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DIÁRIO DA REPÚBLICA

Sexta-feira, 31 de Dezembro de 2010 I Série — N.º 249

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA


Preço deste número — Kz: 220,00
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SUMÁRIO O Presidente da República decreta, nos termos da alínea l)


do artigo 120.° e do n.° 3 do artigo 125.° da Constituição da
Presidente da República República de Angola, o seguinte:

ARTIGO 1.º
Decreto Presidencial n.º 310/10: (Aprovação)

Aprova o Regulamento de Qualidade de Serviço. — Revoga toda a


legislação que contraria o disposto no presente diploma. É aprovado o Regulamento de Qualidade de Serviço,
anexo ao presente Decreto Presidencial e que dele é parte
integrante.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA
ARTIGO 2.º
(Revogação)
———
É revogada toda a legislação que contraria o disposto no
Decreto Presidencial n.º 310/10 presente diploma.
de 31 de Dezembro
ARTIGO 3.°
(Dúvidas e omissões)
Considerando que o Instituto Regulador do Sector Eléc-
trico — IRSE é a entidade responsável pela regulação do As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli-
Sector Eléctrico; cação do presente diploma são resolvidas pelo Presidente da
República.
Tendo em conta que a sua função reguladora compete ao ARTIGO 4.º
IRSE, estabelecer as regras de funcionamento do Sistema (Entrada em vigor)
Eléctrico Público e o seu relacionamento com o Sistema
O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data da
Eléctrico não vinculado, o que se concretiza com a aprovação
sua publicação.
da proposta do Projecto de Regulamento da Qualidade de
Serviço; Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda,
aos 29 de Novembro de 2010.
Considerando que a finalidade dessa regulação é de
garantir o abastecimento de electricidade às populações, Publique-se.
proteger os consumidores, favorecer o equilíbrio económico-
-financeiro das empresas do Sistema Eléctrico Público, Luanda, aos 20 de Dezembro de 2010.
fomentar a concorrência, bem como assegurar as condições
comerciais não discriminatórias. O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
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REGULAMENTO DE QUALIDADE DE SERVIÇO alteração da ordem pública, incêndio, terramoto,


inundação, vento de intensidade excepcional,
CAPÍTULO I descarga atmosférica directa, sabotagem, malfei-
Disposições Gerais toria, greves e intervenção de terceiros devida-
mente comprovada;
ARTIGO 1.° g) «Cliente», pessoa singular ou colectiva que, atra-
(Objecto)
vés de um contrato de fornecimento ou de um
Acordo de Acesso às Redes, compra energia
O presente regulamento estabelece, ao abrigo do n.° 4 do
eléctrica para consumo próprio;
artigo 3.° do Decreto n.° 4/02, de 12 de Março, o Regime de
h) «Cliente não vinculado», entidade que obteve
Qualidade, de natureza técnica e comercial a que deve obe-
autorização de adesão ao SENV concedida pelo
decer o serviço prestado pelas entidades do Sistema Eléctrico
IRSE;
Público.
i) «Cliente vinculado», entidade que adquire toda a
ARTIGO 2.º sua energia ao SEP;
(Âmbito) j) «Consumidor», pessoa física ou moral que utiliza
energia para as suas próprias necessidades;
Estão abrangidas pelas disposições do presente regula- k) «Contrato de Aquisição de Energia (CAE)», Con-
mento as seguintes entidades: trato celebrado entre um produtor vinculado e a
entidade concessionária da RNT relativo às con-
a) A entidade concessionária da Rede Nacional de dições de aquisição de energia activa e serviços
Transporte (RNT); de sistema e às condições particulares de explo-
b) As entidades titulares de concessões ou licenças ração dos grupos e da central de produção de
vinculadas de distribuição de energia eléctrica; energia eléctrica;
c) Os clientes vinculados; l) «Distorção harmónica», deformação da onda de
d) Os clientes não vinculados, quando ligados à rede tensão (ou de corrente) sinusoidal à frequência
de transporte ou de distribuição. industrial provocada, designadamente por cargas
não lineares;
ARTIGO 3.°
(Definições) m) «Distribuição», veiculação de energia eléctrica
através de redes em alta, média ou baixa tensão;
Para efeitos do presente regulamento entende-se por: n) «Distribuidor vinculado», entidade titular de con-
cessão ou licença vinculada de distribuição de
a) «Alta Tensão (AT)», tensão entre fases cujo valor energia eléctrica;
eficaz é superior a 35KV e igual ou inferior a o) «Duração média das interrupções do sistema
60KV); (SAIDI — «System Average Interruption Dira-
b) «Aquisição de energia eléctrica», compra de ener- tion Index»)», quociente da soma das durações
gia eléctrica; das interrupções nos pontos de entrega, durante
c) «Área», conjunto de clientes de um operador de determinado período, pelo número total dos pon-
rede de distribuição com características simila- tos de entrega, nesse período;
res e relacionadas com metas de qualidade de p) «Energia Não Distribuída (END)», valor estimado
serviço. Inicialmente tipificam-se duas áreas: da energia não distribuída nos pontos de entrega
urbana e rural; dos operadores das redes de distribuição, devido
d) «Baixa Tensão (BT)», tensão entre fases cujo valor a interrupções de fornecimento, durante um
eficaz é igual ou inferior a 1KV; determinado intervalo de tempo (normalmente
e) «Barramento», ponto de ligação ou nó de uma rede um ano civil);
eléctrica o qual interliga centros de produção de q) «Energia Não Fornecida (ENF)», valor estimado
energia, activa e reactiva, cargas ou terminais de da energia não fornecida nos pontos de entrega
linhas de transmissão de energia; do operador da rede de transporte, devido a
f) «Casos fortuitos ou de força maior», consideram- interrupções de fornecimento, durante um deter-
-se casos fortuitos ou de força maior os que minado intervalo de tempo (normalmente um ano
reúnam as condições de exterioridade, imprevi- civil);
sibilidade e irresistibilidade, nomeadamente os r) «Entrega de energia eléctrica», alimentação física
que resultem de intervenção da autoridade, guerra, de energia eléctrica;
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s) «Fornecedor», entidade que coloca energia eléc- um dos seus clientes e cujo incumprimento dá
trica na rede, correspondendo a um produtor não lugar ao pagamento de compensações;
vinculado ou a um autoprodutor, que pretenda dd) «Muito Alta Tensão (MAT)», tensão entre fases
exercer o direito de fornecer energia eléctrica por cujo valor eficaz é superior a 60KV;
acesso às redes, ao abrigo de legislação especí- ee) «Operador de rede», entidade titular de concessão
fica; ou de licença, ao abrigo da qual é autorizada a
t) «Fornecimento de energia eléctrica», venda de exercer a actividade de transporte ou de distri-
energia eléctrica; buição de energia eléctrica, incluindo os opera-
u) «Frequência média de interrupções do sistema dores de sistemas isolados;
(SAIFI — «System Average Interruption Frequency ff) «Período», intervalo de tempo utilizado para efei-
Index»)», quociente do número total de interrup- tos de cálculo dos indicadores;
ções nos pontos de entrega, durante determinado gg) «Período de controle», período utilizado para
período, pelo número total de pontos de entrega, verificação do cumprimento das metas de quali-
nesse mesmo período; dade de serviço, normalmente suposto igual a 1 ano;
v) «Incidente», qualquer acontecimento ou fenómeno, hh) «Ponto de entrega», ponto da rede onde se faz a
de carácter imprevisto, que provoque a desconexão, entrega de energia eléctrica à instalação do
momentânea ou prolongada, de um ou mais ele- cliente ou a outra rede;
mentos da rede, podendo originar uma ou mais ii) «Ponto de ligação», ponto da rede electricamente
interrupções de serviço, quer do elemento ini- identificável a que se liga uma carga, uma outra
cialmente afectado, quer de outros elementos da rede, um grupo gerador ou um conjunto de gru-
rede; pos geradores;
w) «Indicador de qualidade de serviço», índice que jj) «Produtor não vinculado», entidade titular de uma
mede o nível da qualidade técnica ou comercial concessão ou licença não vinculada de produção
do serviço ou a qualidade de certas características de energia eléctrica;
da energia eléctrica; kk) «Produtor vinculado», entidade titular de uma
x) «Indicador individual», nível de desempenho dos concessão ou licença vinculada de produção de
operadores de redes, calculado para cada ano energia eléctrica;
civil e para cada cliente individual; ll) «Recepção de energia eléctrica», entrada física de
y) «Indicador global», nível de desempenho dos ope- energia eléctrica;
radores de redes, calculado para cada ano civil e mm) «Rede», conjunto de subestações, linhas, cabos
para a totalidade dos clientes abrangidos, relati- e outros equipamentos eléctricos, ligados entre si
vamente a uma determinada característica técnica com vista a transportar energia eléctrica produ-
ou de relacionamento comercial; zida pelas centrais até aos consumidores;
z) «Interrupção acidental», interrupção do forneci- nn) «Rede Nacional de Transporte (RNT)», Rede uti-
mento ou da entrega de energia eléctrica provo- lizada para transporte de energia eléctrica entre
cada por defeitos (eléctricos) permanentes ou regiões ou entre países, para alimentação de redes
transitórios, na maior parte das vezes ligados a subsidiárias, compreendendo a rede de muito alta
acontecimentos externos, a avarias ou a interfe- tensão, a rede de interligação, o despacho nacio-
rências; nal e os bens e direitos conexos;
aa) «Interrupção programada», interrupção do forne- oo) «Sistema Eléctrico Isolado (SEI)», Sistema de
cimento ou da entrega que ocorre quando os abastecimento autónomo, sem ligação a uma rede
clientes são informados com antecedência, para vizinha, ou seja, sem ligação à RNT;
permitir a execução de trabalhos programados na pp) «Sistema Eléctrico Não Vinculado (SENV)», Sub-
rede; sistema do Sistema Eléctrico Nacional cujo fun-
bb) «Média Tensão (MT)», tensão entre fases cujo cionamento se rege por uma lógica de mercado
valor eficaz é superior a 1KV e igual ou inferior assente em contratos livremente estabelecidos
a 35KV; entre produtores e clientes;
cc) «Meta de qualidade de serviço», nível mínimo de qq) «Sistema Eléctrico Público (SEP)», Subsistema
qualidade de serviço, traduzido por indicadores do Sistema Eléctrico Nacional que tem como
globais ou individuais associados a uma deter- objectivo a satisfação das necessidades da
minada característica técnica ou de relaciona- generalidade dos clientes de energia eléctrica,
mento comercial, que deve ser assegurado pelos segundo o princípio da uniformidade tarifária e
operadores de redes no relacionamento com cada em regime de serviço de utilidade pública;
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rr) «Tempo de Interrupção Equivalente (TIE)», quo- técnico, são definidos indicadores e metas indi-
ciente entre a Energia Não Fornecida (ENF) num viduais de menor exigência do que na fase
determinado período e a potência média expec- seguinte, com o objectivo de permitir a adequação
tável do diagrama de cargas nesse período, cal- dos distribuidores ao novo regime de controle de
culada a partir da energia total fornecida e não qualidade;
fornecida nesse período; c) Fase III: é de aplicação permanente, após finalizada
ss) «Transporte», recepção, transmissão e entrega de a fase II. Nesta fase são mantidos os indicadores
energia eléctrica através da RNT; e metas para a qualidade do serviço comercial.
tt) «Uso de rede», utilização das redes e instalações Para a qualidade do serviço técnico são utilizados
do SEP ou dos SEI, nos termos do presente indicadores e metas globais por áreas, definindo
regulamento; compensações baseadas nos desvios dos indica-
uu) «Utilizador das redes», pessoa singular ou colec- dores individuais dos clientes na área correspon-
tiva que celebrou um Acordo de Acesso às Redes. dente.

ARTIGO 4.° ARTIGO 6.°


(Princípios gerais)
(Áreas ou regiões de implementação)

O presente regulamento obedece aos seguintes princípios


O IRSE pode definir um esquema de aplicação progres-
gerais:
siva do presente regulamento por áreas ou regiões geográ-
ficas. Uma vez definida a sua implementação numa área ou
a) Sustentabilidade e confiabilidade: Contribuir para o
região determinada, o sistema de fases definido no artigo
desenvolvimento de um sistema de distribuição
anterior tem aplicação imediata.
sustentável e fiável;
b) Simplicidade e adaptabilidade: Definir regras sim- ARTIGO 7.°
ples que visem o acompanhamento do desenvol- (Responsabilidade dos operadores das redes)
vimento crescente e mais fiável do sistema de
distribuição; 1. Os operadores da rede de transporte e das redes de dis-
c) Envolvimento dos clientes: Ser uma ferramenta que tribuição são responsáveis perante os clientes ligados às redes
fomente a participação dos clientes no desenvol- pela qualidade de serviço técnica e comercial, sem prejuízo
vimento do sector eléctrico. do direito de regresso entre os operadores das redes ou sobre
outras entidades com instalações ligadas às redes.
ARTIGO 5.°
(Fases de implementação)
2. O responsável final pela qualidade de serviço perante
A aplicação deste regulamento realiza-se em 3 fases, os clientes ligados à rede de transporte é a entidade conces-
detalhadas a seguir: sionária da RNT.

a) Fase I: Compreende os 24 meses posteriores à 3. Caso se verifique um problema de qualidade provo-


entrada em vigor do presente regulamento. Nesta cado por um agente diferente do fornecedor do serviço, este
fase, não são aplicadas nem controladas as metas deve pagar as compensações aos clientes e pode transferir
de qualidade mas os distribuidores devem desen- uma parte ou a totalidade desse custo para a entidade que ori-
volver as ferramentas de gestão adequadas para ginou a falha, de acordo com as determinações do IRSE.
garantir a operacionalidade do controle de quali-
dade, nomeadamente procedimentos, instruções, 4. No caso do problema de qualidade ser provocado por
bases de dados e formação de recursos humanos. um outro cliente, o agente fornecedor deve pagar a corres-
Nos 30 dias seguintes à data de entrada em vigor pondente compensação aos clientes afectados. Neste caso o
do presente regulamento, o IRSE estabelece um distribuidor pode desligar, com pré-aviso, o cliente que ori-
cronograma detalhado das acções descritas a ginou o problema de qualidade só restabelecendo a ligação
desenvolver pelos distribuidores e pela entidade depois de o agente fornecedor confirmar que a situação foi
concessionária da RNT; regularizada.
b) Fase II: Compreende os 24 meses posteriores à
finalização da fase I. Nesta fase são aplicadas e 5. Com o objectivo de diminuir as probabilidades de ocor-
controladas as metas de qualidade para o serviço rência das situações referidas no número anterior, à entrada
técnico e comercial. Para a qualidade do serviço da instalação eléctrica de cada cliente deve existir um dispo-
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sitivo de protecção e interrupção geral compatível com a ARTIGO 9.°


(Tempo de Interrupção Equivalente)
potência contratada.
Define-se como o tempo de interrupção da potência
CAPÍTULO II média fornecida expectável (no caso de não ter havido inter-
Qualidade Técnica do Serviço rupções) num determinado período de tempo estabelecido,
calculado da seguinte forma:
SECÇÃO I
Definição e Critérios para o Cálculo de Indicadores
ENF
TIE = ————
Pme
SUBSECÇÃO I
Qualidade Geral
EF + ENF
Pme = ——————— (MWh/minuto)
T
ARTIGO 8.°
(Indicadores globais)
em que:
1. O operador da RNT procede, em cada ano civil, à carac-
ENF — Energia Não Fornecida, em MWh;
terização da continuidade de serviço da rede que opera,
EF — Energia Fornecida, em MWh;
devendo para o efeito determinar os seguintes indicadores
Pme — potência média expectável, caso não tivesse
gerais:
havido interrupções, em M Wh/minuto;
T — período de tempo considerado, em minutos.
a) Energia Não Fornecida (ENF), em MWh;
b) Tempo de Interrupção Equivalente (TIE); ARTIGO 10.°
(Frequência média das interrupções de uma Área)
c) Frequência média de interrupções do sistema
(SAIFI);
Define-se frequência média das interrupções numa área z,
d) Duração média das interrupções do sistema (SAIDI);
Tcz, como o número médio de interrupções, por cliente, veri-
e) Tempo médio de reposição de serviço do sistema
ficadas nos clientes ou pontos de entrega dessa área num
(SARI).
determinado período de tempo, calculado da seguinte forma:

2. Os operadores das redes de distribuição procedem, em ∑Czk


m

cada ano civil, à caracterização da continuidade de serviço Fcz = ————— = SAIFI


k=1
Cz
das respectivas redes, devendo para o efeito determinar os
seguintes indicadores gerais: (número de interrupções)

2.1. Para redes de média tensão e com discriminação dos em que:


indicadores por interrupções programadas e não programadas:
z — área em causa;
Czk — número de clientes ou pontos de entrega da
a) Tempo de Interrupção Equivalente da Potência Ins-
área (z) afectados por uma interrupção (k), no
talada (TIEPI), em horas por ano;
período considerado;
b) Frequência média de interrupções do sistema
Cz — número total de clientes ou pontos de entrega da
(SAIFI); área (z) no final do período considerado;
c) Duração média das interrupções do sistema (SAIDI); m — número total de interrupções no período consi-
d) Energia Não Distribuída (ENF), em MWh. derado.

2.2. Para redes de baixa tensão, e com discriminação dos ARTIGO 11.°
(Duração média das interrupções de uma Área)
indicadores por interrupções programadas e não programadas:
Define-se duração média das interrupções numa área z,
a) Frequência média de interrupções do sistema Tcz, como a duração média das interrupções, por cliente,
(SAIFI); verificadas nos clientes ou pontos de entrega dessa área veri-
b) Duração média das interrupções do sistema ficadas num determinado período, calculada da seguinte
(SAIDI). forma:
4842 DIÁRIO DA REPÚBLICA

n — é o definido no artigo 11.°;


∑Czk x tk
m

i — é o definido no artigo 13.°


TCz = ———————— = SAIDI
k=1
Cz
ARTIGO 15.°
em que: (Tempo máximo de interrupção num cliente)

Czk , Cz , m e z — são os definidos no artigo 7.º;


Define-se tempo máximo de interrupção de um cliente i,
tk = duração de cada interrupção (k), no período con- Dci, como:
siderado, em horas.
Dci = tM
SUBSECÇÃO II
Qualidade Individual
M — interrupção de maior duração no período consi-
ARTIGO 12.°
derado;
(Indicadores individuais) tM — duração, em horas, da interrupção de maior
duração no período considerado;
1. O operador da RNT deve determinar, em cada ano civil i — é o definido no artigo 13.°
e para todos os pontos de entrega, os seguintes indicadores
ARTIGO 16.°
individuais de continuidade de serviço:
(Repartição de responsabilidades)

a) Número de interrupções;
1. Para efeitos do exercício do direito de regresso, a res-
b) Duração total das interrupções.
ponsabilidade pelas compensações calculadas nos termos do
presente regulamento deve ser repartida entre o operador da
2. Os operadores das redes de distribuição devem deter-
RNT e os operadores das redes de distribuição, de modo pro-
minar, em cada ano civil e para todos os clientes, os indica-
porcional ao número ou à duração das interrupções origi-
dores individuais de continuidade de serviço referidos no
nadas em cada uma das redes, acima dos limites fixados nos
número anterior.
artigos seguintes.
ARTIGO 13.°
(Frequência de interrupção de um cliente) 2. Os pontos de entrega do operador da RNT aos opera-
dores das redes de distribuição servidos por uma única linha
Define-se frequência de interrupção de um cliente ou em MAT ou alimentados por um único transformador
ponto de entrega (i), Fci, como o número total de interrupções MAT/AT, bem como o método de cálculo da parcela do
sofridas pelo cliente no período considerado: tempo total de interrupção imputável ao operador da RNT,
são definidos no contrato de vinculação estabelecido entre
Fci = n estas entidades e revisto anualmente.

em que:
3. Entre os operadores das redes de distribuição o direito
de regresso pelas compensações pagas aos clientes por
i — cliente;
incumprimento das metas é determinado com base numa
n — número total de interrupções no período consi-
regra de proporcionalidade, em função da origem da inter-
derado.
rupção e da totalidade do número e duração das interrupções
ARTIGO 14.° ocorridas por ano e por cliente.
(Duração total de interrupção num cliente)
SUBSECÇÃO III
Contabilização de Interrupções
Define-se duração total de interrupção de um cliente ou
ponto de entrega (i), Tci, como a soma da duração de todas ARTIGO 17.°
as interrupções sofridas pelo cliente no período considerado: (Contabilização na fase II)

Tci = ∑tk
n
Durante a fase II são consideradas somente as interrup-
ções de duração superior a 24 horas, para o cálculo do tempo
k=1

em que: máximo de interrupção de um cliente, e as interrupções de


duração superior a três e 10 horas, para o cálculo da fre-
tk — = duração, em horas, da interrupção k no cliente, quência de interrupção num cliente, não programada e pro-
no período em consideração; gramada, respectivamente.
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ARTIGO 18.° ARTIGO 22.°


(Contabilização na fase III) (Metas de continuidade para a fase II)

Durante a fase III, para o cálculo dos indicadores, são


1. Durante a fase II, são aplicadas metas para o tempo
consideradas todas as interrupções de duração superior ou
máximo de interrupção de um cliente (Dci) e para a frequên-
igual a três minutos. Este valor pode ser revisto pelo IRSE em
cia de interrupção de um cliente (Fci), com os seguintes
cada revisão tarifária, com base em critérios técnicos ade-
quados. valores:

ARTIGO 19.° a) A meta para o tempo máximo de interrupção de um


(Forma de contabilização)
cliente é fixada em 24 horas;
b) A meta para a frequência de interrupção de um
As interrupções a considerar são contabilizadas a partir
cliente é fixada em 12, para interrupções não pro-
do momento em que o distribuidor tome conhecimento das
mesmas, seja por aviso telefónico ou por meios informáticos gramadas de duração superior a três horas, e em
a partir de sistemas de supervisão remotos. 18, para interrupções programadas de duração
superior a 10 horas.
ARTIGO 20.°
(Casos de força maior, de interesse público ou de ocorrências
2. Os valores anteriores aplicam-se a toda a área ou região,
imputáveis ao cliente)
sem distinção entre área urbana e área rural.
1. Para efeitos de contabilização, são consideradas as inter-
rupções programadas e não programadas, excepto as com- ARTIGO 23.°
(Metas de continuidade para a fase III)
preendidas nos casos de força maior, de interesse público ou
de ocorrências imputáveis ao cliente, de acordo com o
disposto nos artigos 9.°, 10.° e 11.° do Decreto n.° 45/01, de 1. Na fase III são aplicadas, para áreas pré-determinadas
13 de Julho. pelo IRSE, metas globais para a frequência média de inter-
rupção (Fcz) e para o tempo médio total de interrupção (Tcz),
2. Para efeitos do número anterior, são considerados de assim como uma meta individual para o tempo máximo de
força maior os casos de interrupção do fornecimento de ener-
interrupção de um cliente (Dci), calculadas segundo os arti-
gia eléctrica que tenham sido consequência de temperaturas
gos 10.°, 11.° e 15.°, respectivamente.
superiores a 45°C ou inferiores a -10°C, de ventos de velo-
cidade superior a 130km/h ou de inundações de carácter
excepcional. 2. Os valores das metas para cada área são estabelecidos
pelo IRSE de acordo com as características das instalações e
3. O distribuidor deve notificar o IRSE até três dias úteis com outros factores que afectem a qualidade do serviço.
após a ocorrência ou a tomada de conhecimento do caso de
força maior comunicando, a duração e a amplitude da inter-
3. Na ausência de informações que permitam determinar
rupção de forma precisa. A omissão dessa notificação é con-
as metas para cada área, estabelece-se a seguinte tabela de
siderada: como renúncia ao enquadramento da referida
valores de referência que pode ser aplicada pelo IRSE. Estes
interrupção na figura de força maior.
valores aplicam-se a toda a área ou região, considerando a
SECÇÃO II distinção entre área urbana e área rural.
Metas de Continuidade de Serviço
Urbana Urbana Rural Rural
Indicador/Área
ARTIGO 21.° BT AMT (*) BT AMT (*)
(Disposições gerais)
Tcz (horas) ………… 30 15 60 36

Com o objectivo de manter e melhorar a continuidade do Fcz, … … … … … … … 14 7 18 12


serviço de distribuição de energia elétrica, são estabelecidas
Dci (horas) ………… 6 4 20 15
metas de continuidade de serviço para os indicadores globais
e individuais no período de controle. Estas metas podem ser (*) AMT inclui muito alta tensão (U > 60 KV), alta tensão (35 KV < U ≤ 60 KV)
modificadas pelo IRSE em cada revisão tarifária. e média tensão (1 KV < U ≤ 35 KV).
4844 DIÁRIO DA REPÚBLICA

SUBSECÇÃO I SUBSECÇÃO II
Cálculo de Compensações durante a Fase II Cálculo de Compensações durante a Fase III

ARTIGO 24.° ARTIGO 27.°


(Disposições gerais) (Disposições gerais)

Durante a fase II são calculados os indicadores indivi- Durante a fase III são calculados os indicadores globais
duais Dci e Fci, para cada cliente, na área ou região conside- Tcz e Fcz, e o indicador individual Dci, na área ou região con-
rada, tomando como período de controle o ano correspondente. siderada, tomando o ano como período de controle. Se os
Se o valor calculado para qualquer dos indicadores for supe- valores calculados forem superiores às metas estabelecidas
rior às respectivas metas, o distribuidor deve compensar os para esses indicadores, o distribuidor deve compensar os
clientes através dos mecanismos estabelecidos na presente clientes através dos mecanismos estabelecidos na presente
subsecção. Caso sejam excedidas as metas para ambos os subsecção. Caso sejam excedidas as metas para ambos os
indicadores, a compensação deve ser igual à soma das com- indicadores, a compensação será igual à soma das compen-
pensações relativas a cada um dos indicadores. sações relativas a cada um dos indicadores.

ARTIGO 25.° ARTIGO 28.°


(Pagamento das compensações) (Pagamento das compensações)

1. O pagamento das compensações é processado sob a 1. O pagamento das compensações é processado sob a
forma de créditos a incluir nas facturas dos clientes afectados. forma de créditos a incluir nas facturas dos clientes afectados.

2. As compensações só são devidas aos clientes que tenham 2. As compensações só são devidas aos clientes que tenham
em dia o pagamento das facturas referentes ao período de em dia o pagamento das facturas referentes ao período de
controle considerado. controle considerado.

3. Os créditos mencionados no n.° 1 são processados na 3. Os créditos mencionados no n.° 1 são processados na
primeira factura do ano seguinte ao do período de controle primeira factura do ano seguinte ao do período de controle
em causa, após notificação ao distribuidor da sua aceitação em causa, após notificação ao distribuidor da sua aceitação
pelo IRSE. pelo IRSE.

4. Caso o valor das compensações supere o valor da fac- 4. Caso o valor das compensações supere o valor da fac-
tura a emitir, o crédito deve ser processado nas facturas sub- tura a emitir, o crédito deve ser processado nas facturas sub-
sequentes até completar o valor da compensação. sequentes até completar o valor da compensação.

ARTIGO 26.° ARTIGO 29.°


(Cálculo das compensações) (Cálculo das compensações por tempo médio total de interrupção)

1. Se o tempo máximo de interrupção de um cliente (Dci), Se o tempo médio total de interrupção por cliente numa
num determinado mês do período de controle, for superior área (Tcz) for superior à respectiva meta (Tcz), são pagas com-
ao valor da meta correspondente, a compensação é equiva- pensações a todos os clientes cujo indicador individual, dado
lente a 50% do montante da factura correspondente a esse
pelo tempo total de interrupção ponderado pelo factor cor-
mês.
respondente às interrupções programadas ( ∑ fk tk ), seja supe-
n

k=1

2. Se a frequência de interrupção de um cliente, (Fci), no rior a Tcz, calculadas de acordo com a seguinte expressão:
período de controle, for superior ao valor da meta corres-
∑fk tk – Tcz x —FMP
n __
$Ci = ————— x fVENS
i
pondente, a compensação é equivalente a 50% do montante k=1 730
médio mensal de facturação durante o referido período de em que,
controle.
$Ci = valor da compensação correspondente ao cliente
3. O cálculo das compensações referidas nos números i, em kwanzas;
anteriores é feito separadamente para interrupções progra- tk = duração, em horas, de cada interrupção k, no
madas e não programadas, sendo possível somar as compen- período considerado;
sações correspondentes em caso de incumprimento das metas fk = factor que tem o valor 1 para interrupções não pro-
relativas a ambos os tipos. gramadas e 0,75 para interrupções programadas;
I SÉRIE — N.º 249 — DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 4845

FMPi = valor em kwanzas da factura mensal média do reclamações e de procedimentos auditáveis para armazena-
cliente i, calculada como consumo médio do mento dos dados sobre interrupções que permitam efectuar o
referido cliente no período de controle anual e cálculo de todos os indicadores.
tendo em atenção as tarifas vigentes na data de
pagamento da compensação; 2. O armazenamento é feito em duas bases de dados,
fVENS = factor de amplificação, definido pela relação sendo uma destinada à informação relativa aos incidentes na
entre o valor da energia não fornecida e o seu rede e a outra destinada aos esquemas de alimentação de cada
preço de venda é adoptado inicialmente um fac- cliente, de forma a permitir identificar os clientes afectados
tor igual a 5, que pode ser revisto pelo IRSE em por qualquer falha da rede.
cada revisão tarifária.
3. A base de dados de incidentes contém toda a informa-
ARTIGO 30.° ção relativa aos equipamentos afectados, instantes de início
(Cálculo da compensação por frequência
média total de interrupção) e fim dos incidentes e dados sobre os equipamentos operados
como consequência do incidente para repor o fornecimento
Se a frequência média de interrupção por cliente numa ao maior número de clientes, designadamente as modifica-
área (Fcz) for superior à respectiva meta (Fcz), são pagas ções transitórias do esquema de exploração da rede.
compensações a todos os clientes cujo indicador individual,
dado pela frequência de interrupção (Fci), seja superior a Fcz, 4. A base de dados sobre o esquema de alimentação de
calculadas de acordo com a seguinte expressão: cada cliente contém elementos sobre os equipamentos e ins-
__ talações que o abastecem, com o seguinte nível de agregação:
$Ci = (Fci – Fcz) x Tc FMPi
__
——— x —————— x fVENS
z
—__
Fcz 730
a) Alimentador BT;
em que, b) Posto de transformação MT/BT;
c) Alimentador MT;
$C, = valor da compensação, em kwanzas, correspon- d) Transformador MT/MT;
dente ao cliente i; e) Subestação AT/MT;
Os restantes parâmetros têm o significado anterior- f) Rede AT.
mente definido.
5. As bases de dados referidas nos números anteriores são
ARTIGO 31.°
(Cálculo da compensação por tempo máximo de interrupção)
compatíveis com as bases de dados relativas à facturação e
devem permitir o cálculo das compensações para cada cliente
Se o tempo máximo de interrupção dum cliente (Dci) for afectado, para efeitos de aplicação do disposto na secção
superior à respectiva meta (Dci), são pagas compensações a anterior.
todos os clientes afectados, de acordo com a seguinte
expressão: 6. O IRSE deve aprovar os critérios de desenho e a imple-
mentação das bases de dados e pode auditar as actividades
FMP
$Ci = (Dci – Dci) x —
__
fVENS de recolha de informação básica e seu processamento, em
————— x —————
i
730 5 quaisquer das suas fases.
onde,
ARTIGO 33.°
(Tempo mínimo de armazenamento de dados)
$Ci = valor da compensação, em kwanzas, correspon-
dente ao cliente i; Os dados sobre interrupções são armazenados durante um
Os restantes parâmetros têm o significado anterior- mínimo de dois anos.
mente definido.
SECÇÃO IV
SECÇÃO III Informação a Enviar pelo Distribuidor ao IRSE
Reclamações e Registo de Dados
ARTIGO 34.°
ARTIGO 32.° (Informação sobre indicadores)
(Implementação do sistema)
Para permitir ao IRSE o seguimento e controle do cum-
1. Num prazo não superior a 24 meses a contar da data de primento das obrigações por parte do distribuidor, este deve
entrada em vigor do presente regulamento, o distribuidor fornecer informação diária sobre eventuais interrupções ocor-
deve dispor de um sistema telefónico para atendimento de ridas, disponibilizando também informação acumulada a
4846 DIÁRIO DA REPÚBLICA

nível mensal e semestral. Em cada caso devem ser enviados transformador de uma subestação AT/MT ou MT/MT, ou
os valores dos indicadores definidos na secção I, calculados quando deixa fora de serviço mais de 100 postos de trans-
no período correspondente. Para os índices globais, é consi- formação MT/BT.
derado o agrupamento por áreas dentro da área ou região de
aplicação do regulamento. 3. Nos casos referidos no número anterior, o distribuidor
ARTIGO 35.°
deve enviar ao IRSE, no prazo máximo de uma hora após ini-
(Apresentação da informação) cio do incidente, por telefone, fax ou correio eletrônico, uma
informação preliminar sobre a ocorrência. Terminada a emer-
A informação a disponibilizar é organizada sob a forma gência, o distribuidor deve enviar ao IRSE um relatório
de tabelas. Num prazo até seis meses após a data de entrada
detalhado do acontecimento e das suas consequências num
em vigor do presente regulamento, o distribuidor deve apre-
prazo máximo de dois dias úteis.
sentar ao IRSE, para sua aprovação, os formatos e descrição
dos campos correspondentes a cada tabela, de acordo com o
SECÇÃO V
tipo de informação a ser ministrada.
Informação a Incluir na Factura dos Clientes

ARTIGO 36.°
(Informação sobre interrupções por motivos de força maior ARTIGO 39.°
ou razões de interesse público) (Informação durante a fase I)

O distribuidor deve enviar mensalmente ao IRSE a infor-


Durante a fase I de aplicação deste regulamento, o distri-
mação relativa a todas as interrupções por casos de força
buidor deve informar os seus clientes sobre o novo regime
maior ou razões de interesse público registadas no mês ante-
rior. Deve apresentar igualmente ao IRSE todas as provas que de qualidade a aplicar, as suas implicações e os procedimen-
permitam enquadrar sob a figura de força maior as interrup- tos de reclamação.
ções verificadas.
ARTIGO 40.°
ARTIGO 37.° (Informação durante a fase II)
(Exclusões por motivos de força maior)

Durante a fase II de aplicação deste regulamento, o dis-


1. Terminado o Período de Controle anual, o IRSE dá seu
tribuidor deve incluir na factura dos clientes, de forma clara
parecer sobre os casos de exclusão por motivos de força
maior apresentados notificando o distribuidor para: e explicativa, os seguintes dados:

a) Excluir do cálculo dos indicadores as interrupções a) Metas para os Indicadores Individuais aplicáveis na
qualificadas como caso de força maior e proceder fase II;
ao cálculo correspondente ao Período de Con- b) Valores dos Indicadores Individuais aplicáveis na
trole;
fase II, registados no último Ano de Controle.
b) Calcular as correspondentes compensações aos
clientes, nos termos estabelecidos na secção III.
ARTIGO 41.°
(Informação durante a fase III)
2. O distribuidor deve apresentar os resultados dos cál-
culos no prazo de 20 dias úteis após a notificação referida no
Durante a fase III de aplicação deste regulamento, o dis-
n.º 1.
tribuidor deve incluir na factura dos clientes, de forma clara
ARTIGO 38.° e explicativa, os seguintes dados:
(Informação em casos especiais)

a) Tipo de Área à qual pertence o cliente (urbana ou


1. Quando se verifiquem situações de emergência no sis-
rural);
tema eléctrico ou por solicitação especial do IRSE, o distri-
buidor deve prestar toda a informação relevante. b) Metas para os Indicadores Globais e Individuais,
aplicáveis na fase III, para a área correspondente;
2. Considera-se que se verifica uma emergência quando c) Valores dos Indicadores Globais e Individuais, apli-
o incidente provoca uma interrupção no fornecimento a mais cáveis na fase III, para a Área correspondente,
de 10 000 clientes, quando provoca a saída de serviço de um registados no último Ano de Controle.
I SÉRIE — N.º 249 — DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 4847

CAPÍTULO III de acordo com o artigo 5.° do Decreto n.° 27/01, de 18 de


Qualidade Técnica do Produto Maio:

ARTIGO 42.°
Níveis de tensão: desvios admitidos
(Generalidades)
Parâmetro admi- Factor de ponderação
Com o objectivo de manter e melhorar a qualidade de ser-
Tensão Área tido de desvio
∆V (%) Ap
viço de natureza técnica, são estabelecidas metas de quali- ∆V < - 15 10
dade para o nível de tensão e as perturbações. Estas metas -15 ≤ ∆V < - 7 5
Rural -7 ≤ ∆V ≤ + 7
podem ser modificadas pelo IRSE em cada revisão tarifária. 7 < ∆V ≤ 15 10
AT e MT ∆V > 15 15
1 kV < U ≤
SECÇÃO I ∆V < -15 15
60 kV
Níveis de Tensão -15 ≤ ∆V < -7 10
Urbana -7 ≤ ∆V ≤ + 7
7 < ∆V ≤ 15 15
ARTIGO 43.° ∆V > 15 20
(Valores nominais)
∆V < -15 10
-10 ≤ ∆V ≤ -15 ≤ ∆V < -10 5
Rural
Os valores nominais das tensões de fornecimento são os +10 10 < ∆V ≤ 15 10
∆V > 15 15
seguintes: BT
U ≤ 1 kV
∆V < -15 15
Muito Alta Tensão: 220 kV, 150 kV, 110 kV; Urbana -10 ≤ ∆V ≤ -15 ≤ ∆V < -10 10
+10 10 < ∆V ≤ 15 15
Alta Tensão: 60 kV; ∆V > 15 20
Média Tensão: 30 kV, 20 kV, 15 kV, e 3 kV;
Baixa Tensão: 220 V, 380 V. SUBSECÇÃO III
Compensações aos Clientes
SUBSECÇÃO I
Indicadores ARTIGO 46.°
(Definição)
ARTIGO 44.°
(Definição) Se a percentagem de medições com má qualidade for
superior a 10% do total no Período de Medição, o distribui-
1. O indicador de qualidade da tensão num ponto da rede dor deve compensar os clientes afectados, de acordo com a
é a diferença (∆Vk) entre a média dos valores eficazes ins- seguinte expressão:
tantâneos medidos no ponto considerado (Vk) num intervalo
$CVTi = (Tmci – 10%) x FMPi x Ap
de medição k de 15 minutos, e o valor da tensão nominal (Vn)
no mesmo ponto. O indicador é expresso em percentagem da
em que:
tensão nominal no ponto:

(Vk – Vn) $CVTi , é o valor em kwanzas da compensação cor-


∆Vk = —— ——— x 100 respondente ao cliente i;
Vn
Tmci , é a percentagem de tempo do Período de Medi-
em que Vk é o valor eficaz médio no intervalo de 15 minu-
ção com medições de má qualidade;
tos. O erro máximo do equipamento de medição não deve
FMPi , é o valor total, em kwanzas, da factura média
ultrapassar 1% nas condições habituais de funcionamento da
mensal do cliente i, calculada com o consumo
rede.
médio do cliente no Período de Controle anual e
2. O valor Vk deve ser obtido a partir de medidas feitas a com a tarifa em vigor na data de pagamento da
intervalos máximos de 1 minuto, isto é, a partir de um compensação;
mínimo de 15 valores em 15 minutos. Ap , é um factor de ponderação, dependente da variação
percentual de tensão verificada, cujo valor é dado
SUBSECÇÃO II na tabela do artigo anterior.
Metas

ARTIGO 45.° ARTIGO 47.º


(Definições) (Clientes a considerar)

Considera-se que a tensão tem má qualidade se o indica- 1. Se a tensão num ponto de medição, for muito baixa,
dor definido no artigo anterior estiver fora dos parâmetros todos os clientes ligados ao alimentador a jusante desse
admissíveis estabelecidos na tabela seguinte, os quais estão ponto, no sentido da carga, até ao ponto da próxima medição,
4848 DIÁRIO DA REPÚBLICA

podem ser objecto de compensações, tomando como refe- nos diferentes pontos da rede. As campanhas são conduzidas
rência a tensão no primeiro ponto. pelo distribuidor, que processa a informação de acordo com
orientações e sob a supervisão do IRSE.
2. Se a tensão num ponto de medição for muito alta, todos
os clientes ligados ao alimentador a montante desse ponto, ARTIGO 52.°
(Quantidade de pontos de medição)
no sentido do posto de transformação, até ao ponto da pró-
xima medição, podem ser objecto de compensações, tomando
1. A partir do final da fase II, o distribuidor deve realizar
como referência a tensão no primeiro ponto.
um número de medições anuais a definir pelo IRSE e que
ARTIGO 48.° deve constituir uma amostra representativa do número de
(Implementação) clientes de cada área. A localização dos pontos de medição
varia ao longo do ano de modo a abranger adequadamente
1. As compensações estão em vigor durante a fase III do toda a área de serviço.
presente regulamento e são aplicadas sob a forma de des-
contos nas facturas dos clientes afectados. 2. A relação entre medidores monofásicos e medidores
trifásicos deve corresponder à relação entre o número de
2. Apenas têm direito a compensações os clientes que clientes dos dois tipos, devendo existir pelo menos um
tenham em dia os pagamentos das facturas do ano corres- medidor de cada tipo.
pondente ao Período de Controle considerado, de acordo com
o especificado neste regulamento. 3. O período mínimo de medição da tensão em cada ponto
será de sete dias consecutivos (Período de Medição).
ARTIGO 49.°
(Prazo para medidas correctivas)
ARTIGO 53.°
(Medidores de reposição)
Independentemente do pagamento das compensações, o
operador de rede deve tomar as medidas necessárias para a O distribuidor deve manter um número suficiente de
correcção dos desvios constatados. Uma vez adoptadas as medidores de reserva de forma a poder responder a reclama-
mesmas, deve realizar medidas de verificação e comunicá-las ções dos clientes efectuando medições complementares em
ao IRSE e ao cliente cuja reclamação tenha estado na origem
locais com problemas de tensão e a poder cobrir falhas dos
das medidas. O processo deve estar concluído no prazo
medidores em serviço.
máximo de 180 dias a contar da data da reclamação e o seu
incumprimento dá lugar à aplicação de sanções a definir pelo ARTIGO 54.°
IRSE. (Tempo de armazenamento dos dados)

SUBSECÇÃO IV Os dados relativos às medições dos níveis de tensão


Medição e Armazenamento de Dados
devem ser armazenados durante um período mínimo de dois
ARTIGO 50.° anos.
(Registo da tensão na rede)
ARTIGO 55.°
(Registos independentes)
A partir de 12 meses após o início da fase II, o distribui-
dor deve passar a dispor de um registo contínuo e informati-
Qualquer cliente pode solicitar uma medição no ponto de
zado das tensões em todos os barramentos de alta tensão das
entrega à sua instalação para efeitos de comparar os registos
subestações e efectuar mensalmente um registo informati-
com os valores obtidos pelo distribuidor.
zado da tensão nas barramentos de saída de pelo menos 2%
dos postos de transformação MT/BT urbanos e de pelo SUBSECÇÃO V
menos 0.5% dos postos de transformação MT/BT rurais, ao Prestação de Informação
longo de um período não inferior a sete dias consecutivos
ARTIGO 56.°
(Período de Medição). (Informação a enviar ao IRSE)

ARTIGO 51.°
(Registo de tensão nos clientes) A informação correspondente às medidas indicadas nos
artigos anteriores será enviada ao IRSE no prazo máximo de
Relativamente às instalações dos clientes, os dados são um mês após as medições. Durante a fase III, será igualmente
obtidos mediante campanhas de medição que permitem pro- enviado o cálculo das compensações aos clientes que a elas
cessar informação sobre curvas de carga e nível de tensão tenham direito.
I SÉRIE — N.º 249 — DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 4849

ARTIGO 57.° provável de ligação e condições do fornecimento, e para o


(Informação a enviar aos clientes) período entre a data de pagamento e a efectiva disponibili-
dade da instalação para ligação, os quais levam em conta as
As facturas a enviar aos clientes pelo distribuidor devem obras a realizar para satisfazer a solicitação.
conter, no mínimo, informação detalhada relativamente às
compensações por incumprimento de metas de qualidade. ARTIGO 62.°
(Autorizações)
SECÇÃO II
Perturbações 1. Nos casos em que seja necessária a obtenção de auto-
rizações do município ou nacionais, os tempos atribuíveis a
ARTIGO 58.°
(Generalidades) esse processo são excluídos do cômputo do prazo máximo.

As perturbações a controlar são as variações rápidas de 2. O distribuidor deve apresentar comprovativos da tra-
tensão (flicker), as quedas lentas de tensão e o teor harmó- mitação das mencionadas autorizações, dos quais constam as
nico. datas de solicitação e aprovação.

ARTIGO 59.° ARTIGO 63.°


(Controle das perturbações) (Necessidade de posto de transformação)

As condições relativas ao processo e forma de controle Quando, para ligação a um novo cliente ou para satisfa-
das perturbações é fixado pelo IRSE e os limites admissíveis ção de um aumento de potência, for necessário dispor de
são fixados considerando as normas internacionais. local para um novo posto de transformação e existam difi-
culdades na sua obtenção, o distribuidor deve comunicar esse
CAPÍTULO IV facto ao IRSE antes de atingido o prazo limite fixado, forne-
Qualidade Comercial do Serviço cendo informações sobre todas as diligências efectuadas.

ARTIGO 60.° ARTIGO 64.°


(Generalidades) (Valores para as metas)

1. Os aspectos comerciais da qualidade do serviço a Os limites admissíveis de prazos para tramitação e liga-
controlar e para os quais se estabelecem metas de qualidade ção de novos clientes e aumentos de potência de clientes exis-
são: prazos de ligação de novos clientes e de satisfação de tentes são indicados na tabela seguinte e estão em sintonia
pedidos de aumentos de potência, facturação por estimativa, com o disposto nos artigos 15.°, 16.° e 17.° do Decreto n.° 27/01.
prazos de corte e restabelecimento do serviço, erros de
Prazos para tramitação e ligação
facturação e respostas a reclamações. As metas de qualidade
podem ser revistas pelo IRSE em cada revisão tarifária. Nível de
Características da solicitação Prazo em dias
tensão
Alta, Média Oferecer informação e data de
2. A verificação da qualidade comercial do serviço e as Tramitação e Baixa ligação … … … … … … … 15
compensações correspondentes são aplicadas desde o início Tensão
Dentro dos 100 m da rede exis-
da fase II. Baixa tente. … … … … … … … 30
Tensão
SECÇÃO I Fora dos 100m da rede existente. Por acordo
entre as Partes.
Ligação de Novos Clientes e Aumentos de Potência
Existe linha de alimentação
SUBSECÇÃO I (a 100m) … … … … … … 15
Média
Metas para Novas Ligações e Aumentos de Potência Tensão
Ligação Não existe linha de alimentação. 120
ARTIGO 61.° Caso seja necessário reforçar ou Prazo a deter-
(Definições) ampliar a rede de alimentação. minar

Existe linha de alimentação


O presente regulamento estabelece prazos máximos para (a 100m) … … … … … 15
Alta
resposta à solicitação de uma nova ligação ou de um aumento
Tensão
Não existe linha de alimentação Por acordo
de potência, especificando limites para o período entra a data
entre as Partes.
da solicitação e a comunicação, pelo distribuidor, da data
4850 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 65.° CCo é o custo da ligação, em kwanzas, actualizado até


(Extensão dos prazos)
data de pagamento da compensação;
Pc é o prazo limite estabelecido para realizar a ligação,
1. Em casos excepcionais, quando a magnitude da obra de
em dias;
ampliação da rede o justificar ou quando não for possível
Nda é o número de dias de atraso em relação ao prazo
chegar a um acordo entre as partes, o distribuidor pode soli-
limite acordado.
citar ao IRSE uma extensão do prazo, com a correspondente
fundamentação, o qual decide em função de cada caso con- SECÇÃO II
creto. Facturação Baseada no Consumo Estimado

2. Se o 1RSE não se pronunciar no prazo de 15 dias úteis SUBSECÇÃO I


Metas para a Facturação Baseada no Consumo Estimado
após recepção da solicitação, considera-se aceite a extensão
indicada pelo distribuidor. ARTIGO 68.°
(Intervalos de leitura)
SUBSECÇÃO II
Cálculo de Compensações
1. O distribuidor realiza periodicamente as leituras dos
ARTIGO 66.° consumos.
(Compensação por tramitação)
2. Para os consumos em BT, os intervalos de leitura não
Quando o distribuidor não cumprir o prazo estabelecido são inferiores a um mês nem superiores a seis meses, nos
para a tramitação deve compensar o cliente num montante termos do disposto no artigo 65.° do Decreto n.° 27/01.
dado por:
3. De acordo com o critério do número anterior, o con-
$Ct = Fdp x Nda sumo correspondente aos meses intermédios, sem leituras,
pode ser estimado com base em critérios estabelecidos pelo
em que, IRSE.

$Ct é o valor da compensação, em kwanzas, a pagar 4. Para os consumos em MAT, AT e MT, a leitura é reali-
ao cliente; zada mensalmente, em datas previamente fixadas e comuni-
cadas ao cliente.
Fdp é a facturação média diária, em kwanzas, corres-
pondente aos clientes sujeitos à mesma tarifa e ARTIGO 69.°
(Periodicidade da facturação)
com a mesma potência contratada que o cliente
afectado, durante os últimos 12 meses, calculada
com a tarifa em vigor na data de pagamento da 1. Para os consumos em MAT, AT e MT, a facturação é
compensação; feita mensalmente, nos termos do estabelecido no artigo 70.°
do Decreto n.° 27/01, de 18 de Maio.
Nda é o número de dias de atraso em relação ao
prazo limite acordado. 2. Para os consumos em BT, a facturação pode ser feita
mensal ou bimestralmente, nos termos do estabelecido no
ARTIGO 67.° artigo 75.° do Decreto n.° 27/01, de 18 de Maio.
(Compensação por ligação)
ARTIGO 70.°
Quando o distribuidor não cumprir o prazo estabelecido (Número máximo de estimativas)
para a ligação deve compensar o cliente num montante dado
por: 1. Para os clientes de BT estabelece-se um número
CCo máximo de duas estimativas adicionais de consumo, além das
$Ct = Nda x ——
Pc que resultem da periodicidade trimestral de leitura fixada.
em que,
2. Para os clientes de MAT, AT e MT estabelece-se um
$Ct é o valor da compensação, em kwanzas, a pagar número máximo de duas estimativas adicionais de consumo,
ao cliente; além das que resultem da leitura mensal.
I SÉRIE — N.º 249 — DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 4851

SUBSECÇÃO II prorrogada até ao primeiro dia útil posterior ao da resposta e


Cálculo das Compensações
eventual refacturação por parte do distribuidor.
ARTIGO 71.°
ARTIGO 76.°
(Cálculo das Compensações)
(Desempenho global do distribuidor)

1. Quando o distribuidor não respeitar algum dos limites 1. O desempenho global do distribuidor em relação a
estabelecidos para a estimativa de consumos de um cliente erros de facturação é avaliado através do seguinte indicador:
no Período de Controle anual, deve compensá-lo num mon-
tante igual a 35% da facturação correspondente aos consu- Nfe x 100
ICE = ——
mos estimados que não respeitaram os limites acordados. Ntf
em que,
2. Os valores de consumo transmitidos pelos clientes não
são considerados para o cômputo dos consumos estimados. Nfe é o número total de facturas com erros no período
anual de controle;
SECÇÃO III Ntf é o número total de faturas emitidas no período
Cortes por não Pagamento e Religações
anual de controle;
SUBSECÇÃO I O indicador ICE não deve ser superior a 5%.
Metas
2. Os desvios entre o consumo real e o facturado, de
ARTIGO 72.° acordo com os critérios de estimativas estabelecidos pelo
(Prazo para a comunicação prévia)
IRSE, não são considerados erros de facturação.

A interrupção de fornecimento por não pagamento deve SUBSECÇÃO II


ser comunicada ao cliente com uma antecedência de Devoluções e Multas
oito dias, nos termos do disposto no artigo 11.° do Decreto
ARTIGO 77.°
n.° 27/01, de 18 de Maio. (Prazo de devolução)

ARTIGO 73.°
(Prazo para restabelecimento do serviço)
Sempre que se confirmar a existência de um erro de
facturação numa factura já paga pelo cliente, a devolução
Uma vez efectuado o pagamento, o distribuidor deve res- correspondente deve realizar-se com a factura de um dos
tabelecer o fornecimento num prazo máximo de 48 horas. dois meses seguintes, actualizada com a tarifa em vigor no
momento da devolução, de acordo com a Lei de Defesa do
SUBSECÇÃO II Consumidor.
Cálculo das Compensações
ARTIGO 78.°
ARTIGO 74.° (Multas)
(Cálculo das Compensações)

1. Quando o índice global de controle ICE for superior a


Se o restabelecimento do serviço se realizar depois do
5%, o distribuidor é sujeito, por cada 1% adicional do ICE,
prazo máximo estabelecido, o distribuidor compensa o
a uma multa igual a 20% das devoluções realizadas por erros
cliente com uma quantia, por dia de atraso, igual a cinco
de facturação no ano de controle, actualizadas com a tarifa
vezes a facturação média diária do cliente afectado nos últi-
em vigor à data de aplicação da multa.
mos 12 meses, calculada com base nas tarifas em vigor à data
de pagamento da compensação.
2. A multa máxima não pode ultrapassar 100% das devo-
SECÇÃO IV
luções efectuadas, devidamente actualizadas.
Erros de Facturação
SECÇÃO V
SUBSECÇÃO I Sistema de Reclamações e Armazenamento de Dados
Metas
ARTIGO 79.°
ARTIGO 75.° (Generalidades)
(Definição)
1. O distribuidor deve implementar um Sistema de Aten-
Quando existir uma reclamação de um cliente por presu- dimento de Reclamações dos clientes as quais podem ser
mível erro de facturação, a data de vencimento da conta é apresentadas das seguintes formas:
4852 DIÁRIO DA REPÚBLICA

a) Pessoalmente, nas instalações do distribuidor; a) Situações de incumprimento qualificadas como


b) Telefonicamente, através do serviço de atendimento caso de força maior e, como tal, susceptíveis de
telefónico; ser excluídas do cálculo dos indicadores;
c) Por carta ou fax, dirigidos aos serviços indicados b) Outros elementos relevantes para o cálculo das
pelo distribuidor; compensações correspondentes aos clientes, nos
d) Correio electrónico. termos estabelecidos na secção III.

2. O sistema anterior deve incluir os procedimentos ade- 1. O distribuidor deve apresentar os resultados do cálculo
quados para tramitação das reclamações recebidas, garan- dos indicadores e das compensações correspondentes ao ano
tindo o seu registo e identificação e fornecendo ao cliente um anterior no prazo de 20 dias úteis após a notificação referida
comprovativo da recepção e uma referência que lhe permita no número anterior.
qualquer consulta posterior.
2. As actuações reguladas no capítulo VI devem ser tra-
mitadas antes dos cálculos referidos no n.° 2.
3. O Sistema de Atendimento de Reclamações deve estar
operacional no prazo de 18 meses a partir da data de entrada SECÇÃO VII
em vigor deste regulamento. Informação a Incluir na Factura dos Clientes

ARTIGO 83.°
ARTIGO 80.° (Generalidades)
(Resposta às reclamações)
1. As facturas a emitir pelo distribuidor devem conter, no
O distribuidor deve responder a uma reclamação no prazo mínimo, a seguinte informação:
de 30 dias a contar da data de sua recepção e a resposta deve
conter informação relativa à causa do problema que gerou a a) Identificação do cliente;
reclamação, e, quando aplicável, o prazo previsto para a sua b) Tarifa aplicável;
correcção. c) Potência autorizada;
d) Consumo mensal de energia;
SECÇÃO VI e) Detalhe dos componentes de custos;
Informação a enviar ao IRSE
f) Informação relativa à qualidade do serviço técnico
ARTIGO 81.°
(como indicado na secção VI, artigos 37.°, 38.° e
(Informação mensal) 39.°);
g) Devoluções, compensações ou multas por incum-
1. O distribuidor deve enviar mensalmente ao IRSE primento das metas de qualidade de serviço, ade-
informação relativa ao mês anterior, indicando os desvios em quadamente detalhadas.
relação às metas estabelecidas, designadamente quanto a pra-
zos de resposta a reclamações, tempos de resposta a pedidos 2. O IRSE deve fiscalizar e aprovar a forma como o dis-
de ligação de novos clientes e de aumentos de potência, pra- tribuidor procede à inclusão na factura da informação referida
zos de cortes e restabelecimentos de serviço e erros de fac- no número anterior, devendo o processo estar finalizado e
turação, e calculando as correspondentes compensações, posto em prática no prazo máximo de 1 ano após início da
devoluções e multas. fase I.

ARTIGO 84.°
2. O distribuidor deve também enviar ao IRSE todas as (Apresentação das facturas)
provas que permitam justificar o enquadramento de situações
1. Para clientes de BT, as facturas devem ser apresentadas
na figura de caso de força maior.
pelo menos 10 dias antes da data do seu vencimento.
3. O IRSE decide, quanto aos casos de exclusão impu-
2. Para clientes de MAT, AT e MT, as facturas devem ser
táveis a causas de força maior apresentados pelo distribuidor
apresentadas pelo menos 30 dias antes de data do seu venci-
e determina as compensações a pagar aos clientes, as quais se
mento.
devem processar sob a forma de deduções nas facturas rela-
CAPÍTULO V
tivas aos dois meses seguintes.
Incumprimentos na Entrega da Informação
ARTIGO 82.° ARTIGO 85.°
(Informação anual) (Infracções)

No fim do Período de Controle, o IRSE notifica o distri- Constituem infracções passíveis de aplicação de sanções
buidor quanto a: as seguintes actuações no relacionamento com o IRSE:
I SÉRIE — N.º 249 — DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 4853

a) Não fornecimento de toda a informação requerida 2. Para efeitos do número anterior, entendem-se como
por este regulamento; regras que não revestem natureza contratual, as que estão
b) Não fornecimento da informação requerida no relacionadas com o cumprimentos dos deveres decorrentes
prazo especificado em cada caso; da aplicação dos princípios gerais estabelecidos no presente
c) Entrega de informação não fidedigna ou com erros regulamento.
significativos.
ARTIGO 89.°
ARTIGO 86.° (Forma e formalidades)
(Graduação das infracções)
As petições, queixas ou reclamações dirigidas ao IRSE,
1. Os montantes das sanções a aplicar pelas infracções ao abrigo do estabelecido no n.° 1 do artigo 88.°, são obri-
previstas no artigo anterior são graduados de acordo com gatoriamente apresentadas por escrito, devendo as mesmas
a natureza da infracção. preencher os seguintes requisitos:

2. As infracções mencionadas nas alíneas a) e b) do artigo a) Identificação do interessado;


anterior são passíveis de multa cujo montante está sobretudo b) Identificação da entidade regulada;
relacionado com o impacto sobre o regime de controle pre- c) Fundamentos de facto e de direito que as justificam;
visto e as compensações a pagar aos clientes, tendo como d) Meios de prova.
limite máximo o disposto legalmente.
ARTIGO 90.°
3. O fornecimento de informação não fidedigna, realizado (Instrução)

com dolo ou culpa grave, é considerado infracção muito


grave, que, conforme a importância da informação, pode 1. A instrução e decisão sobre as petições, queixas ou
resultar na aplicação de multas de valor mais elevado. reclamações apresentadas cabe ao órgão competente do IRSE,
aplicando-se as disposições constantes das normas do proce-
CAPÍTULO VI dimento e da actividade administrativa.
Procedimento Sancionatório
2. Os interessados têm o dever de colaborar com o IRSE,
ARTIGO 87.° facultando-lhe todas as informações e elementos de prova
(Sanções)
que tenham na sua posse relacionados com os factos a ele
sujeitos, bem como o de proceder à realização das diligên-
De acordo com os princípios que regem os procedimentos
cias necessárias para o apuramento da verdade que não pos-
jurídico-administrativos e a competência do IRSE, em vir-
sam ou não tenham de ser feitas por outras entidades.
tude do disposto no n.° 16 do artigo 3.° do Decreto n.° 4/02,
de 12 de Março, este pode optar pela aplicação de uma sanção ARTIGO 91.°
ao distribuidor ou ao operador da RNT, quando não sejam (Decisões do IRSE)
acatadas as disposições do presente regulamento. No caso
em que a sanção a aplicar seja uma multa, deve ser feita a 1. As decisões do IRSE sobre petições, queixas ou recla-
devida compensação em função dos clientes afectados. mações são vinculativas para as entidades do SEP abrangidas,
produzindo efeitos a partir da data da sua notificação.
CAPÍTULO VII
Garantias Administrativas e Resolução de Conflitos 2. As decisões do IRSE previstas no número anterior não
prejudicam o recurso pelos interessados aos tribunais ou à
SECÇÃO I
Garantias Administrativas arbitragem voluntária prevista neste capítulo, para efeitos da
indemnização pelos danos causados.
ARTIGO 88.°
(Admissibilidade de petições, queixas ou reclamações) ARTIGO 92.°
(Reclamação de decisões e deliberações do IRSE)
1. As entidades interessadas podem apresentar ao IRSE
petições, queixas ou reclamações, contra acções ou omissões 1. Sem prejuízo da sua impugnação para a Sala do Admi-
das entidades reguladas que intervêm no SEP, que possam nistrativo do Tribunal Cível competente, os interessados
constituir incumprimento das regras impostas pelo presente podem apresentar reclamação de decisões e deliberações
regulamento e não revistam natureza contratual. tomadas por órgãos do IRSE.
4854 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. As reclamações das decisões e deliberações tomadas 5. A apreciação e intervenção do IRSE deve ser solicitada
por órgãos do IRSE são apresentadas nos termos previstos por escrito, invocando os factos que motivaram a reclama-
nas normas do procedimento e da actividade administrativa. ção e apresentando todos os elementos de prova respeitantes
à questão de que a parte interessada disponha.
3. As reclamações são dirigidas ao Conselho de Admi-
nistração do IRSE, devidamente fundamentadas e, sempre 6. No âmbito da actuação prevista no presente artigo, o
que possível, acompanhadas da indicação dos meios de prova IRSE tem por objectivo promover a resolução de conflitos
adequados. através da mediação e conciliação, aplicando-se as regras da
secção III.
SECÇÃO II
Reclamações Junto das Entidades do SEP SECÇÃO III
Resolução de Conflitos
ARTIGO 93.°
(Apresentação de reclamações) ARTIGO 95.°
(Arbitragem voluntária)

Sem prejuízo do disposto no Regulamento Tarifário, no


Regulamento do Acesso às Redes e às Interligações, no 1. Os conflitos emergentes do relacionamento comercial
Regulamento do Despacho e no Regulamento de Relações e contratual previsto no presente regulamento devem ser, pre-
Comerciais, os interessados podem apresentar reclamações ferencialmente, resolvidos através do recurso a sistemas de
arbitragem voluntária, nos termos da Lei n.° 16/03, de
junto da entidade do SEP com quem se relacionam contra-
25 de Julho.
tual ou comercialmente, sempre que considerem que os seus
direitos não foram devidamente acautelados, em violação do
2. Para efeitos do disposto no número anterior, as enti-
disposto no presente regulamento e na demais legislação apli-
dades do SEP podem propor aos seus clientes a inclusão no
cável.
respectivo contrato de uma cláusula compromissória para a
ARTIGO 94.°
resolução dos conflitos que resultem do cumprimento de tais
(Tratamento das reclamações) contratos.

1. As entidades do SEP devem responder às reclamações 3. Ainda para efeitos do disposto no n.° 1, o IRSE pode
que lhe são dirigidas, nos prazos e nos termos previstos neste promover, no quadro das suas competências específicas, a
regulamento. criação de centros de arbitragem.

2. Sempre que o tratamento de uma reclamação implique 4. Enquanto os centros de arbritagem referidos no número
a realização de diligências, designadamente visitas às insta- anterior não forem criados, a promoção do recurso ao pro-
cesso de arbitragem voluntária faz-se nos termos da Lei n.° 16/03,
lações de utilização dos consumidores, medições ou verifi-
de 25 de Julho.
cação de equipamento de medição, o reclamante deve ser
informado previamente dos seus direitos e obrigações, bem
ARTIGO 96.°
como dos resultados obtidos com as referidas diligências. (Mediação e conciliação de conflitos)

3. O reclamante deve ainda ser informado das acções cor- 1. A mediação e a conciliação são procedimentos de
rectivas que deve realizar se a causa da ocorrência reclamada resolução extrajudicial de conflitos, com carácter voluntário,
for identificada na sua instalação de utilização, bem como cujas decisões são da responsabilidade das partes em con-
sobre os encargos que eventualmente tenha de suportar em flito, na medida em que a solução para o conflito concreto
função do resultado das diligências que podem ser solici- não é imposta pelo IRSE.
tadas.
2. Através da mediação e da conciliação, o IRSE pode,
4. Sem prejuízo do recurso aos tribunais, judiciais e arbi- respectivamente, recomendar a resolução do conflito e suge-
trais, nos termos da lei, se não for obtida junto da entidade do rir que a resolução do conflito seja obtida através da conci-
SEP uma resposta atempada ou fundamentada ou a mesma liação das posições das partes em relação ao conflito.
não resolver satisfatoriamente a reclamação apresentada, os
interessados podem solicitar a apreciação e intervenção do 3. No âmbito dos procedimentos de resolução extrajudi-
IRSE, individualmente ou através de organizações represen- cial de conflitos, identificados no número anterior, a entidade
tativas dos seus interesses. do SEP responsável pelo objecto da reclamação deve dispo-
I SÉRIE — N.º 249 — DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 4855

nibilizar ao IRSE, no prazo máximo de 20 dias úteis, as infor- 4. O disposto no número anterior não prejudica a presta-
mações que lhe sejam solicitadas para a devida apreciação ção de informações às entidades interessadas, abrangidas
do conflito. pelo âmbito deste regulamento, designadamente aos consu-
midores.
4. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a não
ARTIGO 99.°
prestação, por ambas as partes em conflito, das informações
(Normas transitórias)
necessárias e solicitadas, determina a cessação dos procedi-
mentos de mediação ou conciliação iniciados.
1. Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, as
condições dos acordos previstos no presente regulamento,
5. As demais regras aplicáveis aos procedimentos de vigentes à data da sua entrada em vigor, mantêm-se em vigor
mediação e conciliação são as constantes do Regulamento de até ao termo dos prazos neles previstos.
Mediação e Conciliação de Conflitos aprovado pelo IRSE.
2. As condições gerais e específicas previstas no presente
6. A intervenção do IRSE através dos procedimentos des- regulamento aplicam-se aos contratos existentes à data da sua
critos no presente artigo não suspende quaisquer prazos de entrada em vigor, salvaguardando-se os efeitos já produzidos
recurso às instâncias judiciais e outras que se mostrem compe- pelos factos regulamentados pelo presente diploma.
tentes.
ARTIGO 100.°
(Norma remissiva)
CAPÍTULO VIII
Disposições Finais e Transitórias
Aos procedimentos administrativos previstos no presente
ARTIGO 97.° regulamento, não especificamente, nele regulados, aplicam-se
(Sanções administrativas) as disposições das normas do procedimento e da actividade
administrativa.
Sem prejuízo da responsabilidade civil, criminal e con-
ARTIGO 101.°
tratual a que houver lugar, a infracção ao disposto no pre-
(Fiscalização e aplicação do regulamento)
sente regulamento é cominada nos termos do respectivo
regime sancionatório. 1. A fiscalização e a aplicação do cumprimento do dis-
posto no presente regulamento é da competência do IRSE.
ARTIGO 98.°
(Pareceres interpretativos do IRSE)
2. No âmbito da fiscalização do presente regulamento, o
IRSE goza das prerrogativas que lhe são conferidas pelos
1. As entidades do SEP podem solicitar ao IRSE parece-
seus estatutos aprovados pelo Decreto n.º 4/02, de 12 de Março.
res interpretativos sobre a aplicação do presente regulamento.
ARTIGO 102.°
2. Os pareceres emitidos nos termos do número anterior (Aplicação do regime de tarifas e de preços)
não têm carácter vinculativo.
As disposições que envolvam a aplicação do regime de
3. As entidades que solicitarem os pareceres não estão tarifas e de preços, a estabelecer pelo IRSE no âmbito do
obrigadas a seguir as orientações contidas nos mesmos, mas Regulamento Tarifário, entram em vigor conjuntamente com
tal circunstância é levada em consideração no julgamento das aquele regime.
decisões previstas na secção I do capítulo VII, quando este-
jam em causa matérias abrangidas pelos pareceres. O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.

O. E. 784 — 12/249 — 1500 ex. — I. N.-E. P. — 2010

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