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Atlas de Histologia dos Sistemas Biológicos

Autora: xxxxxx
Disciplina: Histologia Humana
Prof. Mrs. Emília Miguel Soares

Barreiras– BA
2023
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1. SANGUE, HEMATOPOESE E ÓRGÃOS LINFÁTICOS ........................ 3

CAPÍTULO 2. SISTEMA CARDIOVASCULAR ................................................................. 7

CAPÍTULO 3. SISTEMA DIGESTÓRIO SUPERIOR ........................................................ 9

CAPÍTULO 4. SISTEMA DIGESTÓRIO INFERIOR ...................................................... 11

CAPÍTULO 5. GLÂNDULAS ANEXAS AO SISTEMA DIGESTÓRIO ......................... 15

CAPÍTULO 6. SISTEMA RESPIRATÓRIO ...................................................................... 19

CAPÍTULO 7. SISTEMA URINÁRIO ................................................................................ 22

CAPÍTULO 8. SISTEMA ENDÓCRINO I – EIXO HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO


.................................................................................................................................................. 26

CAPÍTULO 9. SISTEMA ENDÓCRINO II – GLÂNDULAS ANEXAS ......................... 27

CAPÍTULO 10. SISTEMA GENITAL MASCULINO ....................................................... 32

CAPÍTULO 11. SISTEMA GENITAL FEMININO ........................................................... 37

CAPÍTULO 12. SISTEMA TEGUMENTAR E SEUS EIXOS .......................................... 43

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 48
CAPÍTULO 1. SANGUE, HEMATOPOESE E ÓRGÃOS LINFÁTICOS

O sangue é considerado um tipo especial de tecido conjuntivo. É constituído de plasma,


eritrócitos, leucócitos e plaquetas (Fig. 1a). O plasma é o componente fluído do sangue,
composto de sais e compostos orgânicos, como aminoácido, lipídios, vitaminas, proteínas e
hormônios. É importante lembrar que o soro é o plasma livre de fibrinogênio.
Os eritrócitos ou hemácias apresentam formato bicôncavo e são anucleadas, elas
transportam gás oxigênio e gás carbônico. Os leucócitos podem ser classificados em dois tipos,
os que apresentam grânulos citoplasmáticos primários e secundários, chamados de granulócitos
e os que apresentam apenas grânulos citoplasmáticos primários, chamados de agranulócitos.
São exemplos de granulócitos, os neutrófilos (Fig. 1b), eosinófilos (Fig. 1c) e basófilos (Fig.
1d), e são exemplos de agranulócitos, os linfócitos (Fig. 1e) e os monócitos (Fig. 1f). Existem
também as plaquetas que são discoides e são responsáveis pelos fatores de coagulação.
Figura 1. Células sanguíneas.

Fonte: Histology guide. Coloração de Wright.


A hematopoese é a formação do sangue, inicia-se no feto no 3º trimestre de vida uterina
nas ilhas de hematopoese encontradas no saco vitelino. Continua após o 2º trimestre no fígado
e baço, e a partir do 7º mês de vida uterina, ocorre na medula óssea. No adulto ocorre na região
do externo e cintura pélvica. As células tronco hematopoiéticas são capazes de se autorrenovar
e produzir dois tipos de células precursoras as células tronco mieloides e as células tronco
linfoides. As células tronco mieloides dão origem as Unidades formadoras de colônias, de
eritrócitos, megacariócitos, granulócitos, eosinófilos e basófilos, que dão origem
respectivamente, as hemácias, plaquetas, monócitos e neutrófilos, eosinófilos e basófilos. As
células tronco linfoides dão origem aos precursores de células T e B.
Os órgãos linfoides, protegem o corpo contra patógenos ou antígenos, eles fazem parte
do sistema imunológico e quanto a origem, podem ser divididos em primários e secundários.
Os primários produzem componentes celulares do sistema imunológicos, são a medula óssea e
o timo. E os secundários, são os locais onde ocorrem as respostas imunológicas, são os
linfonodos, o baço, as tonsilas e os agregados celulares apresentadores de antígeno nos pulmões,
mucosa do trato digestivo e placas de Peyer.
Histologicamente podem ser divididos em: difuso, que não apresentam cápsula e
apresentam acúmulo de linfócitos; e em nodular, que apresentam centro germinativo claro e
periferia escura. Os nodulares podem ser divididos em: nódulos linfáticos, que não apresentam
cápsula, são isolados ou agregados como MALTs (Fig. 2), GALTs e BALTs; e órgãos linfáticos
que apresentam cápsula e uma organização histológica peculiar, como linfonodos (Fig. 3), baço
(Fig. 4) e timo (Fig. 5).
Figura 2. Tonsila palatina.

Fonte: Histology guide. Coloração de Hematoxilina e Eosina (H&E).


Figura 3. Linfonodo.

Fonte: Histology guide. Coloração: H&E/Azan/Prata

Figura 4. Baço.

Fonte: Histology guide. Coloração: H&E/Azan/Prata


Figura 5. Timo.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


CAPÍTULO 2. SISTEMA CARDIOVASCULAR

O sistema cardiovascular é um sistema de transporte que leva sangue e linfa para os


tecidos e a partir deles. É constituído pelo coração, vasos sanguíneos e vasos linfáticos.
O coração é envolvido por um saco fibroso resistente o pericárdio. Dentre os elementos
do coração estão o músculo cardíaco (musculatura do coração, com células do músculo cardíaco
têm seções transversais (Fig. 6a) e longitudinais (Fig.6b)), o esqueleto fibroso (que consiste em
quatro anéis fibrosos), a parte membranácea do septo interventricular (que é desprovida de
músculo cardíaco e é composta por tecido conjuntivo denso), o sistema de condução (que é
formado por células musculares cardíacas modificadas, as fibras de Purkinje (Fig. 6f)), a
vascularização coronária (que consiste em duas artérias coronárias e duas veias cardíacas) e as
veias cardíacas (que fazem a drenagem venosa do coração).
O coração apresenta três camadas, epicárdio, miocárdio e endocárdio. O epicárdio (Fig.
6c) apresenta uma única camada de células mesoteliais e tecido conjuntivo adiposo subjacente
(Fig. 6d). O miocárdio (Fig. 6c) é constituído de músculo cardíaco, sendo que o miocárdio dos
átrios é mais fino que o dos ventrículos. O endocárdio apresenta uma camada interna de
endotélio (Fig 6e) e tecido conjuntivo subendotelial, uma camada média de tecido conjuntivo e
células musculares lisas e uma camada mais profunda de tecido conjuntivo, denominada
camada subendocárdica.
Figura 6. Coração.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A parede vascular das artérias (Fig. 7a) e veias (Fig. 7b) apresentam três camadas: a
túnica íntima, a camada mais interna do vaso que consiste em três componentes, endotélio,
lamina basal e camada subendotelial; túnica média, que apresenta uma camada de células
musculares lisas vasculares e dispostas circunferencialmente, é espessa nas artérias e estende-
se da lamina elástica interna até a lâmina elástica externa; e a túnica adventícia, a camada mais
externa de tecido conjuntivo, composta por fibras de colágeno ou elásticas dispostas
longitudinalmente, é mais espessa nas vênulas e veias.
Figura 7. Artéria e veia.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

Os capilares (Fig. 8 a transversal e b longitudinal) apresentam uma única camada de


células endoteliais e uma lâmina basal, existem três tipos de capilares, os contínuos (com
endotélio vascular ininterrupto), os fenestrados (com numerosas aberturas na parede do capilar
e com lâmina basal contínua) e os descontínuos (com diâmetro maior e com lacunas
intercelulares e membrana basal descontínua). E os vasos linfáticos (Fig. 8c) apresentam uma
camada de células endoteliais e são revestidos por tecido conjuntivo.
Figura 8. Capilares e vasos linfáticos.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


CAPÍTULO 3. SISTEMA DIGESTÓRIO SUPERIOR

O sistema digestório superior é formado por um tubo digestivo ou trato alimentar. O


segmento superior é constituído de boca, orofaringe, esôfago e estomago.
O sistema digestório apresenta desde a boca até o ânus, a mucosa digestiva que é
constituída de dois tecidos, o epitelial e o conjuntivo. Cabe salientar que é pela mucosa digestiva
que as substâncias são absorvidas.
O segmento digestório superior apresenta uma mucosa que consiste em um epitélio de
revestimento, e um tecido conjuntivo subjacente denominado de lâmina própria (Fig. 9a), e na
muscular da mucosa, composta de músculo liso. Apresenta uma submucosa, que consiste em
um tecido conjuntivo denso irregular. Apresenta a muscular externa, consistindo em muitas
partes nas duas camadas de músculo liso. E apresenta a serosa, uma membrana serosa
constituindo em um epitélio simples pavimentoso.
A cavidade oral é revestida pela mucosa oral, que consiste em uma mucosa mastigatória,
em uma mucosa de revestimento, e em uma mucosa especializada. Na mucosa mastigatória o
epitélio é paraqueratinizado, enquanto na mucosa não mastigatória o epitélio é queratinizado.
A língua é um órgão muscular, apresenta papilas que cobrem sua superfície dorsal.
Existem três tipos de papilas, as filiformes (Fig. 9b), as fungiformes (Fig. 9c), folhadas (Fig.
9d) e as circunvalas (Fig. 9e).
Figura 9. Mucosa da língua e papilas.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


O esôfago é um tubo muscular fixo que fornece alimento da faringe para o estômago. A
mucosa que reveste o estômago apresenta epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado
(Fig. 10a). A submucosa consiste em um tecido conjuntivo denso irregular (Fig. 10b) e contém
os maiores vasos sanguíneos e linfáticos (Fig. 10c), fibras nervosas (Fig. 10d) e células
ganglionares (Fig. 10e). Apresenta glândulas mucosa (Fig. 10f).
Figura 10. Esôfago.

Fonte: Histology guide. Legenda: Vaso sanguíneo (VS), Vaso linfático (VL). Coloração: Hematoxilina e Eosina.

O estômago é a parte expandida do sistema digestório, é dividido em três regiões com


base no tipo de glândula que cada uma apresenta. A região cárdica (Fig. 11a), que contém
glândulas cárdicas (Fig. 11b). A região fúndica (Fig. 11c), que contém as glândulas gástricas
ou fúndicas (Fig. 11d). E a região pilórica (Fig. 11e), que contém as glândulas pilóricas (Fig.
11f).
Figura 11. Estômago.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


CAPÍTULO 4. SISTEMA DIGESTÓRIO INFERIOR

O sistema digestório inferior é composto pelo intestino delgado, que apresenta três
regiões, duodeno (Fig 12a), jejuno (Fig 12b) e ílio (Fig 12c), e pelo intestino grosso, que
compreende o ceco com seu apêndice vermiforme, o cólon (Fig. 12d) (ascendente, transverso
e descendente), o reto (Fig. 12e) e o ânus.
Figura 12. Intestino delgado e intestino grosso.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

O intestino delgado é responsável pela digestão de alimentos e absorção dos produtos


da digestão. A mucosa do intestino delgado apresenta vilosidade (Fig. 13a) e criptas (Fig. 13b).
Na região do duodeno os vilos apresentam formato de folha (Fig. 13c), é possível encontrar as
glândulas de Brunner (Fig. 13d) e as criptas de Lieberkuhn.
Figura 13. Duodeno

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

Na região do jejuno, os vilos são em formato de dedo (digitiformes) (Fig. 14a), apresenta
as criptas de Lieberkuhn (Fig. 14b) e não apresenta glândula. E na região do íleo, os vilos são
mais curtos comparando-os aos do jejuno (Fig. 14c), apresenta as placas de Peyer (Fig. 14d)
(agregados linfoides).
Figura 14. Jejuno e ílio.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


O intestino delgado apresenta pelo menos cinco tipos celulares: os enterócitos,
responsáveis principalmente pela absorção; as células caliciformes, glândula unicelular
secretora de mucina; as células de Paneth, responsáveis principalmente em manter a imunidade
inata da mucosa pela secreção de substâncias antimicrobianas; as células enteroedócrinas, que
produzem vários hormônios parácrinos e endócrinos; e as células das micropregas, que são
enterócitos modificados que cobrem os nódulos linfáticos aumentados na lâmina própria.
O intestino grosso é responsável pela reabsorção de água e eletrólitos e eliminação da
comida não digerida e de resíduos. A mucosa do intestino grosso apresenta criptas (Fig. 15a),
não possui pregas e vilos. Apresenta quatro tipos de células no epitélio simples cilíndrico do
revestimento superficial das glândulas tubulosas, as células cilíndricas absortivas com
microvilos, as células caliciformes, as células-tronco, e as células enteroendócrinas. É possível
observar folículos linfáticos na lâmina própria (Fig. 15b).
Figura 15. Intestino grosso

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

O reto apresenta as pregas transversas do reto, com mucosa glândulas intestinais


tubulares retas (Fig. 16a) com numerosas células caliciformes (Fig. 16b).
Figura 16. Reto.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

O ânus apresenta epitélio estratificado pavimentoso (Fig. 17), contém pregas


longitudinais, denominadas colunas anais e depressões entre as colunas anais que são
denominados seios anais.
Figura 17. Ânus.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


CAPÍTULO 5. GLÂNDULAS ANEXAS AO SISTEMA DIGESTÓRIO

Dentre as glândulas anexas ao sistema digestivo estão as glândulas salivares, o pâncreas,


o fígado e a vesícula biliar.
As glândulas salivares são classificadas em maiores e menores. As menores estão
localizadas na submucosa da cavidade oral, sendo as glândulas linguais, bucais molares e
palatinas. E as maiores são estruturas emparelhadas, incluindo as parótidas que apresenta
cápsula conjuntiva (Fig. 18a) e ácinos serosos (Fig. 18b), submandibulares (Fig. 18c) com
ácinos serosos (Fig. 18d), mucosos (Fig. 18e) e mistos (Fig. 18f) e sublinguais (Fig. 18g) com
predomínio de ácinos mucosos (Fig. 18h).
Figura 18. Glândulas salivares.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


As glândulas salivares apresentam: ácinos, com células mioepiteliais e membrana basal;
ducto intercalar (Fig. 19a) com células mioepiteliais, com epitélio simples cúbico baixo; ducto
estriado (Fig. 19b) com epitélio simples cúbico e cilíndrico; ducto intralobular com epitélio
simples cúbico e cilíndrico; ducto interlobular (Fig. 19c) com epitélio pseudoestratificado
cilíndrico, ducto lobar com epitélio estratificado cilíndrico, e ducto excretor principal (Fig.
19d). O adinômero é a unidade secretora do ácino. Os ácinos podem ser serosos (Fig. 19e),
mucosos (Fig. 19f) ou mistos (Fig. 19g). As glândulas parótidas são completamente serosas, as
submandibulares são glândulas mistas, principalmente serosas e as glândulas sublinguais
também são mistas, secretoras de muco.
Figura 19. Ductos e ácinos das glândulas salivares.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

O pâncreas é uma glândula alongada que possui cabeça, corpo e cauda, é constituído de
dois componentes, o componente exócrino (Fig. 20a) (formado pelos ductos) e o componente
endócrino (Fig. 20b) (formado pelas ilhotas de Langerhans).
Figura 20. Componente exócrino e endócrino do pâncreas

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

O fígado é a maior massa de tecido glandular do corpo, apresenta lóbulos hepáticos (Fig.
21a). As células mais numerosas do fígado são os hepatócitos (Fig. 21b), que apresentam
formato poligonal e tamanho grande. Também é possível observar as células estriadas
hepáticas, as células de Kupffer e os colangiócitos, que são as células epiteliais que revestem a
árvore biliar. Apresenta uma veia central (Fig. 21c) e os canais porta (Fig. 21d), que apresentam
um canalículo biliar, uma artéria e uma veia.
Figura 21. Fígado.

Fonte: Histology guide. Legenda: Artéria (A), Veia (V), e Canalículo biliar (CB). Coloração: Azan (a,b,c) e
Hematoxilina e Eosina (d).

A vesícula biliar armazena a bile que é produzida no fígado, apresenta três camadas,
mucosa (Fig. 22a), muscular (Fig. 22b) e adventícia (Fig. 22c).
Figura 22. Vesícula biliar.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


CAPÍTULO 6. SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório apresenta uma porção condutora e uma porção respiratória.


Constituem a porção condutora, a cavidade nasal e oral, a nasofaringe, a laringe, a traqueia, os
brônquios e os bronquíolos. E fazem parte da porção respiratória, os brônquios respiratórios, os
ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos.
Nas cavidades nasais, é possível observar o segmento respiratório e o segmento
olfatório. O segmento respiratório apresenta na mucosa um epitélio pseudoestratificado colunar
ciliado. E o segmento olfatório é revestido por uma mucosa olfatória especializada, que
apresenta diferentes tipos celulares, como: a célula receptora olfatória, a célula de sustentação,
a célula em escova e a célula basal.
A faringe liga as cavidades nasais e oral à laringe e ao esôfago, por isso é possível
observar a nasofaringe que apresenta epitélio respiratório pseudoestratificado cilíndrico ciliado
(Fig. 23a) e a orofaringe que apresenta epitélio estratificado pavimentoso (Fig 23b).
Figura 23. Epitélio da nasofaringe e orofaringe.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A laringe é revestida por epitélio estratificado pavimentoso (Fig. 24a) e epitélio


pseudoestratificado colunar ciliado (Fig. 24b). Apresenta também glândulas mistas (Fig 24c).
Figura 24. Laringe.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


A traqueia apresenta quatro camadas: mucosa (Fig. 25a), com epitélio
pseudoestratificado ciliado e com uma lâmina própria rica em fibras elásticas; submucosa (Fig.
25 b), que é composta de tecido conjuntivo ligeiramente mais denso que o da lâmina própria,
com glândulas mistas; camada cartilaginosa (Fig. 25c), composta de cartilagem hialina em
formato de C; e adventícia (Fig. 25d), composta de tecido conjuntivo.
Figura 25. Traqueia.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina e Coloração Verhoeff.

Os brônquios (Fig. 26a) apresentam epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado (Fig.


26b), que vai reduzindo sua altura em direção aos bronquíolos, são constituídos de placas
cartilaginosas irregulares (Fig. 26c) e uma camada circular de músculo liso (Fig. 26d).
Figura 26. Brônquio.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


Os bronquíolos, não apresentam placas de cartilagem, glândulas mistas e BALTs.
Podem ser do tipo: propriamente dito (Fig. 27a), que apresentam epitélio pseudoestratificado
levemente cúbico ciliado, com camada de musculatura lisa bem desenvolvida; terminais (Fig.
27b), que apresenta epitélio baixo e camada de musculatura pouco desenvolvida; e respiratórios,
rico em células de clara. Os bronquíolos apresentam células claras que não são ciliadas e
possuem projeções arredondadas e secretam um agente tensoativo. E por fim, os alvéolos (Fig.
27d) são os verdadeiros locais de troca gasosa entre o ar e o sangue. Cada alvéolo tem uma
câmara de formato poliédrico com parede fina, confluente com um saco alveolar.
Figura 27. Bronquíolos e alvéolo.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


CAPÍTULO 7. SISTEMA URINÁRIO

O sistema urinário consiste em um par de rins, um par de ureteres que se estendem dos
rins até a bexiga, e a uretra que se estende da bexiga até o exterior do corpo.
Os rins apresentam uma capsula (Fig. 28a), córtex (Fig. 28b) e medula (Fig. 28c). A
cápsula de tecido conjuntivo, consiste em duas camadas: a camada externa da cápsula que
apresenta fibroblastos e fibras colágenas; e a camada interna da cápsula que apresenta
miofibroblastos. A córtex renal é caracterizada pelos corpúsculos renais e seus túbulos
associados. E a medula é caracterizada pelos túbulos retos, ductos coletores e uma rede especial
de capilares, os vasos retos.
Figura 28. Cápsula, córtex e medula renal.

Fonte: Histology guide. Coloração: Azan (a) e Hematoxilina e Eosina (b,c)

O néfron é a unidade estrutural e funcional do rim, que apresenta o corpúsculo renal


(Fig. 29a) (formado pelo glomérulo e cápsula de Bowman, onde também é possível observar o
polo vascular e o polo urinário), o segmento espesso proximal (Fig. 29b) (formado pelo túbulo
contorcido proximal e túbulo reto proximal), o segmento delgado (Fig. 29c) (formado pela parte
delgada e espessa da alça de Henle) e o segmento espesso distal (Fig. 29d) (formado pelo túbulo
reto distal e túbulo contorcido distal).
Figura 29. Regiões do néfron.

Fonte: Histology guide. Legenda: Corpúsculo renal (círculo tracejado), cápsula de Bowman (cabeça da seta)
polo vascular (PV), polo urinário (PU), túbulo contorcido proximal (TCP), e túbulo reto proximal (TRP).
Coloração: Hematoxilina e Eosina.

Os ureteres apresentam epitélio de transição (Urotélio). É possível observar a mucosa


(formada pelo epitélio e lâmina própria), muscular externa e adventícia (Fig. 30).
Figura 30. Camadas do Ureter.

Fonte: Histology guide. Legenda: Epitélio (Ep), lâmina própria (L.P), muscular externa (M.E), adventícia (Adv).
Coloração: Hematoxilina e Eosina.
O número de camadas de células do epitélio transicional (Fig. 31a) do ureter pode variar
a depender da porção, aumentando em direção a bexiga. A lâmina própria (Fig. 31b) consiste
em uma espessa camada de tecido conjuntivo denso irregular rico em colágeno e fibras
elásticas. A muscular externa (Fig. 31c) apresenta músculo liso em disposição irregular. E a
adventícia (Fig. 31c), que consiste em tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos, nervos
e células adiposas.
Figura 31. Detalhe das Camadas do Ureter.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A bexiga e uretra apresentam mucosa com epitélio transicional (que consiste em três a
cinco camadas de células) e lâmina própria (uma espessa camada de tecido conjuntivo denso
irregular rico em colágeno e fibras elásticas) (Fig. 32a), muscular externa (Fig. 32b) (camadas
de músculo liso arranjado irregularmente que formam uma camada longitudinal interna, uma
camada circular no meio e uma camada longitudinal externa) e adventícia ou serosa (Fig. 32c)
a depender da região da bexiga.
Figura 32. Camadas da bexiga.

Fonte: Histology guide. Legenda: Epitélio (Ep), lâmina própria (L.P), camada muscular longitudinal interna
(L.I), camada muscular circular (C), camada muscular longitudinal externa (L.E). Coloração: Hematoxilina e
Eosina.
CAPÍTULO 8. SISTEMA ENDÓCRINO I – EIXO HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO

O Eixo Hipotalâmico-Hipofisário atua por meio da síntese e secreções de hormônios. O


Hipotálamo é uma região do cerebelo, considerado o motor das glândulas endócrinas, que se
comunica com a Hipófise. No hipotálamo encontramos apenas corpos de neurônios, sendo,
desse modo, formado por tecido neural.
A hipófise (Fig. 33), por sua vez apresenta duas regiões distintas a Adeno-Hipófise e a
Neuro hipófise, a primeira é formada por tecido glandular, e a segunda é formada por tecido
secretor neural.
Figura 33. Hipófise.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

Entre a Adeno-Hipófise e Neuro hipófise existe a Pars intermedia (Fig. 34a) que é uma
região delgada, uma intersecção das duas regiões, onde é possível observar cistos de Rathke
(Fig. 34b), ricos em colóide. As células da Adeno-Hipófise podem ser classificadas em três
tipos com base na afinidade por corantes, as células acidófilas (Fig. 34c), basófilas (Fig. 34d) e
cromófobas (Fig. 34e). A Neuro hipófise (Fig. 34f), apresenta os pituícitos, que são células
gliais especializadas e os corpúsculos de Herring (Fig. 34g), que são dilatações terminais de
axônios com acúmulo de neurotransmissores.
Figura 34. Pars intermedia, Adeno-hipófise e Neuro hipófise.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

CAPÍTULO 9. SISTEMA ENDÓCRINO II – GLÂNDULAS ANEXAS

Estão presentes no sistema endócrino, alguns órgãos como, glândula pineal, tiroide,
paratireoide, adrenal ou suprarrenal e algumas células individuais, como por exemplo. as do
pâncreas endócrino.
A glândula adrenal ou suprarrenal, apresenta a cápsula (Fig. 35a) de tecido conjuntivo
e tecido adiposo, onde são encontrados vasos sanguíneos (Fig. 35b) e nervos (Fig. 35c).
Figura 35. Cápsula da glândula adrenal.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


No córtex da adrenal (Fig. 36a) é possível observar três zonas, a glomerulosa (Fig. 36b)
(dispostas em agrupamentos celulares ovoides), a fasciculada (Fig. 36c) (formada por longos
cordões celulares retilíneos) e a reticulada (Fig. 36d) (formada por cordões celulares
anastomosados).
Figura 36. Córtex da adrenal.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

E a medula (Fig. 37a), formada por cordões interconectados curtos, é formado por
parênquima com grandes células epitelióides, os cromafins (Fig. 37b).
Figura 37. Medula da adrenal.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A tireoide (Fig. 38a) está localizada atrás da traqueia e apresenta 2 lobos laterais
conectados com o istmo, uma fina faixa de tecido tireoidiano. Apresenta como unidade
morfofuncional os folículos tireoidianos (Fig. 38b), que contêm coloide, uma massa gelatinosa
central. O estroma apresenta capilares sanguíneos. O epitélio folicular apresenta dois tipos de
células, células foliculares ou células principais (Fig. 38c) e células parafoliculares ou células
c (Fig. 38d).
Figura 38. Tireoide.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

As paratireoides (Fig. 23a) são glândulas ovoides, dispostas em dois pares, superiores e
inferiores. É circundada por uma cápsula (Fig. 23b) de tecido conjuntivo, que se estende para
dentro da glândula, formando septos mal definidos. Apresenta dois tipos de células, células
oxífilas (Fig. 23c) (são mais arredondadas e apresentam citoplasma distintamente acidófilo) e
células principais (Fig. 23d) (são menores e apresentam citoplasma pálido ligeiramente
acidófilo).
Figura 39. Paratireoide.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


A glândula pineal (Fig. 40a), apresenta formato de pinha achatada em humanos e
apresenta dois tipos de células parenquimatosas, os pinealócitos (Fig. 40b) e as células
intersticiais (gliais) (Fig. 40c). Também é possível observar os corpos arenáceos (Fig. 40d), que
são concreções calcificadas.
Figura 40. Glândula pineal.

Fonte: Laminário On-line. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

O pâncreas endócrino, apresenta as ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Langerhans (Fig.


41a) onde podemos observar células poligonais dispostas em cordões curtos e irregulares,
envolvidos por uma rede de capilares fenestrados (Fig. 41b). Representam as células das ilhotas
de Langerhans, as células A ou alfa, B ou beta, D ou delta, F ou PP, D1 e Épisilon, que podem
ser identificadas a partir de imuno-histoquímicas e imunofluorescência.
Figura 41. Pâncreas endócrino.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


CAPÍTULO 10. SISTEMA GENITAL MASCULINO

Fazem parte do sistema genital masculino os testículos, epidídimos, glândulas


acessórias (como a próstata, glândula de littré, glândula seminal e glândula bulbouretral), vasos
eferentes, ductos ejaculatórios, uretra e pênis.
Os testículos (Fig. 42a) apresentam uma cápsula de tecido conjuntivo denso espesso,
chamada de túnica albugínea (Fig. 42b). Os testículos são divididos em lóbulos, formados por
septos de tecido conjuntivo incompletos, que se projetam da cápsula. Cada lóbulo é formado
por um a quatro túbulos seminíferos (local em que ocorre a produção de espermatozoides) e
pelo estroma de tecido conjuntivo. Os túbulos seminíferos (Fig. 42c) apresentam epitélio
estratificado complexo, também chamado de epitélio germinativo, em que podemos observar
duas populações de células, as células de Sertoli (Fig. 42d), também chamadas de células de
suporte e as células espermatogênicas, que se diferenciam para produção de espermatozoides.
Dentre as células espermatogênicas é possível observar as espermatogônias (Fig. 42e),
espermatócitos (Fig. 42f), espermátides arredondadas (Fig. 42g) e espermátides alongadas (Fig.
42h). E no estroma de tecido conjuntivo é possível observar as células de Leydig (Fig. 42i),
também chamadas de células intersticiais, são grandes células poligonais eosinófilas, que
geralmente apresentam gotículas de lipídios.
Figura 42. Testículo.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


Os ductos eferentes (Fig. 43a) apresentam epitélio pseudoestratificado cúbico. Cada um
dos ductos eferentes altamente enrolados se abre no canal único do epidídimo. O epidídimo é
dividido em cabeça, corpo e cauda, o epitélio do epidídimo é pseudoestratificado alto com
estereocílios (Fig. 43b - pontas da seta), em geral é possível observar dois tipos de células, as
principais (Fig. 43b - setas) e as basais (Fig. 43b - círculos).
Figura 43. Ductos eferente e epidídimo.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

O ducto deferente (Fig 44a) emerge da cauda do epidídimo e conduz os espermatozoides


para as vias inferiores, conecta o epidídimo a uretra na próstata. É um tubo fibromuscular de
parede espessa, o que permite os movimentos peristálticos que impulsionam o esperma através
do ducto. A superfície luminal apresenta pregas longitudinais (Fig. 44b), apresenta epitélio
colunar pseudoestratificado, com células colunares principais (Fig. 44b - seta) e células basais
redondas (Fig. 44b - círculo) que repousam sobre a lâmina basal. Apresenta três camadas
musculares (Fig. 44c), longitudinal interna, circular do meio e longitudinal externa. Apresenta
também uma camada adventícia.
Figura 44. Ducto deferente.

Fonte: Histology guide. Legenda: Longitudinal interna (L.I), Circular do meio (C.M), Longitudinal externa
(L.E). Coloração: Hematoxilina e Eosina.

Dentre as glândulas sexuais acessórias, as glândulas seminais (Fig. 45a) são glândulas
tubulares muito pregueadas, na mucosa é possível observar dobras altamente retorcidas (Fig.
45b), o epitélio é do tipo colunar pseudoestratificado, embora seja classificado como epitélio
pseudoestratificado, é possível observar que os núcleos estão localizados na base das células.
Apresentam células colunares simples e células basais, pequenas e redondas que repousam na
membrana basal. A lâmina própria, apresenta tecido conjuntivo rico em colágeno, fibras
elásticas e músculo liso. Apresenta duas camadas musculares (Fig. 45c), uma camada circular
interna e uma camada longitudinal externa de músculo liso. Também é possível observar a
adventícia (Fig. 45c).
Figura 45. Glândula seminal.

Fonte: Histology guide. Legenda: Circular interna (C.I), Longitudinal externa (L.E) e adventícia (Adv).
Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A próstata é a maior glândula sexual acessória do sistema genital masculino, é do tipo


tubuloalveolar (Fig. 46a). O epitélio glandular, apresenta principalmente células epiteliais
simples colunares e cuboidais (Fig. 46b), podendo apresentar regiões de epitélio colunar
pseudoestratificado (Fig. 46c). Os alvéolos das glândulas prostáticas, em particular em homens
idosos, apresentam frequentemente concreções prostáticas ou corpos amiláceos (Fig. 46d), de
formato e tamanho variados, muitas vezes com até 2 mm de diâmetro. A região do estroma é
composta de tecido conjuntivo perialveolar (Fig. 46e) (lâmina própria), um tecido conjuntivo
denso irregular com feixes entrelaçados de músculo liso.
Figura 46. Próstata.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


O pênis é formado por tecido erétil, é possível observar duas massas dorsais de tecido
erétil, chamadas de corpos cavernosos (Fig. 47a), e uma massa ventral de tecido erétil, chamado
de corpo esponjoso (Fig. 47a), no interior do qual é possível observar a uretra (Fig. 47b). Essas
massas de tecido erétil são envolvidas pela túnica albugínea (Fig. 47c), uma camada
fibroelástica densa. Os corpos cavernosos apresentam músculo liso abundante (Fig. 47d), o que
permite a contração e relaxamento, são também ricamente vascularizados, onde é possível
observar a artéria central (Fig. 47e). A uretra apresenta epitélio pseudoestratificado colunar
(Fig. 47f), onde é possível observar as glândulas de Littré (Fig. 47g). Também é possível
observar a fáscia superficial (Fig. 47h), composta de tecido conjuntivo, a qual envolve o pênis
com muitos vasos sanguíneos e nervos.
Figura 47. Pênis.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


CAPÍTULO 11. SISTEMA GENITAL FEMININO

O sistema reprodutivo feminino apresenta órgãos internos (ovários, tubas uterinas, útero
e vagina) e estruturas sexuais externas (monte de púbis, lábios maiores, lábios menores, clitóris,
vestíbulo, abertura da vagina, hímen e óstio externo da uretra).
Os ovários (Fig. 48a) são pequenas estruturas ovoides pareadas, que apresentam uma
cápsula (Fig. 48b), que cobre a superfície externa, um epitélio conhecido como “germinativo”,
com epitélio cúbico simples e uma túnica albugínea, camada de tecido conjuntivo denso
irregular que sustenta o epitélio. Os ovários são divididos em duas regiões, região medular (Fig.
48c), que está localizada na porção central do ovário e apresenta tecido conjuntivo frouxo,
massa de vasos sanguíneos contorcidos de calibre relativamente grande, vasos linfáticos e
nervos, e a região cortical (Fig. 48c), que está localizada na porção periférica do ovário,
circundando a medula., onde podemos observar os folículos ovarianos, o tecido conjuntivo
ricamente celularizado, que circunda esses folículos e a existência de fibras musculares lisas
dispersas no estroma, envolvendo os folículos.
Figura 48. Ovário.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


Na região cortical podemos observar folículos em diferentes estágios de
desenvolvimento folicular: os folículos primordiais (Fig. 49a), em que o oócito é circundado
por uma camada única de células foliculares pavimentosas; os folículos em crescimento (em
que o oócito aumenta de tamanho, e ocorre proliferação das células foliculares que se tornam
cuboides) que são divididos em primários (que apresentam uma (unilaminar) (Fig. 49b), ou
mais (multilaminar) (Fig. 49c) camadas de células foliculares cuboides) e secundários ou antrais
(Fig. 49d) (com espessura de seis a doze camadas de células foliculares, onde surgem cavidades
repletas de líquido entre as células da granulosa, denominado líquido folicular, formando uma
única cavidade chamada de antro); e os folículos maduros ou folículos de Graaf (Fig. 49e),
apresentam tamanho grande, o oócito é revestido por várias camadas de células da granulosa,
existe uma região espessada dessas células, chamada de cúmulo oóforo, que se projeta para
dentro do antro. Também é possível observar a coroa radiada (Fig. 50), que são células da
granulosa que revestem o oócito. As células do tecido conjuntivo, formam as camadas da teca
folicular, que pode ser diferenciada em duas camadas, teca interna, que é altamente
vascularizada com células secretoras cuboides e teca externa, que contém principalmente
células musculares lisas e feixes de fibras colágenas.
Figura 49. Folículos ovárianos.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


Figura 50. Detalhes do folículo ovariano secundário.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

Após ovulação, a parede folicular, composta pelas células da granulosa e da teca


remanescentes, é dobrada em pregas profundas à medida que o folículo colapsa e é
transformado no corpo lúteo (corpo amarelo) ou glândula lútea (Fig. 51a). No corpo lúteo é
possível identificar dois tipos celulares: as células luteínicas da granulosa (Fig. 51b) (derivadas
das células da granulosa, com localização central) e as células luteínicas da teca (Fig. 51c)
(derivadas das células da camada interna da teca). O corpo lúteo degenera e sofre regressão
lenta após menstruação ou gravidez. As células sofrem autólise e formam uma cicatriz branca,
conhecida como corpo albicans.
Figura 51. Corpo lúteo e Corpo albicans.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A tuba uterina (Fig. 52a) apresenta a parede composta de três camadas: mucosa (Fig.
52b), o revestimento interno, com pregas longitudinais relativamente finas, epitélio simples
colunar (Fig. 52c) que apresenta dois tipos de células, células ciliadas e células em “cavilha”
não ciliadas; muscular (Fig. 52d), a camada média, espessa de musculo liso; e serosa (Fig. 52e),
a camada mais externa, composta de mesotélio e fina camada de tecido conjuntivo.
Figura 52. Tuba uterina.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


O útero é dividido anatomicamente em duas regiões, corpo e colo e apresenta formato
de pera. A parede uterina é dividida em três camadas (Fig.53a): endométrio é uma mucosa
especializada que sofre alterações durante o ciclo menstrual, podendo ser subdividido em duas
camadas, o estrato funcional (Fig.53b), porção mais espessa que sofre descamação na
menstruação e estrato basal (Fig.53c), que é retido durante a menstruação e atua como fonte
para a regeneração do estrato funcional; miométrio (Fig.53d), é a camada mais espessa da
parede uterina, é composta de três camadas pouco definidas de musculo liso; e o perimétrio
(Fig.53e), a camada serosa externa.
Figura 53. Útero.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A cérvice uterina (Fig. 54a), ou colo do útero é a porção mais baixa do útero, cuja
estrutura histológica difere do restante do útero, uma vez que o endométrio apresenta glândulas
mucosas cervicais (Fig. 54b). A cérvice tem poucas fibras de músculo liso e apresenta
aproximadamente 85% de tecido conjuntivo denso (Fig. 54c).
Figura 54. Colo do útero.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A vagina é um tubo fibromuscular que se estende do colo do útero até o vestíbulo. A


parede vaginal apresenta três camadas: camada mucosa (Fig. 55a) interna, com numerosas
pregas e epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado desprovido de glândulas; camada
muscular (Fig. 55b) intermediária, organizada em duas camadas entremeadas de músculo liso;
e a camada adventícia externa, organizada em uma camada interna de tecido conjuntivo denso
adjacente e uma camada externa de tecido conjuntivo frouxo, que se mistura com a adventícia
das estruturas circundantes.
Figura 55. Vagina.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


CAPÍTULO 12. SISTEMA TEGUMENTAR E SEUS EIXOS

A pele constitui o sistema tegumentar, que é composta pelas camadas (Fig. 56) da
epiderme e derme. Além delas, também é possível observar associada a derme, a hipoderme,
embora essa camada não faça parte do sistema tegumentar. A pele também apresenta anexos,
como, os folículos pilosos e pelos, as glândulas sudoríparas e sebáceas, as unhas e as glândulas
mamarias.
Figura 56. Camadas da pele.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A pele pode ser classificada como, grossa (Fig. 57a) ou fina (Fig. 57b), a depender da
espessura. A pele grossa não apresenta pelos, é encontrada na região superior das costas, palma
das mãos e planta dos pés, apresenta uma camada córnea espessa e no epitélio é possível
observar projeções papilares profundas, que tem como função aderência e nutrição dessa
camada. A pele fina, compõe maior parte do corpo humano cerca de 85 a 90%, apresenta
abundância de pelos, glândulas sebáceas e sudoríferas e tem papilas menos profundas que as da
pele grossa.
Figura 57. Pele grossa e pele fina.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

A epiderme da pele é composta por um epitélio estratificado pavimentoso, podendo


apresentar quatro ou cinco estratos a depender do local da pele, sendo eles: o estrato basal (Fig.
58a), também conhecido como camada germinativa, apresenta células com alta capacidade de
proliferação (responsáveis pela renovação da pele) e células produtoras de melanina (Fig. 58b);
o estrato espinhoso (Fig. 58c), que apresenta várias camadas de células que se unem através de
desmossomos e é conhecida, como a camada funcional da pele; o estrato granular (Fig. 58d),
que apresenta células com grânulos; o estrato lúcido (Fig. 58d), camada bastante eosínofílica,
que divide o estrato vivo e o tecido em descamação; e o estrato córneo (Fig. 58e), que é
composto de células queratinizadas mortas.
Figura 58. Camadas da epiderme.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


A derme é composta de tecido conjuntivo denso irregular que sustenta a epiderme, onde
estão presentes os vasos sanguíneos e linfáticos, e a inervação. A derme é dividida em duas
camadas: a camada papilar (Fig. 59), que é a camada mais superficial, é composta de tecido
conjuntivo frouxo, e está em contato com a epiderme, onde é possível observar as papilas
dérmicas (que aumentam a adesão entre a epiderme e a derme) e os capilares papilares
(responsáveis pela nutrição da epiderme); e a camada reticular (Fig. 59), que é mais espessa e
menos celularizada que a camada papilar, onde é possível observar algumas glândulas
sudoríparas écrinas (que são glândulas tubulares enroladas com epitélio cuboide simples ou
estratificado).
Figura 59. Camadas da derme.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

Dentre os derivados epidérmicos da pele, os folículos pilosos representam uma


invaginação da epiderme na qual o pelo é formado. Nos folículos pilosos é possível observar a
haste do pelo (Fig. 60a) (a medula, o córtex e a cutícula), a raiz do pelo com uma bainha externa
e uma bainha interna, a membrana vítrea (Fig. 60a) e o músculo eretor do pelo (Fig. 60b).
Figura 60. Estrutura do folículo piloso.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

Além dos folículos pilosos, são anexos epidérmicos da pele: as glândulas sebáceas (Fig.
61a), que secretam sebo que recobrem os pelos e a superfície da pele; e as glândulas sudoríparas
(Fig. 61b) que secretam principalmente suor, e podem ser do tipo écrinas (que são glândulas
espiraladas simples que regulam a temperatura corporal) ou do tipo apócrinas (que são
glândulas tubulares com luz grande, geralmente associada aos folículos pilosos).
Figura 61. Glândulas da pele.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


A pele também apresenta alguns receptores sensitivos, que recebem os sinais do meio
ambiente externo e transmitem esses sinais para o sistema nervoso central. Dentre os
mecanorreceptores da pele, podemos observar alguns receptores encapsulados, como os
corpúsculos de Meissner (Fig. 62a) e os corpúsculos de Paccini (Fig. 62b). Os corpúsculos de
Meissner, estão localizados na região das papilas dérmicas, são receptores de tato, apresentam
morfologia semelhante a um novelo de lã. Os corpúsculos de Paccini estão localizados na derme
e epiderme são encontrados em grande quantidade na ponta dos dedos, são compostos por uma
fibra mielinizada que é circundada por células de Schwann, com morfologia que lembra uma
cebola cortada ao meio.
Figura 62. Receptores sensitivos da pele encapsulados.

Fonte: Histology guide. Coloração: Hematoxilina e Eosina.


REFERÊNCIAS

DI FIORI, M. S. H. Atlas de Histologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

HISTOLOGY GUIDE. Atlas of Human Histology. Disponível em:


https://www.histologyguide.com/slidebox/slidebox.html. Acesso em: 18 de julho de 2022.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 12.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013.

ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas, correlações com Biologia celular e
molecular. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

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