O documento discute os requisitos para a validade de contribuições de intervenção no domínio econômico, especificamente sobre a destinação das receitas arrecadadas. Apresenta diferentes pontos de vista doutrinários sobre se basta a previsão legal da destinação ou se é necessário o efetivo cumprimento da destinação para validar a cobrança. Conclui que a Suprema Corte entende que basta a previsão legal da finalidade e destinação na lei instituidora.
O documento discute os requisitos para a validade de contribuições de intervenção no domínio econômico, especificamente sobre a destinação das receitas arrecadadas. Apresenta diferentes pontos de vista doutrinários sobre se basta a previsão legal da destinação ou se é necessário o efetivo cumprimento da destinação para validar a cobrança. Conclui que a Suprema Corte entende que basta a previsão legal da finalidade e destinação na lei instituidora.
O documento discute os requisitos para a validade de contribuições de intervenção no domínio econômico, especificamente sobre a destinação das receitas arrecadadas. Apresenta diferentes pontos de vista doutrinários sobre se basta a previsão legal da destinação ou se é necessário o efetivo cumprimento da destinação para validar a cobrança. Conclui que a Suprema Corte entende que basta a previsão legal da finalidade e destinação na lei instituidora.
Agora, vou dar seguimento ao que minha colega estava
discutindo sobre os requisitos que garantem a validade das contribuiçõ es de intervençã o no domínio econô mico.
O terceiro requisito está relacionado à destinaçã o das receitas arrecadadas.
Trata-se de um traço distintivo dessa categoria tributá ria, uma vez que a conexã o entre a contribuiçã o e o uso de suas receitas para as finalidades que justificam sua criaçã o é uma exigência constitucional intrínseca à necessidade de intervençã o na economia para criar esse tipo de tributo. Conforme a visã o da professora Misabel Derzi, a destinaçã o das receitas nesse contexto se torna o pró prio gatilho da obrigatoriedade do tributo, já que a sua finalidade está intrinsecamente ligada à destinaçã o do produto da arrecadaçã o.
No entanto, vale ressaltar que uma parte da doutrina, como os professores
Sacha Calmon e Paulo de Barros Carvalho, entende que basta a previsã o na norma legal da destinaçã o do produto arrecadado a um fundo ou a uma finalidade específica para que a cobrança da contribuiçã o seja vá lida. Seguindo esse entendimento, o posterior desvio dos valores arrecadados a título de CIDE seria questã o de responsabilizaçã o do gestor pú blico ou apenas de descumprimento de lei orçamentá ria, mas nã o de sua inconstitucionalidade.
Por outro lado, há entendimentos doutriná rios, como a do professor Paulo
Ayres Barreto, no sentido de que a finalidade da CIDE só é alcançada se houver a efetiva destinaçã o do produto da arrecadaçã o para a intervençã o estatal. De acordo com o ponto de vista desse professor, nã o basta existir previsã o legal de destinaçã o nas normas de instituiçã o, é necessá rio o seu cumprimento fá tico, mesmo que postergado e decorrente do cumprimento de lei orçamentá ria posterior ao exercício em que se deu a arrecadaçã o. Nesse cená rio, se a destinaçã o que motivou a criaçã o da CIDE nã o for cumprida, nasceria para o contribuinte o direito à restituiçã o do que foi recolhido.
Para concluir minha apresentaçã o eu gostaria de destacar que, de acordo
com o entendimento da Suprema Corte, esse ú ltimo requisito nã o é considerado fundamental para a validade de uma CIDE, bastando que sua lei instituidora tenha a previsã o de sua finalidade e destinaçã o, sendo que os desvios posteriores dos recursos arrecadados nã o justificariam a sua declaraçã o de inconstitucionalidade.