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TIAGO MELO TEIXEIRA

Estrutura da ictiofauna em duas piscinas de maré da Praia do

Forte, Bahia – o ambiente recifal e turismo desordenado

Salvador, Bahia
2009
TIAGO MELO TEIXEIRA

Estrutura da ictiofauna em duas piscinas de maré da Praia do

Forte, Bahia – o ambiente recifal e turismo desordenado

Monografia apresentada ao curso de Ciências


Biológicas da Faculdade de Tecnologia e
Ciências de Salvador como requisito para
obtenção do grau de Bacharel em Ciências
Biológicas orientado pela Prof. MSc.
Virginia Guimarães Almeida e Co-orientado
pelo bacharel em Ciências Biológicas Luiz
Alberto de Goés Duarte.

Salvador, Bahia
2009
2
T266 Teixeira, Tiago Melo.
Estrutura da ictiofauna em duas piscinas de maré da Praia do Forte,
Bahia – o ambiente recifal e turismo desordenado / Tiago Melo Teixeira. –
Salvador, 2009.
35 f. : il.; 30 cm.

Trabalho de conclusão do curso de Ciências Biológicas - Faculdade de


Tecnologia e Ciências.
Orientador: Virginia Guimarães Almeida.

1. Biologia. 2. Turismo. 3. Ictiofauna. 4. Piscina de maré. I. Título. II.


Almeida, Virginia Guimarães, orient. III.Praia do Forte - Bahia – Brasil. IV.
Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC. Salvador.

CDU 57

Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processamento Técnico da


Biblioteca da Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC, Unidade
Salvador - Bahia

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TIAGO MELO TEIXEIRA

Estrutura da ictiofauna em duas piscinas de maré da Praia do

Forte, Bahia – o ambiente recifal e turismo desordenado

Monografia apresentada à Comissão Examinadora designada pelo Curso de Ciências


Biológicas da Faculdade de Tecnologia e Ciências, como requisito para obtenção do
grau de Bacharel em Ciências Biológicas.

Salvador, 16 de dezembro de 2009

Banca Examinadora

_____________________________________________________

Prof. MSc. Virgínia Guimarães Almeida - FTC

_____________________________________________________

Prof. MSc. Lia Da Costa Alvim Alvarenga - UniJorge

_____________________________________________________

Dr. Áthila Bertoncini Andrade

4
Dedico este trabalho aos meus Pais Ítalo Leite Teixeira, Selma

Maria Melo Teixeira e a meu irmão Rogério Melo Teixeira que

sempre estiveram ao meu lado e nunca desacreditaram do meu

potencial, e por todos os ensinamentos que foram transmitidos a

mim por eles, amor, carinho e respeito.

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AGRADECIMENTOS

Ao amigo e co-orientador Luiz Alberto de Góes Duarte “Raposão” pela grande ajuda na

execução do trabalho e pelas divertidas aventuras e risadas proporcionadas durante toda

a convivência. À minha orientadora Prof. Msc Virginia Guimarães Almeida pela ajuda

não apenas para este trabalho, mas durante todo o tempo em que disponibilizou para

uma boa coordenação do curso de Ciências Biológicas da FTC. Obrigado!

Aos meus amados Pais Ítalo Leite Teixeira e Selma Maria Melo Teixeira pela

dedicação, amor e carinho que me foi presenteado, ao meu irmão Rogério Melo

Teixeira pelos conselhos e amor, incentivando-me a todo o momento. Muito Obrigado!

Ao meu padrinho Alex Melo “Tio Leo” por ser uma figura de grande importância e

representatividade na minha vida, no qual considero como um segundo Pai. A minha

madrinha Sônia Melo “Soninha” por todo o amor e carinho.

À minha avó Vivaldina Melo e a memória do meu avô José Tavares, por ter ajudado na

formação do meu caráter, e ter proporcionado momentos incríveis.

Aos meus primos-irmãos Danilo Melo, Claudia Melo, Igor Melo, pelo amor que

compartilhamos dos nossos pais, fazendo ser possível essa união.

Às minhas queridas primas Verena Melo e Andrea Teixeira pelo amor, carinho e

incentivo.

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A Andrea Pires por estar ao meu lado todos os dias, principalmente nos momentos

difíceis oferecendo amor e carinho, estimulando sempre o meu desenvolvimento pessoal

e profissional.

Ao prof. Claudio Sampaio “Buia”, pela transmissão gratuita do conhecimento, pela

paciência e ajuda com materiais de pesquisa. Muito Obrigado!

A todos os meus amigos, e em especial: Diego Romero, Leandro Vieira, Bruno

Mascarenhas, pelo apoio, incentivo e pelos momentos mais inusitados.

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“A arte de ser louco é
jamais cometer a loucura de
ser um sujeito normal”
Raul Seixas
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RESUMO

Foram realizadas amostragens quantitativas diurnas através de censos visuais


subaquáticos totalizando 60 transectos em duas piscinas naturais de maré (Lord e Papa-
Gente) localizadas em Praia do Forte-BA, com o objetivo de estudar a estrutura da
ictiofauna avaliando possíveis impactos antrópicos ligados ao turismo, através da
estimativa da diversidade, equitabilidade, abundância relativa, riqueza, freqüência de
ocorrência e categorias tróficas da ictiofauna. Um total de 1334 espécimes, pertencentes
a 33 espécies inseridas em 23 famílias foram registradas para a piscina de maré do Lord.
Para a piscina do Papa-Gente foram encontrados um total de 1377 espécimes,
pertencentes a 29 espécies inseridas em 19 famílias. Para as duas piscinas naturais a
família com maior número de espécies foi Pomacentridae (quatro espécies), seguida de
Labridae (três espécies). Das 40 espécies registradas, 22 foram encontradas em ambas
as piscinas de maré, sendo as espécies Abudefduf saxatilis e Stegastes fuscus as mais
abundantes, tendo dez exclusivamente no Lord e sete para o Papa-Gente. As três
espécies para as duas piscinas de maior freqüência de ocorrência (f.o.) são: A. Saxatilis,
S. fuscus e Halichoeres poeyi. O pisoteio, a pesca e o turismo desordenado nas áreas
recifais estão modificando a paisagem e alterando o comportamento de algumas
espécies de peixes. As piscinas naturais já apresentam um alto nível de interferência
humana, devido à má conduta dos seus usuários. É muito provável que no futuro, o
turismo desordenado venha a beneficiar algumas espécies rústicas e com hábitos
generalistas e como conseqüência, pode haver um aumento considerável da abundância
destas espécies, promovendo um desequilíbrio na comunidade local.

Palavras-chave: Piscina de maré; censo visual; turismo desordenado; Lord; Papa-


Gente.

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ABSTRACT

Samples were conducted by quantitative through visual underwater censuses in a total


of 60 transects in two tidal pools (Lord and Papa-Gente) located in Praia do Forte,
Bahia, with the aim of studying the structure of the ichthyofauna evaluating possible
human impacts of tourism by estimating the diversity, evenness, relative abundance,
richness, frequency of occurrence and trophic categories of fish species. A total of 1334
specimens belonging to 33 species included in 23 families were registered for the tidal
pool of the Lord, the tidepool of Papa-Gente founded a total of 1377 specimens
belonging to 29 species included in 19 families. For the tidepools, the families with the
most speciose and abundant on both reefs were Pomacentridae (four species), followed
by Labridae (three species). 40 species were recorded, 22 were found in both reefs. The
species Abudefduf saxatilis and Stegastes fuscus were the most abundant. Ten of them
were found only at the Lord and seven at the Papa-Gente. The three species for the two
tidepools of the most frequency of occurrence was: A. Saxatilis, S. fuscus and
Halichoeres poeyi. The trampling, fishing and uncontrolled recreational activities on the
reef areas are changing the scenery and changing the behavior of some species. The
tidepools already have a high level of human interference, due to the misconduct of its
users. It is very likely that in the future, tourism will benefit disordered some hardy
species with generalist habits and, as a result, there may be an increase in the abundance
of these species, promoting an imbalance in the local community.

Key Words: reef pool; underwatch censuses; tourism; Lord; Papa-Gente

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LISTAS DE FIGURAS

Abundancia relativa das espécies mais representativas encontradas nas


Figura 01 - piscinas do Lord e Papa–Gente, respectivamente, Praia do Forte, Mata de
São João-BA..................................................................................................... 21

Padrão de freqüência de ocorrência dos 33 taxa observados durante os


Figura 02 -
censos visuais realizados na piscina de maré do Lord, Praia do Forte, Mata
de São João-BA................................................................................................ 22

Padrão de freqüência de ocorrência dos 29 taxa observados durante os


Figura 03 -
censos visuais realizados na piscina de maré do Papa-Gente, Praia do Forte,
Mata de São João-BA....................................................................................... 23

Densidade (peixes por 60 m²) das espécies representantes das duas


Figura 04 -
principais famílias amostradas nas piscinas de maré Lord e Papa-Gente,
Praia do Forte, Mata de São João-BA.............................................................. 27

Figura 05 - Média de pessoas por categoria de utilização das piscinas do Lord e Papa-
Gente Praia do Forte, Mata de São João-BA................................................... 28

Figura 06 - Turistas alimentando um cardume de Abudefduf saxatilis com arroz cozido


na piscina do Lord. Foto: Celine Gay.............................................................. 29

Figura 07 - Impactos causados pela má utilização das piscinas de maré............................ 30

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LISTA DE TABELAS

Tabela I - Tabela I- Sumário de diversidade, equitabilidade, abundância relativa.


................................................................................................................ 24

Tabela II - Categoria trófica, número de indivíduos, densidade por 60 m²,


freqüência de ocorrência (f.o.) e abundancia relativa da assembléia de
peixes recifais nas piscinas do Lord e Papa-Gente, Praia do Forte,
Mata de São João-BA. ........................................................................... 25

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 14

2. OBJETIVOS.............................................................................................................................. 16
2.1. Objetivo Geral...................................................................................................................... 16
2.2. Objetivos Específicos........................................................................................................... 16

3. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................... 17

4. RESULTADO E DISCUSSAO................................................................................................. 20

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................... 32

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 33

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1. INTRODUÇÃO

Os recifes costeiros no nordeste do Brasil, freqüentemente tornam-se

descobertos na maré baixa, formando inúmeras piscinas de maré, algumas delas

inteiramente ou parcialmente isoladas do mar adjacente, provendo importantes habitats,

especialmente para espécimes juvenis de peixes (CUNHA et al., 2007).

As piscinas naturais podem sofrer uma grande variação de temperatura e de

salinidade, elevando-se rapidamente quando expostas a radiação solar intensa. A

depender do tamanho e profundidade da piscina, quando totalmente isolada pode levar

ao aumento da temperatura que conseqüentemente diminui a quantidade de oxigênio

dissolvido na água (a temperatura associada a quantidade de organismos e a

decomposição da matéria orgânica acarreta no aumento do consumo do oxigênio

disponível na poça), podendo afetar a ictiofauna. Chuvas intensas e águas do lençol

freático podem diminuir a salinidade desses ambientes chegando ao limite de tolerância

ecológica da ictiofauna local (METAXAS & SCHEIBLING, 1993; ROSA et al., 1997;

HALPIN, 2000; CUNHA et al., 2007; DUARTE, 2008; VALENTIM, 2008).

As piscinas de maré mantêm relações de trocas com áreas adjacentes, embora

possua uma estrutura ecológica singular. A complexidade estrutural da piscina de maré

proporciona uma maior diversidade e riqueza de espécies, devido à oferta de micro

habitats, como as fendas nas rochas, esconderijos sob a areia, dentro de esponjas e em

banco de algas (ROCHA et al., 2001; FERREIRA et al., 2001; BARREIROS et al.,

2004).

Além de todos os benefícios ambientais que as formações recifais oferecem

como a proteção do litoral, servirem como berçário de diversos organismos e serem

altamente produtivas, estes ambientes vêm sendo explorados também pela indústria
14
farmacêutica e como equipamento turístico, tornando-se, em alguns casos, vitais para a

sobrevivência de famílias e tendo contribuição para a receita de muitas cidades. O

aumento das populações humanas que moram na zona costeira, que nela trabalham e

usufruem os recursos, tem provocado pressões que merecem ser monitoradas, tanto para

a conservação do ambiente, quanto para a própria manutenção da qualidade de vida.

Particularmente no Brasil esses ambientes vêm sofrendo um rápido processo de

degradação através das atividades humanas (MEDEIROS et al., 2007; RANIERO et al.,

2007; DEBEUS & CRISPIM, 2008).

O turismo ao interagir com a paisagem e com a biodiversidade tende a modificá-

los, por vezes descaracterizando-os e contribuindo para o empobrecimento biológico,

ecológico, paisagístico e cênico. Apesar de ser um impulsionador das economias locais,

através da geração de emprego e renda, transforma a paisagem alterando os processos

ecológicos dos ecossistemas. O uso turístico em ambientes recifais deve buscar

encontrar um ponto de equilíbrio entre a geração de renda e a preservação ambiental, de

tal forma que os recursos naturais mantenham a atratividade sem haver degradação

ambiental (MELO et al., 2005, ILARI et al., 2007).

Estudos que abordam os impactos de visitação turística auxiliam na identificação

de problemas, permitindo o entendimento das causas e efeitos e colaborando na busca

de alternativas de manejo do seu uso. Adicionalmente, o equilíbrio entre os objetivos de

conservação dos recursos e a oferta de experiência de qualidade aos visitantes depende

de decisões que aliem experiências de uso com qualidade pela conservação dos recursos

(RANIERO et al., 2007).

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Estudar a estrutura da ictiofauna em duas piscinas de maré da Praia do Forte, Bahia,

avaliando possíveis impactos antrópicos ligados ao turismo.

2.2. Objetivos específicos:

Estimar a diversidade, equitabilidade, abundância relativa, riqueza, freqüência

de ocorrência e categorias tróficas da ictiofauna em duas piscinas de maré;

Verificar a existência de diferenças na ictiofauna presente em duas piscinas de

maré sob o impacto do turismo desordenado.

Propor medidas mitigatórias para uma utilização responsável do ambiente recifal

da Praia do Forte.

16
3. MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

As piscinas de maré escolhidas estão localizadas na Praia do Forte, município de

Mata de São João, Bahia. Os pontos amostrais foram escolhidos por serem utilizados

constantemente por turistas e população local durante todo o ano, no período em que o

recife se encontra exposto, momento este, em que as piscinas de maré estão bem

definidas. Logicamente, quanto maior o tempo de exposição (marés de sizígia), maior o

tempo de utilização das piscinas.

A piscina situada no ponto mais ao sul, próximo ao centro da Praia do Forte

(12°34.276’S 037º59.898’W) é conhecida localmente como “piscina do Lord”, devido a

uma pousada de mesmo nome situada em frente ao recife. É uma piscina extensa, com

uma área superficial de aproximadamente 1.614 m² e profundidade não ultrapassando a

os 1,5 metros.

A segunda piscina escolhida localiza-se em um ponto um pouco mais ao norte

(12°34.060’S 037º59.706’W) e é conhecida localmente como “piscina do Papa-Gente”

ou simplesmente “piscinas naturais”, já que nesse ponto estão presente duas piscinas

bem próximas, sendo que a escolhida foi a de menor extensão e profundidade, para que

não houvesse grandes diferenças nos valores de área superficial entre os pontos

amostrais. Possui uma área superficial de 1.026 m² e alguns pontos onde a profundidade

pode ultrapassar os 3,0 metros.

Amostragem da ictiofauna

As amostragens foram realizadas utilizando-se o mergulho livre, sempre no

período diurno, normalmente trinta minutos antes do estofo da maré com duração de

aproximadamente duas horas. Em cada piscina foram executados censos visuais de


17
transecção em faixa, onde informações sobre as espécies de peixes e o número de

indivíduos foram coletadas. Durante cada mergulho, foi estendida uma trena por 30 m, e

dentro de uma fronteira de um metro para cada lado da trena (60 m²) foi contabilizado o

número de indivíduos de cada espécie que adentravam a área amostral, registrando as

informações em uma prancheta de PVC. Fotografias submarinas foram realizadas a fim

de documentar os trabalhos e auxiliar as identificações visuais, ver KIKUCHI et al.

(2003).

É uma técnica denominada “não-destrutiva”, que permite repetir as amostragens

em uma área sem causar prejuízos para a população em estudo (SALE, 1980). A

metodologia de censo visual vem sendo cada vez mais utilizada em estudos de dinâmica

de populações, ecologia e manejo de peixes recifais no Brasil (ROSA & MOURA,

1997; KIKUCHI et al., 2001; ROCHA & ROSA, 2001; ARAÚJO et al., 2005;

MEDEIROS et al., 2007, DUARTE, 2008). O censo visual sub permite uma rápida

estimativa da riqueza, abundância relativa e freqüência de comprimento dos peixes

associadas ao substrato consolidado.

Um total de 30 transecções em faixa foi realizado em cada piscina de maré,

sempre nos períodos de baixa-mar das marés de sizígia (< 0,5 m). Faz-se necessário a

realização de um bom número de réplicas para que se possa diminuir a subestimativa da

visualização (ACKERMAN & BELLWOOD, 2000).

Utilização das piscinas de maré

Com o intuito de avaliar a utilização das piscinas de maré estudadas, foram

realizadas contagens de pessoas divididas pelas seguintes categorias de uso: banhista

(pessoa parcialmente ou totalmente dentro da piscina), mergulhador (pessoa utilizando,

no mínimo, máscara e snorkel) e pescador (pessoa que estivesse utilizando qualquer tipo

de petrecho de pesca na piscina de maré). A amostragem foi realizada da seguinte


18
maneira: o pesquisador contabilizava o número de utilizadores em suas determinadas

categorias, ao entrar e ao sair da piscina de maré após amostragem ictiológica. O

intervalo entre a entrada e saída do pesquisador foi, em média, de 2 horas.

Análise dos dados

A riqueza de espécie (S) é o número total de espécies registradas no ponto

amostral após os 30 censos realizados. A freqüência de ocorrência (f.o.) indica a

probabilidade de se encontrar uma determinada espécie no ponto amostral, calculada

pela porcentagem de ocorrência de cada táxon em relação ao número total de censos

realizados. A abundância relativa (a.r.) foi calculada dividindo a abundância de

determinada espécie pela abundância combinada de todas as espécies. A diversidade de

Shannon-Wiener (H’) e a equitabilidade (E) foram calculadas com auxílio do programa

BioEstat 5.0.

19
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um total de 1334 espécimes, pertencentes a 33 espécies inseridas em 23 famílias

foram registradas para a piscina de maré do Lord (Tabela II). A família com maior

número de espécies foi Pomacentridae (quatro espécies), seguida de Labridae (três

espécies). As cinco espécies mais abundantes em ordem decrescente foram: Abudefduf

saxatilis (a.r. = 28%), Stegastes fuscus (a.r. = 19%), Halichoeres poeyi (a.r. = 18%), H.

peronsei (a.r. = 12%), Saparisoma sp. (a.r. = 3%) totalizando 80% dos peixes

amostrados (Figura 01). As seis espécies mais freqüentes, em ordem decrescente, foram:

Abudefduf saxatilis (f.o. = 86,7%), Stegastes fuscus (f.o. = 86,7%), Halichoeres poeyi

(f.o. = 86,7%), H. peronsei (f.o. = 83,3%) e Acanthurus bahianus (f.o. = 50%) e S.

variabilis (f.o. = 50%). Espécies ocasionais e raras (f.o. < 10%) representaram 39,4% do

total de peixes registrados (Figura 02).

Os pomacentrídeos Abudefduf saxatilis (n = 370), Chromis multilineata (n = 2),

Stegastes fuscus (n = 252) e S. variabilis (n = 43) correspondem a 50% do total de

peixes amostrados e os labrídeos Halichoeres brasiliensis (n = 10), H. poeyi (n = 246) e

H. peronsei (n = 159) representaram 31% desse total, sendo que a representatividade

dessas sete espécies foi de 81%, em contraponto, as outras 26 espécies correspondem a

19% da comunidade amostrada.

Na piscina de maré do Papa-Gente foi registrado um total de 1377 espécimes,

pertencentes a 29 espécies inseridas em 19 famílias (Tabela II). A família com maior

número de espécies foi Pomacentridae (quatro espécies), seguida de Labridae e

Acanthuridae, cada uma com três espécies representantes. As cinco espécies mais

abundantes em ordem decrescente foram: Stegastes fuscus (a.r. = 35%), Abudefduf

saxatilis (a.r. = 23%), H. peronsei (a.r. = 13%), Halichoeres poeyi (a.r. = 11%),
20
Saparisoma sp. (a.r. = 6%) totalizando 88% dos peixes amostrados (Figura 01). As seis

espécies mais freqüentes em ordem decrescente foram: Stegastes fuscus (f.o. = 100%),

Halichoeres poeyi (f.o. = 90%), Abudefduf saxatilis (f.o. = 86,7%), H. peronsei (f.o. =

80%), Sparisoma sp. (f.o. = 66,7%) e Coryphopterus glaucofraenum (f.o. = 40%). As

espécies ocasionais e raras (f.o. < 10%) representaram 44,8% do total de peixes

registrados (Figura 03).

Os pomacentrídeos Abudefduf saxatilis (n = 322), Chromis multilineata (n = 17),

Stegastes fuscus (n = 486) e S. variabilis (n = 12) correspondem a 60,7% do total de

peixes amostrados e os labrídeos Halichoeres brasiliensis (n = 1), H. peronsei (n = 176)

e H. poeyi (n = 148) representaram 23,6% desse total, sendo que a representatividade

dessas sete espécies e duas famílias foi de 84,3%, em contraponto, as outras 22 espécies

correspondem a 15,7% da comunidade amostrada.

Figura 01 – Abundancia relativa das espécies mais representativas encontradas nas piscinas do Lord
e Papa–Gente, respectivamente, Praia do Forte, Mata de São João-BA.

21
Figura 02 - Padrão de freqüência de ocorrência dos 33 taxa observados durante os censos visuais realizados na piscina de maré do Lord, Praia do Forte,
Mata de São João-BA.

22
Figura 03 - Padrão de freqüência de ocorrência dos 29 taxa observados durante os censos visuais realizados na piscina de maré do Papa-Gente, Praia do
Forte, Mata de São João-BA.

23
Das 40 espécies registradas, 22 foram encontradas em ambas as piscinas de

maré, dez foram exclusivamente no Lord: Apogon americanus, Ophioblennius trinitatis,

Scartella cristata, Caranx latus, Chaetodon striatus, Hemiramphus sp., Mugil curema,

Pomacanthus paru, Scorpaena plumieri, Canthigaster figueiredoi. No Papa-Gente, sete

foram as espécies encontradas exclusivamente: Acanthurus coeruleus, Caranx

bartholomaei, Echeneis naucrates, Holocentrus adscensionis , Kyphosus sp., Rypticus

saponaceus, Sphoeroides greeleyi (Tabela II).

O índice de diversidade (H' = 0,96) e equitabilidade (E = 0,63) na piscina do

Lord foram maiores que na piscina do Papa-Gente (H' = 0,84 e E = 0,58,

respectivamente). No entanto, ao considerar a diversidade de peixes por área, não há

diferenças relevantes entre as piscinas estudadas (Tabela I). Apesar disto, Papa-Gente

apresentou um maior número de peixes por área.

Tabela I- Sumário de diversidade, equitabilidade, abundância relativa.

Lord Papa-Gente

Diversidade (H') por 60 m² 0,96 0,84


Equitabilidade (E) por 60 m² 0,63 0,58
Número de espécies por 60 m² 8,23 7,67
Número de peixes por 60 m² 44,47 45,9

24
Tabela II- Categoria trófica, número de indivíduos, densidade por 60 m², freqüência de ocorrência (f.o.) e abundancia relativa da assembléia
de peixes recifais nas piscinas do Lord e Papa-Gente, Praia do Forte, Mata de São João-BA.
Lord Papa - Gente
Família/Espécies Categoria trófica n Densidade f.o. Abundancia n Densidade f.o. Abundancia
(%) (%) (%) (%)
Acanthuridae
Acanthurus bahianus Castelnau, 1855 Herb. errante 30 1 50 2,25 20 0,67 33,3 1,45
Acanthurus chirurgus (Bloch, 1787) Herb. errante 32 1,07 33,3 2,4 20 0,67 23,3 1,45
Acanthurus coeruleus Bloch & Schneider, 1801 Herb. errante - - - - 11 0,37 26,7 0,8
Apogonidae
Apogon americanus Castelnau, 1855 Planctivoro 1 0,03 3,3 0,07 - - - -
Blenniidae
Ophioblennius trinitatis Miranda Ribeiro, 1919 Onívoro 1 0,03 3,3 0,07 - - - -
Scartella cristata (Linnaeus, 1758) Herb.territorialista 1 0,03 3,3 0,07 - - - -
Bothidae
Bothus ocellatus (Agassiz, 1831) Carnívoro 1 0,03 3,3 0,07 1 0,03 3,3 0,07
Carangidae
Caranx bartholomaei Cuvier, 1833 Piscívoro - - - - 6 0,2 13,3 0,44
Caranx crysos (Mitchill, 1815) Piscívoro 3 0,1 10 0,22 3 0,1 6,7 0,22
Caranx latus Agassiz, 1831 Piscívoro 14 0,47 23,3 1,05 - - - -
Chaetodontidae
Chaetodon striatus Linnaeus, 1758 Invertivoro Séssil 10 0,33 26,7 0,75 - - - -
Echeneidae
Echeneis naucrates Linnaeus, 1758 Onívoro - - - - 1 0,03 3,3 0,07
Gerreidae
Eucinostomus sp. Onívoro 25 0,83 30 1,87 3 0,1 10 0,22
Gobiidae
Coryphopterus glaucofraenum Gill, 1863 Planctivoro 2 0,07 6,7 0,15 21 0,7 40 1,53
Haemulidae
Haemulon parra (Desmarest, 1823) Invertivoro Movel 36 1,2 26,7 2,7 3 0,1 6,7 0,22
Hemiramphidae
Hemiramphus sp. Planctivoro 1 0,03 3,3 0,07 - - - -
Holocentridae
Holocentrus adscensionis (Osbeck, 1765) Invertivoro Movel - - - - 1 0,03 3,3 0,07

25
Tabela II - continuação
Lord Papa - Gente
Família/Espécies Categoria trófica n Densidade f.o. Abundancia n Densidade f.o. Abundancia
(%) (%) (%) (%)
Kyphosidae
Kyphosus sp Herb. Errante - - - - 4 0,13 3,3 0,29
Labridae
Halichoeres brasiliensis (Bloch, 1791) Invertivoro Movel 10 0,3 26,7 0,75 1 0,03 3,3 0,07
Halichoeres peronsei Starks, 1913 Invertivoro Movel 159 5,3 83,3 11,92 176 5,87 90 12,78
Halichoeres poeyi (Steindachner, 1867) Invertivoro Movel 246 8,2 86,7 18,44 148 4,93 80 10,75
Labrisomidae
Labrisomus cricota Sazima, Gasparini &
Carnívoro 5 0,17 13,3 0,37 2 0,07 6,7 0,15
Moura, 2002
Labrisomus nuchipinnis (Quoy & Gaimard,
Carnívoro 11 0,37 26,7 0,82 9 0,3 30 0,65
1824)
Lutjanidae
Lutjanus alexandrei Moura & Lindeman,
Carnívoro 3 0,1 6,7 0,22 1 0,03 3,3 0,07
2007
Mugilidae
Mugil curema (Valenciennes, 1836) Herb. Errante 4 0,13 6,7 0,3 - - - -
Mullidae
Pseudupeneus maculatus (Bloch, 1793) Invertivoro Movel 15 0,5 20 1,12 12 0,4 30 0,87
Muraenidae
Gymnothorax vicinus (Castelnau, 1855) Invertivoro Movel 3 0,1 10 0,22 1 0,03 3,3 0,07
Ophichthidae
Myrichthys ocellatus (Lesueur, 1825) Invertivoro Movel 5 0,17 16,7 0,37 1 0,03 3,3 0,07
Pomacanthidae
Pomacanthus paru (Bloch, 1787) Onívoro 2 0,07 6,7 0,15 - - - -
Pomacentridae
Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) Onívoro 370 12.33 86,7 27,74 322 10,73 86,7 23,38
Chromis multilineata (Guichenot, 1853) Planctívoro 2 0,07 6,7 0,15 17 0,57 33,3 1,23
Stegastes fuscus (Cuvier, 1830) Herb. territorialista 252 8,4 86.7 18,9 468 15,6 100 35,29
Stegastes variabilis (Castelnau, 1855) Herb. territorialista 43 1,43 50 3,22 12 0,4 30 0,87
Scaridae
Sparisoma sp. Herb. errante 37 1,23 43,3 2,77 86 2,87 66,7 6,25
26
Tabela II – continuação
Lord Papa - Gente
Família/Espécies Categoria trófica n Densidade f.o. Abundancia n Densidade f.o. Abundancia
(%) (%) (%) (%)
Scorpaenidae
Scorpaena plumieri Bloch, 1789 Carnívoro 3 0,1 6,7 0,22 - - - -
Serranidae
Cephalopholis fulva (Linnaeus, 1758) Carnívoro 4 0,13 10 0,3 6 0,2 20 0,44
Epinephelus adscensionis (Osbeck, 1765) Carnívoro 2 0,07 6,7 0,15 - - - -
Rypticus saponaceus (Bloch & Schneider, 1801) Carnívoro - - - - 1 0,03 3,3 0,07
Tetraodontidae
Canthigaster figueiredoi Moura & Castro, 2002 Invertívoro Séssil 1 0,03 3,3 0,07 - - - -
Sphoeroides greeleyi (Gilbert, 1900) Invertívoro Móvel - - - - 2 0,07 3,3 0,15

Figura 04- Densidade (por 60 m²) das espécies representantes das duas principais famílias amostradas nas piscinas de maré Lord e Papa-Gente,
Praia do Forte, Mata de São João-BA.

27
As duas famílias mais representativas e, conseqüentemente, as mais especiosas e

maiores contribuintes para a amostra total de peixes das piscinas estudadas foram

Pomacentridae e Labridae. O peixe-donzela, Stegastes fuscus, forrageia dentro de áreas

relativamente restritas e possuem uma evidente agressividade intra e interespecífica,

limitando a ocorrência de outras espécies próxima a sua zona de forrageio (FRENSEL

et al, 2007; SIQUEIRA & MASSOC, 2007). Provavelmente tal comportamento somado

a alta densidade de Stegastes fuscus (15,6 peixes/60 m²) explica em uma menor

densidade do labrídeo Halichoeres poeyi (4,93 peixes/60 m²) na piscina de maré do

Papa-Gente. Outro comportamento relevante corroborado por Araújo et al. (2005), foi a

constatação da predação de ovos de sargentinhos, Abudefduf saxatilis, pela donzelinha

S. fuscus, o que pode explicar uma leve diminuição na densidade de sargentinhos nessa

piscina (10,73 peixes/60 m²). No Lord, onde a densidade média de S. fuscus foi menor

(8,4 peixes/60 m²), a espécie H. poeyi obteve acréscimo em sua densidade média (8,2

peixes/60 m²) comparado ao Papa-Gente (Figura 04).

Durante as amostragens foi observada uma utilização relativamente alta das

piscinas de maré, ainda que num período de baixa estação para o turismo local (agosto e

setembro), apresentando uma média por categoria de utilização (Figura 05).

Figura 05 – Média de pessoas por categoria de utilização das piscinas do Lord e Papa-
Gente Praia do Forte, Mata de São João-BA.

28
Foi observado que nas piscinas estudadas, espécimes de sargentinho, Abudefduf

saxatilis, eram atraídos facilmente por freqüentadores (turistas e guias de mergulho

livre) habituados a oferecer alimento (arroz cozido, ração para cachorro, biscoitos e

salgadinhos) aos peixes com o intuito de interagir com os animais (Figura 06). A maior

parte das pessoas que utilizavam alimentos para atrair os peixes não estavam cientes do

impacto negativo causado por esta ação. Segundo Medeiros et al. (2007) este tipo de

ação tem o potencial de modificar diretamente o comportamento de muitas espécies de

peixes e eventualmente podem tornar-se agressivos.

Figura 06 – Turistas alimentando um cardume de Abudefduf saxatilis com arroz cozido


na piscina do Lord. Foto: Celine Gay

Outro problema é o pisoteio do substrato, principalmente os dominados por

algas (possivelmente crescendo sobre antigas colônias de corais que foram pisoteadas),

que expõem alguns invertebrados, atraindo assim peixes invertívoros e carnívoros para a

área próxima a ação. Foi muito comum a presença de pescadores nas bordas das

piscinas, utilizando principalmente linha de mão, bicheiro, arpão de mão e redes,

capturando peixes, polvos e lagostas, dentro e na periferia da piscina de maré. Foi

presenciada no Lord a atividade de caçadores subaquáticos utilizando arpão de mão e

redes de pesca para a captura de peixes, crustáceos e moluscos (Figura 07).


29
A

D F

C E H
Figura 07- Impactos causados pela má utilização das piscinas de maré, sendo: (A) lixo
deixado por banhistas, (B e G) captura de peixes com rede nas piscinas naturais, (C e E)
pesca submarina (D e F) pisoteio dos corais para prática do mergulho (H) turista
alimentando um cardume de sargentinho (Abudefduf saxatilis). Fotos: Claudio Sampaio.

É muito provável que no futuro, o turismo desordenado venha a beneficiar

algumas espécies rústicas e com hábitos generalistas (e.g. Abudefduf saxatilis,

Halichoeres poeyi, H. peronsei, Stegastes fuscus) e como conseqüência, pode haver um

aumento considerável da abundância destas espécies (MEDEIROS et al., 2007),

promovendo um desequilíbrio na comunidade local.

30
A presença de juvenis de Acanthurus coeruleus e Sparisoma sp. na piscina do

Papa-Gente, sugerem que a área está com um alto nível de interferência humana. A alta

abundância de herbívoros pode sinalizar degradação do ambiente, devido à grande

concentração de algas, enquanto que no Lord, não foi observado nenhum espécime de

A. coeruleus, e uma menor densidade de Sparisoma sp. sugerindo um melhor nível de

preservação, comparado ao Papa-Gente. Isso, provavelmente, se deve ao fato que na

piscina do Lord os banhistas utilizam uma zona com sedimento formado basicamente

por areia e cascalho e tem uma faixa de areia mais ampla, diminuindo assim o impacto

sobre os corais. Em contraponto, o acesso para a piscina do Papa-Gente é quase que

exclusivamente pelas bordas formadas basicamente por algas e recife de coral,

pisoteando os organismos ali presentes.

31
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo demonstrou uma grande diferença entre a densidade de algumas

espécies peixes das duas piscinas naturais (Lord e Papa-Gente), fato este corroborado

pelo mau uso destas, cujo habito dos seus utilizadores iam contra a boa conduta da

utilização de ambientes recifais, que preza pela preservação dos organismos viventes,

principalmente dos recifes, que funcionam como berçário para muitas espécies.

Com a utilização de pôsteres, distribuição de panfletos informativos da boa

conduta da utilização de ambientes recifais para os turistas nos hotéis, placas e por meio

de uma boa educação ambiental, principalmente nas escolas de ensino fundamental, é

possível mudar a atitude dos turistas e da população local, de como proceder neste

ambiente, ensinando-os a utilizar com responsabilidade (evitando a destruição e

acidentes com animais e corais que possuem substâncias tóxicas e urticantes nas piscinas

de maré) o meio ambiente e ao mesmo tempo não prejudicando a fauna e a flora

aquática.

Outras medidas com intuito de minimizar o impacto sobre as piscinas de maré,

seria a utilização de uma trilha de acesso às piscinas fazendo com que haja a restrição do

pisoteio apenas nas áreas demarcadas. Utilização de roupa protetora, popularmente

conhecida como Lycra®, pois, o seu uso aumenta a área de proteção contra o sol

protegendo a pele, fazendo-se desnecessário o uso do protetor solar, tendo este, ação

comprovada no branqueamento dos corais zooxantelados (DANOVARO et al., 2008).

Aplicação de cursos de capacitação nas operadoras de mergulho recreativo que atuam na

região proporcionariam um maior conhecimento sobre as normas de conduta nos

ambientes recifais pelos utilizadores (turistas, pescadores, monitores), podendo ser

ministrados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), ou por profissionais

devidamente capacitados.
32
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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