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Mecânica dos Sólidos III

Artur Portela

UnB – Departamento de Engenharia Civil e Ambiental


Mecânica dos Sólidos III

Ementa
Mecânica dos Sólidos III

Teoria da Elasticidade
Teoria da Elasticidade

Objetivos
• Introdução à modelagem estrutural
• Formulações clássica e moderna da teoria da
elasticidade
Modelagem Estrutural
Geometricamente definem-se 3 tipos de peças estruturais, com
base nas suas dimensões relativas:
Peças maciças (3D), laminares (2D) e lineares (1D)
Modelagem Estrutural
Na Mecânica dos Sólidos estes 3 tipos de peças estruturais são
tratados com Modelos Matemáticos:
Peças maciças (3D), laminares (2D) e lineares (1D)

Variáveis
σ, ε e u
Variáveis
generalizadas

σ, ε e u
Modelagem Estrutural

Modelo exato 3D – Teoria da Elasticidade – descreve o


comportamento mecânico de um corpo estrutural elástico,
em que nenhuma das dimensões é muito diferente das
outras. É o modelo gerador dos modelos assimptóticos.

Variáveis
σ, ε e u
Variáveis
generalizadas
σ, ε e u
Modelagem Estrutural

Modelo exato 3D Estados planos de deformação


e elasticidade axissimétrica são casos particulares do
modelo 3D.
Modelagem Estrutural

Modelos assimptóticos – descrevem o comportamento


mecânico de corpos estruturais elásticos com geometria
particular, com uma ou duas dimensões dominantes,
tais como respectivamente vigas e cascas.
Formulam-se em termos de variáveis generalizadas do
modelo fundamental.

Variáveis
σ, ε e u
Variáveis
generalizadas
σ, ε e u
Modelagem Estrutural

Modelo assimptótico 2D Teoria das Cascas – aplicável a


corpos estruturais em que uma das dimensões, a da
espessura, é muito menor do que as outras – o material da
casca confina-se à vizinhança da superfície média da casca
que bisecta a espessura e, em geral, tem dupla curvatura.

Variáveis
generalizadas
σ, ε e u
Modelagem Estrutural

Modelo assimptótico 2D
A casca tem comportamento
de membrana (resistência à
tração e compressão em 2
direções) quando as forças
internas estão no plano
tangente à superfície média.
Modelagem Estrutural

Modelo assimptótico 2D
Além dos esforços de
membrana, a casca resiste
às ações também por flexão.

Os esforços de membrana e
de flexão são acoplados na
casca.
Modelagem Estrutural

Modelo assimptótico 2D Uma casca degenera em


chapa ou em placa sempre que a sua superfície média
for plana – peça laminar plana

peça laminar plana


Modelagem Estrutural

Modelo assimptótico 2D Numa chapa, as forças internas


estão no plano médio (comportamento de membrana – é
agora plano de tensão). Numa placa as forças internas
estão fora do plano médio (comportamento de flexão). A
peça laminar plana pode ter esforços de membrana e de
flexão que são desacoplados

chapa placa
Modelagem Estrutural

Teorias das Placas:


Modelagem Estrutural

Exemplos de peças laminares

Placa (Laje)

Casca

Chapa
Modelagem Estrutural

Exemplos de peças laminares


Modelagem Estrutural

Modelo assimptótico 1D – Teoria das barras – aplicável


a elementos estruturais em que duas das dimensões, as da
seção transversal, são muito menores do que a terceira. O
material da estrutura está confinado à vizinhança de uma
linha, o eixo da barra, que é perpendicular à seção
transversal no centróide.
Treliças, pórticos e grelhas são alguns exemplos de
estruturas onde este modelo é aplicável.

Variáveis
generalizadas
σ, ε e u
Modelagem Estrutural

Teorias das Barras:


Modelagem Estrutural

Teoria geral – Timoshenko


Resumo
18 equações
• 6 – de equilíbrio
• 6 – constitutivas (σ-ε)
• 6 – da cinemática (ε-u)
18 incógnitas
•6–σ
•6–ε
•6–u
Modelagem Estrutural

Teoria – Euler-Bernoulli
Resumo p1 = N1, 1

12 equações 2
m1 = M1, 1
3 2
m2, 1 p3 = M2, 11
32
m3, 1
3
p2 = M3, 11

• 4 – de equilíbrio 6
N1
6 M1 7 6 0
7 6
E⌦ 0
G It
0
0
0
0 7
e1
6 k1
76
7
7
4 M2 5 = 4 0 0 5 4 k2 5
• 4 – de σ-ε
0 E I22
M3 0 0 0 E I33 k3
2 3 2 3
• 4 – de ε-u e1 u1, 1
6 k1 7 6 ✓1, 1 7
"=6 7 6 7
12 incógnitas 4 k2 5 = 4 u3, 11 5
k3 u2, 11
•4–σ
•4–ε
•4–u
Modelagem Estrutural

Exemplos de peças lineares


Modelagem Estrutural

Modelo Exacto (3D)


gerador dos Modelos Assimptóticos

Variáveis
σ, ε e u
Variáveis
generalizadas
σ, ε e u
Modelo da Teoria da Elasticidade

Objetivo determinar a distribuição de 3 deslocamentos, 6


tensões e 6 deformações (campo elástico ou estrutural), em
estrutura vinculada, sujeita a um sistema de forças exterior.
Hipótese- as tensões e deformações relacionam-se por uma
lei física caraterística do material que é independente do
tempo (lei constitutiva do comportamento macroscópico
do material elástico linear – lei de Hooke).
Modelo sistema de 15 equações diferenciais com 15
incógnitas que, conjuntamente com as condições de
contorno, pode ser resolvido.
Modelo da Teoria da Elasticidade

Corpo estrutural carregado e vinculado

Γu - contorno cinemático
Γt - contorno estático
Modelo da Teoria da Elasticidade

As equações

L – operador diferencial
Modelo da Teoria da Elasticidade

Equações da Cinemática

Under the assumption of


geometrical linearity
Modelo da Teoria da Elasticidade

Campo de deformações e
cinematicamente admissível
satisfaz equações
e é compatível com as ligações da estrutura
Modelo da Teoria da Elasticidade

Equações de equilíbrio
Modelo da Teoria da Elasticidade

Campo de tensões s
estaticamente admissível
satisfaz equações
e está em equilíbrio com as ações aplicadas
Modelo da Teoria da Elasticidade

Equações Constitutivas

Lei de Hooke
Modelo da Teoria da Elasticidade
Resumo
Objectivo - determinar distribuição de 3 deslocamentos, 6 tensões e
6 deformações (campo elástico ou estrutural), numa estrutura
vinculada sujeita a um sistema de forças exterior.

Hipótese - as tensões e as deformações relacionam-se por uma lei


física caraterística do material que é independente do tempo (lei
constitutiva do comportamento macroscópico do material elástico
linear – lei de Hooke).
Modelo da Teoria da Elasticidade
Resumo
Modelo - sistema de 15 equações diferenciais a 15 incógnitas que,
conjuntamente com as condições de contorno, pode ser resolvido.
Modelo da Teoria da Elasticidade
Formulação clássica
Modelo da Teoria da Elasticidade
Formulação clássica
Modelo da Teoria da Elasticidade
Formulação clássica
Modelo da Teoria da Elasticidade
Formulação moderna
Baseia-se nas propriedades do campo elástico
campo elástico – distribuição de s, ε e u que se
definem em cada ponto dum corpo estrutural
elástico linear carregado e vinculado
Campos Elásticos ou Estruturais

Campo elástico distribuição de


deslocamentos ,
deformações ,
e tensões
num corpo estrutural (1D, 2D, ou 3D), satisfazendo sempre
a relação constitutiva: (hipótese em que se baseou a T. da E.)

Propriedades satisfaz sempre as equações


constitutivas
e pode satisfazer também as equações
da cinemática,
ou as do equilíbrio,
ou ambas
Campos Elásticos ou Estruturais

Admissibilidades
Um campo elástico é
Cinematicamente admissível se as
deformações ε forem cinematicamente admissíveis.

Estaticamente admissível se as
tensões σ forem estaticamente admissíveis.

Completamente admissível se for


simultaneamente cinematicamente admissível e
estaticamente admissível.
Campos Elásticos ou Estruturais

Cinematicamente admissível - Campo elástico em que ε é


cinematicamente admissível. Nada se diz sobre o equilíbrio das
σ com as ações aplicadas.

Prescribed KBCs
displacmnts Displacmnts Force

Kinematic
κ =-u2,33
Statics
-p=M, 33
ε is equations equations
kinematically
M = EI κ Prescribed
admissible Strains Stress
Forces
SBCs
Constitutive
equations
Campos Elásticos ou Estruturais

Estaticamente admissível - Campo elástico em que σ é


estaticamente admissível. Nada se diz sobre a compatibilidade
das ε com as ligações da estrura.

Prescribed KBCs
Displacmnts Force
displacmnts
σ is
Statically
Kinematic and Static admissible
κ =-u2,33
compatibility -p=M, 33
Kinematically equations equations
admissible
M = EI κ Prescribed
Strains Stress
Forces
SBCs
Constitutive
equations
Campos Elásticos ou Estruturais

Totalmente admissível - Campo elástico em que ε é


cinematicamente admissível e σ estaticamente admissível.

Prescribed KBCs
displacmnts Displacmnts Force
σ is
Statically
Kinematic Static
-p=M,
admissible
κ =-u2,33 33
ε is equations equations
kinematically
M = EI κ Prescribed
admissible Strains Stress
Forces
SBCs
Constitutive
equations
Campos Elásticos ou Estruturais

Admissibilidades – em estruturas reticuladas


σ ε
tensões deformações
generalizadas generalizadas

Prescribed KBCs
displacmnts Displacmnts Force

Kinematic Static
κ =-u2,33 -p=M,33
equations equations

ε M = EI κ σ Prescribed
Strains Stress
Forces
Constitutive SBCs
equations
Campos Elásticos ou Estruturais

Deformações cinematicamente admissíveis

A admissibilidade estática das tensões


pode ser violada. Dentre todos os campo
elásticos cinematicamente admissíveis
só 1 satisfaz a admissibilidade estática
teorema da unicidade de Kirchhoff
Campos Elásticos ou Estruturais

Tensões estaticamente admissíveis

A admissibilidade cinemática das deformações


pode ser violada. Dentre todos os campos
elásticos estaticamente admissíveis só 1
satisfaz a admissibilidade cinemática
teorema da unicidade de Kirchhoff
Campos Elásticos ou Estruturais

Campo elástico completamente admissível

σ
Só 1 campo
elástico satisfaz

ε simultaneamente a
admissibilidade
estática e a
admissibilidade
cinemática
teorema da
unicidade de
Kirchhoff
Campos Elásticos ou Estruturais

Resolver um problema de elasticidade é determinar um


campo elástico totalmente admissível (satisfazendo as
admissibilidades cinemática e estática, simultaneamente)
que se instala no corpo carregado e vinculado.
Campos Elásticos ou Estruturais

Kirchhoff Formalmente nunca se provou que tal campo


elástico totalmente admissível existe. Sabe-se apenas
que se esse campo existir, então ele é único, como diz o
teorema da unicidade de Kirchhoff:
Dentre todos os campos cinematicamente admissíveis só um
satisfaz a admissibilidade estática – no cálculo variacional
conduz ao teorema dos deslocamentos virtuais.

👍
Dentre todos os campos estaticamente admissíveis só um
satisfaz a admissibilidade cinemática – no cálculo variacional
conduz ao teorema das tensões virtuais.

👍
Campos Elásticos ou Estruturais

Os teoremas dos deslocamentos virtuais e das tensões


virtuais formulam-se a partir do sistema totalmente
admissível, com uma variação virtual dos deslocamentos
e das tensões, respectivamente.

Tais teoremas são casos particulares que resultam do


caso geral que é o teorema do trabalho.
Então, para resolver um problema da elasticidade, pode
usar-se o teorema do trabalho, em vez dos teoremas
dos deslocamentos virtuais / tensões virtuais.
Critérios de Segurança
o dia
Próxim
Envolventes de cedência plástica
Muito obrigado pela atenção

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