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BERNARDINI
1, AURORA FORNONI .
SÃO PAULO - 1970
MATERI:\IS PARA UM ESTUDO
Dissertação de Mestrado
apresentada junto ao Curso de.
Lingua e Literatura Russa da
Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciencias Humanas da
:Universidade de São Paulo
Dezembro de 1970.
100426
I 0 FUTURISMO ITALIAROs CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS
Obras Complementares:
Obras Complementares:
l.Jh) IESSiih.<IN, Sier6uéi "Sobr.fnie Sochinitnii" (Vol. V)
Edittra Estatal de Arte e Litera
tura. Moscou, 1962.
L: 5) BL0K, A. "I Dodici"
(Original e tradução de Renato
Poggioli)
Ed. Einaudi. T:)riiio 1 1965.
L-6) PÚCHKIN, A.S. "Kapi ta�1skaia- DÓt.chli..a11 - em
P�lnoie Sobra'nie Sochinie'nii. Vol,
VI.
. " .
Ed, Academia de Cienci2.s éia U.f(,SS
Moscou, 1957.
1+7) SCHNAIDE:..qMAN, B. "Maia\.:Óvs\:i- Poemas 11
CAMPOS, A. Ed, Tempo Bre.sileiro,
CAMPOS, H. Rio de Janeiro, 1967.
l:E) AMBROGIO, I, "Maj al'�ovskij" (Introdução e tradu
(aos cuidados de) · ção de poesias)
Ed. Nuova Accé,demia. Firenze, 1960.
L,9) BLAlill, P. 11 The Bedbug And Selected P:ietry"
(aos cuidados de) (P:oetry and a pli'<Y, with facing
Russian text)
The World Publishing Company.
Cleveland and N.Yorl-c, 1967.
50) CAMPOS, H, "MaiakÓvsJü em Português-Roteiro
de uma tradução".
Ed. Revista do Livro. São Paulo,
Julho-d�zembro, 1961.
51). 'TRIOLET 1 E. "Maia:iÓvs�r:i"
Ed. Seghers. Paris, 19L,5.
,
52) GORIÉLY, B. "Kall de V; Khliebni 1.i:ov
(Textes choisis, traduits du rus
se par B. Goriély)
Éditeur Emm2.nuel Vitte.Paris,1960
53) CA'',NEVALI , B. "Esenin- Poesie e Poernetti"
(aos cuidados de) Ed., Avanzini e Torraca. Roma,196L.
,
51,) RIPELLINO, A,M, "Poesie di Chlebrii'wv"
Ed. Einaudi. Torino, 196EL
55) RUDE, J, "Anna Achmatova"
Ed. Se6hers. P�ris, 1962.
7
Obras Complementares:
59) KRIS, E. ' "Psicanálise da Arte”
Ed, Brasiliense, 1969.
60) FREUD, A. "El yo y los mecanismos de defense”
Ed. Paides. Buenos Aires, 1965.
61) GOLDMAN, L. "Sociologia do Romance”
- Ed. Paz e Terra. Rio de Janeiro,
1967.
62) POE, E.A. "Poesia e Prosa”
Ed. Do Globo, Porto Alegre, I9UL
1970-1971)
Ministrado pelo Prof,, Dr. Antonio Candido de Mello e
Souza
Obras Complementares •
P R E C U R S 0 R I
FUTURISMO MARINETTISMO
III
TENDENZE E TEORIE
FUTURISMO MARINETTISMO
Supercultura Ignoranza
Assorbimento e Superamento
delia Cultura Culto deli'Ignoranza
Disprezzo dei Culto dei Passato Disprezzo dei Passato
Immagini in Liberta Parole in Libertá
Lirismo Essenziale Naturalismo descrittivo
Sensibilitá nuova Tecnicismo nuovo
Acutezza Semplicismo
18
Combattivita Militarismo
Patriottismo Sciovinismo
Antireligiosismo integrale Religiosita laica
Amoral!smo Moralismo
Liberta sessuale Disprezzo delia donna
Latirita American!smo, Germanismo
Obras Consultadas.
Augusto de Campos
Haroldo de Campos
Boris Schnaiderman ........... - "Poesia Russa Moderna” (Antologia)
Ed.Civilização Brasileira. Rio de
Janeiro, 1968.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA DAS OBRAS DE F.T. MARINETTI (1898-1909)
23
Nota
Edition, 1909. •
J) La Mendiante d*au delà, "A.R.", a.I, n^9 (junho
1898).
vide o nQ 109.
zembro 1899).
. . .á dedicado a Eugene Lautier, redator do "Temps". Em:
"Ü.R.", a.T, n26 (março de 1898), anunciava-se um volume de "Mt"
sobre o romance italiano, que não foi publicado. Cético a r e s - ’
peito das possibilidades desse genero literário, "M" desintere^
sa-se pelos conteúdos, que avalia em função do estilo. "M," exa
mina, além de D ’Annunzio, considerado inovador de estilo, tam- 1
bem, Verga, de quem detesta Tigre reale , e admira Mastro Don Gfe-
sualdo , Fogazzaro, pelo qual tem uma profunda e constante aver
são, C a p u a n a , D e Amicis, Serão, Butti, De Roberto. Além destes 1
ainda cita Albertazzi, Anastasi, Colautti,.Di Giacomo, Giordani,
Jolanda, Moschino, Ojetti, Oriani, Zuccoli.
futuristas.
k)) G, D'Annunzio intime. "V-", trim. VI, 15 de junho de
1900.
33
Nerval.
çõea fornecidas por "Mf sobre a tese desta obf a sofrem tuna certa
mudança: no nQ 59, parece-lhe fundamental d problema da multidão
("folia ”)» fácil aos entusiasmos, e.manobrada çelos falsos amigos
do povo. Alguns anos mais tarde.(v. nQ 116) , êle acentua a bele
z a da ação violentàii A tragicóffiédia, principalmente na figura do
"Poete ”’, revela, o carater do estétismo político, mar inettiano, ja
manifestando uma fortè inclinação' aos mitos sorelianos. Seria ’
util uma verificação dhs infliiehclas de Sorel äobi?e ’W dentro ’
do sindicalismo fevoíucionabio (note-se a este respeito a obra 1
de È; Santarelli)» À òbra intebessa pela convivência de modulos'
liridóá e teatraAá tradicionais, interessantes inovaçoes cênicas
e uma linguagem inventiva. A expressividade do texto francesa re
sulta atenuada na tradução italiana, por este motivo a edição do
teatro de "M.", que se vale exc tos ivamente de traduções, deixa T
margem a críticas.
marcadas.
setembro 1906).
Trata-se de sonetos.
97 e 99.
DO FUTURISMO ITALIANO
F.T. MARINETTI
trevas milenares!. i«
L in d o fo s s o de o fic in a 1. E u s a b o r e e i a v i d am e n
te tua la m a fo r t ific a n t e , que m e le m b ro u a santa m a m a p re ta de m in h a
am a su d anesa. . .
Quando m e le v a n te i - tra p o su jo e m a lc h e ir £
so - d e b a ixo do c a r r o v ir a d o , se n ti o c o r a ç ã o p e r p a s s a d o , deliciosa^
m e n te , pelo fe r r o in c a n d e s c e n te da a l e g r i a ’.
U m a m u ltid ã o de p e s c a d o r e s a rm a d o s de v a r a
_e __d e „n a tu ra lis ta s -p o d a g rico s -tu m u ltu a v a m -e m -v o lta do p r o d íg io .
cu idad o p a c ien te e m e t ic u lo s o , a q u e la gente p re p a ro u a lta s a r m a d u r a s
e e n o rm e s r e d e s de fe r r o p a r a p e s c a r m eu c a r r o , p a r e cid o com um
grand e tu b a ra o e n c a lh a d o . O c a r r o e m e r g iu len tam ente do fo s s o ,a b a n
donando no fu nd o , co m o e s c a m a s , a sua p e sa d a c a r r o ç a r ia de bom
se n so e o seu fo fo a c o lc h o a d o de c o m o d id a d e .
E n tã o , c o m o r o s to c o b erto da boa la m a d as
o fic in a s , m is tu r a de e s c o r ia s m e t á lic a s , de s u o r e s in ú te is , de fu li
gen s c e le s t e s - n o s , con tun d id os e de b r a ç o s e n fa ix a d o s m a s im p á v i
d o s , d ita m o s n o s s a s p r im e ir a s v o n ta d e s a todos os h o m ens v iv o s da
te rra :
t
M a n ife s to do F u tu r is m o
1 - N o s q ú érérn os c a n ta r o a m o r ao ^ e r ig b , o h ab ito da e n e rg ia e da
te m e rid a d e *
2 - A c o r a g e m , a a u d a c ia , a r e b e lia « s e r ã o e le m e n to s e s s e n c ia is de
n o s s a p o e s ia .
5 - N os q u e re m o s en to ar h in o s ao hom em que s e g u ra o v o la n te , cu ja
h a s te id e a l a tr a v e s s a a T e r r a , la n ça d a tem b em num a c o r r id a sô
b r e o c ir c u it o da sua ó r b it a -
as b e la s id e ia s p e la s q u ais se m o r r e e o d e sp re z o p e la m u lh e
M u s e u s : c e m i t é r i o s . Id e n tie o s , na v e r
p e la s in is tr a p r o m isc u id a d e de tan to s c o rp o s que nao se e o n h e ce
M u s e u s : d o rm ito r io s p ú b lic o s em que se d e s ca n sa p a ra se m p re j
a s e r e s od iad os ou d e s c o n h e c id o s ’. M u s e u s : a b su rd o s m a ta d o u ro s
pintores e escultores, que se vao trucidando ferozmente a golpes de
cores e de linhas, ao longo das paredes disputadas*.
7 - O s e s c r it o r e s t e m - s e a b a n d o n a d o a t e a g o r a , à a n a lo g ia im e d ia t a .
C o m p a r a v a m , por e x e m p lo , o a n im a l ao h o m em ou a um o u tro a n im a l,
o que equivale» a in d a , m a is ou m e n o s , a u m a e s p é c ie de fo t o g r a fia .
(C om p a ra v a m , por e x e m p lo , um f o x - t e r r ie r a um m in ú scu lo p u r o -s a n
g u e . C u t r o s , m a is a d ia n ta d o s, p o d e ria m c o m p a r a r aq u ele m esm o
f o x - t e r r ie r tr e p id a n te , a um a pequena m aquina M o r s e . E u , en tretanto ,
o c o m p a ro a um a agua fe r v e n d o . H a n is s o um a g ra d a çã o de a n a lo g ia s
c a d a v e z m a is v a s t a s , h a r e la ç õ e s ca d a v e z m a is s ó lid a s e p r o fu n d a s ,
m e s m o que r e m o t a s .)
A a n a lo g ia nada m a is e do que o a m o r p ro f
do que lig a as c o is a s d is t a n te s , a p a re n te m en te d ife r e n te s e h o s tis .
m e n te p o r m e io de a n a lo g ia s v a s t ís s im a s pode um e s tilo o rq u est
a um m e s m o tem po p o lic r o m o , p o lifó n ic o e p o lim o r fo , a b r a ç a r a v
da m a t é r ia .
Quando em m in h a " B a t a lh a de T r í p o l i s n , c
fia r e i u m a t r in c h e ir a c h e ia de b a io n e ta s em pé a u m a o r q u e s tr a , u
m e tr a lh a d o r a a u m a m u lh e r f a t a l, eu in tr o d u z i, in tu itiv a m e n te , u
g ran d e p a rte do u n iv e r s o num b r e v e e p isó d io de b a ta lh a a f r ic a n a .
8 - Nao ha c a te g o r ia de im a g e n s , n o b re s , g r o s s e ir a s ou v u lg a r e s ,
c e n t r ic a s ou n a t u r a is . A in tu içã o que as p e rc e b e nao te m nem p
r e n c ia s , nem p a r t is - p r is .
C e s tilo a n a lo g íco e p o is dono ab so lu to de
da a m a té r ia e de sua in te n sa v i d a . ,
9 - P a r a d a r os m o v im e n to s s u c e s s iv o s de um o b je to , e necess
d ar a c a d e ia de a n a lo g ia s que e le e v o c a , c a d a um a d e la s co n d e n s
r e c o lh id a num a p a la v r a e s s e n c ia l.
E is um e x e m p lo e x p r e s s iv o de u m a ca d e ia
a n a lo g ia s ainda m a s c a r a d a s e to rn a d a s p e sa d a s p e la sin ta x e tr a d i
n a l:
P o is sim*. V o c e e , pequena m e tr a la h d o r a , um a m u
fa s c in a n te , e s in is t r a , e d iv in a , ao v o lan te de um
s iv e l ce m c a v a lo s , que ru ge com e s ta lo s de im p a c ie n
c ia . O h ’, n a tu ra lm e n te daqui a pouco v o ce p u la ra no c
cu ito da m o r t e , em d ire ç ã o a ca m b alh o ta e stro n d o sa
a v it o r ia ’. . . . V o c e quer que eu lh e fa ç a m a d r ig a is ch
de g r a ç a ou de c o r ? A sua e s c o lh a s e n h o r a . - - V o ce
p a r e ce um trib u n o p re te n d id o , c u ja lín g u a eloqflente,
c a n s a v e l, a tin g e no c o r a ç a o os o u v in tes em c ir c u lo ,
m o v id o s . . . V o c e e , n e ste m o m e n to , um a b r o c a to d
p o d e ro s a , que p e r fu r a o c r â n io d e m a sia d o duro d es
n oite ob stinad a . . . V o ce tam b ém e um a la m in a d o r a , u
to rn o e le t r ic o , e que m a is ? Um m a ç a r ic o que q u e im
b u r ila e fu n d e , pouco a p o u c o , as pontas m e t a lic a s d
ú ltim a s e s t r e l a s ’. . . . ( ’ ’ B a ta lh a d e ^ T r íp o lis ” ) .
E m a lg u n s c a s o s p r e c is a r á ju n ta r as im a
duas a d u a s , com o as b o la s a c o r r e n t a d a s , que a r r a n c a m , em se
todo um grupo de a r v o r e s .
P a r a e n re d a r e apanhar tudo o que ha de
fu g id io e de m a is d e le te r io na m a t é r ia , e p r e c is o fo r m a r e s tr e it
de de im a g e n s ou a n a lo g ia s que s e r ã o a tir a d o s ao m a r m is t e r io s
fenômenos. A nao ser pela forma em festoes tradicionais, este perm
do de meu "Mafarka o Futurista1’ é um exemplo de uma semelhante
densa rede de imagens':
In d is c u tiv e lm e n te , m in h a o b ra d is tin g u e -s e
c la r a m e n te de tod as as o u t r a s , por sua esp an tosa p o tê n cia de an alo
g i a . Sua r iq u e z a in e s g o tá v e l de im a g e n s ig u a la q u ase sua d e so rd e m de
p en tuaçao ló g ic a . E la c o lo c a a c a b e ça do p r im e ir o m a n ife s to fu tu ris ta ,
s ín te s e de u m a 100 H P la n ça d a á s m a is lo u ca s v e lo cid a d e s t e r r e s t r e s .
N ao ha n is s o , nada de ab so lu to nem de si
m a t i c o » O gen io tem. r a ja d a s im p e tu o sa s e r ia c h o s la m a c e n to s .
a s v e z e s , im p oe le n tid õ e s a n a lític a s e e x p lic a t iv a s . N inguém pode
n o var de rep en te a p r ó p ria s e n s ib ilid a d e . A s c é lu la s m o r ta s estão
m is tu r a d a s a s v i s t a s . A a r te e u m a n e c e s s id a d e de d e s t r u ir - s e e
e s p a lh a r - s e , grand e re g a d o r de h e r o ís m o que inunda o m u n d o. O s
c r o b io s - nao o esq u eçam - sao n e c e s s á r io s a saude do e sto m a g o
in te s tin o . H a tam b ém um a e s p e c ie de m ic r o b io s n e c e s s á r ia a vi
da d e da a r t e , e ste p ro lo n ga m e n to da flo r e s t a de n o s s a s v e i a s , que
e x p a n d e , fo r a do co rp o', no in fin ito do e sp a ço e do te m p o .
P o e ta s f u t u r is t a s 1. E u e n sin e i v o ce s a o d ia r a s
b ib lio te c a s e os m u s e u s , p a ra p r e p a r á - lo s a o d ia r a in t e lig ê n c ia , dejs
p ertan d o em v o ce s a d ivin a in tu iç ã o , dom c a r a c t e r ís t ic o das r a ç a s la
t in a s . M e d ia n te a in tu iç ã o , v e n c e re m o s a h o s tilid a d e a p a re n te m e n te
ir r e d u z ív e l que s e p a r a n o s s a c a rn e hum ana do m e ta l dos m o t o r e s .
D e p ois do re in o a n im a l, e is i n ic i a r - s e . o re in o
m e c â n ic o .
Com, o co n h e cim e n to e a a m iza d e da m a te r ia ,
de quem os c ie n tis ta s nao podem c o n h e c e r senão as r e a ç õ e s fís ic o -rq u í
m i c a s , noa p r e p a r a m o s a c r ia ç a o do h o m em m e c â n ic o de p a rto s t r o
c á v e is . N os o lib e r ta r e m o s da id é ia da m o r te e , p o rta n to , da p ro p ria
m o r t e , su p re m a d e fin içã o da in te lig ê n c ia ló g ic a .
COMENTÁRIOS ApS MANIFESTOS
Continuemos o levantamento:
O u tr o r e p a ro p o s s ív e l, na in tro d u ção do p ri
m e ir o M a n ife s to , á s r e p e tiç ã o ta lv e z in v o lu n tá r ia de e e r to s t e r m o s .
P o r e x e m p lo :
B a r r ig a s in ca n d e s c e n te s (7 v e z e s - p an ce a rro ve n ta te )
fe r r o in c a n d e sc e n te (9 v e z e s - fe r r o a rro v e n ta to )
la m p a d a de m e s q u ita (7 v e z e s )
lâ m p a d a adoentada (8 v e z e s)
u m im e n so o rg u lh o e n ch ia n o sso s p e ito s (7 v e z e s )
a p ro x im a m o -n o s d a s f e r a s . . . p a r a a p à lp a r a m o r o s a m e n
te seu s p e ito s to r r id o s (8 v e z e s)
A im p r e s s ã o que t e m o s , c o rro b o ra d a m a is
ta rd e p e la p r ó p ria d e s c r iç ã o de M a r in e t t i.e que o au tor s e n to u -s e a
m e s a e d e ix o u -s e e s ta r e s c r e v e n d o . A fix a ç ã o p or c e r t a s p a la v r a s
nao fo i nem r e p r im id a , nem d e s v ia d a .
O se g u in te tr e c h o p a r e c e -n o s e lu c id a tiv o :
’ ’ Quando fa lo de in tu iç ão e de in te lig ê n c ia não
q u ero fa la r co m is s o de d o is d o m ín io s d is tin to s e fr a n c a m e n te separa^
d o s , T odo e s p irito c r ia d o r pode c o n s t a t a r , d u ran te seu tra b a lh o de
c r ia ç a o , que os fen om en o s in tu itiv o s se fu nd iam co m o s fen o m en os da
in te lig ê n c ia ló g ic a .
É p o is im p o s s ív e l d e te rm in a r e x a tam e n te o
m o m en to em que te r m in a a in s p ir a ç ã o in co n s cie n te e c o m e ça a vo
de lú c id a . Ã s v e z e s , e sta ú ltim a g e r a b ru sc a m e n te a in s p ir a ç ã o ,
v e z e s , a a c o m p an h a . A p o s m u ita s h o ra s de tra b a lh o e n c a rn iç a d o e
n o s o , o e s p írito c r ia d o r lib e r t a - s e de um m om en to p a r a o outro
p e so de todos os o b s tá c u lo s , e t o r n a - s e , de a lg u m a fo r m a , p r e s a
um a e stra n h a esp o n tan eid ade de co n ce p çã o e de e x e c u ç ã o . A m a o
e s c r e v e p a r e c e d e s p r e n d e r -s e do co rp o e p r o lo n g a r -s e em lib e r d
bem longe do cerebro, o qual, também de alguma maneira desligado
do cor£o e tornado aereo, olha do alto, com uma lucidez terrível, as
ffãs es inesperadas que Sáem dá pèha»
&te eerebro dómihádof Contempla impassível
oü dirige, nà realidade, os saltos da fantasia que agitam a mao? Ê
im^òssível pefceber* ^aqüêles momentos, eu so pude notar, do ponto
de viâtà fisiológico, um grande vazio no estômago.
O 4 ? e 79 ite n s e n v o lv e m o c o n c e ito de b e le
U m a v e z que jo g a m o s o jo g o de M a r in e t t i, a v e lo c id a d e pode s e r c
s id e ra d a um a s p e cto da lu ta e u m a v e z que e le antepõe (item 3) a c
r id a a im o b ilid a d e , e p la u s ív e l o fato d e le e n c o n tr a r m a io r b e le z a
c a r r o do que num a e s tá tu a .
O 59 it e m ê u m a m e ta fo ra m a lo g r a d a .
A r e la ç ã o e n tre a im a g e m de h om em corr
do num c a r r o é da t e r r a ’ ’ c o r re n d o * ’ no c ir c u ito de sua ó rb ita não
ga a p r o d u z ir nehum in e sp e r a d o e fe ito de e stu p efa ç ão e a fig u r a do
m e m ao v o la n te , c u ja h a ste a t r a v e s s a a t e r r a , ch e g a m e sm o a e n
r a r um que de m a u g o s to . (7)
T a lv e z o 89 ite m s e ja o m a is im p rta n te ,
ponto de v is ta l i t e r á r i o , p e la s c o n se q u ê n c ia s que im p lic a a f r a s e : ’ *
T em p o e o E s p a ç o m o r r e r a m o n te m ” . (8)
N o 99 e 109 ite n s , M a r in e tti re to m a o tom
c u r s iv o do in íc io , p a r a tr a n s b o r d a r no a p o te ó tico 119, em q u e , nova
m e n te , v o lta m a s a lie n t a r » s e a lg u m a s e x p r e s s õ e s :
m u ltid ã o e n tu s ia s ta
I u a s e lé t r ic a s
s e rp e n te s que s o lta m fu m a ça
f a r e ja r o h o r iz o n te
a m p lo p e ito
tubos e m b risd o s
lo c o m o tiv a s
N e s s e p r im e ir o m a n ife s t o , ’ M a r in e tti in co £
r e em a lg u m a s c o n tr a d iç õ e s , se n ós nos r e fe r ir m o s ao ” M a n ife s to
T é c n ic o ” . A l i á s , co m o v im o s no c o m e ç o , ta is c o n tra d içõ e s se ju s ti
fic a m p e la d is ta n c ia que s e p a r a o s d o is . U m a das m a is s ig n ific a t iv a s
e s ta no tra ta m e n to da ’ ’ m a t e r ia ” . C o n tr a r ia m ente ao que M a r in e tti
p r e co n iz a em 1912, e m 1909 se n tim e n to s hum an os ainda sao e m p r e sta
dos a materia'( se nao pf opr iam ente sentimentos, atitudes sem dúvi
da. Basta, pàrã isso, demorar utn instante na analise do 119 item).
Obras consultadas:
turismo.»
(11 de fevereiro de 1909).
II Futurismo e La Conflagration
UiiA HISTÓRIA DO FUTURISMO RUSSO
PERÍODOS.
I " IMPRESSIONISMO
11 ' DID^IA
"MEZANINO DA POESIA”
77
obra:
by jriadimir Markoy
L96C _ _ ..._..y_...^
1 -
II - HIL^IA (29-60)_
12 poemas de Kamiénski
8 poemas de Khliebnikov
81
6 poemas de L Ív s h its
2 a r tig o s de K hliébnikov
2. Poucos poemas de L Í v s h it s .
U) Rejeitamos a ortografia.
6) Abolimos a pontuação.
8) Demolimos os ritmos.
Apoiamos a cadencia poética, da palavra viva e
!convencional’.
Não procuramos mais metros nos manuais.
9) Trabalhamos as rimas.
Academia, da Ego-Poesia
(Futurismo Universal)
19 Ego 12
Precursores;
As Tábuas
I» Glorificação do Egoísmo
1» Unidade - Egoísmo
2. Deidade - Unidade
3. Homem = fração de Deus
Nascimento - separação (otdrovlienie) da Eterni
dade
5. Vida = fração fora da Eternidade
6» Morte = retorno da. fração a unidade (vozdroblie-
nie)
7. Homem - Egoísta
V. Alma = Verdade.
85
ro.
Rurik ívniev
K. Cháikin
Constantin Bolchakóv
Serguéi Tretiakóv
M. Benediktova
e A. Sidorov.
CONSIDERAMES METODOLÓGICAS
91
PA OBRA
IV- Cubo-Futurismo
V- Os Anos De Florescimento-
VI- A Centrífuga
VII- Declínio
VIII- Conclusão
0 CUBO-FUTURISMO
Foi em 1913 que os componentes do grupo Guiléia passaram
a ser chamados, pela imprensa, de "futuristas" e, em seguida, de
”cubo-futuristas ”, provavelmente pelas relações existentes entre’
a pintura cubista e o movimento futurista de Moscou.
A primeira coletânea na qual o grupo reconhece ofici&l- ’
mente a denominação de ’’futurista” e DÓkhlaia Luná. ( "A Lua Reben
tadéi” ), publicada em..Outubro de 1913, na qual participa todo o
erupo da antiga Quileia. a nao ser Elena. Guro, pouco antes faleci
dao
Benedict Livshits e autor da parte teórica da publicação,
onde sao esboçados alguns princípios estéticos do movimento5 o res
tante da revista é constituído de poesia:
3 poemas de Livshits
2 poemas de Krutchónik (um deles consistindo exclu
sivamente de vogais)
. 6 poemas de Maiakóvsai
/ z
vários poemas de Khliebnilov
alguns poemas de Nikolai Burliuk (e seis miniaturas
em prosa)
30 poemas de Davi Burliuk
A - Coletâneas
1) Moloko kobilitz ("Leite de jumentas")
2) Rikaiuchtchi Parnas ("0 Parnaso que ruge")
3) Pier vi Jurnal Ruskikh Futuristov ("A primeira revis
ta dos futuristas russos")
U) Dokhlaia Luna (" Á lua rebentada") II edição.
B - Obras individuais
1) V.Maiakóvski peça de Maiakóvski
2) Pobieda nad sontse ("Vitória sôbre o Sol") ópera de
Krutchónikh
3) 6 obras em prosa do mesmo
U) I e II livro das obras de Khliébnikov
J) Volchie sontse ("0 Sol dos lobos") de Livshits
6) 11 artigos de Maiakóvski, publicados no jornal N o v '
de maio a dezembro de '1^.
C -Manifestos
1) Sete manifestos futuristas publicados sob o título 1
de Gramoti i declaratsii ruskikh futuristov ( ”pa- '
peis e declarações dos futuristas russos")
2) ("Nos e o Oeste") de Livshits e colegas
3) 2 manifestos de Kulbin
h-) 1 manifesto de G
96
CENTRÍFUGA
e, principalmente:
Serguei Bobrov
Boris Pasternak
Nicolai Asieiev.
Os três últimos citados publicaram livros de poemas in
dividuais, durante os anos 1913-191^. Salienta-se Blisnets v tuchakh
(’’Gêmeos nas nuvens”) de Pasternak, contendo um prefácio de Asieiev,
0 livro Rukonog (’’Braquiopode” (?) ), editado pelo gru
po em 191^, continha a informação de que o grupo reunido pela: revis
ta Lírica (que passara a ser designado pelo mesmo nome) havia se ’
desfeito, em virtude de terem surgido duas tendências inconciliáveis«
Uma delas, que incluia Bobrov, Asieiev e Pasternak chamou-se ”Cen
trífuga”, a outra, passou a denominar-se Strelets (”0 atirador”).
98
Conclusão
Davi Burliuk
Vladimir Burliuk
Kamienski
Maiakóvski
Krutchonikh
Livshits
Khliébnikov
e mais
Arthur Lourié
0. Rozanova
Kulbin
M. Siniakova
juntamente com figuras características de outros movimentoss
A. Blok
F. Sologub
M. Kuzmin
A. Remizov
Khliebnikov
Kamienski
D. Burliuk
George Zolotukhin.
(Petrogrado, 1917)
Kniga .o Evfeinove ("Livro sobre Evreinov")
(Moscou, 1918)
Evo moía biografiia .velikovo futurista
("Sua minha biografia, do grande futurista")
Antes da guerra / Krutchonikh acrescentou quatro obras às
que já havia, escrito. Citam-se entre elas;
tivos:
2) Zaum é a forma primaria da poesia* (Tanto histórica“'
mente quanto individualmente)* Inicialmente surge uma
agitação rítmica., musical, um protosom (o poeta deve’
anotá-lo, pois pode esquecê-lo no decorrer do traba-f
lho).
3) 0 discurso transracional dá. origem a imagem (protoima
gem) transracional, que não pode ser definida precisa
mente. Ex: a beleza nebulosa de Ylajali.
U) Recorre-se à linguagem transracional quando:
a) o artista produz imagens que ainda nao tenham
tomado uma forma definida (nele ou fora dêle)
b) quando não se deseja nomear um objeto, mas ’
apenas sugerí-lo: "Ele tem uma alma, de quatro
contos”. A £sse item pertencem também certos'
nomes inventados, como Karamazov, Chichikov,’
etc. (não porém, os nomes alegóricos como '
’’Pravdin”, etc. onde o significado é claro e
definido).
c) quando se perde a cabeça (ódio, ciume, raiva).
d) quando não se precisa dela (êxtase religioso,
amor) o significado de uma. exclamaçao, inter
jeições, 'ronroados1, 'conversar' de crianças,
nomes carinhosos - êsse tipo de zaum encontra
-se nos trabalhos de escritores de varias es
colas) .
( rCTír.n C^?A?ATI^O )
107
I Noção de ’Belo’
E of f i c i (pap«, e b ra c i t a d a ) ”
(esruema) .... * . . • ,
' ^mrisro Lírico •; Ama 1? ara} nun cad mho (cr O"
piuolo ) dos elementos do real e do artificial«,
complementarios da natureza de boie» Pistilacao
en 3r*arsr-s contrastantes; d in arnicas.; rut il ant es-,
cue desenvolver, uma rede de eroçoes múltiplas
no esnir 11ode cier.tificisroscrcr.atisr.osnu
s i c r. 1 id ad e s d i s cor d ar.t e s ? no s t ãlp ica s ? mos e i_s
nos e iluminações metafísicasc
As ralavras; as formas. as cores5 os sons? cor.
siderados como elementos vivosr combinavais l_i
vremente, de acordo com uma vontade criadora« e
cue ^ãbre^ o espírito ~or meio d e fortes rea~
coes -
110
contar sua contribuição mais ressoai aos princípios d.a estetlca futurjs
ta italic ? s ’-ir. dos exemplos mais bem. acabados de seus escritos em
Ill
Fato A r t ís t ic o » Quimismo l í r i c o + C r í t i c a +
C a r a c t e r ís t ic a s Fundamentais ’ ’ .
guintes deduçõess
IT.. CorolP.rios:
d l!',utilicl.ade e artifício
b) Vontade cri?.dor�. e arbítrio crL=?.dor.
*'ÃT!.IO DE Al^DRADE
A _ p D AJ Pd C
XI) ( II )
E
116
Passemos a exemplificar?
jwqpries .
grafico os seuÈr(nao poéticos), mas parados futu
ristas a fcdaçao de apelos a luta cóntíâtifo e um
poema dè amor são apenas fases diferentes da mes
ma elaboração vocabular,.. .
1
12^
INTRODUÇÃO
II
linguagem cinema
frase imagem (plano)
5) Cinema e Linguística: v
a) articulações que substiti^$a a dupla articulação da lín
gua.
b) prevalência do sintagmatico sobre o paradigmático. '
III
F.T. Marinetti
Teoria e Invenzione Futurista '
Ed. Mondadori, 1968
Pag. 101 (II teatro futurista sintético).
OBRAS CONSULTADAS
da.
EISENSTEIN, M. SERGUEI
------------------------------------------------------ j ... .
.... "Anotaciones de un director de ci-
ne". Editorial Progreso. Moscu, s.d.
133
CAMPOS5 AUGUSTO DE
"TEORIA DA POESIA COFCRETA"
CAMPOS, HAROLDO DE . ...
EdiçSes Invenção, São Paulo, 1965
PIGNATARI, DÉCIO
e
"La grande syntagmaticue du film
narratif"* por Christian Metz
La Cinematografia Futurista^
11 de Setembro de 1916.
TF
0 livro, meio absolutamente passadista de conservar e
comunicar o pensamento, já estava, há muito tempo, destinado a
desaparecer, como as catedrais, as torres, os muros ameados, o®
museus e o ideal pacifista. 0 livro, estático companheiro dos 1
sedentários, dos inválidos, dos nostálgicos e dos neutralistas,
nao pode divertir nem exaltar as novas gerações futuristas, ébrias
de dinamismo revolucionário e belicoso.
4
□?+!
F.T. Marinetti
Bruno Corra
E. Settimelli
Arnaldo Ginna
G. Baila
Remo Chiti
Futuristas.
RESENHA DOS MANIFESTOS MAIS SIGNIFICATIVOS DO FUTURISMO ITALIANO
1^3
/
CARRA’, C. Ca Pittura q ei Suoni Rumor i e 0 d o r i
(agosto 193-3)
(setembro-Outubro 1913)
Manifesto de máxima importância, valem, para âle, os re
paros que fizemos .ao manifesto de Carrá.
Salientamos os seguintes itenss
(março 191M
mais:
•Conclusões.:
A) Cada artista poderá criar uma Arte nova na qual entre uma
mistura caótica das artes ja existentes.
B) A INTUIÇÃO nao passa de ura raciocínio,, fragmentário mais ’
rápido.
Conclusões:
*" • I • *1 I m M I M
Notas essenciais
J ^t l uTij M1 J---- I--T-■■" ' 1" ■ ---- "
IL FRONTESPIZIO
IL PONTE
A n o X I I I - Ja n e ir o 1957 n9 1
G io r g io L u t! , . . . . .............................................. N ote su a lcu n e r iv is t e le tte ra r ie :
” la R o n d a ”
L a u d o m ia B o nan ni .................... * • » ............... C o r s o M anthone c a s a D ’A n n u n zio
A n o X I I I - M a r ç o 1957 n9 3
C e s a r e V a s o li ........................ . ........................... N ote su a lc u n e r iv is t e le t t e r ^
r ie : ” L a V o c e ” .
I
A n o X I I - A g o s to -S e te m b r o 1956 n9 8 -9
D e lia F r i g e s s i ...................................................... P e r un g iu d iz io su P a p in i
V a le r ia Lupo ............................................................. I m iti r a m u z ia n i
A n o X I I - N o v em b ro 1956 n9 11
F r a n c o V e n tu r i .................................................... Ivan i l T e r r ib i l e , S ta lin e g li
intellettuali sovietici.
158
LETTERATURE MCDERNE
O'
Ano IV
CJl
•0
t—•
3
lp
•0
Ano V
o
i
3
Ano V I n9 1, 3 , 5
A n o V II n9 1, 2
A n o X II n9 5 -6
A n o IV - J a n e ir o - F e v e r e ir o 1953 n9 1
F r a n c e s c o F lo r a ................................................ P o e ti d e i p rim o n o vecen to: Ar^
tu ro G r a f , G io r g io O r s in i
A n o V I - S e te m b ro -O u tu b r o 1956 . n9 5
Emilio Raffaele Papa ..................................... Inchiesta sulla poesia italiana
contemporânea.
Ano VI - n9 3
Joan Gutia ................................................................ H tempo mitico di Quasímodo
Ano VII n9 1
Recensioni ............................................................. La ronda, antologia a cura di
Giuseppe Cassieri, prefazione
di Emilio Cecchi, Firenze, Lan
di, 1955.
159
LETTERATURA
Rivista dl Lettere e dl Arte contemporânea
De Luca Editore - Roma
LETTERATURA
Rivista Bimestrale dl Letteratura Contemporânea
Vallecchi Editore - Firenze
único nQ até agora encontrado:
19^6 (ano VIII) - nQ (julho/agosto)
INVENTARIO
Instituto Editoriale Italiano ■
Relação dos números consultados:
195^ - 1, 2, 3 S 5
1955 - 1, 3 S M-, 6
1960 - 1, 6
_________ SBD/FFLCH/USP_________
Bib. Florestan Fernandes Tombo: 100426
Aquisição: N I _________ _
“ Proc. ISUBS/DO-ESTADO FISICO
I 30.00__________ __