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Bom dia a todos!

Agora, vou dar seguimento ao que minha colega estava


discutindo sobre os requisitos que garantem a validade das contribuiçõ es de
intervençã o no domínio econô mico.

O terceiro requisito está relacionado à destinaçã o das receitas arrecadadas.


Trata-se de um traço distintivo dessa categoria tributá ria, uma vez que a
conexã o entre a contribuiçã o e o uso de suas receitas para as finalidades que
justificam sua criaçã o é uma exigência constitucional intrínseca à
necessidade de intervençã o na economia para criar esse tipo de tributo.
Conforme a visã o da professora Misabel Derzi, a destinaçã o das receitas
nesse contexto se torna o pró prio gatilho da obrigatoriedade do tributo, já
que a sua finalidade está intrinsecamente ligada à destinaçã o do produto da
arrecadaçã o.

No entanto, vale ressaltar que uma parte da doutrina, como os professores


Sacha Calmon e Paulo de Barros Carvalho, entende que basta a previsã o na
norma legal da destinaçã o do produto arrecadado a um fundo ou a uma
finalidade específica para que a cobrança da contribuiçã o seja vá lida.
Seguindo esse entendimento, o posterior desvio dos valores arrecadados a
título de CIDE seria questã o de responsabilizaçã o do gestor pú blico ou
apenas de descumprimento de lei orçamentá ria, mas nã o de sua
inconstitucionalidade.

Por outro lado, há entendimentos doutriná rios, como a do professor Paulo


Ayres Barreto, no sentido de que a finalidade da CIDE só é alcançada se
houver a efetiva destinaçã o do produto da arrecadaçã o para a intervençã o
estatal. De acordo com o ponto de vista desse professor, nã o basta existir
previsã o legal de destinaçã o nas normas de instituiçã o, é necessá rio o seu
cumprimento fá tico, mesmo que postergado e decorrente do cumprimento
de lei orçamentá ria posterior ao exercício em que se deu a arrecadaçã o.
Nesse cená rio, se a destinaçã o que motivou a criaçã o da CIDE nã o for
cumprida, nasceria para o contribuinte o direito à restituiçã o do que foi
recolhido.

Para concluir minha apresentaçã o eu gostaria de destacar que, de acordo


com o entendimento da Suprema Corte, esse ú ltimo requisito nã o é
considerado fundamental para a validade de uma CIDE, bastando que sua lei
instituidora tenha a previsã o de sua finalidade e destinaçã o, sendo que os
desvios posteriores dos recursos arrecadados nã o justificariam a sua
declaraçã o de inconstitucionalidade.

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