predominantes da Regra 3, o número


mínimo de jogadores em uma equipe fica a critério das associações
nacionais. Porém, a International Board observa que um jogo não
poderá continuar caso haja menos de sete jogadores em uma das
equipes.

Decisão 2

O treinador/técnico poderá passar instruções técnicas aos jogadores


durante a partida.
Ele e os demais funcionários oficiais deverão permanecer dentro dos

22
limites da área técnica, nos lugares onde esta existir, e deverão
comportar-se de responsavelmente, a critério e julgamento do
árbitro.

Decisões do International Football Association Board

Decisão 1

Um árbitro (ou se for o caso, um árbitro assistente ou um quarto


árbitro) não será responsável por:
- Qualquer tipo de lesão que um jogador, funcionário oficial ou
espectador sofra;
- Qualquer dano a propriedades;
- Qualquer prejuízo sofrido por um indivíduo, clube, companhia,
associação ou entidade similar, à qual se deva ou possa dever sobre
alguma decisão que tenha tomado de acordo com as Regras de Jogo
ou com respeito ao procedimento normal requerido para celebrar,
julgar e controlar uma partida.
Entre tais situações podem encontrar-se as seguintes:
- Decisão de suspender a partida devido as condições do campo de
jogo, do recinto ou climáticas;
- Decisão de suspender definitivamente a partida por qualquer razão;
- Decisão quanto ao estado dos acessórios e uniformes utilizados
durante uma partida, incluindo as traves do gol, o travessão, os
postes de escanteio e a bola;
- Decisão de suspender ou não uma partida devido à interferência
dos espectadores ou a qualquer problema na área dos espectadores;
- Decisão de interromper o jogo para permitir que um jogador
lesionado seja transportado para fora do campo, onde deverá ser
atendido;
- Decisão de solicitar ou insistir para que um jogador machucado seja
retirado do campo para ser atendido;
- Decisão de permitir ou não que um jogador leve certa indumentária
ou uniforme;
- Decisão (na medida em que esta seja de sua responsabilidade) de
permitir ou não a todas as pessoas (incluindo os funcionários das
equipes e do estádio, pessoal da segurança, fotógrafos e outros
representantes da mídia) estejam presentes nas cercanias do campo;
- Qualquer outra decisão que possa tomar de acordo às Regras de
Jogo ou de acordo com seus deveres e de acordo com o estipulado
pelas normas ou regulamentos da FIFA, confederação, associação ou
liga sob cuja jurisdição se disputa a partida.

Decisão 2

Nos torneios ou competições nos quais tenha sido designado um


quarto árbitro, as tarefas e deveres deste deverão estar de acordo
com as diretrizes aprovadas pela International Board.

23
ASSISTENTES

Deveres

Serão designados dois árbitros assistentes - fora o que for da alçada


do árbitro principal - com a seguinte missão:
- Indicar se a bola ultrapassou, em sua totalidade, os limites do
campo;
- Indicar a que equipe cabe dar o tiro/lance de escanteio, de meta ou
de lateral;
- Indicar quando se deve punir um jogador por estar em posição
irregular;
- Indicar quando se solicita uma substituição;
- Observar e indicar quando ocorre alguma falta ou outro incidente
fora do campo visual do árbitro principal.

Assistência

Os árbitros assistentes auxiliarão igualmente o árbitro principal a


dirigir o jogo de acordo com as Regras.
Em caso de intervenção indevida ou de conduta incorreta de um
árbitro assistente, o árbitro principal dispensará seus serviços e fará
um informe às autoridades pertinentes.

QUARTO ÁRBITRO

- antes do começo de uma competição, o organizador deverá estipular


claramente se o quarto árbitro assumirá o papel de diretor do jogo, no
caso do árbitro principal não poder continuar dirigindo a partida, ou se tal
missão caberá ao primeiro árbitro assistente, enquanto o quarto árbitro
passará a árbitro assistente;

- o quarto árbitro ajudará em todos os deveres administrativos, antes,


durante e depois da partida, segundo o solicite o árbitro;

- ajudará nos procedimentos de substituição durante a partida;

- em caso de necessidade, controlará a substituição de bolas. Se durante


uma partida a bola deve ser substituída, por indicação do árbitro, o quarto
árbitro se encarregará de prover uma nova bola, limitando ao mínimo, a
perda de tempo;

- Terá a autoridade de controlar o equipamento dos substitutos antes que


entrem no campo de jogo. No caso do citado equipamento não
corresponder às Regras do Jogo, informará ao árbitro.

24
- Estará autorizado para informar ao árbitro se alguma pessoa da área
técnica apresenta uma conduta impópria;

- será a autoridade para controlar o equipamento dos substitutos antes


que entrem em campo de jogo. No caso desse equipamento não
corresponder às regras de jogo, informará ao árbitro assistente e este ao
árbitro;

- o quarto árbitro assistirá ao árbitro em todo momento;

- depois da partida, o quarto árbitro submeterá às autoridades


correspondentes um informe sobre qualquer falta, ou outro incidente, que
tenham ocorrido fora do campo cisual do árbitro e dos árbitros
assistentes. O quarto árbitro deverá assistir ao árbitro e seus árbitros
assistentes na elaboração de qualquer informe.

Sanções / punições disciplinares

Faltas punidas com advertência

Um jogador será advertido e receberá o cartão amarelo se cometer


uma das seguintes sete faltas:
1. For culpado de conduta antidesportiva;
2. Ofender com palavras ou ações;
3. Infringir persistentemente as Regras de Jogo;
4. Retardar o reinicio do jogo;
5. Não respeitar a distância regulamentar de um tiro/chute/lance de
escanteio ou tiro livre;
6. Entrar ou voltar a entrar no campo sem a permissão do árbitro;
7. Abandonar deliberadamente o campo sem a permissão do árbitro.

Faltas punidas com expulsão

Um jogador será expulso e receberá o cartão vermelho se cometer


uma das sete seguintes faltas:
1. For culpado de jogo perigoso grave;
2. For culpado de conduta violenta;
3. Cuspir num adversário ou qualquer outra pessoa;
4. Impedir um gol intencionalmente com a mão ou obstruir/impedir a
oportunidade marcação do gol (isso não vale para o goleiro dentro da
sua própria pequena área);
5. Impedir/obstruir a oportunidade de marcar gol de um adversário
através de falta que deverá ser punida e resultar num tiro/lance de
pênalti;
6. Empregar linguagem ofensiva, grosseira e obscena; 7. Receber
uma segunda repreensão durante a mesma partida.

25
Decisões do International Football Association Board

Decisão 1

Será concedido um tiro penal se o goleiro tentar lançar a bola contra


um jogador adversário dentro da pequena área enquanto a mesma
estiver em jogo.

Decisão 2

Se um jogador cometer uma falta punida com uma repreensão ou


uma expulsão, quer seja dentro ou fora do campo, contra um
adversário, um companheiro, o árbitro, o árbitro assistente ou
qualquer outra pessoa, este será castigado conforme a natureza da
falta cometida.

Decisão 3

Considera-se que o goleiro tem o controle/a posse da bola quando


esta tocar em qualquer parte de suas mãos ou braços.
A posse da bola incluirá, dessa forma, o corte intencional por parte
do goleiro, com exceção de quando - segundo o árbitro - a bola
rebater acidentalmente no goleiro, por exemplo, após o mesmo ter
efetuado uma defesa.

Decisão 4

Segundo as regras da Regra 12, um jogador poderá passar/atrasar a


bola para seu goleiro com a cabeça, o peito ou o joelho, etc.
Porém, se, na opinião do árbitro, um jogador empregar um truque
deliberado a fim de burlar a Regra, enquanto a bola estiver em jogo,
o jogador será acusado e culpado de conduta antidesportiva.
Será advertido, receberá o cartão amarelo e será punido com a
concessão à equipe adversária de um tiro livre indireto, a ser
executado do lugar onde a falta foi cometida.
Um jogador que empregue um truque para burlar a Regra enquanto
executa um tiro livre será punido por conduta antidesportiva e
receberá o cartão amarelo. Voltará a lançar o tiro livre.
Em tais circunstâncias, será irrelevante se o goleiro posteriormente
tocar ou não a bola com as mãos. A falta é cometida pelo jogador
que tenta burlar tanto a escrita/letra quanto o espírito da Regra 12.

REGULAMENTO INTERNACIONAL

Denominação e constituição
A denominação da Board será “The International Football Association
Board”. A “football Association” (Inglaterra), a “Scotish Football

26
Association” a “Football Association of Wales” a “irish Football Association”
e a “federation International de Football Association” (FIFA), chamadas
em sucessivo “associações”, constituirão a Board. Cada uma terá direito
de fazer-se representar por quatro delegados.

Finalidade
A finalidade da Board deverá ser a de discutir e decidir modificações nas
regras do jogo e outros assuntos que aferem a associação de futebol,
remetidos a Board depois de terem sido examinados durante as sessões
gerais anuais ou durante outras sessões apropriadas das associações que
integram a Board, das Confederações ou das Associações Nacionais.

Sessões da Board
A Board reunir-se-á duas vezes por ano. A sessão geral anual terá lugar
entre 14 de fevereiro e 14 de março. A sessão de trabalho anual terá
lugar em setembro ou outubro, segundo convencionado. A data e o lugar
da sessão geral anual e da sessão de trabalho anual serão determinados
durante a sessão geral anual da Board, precedente.

A mesma associação organizará a sessão geral anual e a sessão de


trabalho anual do ano em curso. Um representante da associação
organizadora presidirá as sessões. Cada associação assumirá, em ciclo
rotativo, a responsabilidade de celebrar as duas sessões em questão.

Sessão anual geral


A sessão anual geral está autorizada a discutir ou decidir as propostas de
modificações nas regras do jogo e outros assuntos relativos ao futebol,
associação, que estejam dentro das competências da Board.

Sessão de trabalho anual


A sessão de trabalho anual será entre setembro e outubro, segundo o que
se tenha decidido. A mesma estará autorizada a debater assuntos gerais
submetidos ao Board e poderá tomar decisões sobre os mesmos, mas não
estará autorizada a modificar as regras do jogo.

Procedimentos

Sessão anual geral


Cada associação deverá enviar anualmente, por escrito, ao secretário da
associação que organiza a sessão, até 1° de dezembro, sem mais tardar,
as sugestões ou as modificações propostas para as regras de jogo, as
petições para experimentos com as regras de jogo ou outros assuntos a
tratar. Esses documentos deverão ser impressos e distribuídos até 14 de
dezembro sem mais tardar. Qualquer troca, em tais modificações
propostas, deverá ser submetida, por escrito, ao secretário da associação
organizadora até 14 de janeiro, não mais tardar.

27
Toda troca deverá ser impressa e enviada às associações para a sua
consideração, até 1° de fevereiro, na sessão de trabalho anual.

Sessão de trabalho anual


Cada associação deverá enviar anualmente, por escrito, pelo menos
quatro semanas antes da data da sessão, qualquer proposta, petição de
experimentos relativo às regras de jogo ou outros assuntos a tratar, ao
secretário da associação que organiza a sessão.

A ordem do dia e a documentação pertinentes serão remetidas a todas as


associações da Board duas semanas antes da sessão.

Qualquer confederação ou associação nacional poderá submeter por


escrito ao Secretário Geral da FIFA propostas, petições ou assuntos a
tratar, dentro de um tempo oportuno, para permitir que a FIFA as
examine. Se for pertinente que a FIFA os examine e se pertinente,
remetê-los ao secretário da associação organizadora, fazê-lo, pelo menos,
quatro semanas antes da sessão.

Ata
O secretário da associação organizadora deverá elaborar a ata da sessão,
a qual deverá ficar registrada no livro oficial de atas, que, por sua vez se
remeterão, de acordo com um ciclo rotativo, à seguinte associação
organizadora, antes de 1° de fevereiro seguinte.

Quorum e direito de voto


Os assuntos de uma sessão não poderão ser tratados por menos de
quatro associações, uma das quais deverá ser da FIFA, estando ali
representadas. A FIFA terá direito a quatro votos em representação a
todas as associações nacionais afiliadas a ela. As associações britânicas
terão um voto cada uma. Para sua aprovação, toda proposta deverá
receber, no mínimo, o sufrágio de três quartas partes das pessoas
presentes e autorizadas a votar.

Modificações nas regras de jogo


Somente na sessão anual geral da Board, poderão aportar modificações
nas regras de jogo com a condição de que tais emendas sejam aprovadas
por uma maioria de três quartas partes das pessoas presentes e
autorizadas a votar.

Sessões extraordinárias
A associação organizadora das sessões da Board, do ano em curso*,
deverá convocar uma sessão extraordinária da Board, no caso de haver
recebido uma solicitação escrita firmada pela FIFA ou por duas das
associações britânicas. A convocação deverá incluir cópia das propostas
que serão apresentadas durante a sessão extraordinária.

28
Essa sessão deverá ser celebrada em um prazo de 28 dias após a
solicitação ter sido apresentada, e as associações que formam a Board
deverão receber a notificação correspondente, assim como cópia das
propostas, em um prazo de 21 dias.

Decisões da Board
A menos que se estabeleça outra maneira, as decisões tomadas durante a
sessão de trabalho anual da Board entrarão em vigor a partir da data da
sessão.

As decisões da sessão anual geral, relativas às modificações aprovadas


nas regras de jogo, serão obrigatórias para todas as confederações e
associações nacionais e entrarão em vigor a partir de 1° de julho seguinte
à sessão anual geral da Board.

Não obstante, as confederações e as associações nacionais, cujas


temporadas em curso ainda não tenham sido finalizadas em 1° de julho,
poderão adiar a introdução das modificações aprovadas nas regras de
jogo, até o começo de sua próxima temporada. Nenhuma confederação ou
associação nacional poderá aplicar alguma modificação nas regras de
jogo, enquanto ela não tiver sido aprovada pela Board.**

* o ano em curso começa no dia seguinte ao da sessão anual geral.


** fica convencionado que para as partidas internacionais toda decisão
entrará em vigor a partir de 1° de julho seguinte ao dia da sessão geral
anual da Board, data em que foram tomadas

ÁREA TÉCNICA

A área técnica descrita na Regra 3, decisão 2 da International Board,


refere-se particularmente às partidas disputadas nos estádios que contêm
com uma área especial para o pessoal técnico e substitutos, tal como se
pode ver na ilustração (abaixo).As áreas técnicas podem diferir de um
estádio para outro, por exemplo, em tamanho ou localização; as seguintes
notas servirão de norma geral:

- a área técnica se estende a 1 m de cada lado do banco e adiante até a


distância de 1 m da linha lateral;

- recomendam-se utilizar marcações para delimitar essa área;

- o número de pessoas autorizadas a estar na área técnica será


determinado pelo regulamento da competição;

- de acordo com o regulamento da competição, deverão ser identificados


os ocupantes da área técnica antes do início da partida;

29
- somente uma pessoa, de cada vez, estará autorizada a dar instruções
técnicas e, depois de fazê-lo, deverá regressar imediatamente ao seu
lugar no banco de reservas;

- o treinador e os demais funcionários oficiais deverão permanecer dentro


dos limites da área técnica, salvo em circunstâncias especiais como, por
exemplo, se um massagista ou um médico devem entrar no campo de
jogo, com a permissão do árbitro, para atender um jogador lesionado;

- o treinador e os demais ocupantes da área técnica deverão comportar-se


de maneira irreprovável.

ESCOLINHA DE FUTEBOL

No futebol, como em qualquer modalidade esportiva, existem


fundamentos básicos, que fazem a base de ação técnica dos praticantes,
estes fundamentos que constituem o suporte do futebol como também de
outras modalidades esportiva chama-se técnica e para uma boa execução
durante uma prática desportiva, deve ser aprendida e treinada. Aqui no
Brasil a tarefa de ensinar futebol não é muito difícil, pois desde cedo todo
garoto toma contato com a bola, fazendo com que possam vivênciar
experiências, que facilitarão no processo de aprendizagem. Praticamente
não existe um garoto que nunca tenha tido contato com a bola, ou não
assistiu a um partida de futebol. Portanto, é possível inferir que já existe
um contato inicial com a bola, fazendo com que o garoto tenha noções das
técnicas necessárias para a prática do futebol.

Os esportistas, que durante a fase de aprendizagem, apresentam um


melhor grau de coordenação motora, aprendem a técnica desportiva com
mais facilidade do que os que apresentam um repertório de movimentos
limitados, com uma coordenação deficiente. O maior grau de coordenação
favorece uma adaptação mais rápida ao deslocamento, às exigências
físicas, cognitivas e psíquicas. Por esta razão, durante o trabalho de
aprendizagem no futebol é importante que um variado repertório de
movimentos sejam executados desde o ingresso do praticante na
escolinha.

O treinamento durante a fase de aprendizagem na escolinha de futebol,


como observamos, deve ser variado, o que traz uma satisfação muito
grande e poderá suprir as necessidades infantis do movimento, a
curiosidade e sua necessidade de variação. Nesse sentindo utilizando uma
variedade de informações motoras o professor desperta a motivação o
entusiasmo além de colaborar para o desenvolvimento motor da criança.
Alguns autores consideram que crianças não podem ser especializadas em
determinados movimentos, um especialista é aquele que sabe cada vez
menos sobre tudo, até que saiba tudo a respeito de nada.

30
Ao trabalharmos com crianças podemos afirmar que, só após a obtenção
de uma boa base motora é que devemos iniciar o trabalho especifico, no
caso em questão, os fundamentos do futebol. O que deve ocorrer durante
a aprendizagem é uma preocupação em não queimar etapas durante o
processo, fazendo com que o aprendiz possa vivênciar uma quantidade de
movimentos, que servirão de base para a aprendizagem da técnica
especifica do futebol.

"A criança até a puberdade ainda não tem condições para suportar um
treinamento de alto rendimento, direcionado à perfeição da técnica. Neste
período é necessário conhecer um numero maior de movimentos para
poder aplica-los no movimento correto". Como podemos observar,
durante a aprendizagem do gesto técnico deve-se evitar a especialização,
devemos sim estar preocupados em oferecer aos praticantes condições de
exercerem bom domínio sobre seus comandos motores, sensoriais e
perceptivos. O objetivo principal durante a fase de aprendizagem na
escolinha deve ser o de aumentar o vocabulário motor do praticante. Só
após oferecermos uma boa base motora é que devemos entrar no
trabalho mais especifico da técnica do futebol. O aprendizado técnico
depende de vários fatores internos (o nível inicial, a motivação pela
aprendizagem, a experiência motora etc.) e externos (feedback,
linguagem, meio ambiente etc.), porém o fator mais importante para
ocorrer a aprendizagem motora para o desempenho esportivo é a
motivação.

A motivação é constituída por idéias, sentimentos, tendências ou impulsos


que levam à ação ou assumir determinadas posturas físicas e atitudes
mentais. A principal motivação do aluno da escolinha reside na própria
necessidade de motivação, outra fonte de motivação na prática desportiva
é a necessidade de sensações mais ou menos fortes, como também a
necessidade de se sentir apreciada, No futebol, um dos fatores que traz
um alto grau de motivação é o desejo de tornar-se um atleta profissional
famoso.

O futebol tem uma técnica própria, o bom jogador de futebol precisa ser
capaz de controlar, passar ou chutar uma bola de forma eficiente, porém
a técnica não pode ser desassociada do principio da aplicação, tem que
ser ensinada de modo que possa ser aproveitada na prática. Conforme o
desporto a ser praticado, o gesto técnico é modificado, no futebol
podemos dividir as técnicas em: Recepção ou domínio, condução de bola,
drible, marcar e desmarcar, passe, chute, cabeceio e trabalho para
goleiro.

A preparação técnica e que leva o praticante a aprender a técnica


desportiva de forma racional e é dividida didaticamente em três fazes;
Treinamento do gesto técnico em sua forma rudimentar, a manifestação
da forma exata do gesto e sua adaptação ao jogo, estabilização do gesto
técnico por meio da automatização e seu treinamento aplicado a

31
competição. Não existe uma linha divisória entre as três fases, porém uma
fase depende da outra como base. A aprendizagem correta da técnica
implica a automatização dos gestos motores inerentes ao desporto em
questão, com as respectivas variações e adaptações que a situação
necessitar.

Estas variações e adaptações só poderão ser executadas com sucesso,


quando o praticante vivência os fundamentos contra oponentes, fazendo
com que cada situação ocorrida durante os exercícios possam ser
resolvidas de varias formas, e a decisão de qual a melhor maneira de se
resolver a situação em questão, depende de experiências vivenciadas
anteriormente. Como podemos observar, na estruturação do treino
técnico que vise aumentar o grau de habilidade, deve ser respeitado o
principio da especificidade, onde existe a necessidade de estruturar o
treinamento de forma a aproximar-se o mais possível da realidade
competitiva, fazendo com que os movimentos técnicos sejam vivênciados
contra oponentes.

O trabalho em escolinha de futebol deve ser bem planejado, não podemos


esquecer que a grande maioria de nossos alunos não são atletas de
futebol profissional, seguirão a vida normal de um trabalhador e a nossa
obrigação é de oferecer aos nossos alunos além da prática de futebol,
uma quantidade de informações motoras que servirão como base para
melhora da qualidade de vida.

METODOLOGIA DE TREINO

De forma a contemplar as ações táctico e técnicas adequadas a cada um


dos grupos, disponibilizamos um conjunto exercícios a serem
trabalhados durante os treinos.
Estes exercícios foram obtidos com base na metodologia de treino
utilizada nas camadas jovens de alguns dos principais clubes europeus.
Esta metodologia foi iniciada nos anos 70, sendo presentemente
recomendada pela FIFA e utilizada na formação das camadas jovens de
clubes de elite como o Bayern de Munique, Olimpique de Marselha,
Arsenal e Newcastle United.
Desde o seu início foi evoluindo, baseando-se atualmente na melhoria das
capacidades individuais dos jogadores e na formação de jogos com
pequenos grupos de jogadores. É baseada na premissa de que o jogo de
equipe consiste em sequências de interação entre dois, três ou quatro
jogadores em vários locais do campo.
Com base na metodologia de treino, disponibilizamos aos alunos os
exercícios a serem trabalhados nos treinos, sendo definidas as suas linhas
orientadoras nos seguintes blocos:

32
1. Domínio da bola
Exercícios em que cada jogador trabalha individualmente com a bola, usando
repetições com os dois pés.

2. Recebendo e passando a bola


Exercícios para melhorar o primeiro toque, encorajando e ensinando passes
arriscados e criativos.

3. Movimentação
Exercícios e jogos para ensinar movimentações individuais para criar espaço em
relação às defesas contrárias.

4. Velocidade
Exercícios e jogos que permitem melhorar a aceleração, as corridas com e sem
bola, bem como a mudança de direção.

5. Finalização
Exercícios e jogos para ensinar técnicas e encorajar o remate instintivo.

6. Contra-ataque
Exercícios e jogos para melhorar as combinações entre pequenos grupos com
ênfase no contra-ataque rápido.

O primeiro bloco (Domínio da bola) é a base do desenvolvimento do


jogador e é essencial para o progresso dos outros blocos. No entanto,
estas técnicas não podem ser entendida de uma forma estanque, isto é,
cada nível não deve ser trabalhado ao máximo de forma a trabalhar-se o
nível seguinte. Em vez disso, o progresso do jogador deve ser conseguido
à medida que as capacidades e as técnicas descritas em cada bloco se
tornarem progressivamente mais fortes.

ALGUNS EXERCÍCIOS

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ETAPAS DE ENSINO

Para que os jovens possam ter êxito no futuro, é fundamental que a sua
formação se inicie pela base, devendo os alunos passar por um processo
de formação coerente, com uma progressão da aprendizagem distribuída
por diferentes etapas, com objetivos, estratégias e conteúdos adequados
às diferentes fases de desenvolvimento.

• 1ª etapa - relação do jogador com a bola

o Domínio da bola e equilíbrio do corpo

o Encadeamento das ações técnicas: controle, condução e chute

o Desenvolvimento do passe e da recepção

o Iniciação às noções de ataque e defesa

• 2ª etapa - relação do jogador com a bola e com o gol

o O chute de precisão

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o Encadeamento de ações finalizando com chute a gol

o Finalização e defesa do gol

o Finalização eficaz das ações de jogo e construção da noção da


defesa do gol

• 3ª etapa - relação do jogador com a bola, com o gol e com o


adversário

o Princípio de ataque-penetração e princípio da defesa-


contenção

o Recuperação e manutenção da posse de bola

o Marcação individual nominal e não nominal

• 4ª etapa - relação do jogador com a bola, com o gol, com o


companheiro e com o adversário

o Jogar com os companheiros progredindo no terreno

o Criar o hábito de se deslocar e de estar constantemente em


movimento para passar e receber a bola

o Princípios do ataque - penetração e cobertura ofensiva

o Princípios da defesa - contenção e cobertura defensiva

o Desmarcação e defesa individual-zonal

• 5ª etapa - relação do jogador com a bola, com o gol, com os


companheiros e com os adversários

o Encadeamento das ações técnicas: passe longo, cruzamento


aéreo e finalização de cabeça

o Princípios do ataque - mobilidade e espaço

o Princípios da defesa - Equilíbrio e concentração

o Jogar com os companheiros progredindo no terreno

o Marcação individual nominal

o Ocupação racional do espaço de jogo

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• 6ª etapa - relação do jogador com a bola, com o gol, com os
adversários e com o time

o Circulação da bola

o Manutenção e recuperação da posse da bola

o Aperfeiçoamento do jogo pelos corredores laterais

o Equipa como bloco dinâmico utilizando o sistema táctico


1:3:2:1

o Método de jogo ofensivo utilizando o sistema táctico 1:3:1:2

Ações tático técnicas desenvolvidas

O conjunto das ações individuais e coletivas encontram-se devidamente


organizadas, de forma a preparar convenientemente os nossos alunos,
envolvendo as seguintes componentes:

• Princípios do Ataque

o Penetração (1º atacante)

o Cobertura Ofensiva/Apoio (2º atacante)

o Mobilidade (3º atacante)

o Espaço (Estrutura do time em campo)

• Princípios da Defesa

o Contenção (1º defesa)

o Cobertura defensiva (2º defesa)

o Equilíbrio (3º defesa)

o Concentração (Estrutura do time)

• Táticas Individuais Ofensivas

o A recepção e o controle de bola

o A condução da bola

o O passe

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o O chute

• Táticas Coletivas Ofensivas

o Desmarcação de ruptura

o Desmarcação de apoio

o Desmarcação mista

o Desmarcação com trajetória circular

o Tabelinha

• Táticas Individuais Defensivas

o Desarme

o Intercepção

o O goleiro e a defesa do gol

• Táticas Coletivas Defensivas

o Marcação à zona

o Marcação individual

o Marcação mista

o Dobra

o Compensação

o
TESTE INDIVIDUAL

Os testes abaixo são destinados a obter indicadores sobre as variadas


capacidades físicas e técnicas individuais que cada um dos jogadores
possui.

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CHUTE DE BICICLETA

Nem um outro movimento no futebol é tão espetacular quanto o gesto


conhecido como o chute de bicicleta: quando o jogador chuta a bola no ar
e de costas sobre sua própria cabeça. Muitos jogadores tentaram; alguns
tiveram sucesso mas poucos realizaram a bicicleta perfeita. Um perfeito

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chute de bicicleta é um evento raro, mesmo na Copa do Mundo não é
garantido que alguém presenciará tal chute, mas se isso acontecer, o
ingresso valeu a pena.

O chute de bicicleta

Ramon Unzaga, nascido na Espanha, é considerado o realizador do


primeiro chute de bicicleta em 1914. Ele migrou para o Chile e seu chute
passou a ser chamado 'a chilena'. O jogador brasileiro Leônidas da Silva, o
'diamante negro', aperfeiçoou a bicicleta nos anos 30 e 40, e Pelé
divulgou-a mundialmente nos anos 60 e 70. Este movimento não leva
nem um segundo para ser realizado mas é cheio de detalhes que a
primeira vista nós não percebemos. O tempo de movimento total do chute
de bicicleta realizado pelo Pelé é cerca de 0,8 s: 0,3 s para gerar o
impulso para saltar e ele fica no ar por cerca de 0,5 s. As principais fases
do movimento do chute de bicicleta são:

1. O salto: Pelé posiciona-se de costas para a direção que pretende


chutar a bola e para pular, seu centro de gravidade (CG), definido
como o ponto onde a resultante de todas as forças peso pode ser
considerada agindo, está projetado um pouco atrás de seu pé de
impulsão. Isto lhe permite ganhar rotação, quando aplica uma força
no chão que passa a uma certa distância do CG, para saltar como
numa cambalhota.

2. A tesoura: Uma vez completamente no ar Pelé, numa sincronia


espantosa com a trajetória da bola, eleva a perna que irá chutar a bola
e movimenta a outra perna na direção oposta: como o movimento de
uma tesoura; o que pode ser verificado pelos ângulos entre o tronco e
a coxa de cada perna. Enquanto o movimento é realizado, a cabeça é
mantida numa posição fixa porque ele deve olhar para a bola.

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3. A batida da bola: A perna, em alta velocidade, intercepta a bola
acima da altura de uma pessoa de pé, e altera o movimento da bola.
Então por um momento, parece que seu corpo pára no ar e somente as
pernas giram em torno do quadril. Este fenômeno é devido ao
movimento dos outros segmentos do corpo que movem-se mais rápido
que o tronco: ainda que o CG do corpo inteiro descreva uma trajetória
parabólica, como previsto pelas leis clássicas da Mecânica, o tronco
(tronco CG) na verdade move-se mais devagar no seu ápice por cerca
de 150 ms.

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