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Modelagem Avançada de Torção Composta em Materiais Anisotrópicos

Advanced modeling of composite torsion in anisotropic materials

Diogo Silva, Fabricio Rezende, Hugo Leite, Karoline Biancardi e Larissa Ribeiro.

RESUMO
Com esse trabalho vimos que a modelagem avançada de torção é crucial para entender e prever
o comportamento mecânico de materiais complexos em diversas aplicações industriais e
científicas. Com o aumento da demanda por materiais mais leves, resistentes e eficientes, a
capacidade de modelar com materiais de precisão anisotrópicos torna-se essencial. Esse campo
interdisciplinar combina princípios de mecânica dos sólidos, teoria da especificação, teoria das
estruturas e métodos computacionais para investigar como esses materiais respondem a cargas
de torção em situações complexas avançadas. Materiais anisotrópicos são aqueles com
propriedades físicas e mecânicas que variam de acordo com a direção em que são medidas. Isso
significa que suas características não são uniformes em todas as projetadas, ao contrário dos
materiais isotrópicos, cujas propriedades são as mesmas em todas as sofisticadas. A anisotropia
é comum em materiais naturais, como madeira, minerais cristalinos e tecidos biológicos, além
de ser encontrada em materiais produzidos pelo homem, como materiais compostos, fibras de
carbono, materiais laminados e cristais únicos. Portanto, uma modelagem avançada de torção
em materiais anisotrópicos desempenha um papel fundamental na busca por materiais mais
avançados e eficazes em uma ampla gama de aplicações industriais e científicas.

Palavras-chave: anisotrópicos; torção; resistência dos materiais; modelagem.

ABSTRACT
With this work we have seen that advanced torsional modeling is crucial to understanding and
predicting the mechanical behavior of complex materials in various industrial and scientific
applications. With the increasing demand for lighter, stronger and more efficient materials, the
ability to model with precision anisotropic materials becomes essential. This interdisciplinary
field combines principles of solid mechanics, specification theory, structural theory and
computational methods to investigate how these materials respond to torsional loads in
advanced complex situations. Anisotropic materials are those with physical and mechanical
properties that vary according to the direction in which they are measured. This means that their
characteristics are not uniform in all directions, unlike isotropic materials, whose properties are
the same in all directions. Anisotropy is common in natural materials such as wood, crystalline
minerals and biological tissues, as well as being found in man-made materials such as
composite materials, carbon fibers, laminated materials and single crystals. Therefore,
advanced modeling of torsion in anisotropic materials plays a key role in the search for more
advanced and effective materials in a wide range of industrial and scientific applications.

Keywords: anisotropic; torsion; strength of materials; modeling.


1 INTRODUÇÃO

A modelagem avançada de torção desempenha um papel fundamental na compreensão


e previsão do comportamento mecânico de materiais complexos utilizados em uma variedade
de aplicações industriais e científicas, à medida que a demanda por materiais mais leves,
resistentes e eficientes continua a crescer, a capacidade de modelar com precisão em materiais
anisotrópicos torna-se cada vez mais essencial, este campo de estudo representa uma
abordagem interdisciplinar que combina princípios de mecânica dos sólidos, teoria da
elasticidade, teoria das estruturas e métodos computacionais avançados para investigar como
os materiais resistem a cargas de torção em condições complexas.
Materiais anisotrópicos são matérias que contêm propriedades físicas e mecânicas que
variam de maneira direcional, logo apresentam diferentes comportamentos e características
dependendo da direção em que são medidas, isso significa que as propriedades do material não
são uniformes em todas as projeções e perspectivas do material, esta é a diferença entre os
materiais isotrópicos, cujas propriedades são as mesmas em todas as projetadas e os
anisotrópicos, anisotropia é comum em muitos materiais naturais como: madeira, minerais
cristalinos, tecidos biológico Também é encontrado em materiais produzidos pelo homem,
como materiais compostos, fibras de carbono, materiais laminados e cristais únicos.

2 DESENVOLVIMENTO

A modelagem avançada de torção composta em materiais anisotrópicos é um campo da


mecânica dos sólidos e dos materiais, que se concentra em entender e prever o comportamento
de materiais anisotrópicos quando submetidos a cargas de torção complexas, essa área de estudo
é fundamental para o projeto e análise de componentes e estruturas em diversas aplicações,
como aeroespacial, automotiva, civil e engenharia de materiais.

2.1 MODELAGEM DE ESTRUTURAS

Antônio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro e Marcos Crivelaro citam que desde a
Antiguidade, o homem tem procurado descrever os sistemas reais por meio de modelos
representativos. O objetivo de um modelo representativo é proporcionar a compreensão de
fenômenos que são observáveis nos sistemas reais. No caso da modelagem estrutural, é
constituído um sistema organizado, descrito formalmente a partir do raciocínio lógico sobre o
tipo de estrutura e seu respectivo comportamento perante as ações (cargas e/ou deslocamentos)
à que estará submetida. Na descrição de um sistema construtivo, estão compreendidas as
características dos componentes do sistema, suas propriedades e relações. O modelo é
importante pela sua praticabilidade e pela previsão que proporciona, e não necessariamente pela
sua precisão.

• Modelo físico
Modelo concreto, que é a representação conceitual simplificada de um Sistema Físico
Real.

• Modelo matemático.
Os modelos numéricos são utilizados na engenharia porque é muito dispendioso e pouco
prático construir todas as alternativas do Sistema Físico Real, até encontrar uma solução
estrutural. Os modelos matemáticos estruturais podem ser classificados em modelos estáticos e
modelos dinâmicos.

• Modelo matemático estrutural estático.


Realiza cálculos que representam um Sistema Físico Real (SFR) que não varia ao longo
do tempo, como no caso das cargas permanentes.

• Modelo gráfico.
Modelo abstrato que utiliza o desenho representativo de características físicas
associadas ao Sistema Físico Real (SFR). Esse tipo de modelo pode ser conceitual,
diagramático, icônico ou descritivo.

• Modelo gráfico conceitual.


Modelo geralmente utilizado para representar as características estéticas da estrutura
que será executada.

• Modelo gráfico diagramático.


Modelo abstrato que utiliza o desenho representativo de características físicas
associadas ao Sistema Físico Real (SFR). Esse tipo de modelo pode ser conceitual,
diagramático, icônico ou descritivo.

• Modelo gráfico icônico.


Representa o Sistema Físico Real (SFR) na forma mais fiel possível guardando
muitíssima semelhança com seu equivalente real. Neste início do século XXI é comum a
utilização de impressoras 3D para a confecção de peças estruturais.

• Modelo gráfico descritivo.


Modelo abstrato que descreve as relações lógicas das partes com o todo, as funções que
executam seus componentes e os casos de teste usados para verificar os requisitos de um
Sistema Físico Real (SFR). Como, por exemplo, a descrição de possíveis variáveis
intervenientes na relação entre cargas e tensões que ocorrem nos elementos estruturais.

2.2.1 TORQUE

Como relata Ferdinand Beer que elementos sob torção são encontrados em muitas
aplicações de engenharia. Por exemplo, o eixo mostrado na Foto 2.1 é utilizado para transmitir
potência do motor para as rodas traseiras de um automóvel. Esses eixos podem ser maciços,
como mostra a Fig. 2.2, ou vazados.
Foto 2.2 (Eixo de um carro)
Foto 2.1 (Torção)

O sistema mostrado na Fig. 2.3, composto por uma turbina a vapor A e um gerador
elétrico B conectados por um eixo de transmissão AB. Ao separar o sistema em suas três partes
componentes Fig 2.3, podemos observar que a turbina exerce um momento de torção ou torque
T no eixo e que o eixo aplica um torque igual no gerador.
O gerador reage aplicando um torque igual e oposto Tʹ no eixo, e o eixo aplica um torque
Tʹ na turbina.

Foto 2.3

Considerando deformações na região elástica e utilizando a lei de Hooke para tensão e


deformação de cisalhamento, vamos determinar a distribuição de tensões de cisalhamento em
um eixo circular e deduzir as fórmulas de torção elástica.

2.2.2 TENSÕES EM UM EIXO CIRCULAR

Considerando o eixo circular AB submetido em A e B a torques iguais e opostos T e Tʹ,


cortamos o eixo por um plano perpendicular ao seu eixo longitudinal em algum ponto arbitrário
C (Fig. 2.4). O diagrama de corpo livre da parte BC do eixo deve incluir as forças de
cisalhamento elementares dF, perpendiculares ao raio do eixo, que a parte AC aplica em BC
Considerando o eixo circular AB submetido em A e B a torques iguais e opostos T e Tʹ,
cortamos o eixo por um plano perpendicular ao seu eixo longitudinal em algum ponto arbitrário
C (Fig. 2.4). O diagrama de corpo livre da parte BC do eixo deve incluir as forças de
cisalhamento elementares dF, perpendiculares ao raio do eixo, que a parte AC aplica em BC
quando o eixo é torcido. Contudo, as condições de equilíbrio para BC requerem que o sistema
dessas forças elementares seja equivalente a um torque interno T, igual e oposto a Tʹ.
Designando por 􏰄 a distância perpendicular da forca dF à linha central do eixo e supondo que
a soma dos momentos das forças de cisalhamento dF em relação à linha central do eixo seja
igual em intensidade ao torque T, escrevemos ∫ 𝜌𝑑𝐹 = 𝑇 ou, uma vez que 𝑑𝐹 = 𝜏𝑑𝐴 onde 𝜏
é a tensão de cisalhamento no elemento de área dA, ∫ 𝜌(𝜏 𝑑𝐴) = 𝑇.
Portanto essa relação obtida no mostre uma condição importante que deve ser expressa
pelas tensões de cisalhamento nas seções transversais do eixo, com isso, ela não nos como as
tensões estão nas seções transversais do eixo.
Mas, a tensão de cisalhamento não acontece em apenas um ponto. Considere um
pequeno elemento do eixo. Sabe-se que o torque aplicado no eixo resulta em tenões de
cisalhamento 𝜏 nos lados perpendiculares à linha longitudinal ao eixo. Com isso as condições
de equilíbrio necessitam que haja tensões iguais nos lados dos dois planos que contêm a linha
central do eixo. A demonstração de que essas tensões de cisalhamento realmente ocorrem na
torção poderá ser feita ao considerar- mos um “eixo” formado por tiras separadas e fixadas por
pinos a discos colocados em suas extremidades.

Foto 2.4

2.2.3 DERFORMAÇÃO DO EIXO CIRCULAR

Um uma barra circular (eixo) unido ao um suporte enrijecido em uma de suas ponta.
Se um torque T é aplicado à outra extremidade, a barra sofrerá rotação, com sua
extremidade livre girando de um ângulo 𝜃 chamado de ângulo de torção dentro de determinado
intervalo de valores de T, o ângulo de torção 𝜃 é proporcional a T. Ela mostra também que 𝜃 é
proporcional ao comprimento L do eixo. Resumindo, o ângulo de torção para um eixo do
mesmo material e da mesma seção transversal, mas duas vezes mais longa, será duas vezes
maior sob o mesmo torque T. Um dos objetivos da nossa análise será encontrar a relação
existente entre 𝜃, L e T; outro objetivo será determinar a distribuição das tensões de
cisalhamento na seção transversal do eixo, que não conseguimos obter na seção anterior com
base apenas na estática.

Foto 2.3

Para determinar a distribuição de deformações de cisalhamento em um eixo circular de


comprimento L e raio c que foi torcido através de um ângulo 𝜃. Destacando do eixo um cilindro
de raio 𝜌, consideramos o pequeno elemento quadrado formado por dois cír- culos adjacentes
e duas linhas retas adjacentes traçadas na superfície do cilindro antes de aplicar qualquer
carregamento Como o eixo é submetido a um carregamento torcional, o elemento deformado
assume a forma de um losango. A deformação por cisalhamento 𝛾 em um elemento é medida
pela variação dos ângulos formados pelos lados daquele elemento. Como os círculos que
definem dois dos lados do elemento considerado aqui permanecem inalte- rados, a deformação
de cisalhamento 𝛾 deve ser igual ao ângulo entre as linhas AB e A'B. (Lembre-se de que 𝛾 deve
ser expresso em radianos.)
Conclui-se que a deformação de cisalhamento é máxima na superfície do eixo, em que
𝜌 = c. Logo.

Eliminando 𝜃 ,podemos expressar a deformação de cisalhamento 𝛾 a uma distância L


do eixo do eixo como.

A torção composta refere-se à aplicação de cargas de torção em materiais anisotrópicos


em vários níveis. Isso pode ocorrer em componentes de engenharia que experimentam torção
complexa devido a múltiplas forças concorrentes em diferentes ângulos.
A torção composta pode resultar em um estado de tensão complexo, onde as tensões e
deformações variam em diferentes direções e locais dentro do material anisotrópico.

2.3.1 ANISOTROPIA EM MATERIAIS

Em materiais anisotrópicos, as propriedades mecânicas, como elasticidade, resistência


e rigidez, variam de acordo com a direção. Isso ocorre devido à estrutura interna do material,
como a orientação das fibras, grãos cristalinos ou características microestruturais.
A anisotropia pode ser descrita por meio de tensores de propriedades, que são matrizes
que se relacionam com tensões e deformações em diferentes superfícies. Em contraste, em
materiais isotrópicos, esses tensores são reduzidos a escalares.
Quando as propriedades mecânicas de um material são diferentes em todas as direções,
esse material é denominado anisotrópico. Existe uma forma particular de anisotropia no qual
um material possui propriedade mecânica diferente nos três planos ortogonais, para esse caso
dá-se o nome de ortotrópica.
O valor do módulo de cisalhamento depende da direção em que foi medido no material,
se ele apresentar comportamento ortotrópico. Para corpos de prova com geometria cilíndrica, o
módulo de cisalhamento aparente é dado.

Onde, Gap é o módulo de cisalhamento aparente (MPa), T é o Torque (Nmm), L é o


comprimento do corpo de prova (mm), D o diâmetro do corpo de prova (mm) e ϕ é o ângulo de
torção (radianos).
Quando um material apresentar comportamento anisotrópico uma aproximação que
pode ser feita é considerar o comportamento ortotrópico, assim, um modelo utilizado para
caracterizar ele é descrito pela equação.

Onde; Gxy indica o módulo de cisalhamento no plano xy (MPa), Gxz representa o


módulo de cisalhamento no plano xz (MPa), ϕx designa o ângulo de torção na direção x
(radianos), Tx indica o torque na direção x (Nmm).
Se Gxy = Gxz a 2 equação, volta a condição da primeira, como esperado.
Derivando Tx em relação a ϕx resulta em uma terceira equação, tem-se:

Expressões análogas à esta podem ser escritas para as demais direções ortogonais ao
plano cartesiano, isto é

Após a estimativa do módulo de cisalhamento aparente, o lado direito da terceira quarta


e quinta equação, foram conhecidos e o sistema de equações não lineares pode ser resolvido
simultaneamente para determinar os parâmetros do material Gxy, Gxz e Gyz.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que a modelagem avançada de torção é fundamental para os estudos


e conclusão da resistência e composição do material em seu objetivo de uso, tendo assim grande
importância em sua consideração para uso de tais materiais e sua orientação de uso.

REFERÊNCIAS

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