Relatório: Biosfera – Fatores de Produção Agrícola Eduardo Pereira

O presente relatório foi realizado após visualização e análise do programa

“Biosfera - Fatores de Produção Agrícola | Episódio 20, de 21 maio de 2022 |
temporada 20” da RTP [1], no âmbito da disciplina de Geografia A. A bibliografia
consultada foi colocada como atalho ao longo do texto.
Em 2022, a agricultura portuguesa passou momentos muitos difíceis,
sobretudo devido ao aumento generalizado da inflação decorrente da guerra no
leste da Europa que afetou os fatores de produção, agravada pela situação de
seca extrema que afetou uma grande parte do país.
A inflação refletiu-se no setor do gasóleo agrícola, necessário para utilizar os
tratores. Além de encarecer o transporte das matérias-primas, contribui,
consequentemente, para o aumento dos preços dos produtos finais.
Em Portugal, o tipo de cultura depende da zona do país, do clima
característico dessa zona e da orografia do terreno. Por exemplo, uma encosta
virada a sul não poderá ter o mesmo tipo de cultivo que a parte norte, mas ambas
deverão complementar-se.
Se um agricultor realiza monocultura fica mais dependente dos fatores
externos, como o clima, o aumento dos combustíveis, etc. Se o ano é mau para
esse tipo de cultivo, o agricultor terá um ano mau economicamente, enquanto
um agricultor que faça uma policultura poderá ter um ano mau num determinado
tipo de cultivo, mas não será mau noutro cultivo diferente.
Temos assistido a anos de seca cada vez mais frequentes. Para minimizar
os efeitos da seca, Portugal deverá construir mecanismos de retenção de água,
a primeira solução apontada no documentário passa pela requalificação dos
regadios já existentes. Outra solução passa pela construção de pequenas
barragens ao longo das bacias hidrográficas dos rios, para que se retenha a água
evitando que esta escoe toda para o mar em altura de chuva.
Os agricultores podem construir pequenas charcas, armazenando água da
chuva. A rega deverá ser realizada recorrendo a sistemas de distribuição de
água gota-a-gota, minimizando o consumo de água, aumentando a
produtividade.
Cerca de 30% do território português encontra-se em desertificação em teor
de matéria orgânica. O aproveitamento dos restos das podas e cultivos devem
ser triturados e espalhados sobre a terra, em vez de serem queimados,
aumentando a quantidade de dióxido de carbono para a atmosfera, o que
permite, por um lado, aumentar a quantidade de matéria orgânica no solo
(diminuindo a desertificação), como também, permite reter mais água, em

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épocas de seca. Um solo rico em matéria orgânica retém mais água do que um
terreno pobre em matéria orgânica, em alturas de seca.
Embora o azoto (nitrogénio) exista na atmosfera em cerca de 78%, são
poucas as plantas que o conseguem assimilar diretamente da atmosfera
transformando-o em nutriente. Isto acontece devido à forte ligação covalente
tripla da molécula de azoto. Os fertilizantes são compostos azotados produzidos
a partir do amoníaco. O amoníaco pode ser obtido pela reação entre o hidrogénio
e o azoto (através dos estudos de Fritz Haber e Carl Bosch) e o azoto é obtido
pela destilação fracionada do ar [2].
Com o aumento dos preços dos fertilizantes provenientes em grande parte
da Rússia, os agricultores podem recorrer a técnicas de enriquecimento dos
solos de uma forma mais biológica, tais como: misturando o estrume dos animais
no solo; a utilização do sargaço do mar espalhado na terra e o cultivo de
leguminosas no meio de outras culturas. A fava é uma planta herbácea anual, é
uma leguminosa que pertence à família botânica “Fabaceae” [3]. As leguminosas
têm a capacidade de captar o azoto atmosférico e fixá-lo no solo. Após a colheita,
o agricultor deve enterrar a planta para aproveitar também o azoto contido na
planta. Assim, no final da colheita o solo fica mais adubado do que quando
plantou. Além disso, a fertilização utilizando este método permite a fixação do
azoto de uma forma mais eficaz. Na utilização de adubos químicos, a fixação é
menor, pois está mais suscetível ao processo de lixiviação dos solos,
contaminando os cursos de água. O exemplo apresentado no documentário
consistia em fazer uma cultura de favas no meio de uma vinha, que teria como
benefício a colheita das favas e a fertilização do solo.
Uma outra técnica que permite aumentar a rentabilidade de um cultivo,
consiste na análise laboratorial do microbioma dos solos que permite estudar a
contribuição dos microorganismos para a saúde dos solos agrícolas.
O aumento do preço da energia elétrica, consequência direta do aumento do
preço dos combustíveis, ocorreu, devido em parte ao conflito no leste da Europa.
Os agricultores podem recorrer a sistemas de bombagem de água das charcas
alimentados por painéis fotovoltaicos, minimizando os custos de produção. A
instalação destes sistemas de painéis fotovoltaicos conta com os apoios da
União Europeia PDR2020 e facilmente se amortiza este investimento.
Em Portugal, cerca de 40% dos agricultores ainda não recorre a estes
subsídios, uns por desconhecimento e outros por dificuldades em lidar com o
processo burocrático requerido.

Trabalho realizado por:

Eduardo Miguel Soares Pereira, número 6, da turma 11º E

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