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01/09/23, 15:44 A MASSA - Raimundo Sodré (Impressão)

A Massa
Raimundo Sodré

A dor da gente é dor de menino acanhado Que salta aos olhos, igual a um gemido
Menino-bezerro pisado calado
No curral do mundo a penar A sombra do mal-assombrado
Que salta aos olhos, igual a um gemido É a dor de nem poder chorar
calado
A sombra do mal-assombrado A dor da gente é dor de menino acanhado
É a dor de nem poder chorar Menino-bezerro pisado
No curral do mundo a penar
A dor da gente é dor de menino acanhado Que salta aos olhos, igual a um gemido
Menino-bezerro pisado calado
No curral do mundo a penar A sombra do mal-assombrado
Que salta aos olhos, igual a um gemido É a dor de nem poder chorar
calado
A sombra do mal-assombrado Moinho de homens que nem jerimuns
É a dor de nem poder chorar amassados
Mansos meninos domados
Moinho de homens que nem jerimuns Massa de medos iguais
amassados Amassando a massa, a mão que amassa a
Mansos meninos domados comida
Massa de medos iguais Esculpe, modela e castiga
Amassando a massa, a mão que amassa a A massa dos homens normais
comida
Esculpe, modela e castiga Quando eu lembro da massa da mandioca
A massa dos homens normais mãe (da massa)
Quando eu lembro da massa da mandioca
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa)
mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa)
mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca
Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa)
mãe (da massa)
Quando eu lembro da massa da mandioca When I remember of massa of manioc, men
mãe (da massa) (da massa)
Quando eu lembro da massa da mandioca,
(só percussão) mãe (da massa)
Nunca mais me fizeram aquela presença,
A dor da gente é dor de menino acanhado mãe (da massa)
Menino-bezerro pisado Da massa que planta a mandioca, mãe (da
No curral do mundo a penar massa)

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01/09/23, 15:44 A MASSA - Raimundo Sodré (Impressão)

A massa que eu falo é a que passa fome, Lelé, meu amor, Lelé
mãe (da massa) (Lelé, meu amor, Lelé)
A massa que planta a mandioca, mãe (da No cabo da minha enxada não conheço
massa) coroné!
Quand je me souviens da la masse du No cabo da minha enxada não conheço
manioc, mère (da massa) coroné!
Quand je rappele de la masse du manioc, Eu quero, mas não quero (camarão)
mère (da massa) Mulher minha na função (camarão)
Que está livre de um abraço (camarão)
Quando eu lembro da massa da mandioca Mas não está de um beliscão! (camarão)
mãe (da massa) Torna a repetir, meu amor: (ai, ai, ai!)
Quando eu lembro da massa da mandioca Torna a repetir, meu amor: (ai, ai, ai!)
mãe (da massa) É que o guarda civil não quer a roupa no
Quando eu lembro da massa da mandioca quarador!
mãe (da massa) O guarda civil não quer a roupa no quarador!
Quando eu lembro da massa da mandioca Meu Deus onde vai parar, parar essa massa!
mãe (da massa) Meu Deus onde vai rolar, rolar essa massa!

Composição: Raimundo Sodré / Jorge Portugal

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