Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Salvador, Bahia
2008
LUIZ ALBERTO DE GÓES DUARTE
Salvador, Bahia
2008
LUIZ ALBERTO DE GÓES DUARTE
Banca Examinadora
____________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
Ao meu orientador Prof. Dr. Cláudio Luis Santos Sampaio (Buia) pela confiança “no escuro”
conhecimento que me foi partilhado. Você tem uma alma iluminada. Apesar de todas as
Aos meus pais Luiz Alberto Duarte e Maria de Fátima Góes, e meus avós José Alípio (Seu
Góes) e Divonete Passos (D. Netinha). Esse é o fruto do melhor e maior presente que vocês
me deram: A EDUCAÇÃO!
À minha tia Celeste Carmen por possibilitar a realização do meu sonho de ser um Profissional
Biólogo. A Euvaldo Alves (Dinho), Maria Celeste (Mara) e Josiel Oliveira (Goy) por todo o
apoio prestado quando necessitei, sendo verdadeiros irmãos. Serei eternamente grato a vocês.
À minha madrinha Mônica Passos de Góes por todo o carinho e auxílio, principalmente nos
Ao Prof. MSc. César Roberto Góes Carqueija pela excelência na transmissão dos
ensinamentos e por ser exemplo de caráter e profissional. Muito obrigado pelas oportunidades
e confiança.
motivação. Por não desacreditar em nenhum momento no meu potencial como profissional e
nem do alcance dos NOSSOS objetivos. Por sua dedicação não só ao meu trabalho (horas de
banhos de sol forçado na beira das poças) mas também para comigo, cuidando de cada detalhe
que poderia vir a me prejudicar. Obrigado por me oferecer algo tão valioso: O AMOR!
Ao amigo Tiago Melo pela companhia e ajuda nos mergulhos além da grande ajuda com os
Aos amigos biólogos, ou não, que estiveram presentes na minha vida acadêmica e pessoal
formação: Sidney Malandra, Joelson “Joca” Moreira, “Meu Compadre” Henrique Mendonça,
Helder Braga, Nilson Paraiso, Renildo Bispo, Leandro Vieira, Cássio Lopes, Fábio Caprino
Sivanildo Campos, Silvio Cruz, Antônio “Patico”, Anísio “Caviar” e Igor Monteiro.
"Transforme as pedras
que você tropeça nas
pedras de sua escada”.
Sócrates
RESUMO
Samplings were carried out qualitative through visual underwater surveys totaling 600
minutes of observations into two tidepools (Barra and Ondina) located in the Salvador-BA
city, to evaluate the composition of the assemblages of fishes through the estimation of
richness, relative abundance, frequency of occurrence and trophic categories, in addition to
the measurement of physical-chemical parameters (temperature and salinity) and the level of
protection from tidepools to the action of the waves. There were no significant differences
between the two sampling points in the context of the composition of the assemblages, and
factors physical-chemical and protection to the action of waves did not have significant
influence on them, and availability of micro-habitats the crucial factor for the increase of
richness and abundance of species. Stegastes fuscus was the specie that obtained the highest
relative abundance and frequency of occurrence, and that is because of his aggressive
behavior and territorial. For trophic categories, "carnivorous diurnal" were the most abundant
in the two localities, which was already expected, therefore, only spot checks were carried out
day and the species that form the fish fauna of the tide pools are mostly carnivorous, with
corroborating last studies of the information. Regarding the level of housing, the category of
"opportunistic" was the most representative in pools studied. The hypothesis raised to explain
that occurred was that the assemblage of fish in tidepools was evaluated by the method of
visual census, this method, which tends to underestimate the fish taken as cryptics and / or
crypto-benthic. The fish regarded as "permanent residents" are cryptic habit of fish and
relatively small body and compressed and because the methodology discussed in this study,
had underestimated its abundance. Compared to the results with those found by Almeida
(1972) and sample at the same point it was noted a discrepancy between them. The richness of
species from tidepool of Barra, in the study of Almeida (1972) was 21 species in contrast to
the 41 species found in this study. The number of visits to the field was the likely cause of this
difference. The tidepools was visited seven times to obtain the data from this study, which
Almeida (1972) visited by between two to four times. Could you notice a big difference in the
composition of assemblages evaluated with destructive methods (ictiotoxic) and non-
destructive (visual census), and everything indicates that the use of two methods together
provide a more complete and accurate assessment of biodiversity present in tidal pools.
Figura 06 - Utilização intensa da poça de maré como “piscina natural” por parte dos
banhistas. Praia da Ondina, Salvador-BA..................................................... 22
Figura 12 - Abundância relativa (%) das categorias tróficas dos peixes registrados na
poça de maré da Barra (A) e Ondina (B) na cidade de Salvador-BA........... 31
Tabela II - Lista taxonômica da ictiofauna registrada nas poças de maré das praias
da Barra e Ondina, Salvador-BA, seguindo ordem filogenética de
famílias segundo Nelson (2006). * = espécies endêmicas do litoral
brasileiro.................................................................................................... 26
Tabela III - Poça de maré da praia da Barra, Salvador-BA. Riqueza (S), freqüência
de ocorrência (f.o.) e abundância relativa (a.r) por classes tróficas. A
abundância relativa de cada classe trófica é dada entre parênteses onde:
CD = carnívoros diurnos; CN = carnívoros noturnos; PL =planctívoros;
HT = herbívoros territoriais; HN = herbívoros não-territoriais; ON =
onívoros..................................................................................................... 28
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS.............................................................................................................................. 15
2.1. Objetivo Geral...................................................................................................................... 15
2.2. Objetivos Específicos........................................................................................................... 15
3. METODOLOGIA...................................................................................................................... 16
3.1. Área de estudo...................................................................................................................... 16
3.2. Estudo piloto........................................................................................................................ 18
3.3. Amostragem não-destrutiva através do censo visual........................................................... 18
3.4. Caracterização do ambiente................................................................................................. 20
4. RESULTADOS.......................................................................................................................... 21
4.1. Características das poças...................................................................................................... 21
4.2. Composição da ictiofauna.................................................................................................... 24
5. DISCUSSÃO............................................................................................................................. 35
5.1. Características ambientais.................................................................................................... 35
5.2. Composição da ictiofauna.................................................................................................... 36
6. CONCLUSÃO........................................................................................................................... 41
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 42
8. APÊNDICE................................................................................................................................ 46
1. INTRODUÇÃO
menor área entre os ambientes marinhos. Seus habitantes estão sujeitos a bruscas variações de
maré baixa, formando enumeras poças de maré, algumas delas inteiramente ou parcialmente
sofrem buscas mudanças nos seus fatores físico-químicos, sendo os três principais: (1)
temperatura, fator que oscila de forma discreta nos oceanos, contudo, durante a maré baixa,
quando a poça está totalmente isolada, pode sofrer variações drásticas, chegando a níveis
letais para a ictiofauna. Com a subida do nível da maré e conseqüente entrada de água
oceânica a temperatura cai abruptamente, exercendo, mais uma vez, estresse sobre as
populações desses ambientes; (2) salinidade, fator praticamente estável em águas oceânicas,
mas que pode se elevar rapidamente em poças de maré isoladas, expostas a radiação solar
intensa, com grande área e reduzida profundidade. Em contraponto, chuvas intensas e águas
tolerância ecológica da ictiofauna local; (3) concentração de oxigênio, que está intimamente
na poça) são fatores agravantes para a diminuição das taxas de oxigênio dissolvido
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
INTRODUÇÃO
(METAXAS & SCHEIBLING, 1993; HALPIN, 2000; CUNHA et al, 2007; VALENTIM,
2008).
Os peixes que utilizam a zona entre-marés, incluindo as poças, o fazem por diferentes
períodos de tempo ou etapas da vida. Existem espécies que vivem nesses ambientes por todo
osmótica interna, equilíbrio do pH e até mesmo a busca direta do ar para respiração, para
resistirem a essas bruscas variações ambientais (COX, 2007). Na segunda categoria estão os
profundidade, nível de ligação direta com o mar, etc.) e por isso dificilmente existirão duas
semelhantes entre si, cada poça de maré se torna única e com grandes variações na estrutura
trabalho complexo e que exige muita cautela (METAXAS & SCHEIBLING, 1993)
Brasil ainda pouco se conhece sobre a sistemática e história natural da ictiofauna das poças de
maré (ALMEIDA, 1972; ZAMPROGNO, 1989; ROSA et al, 1997; BARREIROS et al, 2004;
ARAÚJO et al, 2005; CUNHA et al, 2007; MACIEIRA, 2008, VALENTIM, 2008), pois
servem como berçário para larvas e juvenis, além de prover refúgio para muitos organismos
vindos de áreas adjacentes e habitat específico para outros (ROSA et al, 1997; ARAÚJO et
al., 2005).
14
2. OBJETIVOS
distintas e o seu nível de exposição a ação das ondas, comparando com o estudo pioneiro
♦ Elaboração e atualização de listas sistemática dos peixes observados nas poças de maré
da Ondina e Barra, respectivamente.
3. METODOLOGIA
Para realização desse estudo foram selecionadas duas poças de maré, sendo uma
seus gradientes de exposição à ação das ondas, áreas relativamente amplas, em se tratando de
poças de maré, e por não possuírem ligação direta com o mar no período de baixa-mar.
A poça de maré localizada na praia da Barra está inserida dentro da Baía de Todos os
Santos, o que influência, juntamente com a proteção das rochas, na redução da ação direta das
Figura 01. Poça de maré no período do estofo da baixa-mar. Pode-se observar a quantidade de
rochas que cercam a poça, dificultando a ação direta das ondas sobre a mesma. Praia de Barra,
Salvador-BA.
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
METODOLOGIA
A poça de Ondina localiza-se numa área desabrigada, sob ação direta das ondas a
partir do nível médio das marés, separando-se completamente do mar aproximadamente duas
vezes ao dia no período de baixa-mar. (Figura 02). A poça encontra-se inserida no centro do
Figura 02. Poça de maré localizada na praia de Ondina no município de Salvador, Bahia. Foto
evidenciando a ação direta das ondas sobre a poça a partir dos níveis médios da maré. (Fonte:
Google™ Earth).
.
Figura 03. Poça de maré no período da baixa-mar formando uma “piscina” no centro do
afloramento rochoso na praia de Ondina, Salvador-BA. (Fonte: Cláudio Sampaio).
17
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
METODOLOGIA
foram realizados estudos pilotos nas poças de maré escolhidas no período de 21 de março a 04
também para treinar e acurar a visão do pesquisador em relação aos peixes de difícil
do estudo piloto se definiu toda a metodologia adotada para realização do presente trabalho.
no período diurno em marés de sizígia com altura mínima menor ou igual a 0,5 m,
(D.H.N., 2008). O método amostral utilizado é também conhecido como não-destrutivo, uma
vez que não causa modificações, nem na biomassa ou no ambiente. Sua escolha se deu por ser
seja, contagem aleatória espécie/tempo, descrito por Thompson & Schmidt (1977). A técnica
espécies que foram registradas nos primeiros 2 minutos do censo receberam um escore 5, não
18
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
METODOLOGIA
escore 4 e assim sucessivamente até as espécies que foram encontradas no quinto e último
de espécies; sendo esse método, quando comparado com outras técnicas de censo, aquele que
registrou maior riqueza de espécies (CUNHA, 2005). Para uma melhor representatividade dos
dados e diluição de erros amostrais foram realizadas 30 réplicas, totalizando 300 minutos de
A abundância relativa das espécies foi calculada a partir da soma dos escores de cada
táxon. Aquelas que possuíam os maiores valores foram consideradas como mais abundantes.
A riqueza (S) é o número total de espécies registradas durante os mergulhos e não apenas
Freqüência de Ocorrência
Muito comuns f.o. > 80%
Comuns f.o. = 51 – 80%
Ocasionais f.o. = 21 – 50%
Incomum f.o. = 5 - 20%
Raras f.o. < 5%
As espécies que habitam as poças de maré foram classificadas de acordo com o grau
de residência adotado por Griffiths (2003), onde os peixes foram agrupados em três
digital do modelo Oxi 315i WTW e salinidade (‰), com o auxílio de um refratômetro do
modelo RTS-101 ATC (Figura 04). A análise desses parâmetros foi realizada com a água do
meio das poças onde sugerimos ser a mais homogênea em relação aos fatores mensurados do
obtendo os valores de comprimento máximo (C, paralelo à costa), largura máxima (L,
perpendicular à costa) e área superficial (A = C x L), sendo essa metodologia baseada naquela
20
4. RESULTADOS
A poça de maré da praia da Barra possui uma área superficial aproximada de 608m². A
temperatura do espelho d’água variou de 28,8ºC a 30,9ºC, sendo que a média da temperatura
foi de 29,8ºC. A salinidade variou de 36‰ a 40‰, tendo como media o valor de 38,8‰. Sua
cobertura viva era basicamente formada por pólipos de cnidários (Zoanthideos), esponjas,
equinodermos, algas do tipo “turf” e foliáceas, além de areia. Foi registrada a presença de
alguns pescadores artesanais que utilizavam a poça para capturar espécimes utilizando linha
A presença de banhistas foi uma constante durante o período do estudo, onde alguns
levavam seus cães para tomar banho na poça estudada. O fluxo elevado de freqüentadores traz
alguns malefícios como pisoteio dos organismos bentônicos, estresse sobre a ictiofauna e
aumento do volume de lixo, que muitas vezes é deixado na poça por irresponsabilidade dos
freqüentadores.
Figura 05. Pescador artesanal com alguns peixes e um polvo (Octopus insularis) capturados
com arpão de mão e bicheiro, respectivamente. Poça de maré da Barra, Salvador-BA.
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
A poça de maré localizada na praia de Ondina possui uma área superficial aproximada
de 645m². A temperatura do espelho d’água variou de 28,8ºC a 31,4ºC, sendo que a média da
temperatura foi de 29,6ºC. A salinidade variou de 37‰ a 40‰, tendo como media o valor de
37,8‰. Sua cobertura viva era basicamente formada por cnidários, ascídias, equinodermos,
algas do tipo “turf”, foliáceas e calcárias. Há uma utilização intensa da poça por parte de
dia de amostragem) que a aproveitam como “piscina natural” (Figuras 06) e de alguns
próximo à poça (Figura 07) escoando a água pluvial para o mar e provavelmente esgoto dos
Figura 06. Utilização intensa da poça de maré como “piscina natural” por parte dos banhistas.
Praia da Ondina, Salvador-BA.
22
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
Figura 07. Efluente escoando água pluvial localizado próximo à poça de maré na praia de
Ondina, Salvador-BA.
da amplitude da maré) após o estofo da baixa-mar, as ondas voltam a exercer ação direta
sobre a poça de maré, carreando lixo para o seu interior, lixo este composto principalmente
por latas de alumínio, tampas, garrafas e embalagens plásticas. Pela conformação da poça
Figura 08. À esquerda: garrafa plástica boiando dentro da poça de maré. À direita: lata de
refrigerante oxidada e com algumas incrustações, o que permite estimar que já esteja a um
tempo elevado na poça. Poça de maré da Ondina, Salvador-BA
23
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
2008 na poça da Barra, totalizando 300 minutos de observações onde se obteve como
resultado 41 taxa divididos em 24 famílias (Tabela II), ressaltando que uma espécie do gênero
(a.r. = 11,7%), Haemulidae (a.r. = 9,85%) e Serranidae (a.r. = 6,07%) compondo 59,48% da
Pomacentridae
19,81
Gerreidae
40,62
11,95 Acanthuridae
Haemulidae
11,7
Serranidae
6,07 9,85
Outras
Figura 09. Abundância relativa (%) das famílias mais representativas na poça de maré da
Barra, Salvador-BA.
de 2008, onde se obteve como resultado 40 taxa divididos em 25 famílias (Tabela II). Os
indivíduos registrados do gênero Kyphosus, Família Kyphosidae, eram juvenis e como sua
genérica.
24
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
(a.r. = 22,04%), Labrisomidae (a.r. = 9,58%), Haemulidae (a.r. = 7,69%), Acanthuridae (a.r.
(Figura 10).
Pomacentridae
22,04 Labrisomidae
48,94
Haemulidae
9,58
Achanturidae
7,69 Tetraodontidae
5,9
5,85 Outras
Figura 10. Abundância relativa (%) das famílias mais representativas na poça de maré da
Ondina, Salvador-BA.
coeruleus (4,95%) e Mugil curema (4,89%), que juntas representam 62,51% da ictiofauna
registrada (Tabela III), sendo em Ondina: Stegastes fuscus (a.r. = 7,53%), Abudefduf saxatilis
(a.r. = 7,3%), S. variabilis (a.r. = 7,2%), Haemulon parra (a.r. = 7,15%), Halichoeres poeyi
(a.r. = 5,79%), Sparisoma radians (a.r. = 5,58%), Acanthurus bahianus (a.r. = 4,76%),
Ophioblennius trinitatis (a.r. = 3,84%), que juntas representam 51,06% da ictiofauna avistada
(Tabela IV).
25
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
Tabela II. Lista taxonômica da ictiofauna registrada nas poças de maré das praias da Barra e Ondina,
Salvador-BA, seguindo ordem filogenética de famílias segundo Nelson (2006). * = espécies endêmicas
do litoral brasileiro.
Família e Taxa Residência BARRA ONDINA
Muraenidae
Enchelycore nigricans (Bonnaterre, 1788) Residente permanente X
Gymnothorax moringa (Cuvier, 1829) Residente permanente X
Gymnothorax funebris Ranzani, 1840 Residente permanente X
Ophichthidae
Myrichthys ocellatus (Lesueur, 1825) Oportunista X X
Engraulidae
Anchoa sp. Transitória X
Batrachoididae
Thalassophryne nattereri Steindachner, 1876 Oportunista X
Holocentridae
Holocentrus adscensionis (Osbeck, 1765) Oportunista X X
Fistulariidae
Fistularia tabacaria Linnaeus, 1758 Transitória X
Scorpaenidae
Scorpaena plumieri Bloch, 1789 Oportunista X
Serranidae
Epinephelus adscensionis (Osbeck, 1765) Oportunista X X
Cephalopholis fulva (Linnaeus, 1758) Oportunista X
Apogonidae
Apogon americanus Castelnau, 1855 * Residente permanente X X
Carangidae
Caranx bartholomaei (Cuvier, 1833) Transitória X
Caranx crysos (Mitchill, 1815) Transitória X X
Caranx latus Agassiz, 1831 Transitória X X
Lutjanidae
Lutjanus alexandrei Moura & Lindeman, 2007 * Oportunista X
Lutjanus synagris (Linnaeus, 1758) Oportunista X
Gerreidae
Eucinostomus argenteus Baird & Girard, 1855 Transitória X X
Eucinostomus melanopterus (Bleeker, 1863) Transitória X X
Diapterus rhombeus (Cuvier, 1829) Transitória X X
Eugerres brasilianus (Cuvier, 1830) Transitória X
Haemulidae
Haemulon parra (Desmarest, 1823) Oportunista X X
Haemulon squamipinna Rocha & Rosa, 1999 * Transitória X
Haemulon steindachneri (Jordan & Gilbert, 1882) Transitória X
Sciaenidae
Pareques acuminatus (Bloch & Schneider, 1801) Oportunista X X
26
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
Mullidae
Pseudupeneus maculatus (Bloch, 1793) Oportunista X X
Mulloidichthys martinicus (Cuvier, 1829) Transitória X
Chaetodontidae
Chaetodon striatus Linnaeus, 1758 Oportunista X X
Kyphosidae
Kyphosus sp. Oportunista X
Pomacanthidae
Pomacanthus paru (Bloch, 1787) Oportunista X
Pomacentridae
Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) Oportunista X X
Stegastes fuscus (Cuvier, 1830) * Residente permanente X X
Stegastes variabilis (Castelnau, 1855) Oportunista X X
Mugilidae
Mugil curema Valenciennes, 1836 Transitória X X
Polynemidae
Polydactylus virginicus (Linnaeus, 1758) Transitória X
Labridae
Halichoeres brasiliensis (Bloch, 1791) * Oportunista X
Halichoeres peronsei Starks, 1913 * Oportunista X
Halichoeres poeyi (Steindachner, 1867) Oportunista X X
Scaridae
Sparisoma radians (Valenciennes, 1840) Oportunista X X
Labrisomidae
Labrisomus cricota Sazima, Gasparini & Moura, 2002 * Residente permanente X X
Labrisomus nuchipinnis (Quoy & Gaimard, 1824) Residente permanente X X
Malacoctenus delalandii (Valenciennes, 1836) Residente permanente X X
Malacoctenus sp. * Residente permanente X X
Blenniidae
Ophioblennius trinitatis Miranda Ribeiro, 1919 * Residente permanente X X
Scartella cristata (Linnaeus, 1758) Residente permanente X
Gobiidae
Bathygobius soporator (Valenciennes, 1837) Residente permanente X X
Coryphopterus glaucofraenum Gill, 1863 Residente permanente X
Achanturidae
Acanthurus bahianus Castelnau, 1855 Oportunista X X
Acanthurus chirurgus (Bloch, 1787) Oportunista X
Acanthurus coeruleus Bloch & Schneider, 1801 Oportunista X X
Tetraodontidae
Sphoeroides greeleyi (Gilbert, 1900) Transitória X X
Sphoeroides spengleri (Bloch, 1785) Transitória X X
27
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
Tabela III. Poça de maré da praia da Barra, Salvador-BA. Riqueza (S), freqüência de ocorrência
(f.o.) e abundância relativa (a.r) por classes tróficas. A abundância relativa de cada classe trófica é
dada entre parênteses onde: CD = carnívoros diurnos; CN = carnívoros noturnos; PL = planctívoros;
HT = herbívoros territoriais; HN = herbívoros não-territoriais; ON = onívoros
CN (14,74 %)
Caranx latus 11,1 0,68 Haemulon squamipinna 29,6 2,04
Cephalopholis fulva 18,5 0,99 Holocentrus adscensionis 70,4 3,9
Chaetodon striatus 92,6 5,82 Lutjanus alexandrei 3,7 0,19
Diapterus rhombeus 25,9 1,42 Pareques acuminatus 3,7 0,25
Epinephelus adscensionis 81,5 5,08 Thalassophryne nattereri 11,1 0,56
Eucinostomus argenteus 63 4,33
CD (36,17%)
28
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
Tabela IV. Poça de maré da praia da Ondina, Salvador-BA. Riqueza (S), freqüência de ocorrência
(f.o.) e abundância relativa (a.r) por classes tróficas. A abundância relativa de cada classe trófica é
dada entre parênteses onde: CD = carnívoros diurnos; CN = carnívoros noturnos; PL = planctívoros;
HT = herbívoros territoriais; HN = herbívoros não-territoriais; ON = onívoros.
CN (12,08%)
Caranx crysus 3,6 0,11 Haemulon parra 96,4 7,15
Caranx latus 35,7 1,89 Haemulon steindachneri 10,7 0,54
Chaetodon striatus 60,7 2,71 Holocentrus adscensionis 50 2,17
Coryphopterus glaucofraenum 50 1,62 Lutjanus synagris 14,3 0,38
Diapterus rhombeus 7,1 0,32 Pareques acuminatus 50 1,62
Epinephelus adscensionis 71,4 4,33
HN (14,67%)
CD (37,35%)
consideradas como residentes permanentes devido a sua pouca mobilidade relativa, reduzido
tamanho e por habitarem, quase que exclusivamente, a zona entre-marés. Outras 19 espécies
foram consideradas como oportunistas pelo fato de possuírem uma maior mobilidade e
utilizarem a zona entre-marés regularmente, bem como estarem, também, bem distribuídas no
observados na poça de maré da Barra, onde Haemulon parra (a.r. = 7,8%) foi a espécie mais
melanopterus (a.r. = 6,19%) para transitórias e Stegastes fuscus (a.r. = 8.17%) para os
59,66% do total de peixes observados, onde Abudefduf saxatilis (a.r. = 7,3%) foi a espécie
mais representativa, seguida de Stegastes variabilis (a.r. = 7,2%) e Haemulon parra (a.r. =
(a.r. = 7.53%) para residentes permanentes e Eucinostomus melanopterus (a.r. = 3,63%) para
A B
Figura 11. Abundância relativa das categorias de residência na poça de maré da Barra (A) e
Ondina (B), Salvador-BA
30
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
com abundância relativa igual a 36,01%, sendo composta principalmente por peixes das
(a.r. = 16,26%), carnívoros noturnos (a.r. = 14,74%), onívoros (a.r. = 9,72%) e planctívoros
(a.r. = 5,51%).
abundância relativa igual a 37,35%, a mais representativa, sendo composta principalmente por
peixes das Famílias Labrisomidae (Malacoctenus sp., a.r. = 3,68%; Labrisomus cricota, a.r. =
4,33), seguida pelas categorias herbívoros territoriais (a.r. = 18,89%), herbívoros não-
territoriais (a.r. = 14,67%), carnívoros noturnos (a.r. = 12,08%), planctívoros (a.r. = 9,19%) e
A Carnivoros diurnos
B Carnivoros diurnos
Carnivoros
noturnos 7,79 Carnivoros noturnos
9,72 14,67 37,35
36,01 Planctívoros
17,58 Planctívoros
Figura 12. Abundância relativa (%) das categorias tróficas dos peixes registrados na poça de maré da
Barra (A) e Ondina (B) na cidade de Salvador-BA.
31
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
As dez espécies mais comuns da poça de maré da Barra foram avistadas em mais de
80% dos censos, sendo classificadas como “muito comuns” no ranking de freqüência de
ocorrência: Stegastes fuscus e S. variabilis (f.o. = 100%), Haemulon parra (f.o. = 96,3%),
Sparisoma radians (f.o. = 96,3%), Acanthurus bahianus (f.o. = 92,6%) Chaetodon striatus (f.o.
espécies comuns e raras, sendo que aquelas consideradas raras possuem uma quantidade
As oito espécies mais comuns da poça de maré da Ondina foram avistadas em mais de
80% dos censos, sendo classificadas como muito comuns no ranking de freqüência de
ocorrência: Abudefduf saxatilis e Stegastes fuscus (f.o. = 100%), Haemulon parra, Halichoeres
poeyi e S. variabilis (f.o. = 96,4%), Sparisoma radians (f.o. = 92,9%), Acanthurus bahianus e
mostrou um discreto declínio, quase linear, evidenciando equilíbrio entre as categorias (Figura
14).
32
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
Figura 13. Padrão de freqüência de ocorrência dos 41 taxa observados durante os censos visuais realizados na poça de maré da Barra, Salvador-BA.
33
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na cidade de Salvador-BA
RESULTADOS
Figura 14. Padrão de freqüência de ocorrência dos 40 taxa observados durante os censos visuais realizados na poça de maré da Ondina, Salvador-BA.
34
5. DISCUSSÃO
profundidade variando entre 0,3 a 1,0 m. Como não apresentam conexão direta com o mar, e
por possuírem grande área superficial e pequeno volume, as poças sofrem variações nos
apresentar uma área grande (espelho d’água) e volume pequeno (reduzida profundidade), suas
águas são rapidamente aquecidas e evaporadas. Notou-se uma discreta diferença em relação à
média da salinidade, que variou em 1,0‰ entre a poça da Barra e Ondina. Esse fato se deve,
05).
O nível de proteção à ação das ondas não teve, provavelmente, influência direta na
composição das assembléias de peixes das poças estudadas. O único fator passível de relação
com a ação das ondas é a influência sobre os organismos sésseis (MACIEIRA, 2008).
Barra, protegida da ação direta das ondas. Esse fato pode ser explicado pela ação das ondas
(MACIEIRA, 2008).
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
DISCUSSÃO
Outro fator relevante que limita a presença desses organismos é o grau de utilização
antrópica das poças, pois o pisoteio dos pólipos e das esponjas pelos banhistas, bem como o
uso de filtro solar que prejudica o desenvolvimento desses animais. O filtro solar é uma
substância lipofílica e pode bioacumular nos organismos aquáticos causando efeitos similares
aos reportados por outros xenobióticos, sendo o principal deles o branqueamento dos corais
Nas poças localizadas em Itapoã, Almeida (1972) relata a forte ação das ondas neste
local, sendo esta a localidade amostrada com maior valor de riqueza de espécies.
No Brasil foram realizados poucos estudos sobre a ictiofauna que habita o ecossistema
de poças de maré, sendo que na Bahia só se tem registro dos trabalhos de Almeida (1972) e
Araújo et al, (2005), sendo que no último, os autores foram os únicos a utilizar método
praticidade e com a eficiência do método, que tem como benefícios o reduzido impacto ao
O elevado número de espécies encontradas nas poças da Barra e Ondina (Tabela II) se
micro-hábitats desses ambientes, pois são poças de ampla área superficial, disponibilizando
assim uma grande quantidade e diversidade de abrigos para as mais diferentes espécies de
al, 1997) ou anestésicos (BARREIROS et al, 2004; VALENTIM, 2008) estimaram a estrutura
por serem seletivos para os peixes, atingindo todos os estratos da assembléia, matando-os por
bloqueio da recepção celular de oxigênio devido a vaso-constrição. Com isso não são
utilização desse tipo de técnica destrutiva, já que em muitos países o incremento das
proibições contra o uso de rotenona logo privará a pesquisa sobre biodiversidade de peixes
Certamente, grande parte dos peixes crípticos foi subestimada pela técnica amostral
empregada (censo visual). Ackerman & Bellwood (2000) notaram que peixes de pequeno
porte (menores que 5 cm comprimento total) são grosseiramente estimados pelos censos
rotenona) e não destrutivos (censo visual) para os peixes recifais, foi demonstrado que uma
crípticos) foi mal representada ou perdida nos censos visuais. Somente 36% das 228 espécies
2006). Isso corrobora com a baixa abundância relativa da espécie Bathygobius soporator nas
duas poças estudadas, indo de encontro aos resultados encontrados por autores que
trabalharam com métodos destrutivos como Almeida (1972), Zamprogno (1989) e Rosa et al
(1997), que obtiveram B. sopotator como a espécie mais abundante. Moréias (Muraenidae) e
37
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
DISCUSSÃO
Os padrões de utilização das poças de marés pelos peixes são complexos e ainda
pouco conhecidos. Nossos dados são importantes, ao comparar a riqueza das espécies com
Tabela V. Publicações sobre ictiofauna das poças de maré realizados no Brasil em diferentes locais,
com diferentes métodos amostrais e seus respectivos números de espécies encontradas.
Método
Referência Local Número de espécies (S)
amostral
Almeida, 1972 Salvador - BA* Ictiocida 73
Zamprogno, 1989 Manguinhos, Serra - ES Ictiocida 36
Rosa et al, 1997 Cabo Branco, João Pessoa - PB Ictiocida 44
Barreiros et al, 2004 S. Roque e Praia Vermelha - SC Anestésico 19
Araújo et al., 2005 Pituba, Salvador - BA Censo visual 50
Macieira, 2008 Castelhanos, Anchieta - ES Ictiocida 58
Valentim, 2008 Fernando de Noronha - PE Anestésico 21
Presente estudo Barra, Salvador - BA Censo visual 41
Presente estudo Ondina, Salvador - Ba Censo visual 40
estudo (ALMEIDA, com. pess.). Mesmo trabalhando com ictiotóxico, essa autora encontrou
provável causa para essa diferença foi o número de visitas ao ponto amostral. A poça da Barra
foi visitada seis vezes num intervalo de aproximadamente 30 dias, sendo que Almeida (1972)
visitou a poça, somente, entre duas a quatro vezes. Isso diminui a probabilidade de encontrar
espécies classificadas como transitórias e/ou oportunistas, como os membros das Famílias
Carangidae, Gerreidae e Haemulidae que não foram coletados por Almeida (1972), o que
38
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
DISCUSSÃO
Das 21 espécies coletadas por Almeida (1972) na poça de maré da Barra, sete não
foram observadas no presente estudo, sendo elas: Ahlia egmontis (Jordan, 1884); Apogon
pigmentarius (Poey, 1860); Pomacanthus paru (Bloch, 1787); Scarus coelestinus Valenciennes,
cristata; Scarus coelestinus, que na verdade se trata de Scarus trispinosus, uma espécie
vomerinus, Scartella cristata e Phaeoptyx pigmentaria são espécies de pequeno porte, com
comportamento criptico (A. egmontis vive enterrada no fundo arenoso, enquanto que E.
uma espécie de hábitos noturnos) e essa é a provável causa da sua ausência nas observações
Cantherhines pullus são alvo de pescarias submarinas; a primeira da pesca sub e as demais
para fins ornamentais, o que as vem tornando cada dia mais escassas e de difícil observação
(SAMPAIO, 2006).
marmoratus, mas sabe-se que tal espécie só ocorre no Atlântico Leste, tendo sua distribuição
compreendida entre Portugal e Angola, incluindo as ilhas dos Açores, Canárias e Cabo Verde
(WIRTZ et al, 2007). Esse fato sugere um equivoco facilmente explicado: somente dois anos
depois do trabalho de Almeida (1972), Shipp (1974) publicou uma ampla revisão sistemática
ser então esclarecidas. O baiacu capturado por Almeida (1972) se tratava de um Sphoeroides
39
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
DISCUSSÃO
rotenona (ALMEIDA, 1972; ZAMPROGNO, 1989; ROSA et al, 1997), que obtiveram a
encontrados no presente estudo, que teve a categoria dos oportunistas dominante nos dois
pontos amostrais. Isso corrobora mais uma vez com o fato da subestimação dos indivíduos de
pequeno porte e de hábitos crípticos pelo método de censo visual, já que os peixes de
estudadas (MACIEIRA, 2008). Por ser a espécie de peixe recifal mais abundante nos recifes
e possuem uma evidente agressividade intra e interespecífica para com outros herbívoros
responsável por sua elevada taxa de abundância relativa e por ser a espécie mais freqüente dos
40
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
DISCUSSÃO
Nas poças, algumas espécies foram encontradas apenas na fase juvenil (Caranx spp,
Haemulon spp, Pareques acuminatus, Sparisoma radians, Kyphosus sp, Pomacanthus paru,
e Acanthurus coeruleus) corroborando a informação que as poças de maré são usadas como
berçário por várias espécies recifais e costeiras (ROSA et al., 1997; ARAÚJO et al., 2005).
41
6. CONCLUSÃO
• O nível de proteção às ondas não teve influência direta na composição das assembléias
de peixes das duas poças estudadas. A área superficial e o volume das poças sugerem uma
fornecem uma avaliação mais completa e acurada da biodiversidade dos peixes das poças de
• Mais estudos devem ser direcionados para o ecossistema de poças de maré para que se
possa elucidar as questões pendentes como grau de habitação e utilização, que ainda é pouco
ACKERMAN, J.L. & BELLWOOD, D.R., 2000. Reef fish assemblages: a re-evaluation
using enclosed rotenone stations. Mar. Ecol. Prog. Ser. 206: pp. 227-237.
ALMEIDA, V. G., 1972. Contribuição para o conhecimento dos peixes das poças de maré
de Salvador e adjacências. Dissertação de Mestrado - Departamento de Zoologia, USP, São
Paulo-SP. 55 p.
CARVALHO-FILHO, A. 1999. Peixes Costa brasileira. III Edição. Editora Melro, 320p.
COX, K. N. 2007. Abundance and distribution patterns of intertidal fishes at three sites
within Redwood National and State Parks, 2004-05. Thesis For The Degree Masters - The
Faculty Of Humboldt State University, California, 123 p
HALPIN, P. M., 2000. Habitat use by an intertidal salt-marsh fish: trade-offs between
predation and growth. Marine Ecology Progress Series, Rhode Island - USA, v. 198: pp.
203-214.
MACIEIRA, R. M., 2008. Estrutura de comunidade e distribuição espacial dos peixes das
poças de maré em um recife do Atlântico sudoeste, Brasil.. Dissertação de Mestrado -
UFES, Vitória-ES, 65 p.
43
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOURA, R. L.; FIGUEIREDO, J. L.; SAZIMA, I. 2001. A new parrotfish (Scaridae) from
Brazil, and revalidation of Sparisoma amplum (Ranzani, 1842), Sparisoma frondosum
(Agassiz, 1831), Sparisoma axillare (Steindachner, 1878) and Scarus trispinosus. .
Bulletin of Marine Science, v. 68, pp. 1-20.
NELSON, J. S. 2006. Fishes of The World. Fourth Edition, New Jersey: John Wiley And
Sons, 601 p.
RANGEL, C.A., MONTEIRO-NETO, C., FERREIRA, C.E.L. & LUIZ-JÚNIOR, O.J. 2005.
Escondidos nos recifes. Ciência Hoje 36 (216): pp. 66-68.
SHIPP, R.L., 1974. The pufferfishes (Tetraodontidae) of the Artlantic ocean. Publ. Gulf
Coast Res. Lab. Mus. 4. pp. 1-162.
SMITH-VANIZ W.F., JELKS H.L. & ROCHA L.A., 2006. Relevance of cryptic fishes in
biodiversity assessments: A case study at Buck Island Reef National Monument,. Bulletin
of Marine Science. St. Croix 79: pp. 17–48.
44
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na
cidade de Salvador-BA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WIRTZ, P., FERREIRA, C.E.L., FLOETER, S.R., FRICKE, R., GASPARINI, J.L.,
IWAMOTO, T., ROCHA, L., SAMPAIO, C.L.S. & SCHLIEWEN, U.K. 2007. Coastal
Fishes of Sao Tome and Principe islands, Gulf of Guinea (Eastern Atlantic Ocean)-an
update. Zootaxa 1523: pp.1-48.
.
45
8. APÊNDICE
As fotografias que compõe este apêndice possuem as seguintes autorias: Myrichthys ocellatus, Pareques acuminatus,
Pseudupeneus maculatus, Stegastes fuscus (jovem), S. variabilis, Labrisomus nuchipinnis e Coryphopterus
glaucofraenum por Luiz Duarte. Fistularia tabacaria por Joca Moreira. As demais por Cláudio Sampaio.
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na cidade de
Salvador-BA
2008
Família MURAENIDAE
Família OPHICHTHIDAE
47
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na cidade de
Salvador-BA
2008
Família SERRANIDAE
48
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na cidade de
Salvador-BA
2008
Família LUTJANIDAE
Família GERREIDAE
Família HAEMULIDAE
Haemulon parra (Desmarest, 1823) Haemulon squamipinna Rocha & Rosa, 1999
49
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na cidade de
Salvador-BA
2008
Pareques acuminatus (Bloch & Schneider, 1801) Pseudupeneus maculatus (Bloch, 1793)
Família KYPHOSIDAE
Kyphosus sp
50
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na cidade de
Salvador-BA
2008
Família POMACENTRIDAE
Família LABRIDAE
51
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na cidade de
Salvador-BA
2008
Família LABRISOMIDAE
Família LABRISOMIDAE
52
DUARTE, Luiz Alberto de Goés. Avaliação da composição da assembléia de peixes em duas poças de maré na cidade de
Salvador-BA
2008
Família GOBIIDAE
Família ACANTHURIDAE
Acanthurus bahianus Castelnau, 1855 Acanthurus coeruleus Bloch & Schneider, 1801
Família TETRAODONTIDAE